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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Rev. Bras. Educ. Med. vol.45 no.4 Rio de Janeiro  2021  Epub 10-Nov-2021

https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.4-20210299.ing 

ARTIGO ORIGINAL

Atitudes e percepções de professores e estudantes de medicina em relação ao suicídio

Maria Gardenia Amorim1 
http://orcid.org/0000-0002-8418-2563

Marcos Kubrusly1 
http://orcid.org/0000-0002-4414-8109

Sócrates Belém Gomes1 
http://orcid.org/0000-0001-6614-6035

Isabella Cabral Marinho Plens2 
http://orcid.org/0000-0002-6595-2358

Hermano Alexandre Lima Rocha2  3 
http://orcid.org/0000-0001-9096-0969

Anamaria Cavalcante e Silva1 
http://orcid.org/0000-0003-3483-2211

1 Centro Universitário Christus, Fortaleza, Ceará, Brasil.

2 Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

3 Harvard University, Boston, Massachusetts, EUA.


Resumo:

Introdução:

A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que haja cerca de um milhão de mortes por suicídio por ano no mundo, mais do que a soma total de mortes em guerras e homicídios, que resulta em uma morte a cada 40 segundos. Apesar da existência de diversas publicações científicas sobre a prevenção do suicídio, existem estudos que mostram que os profissionais de saúde não são capacitados para cuidar adequadamente de pessoas em risco de suicídio.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo compreender as atitudes e percepções de alunos e professores do curso de medicina em relação ao suicídio.

Métodos:

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, que avaliou uma amostra de 180 alunos do 8º e 11º semestres e 57 professores de diferentes semestres dos cursos médicos avaliados. Os dados foram obtidos por meio da aplicação do Suicide Behavior Attitude Questionnaire (SBAQ), além de um questionário sociodemográfico. Os dados foram submetidos à estatística descritiva e analítica.

Resultados:

Em relação à capacidade profissional, as pontuações foram baixas tanto para alunos (mediana 5,5) quanto para professores (mediana 5,25). Alunos que viram alguém apresentando comportamento suicida (p = 0,002) e os que frequentavam o semestre mais avançado (p = 0,04) sentiram-se mais confiantes no atendimento de pacientes com risco de suicídio. Houve diferença significativa quanto ao fator Direito ao Suicídio entre os alunos que se disseram religiosos (p = 0,001), assim como entre os professores que frequentavam serviços religiosos com maior frequência (p = 0,02).

Conclusões:

Concluímos que alunos e professores tiveram pouca experiência com suicídio nos cursos de medicina avaliados, o que contribui para o baixo nível de formação e o sentimento de insegurança, indicando a necessidade de dar mais importância ao assunto na graduação em medicina, visando permitir a aquisição de conhecimentos e habilidades para uma prática médica preventiva e competente em relação ao suicídio.

Palavras-chave: Suicídio; Educação Médica; Treinamento de Professor; Assistência Médica

Abstract:

Introduction:

The World Health Organization (WHO) estimates that there are around one million deaths by suicide a year worldwide, more than the total sum of deaths caused by wars and homicides, which results in one death every 40 seconds. Despite the existence of several scientific publications on suicide prevention, there have been studies showing that health professionals are not trained to adequately care for individuals at risk of suicide.

Objective:

This study aimed to understand the attitudes and perceptions of medical school students and teachers regarding suicide.

Methods:

This is a cross-sectional, descriptive study, with a quantitative and qualitative approach, approved by the Research Ethics Committee, which assessed a sample of 180 students attending the 8th and 11th semesters and 57 teachers from different semesters of the evaluated medical courses. The data were obtained by applying the Suicide Behavior Attitude Questionnaire (SBAQ), in addition to a sociodemographic questionnaire. The data were submitted to descriptive and analytical statistics.

Results:

Regarding professional capacity, the scores were low for both students (median 5.5) and teachers (median 5.25). Students who had seen someone exhibiting suicidal behavior (p = 0.002) and those attending the more advanced semesters (p = 0.04) felt more confident when treating patients at risk of suicide. There was a significant difference regarding the Right to Suicide factor among students who said they were religious (p = 0.001), as also among the teachers who attended religious services with a higher frequency (p = 0.02).

Conclusions:

We conclude that students and teachers have had little experience with suicide in the assessed medical courses, which contributes to low level of training and the feeling of insecurity, indicating the need to give more importance to the subject in the undergraduate medical school, aiming to allow the acquisition of knowledge and skills for a competent and preventive medical practice regarding suicide.

Keywords: Suicide; Medical Education; Teacher Training; Health Care

INTRODUÇÃO

O suicídio é o ato intencional de tirar a própria vida, mesmo que o indivíduo o faça com ambivalência1. É uma das cinco principais causas de morte2, e um problema complexo, um problema de saúde pública mundial, que vem aumentando nos últimos 45 anos entre a população jovem de países de baixa e média renda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorrem cerca de um milhão de mortes por suicídio por ano em todo o mundo, mais do que a soma total das mortes por guerras e homicídios, o que resulta em uma morte a cada 40 segundos3. Em relação ao Brasil, este é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo, com uma taxa de mortalidade por autoextermínio de 5,8 / 100.000 habitantes em 2012, segundo estimativa da OMS e apresentando um número cada vez maior de mortes na população jovem e entre as populações idosas e indígenas4.

Apesar da existência de diversas publicações científicas sobre a prevenção do suicídio, há estudos que mostram que os profissionais de saúde não são treinados para atender adequadamente os indivíduos em risco de suicídio, seja por falta de conhecimento, seja por questões morais ou associadas a mitos5)-(7. Com base nessa perspectiva, os pesquisadores constataram uma falta de percepção do sofrimento psíquico pelos profissionais de saúde em relação às pessoas com comportamento suicida atendidas na atenção básica, uma vez que 75% daqueles que tentaram suicídio havia procurado esse serviço básico de saúde no último ano e 45% até três meses antes da tentativa de suicídio8. Os investigadores constataram que os médicos residentes de Clínica Médica sentiam-se sensibilizados ao atender aqueles que tentaram suicídio, mas não estavam familiarizados com a bibliografia especializada, nem com os cuidados padronizados pelo Ministério da Saúde e pela OMS sobre o assunto9. O despreparo dos profissionais médicos foi observado de acordo com a visão de usuários que tentaram suicídio e foram atendidos no pronto-atendimento5. Esses usuários perceberam a falta de atitudes humanizadas e uma abordagem fria, entre outras questões relacionadas à estrutura do serviço de saúde.

Portanto, faz-se necessária uma reflexão crítica para entender como alunos e professores, durante a formação médica, se posicionam frente à questão do suicídio e como se dá o processo de ensino / aprendizagem sobre o autoextermínio nas Faculdades de Medicina, considerando que os alunos serão os futuros profissionais que trabalharão nos serviços de saúde e aqueles que enfrentarão o comportamento suicida. Este estudo visa compreender as atitudes (Este trabalho adota o conceito de atitude atualmente utilizado na psicologia social, como uma “organização duradoura de crenças e cognições em geral, dotada de uma carga afetiva a favor ou contra um objeto social definido, que predispõe a um ação coerente com as cognições e afetos relacionados a esse objeto”10.) e percepções de professores e alunos de medicina frente ao suicídio, na esperança de fornecer conhecimentos que favoreçam a melhora do ensino e da aprendizagem sobre essa temática.

MÉTODOS

Caracterização do estudo e da amostra

Trata-se de um estudo observacional e transversal, realizado com alunos e professores do curso de medicina de uma universidade pública e de uma universidade privada. O presente estudo foi realizado em duas fases, com amostras distintas, no período de maio de 2016 a agosto de 2017, nas Faculdades de Medicina do Centro Universitário Christus (Unichristus) e na Universidade Estadual do Ceará (UECE), na cidade de Fortaleza, estado do Ceará, Brasil. O Centro Universitário Christus (Unichristus) é uma instituição privada, que oferece 14 cursos de graduação em diversas áreas e cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. A instituição utiliza uma metodologia de ensino híbrida, um método tradicional e metodologias ativas. Já a Universidade Estadual do Ceará (UECE) oferece 27 cursos de graduação, 59 cursos de pós-graduação lato sensu e 44 cursos de pós-graduação stricto sensu e a Faculdade de Medicina treina clínicos gerais, utilizando predominantemente o método de ensino tradicional.

A amostra de alunos de Medicina foi composta por alunos do oitavo e décimo-primeiro semestres da UECE e Unichristus. O cálculo amostral foi composto por 180 indivíduos, com poder de teste de 80% e nível de significância de 5%. Consideramos uma proporção inicial de conhecimento sobre suicídio de 70%, com acurácia de 15%. A escolha destes semestres para o estudo baseou-se no fato de os alunos já terem cursado as disciplinas de Clínica Médica e Psiquiatria e já terem obtido outros tipos de conhecimentos e experiências ao longo do curso. Os critérios de inclusão consistiram em alunos do oitavo e décimo-primeiro semestres do Curso de Medicina, alunos das instituições selecionadas, que exercessem regularmente suas atividades e concordassem em participar do estudo. O critério de exclusão foram alunos que, por algum motivo, não tivessem frequentado a disciplina de Psiquiatria e/ou não tivessem preenchido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A amostra seria igualmente distribuída, mas observou-se que, na prática, as turmas que compreendiam o oitavo e o décimo-primeiro semestres da Faculdade de Medicina da UECE tinham apenas 36 e 39 alunos, respectivamente, totalizando 75 alunos. Para evitar viés, o número de alunos do Centro Universitário Unichristus foi elevado para 105, sendo 54 do oitavo semestre e 51 do décimo-primeiro semestre. Devido a essa desigualdade, a ponderação dos dados foi utilizada para tornar os grupos equivalentes para a análise dos resultados. Vale ressaltar que todos os alunos da UECE concordaram em participar do estudo.

A amostra de professores foi composta por 57 indivíduos, estimada com proporção inicial de conhecimento sobre suicídio de 75%, com acurácia de 15% e nível de significância de 5%. A amostra foi distribuída aleatoriamente, com 29 professores da Unichristus e 28 da UECE. Os critérios de inclusão foram docentes vinculados às instituições selecionadas, que concordassem em participar do estudo e que estivessem em pleno exercício da docência. Os critérios de exclusão foram recusa em participar do estudo, não preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido e preenchimento incorreto do questionário.

Medidas

Para avaliar as atitudes de professores e alunos do Curso de Medicina em relação ao suicídio, foi utilizado o Suicide Behavior Attitude Questionnaire (SBAQ)11, validado em 2005 e o único no Brasil validado para esse fim. O SBAQ já foi aplicado a profissionais de enfermagem11, estudantes de medicina12 e profissionais da rede municipal de saúde, incluindo saúde mental, em Campinas, São Paulo13.

O SBAQ é uma escala composta por 21 itens visuais analógicos que medem aspectos cognitivos, afetivos e comportamentais dos profissionais de saúde diante do suicídio. Cada item compreende uma escala visual de 10 cm que varia da discordância total à concordância total. Sua consistência interna foi avaliada através da análise fatorial11. As questões foram agrupadas pelo autor em três fatores: “sentimentos negativos em relação ao paciente suicida”, com sete questões (Q2, Q5, Q9, Q13, Q15, Q17 e Q19), “percepção da capacidade profissional”, com quatro questões ( Q1, Q7, Q10 e Q12) e “direito ao suicídio”, com cinco questões (Q3, Q4, Q6, Q16 e Q18). O valor total da pontuação das questões para cada fator é: 70 pontos para sentimentos negativos, quanto maior a pontuação, mais negativos são os sentimentos; 40 pontos para a capacidade profissional, quanto maior a pontuação, maior a capacidade profissional; e 50 pontos para o direito ao suicídio, quanto maior a pontuação, maior a atitude condenatória.

Para melhor compreensão, foi adicionado um Questionário Sociodemográfico com informações sobre sexo, religião, frequência a serviços religiosos, associação entre suicídio e transtornos mentais, atendimento a pacientes com comportamento suicida, bem como tempo de ensino e formação, no caso dos professores.

Procedimento de coleta de dados

O questionário foi aplicado por pesquisadores experientes, em local tranquilo, com os participantes sentindo-se relaxados. O questionário foi aplicado aos alunos da UECE no oitavo semestre no próprio campus, em sala de aula, antes do início das aulas. Já para os alunos do décimo-primeiro semestre, o questionário foi aplicado nos hospitais credenciados onde os mesmos estavam alocados, com agendamento prévio, visto que estavam trabalhando como internos.

Na Unichristus, o questionário foi aplicado a 60 alunos do oitavo semestre em sala de aula, com autorização do professor. Nos alunos do décimo-primeiro semestre, o questionário foi aplicado a 60 alunos no dia da avaliação do estágio na Unichristus, antes do início desta atividade, com a autorização dos responsáveis.

Em relação à coleta de dados dos professores, o SBAQ foi aplicado aos professores da UECE na sala de reuniões, após fornecerem o consentimento informado e através de entrevistas individuais em outros momentos no campus.

No Unichristus, foram aplicados 34 questionários na sala de reuniões dos professores, e através de entrevistas individuais, em outros horários.

Análise estatística

Para a análise dos dados, foram calculados os escores dos três fatores do SBAQ e para cada questão específica. Análises independentes de alunos e professores e comparações entre alunos foram realizadas. Devido à diferença numérica da amostra entre as duas instituições, foi utilizada a ponderação dos dados para análise descritiva. As porcentagens e contagens foram utilizadas para os dados quantitativos categóricos, enquanto as medidas de tendência central e dispersão foram utilizadas para os dados numéricos. O teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov foi realizado para as variáveis ​​numéricas e a amostra apresentou características de distribuição assimétrica. Como essas não eram medidas seriais, os testes de qui-quadrado foram utilizados para variáveis categóricas. Ao comparar os fatores do SBAQ com os dados sociodemográficos, e na comparação de dois grupos numéricos, foram utilizados os testes não-paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para comparar três ou mais grupos. Um valor de p de até 5% foi considerado significativo na análise. Os dados foram tabulados e analisados ​​pelo software IBM SPSS Statistics for Windows, versão 23.0. Armonk, NY: IBM Corp. IBM Corp. lançado em 2015.

Aspectos éticos

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário Unichristus, sob CEP nº 56433716.80000.5049, com anuência da Universidade Estadual do Ceará. Todos os princípios éticos que norteiam a pesquisa em seres humanos foram seguidos. Os indivíduos colaboradores foram informados sobre o objetivo geral do estudo e os procedimentos de coleta de dados, principalmente quanto ao uso das entrevistas. Todos os indivíduos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE.

RESULTADOS

Participaram deste estudo um total de 237 indivíduos, distribuídos em 57 professores de diferentes semestres e 180 alunos, divididos em 90 do oitavo e 90 do décimo-primeiro semestres. Houve predomínio do sexo feminino, com 51,9% (93), e a mediana de idade foi de 24 anos. Em relação à religiosidade, 65,2% (117) se declararam religiosos. A religião mais frequente foi o catolicismo (64,3%), e 54,4% (98) frequentava serviços religiosos de uma vez por semana a uma ou duas vezes por mês. A maioria dos alunos, 70% (126), relatou já ter tratado alguém com comportamento suicida (Tabela 1).

Tabela 1 Características descritivas da amostra de alunos do Curso de Medicina da Unichristus e UECE (n=180), Ceará, 2018. 

Variáveis N %
Sexo
Masculino 87 48,1
Feminino 93 51,9
Semestre
8º semestre 90 50,0
11º semestre 90 50,0
Instituição frequentada
Unichristus 90 50,0
UECE 90 50,0
Pessoa religiosa
Sim 117 65,2
Não 63 34,8
Religião
Católica 116 64,3
Protestante 15 8,6
Espiritualista 13 7,2
Agnóstica 8 4,4
Ateu 2 1,0
Cristã 22 12,5
Outras 4 2,0
Frequência em serviços religiosos
1x por semana 62 34,2
2x por mês 36 20,2
1x por mês 22 12,2
2 a 3x por ano 40 22,3
1x por ano 19 10,6
Quase nunca 1 0,5
Já tratou alguém com comportamento suicida?
Sim 126 70,0
Não 54 30,0
Mediana da idade (Intervalo Interquartil) 24 (23 a 26)

A maioria dos professores era do sexo masculino, 52,6% (30), com mediana de idade de 37 anos, mediana de tempo de docência de 6 anos e mediana de tempo de formação de 14 anos. Aproximadamente dois terços, 66,7% (38), já tinham tratado pacientes com comportamento suicida e uma média de 66 professores associou suicídio a doença mental. A maioria (84,2%/48) se considerava religiosa, com predomínio da religião católica: 77,2% (44). Em relação à frequência dos serviços religiosos, 64,9% (37) relataram frequentar os serviços religiosos de uma vez por semana a uma ou duas vezes por mês (Tabela 2).

Tabela 2 Características sociodemográficas de professores do curso de Medicina da Unichristus e UECE (n-57). 

Variáveis N %
Sexo
Masculino 30 52.6
Feminino 27 47.4
Você é uma pessoa religiosa?
Sim 48 84.2
Não 9 15.8
Religião
Católica 44 77.2
Protestante 7 12.3
Espiritualista 2 3.5
Agnóstica 3 5.2
Outras 1 1.8
Frequência em serviços religiosos
1x por semana 27 47.4
2x por mês 10 17.5
1x por mês 6 10.5
2 a 3x por ano 3 5.3
1x por ano 10 17.5
Quase nunca 1 1.8
Já tratou alguém com comportamento suicida?
Sim 38 66.7
Não 19 33.3
Instituição onde você ensina
Unichristus 29 50.9
UECE 28 49.1
Mediana da idade 37.0 (24-65)
Mediana do tempo de formação 14.0 (1.0-45)

Os alunos não se sentiam bem-preparados para cuidar de pacientes em risco de suicídio, conforme observado nas questões Q10 e Q12. A soma das questões sobre o fator capacidade profissional atingiu pouco mais de 50% do escore total: 22 (40) pontos, com mediana total de 5,5. Ressalta-se a atitude condenatória dos alunos em relação ao fator direito ao suicídio, como visto na questão Q3, que tem valor invertido, e nas questões Q4 e Q18. O escore total foi 23 (50), com mediana total de 5,4. Observou-se baixa pontuação em relação ao fator sentimentos negativos, com escore total de 21 (70) e mediana de 3,0 (Tabela 3).

Tabela 3 Comparação dos fatores do Suicide Behavior Attitude Questionnaire entre alunos do oitavo e décimo-primeiro semestres da Unichristus e UECE. 

Capacidade profissional 8º semestre 11º semestre
Mediana Percentil (máx. - mín.) Mediana Percentil (máx. - mín.)
Q1 Eu me sinto capaz de ajudar uma pessoa que tentou se matar 6,0 (5,0-7,0) 6,0 (4.0-8.0)
Q7 Sinto-me capaz de perceber quando um paciente corre o risco de se matar 6,0 (4,0-7,0) 6,0 (5.0-7.0)
Q10 Acho que tenho formação profissional para lidar com pacientes em risco de suicídio 4,0 (2,0-6,0) 5,0 (2.0-7.0)
Q12 Sinto-me inseguro(a) para cuidar de pacientes em risco de suicídio 6,0 (4,0-8,0) 6,0 (4.0-8.0)
Resultado total 5,25 (5,5-6,0) 5,5 (5,0-6,25)
p= 0,04
Sentimentos Negativos Mediana Percentil (máx. - mín.) Mediana Percentil (máx. - mín.)
Q2 Aqueles que ameaçam se matar geralmente não o fazem. 1,0 (0,0-4,0) 1,0 (0.0-5.0)
Q5 No fundo, prefiro não me envolver muito com pacientes que tentaram suicídio. 3,0 (1,0-5,0) 3,0 (1.0-5.0)
Q9 Tenho receio de perguntar sobre pensamentos suicidas e acabar induzindo o paciente a fazê-lo. 2,5 (0,0-7,0) 3,0 (0.0-6.0)
Q13 Às vezes você até fica com raiva, porque tantas pessoas querem viver... e aquele paciente quer morrer. 0,0 (0,0-2,0) 1,0 (0.0-3.0)
Q15 Sentimo-nos impotentes diante de uma pessoa que quer se matar. 6,0 (3,0-7,0) 6,0 (3.0-8.0)
Q17 No caso de pacientes que estão sofrendo muito por causa de uma doença física, acho mais aceitável a ideia do suicídio. 3,0 (0,0-7,0) 2,0 (0.0-6.0)
Q19 Aqueles que querem se matar não “continuam tentando” se matar. 1,0 (0,0-3,0) 0,0 (0.0-3.0)
Resultado total 2,89) (1,86-4,14) 3,0 (1,86-4,0)
p=0.84
Direito ao suicídio Mediana Percentil (máx. - mín.) Mediana Percentil (máx. - mín.)
Q3 Apesar de tudo, acho que se uma pessoa quer se matar, ela tem o direito de fazê-lo. 2,0 (0,0-5,0) 2,0 (0.0-6.0)
Q4 Diante do suicídio, penso: se alguém tivesse falado com eles, talvez eles tivessem agido de outra forma. 8,0 (7,0-9,0) 8,0 (7.0-9.0)
Q6 A vida é um dom de Deus e só Ele pode tirá-la. 7,0 (2,0-10,0) 5,0 (3.0-9.0)
Q16 Quem tem Deus no coração não tenta se matar. 1,0 (0,0-5,0) 2,0 (0.0-4.0)
Q18 Quando uma pessoa fala em acabar com a própria vida, tento tirar essa ideia da cabeça dela. 8,0 (5,0-10,0) 8,0 (7.0-9.0)
Resultado total 5,4 (4,0-6,40) 5,4 (4,4-6,20)
p=0,80

*p - teste U de Mann-Whitney

Os alunos do 11º semestre obtiveram pontuação superior aos do 8º semestre, com mediana de 5,5 e 5,25, respectivamente. Houve uma diferença significativa em relação ao fator capacidade profissional, com p = 0,04. A pontuação para o fator sentimentos negativos foi uniforme e baixa em ambos os semestres, com mediana de 2,89 para o 8º semestre e 3,0 para o 11º semestre, com p = 0,84. Os alunos também discordaram que o suicídio é um direito pessoal, com mediana de 5,4 no 8º e 11º semestres. A Q6, que diz que “A vida é um dom de Deus e só Ele pode tirá-la”, apresentou maior concordância entre os alunos do 8º semestre (mediana 7,0) quando comparados aos do 11º semestre (mediana 5,0) (Tabela 3).

Em relação ao fator capacidade profissional, maior confiança para lidar com o suicídio é demonstrada pelos alunos do semestre mais avançado (mediana 5,5) em relação aos do 8º semestre (mediana 5,25), com p = 0,04. Além disso, os alunos que já trataram alguém com comportamento suicida (mediana 5,5) mostraram-se mais preparados para lidar com o suicídio quando comparados aos que não o fizeram (mediana 5,00), com p = 0,002. A diferença entre os semestres do estudo em relação à religião, com p = 0,00, considerar-se religioso com p = 0,00 e frequentar serviços religiosos com frequência com p = 0,00, mostrou-se a mais significativa em relação ao direito ao suicídio. A diferença de atitudes entre religiosos (mediana 5,50) e não-religiosos (mediana 4,00) é significativa para o fator direito pessoal ao suicídio, com p = 0,000. (Tabela 4)

Tabela 4 Comparação dos três fatores do Suicide Behavior Attitude Questionnaire com variáveis sociodemográficas dos alunos (N=180). 

Variáveis Capacidade profissional Sentimentos negativos Direito ao suicídio
Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 p
Semestre
8º semestre 5,25 5,50 6,00 2,56 1,86 4,14 5,40 4,00 6,40
11º semestre 5,50 5,00 6,26 3,00 1,86 4,00 5,40 4,40 6,20
0,04* 0,840* 0,801*
Sexo
Masculino 5,50 4,75 6,25 2,85 1,86 3,86 5,00 3,50 5,80
Feminino 5,50 4,50 6,00 3,14 2,00 4,14 5,60 4,60 6,40
0,311* 0,338* 0,11*
Instituição
Unichristus 5,50 5,00 6,25 3,00 1,86 4,14 5,60 4,80 6,60
UECE 5,25 4,50 6,00 2,71 1,86 3,56 5,00 3,80 5,80
0,164* 0,300* 0,001*
Pessoa religiosa
Sim 5,50 4,75 6,25 3,14 1,86 4,14 5,50 5,00 6,60
Não 5,25 4,75 6,00 2,86 1,86 3,71 4,00 3,80 5,40
0,946* 0,149* 0,00*
Religião
Católica 5,50 4,75 6,25 3,14 1,86 4,14 5,80 5,00 6,60
Protestante 5,75 5,50 6,50 3,14 2,71 4,57 6,40 5,40 6,80
Espiritualista 6,25 5,00 6,75 3,00 1,57 3,71 5,20 4,60 5,60
Agnóstica 5,25 3,50 5,75 3,00 1,14 4,86 4,00 2,20 4,60
Cristã 5,25 4,00 6,22 2,75 1,45 3,45 4,00 3,40 5,30
Outras 5,50 3,50 5,88 2,14 1,71 4,71 6,00 3,60 6,90
0,348** 0,215** 0,00**
Frequência em serviços religiosos Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 P
1x por semana 5,50 4,75 6,75 3,14 2,00 4,14 6,00 5,20 6,80
2x por mês 5,63 5,00 6,25 3,00 1,86 4,21 5,20 3,80 6,50
1x por mês 5,00 4,75 6,25 3,14 2,00 4,14 6,00 5,20 6,80
2 a 3x por ano 5,75 3,00 6,75 3,25 2,57 3,71 4,60 3,40 5,50
1x por ano 5,25 4,75 6,00 2,57 1,43 3,71 4,40 3,70 5,40
Quase nunca 5,75 5,75 5,75 1,57 1,57 1,57 6,00 6,00 6,00
0,384** 0,556** 0,00**
Já tratou de paciente com comportamento suicida?
Sim 5,50 5,00 6,25 2,86 1,86 3,86 5,20 4,40 6,20
Não 5,00 4,00 5,75 3,25 1,86 4,43 5,40 4,00 6,40
0,002* 0,066* 0,00*

p* Mann Whitney e p** Kruskal-Wallis.

Quanto à avaliação dos professores, destaca-se a baixa pontuação, 17 (70), no fator sentimentos negativos, demonstrando poucos sentimentos negativos em relação ao paciente com comportamento suicida. Os professores alcançaram 50% da pontuação total para o fator direito da pessoa ao suicídio, com pontuação de 25 (50) e mediana de 5,0, o que, de acordo com a interpretação da escala, significa “não sei”. O fator capacidade profissional foi o único que atingiu mais de 50% do escore total, 22 (40), mas a mediana (5,25) foi inferior à mediana dos alunos (5,50). Chama a atenção a diferença significativa em ser religioso em relação ao fator sentimentos negativos, com p = 0,041. Sentimentos mais negativos são observados em relação ao suicídio naqueles que se consideram religiosos, com mediana de 3,43 em relação aos não-religiosos, com mediana de 2,00. Já ter atendido paciente com comportamento suicida foi significativo em relação aos fatores sentimentos negativos (p = 0,003) e direito ao suicídio (p = 0,023). Os professores que não haviam tratado casos de risco de suicídio (mediana 4,00) tiveram mais sentimentos negativos sobre o suicídio do que aqueles que o fizeram (mediana 2,43). Além disso, os professores que não haviam tratado de pacientes com comportamento suicida tiveram mais atitudes condenatórias (mediana 5,80) do que aqueles que o fizeram anteriormente (mediana 4,80). (Tabela 5)

Tabela 5 Comparação dos três fatores do Suicide Behavior Attitude Questionnaire (SBAQ) e as variáveis sociodemográficas dos professores na Unichristus e UECE, N = 57, Ceará, 2018. 

Variáveis Capacidade profissional Sentimentos negativos Direito ao suicídio
Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 p
Sexo
Masculino 5,50 5,00 6,25 3,12 1,57 4,25 5,10 4,20 6,20
Feminino 5,25 4,50 5,50 3,15 1,71 4,43 5,00 4,40 5,00
0,911* 0,719* 0,854*
Pessoa religiosa
Sim 5,25 4,50 6,50 3,43 2,00 4,43 5,30 4,40 6,20
Não 6,00 5,00 6,25 2,00 1,25 2,57 4,80 4,20 5,00
0,531* 0,041* 0,125*
Religião
Católica 5,25 4,50 6,38 3,36 1,75 4,21 5,30 4,40 6,10
Protestante 6,50 6,25 7,00 1,43 1,00 ? 5,00 4,00 7,20
Espiritualista 4,13 3,75 4,50 3,50 2,43 4,57 5,00 4,80 5,20
Agnóstica 6,00 4,25 6,50 2,86 2,71 3,14 4,20 2,40 4,40
Outras 5,00 5,00 5,00 5,86 5,86 5,86 5,00 5,60 5,60
0,046** 2,85** 0,367**
Variáveis Capacidade profissional Sentimentos negativos Direito ao suicídio
Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 p Mediana P25 P75 p
Frequência em serviços religiosos
1x por semana 5,50 4,50 6,50 3,71 1,71 4,43 5,50 4,50 7,00
2x por mês 5,13 4,50 6,50 2,00 1,27 3,43 4,60 3,80 5,00
1x por mês 5,63 5,00 6,25 3,75 2,43 4,43 4,50 4,40 5,40
2 a 3x por ano 4,75 4,00 6,00 2,00 1,25 3,14 4,20 4,00 4,20
1x por ano 6,38 5,25 7,00 2,93 1,71 4,86 5,00 4,20 5,60
Quase nunca 4,25 4,25 4,25 4,225 2,86 2,86 4,40 4,40 4,40
0,352** 0,330** 0,027**
Já tratou de paciente com comportamento suicida?
Sim 6,00 5,00 6,50 2,43 1,57 3,71 4,50 4,20 5,60
Não 5,25 4,25 6,50 6,00 3,14 4,86 5,80 5,00 6,60
0,122* 0,003* 0,023*
Instituição onde o professor leciona
Unichristus 5,00 4,25 6,50 3,43 2,29 4,57 5,20 4,40 6,20
UECE 5,88 5,25 6,50 2,75 1,57 4,21 5,00 4,20 5,30
0,104* 0,165* 0,517*

p* Mann Whitney e p** Kruskal-Wallis.

DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo estão relacionados às atitudes de professores e alunos do curso de Medicina em relação ao suicídio, considerando os aspectos da capacidade profissional, sentimentos negativos e direito ao suicídio e a associação com variáveis sociodemográficas. Dentre os achados do estudo, observou-se maior capacidade profissional de alunos e professores que já haviam atendido paciente com comportamento suicida e de alunos cursando o semestre mais avançado, conforme esperado, devido à maior aquisição de conhecimentos, maior experiência com a morte e maiores habilidades profissionais.

Lidar com a morte e o suicídio sempre foi difícil para os profissionais de saúde, especialmente para médicos e estudantes de medicina. Os pesquisadores, ao estudar as atitudes dos estudantes de Medicina em relação a aspectos relevantes da prática clínica, observaram suas atitudes negativas ou indefinidas em relação aos aspectos relacionados à morte e à doença mental14. Achado semelhante foi identificado na associação entre estudantes e sua dificuldade em lidar com a morte15, que também investigou as atitudes dos estudantes de Medicina em relação a aspectos relevantes da prática clínica. Quando os alunos das duas Faculdades de Medicina avaliadas foram comparados, observaram-se escores ligeiramente superiores na mediana do fator capacidade profissional da Unichristus, provavelmente devido ao método de ensino, aproximando teoria e prática, resultando em maior possibilidade de tratamento de pacientes com comportamento suicida.

Vários estudos encontraram uma redução nas atitudes negativas e melhora do conhecimento depois que os alunos receberam treinamento sobre como lidar com o comportamento suicida. Os avaliadores, ao reavaliarem as enfermeiras do Hospital das Clínicas de Campinas, seis meses após o treinamento sobre suicídio, observaram que os ganhos de conhecimento permaneceram11. Pesquisadores avaliaram as atitudes em relação ao suicídio entre as equipes de saúde da rede pública de saúde de Campinas (SP) através do mesmo instrumento deste estudo e ministraram treinamento de habilidades e ensino em relação ao suicídio13. O autor notou uma redução nas atitudes negativas em relação ao suicídio. Especialistas capacitaram equipes de saúde e indivíduos relacionados à administração e segurança na questão do suicídio em ambiente hospitalar e também constataram mudança de atitudes negativas16. Nesse contexto, a aquisição de conhecimentos e treinamento de habilidades para lidar com o suicídio parece resultar em profissionais mais confiantes, com redução de atitudes negativas e moralistas, capazes de uma abordagem mais competente e humanizada em relação ao autoextermínio.

Os resultados com as diferenças mais significativas foram observados quanto ao fator direito ao suicídio entre indivíduos que se consideravam religiosos, entre aqueles que frequentavam serviços religiosos em todos os grupos e entre estudantes protestantes e professores católicos, apresentando atitudes mais condenatórias em relação ao suicídio. Esse tipo de atitude prejudica a relação médico/paciente, impede uma relação empática com o indivíduo com comportamento suicida e prejudica uma prática clínica competente e humanizada. Na literatura, o estudo que mais se aproxima desse aspecto é aquele12 que também utilizou o Suicide Behavior Attitude Questionnaire na população de alunos de medicina da Faculdade de Barbacena (MG), comparando alunos do período pré-clínico (1º ao 7º) semestres) aos do período pós-clínico (8º ao 12º semestres) e encontraram diferença significativa em relação à religião católica quanto ao fator direito ao suicídio. Outro estudo que avaliou e comparou as atitudes em relação ao suicídio de estudantes de Medicina japoneses e norte-americanos, utilizando outro instrumento, encontrou diferença em relação à religiosidade e ao gênero17.

Uma limitação deste estudo é a possibilidade de ocorrência de causalidade reversa, por se tratar de um estudo transversal. Outra limitação é a utilização de um instrumento validado com profissionais de enfermagem, devido à falta de um instrumento específico para profissionais e estudantes de Medicina no Brasil.

CONCLUSÃO

Concluímos que é necessário discutir, refletir e construir conhecimentos sobre o autoextermínio, principalmente no que se refere à desconstrução de crenças negativas e ensinamentos sobre a abordagem, diagnóstico e manejo do tratamento através de metodologias ativas (PBL, TBL e OSCE), nos diferentes semestres da graduação. Isso pode ser feito através da discussão de casos com a equipe interdisciplinar dos serviços, discussões na Liga da Psiquiatria, da dramatização e do incentivo a projetos comunitários e escolares de prevenção ao suicídio. A construção do conhecimento sobre o autoextermínio deve ser iniciada pelos professores através de grupos de estudos, discussões e educação permanente, para garantir a melhora do processo ensino/aprendizagem nos moldes recomendados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais.

REFERÊNCIAS

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12. Magalhães CA, Neves DMM, Brito LMDM, Leite BBC, Pimenta MMF, Vidal CEL. Atitudes de estudantes de medicina em relação ao suicídio. Revista Brasileira de Educação Médica . 2014;38(4):470-6. [ Links ]

13. Cais CFS, da Silveira IU, Stefanello S, Botega NJ. Suicide prevention training for professionals in the public health network in a large Brazilian city. Archives of Suicide Research. 2011;15(4):384-9. [ Links ]

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7Avaliado pelo processo de double blind review.

FINANCIAMENTO Os autores declaram não haver fontes de financiamento.

Recebido: 20 de Julho de 2021; Aceito: 19 de Setembro de 2021

Editora-Chefe: Rosiane Viana Zuza Diniz. Editora Associada: Cristiane Barelli.

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

Todos os autores fizeram contribuições substanciais para a concepção e desenho do estudo, revisando criticamente o manuscrito quanto ao conteúdo intelectual relevante, redigindo o artigo e revisando-o criticamente quanto ao conteúdo intelectual importante.

CONFLITO DE INTERESSE

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

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