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Revista Diálogo Educacional

versão impressa ISSN 1518-3483versão On-line ISSN 1981-416X

Rev. Diálogo Educ. vol.23 no.77 Curitiba abr./jun 2023  Epub 15-Ago-2023

https://doi.org/10.7213/1981-416x.23.077.ao01 

Artigos

A monitoria nos institutos federais: concepções de estudantes e docentes do ensino médio integrado

Monitoring in federal institutes: conceptions of integrated high school students and teachers

Rosiane Borges de Carvalho Lemos[a] 
http://orcid.org/0000-0002-3906-2570

Claudio Zarate Sanavria[b] 
http://orcid.org/0000-0002-4664-4421

[a]Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Campo Grande, MS, Brasil, e-mail: rosianeborgeslemos@gmail.com

[b]Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Campo Grande, MS, Brasil, e-mail: claudio.sanavria@ifms.edu.br


Resumo

Este artigo aborda as concepções de estudantes monitores e docentes orientadores de um instituto federal, visando conhecer a monitoria pelos olhos daqueles que a vivenciam, ou, melhor, desvelar o que eles entendem sobre a monitoria, como são desenvolvidas as atividades, as motivações para participar, as contribuições oferecidas e as formas de divulgação do programa. Por meio de uma pesquisa qualitativa de natureza descritivo-explicativa, os dados foram coletados por meio de entrevista e analisados a partir da perspectiva da análise de conteúdo. Os dados evidenciam que a maioria dos participantes entende a monitoria como um instrumento de ajuda que beneficia alguns atores. Para muitos, essa ajuda significa “tirar dúvidas” dos demais estudantes. Compreendem ainda que o único objetivo do programa é prestar apoio ao aprendizado do estudante, não percebendo a monitoria como possibilidade de atividade extracurricular que colabore com a formação plena dos estudantes monitores. Conclui-se que, não basta aos atores saber da existência da monitoria, é preciso também conhecer os benefícios, as possibilidades oferecidas, e entendê-la como um importante instrumento de apoio ao ensino, à aprendizagem, à permanência e ao êxito. Logo, além de implementar um programa, é preciso acompanhá-lo, divulgá-lo, avaliá-lo e discutir sobre ele reflexivamente, dada a sua importância para a Educação Profissional e Tecnológica.

Palavras-chave: Evasão escolar; Permanência e êxito; Educação Profissional e Tecnológica

Abstract

This paper discusses the conceptions of student monitors and teachers advisors of a federal institute, aiming to know monitoring through the eyes of those who experience it, or rather, to reveal what they understand about monitoring, how activities are developed, motivations to participate, the contributions offered and the ways of disseminating the program. Through a qualitative research of an explanatory descriptive nature, data were collected through interviews and analyzed from the perspective of content analysis. The data show that most participants understand monitoring as a help instrument that benefits some actors. For many, this help means “resolving doubts” from other students. They also understand that the only objective of the program is to support student learning, not perceiving monitoring as a possibility of extracurricular activity that collaborates with the full training of student monitors. It is concluded that it is not enough for actors to know about the existence of monitoring. It is also necessary to know the benefits, the possibilities offered, and understand it as an important instrument to support teaching, learning, permanence and success. Therefore, in addition to implementing a program, it is necessary to monitor it, disseminate it, evaluate it and discuss it reflexively, given its importance for Professional and Technological Education.

Keywords: School dropout; Permanence and success; Professional and Technological Education

Resumen

Este artículo discute las concepciones de estudiantes monitores y docentes asesores de un instituto federal, con el objetivo de conocer el monitoreo a través de los ojos de quienes lo experimentan, o más bien, revelar lo que entienden sobre el monitoreo, cómo se desarrollan las actividades, las motivaciones para participar, las las contribuciones ofrecidas y las formas de difusión del programa. A través de una investigación cualitativa de carácter descriptivo explicativo, los datos fueron recolectados a través de entrevistas y analizados desde la perspectiva del análisis de contenido. Los datos muestran que la mayoría de los participantes entienden el monitoreo como un instrumento de ayuda que beneficia a algunos actores. Para muchos, esta ayuda significa “resolver dudas” de otros alumnos. También entienden que el único objetivo del programa es apoyar el aprendizaje de los alumnos, no percibiendo el seguimiento como una posibilidad de actividad extraescolar que colabora con la formación integral de los alumnos monitores. Se concluye que no es suficiente que los actores conozcan la existencia de monitoreo. También es necesario conocer los beneficios, las posibilidades que ofrece y entenderlo como un importante instrumento de apoyo a la enseñanza, el aprendizaje, la permanencia y el éxito. Por lo tanto, además de implementar un programa, es necesario monitorearlo, difundirlo, evaluarlo y discutirlo reflexivamente, dada su importancia para la Educación Profesional y Tecnológica.

Palabras clave: Abandono de escuela; Permanencia y éxito; Educación Profesional y Tecnológica

Introdução

A história da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no âmbito brasileiro é marcada pela dualidade entre a formação propedêutica - voltada aos que irão realizar atividades intelectuais - e a formação profissional, destinada aos que forem desempenhar atividades manuais. A partir da Constituição Federal de 1988, houve um intenso movimento em prol de uma educação, visando a integração entre a formação geral e profissional. Tal anseio foi atendido (em partes) por meio do Decreto 5.154/04, abrindo a possibilidade legal para a integralização entre o Ensino Médio e a Educação Profissional. Uma formação que integre, de fato, as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura em um único currículo (RAMOS, 2014).

Em 2008, foi instituída a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, criando os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, que surgiram com um novo conceito de EPT, a partir de seu compromisso com a promoção de um ensino voltado à integração e à verticalização da educação básica à educação profissional e educação superior, objetivando a transformação da sociedade por meio de uma educação crítica, reflexiva e emancipatória (BRASIL, 2008).

Os Institutos representam uma proposta diferenciada em termos de educação profissional e tecnológica, propondo uma formação integrada que visa romper a dicotomia trabalho manual e trabalho intelectual. Propõem-se como centros irradiadores de boas práticas educativas. Apesar de seus excelentes propósitos, enfrentam também problemas para garantir a permanência e êxito de seus estudantes.

A evasão e retenção escolar constituem um problema preocupante na EPT. Dentre os fatores que influenciam para essa problemática situação estão: a dificuldade pessoal de adaptação à vida estudantil; a falta de habilidades ou hábitos de estudo; defasagem inerente à formação escolar anterior; a didática dos professores; as reprovações constantes; dificuldades de adaptação à organização didático-pedagógica; a desmotivação para os estudos; dificuldades financeiras; a falta de apoio da família, dentre outros (IFMS, 2016). Segundo Dore et al. (2014, p. 388), a evasão é “um fenômeno complexo, multifacetado e multicausal, atrelado a fatores pessoais, sociais e institucionais, que podem resultar na saída provisória do aluno da escola ou na sua saída definitiva do sistema de ensino”.

Percebemos, assim, que o acesso à educação pode propiciar, em um primeiro momento, a inclusão social, mas não garante a permanência e êxito dos estudantes. Kuenzer (2000) corrobora ao afirmar que a melhoria nos índices de atendimento não depende somente da expansão de vagas, mas também da diminuição da evasão e retenção. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS), preocupado com esses dados, instituiu o Programa de Permanência e Êxito dos estudantes do IFMS. O Programa é “uma estratégia institucional de planejamento, execução e avaliação das ações e atividades que assegurem as condições de permanência e êxito dos estudantes matriculados no IFMS’’ (IFMS).

O Programa de Monitoria do IFMS, criado em 2014, tem como objetivo auxiliar estudantes com dificuldades no processo de ensino e aprendizagem e na organização dos estudos, dentro de um processo participativo e colaborativo que articule teoria e prática. Além disso, busca destinar aos estudantes, dentro das necessidades de formação, uma opção extra ao espaço de aprendizagem da sala de aula e, principalmente, apoiar as atividades que contribuam para o fortalecimento dos cursos ofertados pela instituição (IFMS, 2016).

A monitoria pode ser entendida como modalidade ou estratégia de ensino que visa à melhoria do processo de ensino e aprendizagem por meio de atividades que auxiliem os estudantes na compreensão, aprofundamento e produção de conhecimentos. Além de ampliar e enriquecer a participação dos estudantes na vida escolar, contribui, também, para o fortalecimento da relação professor-aluno e possibilita a vivência pedagógica. Conceição et al. (2017) acrescentam que as práticas e experiências estabelecidas por meio da monitoria fortalecem a articulação entre teoria e prática. Em complemento, a monitoria precisa estar articulada com o projeto político-pedagógico do curso e com as demandas institucionais. Portanto, não pode ser desenvolvida de maneira isolada (NUNES, 2007).

A monitoria pode ser desenvolvida em ambientes on-line, em sala de aula e extraclasse. Nunes (2007) defende que, necessariamente, as atividades do monitor não precisam ocorrer apenas na forma presencial. Também podem ser realizadas a distância, por meio de ambiente virtual de aprendizagem ou recursos da internet no qual o monitor será o moderador ou mediador.

Em ambiente on-line, Batista (2018) define a monitoria como uma ferramenta cognitiva baseada em técnicas de multimídia interativa que apoiam o ensino de disciplinas em que o aluno tem dificuldade de aprender, sendo um suporte a atividades extraclasse. Em sala de aula, os monitores auxiliam nas atividades desenvolvidas pelos estudantes, em ação conjunta com o professor. De modo presencial extraclasse, mais utilizado nos ambientes educacionais, os monitores auxiliam os estudantes em horário posterior à oferta da disciplina (CUNHA JÚNIOR, 2015).

Geralmente, as atividades desenvolvidas por um estudante monitor ocorrem sob a orientação e supervisão de um professor. O monitor é um educando que se encontra em um estágio mais avançado de conhecimento ou ano/semestre e que tenha cursado com bom desempenho a disciplina a qual irá auxiliar. Seu trabalho consiste em auxiliar outros estudantes, esclarecendo dúvidas surgidas em sala de aula ou mesmo aprofundar conteúdos, entre outras atividades estabelecidas em seu plano de atividades. O monitor pode ser bolsista ou atuar de modo voluntário.

O papel do professor responsável pelo monitor, segundo Pereira (2007, p. 75), é “de mediador dos conhecimentos, estabelecendo a relação entre os conhecimentos específicos e a prática pedagógica. Para isso é necessário um acompanhamento sistemático das atividades a serem desempenhadas pelo monitor”. As atribuições do professor vão desde a elaboração do plano de atividades até acompanhamento e orientação dessas atividades por meio de suportes teórico-metodológicos e práticos que são indispensáveis para formação do monitor e, portanto, base para uma futura formação docente (PEREIRA, 2007).

Compreendemos que a finalidade da monitoria contempla, entre outras, a melhoria do processo de ensino e aprendizagem, a articulação entre teoria e prática, e constitui-se uma oportunidade a mais para aprendizagem e base para uma futura formação docente. Neste contexto, algumas indagações surgiram: a) Monitores são preparados para desenvolver as atividades de monitoria? b) Como o estudante monitor entende a monitoria? c) Como o docente entende a monitoria e como percebe o monitor nesse contexto? d) O entendimento que monitores e docentes orientadores possuem sobre a monitoria está contribuindo para a permanência e êxito dos estudantes?

Nesse contexto, este artigo descreve parte dos resultados de uma pesquisa de mestrado que buscou analisar as concepções de docentes e estudantes quanto ao papel da monitoria no processo de permanência e êxito no âmbito da educação integrada de um campus de instituto federal, a partir da aplicação de um manual interativo. Partimos do pressuposto de que o Programa de Monitoria é uma excelente ferramenta de apoio pedagógico e, a partir disso, perguntamos: a compreensão que monitores e docentes orientadores possuem sobre a monitoria contribui para o desenvolvimento do programa em sua potencialidade? Assim, nesse texto buscaremos evidenciar a visão de estudantes e docentes quanto aos objetivos do programa de monitoria e suas relações com a permanência e êxito

Neste artigo visamos conhecer a monitoria pelos olhos daqueles que a vivenciam, ou melhor, o que eles entendem sobre a monitoria, como são desenvolvidas as atividades, as motivações para participar, as contribuições oferecidas e as formas de divulgação do programa.

Metodologia

A investigação - cujos resultados geraram este artigo - adotou uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada e, quanto aos objetivos, são descritivo-explicativos, conforme Alves-Mazzotti (2001) e Gil (2019). Como instrumentos, foram adotados o levantamento bibliográfico e documental e a entrevista semiestruturada. A fundamentação teórica, o diálogo com os monitores e docentes orientadores, bem como análise das entrevistas, constituíram elementos imprescindíveis para o entendimento dos pressupostos que orientam as práticas de monitoria e a elaboração do produto educacional.

Os sujeitos da pesquisa foram estudantes monitores e docentes orientadores dos cursos Técnicos Integrados de Informática, de Eletrotécnica, de Mecânica e dos cursos de graduação em Tecnologia em Sistemas para Internet e Engenharia Mecânica do IFMS Campus Campo Grande. Dos dezoito (18) monitores selecionados pela instituição no período da pesquisa (2º semestre letivo de 2021), quinze (15) participaram das entrevistas, sendo treze (13) do Ensino Médio e dois (2) da graduação, e quatro (4) docentes orientadores. As entrevistas foram individuais, realizadas nos meses de setembro a dezembro de 2021. Tendo em vista o cenário da pandemia Covid-19, elas foram realizadas por meio do aplicativo de videoconferência Hangouts Meet®.

O público incluiu os cursos de graduação, pois a verticalização no ensino é uma das propostas dos Institutos Federais, o que possibilita que cursos de nível médio, graduação e pós-graduação sejam articulados para dar aos estudantes acesso a todas as etapas de ensino em uma mesma instituição (BRASIL, 2008), possibilitando, dessa forma, que o estudante do curso de graduação possa exercer as atividades de monitoria nos cursos técnicos integrados, desde que atenda aos requisitos do edital de seleção. Ademais, o Regulamento do Programa é o mesmo para os cursos de nível técnico e de graduação. Desse modo, ao abordarmos esse documento no produto educacional, sentimos a necessidade de ouvirmos o público de ambos os níveis.

Alves-Mazzotti (2001) ressalta que a pesquisa qualitativa pode gerar um volume significativo de dados, os quais devem ser organizados para possibilitar que sejam compreendidos. Desse modo, no terceiro momento, tendo como referência alguns pressupostos da técnica de análise de conteúdo de Bardin (2016), procuramos analisar e interpretar o material coletado.

Resultados

Ao buscarmos o entendimento dos estudantes monitores em relação à monitoria, perguntamos qual era a definição que eles possuíam sobre o programa. Nas respostas obtivemos como unidade de registro que ela representa um instrumento de ajuda ao atendimento de dúvidas ou de reforço a conteúdos. A totalidade dos monitores entrevistados entende que a monitoria é um instrumento de ajuda. Para muitos, essa ajuda significa “tirar dúvidas’’ dos demais estudantes. Outros entendem que, ao ajudar os colegas, os monitores são também beneficiados, pois aprofundam conceitos. Entretanto, há aqueles que compreendem que a monitoria deve servir como um instrumento para aliviar a sobrecarga do docente, ajudando-o na transmissão do conhecimento ou reforçando os conteúdos trabalhados em sala de aula. Dado esse que nos fez relembrar que Comênio (1957), no século XVII, afirmava que, com a ajuda dos monitores, seria possível transmitir o conhecimento aos estudantes. Nesse sentido, entende-se que o professor ainda é o detentor do saber e não um mediador, mentor do processo de ensino e aprendizagem. Aqui incluímos também Vigotski (2001), quando defende que a formação de conceitos não acontece por transmissão, tampouco por memorização ou assimilação.

Por outro lado, alguns monitores compreendem que a monitoria é um instrumento que contribui com a melhoria do ensino, pois colabora com a aprendizagem dos estudantes, com o trabalho docente e com a instituição.

Quando solicitamos a definição de monitoria aos docentes orientadores, a maioria conceitua-a como uma “oportunidade”: uns entendem que é oportunidade para aprender; outros que é oportunidade para ensinar e exercitar o conhecimento; e temos, ainda, aqueles que a compreendem como oportunidade para alcançar os estudantes com dificuldades. Foi possível verificar que as respostas não divergiram do conceito estabelecido pelos monitores, ou seja, a monitoria também é entendida por eles como um instrumento de apoio que beneficia alguns atores.

Os dados apontaram que: para um (1) docente, o estudante atendido tinha suas dúvidas sanadas; para dois (2) docentes, além do estudante, o monitor podia colocar em prática seu conhecimento e, também, aprofundar conteúdos. Para uma (1) docente, além do estudante, o professor se beneficia dessa ação com a aprendizagem do estudante; e para uma (1) docente, todos os atores se favoreciam com a monitoria, sendo, portanto, um instrumento que complementa o atendimento aos estudantes, o conhecimento dos monitores e o trabalho docente. Vieira (2019) ressalta que compreender os vários significados que são aferidos à monitoria é de suma importância, pois poderá determinar o desenvolvimento das atividades e dos resultados colhidos.

Vieira (2019) explica também que, quando a monitoria é dotada de um sentido formativo, envolvendo todos os atores, várias são as contribuições: o monitor aprofunda conhecimentos e desenvolve diferentes habilidades; o estudante tem a oportunidade de sanar dúvidas e apropriar-se de conhecimentos que outrora não havia compreendido; o docente orientador poderá encontrar no monitor um parceiro para mediar a aprendizagem dos demais estudantes; e a instituição, consequentemente, reduz os índices de evasão e retenção. Entretanto, quando não há sentido formativo, tornará espaço para tirar dúvidas e resolução de listas de exercícios, exclusivamente em vésperas de atividades avaliativas, conforme Nunes (2007).

Na sequência, perguntamos qual seria a finalidade e objetivos da monitoria, e obtivemos como unidades de registro: ajudar os estudantes, experiência pedagógica, integrar os estudantes, troca de conhecimentos, despertar o interesse pelo ensino, cooperação.

Verificamos que os quinze (15) monitores tinham entendimento de que um dos principais objetivos é prestar apoio ao aprendizado do estudante. Nove (9) entendem que este é único objetivo, ou mesmo a finalidade da monitoria. Outros objetivos apareceram parcialmente em algumas falas, mas não verificamos uma compreensão mais detalhada sobre a finalidade e objetivos propostos no Regulamento do Programa de Monitoria em nenhuma das respostas, principalmente a oportunidade de a monitoria ser entendida como uma atividade extracurricular que colabora com a formação plena dos estudantes monitores.

Três (3) monitores compreendem que, além do apoio ao aprendizado dos estudantes, é necessário incentivá-los a interessar-se pelo estudo ou ensino. Quando questionados sobre qual seria a sua função ou competência como monitor, a totalidade das respostas retorna à categoria dos conceitos iniciais e à categoria da finalidade e objetivos, ou seja, ajudar os estudantes. Nove (9) entendem que essa a única função do monitor; dois (2) entendem que a função do monitor é ajudar os estudantes e dar apoio ao docente orientador; três (3) destacam que ajudam os estudantes para o além do tirar dúvidas; e um (1) mencionou que, além da ajuda aos estudantes, o monitor tem compromissos, tais como definir horários, divulgar a monitoria aos demais estudantes e preencher documentos de controle diário. Observamos, portanto, que apesar da função de esclarecedor de dúvidas, os monitores preocupam-se com a aprendizagem dos estudantes.

Sobre os compromissos mencionados anteriormente, retomamos aqui as atribuições e deveres do monitor presentes no Regulamento da Monitoria, que determina que, além de dar assistência aos estudantes no esclarecimento de dúvidas e resolução de exercícios, é necessário cooperar com o atendimento dos estudantes, visando sua adaptação e integração, assim como elaborar o plano inicial e o relatório final de atividades e preencher mensalmente a ficha de frequência com as atividades desenvolvidas. Desse modo, subentendemos que o regulamento é um documento pouco conhecido por eles.

Os docentes orientadores têm opinião semelhante aos monitores em relação à função/competência do monitor, ou seja, apoiar os estudantes nas dúvidas, na resolução de exercícios. Dois (2) docentes acrescentam que eles apoiam também o docente, pois, pela proximidade com os colegas, alcançam situações numa perspectiva diferente da sala de aula. Desse modo, os atendidos sentem-se mais acolhidos e familiarizados. Um (1) dos docentes ressaltou que nem sempre o monitor terá competência para resolver todas as dúvidas. No entanto, poderá ser um elo entre o estudante e o professor, consequentemente reforçará seu aprendizado. A maioria dos docentes entende, ainda, que a função poderia ser ampliada para o além de tirar dúvidas. Ao flexibilizar as atividades, os monitores podem aproveitar seu conhecimento, sua facilidade para atingir os demais estudantes e diversificar a monitoria.

Para Nunes (2007), é preciso cuidar para que o monitor não exerça a função docente, pois ele também é estudante em desenvolvimento. Entretanto, isso não significa deixá-lo executando atividades que limitem suas potencialidades. O diálogo aberto entre professor e monitor pode contribuir não apenas com a disciplina, mas também com a formação do monitor. Nesse sentido, o autor sugere que a relação deverá ser de confiança mútua, discutindo desde as atividades diárias até a avaliação.

Ao solicitar o apoio do monitor, o docente mostra-se aberto ao diálogo, mostra que não é o detentor do saber e, sim, um ser em constante formação. Nas palavras de Nunes (2007, p. 52): ao “compartilhar suas ideias, ouvir as perspectivas, dúvidas e indagações do monitor no convívio de sua prática profissional, inicia-se uma abertura e uma aprendizagem para voos mais ousados”.

Em relação à função ou competência do docente orientador, os dados nos possibilitaram identificar três situações diferentes: na primeira subcategoria, a maioria dos monitores entende que o docente deve apoiá-los repassando as atividades desenvolvidas em sala de aula, tirando suas dúvidas quando necessário, ou seja, oferecendo um suporte para monitor. Na segunda, é possível verificar, por meio das falas dos monitores, que compete ao docente orientador atuar na formação do monitor, oferecendo suportes teórico-metodológicos e práticos e, em alguns casos, suporte emocional. Em outros termos, proporcionar possibilidades para que eles desenvolvam suas potencialidades. Na terceira, os monitores não sabiam qual era a competência do orientador. Um (1) monitor, após muitas dúvidas, conclui que acha que esta consistia em explicar a matéria para os alunos. Outro alegou não saber qual a competência, pois precisou resolver sozinho, horários, atividades, forma de atendimento etc. Aqui, foi possível observar a ausência da relação docente/monitor.

Vemos, nos dados, um movimento em torno da formação do monitor. Entretanto, essas instruções são dadas, na maioria das vezes, somente no início do processo. Para Pereira (2007), o docente orientador deve mediar os conhecimentos, organizando a relação entre conhecimentos específicos e a prática pedagógica. Frison e Moraes (2010) reiteram a necessidade de organizar e acompanhar as atividades dos monitores, proporcionando momentos de reflexão para que eles possam ampliar suas práticas para além do ensino tradicional, evitando, assim, tornar a monitoria um espaço de tarefas, reforço ou de obtenção de respostas prontas.

Com relação à formação do estudante monitor, questionamos aos docentes orientadores como eles podiam contribuir. A maioria compreendia que a própria atividade proporciona uma formação diferenciada, pois torna o monitor mais responsável, comprometido, confiante e, em muitos casos, passa a ter mais autonomia, entre outros. Contudo, naquele momento não avistava que podia contribuir efetivamente para a formação do estudante monitor.

Procuramos verificar se os estudantes monitores conheciam o Regulamento do Programa de Monitoria do XXXX. Os dados apresentados demonstram que a maioria dos monitores não conhece tal documento. Apesar de o edital abordar algumas de suas partes, nem todos se sentem confortáveis com a redação técnica de documentos oficiais, como regulamentos e editais, principalmente se o público-alvo se encontra na faixa etária de 15 a 22 anos. Esses dados são preocupantes, uma vez que o pouco conhecimento sobre informações constantes nos documentos que regulamentam o programa pode acarretar equívocos, prejudicando o seu desenvolvimento.

Com relação ao Regulamento, a totalidade dos docentes orientadores participantes afirma conhecê-lo, e apenas um (1) docente mencionou não lembrar em detalhes todos os termos que ele abordava. Destacamos que estes docentes possuem experiência anterior com a monitoria, portanto têm ou tiveram contato com ele em algum momento, ou sabem da sua existência. No entanto, uma (1) monitora nos alertou sobre a possibilidade de docentes iniciantes não o conhecerem. Alegou, inclusive, o desconhecimento por parte de sua orientadora das regras que regem a monitoria, uma vez que a docente estava iniciando essa função.

Sobre o entendimento da monitoria, nos interessava também conhecer qual seria a sua relevância para permanência e êxito dos estudantes na instituição. Porém, precisávamos verificar, primeiramente, se os monitores conheciam o Programa de Permanência e êxito dos estudantes do IFMS. Treze (13) monitores não conheciam este programa institucional e dois (2) tinham ouvido falar, porém não sabiam sobre sua finalidade, ou mesmo que a monitoria fazia parte dele.

Na sequência, indagamos sobre a relevância da monitoria para permanência e êxito dos estudantes no XXXX. Percebemos que os monitores tiveram um pouco de dificuldade na compreensão do termo permanência, como citado acima. No primeiro momento, eles entendiam a permanência como aquele momento que o professor está à disposição do aluno, e o termo êxito era incomum para eles. Após algumas explicações, as respostas foram emergindo.

Observamos que, apesar do desconhecimento sobre o Programa e mesmo do termo permanência ter para eles outro significado, após a breve explicação, quase a totalidade dos monitores passou a entender que a monitoria tem elevada relevância para permanência e êxito dos estudantes na instituição. Um (1) monitor acreditava que a monitoria somente seria benéfica para o estudante se ele tivesse interesse em conhecer mais, pois segundo ele, a monitoria pouco poderia fazer pelo estudante assistido se o interesse fosse apenas buscar respostas prontas ou mesmo que o monitor resolvesse os exercícios para ele, situações essas que ocorrem algumas vezes. Todavia, assim como os demais, este monitor acreditava no potencial da monitoria como instrumento que poderia auxiliar os estudantes a permanecerem na instituição. Alguns, aliás, não só acreditavam como citaram suas próprias experiências.

Para os docentes orientadores, a monitoria tem elevada importância para o Programa de Permanência e êxito dos estudantes do IFMS. Entendem, ainda, que ela é uma relevante ferramenta para manter o estudante no curso, pois a relação entre iguais faz com que eles se sintam mais à vontade para expressar suas dúvidas, receios e compreender melhor o conteúdo, uma vez que compartilham a mesma linguagem. Também partilham vivências e interesses, tornando a aprendizagem, dessa maneira, mais significativa (MORAN, 2015; NATÁRIO; SANTOS, 2010; FRISON, 2016).

A monitoria oportuniza alcançar aqueles estudantes com possibilidades de desistência por não se sentirem confortáveis em buscar apoio no docente. Os dados não deixam dúvidas de que a monitoria contribui para permanência e êxito dos estudantes. Sua relevância é destacada como um instrumento que proporciona aos estudantes desde sanar suas dúvidas, evitando, muitas vezes, a retenção/reprovação ou a evasão, até a possibilidade de inversão de papéis. Em outras palavras, em um momento é local para solicitar ajuda, no outro pode ser local onde ajuda alguém, abrindo caminho para futuras formações. Segundo Natário e Santos (2010, p. 356), além de ser espaço de aprendizagem extra pode ser local de desenvolvimento de habilidades docentes. Acrescentam, ainda, que o programa deve proporcionar aos estudantes a possibilidade de desenvolver seu potencial, “auxiliando-os na formação profissional”.

Ao solicitarmos a descrição das atividades que são desenvolvidas pelos monitores, observamos que, entre outras atividades, “tirar dúvidas’’ era citada constantemente, aparecendo em todas as respostas. Entretanto, sete (7) monitores descrevem-na como única realizada, enquanto oito (8) apontam que, além delas, prestam apoio ao estudante na revisão de conceitos, na resolução de exercícios, em dúvidas no desenvolvimento de projetos. É importante destacar que, apesar de desenvolverem outras, a totalidade das respostas aponta que a maioria dos estudantes busca o auxílio para o esclarecimento de dúvidas, seja em conteúdos ou resolução de listas de exercícios. Os docentes orientadores afirmam, também, que as atividades desenvolvidas correspondem a tirar dúvidas sobre conteúdos ou de listas de exercícios.

De acordo com o Regulamento do Programa de Monitoria, a resolução de listas de exercícios ou trabalhos é vedada aos monitores, uma vez que eles devem se limitar a prestar apoio aos estudantes que buscam pelo auxílio. Entende-se, portanto, que a resolução de exercícios ou o desenvolvimento de trabalhos cabe aos próprios estudantes, para que não ocorra a obtenção de respostas prontas ou resolução da atividade para eles, descaracterizando um dos propósitos da monitoria, que é ajudar o estudante a superar dificuldades na aprendizagem e na organização dos estudos. Em outras palavras, perde-se a oportunidade de atuar na zona de desenvolvimento iminente do estudante, uma vez que o monitor não compreenderá seu nível real de conhecimento e, desse modo, não poderá ajudá-lo a resolver as dúvidas ou problemas (VIGOTSKI, 2001).

Ao receber o estudante, o monitor poderá auxiliá-lo, não fornecendo somente respostas ou realizando o trabalho por ele e, sim, questioná-lo, permitindo que ele expresse suas dúvidas e, a partir disso, aponte caminhos que o ajude a (re)construir o conhecimento. Dessa maneira, possibilitará o surgimento de novas aprendizagens ou novas formações. Aquilo que poderá ser desenvolvimento real/atual amanhã, como diz Vigotski. Conforme Freire (1996), o novo conhecimento supera outro que antes foi novo e se fez velho e se dispõe a ser ultrapassado amanhã. Por isso é tão importante compreender o conhecimento existente e o quão aberto e apto o estudante está para a produção de conhecimentos que ainda não existem.

Ao entendermos que o conceito de zona de desenvolvimento iminente é relevante para atividades de monitoria, indagamos aos monitores se, ao receberem o estudante que precisa de auxílio, eles procuram atuar somente sobre a necessidade ou procuram verificar o que o estudante conhece sobre aquele conteúdo para ajudá-lo a encontrar a solução. As respostas revelaram que quatro (4) monitores buscavam somente solucionar a dúvida do estudante, e onze (11) apontaram a preocupação em contribuir com o aprendizado dos estudantes. Essa preocupação se apresentou de duas maneiras: na primeira, três (3) monitores mostraram-se preocupados em não dar respostas prontas aos estudantes. Na segunda, os demais monitores mostravam a preocupação com o aprendizado dos estudantes.

Percebemos que os monitores tentam verificar qual é o conhecimento anterior dos estudantes, aproximando-se do que Vigotski chama de “limiar inferior da aprendizagem” e, a partir disso, procuram ajudá-los. Nas falas, é possível compreender, ainda, a impossibilidade de avançar para conhecimentos superiores sem que os básicos sejam trabalhados, sanados. Nesse sentido, retomamos Faria (2010), quando diz que a monitoria pode ser caracterizada como um espaço constante de criação de zonas de desenvolvimento iminentes, pois a interação entre aluno e monitor faz com eles produzam questionamentos e considerações diferentes da sala de aula. Mas, para Vigotski (2010), a criação dessas zonas depende de processos de instrução/ensino corretamente estruturados.

Assim, considerando o cuidado que se deve ter no processo de instrução/ensino, entendemos que o plano de atividades é o primeiro passo para estruturar as atividades do monitor. Juntos, monitor e docente orientador o elaboram, traçando objetivos, estabelecendo atividades, definindo horários, trocando informações e esclarecendo dúvidas. Deve ser elaborado visando o desenvolvimento do estudante monitor e os demais estudantes. Será uma referência para o monitor e docente orientador iniciarem as atividades e acompanhá-las ao longo do semestre letivo.

Desse modo, perguntamos se havia plano de atividades a ser desenvolvido na monitoria. Dos quinze (15) monitores, doze (12) apontaram a existência do Plano de Atividades - de preenchimento obrigatório - que deveria ser entregue juntamente com o Termo de Compromisso como parte integrante dos documentos exigidos para efetivação do monitor, com informações básicas. Esse dado foi necessário extrair de suas falas, pois muitos monitores, em um primeiro momento, respondiam que não existia plano. Depois, diziam que havia o plano de entrega obrigatória. Os demais monitores responderam que não havia plano. Como ele é um documento exigido em edital, acreditamos que eles preencheram e entregaram sem dar a devida atenção.

Aos que responderam que havia Plano de Atividades, indagamos sobre sua elaboração, isto é, quem participou da elaboração. Sete (7) monitores afirmaram que eles mesmos preenchiam o plano de atividades pré-estabelecido no edital e enviavam ao docente responsável. Três (3) contaram com a colaboração do docente para definirem as atividades, horários e resultados esperados. Um (1) preencheu apenas os dados pessoais, e o docente ficou responsável em concluí-lo, e um (1) não o havia preenchido ainda, apesar de ter conhecimento de sua existência. Os dados nos permitem inferir que o plano é entendido como mais um documento a ser entregue para o setor responsável do que uma oportunidade para prover ações que possam favorecer o ensino e a aprendizagem. Isso evidencia a existência de falhas na comunicação entre docente e monitor neste primeiro contato.

É bom lembrarmos que a monitoria não deve ser considerada como uma atividade de ensino fácil. Segundo Frison (2016), ela é uma prática exigente e, por isso, requer acompanhamento e cuidado constante na formação dos monitores, tornando o papel do docente orientador indispensável, uma vez que ele será fundamental para organização e direcionamento desse processo. Logo, ao estruturar as atividades em colaboração, ele possibilita aos estudantes sair de uma zona de desenvolvimento e encaminhar-se para outra.

Faria (2010) defende que essa prática deve ser exercida por meio de um processo colaborativo entre pessoas com interesses em comum. Portanto, para o seu bom desenvolvimento, entendemos que deve envolver regras, divisão de trabalho, compartilhamento de informações, conhecimentos, dúvidas, incertezas e conquistas. Diante desse posicionamento, acreditamos ser necessário conhecer um pouco sobre a orientação na monitoria, o que nos levou a questionar se o docente orientador direcionava as atividades de monitoria.

Observamos que, para os docentes orientadores, além das orientações básicas iniciais, da atualização dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula e a disposição para sanar dúvidas ou contatos esporádicos, o monitor tem certa liberdade para desenvolver as atividades, recorrendo a eles em caso de necessidade. Já dos monitores, ouvimos de doze (12) que as atividades não são direcionadas, isto é, eles possuem liberdade para desenvolvê-las da forma que acreditam ser melhor para o estudante. Para alguns, essa “liberdade’’ significa total ausência de orientação; em outros cinco (5) casos o docente informa ao monitor o conteúdo que está trabalhando em sala de aula para que possa estar preparado para dúvidas que surjam. Além disso, maior parte (13) informou que, em caso de necessidades e/ou dúvidas, podem entrar em contato com o orientador por WhatsApp®, e-mail ou procurá-los no intervalo de aulas. O mesmo procedimento, segundo os monitores, é realizado pelo orientador em caso de necessidades, informações ou atualizações. Mas há aqueles que procuram realizar um trabalho mais próximo ao docente ou ao monitor.

Assim como Natário e Santos (2010), concordamos que as atividades de monitoria devem ser desenvolvidas com flexibilidade e liberdade para que a troca de conhecimentos e dúvidas ocorram espontaneamente entre pares. Por outro lado, pactuamos também com Frision (2016) de que é necessário que a orientação ocorra para organizar e direcionar o processo. Os dados analisados evidenciam a importância do orientador para o bom desempenho do monitor, uma vez que essa prática é permeada por receios, incertezas e dificuldades, principalmente para os monitores iniciantes.

Ao assumir o compromisso de uma monitoria, a ansiedade inicial (o que fazer, como fazer, como será, como agir com os colegas, como encontrar informações) é um sentimento comum entre eles, conforme relatado por onze (11) monitores quando questionados se tem ou tiveram, anteriormente, dificuldades na monitoria. Esse sentimento pode ser amenizado com o apoio do orientador, segundo os relatos.

Alguns descreveram que a pouca procura pela monitoria por parte dos estudantes, ou a procura somente em véspera de avaliação ou final de semestre, é uma dificuldade para eles, pois não sabem como lidar com isso. Observamos que algumas situações poderiam ser discutidas com o orientador. Para Natário e Santos (2010), o monitor é um agente capaz de fortalecer a relação professor/aluno/instituição. Entretanto, para que isso ocorra, é necessário ele se sinta acolhido pelo orientador e, juntos, esclareçam as dúvidas, discutam as dificuldades e proponham alternativas para amenizar os problemas encontrados. A relação existente entre monitor e docente, para Cunha Júnior (2015), possibilita levantar questões que, se realizadas ou propostas individualmente, não seriam levadas em consideração. Por isso, ressaltamos, novamente, a importância do plano de atividades, pois, além de ser um instrumento que pode ajudar a propor ações que favoreçam o ensino e aprendizagem, será também oportunidade para que eles (docente/monitor) estabeleçam uma relação, numa perspectiva diferente da sala de aula, abrindo possibilidades para novas aprendizagens e desenvolvimentos, ou, reiterando Nunes (2007, p. 52), “para voos mais ousados”.

Vigotski (2018b) explica-nos que o novo aprendizado não surge do nada. Surge de necessidades criadas antes dele e se apoia em possibilidades futuras. No entanto, inicia seu percurso a partir da imitação e, ao longo de sua trajetória, modifica-se e novos conhecimentos são construídos. Desse modo, tendo em vista o conceito de imitação e a importância do docente para formação do estudante, procuramos verificar se, ao desenvolver as atividades de monitoria, eles seguiam o exemplo de algum professor.

Ao descrever os atributos de determinados professores e tentar imitá-los, a Monitora dá continuidade à ideia de Bandura (2017) de que há uma tendência em selecionar características distintas, misturando-as e criando modelos diferentes, novas maneiras de fazer as atividades.

Na continuidade das falas sobre ter como referência alguns docentes para desenvolver a monitoria, catorze (14) dos monitores afirmaram que tem como modelo um ou mais docentes. Alguns citaram os orientadores, outros mencionaram alguns professores de disciplinas da instituição e os demais indicaram docentes de instituições diferentes, inclusive do ensino fundamental. As características citadas foram desde a utilização dos mesmos materiais, seguir a mesma didática, até aos atributos pessoais como: a calma, a gentileza, a sabedoria, a proatividade, a organização, a paciência, a descontração e a disponibilidade.

Para Freire (1996), o professor deve saber escutar o estudante nas suas dúvidas, receios e incapacidades momentâneas, pois, ao escutá-lo, aprende a falar com ele. A escuta, portanto, requer calma, paciência, humildade, tolerância, disponibilidade e respeito, características essas necessárias para o desenvolvimento da prática educativa, ou, nas palavras de Freire (1996), saberes necessários à prática educativa. Inclusive, tais características foram apresentadas pelos monitores como o diferencial dos docentes que são, para eles, referência pedagógica.

Segundo Nunes (2007), o estudante convive com inúmeros professores no decorrer de sua formação. Desse modo, possui concepções básicas sobre o que é ser professor, aprendizagem, ensino e pesquisa. Porém, ao longo do percurso formativo, essas concepções serão modificadas. O monitor, portanto, desenvolverá sua prática a partir dos modelos vivenciados. Relembramos, aqui, que essa prática não será uma simples recordação do que foi vivenciado, mas de “uma reelaboração criativa de impressões vivenciadas”, uma vez que a atividade humana vai além da reprodução mecânica. Trata-se de um processo de reconstrução, de tomada de consciência, no qual novas conexões são estabelecidas e neoformações são criadas, conforme Vigotski (2018b, p. 18).

Outro ponto abordado, visando conhecer os resultados dos trabalhos desenvolvidos nas atividades, referiu-se à aprendizagem do estudante monitorado. Desse modo, indagamos se havia contribuição para aprendizagem dos estudantes. A totalidade dos monitores não tinha dúvidas de que as atividades da monitoria contribuíam para a melhoria da aprendizagem. Nove (9) entrevistados afirmaram receber retorno dos estudantes sobre a resolução do exercício, a melhoria no conteúdo, a aprovação na disciplina, o esclarecimento da dúvida e a permanência após encontrar o apoio que necessitavam.

Um ponto importante destacado foi o entendimento de que a monitoria é mais uma opção de ensino. O regulamento do programa traz como um dos objetivos a oferta desse apoio para aprendizagem extra à sala de aula, conduzida por estudantes que compartilham a mesma linguagem, realidade e formas de pensar. A monitoria possibilita aos estudantes outra opção de aprendizagem, diferente do ambiente tradicional de ensino professor/aluno.

A colaboração também pode ser percebida nas falas dos monitores, ao sugerirem que eles poderiam aprender juntos. Cunha Júnior (2015) defende que, na perspectiva vigotskiana, colaborar é contribuir para que o estudante possa realizar tarefas que não conseguiria realizar sozinho em determinado momento e, a partir dos questionamentos compartilhados, novas zonas de possibilidades são criadas.

Os monitores descreveram que a pouca procura pelo auxílio do monitor ou mesmo recorrer apenas para obtenção de respostas prontas era um fator de desmotivação. Para Vieira (2019), a pouca procura ou somente a procura em vésperas de provas, além de desmotivar o monitor, desencadeia algumas dificuldades, como a falta de tempo para explicar o conteúdo, espaço físico insuficiente para comportar todos os estudantes que deixam para o último momento e o monitor, assim, poderá não conseguir atender as diferentes demandas.

Ainda assim, apesar da baixa adesão em algumas disciplinas, os docentes afirmaram que a monitoria era uma alternativa que beneficiava os estudantes. A totalidade dos docentes orientadores apontou contribuições para a melhoria da aprendizagem dos estudantes.

Toda ação traz resultados. No caso da monitoria são exitosos, como descrito pelos docentes. Os docentes pressupõem que, para os monitores, há um reforço na sua aprendizagem, pois, ao ensinar ao outro, ele acaba aprendendo também, compreende a complexidade dos conteúdos, desenvolve diferentes raciocínios para resolver o mesmo problema e aprende a lidar com outras pessoas. Vigotski (2001) nos explica, novamente, que as funções psicológicas superiores surgem e são transformadas a partir das relações sociais. Dessa forma, ensino e aprendizagem apresentam-se como princípios fundamentais para o desenvolvimento do ser humano. Então, não se pode dizer que o estudante, após passar pela experiência da monitoria, não terá ganhos na sua aprendizagem e no seu desenvolvimento.

Ainda em relação à aprendizagem proporcionada nas atividades de monitoria, alguns monitores (4) confirmaram que se beneficiam também, pois podem rever alguns conceitos, aprofundar-se em outros para auxiliar os estudantes, ou têm a oportunidade de compreender algum conteúdo com os colegas monitorados, além das relações interpessoais estabelecidas. Freire (1996) corrobora com a pressuposição dos docentes mencionadas ao defender que o processo ensino/aprendizagem é uma via de mão dupla, ou melhor, aquele que ensina também aprende, e aquele que aprende também ensina.

No que diz a respeito à preparação para ser monitor, questionamos se, para o desenvolvimento das atividades, existia algum apoio técnico ou treinamento que explicasse a dinâmica da monitoria ou, mesmo, se havia sido disponibilizado algum tipo de material instrucional que o ajudasse a entender melhor a monitoria, suas finalidades, atividades e documentos. A totalidade dos monitores afirmou não ter conhecimento sobre essa prática ou material instrucional. Mas, disseram receber informações bem básicas sobre documentação que deveriam entregar e que algumas dúvidas, ou mesmo o conceito monitoria, poderiam ser sanadas pelo edital.

Quando indagamos sobre qual seria a contribuição da prática de monitoria para formação educacional ou para o futuro profissional do monitor, extraímos das falas que, para oito (8) monitores, as atividades contribuem para o desenvolvimento pessoal, possibilitando, principalmente, vivenciar novas relações interpessoais; para seis (6), contribuem para obtenção de experiência pedagógica ou mesmo a possibilidade de futura formação; e, para um (1) contribui para o desenvolvimento de atividades extracurriculares.

Embora a maioria dos monitores tenha conceituado a monitoria como um instrumento de ajuda aos estudantes monitorados, vemos nos dados que esse apoio contribui também para o desenvolvimento pessoal do monitor, possibilitando aprofundar conceitos ao ensiná-los, vivenciar novas relações interpessoais e aprimorar as habilidades de comunicação e organização. Para alguns proporciona, ainda, experimentar a prática pedagógica ou abre caminho para a escolha de uma profissão. Para Conceição et al. (2017), a monitoria prepara futuros profissionais para atuar em situações sociais mais complexas.

Quatro (4) monitores descreveram, ainda, outros motivos para participar da monitoria, como: o desafio de participar de um processo seletivo, a necessidade de monitor em determinadas disciplinas, o compromisso em ajudar outros colegas e a satisfação de ver outras pessoas superando dificuldades.

Ao analisarmos os resultados da questão, ficou notório que o desejo de compartilhar conhecimentos com os quais tem afinidade, a melhoria no desenvolvimento pessoal (ter mais confiança, autonomia, conhecimentos) e, até mesmo, a melhoria no currículo escolar, destacam-se entre os motivos apresentados pelos monitores. Destacamos, também, que o interesse pelo auxílio financeiro (bolsa) se mostrou não ser fator predominante para o estudante tornar-se monitor. Esse dado nos chama a atenção, pois, nesta seleção de monitores, não havia nenhum na modalidade voluntária. Apenas um (1) a exerceu como voluntário, anteriormente. Isso evidencia o desconhecimento dessa modalidade.

Do outro lado, os docentes orientadores entendem que a monitoria traz benefícios financeiros aos estudantes monitores, sendo um fator que o estimula a querer participar do processo. Um docente chegou a sugerir que o valor do auxílio dever ser melhorado e ofertado por um período maior, ou seja, que possa ser pensando em ser um programa anual, similar aos projetos de pesquisa. De acordo com este docente, isso evitaria que o monitor desistisse no andamento, ou mesmo já na inscrição, pois, muitas vezes, o estudante desiste de participar, apesar de gostar, porque para ele são mais vantajosos outros projetos, principalmente quando envolve a necessidade financeira.

Já na relação entre ser docente futuramente e interessar-se por atividades de ensino e aprendizagem, apesar de ambas serem dependentes uma da outra, é notório que os estudantes não as associam, isto é, podem exercitar as atividades de ensino e aprendizagem e, nem por isso, pretendem ser docentes. No entanto, alguns monitores que estão vivenciando a experiência pela segunda ou terceira vez, afirmaram que a monitoria despertou o interesse em uma futura formação docente.

Posteriormente, contatamos que a prática pedagógica experimentada por meio da monitoria influenciou todos os docentes orientadores participantes, que foram monitores, na sua escolha profissional. Antes, não havia possibilidade de ministrar aulas futuramente. Entretanto, no decorrer do processo, esse desejo foi despertado.

Considerando as contribuições e os motivos destacados anteriormente, a totalidade dos monitores recomendaria para os colegas buscarem experiência com a Monitoria.

Posteriormente, ao indagarmos se sentiam falta de algo, ou se a monitoria poderia ser melhorada, ou se gostariam de contribuir com alguma sugestão, sete (7) monitores, além de reforçarem a necessidade de melhorar a divulgação - não somente com as informações básicas, como também de sua importância como instrumento de apoio à permanência, que vai além do auxílio financeiro - sentem falta de ter algum material instrucional para auxiliar o monitor, como para incentivar a participação dos estudantes. Dois (2) acreditam ser necessário melhorar o canal de comunicação com o docente orientador. Três (3) sugerem que, com a volta das atividades presenciais, a monitoria possa ser ofertada na modalidade híbrida. Os demais demonstram satisfação com as atividades.

Dos docentes orientadores colhemos como sugestão: a criação de um espaço próprio para monitoria; que possa ser ofertada na modalidade híbrida; que a bolsa/auxílio seja um pouco melhorada, sugerindo, inclusive, que sua oferta seja anual e não semestral para tornar-se competitiva com os demais programas; que haja algum tipo de material que ressalte a sua importância para o estudante.

A ausência de material instrucional citada pelos monitores veio ao encontro de nossa proposta de produto educacional. Como dito ao introduzir este trabalho, os estudos evidenciavam que a proposta do Programa de Monitoria representava uma excelente ferramenta de apoio pedagógico, mas poderia não estar sendo desenvolvida na sua potencialidade por ausência de material que contribuísse com a divulgação, com informações e, especialmente, para a sua valorização como instrumento de apoio à permanência e êxito dos estudantes. Compreendemos, assim, que ter domínio do conteúdo, pode não ser suficiente para ensinar ao outro.

Em síntese, ao analisarmos as concepções prévias dos estudantes e docentes quanto à monitoria, podemos afirmar que a maioria a entende como um instrumento de apoio ao estudante em relação ao esclarecimento de dúvidas. Não a avistam como uma atividade extracurricular que possa colaborar com a formação plena dos estudantes monitores. Entretanto, muitos manifestam o desejo de que a função do monitor possa ser ampliada para além do tirar dúvidas. Entendem, ainda, apesar da ausência de informações, que a monitoria contribui com a permanência do estudante na instituição.

Considerações finais

Os dados coletados nos permitiram verificar que a maioria dos participantes entendia a monitoria como um instrumento de ajuda que beneficiava alguns atores. Para muitos, essa ajuda significava “tirar dúvidas” dos demais estudantes. Compreendiam, ainda, que o único objetivo ou mesmo finalidade do programa era prestar apoio ao aprendizado do estudante. Não avistavam. naquele momento. que a monitoria poderia ser entendida como uma atividade extracurricular que colaborasse com a formação plena dos estudantes monitores.

O papel do monitor assemelhava-se ao de um esclarecedor de dúvidas. Entretanto, alguns docentes e monitores acreditavam que essa função poderia ser ampliada para além disso. O docente orientador era entendido como um apoio ao monitor, geralmente, nos momentos de dúvidas, nas instruções iniciais ou repassando as atividades desenvolvidas em sala de aula. Poucos compreendiam o papel fundamental do docente para a formação do estudante monitor.

Em relação aos documentos oficiais, tais como o Regulamento da Monitoria, percebemos que a maioria não conhecia, ou aqueles que a conheciam não tomavam conhecimento sobre seu conteúdo, pois não se sentiam confortáveis com esse tipo leitura. Desse modo, os objetivos do Programa não estavam claros para os estudantes monitores, principalmente quanto ao aspecto da permanência e êxito. Foi necessário esclarecermos alguns pontos para eles, inclusive, sobre a questão da permanência para, finalmente, extrairmos dos dados que a monitoria é um instrumento que proporciona aos estudantes sanarem suas dúvidas, evitando, muitas vezes, a retenção/reprovação ou a evasão.

Quando o assunto foi a preparação para ser monitor, verificamos que se tratavam, muitas vezes, de informações básicas sobre a documentação que deveriam entregar e as dúvidas, ou mesmo o conceito de monitoria deveria ser esclarecido pelo edital ou regulamento. Alguns chegaram a afirmar que se aprende a ser monitor exercendo as atividades, ou seja, partia-se do pressuposto que cada um sabia desenvolver tais atividades.

Após conhecermos as concepções de monitoria e as atividades desenvolvidas, confirmamos a inexistência de um material que contribuísse com a divulgação, com informações e, especialmente, para a valorização da monitoria como instrumento de apoio à permanência e êxito dos estudantes, assim como confirmamos sua necessidade.

Os resultados da pesquisa nos levam a afirmar que, muitas vezes, determinadas situações ocorrem não por ausência de interesse, mas pelo pouco conhecimento sobre a atividade, a finalidade, os objetivos, os benefícios e as possibilidades ali existentes. Isso nos permite confirmar que a ausência de material informativo/explicativo sobre o programa, adequado ao público-alvo, não estava contribuindo com o desenvolvimento do programa em todo o seu potencial.

Nesse contexto, tornamos a afirmar: não basta saber da existência da monitoria, é preciso conhecê-la, conhecer os benefícios, as possibilidades oferecidas e entendê-la como um importante instrumento de apoio ao ensino, à aprendizagem, à permanência e ao êxito. Logo, não basta implementar o Programa de Monitoria, é preciso acompanhar, divulgar, avaliar, discutir reflexivamente, dada a sua importância para a Educação Profissional e Tecnológica.

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Recebido: 31 de Janeiro de 2023; Aceito: 12 de Março de 2023

[a]

Mestra em Educação Profissional e Tecnológica, e-mail: rosianeborgeslemos@gmail.com

[b]

Doutor em Educação, e-mail: claudio.sanavria@ifms.edu.br

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