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Revista Brasileira de Educação Médica

Print version ISSN 0100-5502On-line version ISSN 1981-5271

Rev. Bras. Educ. Med. vol.46 no.4 Rio de Janeiro  2022  Epub Nov 08, 2022

https://doi.org/10.1590/1981-5271v46.4-20210482 

Artigo Original

Fatores associados a ansiedade, depressão e estresse em estudantes de Medicina na pandemia da Covid-19

Factors associated with anxiety, depression and stress in medical students in the Covid-19 pandemic

Gustavo Felipe Oliveira Barros1  , concepção e planejamento do projeto de pesquisa, coleta, análise e interpretação dos dados, redação e revisão do artigo
http://orcid.org/0000-0002-9806-9457

João Bosco Rocha Coimbra Neto 1  , concepção e planejamento do projeto de pesquisa, coleta, análise e interpretação dos dados, redação e revisão do artigo
http://orcid.org/0000-0002-8487-560X

Enzo Mugayar Campanholo1  , concepção e planejamento do projeto de pesquisa, coleta, análise e interpretação dos dados, redação e revisão do artigo
http://orcid.org/0000-0002-3433-0185

Guilherme Pazinato Ritter1  , concepção e planejamento do projeto de pesquisa, coleta, análise e interpretação dos dados, redação e revisão do artigo
http://orcid.org/0000-0001-7898-8790

Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva1  , concepção e planejamento do projeto de pesquisa, coleta, análise e interpretação dos dados, redação e revisão do artigo
http://orcid.org/0000-0003-0645-3599

Rogério José de Almeida1  , concepção e planejamento do projeto de pesquisa, coleta, análise e interpretação dos dados, redação e revisão do artigo
http://orcid.org/0000-0002-2150-6057

1Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.


Resumo:

Introdução:

O curso de Medicina apresenta alta prevalência de transtornos mentais, e essa situação é agravada com a pandemia da Covid-19.

Objetivo:

Assim, o objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados aos sintomas de ansiedade, depressão e estresse em estudantes de Medicina durante o período pandêmico.

Método:

Trata-se de um estudo transversal analítico com abordagem quantitativa. Foram aplicados dois questionários: um sobre dados sociodemográficos, pessoais e acadêmicos, e a DASS-21.

Resultado:

Investigou-se uma amostra de 274 estudantes de Medicina. A maioria dos participantes era do sexo feminino (63,5%) com idade que variava de 21 a 25 anos (58,4%). Dos entrevistados, 40,1% raramente encontraram os amigos. A maior parte estava insatisfeita com o rendimento acadêmico (79,9%) e acusou piora na qualidade de vida (54,7%). Em relação aos dados sociodemográficos, foi evidenciada uma incidência muito maior de depressão, ansiedade e estresse em estudantes do sexo feminino (p < 0,0001). No que diz respeito aos dados pessoais e clínicos, os estudantes que já tinham doença psiquiátrica apresentaram mais comumente ansiedade, estresse e depressão (p < 0,0001), e aqueles já faziam terapias psicológicas tiveram o mesmo resultado (p < 0,0001). Quanto aos aspectos acadêmicos, no grupo que referiu já ter pensado em abandonar o curso, houve maior incidência de depressão, ansiedade e estresse (p < 0,0001), bem como quem referiu piora na qualidade de vida durante a pandemia teve depressão, ansiedade e estresse com maior frequência (p < 0,0001).

Conclusão:

Este estudo evidenciou aspectos sociodemográficos, pessoais e acadêmicos, e, consequentemente, os fatores que estiveram associados a maiores níveis de ansiedade, depressão e estresse em estudantes de Medicina durante a pandemia da Covid-19. Tendo em vista o impacto da pandemia na saúde mental dos estudantes, é essencial a adoção de medidas e programas específicos que visem à diminuição e à prevenção dos transtornos psíquicos no ambiente estudantil.

Palavras-chave: Covid-19; Educação Médica; Estudantes de Medicina; Saúde Mental

Abstract:

Introduction:

Medical school reports a high prevalence of mental disorders, and this situation has been aggravated by the Covid-19 pandemic. Thus, the aim of this study was to analyze the factors associated with symptoms of anxiety, depression, and stress in medical students during the pandemic.

Methods:

This is an analytical cross-sectional study with a quantitative approach. Two questionnaires were applied, the first on sociodemographic, personal, and academic data and the second on the DASS-21 Scale

Results:

A sample of 274 medical students was investigated. Most participants were female (63.5%) and aged between 21 and 25 years (58.4%). Of those interviewed, 40.1% rarely meet up with friends. Most were dissatisfied with their academic performance (79.9%) and reported a worsening in their quality of life (54.7%). Regarding sociodemographic data, a much higher incidence of depression, anxiety and stress was evidenced in female students (p<0.0001). Considering the personal and clinical data, students who had previously suffered psychiatric illness were more likely to present anxiety, stress and depression (p<0.0001), with the same result reported by those who were already undergoing psychological therapies (p<0.0001). As for academic aspects, in the group that reported having thought about leaving the course, there was a higher incidence of depression, anxiety and stress (p<0.0001), and those who reported a declining quality of life during the pandemic suffered from depression, anxiety and stress more frequently (p<0.0001).

Conclusion:

This study demonstrated sociodemographic, personal and academic aspects and, consequently, the factors that were associated with higher levels of anxiety, depression and stress in medical students during the Covid-19 pandemic. In view of the impact of the pandemic on the mental health of students, it is essential to adopt specific measures and programs aimed at reducing and preventing mental disorders in the student environment.

Keywords: Covid-19; Medical education; Medical students; Mental health

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já há tempos consolidou um conceito de saúde amplo e que contempla os aspectos do bem-estar biopsicossocial dos indivíduos. Porém, para o estudante de Medicina, isso é uma realidade distante, pois o modelo do curso, a cobrança e a carga horária excessiva geram um ambiente que predispõe ao desenvolvimento de transtornos psicológicos1.

Com o início da pandemia da Covid-19, a educação sofreu mudanças globais. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) estima que haja 890 milhões de estudantes afetados em 114 países. No Brasil, o ensino teve que se adaptar à realidade do distanciamento social, e para isso foi implementado o ensino remoto como alternativa. Para o curso de Medicina não foi diferente, o ensino remoto substituiu a maioria das aulas presenciais, inclusive algumas práticas. Essa nova realidade é de extremo impacto na vida do acadêmico de Medicina, visto que o contato com os pacientes é um fator importante na boa formação médica2.

A pandemia chegou como mais uma problemática para influenciar a saúde mental do estudante de Medicina. Isso tudo em um curso que já apresenta as maiores prevalências de depressão, ansiedade, estresse, consumo de drogas e suicídio em todos os outros cursos. Portanto, a pandemia tornou-se mais um fator de preocupação para a vida dos acadêmicos3.

Nesse contexto, tem-se a ansiedade como um transtorno relacionado às preocupações cotidianas do indivíduo, que chegam ao ponto de afetá-lo fisicamente. Situação semelhante ocorre com o estresse, no qual eventos estressores desencadeiam alterações comportamentais e emocionais. Já a depressão é um transtorno que se manifesta com inapetência, humor triste e perda de prazer na realização de atividades diárias4),(5.

O contexto pandêmico e as medidas adotadas para controle afetam toda a população em várias esferas da vida, como a social, a econômica, a da saúde e, entre elas, de forma significativa, o componente de saúde mental6. Esse componente sempre esteve afetado entre os estudantes de Medicina, agravando-se ainda mais na atual situação de pandemia. Isso ocorre porque, com a adoção de medidas como distanciamento, isolamento social e ensino remoto, o acadêmico deparou-se com uma nova rotina repleta de ainda mais desafios. O tempo exacerbado em frente às telas, a falta de contato com colegas e pacientes, a maior compreensão em relação à doença e as mudanças na programação acadêmica são fatores que deixam os estudantes ainda mais ansiosos ou deprimidos7),(8.

Essa situação gerou e ainda está gerando reflexos preocupantes. Além da exacerbação dos próprios transtornos psíquicos, o estudante de Medicina está convivendo com o adoecimento ou a morte de familiares e pessoas próximas por conta da Covid-19, com instabilidade financeira e com o adiamento do cronograma acadêmico, o que repercute nos planos do futuro profissional e na busca pela estabilidade e independência financeira, as quais estão associadas à expectativa de formação universitária9),(10.

Dessa forma, nota-se que os transtornos de ansiedade, depressão e estresse, muito presentes entre os estudantes de Medicina, requerem uma atenção ainda mais especial por causa da atual pandemia da Covid-19. Ações de saúde e de educação mediadas pelas instituições públicas, pautadas na prevenção ou redução de danos, são essenciais, com vistas a preservar atual e futuramente a saúde mental desses acadêmicos.

Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo analisar os fatores associados aos sintomas de ansiedade, depressão e estresse em estudantes de Medicina durante a pandemia da Covid-19.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal analítico com abordagem quantitativa. Esse é um método de pesquisa que se enquadra nos estudos observacionais e tem como finalidade analisar condições de saúde e doenças numa população ou em populações, num determinado lugar e tempo. Os estudos transversais referem-se a um ponto no tempo ou a um curto intervalo de tempo, e a informação sobre a exposição é coletada simultaneamente à doença, permitindo comparar diferentes subpopulações de exposição à prevalência de doença. Ao permitir o estudo simultâneo de várias doenças e de seus determinantes, o estudo transversal, quando repetido ao longo do tempo, possibilta também a avaliação da evolução do problema. Como vantagens desse tipo de estudo, destacam-se o baixo custo, o tempo relativamente curto de execução, o amplo potencial descritivo, a simplicidade analítica e a rapidez de coleta associada à facilidade na representatividade de uma população11),(12.

A pesquisa foi realizada por meio de questionários aplicados aos estudantes de Medicina de todo país. Não envolveu nenhuma universidade em particular, já que toda pesquisa se desenvolveu em formato digital por meio de redes sociais, como WhatsApp, e-mail e Facebook. O link contendo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e os questionários foram encaminhados pelos pesquisadores a grupos dos quais fazem parte e também a colegas estudantes de Medicina de várias partes do país. Solicitou-se aos colegas estudantes de Medicina que replicassem esse link em suas redes sociais e e-mails constituindo uma amostragem por “bola de neve” (snow ball).

Para que a pesquisa fosse realizada ainda em um momento de pandemia com a utilização de aulas remotas, fez-se a coleta de dados entre os dias 1º e 11 de dezembro de 2020, ou seja, no final de semestre em uma experiência totalmente nova com aulas remotas e em isolamento social.

Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: discentes de Medicina, com idade igual ou superior a 18 anos e que frequentavam o curso durante a pandemia causada pela Covid-19. Eis o critérios de exclusão: discentes que não estavam frequentando o curso e que não responderam a todas as perguntas dos questionários.

Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizaram-se dois instrumentos de coleta de dados. O primeiro foi um questionário sociodemográfico, pessoal e acadêmico criado pelos pesquisadores com variáveis de interesse para a pesquisa, as quais, segundo a literatura científica, relacionam-se ao fenômeno investigado.

O segundo instrumento foi a Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse (Depression, Anxiety and Stress Scale - DASS-21), que avalia o estado geral de humor da pessoa medindo estados depressivos, ansiosos e de estresse. Esse instrumento foi desenvolvido na Universidade de New South Waltes, no ano de 1995, por Lobivond e Lobivond, sendo adaptado e validado no Brasil por Machado e Bandeira no ano 201313. Originalmente, a DASS foi desenvolvida em língua inglesa com 42 itens distribuídos em três fatores, no entanto a versão reduzida com 21 itens é mais utilizada13.

No Brasil, a DASS-21 já foi utilizada para avaliar indivíduos adultos, idosos e adolescentes, respectivamente, a fim de investigar a validade e confiabilidade da escala13),(14. Outro aspecto que pode ser destacado no que tange à utilização da DASS-21 é sua aplicabilidade em estudantes universitários, haja vista que essa população é apontada como suscetível a estados emocionais aversivos15.

Os itens da DASS-21 estão divididos em três fatores: depressão: 3, 5, 10, 13, 16, 17, 21; ansiedade: 2, 4, 7, 9, 15, 19, 20; e estresse: 1, 6, 8, 11, 12, 14, 18. A respostas são dadas em uma escala Likert de 4 pontos (0 = não se aplicou a mim, 1 = aplicou-se a mim um pouco ou durante parte do tempo, 2 = aplicou-se bastante a mim ou durante uma boa parte do tempo, 3 = aplicou-se muito a mim ou a maior parte do tempo). Os escores para depressão, ansiedade e estresse são calculados como a soma dos escores para os sete itens relevantes e variam de 0 a 21. Maiores escores indicam maior predisposição para os sintomas de depressão, ansiedade e estresse15.

Com os dados coletados, foi confeccionado um banco de dados utilizando o software IBM SPSS Statistics 18. Posteriormente, realizou-se a estatística descritiva com o cálculo das frequências absoluta e relativa percentual, bem como do desvio padrão. Na sequência, aplicou-se o teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov) para distinguir as distribuições paramétricas e não paramétricas, com o intuito de comparação dos resultados do questionário estratificado pelas variáveis sociodemográficas. Utilizaram-se, para as distribuições paramétricas, os testes t de Student e ANOVA, e, para as distribuições não paramétricas, os testes Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Para todos os testes comparativos, assumiu-se p-valor inferior ou igual a 0,05 como significativo.

Antes de iniciar a coleta de dados, o presente trabalho foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), obtendo sua aprovação com o Parecer nº 4.423.451 em 26 de novembro de 2020.

RESULTADOS

A pesquisa investigou uma amostra de 274 estudantes de Medicina, dos quais 174 (63,5%) eram do sexo feminino e 100 (36,5%) do sexo masculino. Dos participantes, 58,4% estavam na faixa etária de 21 a 25 anos, 56,9% eram solteiros, 54,4% afirmavam ter um envolvimento religioso fraco e 75,9% moravam com os familiares (Tabela 1).

Tabela 1 Caracterização dos aspectos sociodemográficos dos 274 estudantes de Medicina, Goiânia, Goiás, Brasil, 2020 

Variável (N = 274) n f(%)
Sexo
Feminino 174 63,5
Masculino 100 36,5
Idade
De 18 a 20 anos 94 34,3
De 21 a 25 anos 160 58,4
De 26 a 30 anos 16 5,8
Mais que 30 anos 4 1,5
Período/módulo
Do 1º até o 4º 123 44,9
Do 5º até o 8º 109 39,8
Do 9º até o 12º 42 15,3
Estado civil
Solteiro(a) 156 56,9
Solteiro(a)/namorando 112 40,9
Casado(a) 6 2,2
Envolvimento religioso
Nenhum 28 10,2
Fraco 149 54,4
Forte 63 23,0
Não tenho religião 34 12,4
Com quem mora
Sozinho(a) 49 17,9
Amigos 17 6,2
Familiares 208 75,9

Fonte: Elaborada pelos autores.

No que se refere à caracterização dos aspectos pessoais e acadêmicos, identificou-se que os entrevistados raramente encontraram os amigos (40,1%). No que tange ao sono dos estudantes, observou-se que 24,8% referiram insônia e 42,7% afirmaram dormir menos de sete horas por noite. A grande maioria dos participantes consome bebida alcoólica (73,4%) (Tabela 2).

Tabela 2 Caracterização dos aspectos pessoais e acadêmicos dos 274 estudantes de Medicina, Goiânia, Goiás, Brasil, 2020 

Variável (N = 274) n f(%)
Faz atividade extracurricular
Sim 224 81,8
Não 50 18,2
Encontro com amigos na pandemia
Não encontrei 20 7,3
Raramente 110 40,1
Às vezes 90 32,8
Frequentemente 54 19,7
Praticou atividade física na pandemia
Não pratiquei 23 8,4
Raramente 48 17,5
Às vezes 72 26,3
Frequentemente 131 47,8
Possui doença crônica diagnosticada
Sim 21 7,7
Não 253 92,3
Possui doença psiquiátrica diagnosticada
Sim 65 23,7
Não 209 76,3
Fez terapia psiquiátrica/psicológica
Sim 93 33,9
Não 181 66,1
Tem insônia
Sim 68 24,8
Não 206 75,2
Horas de sono dormidas à noite
Menos de 7 horas 116 42,3
Entre 7 e 9 horas 153 55,8
Mais de 9 horas 5 1,8
Você é etilista
Sim 201 73,4
Não 73 26,6
Você é tabagista
Sim 20 7,3
Não 254 92,7
Está satisfeito com rendimento acadêmico
Sim 55 20,1
Não 219 79,9
Já pensou em abandonar o curso
Sim 86 31,4
Não 188 68,6
Realizou outras atividades fora do curso
Sim 216 78,8
Não 58 21,2
Acha que sua qualidade de vida piorou
Sim 150 54,7
Não 124 45,3

Fonte: Elaborada pelos autores.

Observou-se que 23,7% dos participantes afirmaram ter alguma doença psiquiátrica e 33,9% faziam terapia. Dos participantes, 79,9% não estavam satisfeitos com o rendimento e 31,4% pensaram em abandonar o curso. Em relação à qualidade de vida, mais da metade dos participantes (54,7%) acusou piora (Tabela 2).

Na comparação dos dados sociodemográficos com os escores da DASS-21, foi observado que as estudantes de Medicina do sexo feminino apresentaram maiores escores para depressão (p < 0,0001), ansiedade (p < 0,0001) e estresse (p < 0,0001) em relação aos discentes do sexo masculino (Tabela 3).

Tabela 3 Comparação dos aspectos sociodemográficos com os níveis da condição de saúde mental dos 274 estudantes de Medicina, Goiânia, Goiás, Brasil, 2020 

Variável (N = 274) Depressão p-valor Ansiedade p-valor Estresse p-valor
Média DP Média DP Média DP
Sexo                  
Feminino 7,7 5,1   6,5 4,9   10,8 4,7  
Masculino 4,9 4,4 < 0,0001 3,3 3,4 < 0,0001* 7,0 4,8 < 0,0001
Idade                  
De 18 a 20 anos 6,2 4,9   5,6 4,7   9,3 5,3  
De 21 a 25 anos 7,1 5,1   5,1 4,7   9,4 4,9  
Mais de 25 anos 6,2 5,5 0,3200 5,7 4,4 0,6496 9,7 4,7 0,9405
Período/módulo                  
Do 1º até o 4º 6,6 5,5   5,7 5,0   9,5 5,2  
Do 5º até o 8º 6,9 4,8   5,1 4,5   9,3 4,8  
Do 9º até o 12º 6,4 4,5 0,8005 4,7 4,2 0,5394 9,4 5,3 0,9414
Estado civil                  
Solteiro(a) 6,7 4,8   4,7 3,8   9,0 4,8  
Solteiro(a)/namorando 6,6 5,4   6,0 5,6   9,8 5,3  
Casado(a) 9,5 4,7 0,6068 7,7 5,1 0,3274 13,3 5,6 0,0698
Envolvimento religioso
Nenhum 7,2 5,4 5,2 4,0 9,4 4,8
Fraco 6,8 5,1 5,6 4,8 9,3 5,2
Forte 5,9 4,4 4,6 3,9 9,0 4,7
Não tenho religião 7,5 5,7 0,5872 5,4 5,8 0,7547* 10,3 5,3 0,7119
Com quem mora
Sozinho(a) 6,9 4,8 4,8 4,0 8,2 5,0
Amigos 7,3 5,3 6,0 5,3 9,4 6,0
Familiares 6,6 5,1 0,8313 5,4 4,8 0,5930 9,7 5,0 0,1825

Testes utilizados: teste t de Student e ANOVA; * testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Nível de significância de 5%.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Na comparação dos aspectos pessoais e acadêmicos com os escores da DASS-21, identificou-se que maiores escores em relação à depressão foram obtidos nas seguintes variáveis: não encontrar com os amigos (p = 0,0485), não praticar atividade física (p = 0,0103), ter doença psiquiátrica diagnosticada (p < 0,0001), fazer terapia psiquiátrica/psicológica (p = 0,0001), ter insônia (p = 0,0004), dormir mais de nove horas por noite (p = 0,0398), insatisfação com rendimento acadêmico (p = 0,0136), ter pensado em abandonar o curso (p < 0,0001), não realizar outras atividades durante o curso (p = 0,0005) e ter referido piora na qualidade de vida durante a pandemia (p < 0,0001) (Tabela 4).

Tabela 4 Comparação dos aspectos pessoais e acadêmicos com os níveis da condição de saúde mental dos 274 estudantes de Medicina, Goiânia, Goiás, Brasil, 2020 

Variável (N = 274) Depressão p-valor Ansiedade p-valor Estresse p-valor
Média DP Média DP Média DP
Atividade extracurricular
Sim 6,5 4,8 4,9 4,4 8,9 4,8
Não 7,8 5,8 0,1035 7,0 5,4 0,0056 11,6 5,4 0,0009
Encontro amigos na pandemia
Não encontrei 9,6 5,1 6,6 6,5 11,8 6,5
Raramente 6,8 5,3 5,5 4,5 9,3 5,3
Às vezes 6,3 5,0 5,1 4,9 9,1 4,7
Frequentemente 6,1 4,5 0,0485 4,7 3,9 0,6416* 9,1 4,2 0,1736
Praticou atividade física
Não pratiquei 9,4 5,2 6,4 4,4 10,1 4,3
Raramente 7,6 5,3 5,6 4,6 9,3 4,9
Às vezes 6,6 5,6 5,6 5,1 9,4 5,4
Frequentemente 5,9 4,4 0,0103 4,9 4,5 0,5942 9,3 5,1 0,9054
Doença crônica diagnosticada
Sim 6,5 5,4 5,7 4,5 10,6 5,4
Não 6,7 5,0 0,8300 5,3 4,7 0,6869 9,3 5,0 0,2503
Doença psiquiátrica
Sim 9,5 5,6 8,1 4,9 12,0 5,0
Não 5,8 4,5 < 0,0001* 4,5 4,3 < 0,0001 8,6 4,8 < 0,0001
Terapia psiquiátrica/psicológica
Sim 8,5 5,5 7,3 5,2 11,5 4,9
Não 5,8 4,6 0,0001* 4,3 4,1 < 0,0001* 8,3 4,7 < 0,0001
Tem insônia
Sim 8,6 5,3 8,6 4,7 12,0 4,5
Não 6,1 4,8 0,0004 4,2 4,2 < 0,0001 8,5 4,9 < 0,0001
Horas de sono/noite
Menos de 7 horas 7,4 5,7 6,0 5,0 9,5 4,8
Entre 7 e 9 horas 6,0 4,2 4,7 4,3 9,1 5,1
Mais de 9 horas 12,4 6,8 0,0398* 9,4 5,4 0,0084 14,4 6,7 0,0650
Você é etilista
Sim 6,7 5,2 5,4 4,7 9,3 5,0
Não 6,7 4,7 0,9266 5,2 4,5 0,8118 9,8 5,1 0,4670
Você é tabagista
Sim 8,0 5,7 4,6 4,5 9,5 4,0
Não 6,6 5,0 0,2538 5,4 4,7 0,4777 9,4 5,1 0,9253
Está satisfeito com rendimento
Sim 5,1 4,1 4,5 4,0 9,2 5,5
Não 7,1 5,2 0,0136* 5,5 4,8 0,1626 9,4 4,9 0,7686
Já pensou em abandonar o curso
Sim 9,1 5,4 7,2 5,2 12,2 4,7
Não 5,6 4,5 < 0,0001* 4,4 4,1 < 0,0001* 8,1 4,7 < 0,0001
Realizar outras atividades
Sim 6,2 4,9 4,9 4,6 9,0 5,1
Não 8,8 5,0 0,0005 6,8 4,8 0,0064 10,8 4,5 0,0197
Qualidade de vida piorou
Sim 8,0 5,1 6,4 4,9 10,7 5,0
Não 5,1 4,5 < 0,0001 4,0 4,1 < 0,0001* 7,9 4,7 < 0,0001

Testes utilizados: teste t de Student e ANOVA; * testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Nível de significância de 5%.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação aos sintomas de ansiedade, houve maiores escores nas seguintes variáveis: não realizar atividades extracurriculares (p = 0,0056), ter doença psiquiátrica diagnosticada (p < 0,0001), fazer terapia psiquiátrica/psicológica (p < 0,0001), ter insônia (p<0,0001), dormir mais de nove horas por noite (p = 0,0084), ter pensado em abandonar o curso (p < 0,0001), não realizar outras atividades durante o curso (p = 0,0064) e ter referido redução na qualidade de vida após a pandemia (p < 0,0001) (Tabela 4).

Já no que se refere aos sintomas de estresse, maiores escores foram identificados nas seguintes variáveis: não realizar atividades extracurriculares (p = 0,0009), ter doença psiquiátrica (p < 0,0001), fazer terapia psiquiátrica/psicológica (p < 0,0001), ter insônia (p < 0,0001), ter pensado em abandonar o curso (p < 0,0001), não realizar outras atividades durante o curso (p = 0,0197) e ter referido redução na qualidade de vida após a pandemia (p < 0,0001) (Tabela 4).

DISCUSSÃO

Diante dos resultados apresentados, este estudo evidenciou um perfil de estudante de Medicina em que a maioria era do sexo feminino, na faixa etária dos 21 a 25 anos e solteira. Esse cenário reflete a maior inserção das mulheres no curso de Medicina, processo que se iniciou na década de 1970 e foi acompanhado por conquistas de mais liberdade e autonomia do sexo feminino em várias esferas16. O processo de feminização do curso de Medicina fica evidenciado quando se comparam os dados atuais com os de anos anteriores: em 1970, o curso de Medicina tinha 11% de mulheres; em 1980 e 1990, essa porcentagem se ampliou para 22% e 33%, respectivamente; e, em 2020, esse índice já atingiu a marca de 47,5% de mulheres ingressantes17.

Identifica-se não só o aumento de mulheres no curso de Medicina, mas também na área da saúde em geral. No cenário pandêmico, constata-se que em torno 70% das equipes mundiais de saúde são compostas por mulheres, as quais têm representantes em cargos de diversas complexidades17. Esse cenário evidencia o enorme avanço e as conquistas do sexo feminino em um mercado de trabalho antes dominado pelos homens. Todavia, traz à tona a importância da preservação da saúde mental, haja vista que o contexto assistencialista do cuidado destinado ao paciente demanda muito esforço do profissional da saúde, o qual enfrenta carga horária de trabalho extenuante e pressão por ter que lidar com a vida do outro, fatores bastante potencializados durante a pandemia17)-(19.

Outro ponto relevante deste estudo foi a idade, sendo maior a prevalência de estudantes na faixa etária dos 21 a 25 anos. Esse achado está de acordo com o estudo Demografia médica no Brasil 2018, o qual evidencia o rejuvenescimento da medicina no Brasil, com a média de idade dos profissionais decrescendo ao longo dos anos. Essa tendência está relacionada à abertura recente de novos cursos médicos e ao aumento do ingresso de profissionais mais jovens no mercado de trabalho20.

No que se refere à caracterização dos aspectos pessoais e acadêmicos dos estudantes, identificou-se que a maior parte deles raramente encontrou os amigos durante a pandemia, estava insatisfeita com o rendimento acadêmico e acusou piora na qualidade de vida no período pandêmico. Com a pandemia houve a necessidade do distanciamento social, que, por sua vez, alterou bastante o cotidiano das pessoas21.

A permanência em casa para trabalhar ou estudar pode gerar uma sobrecarga nas pessoas, além da impossibilidade de realizar diversas atividades recreativas fora do ambiente domiciliar21. Os estudantes de Medicina possuem mais fatores que podem provocar uma alteração na qualidade de vida, como contato mais próximo com a morte, medo de contaminar pessoas próximas e até mesmo as incertezas sobre o ano letivo22.

Na comparação dos dados sociodemográficos com a DASS-21, este estudo evidenciou uma predominância dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse em estudantes de Medicina do sexo feminino, o que é condizente com achados de vários outros estudos15),(23),(24. As mulheres, no geral, são mais acometidas pelas desordens de depressão e ansiedade em comparação aos homens, bem como há uma maior prevalência de casos de depressão no sexo feminino15. Esse padrão também é observado no curso de Medicina e está relacionado ao fato de as mulheres serem mais vulneráveis a esses sintomas, o que está ligado à maior clareza para expressá-los, às alterações hormonais do próprio sexo feminino e ao maior envolvimento empático com os pacientes23),(24.

No que se refere ao estresse, nota-se que o sexo feminino também possui maior predisposição a esse transtorno em comparação ao sexo oposto, o que está associado aos mesmos fatores que provocam maiores sintomas de depressão e ansiedade25. Neste estudo, evidenciou-se maior associação ao estresse para as acadêmicas de Medicina, o que está em conformidade com achados de outros estudos que abordaram essa temática10),(26.

Sabe-se que o estresse é caracterizado por uma resposta multifatorial que pode acometer o estudante nas dimensões física, emocional e social. Prejuízo na aprendizagem e na memória e sintomas como cefaleia, sudorese e alterações gastrintestinais são alguns dos fatores que apontam para a necessidade de estratégias que busquem amenizar o estresse entre os estudantes de Medicina, principalmente em relação ao sexo feminino24),(27.

O isolamento social, apesar de necessário, causou diversos impactos negativos na vida cotidiana e na saúde mental da população. Um desses impactos foi a redução do contato das pessoas com seu círculo social. Diante disso, problemas como a frustração e o tédio ficam maiores nesses estudantes de Medicina, o que os predispõem ainda mais à deterioração da saúde mental28.

No que se refere à prática de atividade física, observou-se neste estudo que os estudantes sedentários apresentaram maior associação aos sintomas de depressão, o que é corroborado por outros estudos29),(30. O tratamento para o transtorno depressivo consiste em psicoterapia, administração de medicamentos e/ou mudanças no estilo de vida. A atividade física enquadra-se nesse último item, aliviando sintomas de depressão por mecanismos envolvendo o eixo hipotálamo-hipófise, com liberação de hormônios como a endorfina, responsável pelas sensações de bem-estar do indivíduo, além de oferecer efeito protetor àqueles indivíduos geneticamente propensos a desenvolver transtornos mentais31. Em países como Suécia e Canadá, a atividade física está incluída nos guidelines como tratamento complementar da depressão, sendo, portanto, um fator de proteção e que deve ser estimulado entre os estudantes de Medicina32.

As doenças psiquiátricas associadas às demais vulnerabilidades da vida cotidiana, principalmente depois da pandemia da Covid-19, são um importante fator que causa maior ocorrência de depressão entre os estudantes que relataram ter doenças psiquiátricas e fazer terapia. O estresse é um importante fator que causa o esgotamento psíquico desses estudantes, consequentemente maior suscetibilidade à depressão24.

Conforme os resultados apresentados, verificou-se que a insônia se destacou como um fator predisponente a maiores sintomas de depressão, ansiedade e estresse para os acadêmicos de Medicina. O sono é uma função biológica essencial ao ser humano, desempenhando ampla importância nos processos cognitivos e na saúde física e mental, tendo como duração adequada de sete a oito horas por noite33. Entretanto, observa-se uma realidade diferente entre os estudantes de Medicina, em que as exigências do próprio curso prejudicam as horas e a qualidade do sono34. Esse fato leva a uma exacerbação dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse entre os acadêmicos, tal como observado neste e em outros estudos22),(35.

Em contrapartida, este estudo evidenciou que dormir muito foi um fator predisponente a maiores sintomas de depressão e ansiedade entre os alunos de Medicina. Com o fechamento das universidades e a adoção do ensino remoto, bem como a aplicação de medidas de isolamento social, o estudante passou a ficar mais tempo em casa, não precisando se deslocar até a universidade ou o hospital, o que permitiu maiores horas de sono36. Contudo, notou-se que dormir mais de nove horas por noite aumenta a tendência de desenvolver sintomas de depressão e ansiedade. Tal como descrito em um estudo sobre a mudança comportamental da população durante a pandemia da Covid-19, 67% dos entrevistados acusaram modificação na rotina do sono, o que influenciou no aparecimento de distúrbios mentais37.

A insatisfação com o rendimento acadêmico gera um quadro de angústia e preocupação no estudante. Tal quadro tende a piorar a saúde mental e levar o indivíduo a ter pensamentos de abandonar o curso. Essa problemática situação acaba piorando ainda mais o rendimento acadêmico, quanto mais esse estudante deteriora a própria saúde mental. Por conta disso, ele fica extremamente vulnerável a quadros depressivos25),(27.

O distanciamento social foi a medida mais eficaz para conter a propagação do vírus, todavia teve repercussões clínicas e comportamentais, de modo que o menor contato interpessoal teve repercussões na saúde mental de toda a população, inclusive nos estudantes de Medicina6),(38.

CONCLUSÃO

O presente estudo identificou diversos fatores associados a sintomas de depressão, estresse e ansiedade em estudantes de Medicina durante a pandemia da Covid-19. Os fatores associados à depressão foram: sexo feminino, não encontrar amigos, não praticar atividades física, ter doença psiquiátrica, fazer terapia psiquiátrica/psicológica, ter insônia, dormir mais de nove horas, estar insatisfeito com o rendimento acadêmico, pensar em abandonar o curso, não realizar atividades fora da universidade e uma percepção ruim da qualidade de vida. Os fatores associados à ansiedade foram: sexo feminino, não realizar atividades extracurriculares, ter doença psiquiátrica, fazer terapia psiquiátrica/psicológica, ter insônia, dormir mais de nove horas, pensar em abandonar o curso, não realizar atividades fora da universidade e uma percepção ruim da qualidade de vida. Já os fatores associados ao estresse foram: sexo feminino, não realizar atividades extracurriculares, ter doença psiquiátrica, fazer terapia psiquiátrica/psicológica, ter insônia, pensar em abandonar o curso, não realizar atividades fora da universidade e uma percepção ruim da qualidade de vida.

Abordar a saúde mental dos estudantes de Medicina é uma questão fundamental, haja vista a maior prevalência de transtornos psíquicos no campo da educação médica. Essa abordagem faz-se ainda mais necessária ao se associar a pandemia da Covid-19 como fator agravante. Como consequência, o acadêmico de Medicina passou a enfrentar novos desafios, como o ensino remoto, a falta de contato com colegas e pacientes, a convivência com o adoecimento ou morte de familiares e pessoas próximas, bem como o adiamento do cronograma acadêmico e as incertezas em relação ao futuro universitário. Esse cenário favoreceu o aumento de sintomas de depressão, ansiedade e estresse entre os alunos de Medicina, evidenciando uma questão de saúde pública.

Os resultados encontrados nesta pesquisa podem auxiliar na delimitação de um perfil de estudante de Medicina que tem mais risco de desenvolver sintomas de depressão, ansiedade e/ou estresse. A partir dos fatores associados identificados neste estudo, poderão ser elaboradas medidas que visem à diminuição e à prevenção dos transtornos psíquicos no ambiente estudantil. É de suma importância que as instituições acadêmicas desenvolvam programas e ações de suporte voltados para a preservação da saúde mental do estudante de Medicina, de modo a diminuir o impacto gerado pela pandemia da Covid-19.

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2Avaliado pelo processo de double blind review.

FINANCIAMENTO Declaramos não haver financiamento.

Recebido: 03 de Dezembro de 2021; Aceito: 08 de Setembro de 2022

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CONFLITO DE INTERESSES

Declaramos não haver conflito de interesses.

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