SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.23 número78Influência local do conhecimento docente sobre a qualidade da educação no ensino médioEscola, exigência e rigor: Contributo para uma abordagem complexa e inclusiva índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Revista Diálogo Educacional

versão impressa ISSN 1518-3483versão On-line ISSN 1981-416X

Rev. Diálogo Educ. vol.23 no.78 Curitiba  2023  Epub 04-Out-2023

https://doi.org/10.7213/1981-416x.23.078.ds15 

Dossiê

Qualidade de vida de professores da educação básica: reflexões englobando o paradigma da complexidade

Quality of life of Basic Education teachers: reflections encompassing the paradigm of complexity

Calidad de vida de los docentes de Educación Básica: reflexiones en torno al paradigma de la complejidad

Ricelli Endrigo Ruppel da Rocha1  [a]
http://orcid.org/0000-0002-4277-1407

Nájela Tavares Ujiie2  [b]
http://orcid.org/0000-0003-3405-4894

Caroline Elizabel Blaszko3  [c]
http://orcid.org/0000-0002-9741-2823

1Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador, SC, Brasil

2Universidade Estadual do Paraná, Campus de Paranavaí (UNESPAR/PVAI), Paranavaí, PR, Brasil

3Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Câmpus Caçador, Caçador, SC, Brasil


Resumo

Com a precarização do trabalho e as mudanças no campo da educação, tem aumentado nos docentes da educação básica a percepção de insatisfação com a sua qualidade de vida. Deste modo, via este trabalho objetiva-se apresentar a revisão de escopo de estudos realizados no período de 2010 a 2020 que avaliaram a qualidade de vida de docentes brasileiros com o instrumento chamado WHOQOL-BREF, seguida de reflexões envolvendo o paradigma da complexidade e a formação continuada como dinamizadores de melhora da qualidade de vida dos professores. A investigação tem enquadramento teórico-bibliográfico reflexivo e propositivo, identifica um rol de pesquisas, analisa-as em dialogicidade com o referencial da complexidade e inova ao propor uma ação formativa diferenciada para atuar na natureza da problemática. Os resultados dos estudos incluídos na revisão mostraram que os maiores níveis de insatisfação encontram-se no domínio físico, com escores entre 57,1 e 69,3, e no meio ambiente, com escores entre 53,1 e 73,1. O domínio das relações sociais, com escores entre 68,7 e 75,4, e o domínio psicológico, com escores entre 63,8 e 73,1, apresentaram os maiores níveis de satisfação. Conclui-se que percepção da qualidade de vida dos docentes da educação básica precisa melhorar, sendo o paradigma da complexidade um aliado para desenvolver formações continuadas envolvendo o universo de totalidade e interconexão de diversos domínios, como físico, psicológico, meio ambiente, social e a qualidade de vida no geral.

Palavras-chave: Qualidade de vida; Docente; Educação básica; Complexidade.

Abstract

With the precariousness of work and changes in the field of education, the perception of dissatisfaction with their quality of life has increased among basic education teachers. Thus, through this work, the objective is to present a review of the scope of studies carried out in the period from 2010 to 2020 that evaluated the quality of life of Brazilian teachers with the instrument called WHOQOL-BREF, followed by reflections involving the paradigm of complexity and the continuing education as drivers for improving the quality of life of teachers. The investigation has a reflective and propositional theoretical-bibliographical framework, identifies a list of researches, analyzes them in dialogicity with the reference of complexity and innovates by proposing a differentiated training action to act on the nature of the problem. The results of the studies included in the review showed that the highest levels of dissatisfaction were found in the physical domain, with scores between 57.1 and 69.3, and in the environment, with scores between 53.1 and 73.1. The domain of social relationships, with scores between 68.7 and 75.4, and the psychological domain, with scores between 63.8 and 73.1, showed the highest levels of satisfaction. It is concluded that the perception of the quality of life of basic education teachers needs to improve, with the paradigm of complexity being an ally to develop continuing education involving the universe of totality and interconnection of various domains, such as physical, psychological, environmental, social and quality of life in general.

Keywords: Quality of life; Teacher; Basic education; Complexity.

Resumen

Con la precariedad del trabajo y los cambios en el campo de la educación, la percepción de insatisfacción con su calidad de vida ha aumentado entre los docentes de educación básica. Así, a través de este trabajo, el objetivo es presentar una revisión del alcance de los estudios realizados en el período de 2010 a 2020 que evaluaron la calidad de vida de los docentes brasileños con el instrumento denominado WHOQOL-BREF, seguido de reflexiones que involucran el paradigma de complejidad y la formación continua como motores para mejorar la calidad de vida de los docentes. La investigación tiene un marco teórico-bibliográfico reflexivo y propositivo, identifica un listado de investigaciones, las analiza en dialogicidad con el referente de la complejidad e innova proponiendo una acción formativa diferenciada para actuar sobre la naturaleza del problema. Los resultados de los estudios incluidos en la revisión mostraron que los mayores niveles de insatisfacción se encontraron en el dominio físico, con puntajes entre 57,1 y 69,3, y en el medio ambiente, con puntajes entre 53,1 y 73,1. El dominio de las relaciones sociales, con puntajes entre 68,7 y 75,4, y el dominio psicológico, con puntajes entre 63,8 y 73,1, mostraron los niveles más altos de satisfacción. Se concluye que la percepción de la calidad de vida de los docentes de educación básica necesita mejorar, siendo el paradigma de la complejidad un aliado para desarrollar una educación permanente que involucre el universo de la totalidad y la interconexión de varios dominios, como el físico, psicológico, ambiental, social y calidad de vida en general.

Palabras clave: Calidad de vida; Maestro; Educación básica; Complejidad.

Introdução

No Brasil há 2,2 milhões de docentes que trabalham na educação básica, representando uma das categorias profissionais que mais empregam trabalhadores e de fundamental importância para o desenvolvimento e estabilidade da sociedade (INEP, 2020; ASSUNÇÃO; ABREU, 2019).

Apesar da relevância dos docentes para a sociedade e as futuras gerações, a precarização das condições de trabalho, juntamente com as reformas ocorridas no sistema educacional nos últimos anos, o isolamento social causado pela pandemia da covid-19 e a sobrecarga de trabalho, tem repercutido negativamente na qualidade de vida dos docentes (UNESCO, 2020; TEMSAH et al., 2020; ZHANG et al., 2020; HALABCHI; AHMADINEJAD; SELK-GHAFFARI, 2020; RODRÍGUEZ-LOUREIRO et al., 2019; NG; VOO; MAAKIP, 2019).

Compreende-se por qualidade de vida a percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (WHO, 1998). A qualidade de vida dos professores tem sido objeto de alguns estudos nacionais que têm mostrado uma percepção de insatisfação ou aquém do desejável para o bem-estar físico, social, psicológico e ambiental (DIAS; CHAVEIRO; PORTO, 2018; GROCHOSKA; GOUVEIA, 2020; LEVANDOSKI; ZANNIN, 2022; PEREIRA et al., 2014; PEREIRA; TEIXEIRA; LOPES, 2013; DAVOGLIO; LETTNIN; BALDISSERA, 2015).

O panorama apresentado nas pesquisas dos autores acima mencionados sinaliza a necessidade de pesquisas e um trilhar investigativo acerca da qualidade de vida de professores da educação básica, pois o campo da educação vem sofrendo mudanças com as novas metas do Plano Nacional de Educação (PNE) que iniciou em 2014 e deverá ser concretizado até o final de 2024, e com a própria regulamentação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC - BRASIL, 2018) que impacta diretamente o currículo escolar, o planejamento, o processo ensino-aprendizagem no trabalho docente, e consequentemente pode trazer reflexos na qualidade de vida de professores atuantes na educação básica.

Deste modo, via este trabalho objetiva-se apresentar a revisão de escopo de estudos realizados no período de 2010 a 2020 que avaliaram a qualidade de vida de docentes brasileiros com o instrumento chamado WHOQOL-BREF, seguida de reflexões envolvendo o paradigma da complexidade e a formação continuada como dinamizadores de melhora da qualidade de vida dos professores da educação básica.

É importante destacar que o questionário WHOQOL-BREF do Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde é um dos instrumentos mais utilizados para avaliar a percepção da qualidade de vida dos docentes brasileiros e de diferentes populações, permitindo a compreensão de quatro domínios: o domínio físico refere-se a informações sobre dor e desconforto, energia e fadiga, mobilidade, necessidade de assistência médica etc.; o domínio psicológico diz respeito a afeto, memória, concentração, autoestima, imagem corporal e aparência; o domínio relações sociais investiga as relações interpessoais e redes de apoio social; e o domínio ambiental trata de questões relativas à segurança física, proteção, recursos financeiros, transporte, moradia, entre outros (FLECK et al., 2000; ALMEIDA-BRASIL et al., 2017).

O artigo está estruturado em quatro seções, sendo que a primeira seção apresenta os procedimentos metodológicos do estudo, a segunda apresenta a revisão dos dados, a terceira traz reflexões abrangendo o paradigma da complexidade e a formação continuada como aliados para a melhoria da qualidade de vida e, por fim, a quarta seção apresenta as considerações.

Metodologia

O primeiro passo da pesquisa foi a realização de uma revisão de escopo de estudos que avaliaram a qualidade de vida de docentes brasileiros com o instrumento WHOQOL-BREF. Foram utilizados os procedimentos metodológicos estabelecidos pelo guia do JBI Manual for Evidence Synthesis (THE JOANNA BRIGGS INSTITUTE, 2015).

Para a busca sistemática e as definições dos descritores, optou-se por utilizar os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Dessa maneira, os termos encontrados para a realização desta pesquisa foram testados e por fim chegou-se à seguinte combinação nos idiomas português e inglês: “qualidade de vida’’, “docente’’, “professor’’, “educação básica”; “quality of life’’ AND “teacher’’ AND “basic education’’.

A partir dos descritores acima mencionados, foi realizada a busca de trabalhos publicados na última década, compreendendo o período de 2010 a 2020. O período de publicações estabelecido para esta pesquisa justifica-se pelo fato de que o último estudo de revisão de literatura sobre a qualidade de vida de docentes brasileiros foi realizado de 2000 a 2014 (DAVOGLIO; LETTNIN; BALDISSERA, 2015), portanto é necessária uma atualização das informações.

Para a inclusão dos artigos foram estabelecidos os seguintes critérios: a) Estudos originais; b) A qualidade de vida de docentes brasileiros da educação básica avaliados com o instrumento The World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-BREF); c) Idiomas: português e inglês; d) Publicados a partir de janeiro de 2010 até dezembro de 2020. Foram excluídos os estudos de revisão (narrativas sistemáticas e/ou metanálises), dissertações, teses, relatórios e monografias. Os pesquisadores realizaram de maneira independente cada etapa do processo de revisão e, caso houvesse divergência no processo de inclusão e exclusão, foi realizada uma reunião de consenso entre os pesquisadores. O processo de seleção comparece sistematizado na figura 1 que segue.

Fonte: Organização dos autores, dados coletados no segundo semestre de 2021.

Figura 1 Fluxograma de seleção dos artigos 

Todos os títulos selecionados nas bases de dados (n= 501) foram inicialmente transferidos para o software EndNote (versão X9), com a finalidade de gerenciar e organizar as referências, sendo utilizado na detecção de títulos repetidos. Desta forma, foram excluídos 12 títulos repetidos, totalizando 489 estudos encontrados.

O processo de revisão foi composto por quatro fases: A primeira fase consistiu na leitura dos títulos, sendo que dos 489 títulos encontrados, 464 artigos foram excluídos por não apresentarem relação com o tema, estarem publicados em outra língua e constituírem outros documentos, como monografias e dissertações; na segunda fase foi realizada a leitura dos resumos (n= 25), e destes 13 artigos foram excluídos por serem qualitativos, publicados por docentes de outras nacionalidades e que trabalhavam no ensino técnico e superior; finalmente, na terceira fase foi realizada a leitura na íntegra dos artigos restantes e 8 artigos atenderam aos critérios empregados, tendo sido selecionados para a revisão.

Revisão sistemática dos dados: resultados

No universo dos oito artigos analisados tivemos um total de 2.702 (dois mil, setecentos e dois) professores da educação básica como participantes no interstício 2010 a 2020, sendo a maioria do contingente do sexo feminino (2158 - dois mil, cento e cinquenta e oito), os quais em sua maioria são docentes na rede pública de ensino da região sul do Brasil (Tabela 1).

Tabela 1 Características dos estudos com os professores da educação básica incluídos na revisão. 

Autor/Ano Amostra Região Rede de ensino
Santos et al. (2020) 326 professores do ensino fundamental
Masculino = 66; Feminino = 260
Centro -Oeste Pública
Rocha et al., 2017 298 professores dos ensinos infantil e fundamental
Masculino = 33; Feminino = 265
Sul Pública
Rocha et al., 2016 20 professores dos ensinos infantil e fundamental
Masculino = 12; Feminino = 08
Sul Pública
Pereira et al. (2014) 349 professores do ensino básico
Masculino = 58; Feminino = 291
Sul Pública
Pereira et al. (2013) 349 professores do ensino básico
Masculino = 58; Feminino = 291
Sul Pública
Damásio et al. (2013) 517 professores dos ensinos fundamental I e II e médio
Masculino = 174; Feminino = 343
Nordeste Pública e Privada
Tabeleão et al. (2011) 601 professores dos ensinos médio e fundamental
Masculino = 92; Feminino = 503
Sul Pública
Fernandes et al. (2011) 242 professores dos ensinos infantil e fundamental
Masculino = 45; Feminino = 197
Nordeste Pública

Fonte: Organização dos autores.

Com relação aos domínios da qualidade de vida do instrumento WHOQOL-BREF, o domínio físico e meio ambiente apresentaram os menores escores, enquanto os domínios relações sociais e psicológico tiveram os maiores escores (Tabela 2). A percepção da qualidade de vida geral pelos professores da educação básica mostrou que o menor escore obtido foi de 62,6 e o maior de 75,0, o que de modo geral não é tão ruim.

Tabela 2 Resultados da qualidade de vida dos professores da educação básica via instrumento WHOQOL-BREF 

Autor/Ano Resultados
Santos et al. (2020) Domínios Mediana
Físico 67,86
Psicológico 70,83
Relações sociais 66,67
Meio ambiente 53,13
QV geral 75,0
Rocha et al. (2017) Domínios Média
Físico 57,1
Psicológico 63,8
Relações sociais 71,2
Meio ambiente 58,2
QV geral 62,6


Rocha et al. (2016)
Domínios Média
Físico 59,8
Psicológico 69,5
Relações sociais 75,4
Meio ambiente 63,6
QV geral 67,6

Pereira et al. (2014)
Domínios Média
Físico 65,70
Psicológico 68,61
Relações sociais 73,10
Meio ambiente 53,93
QV geral 63,75

Pereira et al. (2013)
Domínios Média
Físico 65,70
Psicológico 68,61
Relações sociais 73,10
Meio ambiente 53,93


Damásio et al. (2013)
Domínios Média
Físico 69,3
Psicológico 69,5
Relações sociais 69,9
Meio ambiente 54,5
QV geral 74,5


Tabeleão et al. (2011)
Domínios Média
Físico 69,2
Psicológico 70,6
Relações sociais 72,5
Meio ambiente 60,7
QV geral 68,2

Fernandes et al. (2011)
Domínios Média
Físico 62,68
Psicológico 67,77
Relações sociais 68,70
Meio ambiente 54,02
QV geral 63,29

Fonte: Organização dos autores. Notas: QV - Qualidade de vida.

Desta forma, os achados do presente estudo mostraram que, nas pesquisas com o instrumento WHOQOL-BREF para avaliar a qualidade de vida dos docentes da educação básica, os domínios físico e meio ambiente tiveram os piores escores e consequentemente maior nível de insatisfação. Estes domínios estão relacionados aos aspectos de dor e desconforto, energia e fadiga, mobilidade, necessidade de assistência médica, segurança física, proteção, recursos financeiros, transporte, moradia, clima harmônico, ambientação social e humana, entre outros (ALMEIDA-BRASIL et al., 2017).

Inferimos que a percepção negativa no domínio físico e meio ambiente pode estar relacionada com a desvalorização social e salarial, infraestrutura deficitária, extensiva jornada de trabalho, sentimento de culpa por não darem conta satisfatoriamente das atividades domésticas e familiares, falta de estímulo ao trabalho, relacionamentos desgastados no ambiente laboral, exigências do domínio de temas diferentes e em constante mudança, classes numerosas, falta de tempo para o lazer, baixo incentivo para formação continuada, desenvolvimento pessoal e profissional.

Os melhores escores e maior nível de satisfação dos professores da educação básica observados nos estudos encontram-se nos domínios relações sociais e psicológico. Estes domínios dizem respeito ao afeto, memória, concentração, autoestima, imagem corporal e aparência, as relações interpessoais e redes de apoio social (ALMEIDA-BRASIL et al., 2017). Salientamos que a percepção mais positiva no domínio relações sociais e psicológico pode estar ligada às relações pessoais e sociais com a família e pares implicados com o universo educacional; e aos aspectos cognitivos, como a capacidade de aprendizagem, vínculos afetivos e memória estimulados pela profissão.

Destacamos que todos os domínios correlacionados aos escores de qualidade de vida poderiam ser melhorados. Neste sentido, no tópico a seguir são apresentadas reflexões enfocando o paradigma da complexidade, a formação continuada e a qualidade de vida de professores da educação básica.

Paradigma da complexidade: reflexões com o escopo qualidade de vida

É necessário compreender que “o paradigma inovador, emergente ou da complexidade, propõe uma visão crítica, reflexiva e transformadora na Educação e exige a interconexão de múltiplas abordagens, visões e abrangências” (BEHRENS, 2007, p. 445). Neste enfoque, destaca-se que as questões relacionadas à qualidade de vida permeiam a educação e têm reflexo na qualidade educacional, sendo necessário que o professor busque compreender aspectos relacionados à qualidade de vida e seus respectivos reflexos em sua profissionalidade e ação educativa/laboral.

Ao remeter a qualidade de vida, Pereira, Teixeira e Santos (2012) explicam que existe ainda uma falta de consenso conceitual e destacam que a referida terminologia é considerada como sinônimo de saúde, satisfação pessoal, condições de vida e aspectos relacionados a satisfação com determinados aspectos da vida.

Neste enfoque, o conceito denominado de qualidade de vida é complexo e multidimensional, envolvendo o universo de totalidade e interconexão de diversos domínios como físico, psicológico, relações sociais, meio ambiente e qualidade de vida em geral, que em todos os domínios tem polissemia e plurissignificação.

Salienta-se a necessidade de perceber que a qualidade de vida é conectada com múltiplos fatores, compondo um todo inseparável: homem-meio, natureza-sociedade, corpo-mente, processo ensino-aprendizagem, humanização-socialização, vida privada-vida pública, objetividade-subjetividade, entre outros elementos da vida e do mundo num sistema complexo.

Considerando que a qualidade de vida abrange diversos fatores e interconexões, é possível realizar reflexões que se aproximam da Teoria da Complexidade. Para Behrens (2007, p. 445) “o paradigma da complexidade busca a superação da lógica linear e atende a uma nova concepção que tem como eixo articulador a totalidade e a interconexão”.

No viés do pensamento complexo, Sá (2019, p. 21) explica que “O termo complexo vem do latim (complexus), e significa um conjunto de coisas, fatos, circunstâncias, eventos que apresentam ligação e são interdependentes”. Ainda o autor pontua que são fenômenos que fazem parte de um mesmo processo, os quais mediante interação produzem uma unidade complexa.

As partes interagem, o que segundo Morin (2001, p. 265) “significa um conjunto de relações, ações e retroações que se efetuam e se tecem num sistema”. Deste modo, estabelecendo relação entre os aspectos teóricos e as reflexões sobre a qualidade de vida de professores da educação básica, percebe-se que a percepção negativa nos domínios físico e meio ambiente, bem como os melhores escores nos domínios das relações sociais e psicológico abrangem um conjunto de relações que geram reflexos na qualidade de vida dos respectivos profissionais.

No viés da complexidade Morin (2010, p. 191) evidencia:

E como todas as coisas são causadoras e causadas, ajudadas e ajudantes, mediatas e imediatas, e todas se mantêm por um laço natural e invisível que liga as mais afastadas e as mais diferentes, tenho como impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, bem como conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes.

As colocações do autor supramencionado movem reflexões englobando a qualidade de vida, visto que os dados revelam que o domínio físico e meio ambiente apresentaram os piores resultados e maior nível de insatisfação dos professores. Estes dados sinalizam que, por exemplo, aspectos relacionados a dor e desconforto, fadiga, necessidade de assistência médica, segurança/insegurança entre outros fatores são causados por múltiplos fatores e podem também ser causadores.

O paradigma da complexidade, ao mesmo tempo em que engloba as percepções e as incertezas, busca respostas e interconexão entre múltiplos saberes. Neste sentido, torna-se necessário à luz da complexidade conhecer as partes e o todo e vice-versa. Outrossim, o paradigma da complexidade é oportuno para respaldar a formação continuada de professores da educação básica, uma vez que comporta a abordagem progressista da formação e do conhecimento humano, a visão complexa da educação e do ensino, aspectos subjetivos e objetivos do mundo e da vida, bem como a construção da aprendizagem considerando o ensino com pesquisa.

A discussão sistemática englobando a qualidade de vida de professores da educação básica e o paradigma da complexidade é permeada pelo princípio dialógico definido por Morin et al. (2003, p. 36) como a “[...] associação complexa (complementar/concorrente/ antagônica) de instâncias necessárias, conjuntamente necessárias à existência, ao funcionamento e ao desenvolvimento de um fenômeno organizado”. À luz do pensamento complexo, a compreensão dos fatores que refletem na qualidade de vida dos professores da educação básica aponta para a necessidade de raciocínio recursivo e dialógico.

Neste enfoque, explica-se que o raciocínio recursivo possibilita a repetição infinita e o princípio dialógico contribui para a reflexão, o debate e o diálogo entre compreensões humanas articuladas às teorias. Assim, o princípio dialógico colabora na construção e ressignificação de conhecimentos que possibilitam a compreensão dos fatores que interferem nos domínios correlacionados aos escores de qualidade de vida.

Sobre os domínios de qualidade de vida que apresentaram os menores escores, entre as hipóteses levantadas para explicar esse resultado destacam-se a extensiva jornada de trabalho, exigências do domínio de temas diferentes e em constante mudança e baixo incentivo para formação continuada, as quais poderiam ser amenizadas utilizando-se o princípio dialógico articulado com a formação continuada em serviço, definida por Silva (2011, p. 2) “como uma possibilidade de formação continuada, como sendo aquela que se realiza no próprio local de trabalho do professor [...] ”.

Complementando, Ujiie (2019) explicita que a formação continuada de professores em contexto engloba uma interconexão da realidade imanente, saberes da docência (disciplinares, curriculares e experienciais) e novos conhecimentos.

Sobre as características apresentadas por Torre (2008) no que converge à formação de professores, enfatiza-se que os programas de formação continuada podem ser planejados e desenvolvidos objetivando romper com as convicções preestabelecidas sobre os aspectos que permeiam a qualidade de vida, visto que os fatores que interferem nos escores estão interligados, interconectados e devem ser considerados nas partes e no todo.

Com relação ao Pensamento Complexo, Morin (2003) busca religar os conhecimentos e defende o desenvolvimento de um pensamento não fragmentado. Baseando-nos nas colocações do autor, os pressupostos teóricos do Pensamento Complexo possibilitam novas formas de pensar, considerando as relações dos fenômenos abordados ou estudados.

Deste modo, os pressupostos teóricos do Pensamento Complexo podem colaborar para vislumbrar um novo olhar sobre a configuração e desenvolvimento da formação continuada, englobando a qualidade de vida de professores da educação básica.

Assim, a formação continuada precisa considerar os domínios correlacionados aos escores de qualidade de vida e possibilitar aos envolvidos estabelecer relações dialógicas e interconexões, sendo importante que os profissionais tornem-se protagonistas e participantes das etapas que compõem o processo formativo, priorizando as suas respectivas demandas e necessidades na área.

Considerando os estudos de Dias, Chaveiro e Porto (2018); Levandoski e Zannin (2020); Pereira et al (2014); Pereira, Teixeira e Lopes (2013) e Davoglio, Lettnin e Baldissera (2015), estes demonstraram que muitos estudos enfocam a qualidade de vida dos professores e revelam uma percepção de insatisfação dos respectivos profissionais.

Faz parte da educação a formação continuada, a qual ao englobar os saberes de forma contextualizada, interconectada e voltada para a qualidade de vida oportuniza o desenvolvimento de ações individuais e coletivas que visem à transformação de aspectos que interferem nos domínios físico, psicológico, relações sociais, meio ambiente e a vida em geral.

Um programa de formação para professores que estimula a conexão com a realidade dos docentes participantes e de seus contextos de atuação, priorizando o estímulo ao trabalho colaborativo e a pertinência do ensino, utilizando uma metodologia inovadora em seu desenvolvimento, o protagonismo dos docentes e do envolvimento em situações-problema que valorizam a sua prática formativa local e globalmente, individual e socialmente. Este processo pode melhorar a formação, conhecimento, motivação, autoestima e memória, refletindo positivamente nos aspectos psicológicos, estimulando o bem-estar individual e social dos docentes e, por conseguinte, refletindo na qualidade de vida dos docentes da educação básica.

Estas condições justificam a importância da proposta de programas de formação continuada pautados no paradigma da complexidade para melhorar a qualidade de vida dos docentes. A complexidade fortalece a construção de uma nova epistemologia capaz de entender o todo na parte e a parte no todo, a partir de diversos fatores e de uma ontologia complexa.

Neste contexto, um programa de formação continuada para os docentes que utiliza uma metodologia inovadora e sob a perspectiva da complexidade estimulará o trabalho colaborativo, o diálogo, a interconexão, a religação de saberes, a pertinência do ensino, a resiliência e a valorização do protagonismo dos implicados, contribuindo para a melhoria do bem-estar individual, social e ambiental dos docentes (ZWIEREWICZ et al., 2016).

Considerando que ainda existe um número restrito de pesquisas englobando a qualidade de vida dos docentes, a seguir são sapresentados dados da pesquisa de Rocha, Souza e Vallejo (2020), que teve como objetivo analisar os impactos do programa pautado na perspectiva da complexidade sobre os distúrbios musculoesqueléticos e a qualidade de vida de docentes. A metodologia adotada na referida pesquisa é descritiva e comparativa, com delineamento transversal e abordagem quantitativa.

A pesquisa realizada por Rocha, Souza e Vallejo (2020) foi realizada durante 2 anos com 193 professoras dos ensinos infantil e fundamental de 3 municípios de Santa Catarina, divididas em 2 grupos: um grupo (n=93) participou de um programa de formação continuada, enquanto que o outro grupo (n=100) não participou. Os resultados mostraram que as professoras que participaram da formação continuada apresentaram melhores escores nos domínios físico e meio ambiente comparadas ao grupo de professoras que não participou (ROCHA; SOUZA; VALLEJO, 2020).

Além disso, neste mesmo estudo as professoras que participaram da formação continuada tiveram, nos domínios social e psicológico e na percepção da qualidade de vida geral, melhores escores que as professoras que não participaram da formação continuada (ROCHA; SOUZA; VALLEJO, 2020).

É importante mencionar a pesquisa de Rocha e Blaszko (2022), que objetivou analisar as contribuições da formação continuada na qualidade de vida dos professores da educação básica. A metodologia utilizada é descritiva com abordagem quantitativa.

O trabalho de Rocha e Blaszko (2022) traz dados de outro estudo realizado com 90 (noventa) professores de ambos os sexos, que trabalhavam na rede municipal de educação nos ensinos infantil, fundamental e médio de cinco municípios de Santa Catarina. Também mostrou que os domínios físico, psicológico, social, meio ambiente e a percepção da qualidade de vida geral apresentaram melhores escores e satisfação nos professores que participaram de um programa de formação continuada (n= 48) comparados aos professores que não participaram (n=42) (ROCHA; BLASZKO, 2022).

Os dados apresentados por Rocha, Souza e Vallejo (2020) e Rocha e Blaszko (2022) demonstram que a formação continuada pode repercutir positivamente na mudança das percepções e domínios relacionados à qualidade de vida, aspectos que se aproximam deste estudo, abrangendo a qualidade de vida dos professores da educação básica e reflexões com base no paradigma da complexidade.

Neste sentido, a formação continuada desenvolvida, considerando a complexidade, pode repercutir positivamente para a superação da percepção negativa correlacionada aos domínios da qualidade de vida em geral.

Considerações finais

Conclui-se que a revisão sistemática dos dados no interstício de 2010 a 2020 possibilitou a construção de saberes relacionados aos domínios da qualidade de vida, sendo revelado mediante instrumento WHOQOL-BREF que os domínios físico e meio ambiente apresentaram os menores escores, enquanto os domínios relações sociais e psicológico tiveram os maiores escores. Os dados sinalizam a necessidade de pensar, planejar, organizar, ressignificar e desenvolver formações continuadas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos professores da educação básica.

Behrens (2007) e Morin (2010) demonstraram mediante embasamento teórico a importância do paradigma da complexidade para conhecer as partes e o todo e vice-versa, que estejam interferindo nos resultados dos escores positivos e negativos envolvendo a qualidade de vida de professores da educação básica.

Com foco no objetivo deste estudo, ao apresentar os resultados estabeleceram-se reflexões articuladas com o paradigma da complexidade, as quais indicam a possibilidade de formações continuadas de professores da educação básica que valorizem as partes e o todo, considerando que existem fatores que causam e são causadores de resultados, os quais podem ser discutidos, refletidos, criticados, ressignificados no decorrer do processo formativo, e são considerados como dinamizadores de melhora de sua qualidade de vida.

Conclui-se que o paradigma da complexidade contribui para repensar, planejar e desenvolver formações continuadas envolvendo o universo de totalidade e interconexão de diversos domínios, como físico, psicológico, meio ambiente, sociais e a qualidade de vida no geral de professores da educação básica.

Os dados e reflexões apresentados no decorrer do artigo demonstram avanços com relação à qualidade de vida dos professores da educação básica em pesquisas cujas bases têm respaldo no paradigma da complexidade.

Assim, espera-se que o estudo provoque inquietações acerca da qualidade de vida de professores da educação básica e contribua para o planejamento, desenvolvimento e a efetivação de formações continuadas à luz do paradigma da complexidade, mobilizando novos estudos dinamizadores na melhoria da qualidade de vida dos professores.

Referências

ALMEIDA-BRASIL, C. C.; SILVEIRA, M. R.; SILVA, K. R.; LIMA, M. G.; FARIA, C. D. C. de M.; CARDOSO, C. L.; MENZEL, H. J. K.; CECCATO, M. das G. B. Qualidade de vida e características associadas: aplicação do WHOQOL-BREF no contexto da Atenção Primária à Saúde. Ciência e Saúde Coletiva, v. 22, n. 5, p. 1705-1716, 2017. Disponível em: <DOI: 10.1590/1413-81232017225.20362015>. Acesso em: 01 set. 2021. [ Links ]

ASSUNÇÃO, A. Á.; ABREU, M. N. S. Pressão laboral, saúde e condições de trabalho dos professores da Educação Básica no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, Supl. 1, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00169517. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

BEHRENS, M. O paradigma da complexidade na formação e no desenvolvimento profissional de professores universitários. Revista Educação, v. XXX, n. 63, setembro-dezembro 2007, p. 439-455. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil. [ Links ]

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília-DF: Imprensa Oficial, 2018. [ Links ]

DAMÁSIO, B. F.; MELO, R. L. P.; SILVA, J. P. Sentido de vida, bem-estar psicológico e qualidade de vida em professores escolares. Paideia, v. 23, n. 54, p. 73-82, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/paideia/a/fMQZBfSZTFvZPSZdsdpFxFH/?lang=pt>. Acesso em: 11 ago. 2021. [ Links ]

DAVOGLIO, T. R.; LETTNIN, C. da C.; BALDISSERA, C. G. Avaliação da qualidade de vida em docentes brasileiros: uma revisão sistemática. Pro-Posições, v. 26, n. 3, p. 145-166, 2015. Disponível em: <DOI: 10.1590/0103-7307201507807>. Acesso em: 27 set. 2021. [ Links ]

DIAS, A. C. B.; CHAVEIRO, N.; PORTO, C. C. Quality of life of the work of physical therapy course teachers in Goiânia in the state of Goiás, Brazil. Ciência e Saúde Coletiva, v. 23, n. 9, p. 3021-3030, 2018. Disponível em: <DOI: 10.1590/1413-81232018239.15672016>. Acesso em: 17 set. 2021. [ Links ]

FERNANDES, M. H.; ROCHA, V. M.; FAGUNDES, A. A. R. Impact of osteomuscular symptoms on the quality of life of teachers. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 14, n. 2, p. 276-284, 2011. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rbepid/2011.v14n2/276-284/pt. Acesso em: 15 set. 2021. [ Links ]

FLECK, M. P. et al.. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida "WHOQOL-bref". Revista de Saúde Pública, v. 34, n. 2, p. 178-183, 2000. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rsp/a/JVdm5QNjj4xHsRzMFbF7trN/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 15 mai. 2021. [ Links ]

GROCHOSKA, M. A.; GOUVEIA, A. B. Teachers and Quality Of Life: Reflections on The Valuation Of Teaching in Elementary Education. Educação e Pesquisa, v. 46, p. 1-22, 2020. Disponível em: <DOI: 10.1590/S1678-4634202046219060>. Acesso em: 27 set. 2021. [ Links ]

HALABCHI, F.; AHMADINEJAD, Z.; SELK-GHAFFARI, M. COVID-19 Epidemic: Exercise or Not to Exercise; That is the Question! Asian J Sports Med, v. 11, n. 1, p. e102630, 2020. Disponível em: <DOI: 10.5812/asjsm.34174>. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Censo da Educação Superior 2019: divulgação dos resultados. Brasília, 2020. Disponível em: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2020/Notas_Estatisticas_Censo_da_Educacao_Superior_2019.pdf>. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

LEVANDOSKI, G.; ZANNIN, P. H. T. Quality of Life and Acoustic Comfort in Educational Environments of Curitiba, Brazil. Journal of Voice, v. 36, n. 3, p. 436, 2022. Disponível em: <DOI: 10. 1016/j.voice.2020.05.030>. Acesso em: 27 set. 2021. [ Links ]

MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 18. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. [ Links ]

MORIN, E. Ciência com consciência. Tradução de Maria D. Alexandre & Maria Alice Sampaio Dória. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. [ Links ]

MORIN, E.; CIURANA, E. R.; MOTTA, R. D. Educar na era planetária. Tradução de Sandra T. Valenzuela. Revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 2003. [ Links ]

NG, Y. M.; VOO, P.; MAAKIP, I. Psychosocial factors, depression, and musculoskeletal disorders among teachers. BMC Public Health, v. 19, n. 1, p. 1-10, 2019. Disponível em: <DOI: 10.1186/s12889-019-6553-3>. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

PEREIRA, É. F.; TEIXEIRA, C. S.; ANDRADE, R. D.; DA SILVA-LOPES, A. Elementary school teachers and their quality of life. Revista de Salud Pública, v. 16, n. 2, p. 221-231, 2014. Disponível em: <DOI: 10.15446/rsap.v16n2.36484>. Acesso em: 11 set. 2021. [ Links ]

PEREIRA, É. F.; TEIXEIRA, C. S.; LOPES, A. da S. Qualidade de vida de professores de educação básica do município de Florianópolis, SC, Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, v. 18, n. 7, p. 1963-1970, 2013. Disponível em: <DOI: 10.1590/S1413-81232013000700011>. Acesso em: 11 set. 2021. [ Links ]

PEREIRA, É. F.; TEIXEIRA, C. S.; SANTOS, A. dos. Qualidade de vida: abordagens, conceito e avaliação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 241-50, abr./jun. 2012. [ Links ]

PINEAU, G.; GALVANI, P. Experiências de vida e formação docente: religando os saberes - um problema paradigmático mais do que programático. In: MORAES, M. C.; ALMEIDA, M. C. (org.). Os sete saberes necessários à educação do presente: por uma educação transformadora. Rio de Janeiro: Wak, 2012. p. 185-204. [ Links ]

ROCHA, R. E. R. da; BLASZKO, C. E. Contribuição da formação continuada na qualidade de vida de docentes da educação básica. Revista Diálogo Educacional, v. 22, n. 72, Curitiba, jan./mar. 2022. Disponível em: < http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-416x2022000100106&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acessado em: 03 jul. 2023. [ Links ]

ROCHA, R. E. R. da; PRADO FILHO, K.; SILVA, F. N.; BOSCARI, M. Sintomas osteomusculares e estresse não alteram a qualidade de vida de professores da educação básica. Fisioterapia e Pesquisa, v. 24, n. 3, p. 259-266, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1809-2950/16447524032017>. Acesso em: 13 set. 2021. [ Links ]

ROCHA, R. E. R. da; SOUZA, K. P. de Q.; VALLEJO, A. P. Formação docente sob a perspectiva da complexidade: um olhar sobre impactos nos distúrbios musculoesqueléticos e na qualidade de vida dos professores. Polyphonía, v. 31, n. 1, jan./jun. 2020, p. 205-224. [ Links ]

ROCHA, S. V.; SQUARCINI, C.; CARDOSO, J. P.; FARIAS, G. O. Características ocupacionais e estilo de vida de professores em um município do nordeste brasileiro. Revista de Salud Pública, v. 18, p. 214-225, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S012400642016000200006&nrm=iso>. Acesso em: 23 jun. 2020. [ Links ]

RODRÍGUEZ-LOUREIRO, L.; ARTAZCOZ, L.; LÓPEZ-RUIZ, M.; ASSUNÇÃO, A. Á.; BENAVIDES, F. G. Joint effect of paid working hours and multiple job holding on work absence due to health problems among basic education teachers in Brazil: The educatel study. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, p. 1-12, 2019. Disponível em: <DOI: 10.1590/0102-311X00081118>. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

SÁ, R. A. de. Contribuições teórico-Metodológicas do Pensamento Complexo para a construção de uma Pedagogia Complexa. In.: SÁ, R. A. de.; BEHRENS, M. A. (Orgs.). Teoria da Complexidade: contribuições epistemológicas e metodológicas para uma pedagogia complexa. 1. ed. Curitiba: Appris, 2019, p. 17-64. [ Links ]

SANTOS, E. C.; ESPINOSA, M. M.; MARCON, S. R. Quality of life, health and work of elementary school teachers. ACTA Paulista de Enfermagem, v. 33, p. 1-8, 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ape/a/zx5RMBbTgSyNFhcyG4PZ3mD/?format=pdf&lang=en>. Acesso em: 10 set. 2021. [ Links ]

SILVA, J. da C. M. Formação continuada dos professores: visando a própria experiência para uma nova perspectiva. Revista Iberoamericana de Educación/Revista Iberoamericana de Educação, n. 55/3, 2011, p. 1-11. [ Links ]

TABELEÃO, V. P.; TOMASI, E.; NEVES, S. F. Qualidade de vida e esgotamento profissional entre docentes da rede pública de Ensino Médio e Fundamental no Sul do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, n. 12, p. 2401-2408, 2011. Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/csp/2011.v27n12/2401-2408/pt>. Acesso em: 11 set. 2021. [ Links ]

TEMSAH, M. H. et al. Corrigendum to ‘The psychological impact of COVID-19 pandemic on health careworkers in a MERS-CoV endemic country. Journal of Infection and Public Health, v. 13, n. 10, p. 1599, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.08.012>. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

THE JOANNA BRIGGS INSTITUTE. Joanna Briggs Institute Reviewers’ Manual. Adelaide: JBI, 2015. Disponível em: <http://joannabriggs.org/assets/docs/sumari/Reviewers-Manual_Methodology-for-JBI-Scoping-Reviews_2015_v2.pdf>. Acesso em: 9 set. 2021. [ Links ]

TORRE, Saturnino de la. O poder da palavra: significado e alcance da linguagem transdisciplinar e ecoformadora. In: TORRE, Saturnino de la; PUJOL, Maria Antonia; MORAES, Maria Cândida (org.). Transdisciplinaridade e ecoformação: um novo olhar sobre a educação. São Paulo: TRIOM, 2008. p. 113-140. [ Links ]

UJIIE, N. T. Abordagem CTS e formação de professores em contexto: asserção, ação interdisciplinar e educação da infância. Curitiba-PR: CRV, 2019. [ Links ]

UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION (UNESCO). Education: From disruption to recovery. 2020. Disponível em: <https://en.unesco.org/covid19/educationresponse>. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Programme on mental health: WHOQOL user manual. World Health Organization. Geneva: 1998. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/77932/WHO_HIS_HSI_Rev.2?sequence=1. Acesso em: 27 set. 2021. [ Links ]

ZHANG, S. X.; WANG, Y.; RAUCH, A.; WEI, F. Unprecedented disruption of lives and work: Health, distress and life satisfaction of working adults in China one month into the COVID-19 outbreak. Psychiatry Research, v. 288, n. March, p. 112958, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.psychres.2020.112958>. Acesso em: 26 set. 2021. [ Links ]

ZWIEREWICZ, M. et al. Escolas criativas: experiências transformadoras potencializadas na interação do Ensino Superior com a Educação Básica. Polyphonía, v. 27, n. 1, jan./jun. 2016, p. 393-414. [ Links ]

Recebido: 30 de Abril de 2023; Aceito: 17 de Julho de 2025

[a]

Doutor em Ciências Biomédicas, e-mail: ricellie@uniarp.edu.br

[b]

Doutora em Ensino de Ciências e Tecnologia, e-mail: najelaujiie@yahoo.com.br

[c]

Doutora em Educação, e-mail: carolineblaszko2020@gmail.com

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.