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Revista Diálogo Educacional

versión impresa ISSN 1518-3483versión On-line ISSN 1981-416X

Rev. Diálogo Educ. vol.21 no.68 Curitiba ene./mar 2021  Epub 11-Mayo-2021

https://doi.org/10.7213/1981-416x.21.068.ao05 

Artigos

Práticas pedagógicas: experiências inovadoras na Educação Profissional e Tecnológica

Pedagogical practices: innovative experiences in professional and technological education

Prácticas pedagógicas: experiencias innovadoras en Educación Profesional y Tecnológica

Ana Sara Castamana 
http://orcid.org/0000-0002-5285-0694

Ricardo Antonio Rodriguesb 
http://orcid.org/0000-0002-5292-3646

aInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Sertão, RS, Brasil. Doutora em Educação, e-mail: ana.castaman@sertao.ifrs.edu.br

bInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha, Jaguari, RS, Brasil. Doutor em Filosofia, Metafísica e Epistemologia, e-mail: ricardo.rodrigues@iffarroupilha.edu.br


Resumo

As mudanças a nível tecnológico, econômico e político no mundo da vida influenciam inegavelmente no âmbito educacional, refletindo assim, nos processos e nos modos de ensinar e de aprender. Ainda, ressalta-se que, em se tratando de práticas pedagógicas, almeja-se que em cada nível e modalidade de ensino estas devam ser planejadas e executadas a partir de sua natureza, suas particularidades e sua complexidade. Neste escopo, o presente estudo tem como objetivo conhecer os conceitos e as concepções sobre prática pedagógica, à luz das bases legais e conceituais do Currículo Integrado, de modo a apresentar práticas pedagógicas inovadoras aplicadas na educação profissional e tecnológica (EPT). Pauta-se metodologicamente em uma revisão bibliográfica de objetivos exploratórios e está dividido em duas partes: a) aborda os conceitos de prática pedagógica associando à inovação; b) discute as práticas pedagógicas inovadoras na EPT, a partir de um relato de experiência. Ressaltou-se que as práticas pedagógicas na EPT constituem-se como condição de melhor atender as demandas humanas da criatividade e da autodeterminação docente, levando em conta as exigências culturais do nosso tempo; que inovação não implica pirotecnia, mas escolha cotidiana para conduzir práticas vivas. Os educadores devem adotar estratégias de ensinagem que além de inovadoras corroborem para novos olhares à realidade social dos educandos. A realidade problematizada sobre as práticas pedagógicas inovadoras na EPT favorece e dissemina novos rumos para uma educação emancipatória.

Palavras-chave: Prática Pedagógica; Educação Profissional e Tecnológica; Inovação

Abstract

Technological, economic, and political changes in the world of life undeniably influence the educational sphere, thus reflecting on the processes and ways of teaching and learning. Still, it is emphasized that in the case of pedagogical practices, it is hoped that at each level and modality of teaching, this should be planned and carried out based on its nature, its particularities, and its complexity. In this scope, the present study aims to get to know the concepts and concepts about the pedagogical practice, in the light of the legal and conceptual bases of the Integrated Curriculum, to present innovative pedagogical practices applied in professional and technological education (EPT). It is methodologically guided by a bibliographic review, with exploratory objectives and is divided into 02 (two) parts: a) it addresses the concepts of pedagogical practice associating with innovation; b) discusses innovative pedagogical practices in EPT, based on an experience report. It was emphasized that the pedagogical practices in EPT are a condition to better meet the human demands of creativity and teacher self-determination, taking into account the cultural requirements of our time; that innovation does not imply pyrotechnics, but an everyday choice to conduct living practices. Educators must adopt teaching strategies that, in addition to being innovative, corroborate new perspectives on the students' social reality. The problematized reality about the innovative pedagogical practices in EPT favors and disseminates new directions for an emancipatory education.

Keywords: Pedagogical Practice; Professional and Technological Education; Innovation

Resumen

Los cambios tecnológicos, económicos y políticos en el mundo de la vida influyen sin lugar a dudas en el ámbito educativo, reflexionando así sobre los procesos y formas de enseñanza y aprendizaje. Aún así, se enfatiza que en el caso de las prácticas pedagógicas, se espera que en cada nivel y modalidad de enseñanza esto se planifique y lleve a cabo en función de su naturaleza, sus particularidades y su complejidad. En este ámbito, el presente estudio tiene como objetivo conocer los conceptos y conceptos sobre la práctica pedagógica, a la luz de las bases legales y conceptuales del Currículo Integrado, a fin de presentar prácticas pedagógicas innovadoras aplicadas en la educación profesional y tecnológica (EPT). Se guía metodológicamente por una revisión bibliográfica, con objetivos exploratorios y se divide en 02 (dos) partes: a) aborda los conceptos de práctica pedagógica que se asocian con la innovación; b) discute prácticas pedagógicas innovadoras en EPT, basadas en un informe de experiencia. Se enfatizó que las prácticas pedagógicas en EPT son una condición para atender mejor las demandas humanas de creatividad y autodeterminación docente, teniendo en cuenta las exigencias culturales de nuestro tiempo; esa innovación no implica pirotecnia, sino una elección cotidiana para llevar a cabo prácticas vivas. Los educadores deben adoptar estrategias de enseñanza que, además de ser innovadoras, corroboren nuevas perspectivas sobre la realidad social de los estudiantes. La realidad problematizada sobre las prácticas pedagógicas innovadoras en el EPT favorece y difunde nuevas direcciones para una educación emancipadora.

Palabras clave: Práctica pedagógica; Educación Profesional y Tecnológica; Innovación

Introdução

Hodierno, vivenciamos momentos de rupturas inegáveis a nível tecnológico, econômico e político, o que afeta a constituição e a interação nos campos sociais da educação, das organizações, entre outros. Dito isso, percebemos influências incontestáveis no âmbito educacional que refletem significativamente nos processos e nos modos de ensinar e de aprender.

No que tange ao processo de ensino e aprendizagem não é possível conceber apenas práticas pedagógicas compartimentalizadas, ou seja, “[...] a linearidade não mais encontra lugar nos processos de aprender, do conhecer e do desenvolver” (SIMAS; BEHRENS, 2018, p. 04). A prática pedagógica necessita ocorrer em instituições de ensino de modo consciente, planejado e intencional, sem se separar do processo mais global, abrangendo complexidades imanentes à vida em sociedade (LIBÂNEO, 2013).

Tendo em vista a natureza, as particularidades e a complexidade da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), não há como pensar práticas pedagógicas que não se comprometam com o social e com a formação integral e humana (RAMOS; FRIGOTTO; CIAVATTA, 2005, PACHECO, 2020). Logo, as práticas pedagógicas na EPT, calcadas nas dimensões trabalho, ciência e tecnologia, devem estar orientadas para a construção de arranjos promotores do entendimento e “[...] da dialeticidade entre as especificidades dos diferentes fenômenos físicos e sociais tratados em sala de aula com a totalidade natural e social” (ARAÚJO, 2014, p. 09-10). Ainda, têm que primar pelo trabalho como princípio educativo (CIAVATTA, 1990) e pela pesquisa como pressuposto pedagógico (DEMO, 2011). Castaman e Bortoli (2020, p. 33) reforçam que para desempenhar estes princípios educativos, a EPT, representada neste excerto pelos Institutos Federais de Ensino (IF), precisa

[...] difundir práticas educativas que permitam a mediação de conteúdos sedimentados à realidade do educando. Entende-se por práticas educativas aquelas que privilegiam a constituição do sujeito, mas não significa fazê-lo em detrimento da construção do conhecimento sobre o mundo (CASTAMAN; BORTOLI, 2020, p. 33).

Nesse escopo, a EPT tem diante de si uma série de desafios e de resistências, no que concerne à organização e a operacionalização do trabalho pedagógico em sala de aula, de modo a transformar o ensino em uma prática social viva e inovadora. Por práticas pedagógicas inovadoras assumimos o conceito de Castaman, Vieira e Pasqualli (2019, p. 101), que as compreendem “como um conjunto de ações que se somam às demais preocupações e inquietações que constituem o campo educacional e que necessitam de constantes reflexões, de modo a contribuir para a implementação de ações concretas”.

Portanto, questionamos: de que maneira se configura o panorama das práticas pedagógicas inovadoras no contexto da EPT? Para tentar responder a esta problematização, temos por finalidade conhecer os conceitos e as concepções sobre prática pedagógica, à luz das bases legais e conceituais do Currículo Integrado, de modo a apresentar práticas pedagógicas inovadoras aplicadas na educação profissional e tecnológica. Pautamo-nos metodologicamente em um estudo de objetivos exploratórios, a partir de uma revisão bibliográfica em Veiga (1992), Frigotto (2010), Araújo e Frigotto (2015), Maraschin (2015), Fuentes e Ferreira (2017), Harres et al. (2018), Castaman, Vieira e Pasqualli (2019), entre outros que se ocupam com o estudo das temáticas ora desarrolladas, sendo este estudo dividido em duas partes: a) aborda os conceitos de prática pedagógica associando à inovação; b) discute as práticas pedagógicas inovadoras na EPT, a partir de um relato de experiência.

Prática Pedagógica Inovadora

A expressão prática pedagógica1 nos remete a um estudo aprofundado sobre suas vertentes. Verificamos que inúmeros autores (VEIGA, 1992, MASETTO, 1997; 2003, ZABALLA, 1998, SAVIANI, 2008) tratam de um mesmo tema, mas por vieses, fundamentos e expressões diferenciadas, tais como: trabalho pedagógico, prática educativa, prática docente, entre outras.

Para Veiga (1992, p. 16), a prática pedagógica constitui-se como “[...] uma prática social orientada por objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática social”. Franco (2012, p. 154) complementa que são “[...] práticas que se organizam intencionalmente para atender a determinadas expectativas educacionais solicitadas/requeridas por dada comunidade social”.

De acordo com Maraschin (2015, p. 152), remete ao “trabalho que gestores, professores, equipes e estudantes produzem ao construir sua formação na instituição. E a proposta em si é o dia a dia, são as disciplinas, a forma de abordar o conteúdo, o cuidado”. Desse modo, enfatizamos que a prática pedagógica constitui-se como um ato político, repleto de intencionalidades e atrelado à visão de mundo dos sujeitos envolvidos na educação.

Ao articular a prática pedagógica à inovação, temos uma representação diferenciada do conceito. Para Harres et al. (2018, p. 04), a inovação caracteriza-se enquanto

[...] a introdução de algo novo que provoque modificação na forma de realizar as atividades concernentes a determinados contextos. As mudanças, que caracterizam a inovação, são específicas para diferentes campos, tais como: tecnológico, social, organizacional, educacional, etc (HARRES et al., 2018, p. 04).

Outrossim, a inovação pode ser entendida “[...] como processo planejado (intencional) para desenvolver uma mudança no sistema [...]. Isso requer a ideia de que o conceito seja identificado apenas como mudança (qualquer mudança)” (CASTAMAN; VIEIRA; PASQUALLI, 2019, p. 104). Frigotto (2010) ressalta que, no Brasil, as práticas pedagógicas inovadoras estiveram vincadas às lutas por transformações no projeto societário dominante.

Cunha (1998), em uma pesquisa acerca da inovação em educação, examinou práticas pedagógicas e revelou que estas aparecem de diferentes modos e concepções de relações entre professor-aluno, entre teoria-prática, entre ensino-pesquisa, de organização do trabalho pedagógico, de formas de avaliação, de inserção no plano político-social macro e de interdisciplinaridade. Veiga, Resende e Fonseca (2000) descreveram características de atividades de ensino, de pesquisa e de aprendizagem, determinando-as enquanto inovadoras quando: visam ao constante movimento e desenvolvimento histórico ininterrupto; permitem o descobrimento; atuam com múltiplas tensões presentes na autoatividade do estudante; contribuem na relação horizontal professor-aluno possibilitando atendimento à singularidade de cada aluno e impedindo a homogeneização; asseguram a relação ensino-pesquisa com o trabalho como princípio educativo; fomentam as atividades coletivas a partir da intencionalidade; atribuem à pesquisa espaço relevante de mediação entre ensinar e aprender.

Diante dos fundamentos apresentados, compreendemos que a prática pedagógica associada à inovação necessita considerar os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem enquanto protagonistas de sua história e possibilitar novos arranjos e perspectivas para o referido processo, no sentido “[...] de formação de consciência, de socialização de conhecimento, de aperfeiçoamento, de humanização, ao encontro dos fundamentos histórico-ontológicos da relação trabalho-educação” (FUENTES; FERREIRA, 2017, p. 726). Além disso, deve visar a proporcionar uma aprendizagem significativa2 e emancipatória aos educandos. Destarte, na próxima seção abordaremos acerca de experiências de práticas pedagógicas que podem se caracterizar como inovadoras na EPT.

Prática Pedagógica Inovadora na Educação Profissional e Tecnológica: um relato de experiência

Sabemos que as práticas pedagógicas para atuar na EPT devem ser diferenciadas, porém marcamos, embasadas em Araújo e Frigotto (2015, p. 63), que não há uma única forma de mediar

[...] a integração parte-todo, teoria-prática e ensino técnico e profissional, no ensino médio. Considerar a possibilidade de um único método ser válido para todas as situações de ensino integrado seria um equívoco, pois há uma miríade de procedimentos que, em função da matéria, dos alunos e das finalidades educacionais específicas, podem favorecer a ampliação da compreensão do mundo, como propõe o projeto de ensino integrado (ARAÚJO; FRIGOTTO, 2015, p. 63).

A EPT constitui-se como uma modalidade de ensino que traz uma proposta político-pedagógica em seu escopo, engajada com a formação integrada, com a promoção da autonomia, com a ampliação da visão de mundo da comunidade escolar e dos horizontes da prática pedagógica e com a compreensão de sua realidade específica e da relação desta como a totalidade social.

A prática pedagógica dos professores da EPT lida com conhecimentos de diferentes naturezas e especificidades: conhecimentos factuais, conceituais, princípios e processos. A forma de ensiná-los é distinta, pois enquanto os três primeiros podem ser mediados no plano discursivo, o último requer aproximação com a realidade e, em sua maioria, é ensinado por meio de aulas práticas e demonstrações. Entretanto, há determinados temas que não se adequam ao uso dessas estratégias de ensino, dada a dificuldade de mediar, no ambiente escolar, as condições concretas do mundo do trabalho. Mesmo em instituições de ensino que dispõem de infraestrutura para a realização de práticas profissionais, o fato de ser uma escola - o que a diferencia da empresa ou propriedade - e de ser gerida pelas normas da administração pública dificulta a reprodução da situação próxima ao real (CASTAMAN; VIEIRA; PASQUALLI, 2019, p. 100-101).

Assim, buscamos elencar algumas experiências possíveis de práticas pedagógicas inovadoras, de trocas, de descobertas e de experimentação, orientadas nas bases conceituais da EPT, ou seja, práticas nas quais os sujeitos de educação desvelam uma condição e uma atitude humana transformadora, materializando o seu compromisso ético-político com o social. Salientamos que o arranjo das práticas pedagógicas inovadoras desenvolvidas na ação educativa priorizou a constituição de um ambiente material que favorecesse e considerasse as realidades específicas e múltiplas dos envolvidos, porque entendemos que isso potencializa o fazer educativo. “Essa condição exige [...] uma reconfiguração dos históricos papéis atribuídos ao professor e aos alunos, numa relação mais horizontal, que inclua responsabilidades e autorias partilhadas” (CUNHA, 2005, p. 77). Fuentes e Ferreira (2017, p. 729) reforçam este pensamento.

E esses sujeitos, agora protagonistas do trabalho pedagógico, não são neutros nem destituídos de sua historicidade e de seus desejos. Estão imersos em um processo educativo cujos objetivos podem ainda se mostrar distantes, até mesmo utópicos, mas são seu ponto de partida. A dimensão social se expande a partir da produção de um trabalho pedagógico associado à prática social, reconhecendo e respeitando as realidades dos sujeitos (FUENTES; FERREIRA, 2017, p. 729).

Os princípios que nortearam a organização das práticas pedagógicas inovadoras cunham: a contextualização, a interdisciplinaridade e o compromisso com o social (ARAÚJO; FRIGOTTO, 2015). Ainda, marcam a necessidade de abordar a criatividade, a partir do traço e das ideias de cada envolvido no processo de ensino e aprendizagem. Assim, entende-se criatividade “[...] como uma decisão pessoal, sendo vista como realidade viva, necessária a própria vida” (MAIA; VIEIRA, 2017, p. 27).

Diante do exposto, as referidas práticas pedagógicas a serem relatadas estão embasadas em 3 (três) estratégias de ensinagem3 (ANASTASIOU; ALVES, 2015). O termo ensinagem é empregado para:

[...] indicar uma prática social complexa efetivada entre os sujeitos, professor e aluno, englobando tanto a ação de ensinar quanto a de apreender, em um processo contratual, de parceria deliberada e consciente para o enfrentamento na construção do conhecimento escolar, decorrente de ações efetivadas na sala de aula e fora dela (ANASTASIOU; ALVES, 2015, p. 20).

As estratégias de ensinagem foram desenvolvidas na Unidade Curricular de Recursos Humanos e Relações Interpessoais, em uma instituição pública da EPT, das quais destacamos: portfólio, estudo de caso e ensino com pesquisa. As atividades foram realizadas durante oito encontros, com 23 estudantes matriculados na referida Unidade Curricular, a partir das referências básicas e complementares constantes no Plano de Ensino.

No primeiro encontro apresentamos o Plano de Ensino e explanamos sobre o que era o portfólio e como seria desenvolvido. O portfólio pode ser adotado durante toda a unidade curricular, constituindo-se como um processo contínuo, autônomo e de criação única para o estudante. Para Anastasiou e Alves (2015, p. 19), “[...] o portfólio se apresenta como o mais completo: propicia ao professor verificar de forma imediata as dificuldades que o estudante possa estar apresentando e propor soluções para sua superação”. Villas Boas (2010, p. 71) apresenta a utilização mais frequente do portfólio:

[...] o portfólio tem sido utilizado com seguintes objetivos: participação dos alunos na organização, na execução e na avaliação do trabalho, de modo a desenvolverem o senso de corresponsabilidade, a criatividade e a livre expressão; análise e prática da avaliação articulado ao trabalho pedagógico comprometido com o cidadão capaz pensar e tomar decisões (VILLAS BOAS, 2010, p. 71).

Assim, a atividade foi desenvolvida do primeiro ao último dia de aula da Unidade Curricular, sendo um dos instrumentos de avaliação do referido componente. Ambrósio (2013, p. 167) afirma que “[...] a avaliação da aprendizagem por meio do portfólio pode estar na vanguarda das transformações das relações pedagógicas escolares e suavizar as marcas deixadas por uma avaliação ansiogênica [...]”. Crockett (1998) anuncia alguns indicadores gerais que podem ser utilizados para monitoramento na avaliação: a organização; a documentação e o domínio de conhecimento do estudante sobre o conteúdo desenvolvido; a presença de debates e de problematizações acerca dos temas; as evidências que esclareçam como o progresso aconteceu; a demonstração do conhecimento adquirido e a aplicação do mesmo; as reflexões do estudante com os indícios ou indicadores do progresso em aprendizagens factuais, conceituais, atitudinais e procedimentais.

Desse modo, entregamos aos estudantes cadernos, folhas, pastas, entre outros materiais para que os mesmos pudessem construir seu portfólio. Ressaltamos que não se tratava apenas de um relato formal e documental, mas que deveriam descrever conceitos, procedimentos e atitudes, refletir sobre os mesmos, inserir fotos e desenhar como cada temática está inserida em sua vida e como pode contribuir para a transformação social. Sugerimos também que incluíssem os rascunhos no portfólio, porque apresentam um panorama “do esforço inicial, da aplicação do conhecimento e das habilidades desenvolvidas no processo de crescimento” (ALVARENGA; ARAÚJO, 2006, p. 142).

A cada aula, acompanhamos os estudantes na construção do portfólio e deixamos espaço para o diálogo e para o compartilhamento com os colegas sobre suas ideias dos temas tratados em sala de aula. Villas Boas (2010, p. 72) destaca que, “Embora o trabalho de criação seja individual, momentos de troca de ideias têm sido valiosos para que os alunos não se sintam desamparados diante de uma ‘inovação trazida pelo professor’ e para que todos tenham oportunidade de se expressar livremente”.

O estudo de caso, segundo Anastasiou e Alves (2015) consiste em uma estratégia de aprendizagem que possibilita ao educando uma preparação para argumentar, questionar e, sobretudo, construir o seu conhecimento sobre determinado assunto com criticidade. Lüdke e André (1986) também referenciam as características do estudo de caso numa perspectiva crítica quando empregado na pesquisa em educação.

A EPT vem se apropriando dessa estratégia com o propósito de desenvolver nos estudantes a capacidade de análise, reflexão, tomada de decisões e busca de soluções, visando promover a ruptura das dicotomias estabelecidas pelo paradigma da ciência, buscando a totalidade da relação teoria-prática (VIEIRA; VIEIRA; PASQUALLI, 2017, p. 147).

Assim, a atividade desenvolvida em uma turma da EPT teve como problemática a “qualidade de vida no trabalho”. O intuito foi analisar as vivências cotidianas dos educandos, de forma a buscar soluções para as situações-problema elencadas pelos mesmos em suas histórias e experiências de vida. Na sequência, preparamos a atividade contemplando o conteúdo científico, as habilidades a serem desenvolvidas nos/pelos estudantes, as estratégias para mediação dos conceitos e a execução na formulação de soluções do caso.

Após, apresentamos o caso de forma impressa e cada estudante realizou a leitura em voz alta de um parágrafo. Em seguida, realizamos a análise e a discussão do caso, aproximando o debate à realidade de cada estudante e às pesquisas realizadas, incitando também argumentações individuais e coletivas. Por fim, os estudantes (re)organizaram, por meio de uma síntese, os conceitos, as teorias e as inúmeras soluções indicadas para o caso, atrelando a uma situação real e cotidiana.

O caso apresenta um problema relacionado ao tema que está sendo ensinado, acompanhado por informações contextuais e de fundo, o que permite aos estudantes da EPT chegar a conclusões sobre as teorias existentes, melhorar potencialmente práticas conhecidas, considerar e avaliar alternativas de ação, bem como aumentar a compreensão sobre as circunstâncias nas quais as decisões são tomadas (VIEIRA; VIEIRA; PASQUALLI, 2017, p. 151).

Ressaltamos que os estudantes tiveram a oportunidade de construir sua aprendizagem e analisar situações reais e complexas. Nessa direção, o estudo de caso pautado na realidade do estudante e do mundo do trabalho contribui para a construção de conhecimentos que fazem sentido, já que estarão relacionados ao dia a dia e/ou a questões socialmente relevantes.

No que concerne a pesquisa, Lima e Grillo (2008, p. 89) marcam que a sua utilização, em sala de aula, tem sido “[...] cada vez mais reconhecida como uma prática indissociável do ensino, devendo, por consequência, fazer parte tanto da formação do professor, quanto da sua prática docente”. Felippe e Valer (2019) salientam que, pela pesquisa, o estudante pode vir a desenvolver ações mentais de escolha do tema, recorte de um objeto de pesquisa, identificação de um problema e levantamento de hipóteses. Reforçamos que ao examinar um problema considerando as suas experiências e as suas vivências pessoais, o estudante está buscando sistematizar conhecimentos para transformar o espaço em que está inserido.

Quando tratamos da EPT, a pesquisa é tomada como um princípio educativo que tem por objetivo superar o conhecimento oriundo do senso comum nos processos de ensino-aprendizagem atuais. Valer, Brognoli e Lima (2017, p. 2787) demonstram que a pesquisa como prática social, ou seja, como princípio educativo, culmina em “[...] desenvolver nos estudantes habilidades cognitivas para interpretar teorias, relacionar, analisar, criticar, refletir, rejeitar ideias fechadas, aprender, buscar soluções, propor alternativas etc.[...]”.

Diante deste conceito, o ensino com pesquisa foi utilizado como aporte para a construção do portfólio na sala de informática, em que os estudantes por meio digital puderam pesquisar assuntos relevantes para agregar na construção de sua atividade e dos projetos integradores. Enfatizamos aqui que puderam explorar nos mais diversos meios como sites, páginas, jornais virtuais, entre outros. Demo (2015) ressalta que quando o educando passa a ser ator principal de sua pesquisa ultrapassa a visão de mero ouvinte e copiador e acaba sendo independente quanto a suas escolhas.

No decorrer da ação educativa, foram realizados alguns questionamentos enquanto ponto de partida da pesquisa. Neste sentido, Lima e Grillo (2008) sublinham que para o sucesso da pesquisa é necessário que o docente tenha clareza dos objetivos, ainda, que instigue os estudantes a partir de questionamentos e de argumentações, bem como incentive a produção escrita e valorize o cotidiano entre o conhecimento escolar e a vivência do educando.

Lima e Grillo (2008) evidenciam que o docente que utiliza da pesquisa em sala de aula tem na pergunta um importante instrumento para auxiliar o estudante em seu processo de construção do conhecimento, já que ele é capaz superar o pragmatismo enraizado do senso comum. A pesquisa enquanto instrumento pedagógico de ensino revela novos rumos para os processos de ensino e aprendizagem, uma vez que incide nos modos de agir e de pensar dos educandos, superando os moldes tradicionais de ensino.

As estratégias de ensinagem elencadas neste manuscrito configuram-se como alguns dos recursos utilizados na EPT que visam a superar a lógica pragmática e a visão fragmentada e linear da realidade e a compreender “as determinações ou mediações que produzem determinada realidade humana. Aqui a totalidade resulta da relação das partes” (FRIGOTTO, 2012, p. 08). Entendemos que as referidas estratégias ao serem orientadas e conduzidas pela contextualização, pela interdisciplinaridade4 e pelo compromisso de transformação social caracterizaram-se como práticas pedagógicas. A contextualização se deu por meio da articulação dos conteúdos formativos com a criatividade e a realidade social dos estudantes. A interdisciplinaridade foi abordada pela exploração das ciências, da diversidade, da criatividade e da partilha dos envolvidos. O compromisso com a transformação social esteve presente desde o primeiro momento, uma vez que os conteúdos formativos serviram de apoio para a criação e emancipação.

Já a inovação se inscreveu na intencionalidade dos propósitos da aplicação das estratégias de aprendizagem, em especial, ao articular as estratégias de ensinagem aos projetos da classe trabalhadora e de suas organizações; ao abarcar o campo das relações sociais; ao almejar rupturas e mudanças significativas na sociedade; ao construir junto com o estudante uma aprendizagem com significado e ao permitir ao estudante compreender possibilidades de intervenção e de transformação social. Freire (1995, p. 188) alude que

[...] é o sujeito quem aprende através de sua própria ação transformadora sobre o mundo. [...] O professor deve ensinar. É preciso fazê-lo. Só que ensinar não é transmitir conhecimento. Para que o ato de ensinar se constitua como tal, é preciso que o ato de aprender seja precedido do ou o objeto cognoscível, com que o educando se torna produtor também do conhecimento que lhe foi ensinado (FREIRE, 1995, p. 188).

Destacamos que cada estratégia de ensinagem, enquanto meio, pode se constituir como uma prática pedagógica. Destarte, necessitamos considerar as inúmeras possibilidades metodológicas para a EPT, desde que ancoradas nas suas bases conceituais e nos princípios da contextualização, da interdisciplinaridade e do compromisso de transformação social. Ao compreendermos o caráter ético-político das práticas pedagógicas, poderemos mediar estratégias de ensino voltadas para a emancipação social e para o desenvolvimento da autonomia e da capacidade criativa dos estudantes. A articulação das práticas pedagógicas à inovação deve servir para formar integralmente os sujeitos, assim como fomentar o desenvolvimento das amplas capacidades humanas, intelectuais e práticas.

Considerações finais

Frente às considerações proferidas ao longo deste ensaio sobre práticas pedagógicas inovadoras na EPT, chega-se a algumas constatações, ou seja, a inovação e a criatividade não devem ser vistas como peso, como dom ou mesmo como realidade idealizada que todos precisamos alcançar. A criatividade implica a condição humana, todos podem ser criativos. A própria vida humana exige o tempo todo criatividade e, nesse sentido, marca-se antropologicamente que criatividade é uma necessidade. Remete à potencialidade de ser adaptáveis, flexíveis e de produzir novas ideias e comunicá-las. O que se produz até hoje enquanto humanidade revela de muitos modos a criatividade, a capacidade de resiliência e a de contornar grandes desafios para se estar vivo.

O ser humano constitui essas características, conforme as diferentes mediações empreendidas no mundo da vida. Por esse viés, para se fazer a gestão da sala de aula e da diversidade ali encontrada, o professor necessita ocupar o papel de um maestro, que aprende a combinar diferentes talentos para produzir uma sinfonia harmônica. Isso serve como metáfora tanto para a gestão dos saberes como dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. A criatividade e a inovação são a possibilidade de converter o ofício de mestres em sinfonia harmônica.

Estar em sala de aula com o intuito de ensinar não pode ser motivo para descartar a intuição e a capacidade de ler a realidade. Deve-se valer desta leitura para transformá-la. Assim, as reflexões até aqui apresentadas, além de terem como perspectiva analisar as práticas pedagógicas inovadoras na EPT, vislumbram a formação integrada do ser humano. Para tanto, os educadores devem adotar estratégias de ensinagem que além de inovadoras corroborem para novos olhares à realidade social dos educandos. Isso porque o fim da ação educativa é sempre despertar nas novas gerações o gosto e o prazer de fazer do percurso da aprendizagem, uma estratégia de empoderamento.

Neste sentido, as práticas pedagógicas inovadoras são, antes de tudo, humanas, porque a condição de humanidade possibilita e exige a criatividade, como algo cultural. Criatividade e inovação não são pirotecnia, são escolhas cotidianas para conduzir, em um modo e em uma linguagem atrativa, o recado que se precisa para a adaptação, a descoberta e a produção de novas ideias, de modo a saber comunicá-las. Logo, ser professor é mudar o mundo pela arte da fala.

A realidade problematizada sobre as práticas pedagógicas inovadoras dentro da EPT favorece e dissemina novos rumos para uma educação emancipatória, pauta emergente que deve ser discutida. Sugere-se para uma outra pesquisa focar na formação dos professores da EPT e como estão sendo preparados para atuar diante de práticas educativas inovadoras, como condição de possibilidade para um ensino autotransformador e emancipatório, que considere os diferentes estilos de aprendizagem.

Referências

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1Neste ensaio, abordamos o conceito de prática pedagógica, ancorado, especialmente, nos estudos de Veiga (1992). Porém, mantivemos a expressão de cada autor em citações diretas.

2Ausubel é um dos principais autores no estudo da aprendizagem significativa. Moreira (2017) afirma que é um processo, a partir do qual uma nova informação relaciona-se com um aspecto especificamente relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo.

3Anastasiou e Alves (2015) descrevem 20 estratégias de ensinagem: aula expositiva dialogada, estudo de texto, portfólio, tempestade cerebral, mapa conceitual, estudo dirigido, lista de discussão por meios informatizados, solução de problemas, phillips 66, grupo de verbalização e de observação (GV/GO), dramatização, seminário, estudo de caso, júri simulado, simpósio, painel, fórum, oficina (laboratório ou workshop), estudo do meio e ensino com pesquisa.

4Apesar de não aprofundado neste texto, a interdisciplinaridade merece destaque. Para desenvolvimento parcial destas atividades, houve parceria com outros componentes curriculares, tais como Língua Portuguesa e Informática Aplicada, que contribuíram com técnicas e estratégias de leitura e de escrita e com letramento às tecnologias da informação e da comunicação (TIC).

Recebido: 17 de Junho de 2020; Aceito: 06 de Outubro de 2020

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