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Revista Diálogo Educacional

versión impresa ISSN 1518-3483versión On-line ISSN 1981-416X

Rev. Diálogo Educ. vol.23 no.76 Curitiba ene./mar 2023  Epub 05-Abr-2023

https://doi.org/10.7213/1981-416x.23.076.ap01 

Apresentação

Apresentação: Pesquisas com/sobre/para crianças e docentes na Educação Infantil: discussões conceituais, éticas e metodológicas

Research with/about/for children and teachers in Early Childhood Education: conceptual, ethical, and methodological discussions

Rodrigo Saballa de Carvalhoa 
http://orcid.org/0000-0002-8899-0998

Marlene Oliveira dos Santosb 
http://orcid.org/0000-0002-5894-1298

Daniel Brailovskyc 
http://orcid.org/0000-0002-1995-9401

Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieirad 
http://orcid.org/0000-0003-3759-0377

aUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. Doutor em Educação, e-mail: rsaballa@terra.com.br

bUniversidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil. Doutora em Educação, e-mail: dossantos.ufba@gmail.com

cUniversidade Pedagógica Nacional, Buenos Aires, Argentina. Doutor em Educação, e-mail: daniel.brailovsky@unipe.edu.ar

dPontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCR-PR), Curitiba, PR, Brasil. Doutora em Educação, e-mail: alboni@alboni.com


Consideramos que a participação das crianças [e dos(as) docentes] no processo de pesquisa precisar ser realizada de forma horizontal, de maneira que as aprendizagens do pesquisador em campo, derivada de suas relações com as crianças [e com os(as) docentes], não seja apenas um elemento de confirmação ou refutação de suas formulações conceituais prévias. (MACHADO; CARVALHO, 2020, p. 163).

O desenvolvimento de investigações com crianças e docentes no âmbito da Educação Infantil tem se ampliado nas últimas décadas em nosso país. O entendimento do contexto das instituições de Educação Infantil como espaço de pesquisa e produção de conhecimento tem reverberado na qualificação da docência, no respeito à alteridade das crianças, no reconhecimento das crianças como sujeitos de direitos e, sobretudo, na garantia da escuta das crianças e dos(as) docentes enquanto interlocutores(as) privilegiados(as) do processo educativo. Em tal direção, tais investigações têm destacado a interdependência entre crianças e docentes, assim como contribuído com a visibilização de seus pontos de vista a respeito dos assuntos que lhes dizem respeito. Em suma, as pesquisas têm contribuído para o enfrentamento dos “assédios que a Educação Infantil” (CARVALHO; GUIZZO, 2018) tem sofrido - a antecipação da escolarização inicial, a difusão de livros didáticos, o déficit no atendimento das crianças de 0-3 anos, o enfrentamento da perspectiva linear e organicista do desenvolvimento presente na BNCC - EI (MEC, 2017) etc. -, assim como para a proposição de alternativas pedagógicas contextuais que efetivamente possibilitem que a Pedagogia da Infância se faça presente no exercício da docência em instituições públicas de atendimento as crianças pequenas no território nacional.

Desse ponto de vista, contemporaneamente, consideramos imprescindível discutirmos alternativas éticas e metodológicas para a qualificação das investigações desenvolvidas com crianças e docentes no âmbito da Educação Infantil. Isso demanda, tal como apontam Machado e Carvalho (2020), a realização de um “processo de pesquisa horizontal”, no qual os(as) interlocutores(as) de nossas pesquisas tenham a oportunidade de participar ativamente de todo o processo investigativo. Nesse sentido, propomos a discussão da “pauta ética e metodológica das pesquisas” (CARVALHO, SANTOS; MACHADO, 2022), no intuito de visibilizar os modos como os(as) pesquisadores(as) têm mobilizado diferentes perspectivas metodológicas para acessar os pontos de vista das crianças e dos(as) docentes nos contextos da Educação Infantil. Portanto, a partir dos argumentos cunhados por Bóden (2021) e das discussões desenvolvidas por Carvalho, Santos e Machado (2022), defendemos que as pesquisas no âmbito da Educação Infantil, sejam realizadas com/sobre/para as crianças e docentes. Ou seja, reivindicamos que as investigações desenvolvidas no âmbito da Educação Infantil tenham efeitos políticos na vida de nossos(as) interlocutores(as), assim como nos contextos em que são desenvolvidas. Isso implica dizer, tal como defendido por Moss (2016), que não existe neutralidade em nossas investigações, já que elas estão pautadas em pressupostos ontológicos e epistemológicos que expressam um ponto de vista político a partir dos modos como realizamos as pesquisas e contribuímos para os avanços das discussões sobre a Educação Infantil.

Especificamente, em relação às pesquisas com crianças, concordamos com Carvalho, Santos e Machado (2022, p. 26), quando defendem uma pauta “ético-metodológica”, nas pesquisas com/sobre/para crianças, que evidencie os seguintes aspectos:

1) a ética na pesquisa com crianças articulada ao contexto de proposição de nossas investigações; 2) a utilização de metodologias participativas de investigação com as crianças, adequando-as e reinventando-as a partir dos contextos institucionais em que estamos realizando as pesquisas e das crianças participantes; 3) o compartilhamento de nossos pressupostos ontológicos e epistemológicos no âmbito de nossas pesquisas; 4) uma descrição pormenorizada das estratégias metodológicas empregadas em nossas pesquisas; 5) o compartilhamento dos processos de entrada em campo, assentimento das crianças, obtenção do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE), do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e devolutiva da pesquisa para as crianças e docentes das instituições nas quais foram desenvolvidas as investigações; 6) a reflexividade no planejamento da pesquisa, na realização do trabalho de campo, na escrita do relatório e de artigos decorrentes de nossas investigações; e, 7) a afirmação da presença das crianças a partir de suas narrativas em todo o texto do relatório de pesquisa, e não somente nas discussões analíticas, como geralmente ocorre em teses e dissertações.

Desse ponto de vista, destacamos a importância de que os pontos de vista das crianças, por meio de suas “vozes”, sejam compartilhados no âmbito de nossas investigações. Isso porque, tal como defendem Tebaldi e Carvalho (2022, p. 5), entendemos que “[...] as crianças devem ser consideradas, ouvidas e reconhecidas enquanto atores sociais”. Nesse sentido, consideramos que, além da proposição de metodologias participativas de investigação com crianças, é necessário o compromisso ético do(a) pesquisador(a) em garantir que as narrativas das crianças tenham centralidade no relatório de pesquisa, assim como efeitos mobilizadores de mudanças nos contextos institucionais. Ou seja, “uma pesquisa com crianças implica a disponibilidade do(a) pesquisador(a) em problematizar o automatismo de suas ações, muitas vezes adultocêntricas, e a abertura para o acolhimento da potência da alteridade da infância” (CARVALHO, SANTOS, MACHADO, 2022, p. 52).

A escuta de crianças, seja no contexto da escola, seja no contexto de pesquisas fundamenta-se em princípios inegociáveis, como nos apresenta Santos (2022, p. 82-83):

  • 1) A criança é um ser humano, uma pessoa de pouca idade, recém-chegada ao mundo, que tem muito a dizer-fazer-criar-produzir mediante suas múltiplas linguagens e formas de expressão.

  • 2) Ser escutada é um direito inalienável de todas as crianças, independentemente de sua faixa etária, gênero, religião, pertencimento étnico, socioeconômico, geográfico, de sua condição de saúde.

  • 3) Todo ato de escuta da criança deve garantir a ela liberdade para decidir se quer ou não se expressar, sem que a sua integridade física, moral e psíquica seja afetada.

  • 4) A linguagem eleita pela criança para se expressar deve ser acolhida e respeitada por aquele que vai escutá-la.

  • 5) A criança pode ser escutada tanto em contextos de ação espontâ-nea (parques, praças, escolas, praia, assentamentos, aldeias...) como em contextos organizados (rodas de conversa, entrevista, sessões de brincadeiras...) para tal finalidade, mas sem expô-la a situações de constrangimentos.

  • 6) O tempo da escuta pode ser interrompido pela criança no momento em que ela desejar e não quiser mais expressar-se.

  • 7) A exposição do conteúdo, da imagem e do nome da criança só pode ocorrer se houver autorização da criança e/ou de seus responsáveis, preferencialmente dos dois.

  • 8) As demandas apresentadas pela criança nos atos de escuta devem ser avaliadas e atendidas para que ela não fique sem resposta ou exposta a longos períodos de espera.

  • 9) O conteúdo trazido pela criança nos atos de escuta pode se tornar sigiloso e ser encaminhado aos órgãos competentes da área de assistência social e de educação se ele a expõe a risco de vida, a situações de maus-tratos, trabalho infantil, exploração sexual e outras formas de violações.

  • 10) O que for produzido de imagem, vídeo, texto ou outro gênero a partir da escuta da criança deve ser compartilhado com ela atendendo as especificidades de sua faixa etária.

  • 11) A escuta da criança pauta-se em pressupostos éticos, estéticos e políticos e se sustenta na compreensão de que tanto aquele que se expressa como aquele que escuta são interlocutores potentes e podem concordar ou discordar com o que é anunciado, mas sem perder de vista a alteridade.

  • 12) O lugar para a escuta da criança precisa ser seguro, confiável e sem a interferências de adultos que não estejam envolvidos no ato de escuta.

Em tal perspectiva, entendemos que os aspectos éticos e metodológicos apresentados em relação à pesquisa com crianças, de alguma maneira, também estão implicados nas investigações com docentes. Entendemos que a pesquisa com docentes requer a adoção de princípios éticos e metodológicos de modo que os(as) docentes sejam escutados(as) na perspectiva de uma ética da alteridade (LEVINAS, 1980), em diferentes contextos e em distintas ações pessoais-profissionais, a partir de diferentes dispositivos e linguagens. A escuta de docentes em pesquisas no campo da Educação Infantil não é recente, mas pede, tanto do ponto de vista ético como metodológico, atenção e atualizações em relação aos processos vividos entre pesquisador(a) e professor(a) e aos dispositivos e procedimentos de cada pesquisa.

Escutar professores (as), além de ser um gesto político de acolhimento, é uma das condições essenciais para: a) visibilizá-los(as) como profissionais da educação que possuem muito o que dizer sobre os processos pedagógicos, políticos e sociais em cada época e contexto; b) a compreensão de fenômenos sociais, políticos, pedagógicos, relacionais, éticos e estéticos que se entrelaçam, afetam e produzem a ação docente; c) a tecitura de conhecimentos que podem trazer importantes contribuições aos estudos e pesquisas sobre a educação de crianças, a formação docente, a proposta pedagógica e curricular, as políticas públicas, a educação das relações étnico-raciais e tantos outros assuntos que transversalizam o pensar-fazer-sentir do(a) professor(a) no cotidiano (SANTOS, 2017).

Mediante o exposto, o nosso intuito no presente dossiê é o compartilhamento de um conjunto de artigos, que tematizam a pesquisa com crianças e docentes na Educação Infantil. No conjunto dos artigos que constituem o dossiê, são compartilhadas discussões conceituais, éticas e metodológicas envolvidas nos percursos investigativos dos(as) autores(as), assim como uma variedade de perspectivas éticas e metodológicas que podem ser inspiradoras para o planejamento de futuras investigações. Desse modo, ressaltamos que o dossiê é composto por 19 artigos, organizados em dois eixos: a) pesquisas com/sobre/para crianças; b) pesquisas com docentes.

O eixo sobre pesquisa com/sobre/para crianças, apresenta artigos que focalizam: ética na pesquisa com crianças, discussões metodológicas, estratégias de geração de dados, as especificidades da pesquisas com bebês, os espaços da vida privada e familiar nas investigações com crianças, os modos de participação infantil, alternativas inventivas para a transcrição das narrativas das crianças, as relações entre crianças e natureza, a reflexividade do(a) pesquisador(a), a triangulação dos dados como alternativa de análise dos dados gerados em campo, assim como a avaliação na Educação Infantil a partir da escuta dos bebês e das crianças pequenas. Por sua vez, no eixo pesquisas com docentes, são abordadas as seguintes temáticas: a escuta dos(as) docentes nas pesquisas em Educação Infantil, a entrevista como estratégia metodológica dialógica, o ponto de vista das professoras sobre os percursos formativos, a investigação sobre o trabalho pedagógico com as crianças e os saberes das professoras sobre a avaliação na Educação Infantil.

O artigo de abertura do dossiê foi escrito por Rodrigo Saballa de Carvalho (UFRGS), Nathalia Scheuermann dos Santos (UFRGS) e Lisiane Rossatto Tebaldi (UFRGS) e intitula-se: “Ética na pesquisa com crianças: investimentos teóricos, reflexões e desafios em investigações na Educação Infantil”. O artigo é decorrente de uma pesquisa do tipo estado do conhecimento, cujo objetivo é analisar as discussões éticas presentes em pesquisas com crianças desenvolvidas na Linha de Pesquisa Estudos sobre Infâncias no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - PPGEDU/UFRGS, realizadas no período de 2006-2021. A materialidade investigativa foi constituída de 32 investigações, sendo 6 teses e 26 dissertações. Para análise do material, foram utilizados procedimentos de análise do conteúdo, os quais possibilitaram definir as seguintes unidades analíticas: contextualização das pesquisas (apresentação do campo de pesquisa e participantes); concepções éticas (discussões sobre concordância das instituições, consentimento livre e esclarecido, assentimento livre e esclarecido das crianças e modos de participação das crianças); reflexividade do pesquisador (informações sobre a entrada em campo, desenvolvimento da investigação, saída do campo e devolutiva da pesquisa)

Prosseguindo as discussões, Márcia Buss-Simão (UFSC) e Juliana Schumacker Lessa (UDESC) apresentam o artigo: “Pesquisas com crianças e adultas/os na educação infantil: desafios éticos, conceituais e metodológicos”. No artigo são problematizados os desafios decorrentes de percursos investigativos em pesquisas etnográficas realizadas com crianças no contexto da Educação Infantil. Para tanto, a partir da análise de duas investigações, as pesquisadoras abordam: a) os processos dialógicos de acesso às “culturas de comunicação das crianças”; b) as relações de reconhecimento e estatutárias inerentes ao/à adulto/a pesquisador/a ; c) as relações de poder. Desse modo, são apresentadas reflexões quanto às relações de poder, tendo como principal ponto de partida a projeção de uma simetria ética, nas relações com as crianças e com as/os adultas/os no campo de pesquisa.

Por sua vez, Fabiana de Amorim Marcello (UFRGS) e Gisele Rodrigues Soares (UFRGS), através do artigo: “Transcriançar a escrita na pesquisa com crianças”, compartilham um modo inventivo de abordar o que emerge como fala, como dito, mas também como silêncio, hesitação, gesto, movimento, sonoridade entre outras formas de comunicação, no processo investigativo com crianças. Desse ponto de vista, as autoras argumentam que o gesto de transcriançar emerge como exercício teórico metodológico que coloca em jogo modos particulares de urdir a palavra em contexto investigativo, possibilitando com que se visibilize a dinâmica constitutiva entre a narração (da criança) e tradução (do/a adulto/a) no contexto investigativo.

A discussão sobre a pesquisa com bebês é tematizada pelas autoras: Elenice de Brito Teixeira Silva (UNEB)e Vanessa Ferraz Almeida Neves (UFMG), no artigo cujo título é: “A construção de uma lógica na pesquisa com bebês. Desse modo, as autoras questionam”: Como a ontologia dos bebês como seres sociais potentes e vulneráveis impacta as decisões produção de uma lógica que apreenda as relações entre bebês e outras pessoas, as materialidades e contextos histórico-culturais? Tal questão é objeto de reflexão no artigo, a partir de uma pesquisa que procurou evidenciar a gênese cultural da brincadeira, mediante a observação de um grupo de bebês. Pautando as discussões nos fundamentos da Teoria Histórico-Cultural e da Etnografia em Educação, assim como nos diálogos com os Estudos da Infância e dos Bebês, as autoras conferem centralidade às ações e linguagens dos bebês dialeticamente situadas em relação aos acontecimentos sociais que possuem historicidade no grupo e na cultura mais ampla.

A discussão sobre o brincar infantil em tempos de tecnologias digitais é apresentada no artigo: “As singularidades da pesquisa com criança no espaço de vida privada/familiar”, escrito por Joseilda Sampaio de Souza (UFS) e Maria Helena Silveira Bonilla (UFBA). A investigação foi desenvolvida com dois grupos de crianças no espaço privado/familiar. Através da investigação, as autoras defendem a postura acolhedora do pesquisador em relação aos pontos de vista das crianças, para que ele possa garantir o respeito à alteridade da infância durante todo o processo de pesquisa.

Partindo de uma indagação de uma criança durante a realização da pesquisa de campo, Anna Líssia da Silva (UFAL) e Lenira Haddad (UFAL) compartilham o artigo: “Por que o seu ‘caderninho’ está cheio de escritas?”: pesquisas com crianças, metodologias e participação infantil. O artigo é decorrente de uma pesquisa de Doutorado, cujo objetivo foi o de mapear a produção de pesquisa com crianças. No artigo, são analisadas as discursividades das pesquisadoras sobre pesquisas com crianças, metodologias e questões éticas que envolvem a participação das crianças. Também são destacadas as múltiplas formas e gestos de estar presente nas pesquisas que as crianças empreenderam em um movimento de ativo e criativo.

“Infância, natureza e animais não humanos: uma aposta na filosofia com crianças na escola” é o título do artigo escrito por Paola Silveira de Oliveira (FURG) e Paula Corrêa Henning (FURG). As autoras apresentam uma experiência filosófica com crianças da Educação Infantil em uma escola pública do interior do Rio Grande do Sul. O objetivo do estudo é problematizar as nossas relações com o mundo, especialmente junto aos animais não-humanos. Desse modo, potencializando a tríade infância, filosofia e escola, as autoras analisam as múltiplas possibilidades de encontro com as nossas relações com o mundo e o modo como enxergamos a natureza e os animais não-humanos. Nesse sentido, as autoras defendem que o exercício da filosofia com crianças pode mobilizar a experiência do pensamento infantil a partir da invenção de problemas e de perguntas.

Compartilhando uma estratégia de análise dos dados gerados nas pesquisas com crianças, Sandro Vinicius Sales dos Santos (UFMG) e Mônica Correia Baptista (UFMG), apresentam o artigo: “Triangulação metodológica em pesquisas etnográficas com e sobre crianças”. Os autores advogam pela importância da triangulação dos dados na construção e na análise de dados em pesquisas com crianças. O material de análise dos autores, é decorrente de uma pesquisa cujo trabalho de campo foi desenvolvido ao longo de nove meses do ano de 2013, em uma Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI), de Belo Horizonte, Minas Gerais. Participaram do estudo, dezoito crianças de quatro/cinco anos (oito meninas e dez meninos), além de duas professoras. A produção de dados ocorreu por meio de observação participante; de desenhos articulados com a oralidade; de fotografias produzidas pelas crianças, também conjugadas com suas falas, e de entrevistas.

A discussão sobre participação é apresentada pelas autoras Karolynne do Nascimento Campos (UEPG) e Tacyana Karla Gomes Ramos (UFS). No artigo intitulado: “Por uma participação de corpo inteiro: refletindo sobre a dimensão corporal e participação de crianças nas práticas pedagógicas da Educação Infantil”, as autoras discutem as formas de participação das crianças na Educação Infantil e seus efeitos nas práticas pedagógicas. A partir de uma investigação etnográfica, as autoras evidenciam o corpo infantil como constituinte das formas de participação das crianças na Educação Infantil.

“Desafios e possibilidades na pesquisa com crianças: sob a perspectiva de quem investiga” é o artigo escrito por Gabriela Medeiros Nogueira (FURG), Eneusa Xavier (FURG) e Eduardo Arriada (UFPEL). No artigo os(as) autores(as) discutem as estratégias metodológicos e os aspectos éticos envolvidos em uma pesquisa sobre as práticas de letramento em um grupo de estudos bíblicos, da Igreja Evangélica Pentecostal Casa de Oração, situada em uma comunidade rural no interior do Rio Grande do Sul. No artigo, os(as) autores(as) apresentam a perspectiva de quem investiga, visibilizando os desafios, as possibilidades e as negociações estabelecidas no momento de entrada no campo empírico, a partir das escritas no diário de campo. Dentre os aspectos discutidos no texto, destacam-se as negociações e os ajustes que foram sendo feitos tanto no início, quanto no decorrer das observações; os indícios de rejeição e aceitação da pesquisadora pelas crianças; os movimentos realizados entre teoria e a realidade observada, visando conhecer e compreender o fenômeno investigado e buscando se despir de preconceitos.

Apostando no compartilhamento do ponto de vista das crianças, Geuciane Felipe Guerim Fernandes (UENP) e Katya Luciane de Oliveira (UEL) apresentam o artigo intitulado: “Práticas de leitura na infância: o que pensam as crianças?” O objetivo do artigo é o de analisar a percepção das crianças sobre as práticas de leitura vivenciadas na Educação Infantil. A amostra da pesquisa foi constituída por 36 crianças de duas turmas de Educação Infantil, com idade média de 5 e 6 anos. Através da realização de entrevistas, as autoras evidenciaram os sentidos que as crianças produzem em relação às propostas de leitura vivenciadas na Educação Infantil.

Maria Nilceia de Andrade Vieira (UFES) e Valdete Côco (UFES), através do artigo: “Avaliação da qualidade na educação infantil: a escuta de enunciados dos bebês e das crianças”, através de um estudo bibliográfico, apresentam reflexões sobre a avaliação na primeira etapa da Educação Básica. Desse modo, as autoras apresentam reflexões sobre a avaliação, tomando como ponto de partida aspectos pertinentes ao conceito de avaliação definido pelas orientações legais em vigência e pelas discussões teóricas especificas da aérea. Em tal direção, as autoras identificam como e quais saberes docentes são mobilizados no processo avaliativo.

A perspectiva metodológica da pesquisa ação na pesquisa com crianças é compartilhada no artigo: “A escuta na pesquisa-ação: entrelaçando brincar e educação para as relações étnico-raciais”. Luciana Pires Alves (UERJ) propõe a reflexão sobre o brincar como lugar de estar e de afecção pelas crianças. Nesse âmbito, a autora defende a escuta como exercício ético e estético. Desse modo, o exercício de escutar as crianças é entendido como uma metodologia de pesquisa que produz o maravilhamento pela singularidade do olhar infantil, mas que também demanda intervenção quando são reproduzidos os preconceitos e formas de violência. Portanto, a argumenta sobre a necessidade de uma educação antirracista em ato desde a infância.

Finalizando o eixo de artigos sobre pesquisas com crianças, Luciana Aparecida de Araujo (UNESP) e Cleriston Izidro dos Anjos (UFAL), compartilham o artigo: “Pesquisas com crianças na Educação Infantil: discussões conceituais, éticas e metodológicas”. Os(as) autores(as) abordam um conjunto de produções acadêmicas sobre pesquisas com crianças na Educação Infantil realizadas no período de 2017-2021, com o intuito de identificar as principais tendências metodológicas presentes nas pesquisas. Os resultados da análise do levantamento de pesquisas, revela a importância de se considerar as vozes e a ações infantis nas pesquisas com crianças, considerando o que elas têm a dizer sobre suas vivências e experiências sobre os assuntos que interferem em suas vidas.

O artigo nomeado: “A escuta de docentes em pesquisas de Educação Infantil”, escrito por Marlene Oliveira dos Santos (UFBA), inicia o eixo de artigos sobre pesquisa com professores(as). A autora tematiza, no artigo, a escuta de docentes em pesquisas no campo da Educação Infantil. A questão: O que significa escutar docentes em pesquisas? - opera como uma mobilizadora das discussões propostas pela autora. Além de refletir sobre a questão proposta, a autora desenvolve discussões sobre os

desafios éticos, teóricos e metodológicos em relação à escuta do professor da Educação Infantil. Trata-se de um artigo de natureza teórica, no qual defende-se a escuta como uma ação humana complexa, que demanda o reconhecimento da alteridade do docente enquanto interlocutor(a) das investigações no contexto da Educação Infantil. Em tal perspectiva, a autora infere que o ato da escuta, na pesquisa, extrapola a ritualidade burocrática da produção de material no campo empírico e pede ética na produção das relações a partir das diferenças.

Carolina Gobbato (UERGS), Claines Kremer (UFRGS) e Maria Carmen Silveira Barbosa (UFRGS), no artigo: Reflexões sobre entrevistar na perspectiva da artesania: diálogos com docentes/pesquisadores sobre Educação Infantil e Didática, compartilham uma discussão sobre a dialogicidade presente no processo de realização de entrevistas. Dessa forma, as autoras discutem os processos vivenciados nas entrevistas realizadas com quatro professoras/pesquisadoras brasileiras e dez italianos que participaram da investigação. As discussões metodológicas são organizadas em dois eixos analíticos. No primeiro eixo é abordada a potência do encontro, do diálogo e do compartilhamento de ideias e saberes que podem acontecer durante uma entrevista. Por sua vez, no segundo eixo, as autoras discorrem a respeito da flexibilidade que o pesquisador deve ter ao entrevistas, assim como a retroalimentação nos processos de realização das entrevistas. Assim, ao entrevistar docentes/pesquisadores, as autoras evidenciam as posições ocupadas pelos participantes da pesquisa e seus diferentes pontos de vista a respeito das relações entre Educação Infantil e Didática.

“Percursos formativos na educação infantil: o que nos dizem os professores?” é o artigo escrito por Julianna Britto Santos (UFS) e Luiz Anselmo Menezes Santos (UFS). Os(as) autores(as) perguntam sobre: Quais são as necessidades de formação dos docentes atuam na Educação Infantil? A partir de tal questão, os(as) autores(as) realizaram entrevistas individuais com 44 docentes atuantes na pré-escola, em instituições de Educação Infantil da rede municipal de Aracaju - SE. A partir da análise das entrevistas, os(as) autores(as) inferem que a fragilidade ou a ausência de formação docente impacta negativamente na construção da identidade profissional do(a) professor(a). Nesse sentido, a escuta dos(as) docentes sobre as suas demandas de formação contínua poderá contribuir com a o planejamento de políticas de formação contextuais que contribuam com a qualificação da prática docente na Educação Infantil.

Karolyne Aparecida Ribeiro Kusunoki (UNESP), Elieuza Aparecida de Lima (UNESP) e Tatiana Schneider Vieira de Moraes (UNESP) compartilham no artigo: “Técnicas Freinet e trabalho pedagógico na Educação Infantil: reflexões sobre os Cantos de Trabalho”, uma discussão sobre os cantos de trabalho na prática pedagógica com crianças pequenas. Pautadas nas contribuições dos estudos desenvolvidos por Celestin Freinet (1896-1966), as autoras advogam que a proposição de Cantos de Trabalho na sala referência possibilita com que as crianças sejam sujeitos no processo de constituição humana. A partir dos dados obtidos na pesquisa, as autoras evidenciam que a atividade docente respaldada nos pressupostos dos Cantos de Trabalho, promove situações educativas dirigidas ao desenvolvimento de qualidades especificamente humanas desde a infância, tal como os modos sofisticados de pensar, ser, sentir e agir.

Por fim, o artigo que finaliza o dossiê intitula-se: “Avaliação na Educação Infantil: que saberes mobilizar?” e foi escrito por Erone Hemann Lanes (URI do Alto Uruguai e das Missões) e Jordana Wruck Timm (URI do Alto Uruguai e das Missões). A partir da metodologia de pesquisa narrativa do tipo investigação-formação, com procedimentos de análise documental, proposição de questionário, observação participante e produção de narrativas, as autoras discutem o processo avaliativo vivenciado por professoras durante um ano letivo, no contexto de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de um município localizado no Espírito Santo - ES. No decorrer do artigo, as autoras discutem a participação de crianças e bebês na avaliação institucional em relação aos movimentos realizados e desafios enunciados pelas docentes quando se dispõem à escuta das vozes infantis. As análises compartilhadas, no artigo, evidenciam diferentes propostas de participação, destacam a defesa do potencial de crianças e bebês para expressar opiniões e preferências.

Nessa perspectiva, as autoras visibilizam as tensões enfrentadas pelas professoras nos processos de mobilização das crianças para participar do processo de avaliação institucional. Ademais, a partir das discussões apresentadas, as autoras inferem sobre a necessidade de os momentos de escuta perpassem diferentes situações de interações e brincadeiras e que as ações de formação continuada incluam, como pauta, reflexões acerca da compreensão dos enunciados infantis e da importância de sua participação no processo avaliativo.

Mediante a apresentação dos artigos, desejamos que as discussões compartilhadas pelos(as) autores(as) possam ensejar a proposição de investigações que sejam, cada vez mais, acolhedoras dos pontos de vista de crianças e docentes. Afinal, ao realizarmos pesquisas no contexto da Educação Infantil, assumimos o compromisso ético e político de defesa da alteridade da infância e de aposta em uma educação respeitosa e inclusiva.

Além dos artigos sobre pesquisas na Educação Infantil, com discussões conceituais, éticas e metodológicas, que compõem o dossiê deste número, a Revista Diálogo Educacional propicia a leitura de estudos sobre diferentes tópicos da área educacional, compreendendo os usos feitos pelos jovens das mídias digitais para o debate sobre política, a construção de uma falsa consciência da realidade à luz do pensamento de Gramsci, o mapeamento da produção científica brasileira sobre a formação e o modelo das escolas polivalentes, as representações sociais sobre ser professora de Educação Infantil, um estudo comparativo entre as políticas e as estratégias de internacionalização na Irlanda e no Brasil e, por último, a profissionalidade docente nas políticas curriculares para a Educação Infantil.

O artigo “Confiança e socialização política nas mídias digitais: perspectiva de jovens no ensino médio do Rio Grande do Sul”, de Ricardo Gonçalves Severo (FURG), Sérgio Botton Barcellos (UFPB) e Simone da Silva Ribeiro Gomes (UFPel) traz uma discussão sobre as possíveis mudanças nas formas de socialização política em espaços habitualmente tidos como privilegiados para isso, tais como a escola e a família. Trata, também, dos possíveis usos feitos pelos jovens das mídias digitais para o debate sobre política e analisa, com base no posicionamento ideológico dos(as) jovens, eventuais diferenças no uso do WhatsApp, do Twitter, do Instagram e do Facebook, no que se refere à confiança em seu conteúdo. A coleta de dados quantitativos foi realizada em três municípios e a pesquisa de campo consistiu na aplicação de um survey com amostra representativa composta pela aplicação de 2.169 questionários a estudantes matriculados no ensino médio regular estadual, federal e privado. Os resultados indicaram que, diferindo do senso comum que considera os jovens como crescentemente alienados e apolíticos, eles possuem um contexto de vida em que controvérsias políticas são desdobradas, inclusive com usos e engajamentos políticos nas redes sociais digitais.

Adiante, Patrícia Munhoz (PUCPR) e Peri Mesquida (PUCPR), no artigo “Construção de uma falsa consciência da realidade: as Fake News à luz de Antonio Gramsci”, buscam demonstrar como o pensamento gramsciano pode auxiliar na compreensão dos processos e consequências da produção de Fake News no mundo contemporâneo e da necessidade de uma escola ligada à vida proposta por Gramsci. Analisam um possível caminho para a educação do século XXI, no sentido da formação dos sujeitos para uma realidade permeada de falsos discursos, que buscam criar uma falsa consciência da realidade. O aporte metodológico foi a hermenêutica, que colaborou na compreensão das narrativas em seus dizeres e silêncios que produzem uma concepção de mundo, a partir de uma relação que ultrapassa o tempo, aproximando uma discussão da atualidade com o pensamento de Antonio Gramsci. Como resultado, os autores destacam a urgência de se refletir e discutir em profundidade o que permeia a produção de Fake News, com seus impactos diretos na formação de sujeitos.

Na sequência, Laércio de Jesus Café (UFTM) e Regina Maria Rovigati Simões (UFTM), em “Mapeamento da produção científica brasileira sobre a formação e o modelo das escolas polivalentes”, trazem um estado do conhecimento referente às pesquisas educacionais sobre a criação e a atuação dessas instituições. Esse mapeamento faz parte da construção de uma tese de doutorado e compreende o levantamento de teses e dissertações disponíveis no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) e na plataforma Google, correspondentes ao período de 1971 a 2021. Foram encontradas 348 teses e dissertações com o descritor “polivalente”, das quais foram selecionadas 11, que pertenciam ao recorte específico e que constituem o objeto da pesquisa do artigo. Ao final, os autores constataram a escassez de produções sobre a temática e a premência de trabalhos sobre a temática.

Em “Representações sociais sobre ser professora de Educação Infantil: a constituição da identidade docente no Curso de Licenciatura em Pedagogia”, Marilúcia Antônia de Resende Peroza (UEPG) e Bruna Emilyn da Sila (UEPG) apresentam, como aspecto da formação inicial de licenciadas em Pedagogia, suas representações a respeito da constituição da identidade docente referente ao ser professora de Educação Infantil. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários respondidos pelas acadêmicas, a partir da exibição de uma entrevista com Maria Malta Campos (PUCSP), sobre a identidade do professor na Educação Infantil. Os resultados indicaram a afirmação de algumas representações sociais construídas historicamente sobre ser professora de crianças, mas também se encaminharam no sentido de uma compreensão a respeito das mudanças necessárias quanto à profissão, com vistas à apropriação de uma concepção coerente e responsável do que é ser professora de crianças pequenas e à valorização da identidade docente.

Comparar o processo de internacionalização do ensino superior na República da Irlanda e no Brasil em termos macro e micro foi o objetivo do estudo apresentado por Rosane Karl Ramos (SME Petrópolis), em “Internationalization on Policies and Strategies in Ireland and Brasil: a comparative study” (Políticas e estratégias de internacionalização na Irlanda e no Brasil: um estudo comparativo). O artigo, por meio de uma revisão sistematizada de cunho qualitativo realizada por meio de análise documental, traz o processo de internacionalização a partir de documentos oficiais, com as principais estratégias usadas na sua implementação. Ao final, conclui que há a predominância da perspectiva hegemônica de internacionalização em ambos os países que, não obstante suas diferenças, compartilham a ênfase significativa nos aspectos e benefícios predominantemente econômicos envolvidos no processo de internacionalização do ensino superior.

Juliana Diniz Gutierres Borges (IFRS) e Maria Manuela Alves Garcia (UFPel), em “Profissionalidade docente nas políticas curriculares para a Educação Infantil no Brasil: Cuidadora? Professora? Professora-cuidadora?” investigam, do ponto de vista da Teoria Política do Discurso, de Laclau e Mouffe, as articulações discursivas de diferentes agentes e organizações que, no Brasil, disputaram hegemonia em torno da profissionalidade docente para a Educação Infantil, no contexto da produção das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - DCNEI e da Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil - BNCC/EI. Como estratégia de pesquisa, foram manejadas formações discursivas, fazendo emergir as contingencialidades que possibilitaram a constituição de certos discursos frente a um exterior antagônico. Argumentam as autoras que múltiplas formações discursivas sobre a infância, o ser e o agir docentes deixaram rastros nesses documentos, ressaltando-se a precariedade dos sentidos que se estabilizaram, impossibilitando a fixação de um sentido específico e último dessa docência e sua formação profissional, pela existência de outros enunciados que disputam a hegemonia, ameaçam e se antagonizam nos processos políticos. O estudo de políticas curriculares, a partir desse enfoque discursivo, possibilitou deslocamentos de articulações de sentidos e a reconfiguração de modos instituídos de docência, desestabilizando estruturas tidas como estáveis. Estudar as políticas curriculares a partir desse enfoque discursivo possibilitou deslocamentos de articulações de sentidos e a reconfiguração de modos instituídos de docência, desestabilizando estruturas tidas como estáveis.

Desejamos a todos(as) uma boa leitura!

Referências

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