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Revista Brasileira de Educação Médica

versión impresa ISSN 0100-5502versión On-line ISSN 1981-5271

Rev. Bras. Educ. Med. vol.46  supl.1 Rio de Janeiro  2022  Epub 16-Nov-2022

https://doi.org/10.1590/1981-5271v46.supl.1-editorial 

Editorial

Teste de Progresso: avanços e perspectivas

Aristides Augusto Palhares Neto1  , desenvolvimento, concepção, desenvolvimento, redação e revisão deste editorial
http://orcid.org/0000-0002-3484-862X

Nildo Alves Batista2  , desenvolvimento, concepção, desenvolvimento, redação e revisão deste editorial
http://orcid.org/0000-0002-5538-7447

Rosiane Viana Zuza Diniz3  , desenvolvimento, concepção, desenvolvimento, redação e revisão deste editorial
http://orcid.org/0000-0002-3883-2780

Sandro Schreiber de Oliveira4  5  , desenvolvimento, concepção, desenvolvimento, redação e revisão deste editorial
http://orcid.org/0000-0003-4150-4515

Valdes Roberto Bollela6  , desenvolvimento, concepção, desenvolvimento, redação e revisão deste editorial
http://orcid.org/0000-0002-8221-4701

1Universidade Estadual Paulista, Botucatu, São Paulo, Brasil.

2Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil.

3Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

4Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil.

5Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

6Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.


A partir de 2013, a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) passou a incentivar o uso do Teste de Progresso (TP) de maneira mais ampliada em diferentes regiões do Brasil, com o propósito de estimular a criação de núcleos regionais que o aplicam anualmente de modo regionalizado. Hoje se encontram constituídos 18 núcleos, dos quais participam mais de 220 escolas médicas brasileiras.

Em 2015, a Abem propôs um projeto com o objetivo de incentivar as escolas brasileiras a adotar o TP como uma estratégia de avaliação do domínio cognitivo da competência esperada para o exercício da medicina1. Como resultado, nesse ano, foi realizada a primeira prova nacional que contou com a participação de 58 escolas e 23.065 estudantes2.

O TP situa o estudante em seu processo evolutivo e promove oportunidades de reflexão para a aprendizagem (função formativa). Exames de progresso padronizados podem promover a melhoria do desempenho acadêmico com base na capacidade de autorregulação e metacognição, para além do pensamento crítico do educando3. O TP pode ser utilizado também como avaliação externa às disciplinas e aos estágios do curso, tendo como finalidade a tomada de decisão (função somativa) e permite à instituição realizar o diagnóstico de fortalezas e lacunas na estrutura curricular (função informativa ou diagnóstica)4. Participar da elaboração da prova constitui uma oportunidade única para o desenvolvimento docente nas boas práticas para a elaboração de testes de múltipla escolha com apenas uma alternativa correta.

A partir de 2019, a Abem retomou o processo de consolidação do TP nacional na perspectiva de institucionalizar um processo dirigido e organizado por ela e pelos consórcios regionais, com periodicidade anual, sem caráter classificatório. Em 2021, aconteceu o segundo TP nacional, em inédito formato on-line, que foi realizado por cerca de 50 mil estudantes oriundos de 130 escolas médicas5.

A Abem tem direcionado esforços para fortalecer essa iniciativa a fim de buscar o aperfeiçoamento, a expansão e a consolidação do TP. A construção do TP nacional tem permitido a construção de redes colaborativas de trabalho e pesquisa por meio da aproximação de sujeitos com interesses comuns, e ou da criação de verdadeiras comunidades de práticas.

Com base nesses dois momentos, a Abem realizou, em julho de 2022, a primeira oficina nacional sobre o TP na cidade de São Paulo. Entre os objetivos desse evento, merecem destaque o reconhecimento das diferentes iniciativas de aplicação do TP no Brasil e no mundo. Os principais resultados do segundo TP nacional, aplicado no ano anterior, foram apresentados e discutidos, com consequente avaliação das fortalezas e fragilidades do processo. Apresentou-se a plataforma do TP Abem. Em grupos de discussão e plenárias, fez-se uma série de propostas, e, ao final, alinharam-se e pactuaram-se perspectivas e expectativas para as próximas etapas do projeto. Na ocasião, estiveram presentes os conselhos diretor e de administração da Abem, e representantes da maioria dos núcleos de TP: Sul I - Gaúcho; Sul II - Núcleo de Apoio Pedagógico Interinstitucional Sul II (Napisul II) e Novo Sul; RJ/ES - RJ/ES; SP - Núcleo Interinstitucional de Estudos e Práticas de Avaliação em Educação Médica (Niepaem), Caipira, Paulista I, II e III; MG - Comissão do Consórcio Mineiro do Teste de Progresso (TEP Minas I e TEP Minas III); NE I - Alagoas e Baiano; NE II - Consórcio Interinstitucional Nordeste I (CIN I) e Consórcio Interinstitucional Nordeste II (CIN II); CO 1 - Centro-Oeste.

Eis alguns dos encaminhamentos da oficina: o fortalecimento do projeto por meio do apoio da Abem e de suas regionais, a valorização dos núcleos regionalizados, a inclusão e qualificação equânime dos atores que contribuíram para a prova nacional, o amplo envolvimento discente, o aperfeiçoamento da análise da prova e dos relatórios produzidos para as escolas e para os estudantes (nesse caso, de forma individual), a garantia da sustentabilidade financeira e o incentivo à pesquisa e difusão dos saberes e do conhecimento produzidos a partir dessa experiência.

A partir da oficina, a Abem decidiu abrir uma chamada pública para este suplemento da Revista Brasileira de Educação Médica (RBEM) que tem como tema: “Teste de Progresso: avanços e perspectivas na educação médica”. O objetivo desta publicação é divulgar as iniciativas exitosas que envolvem a realização do TP, de modo a reconhecer e valorizar as experiências realizadas especialmente no cenário nacional. Espera-se, dessa forma, subsidiar o desenvolvimento de novas iniciativas considerando os desafios, as potencialidades e os impactos do TP na formação na graduação e também na residência médica. As linhas temáticas foram: TP na graduação, TP na residência médica, impacto do TP na gestão dos cursos de graduação e residência médica, avaliação formativa mediada pelo TP e desenvolvimento docente para realização do TP. Os modelos de artigo possíveis foram de estudos originais quantitativos e qualitativos, e relatos de experiência.

Houve a submissão de 15 trabalhos para este número especial, os quais foram enviados aos revisores. De acordo com o processo editorial habitual da revista (double blind review), aceitaram-se onze artigos: seis relatos de experiência e cinco estudos originais. A temática abordada incluiu: impacto do TP no curso de Medicina analisado a partir do desempenho dos estudantes e da análise de seus desdobramentos na escola (dois artigos originais e um relato de experiência); percepção dos estudantes em relação ao TP (um artigo original); qualidade dos itens da prova como estratégia que suporta o desenvolvimento docente e a busca pela excelência (um artigo original); um relato de experiência de um consórcio na Região Nordeste do Brasil; o TP como ferramenta preditiva de desempenho na seleção da residência médica e como ferramenta da certificação do título de especialistas em ginecologia e obstetrícia (um artigo original e um relato de experiência); e finalmente o uso do TP como ferramenta de gestão e avaliação de programas educacionais (mudança curricular) na graduação em Medicina e na residência de GO (um artigo original e dois relatos de experiência).

Esperamos que o material publicado neste número temático inspire e incentive o desenvolvimento de novas iniciativas relacionadas ao TP e fortaleça as já existentes nos diferentes contextos, graduação e residência médica, no âmbito nacional.

Desejamos a todas e todos uma boa leitura.

REFERÊNCIAS

1. Wrigley W, van der Vleuten CP, Freeman A, Muijtjens A. A systemic framework for the progress test: strengths, constraints and issues: AMEE Guide No. 71. Med Teach. 2012;34(9):683-97. doi: 10.3109/0142159X.2012.704437. [ Links ]

2. Bicudo AM, Hamamoto Filho PT, Abbade JF, Hafner MLMB, Maffei CML. Teste de Progresso em consórcios para todas as escolas médicas do Brasil. Rev Bras Educ Med. 2019;43(4):151-6. [ Links ]

3. Chang C, Colón-Berlingeri M, Mavis B, Laird-Fick HS, Parker C, Solomon D. Medical student progress examination performance and its relationship with metacognition, critical thinking, and self-regulated learning strategies. Acad Med. 2021;96(2):278-84. doi: 10.1097/ACM.0000000000003766. [ Links ]

4. Wang L, Laird-Fick HS, Parker CJ, Solomon D. Using Markov chain model to evaluate medical students’ trajectory on progress tests and predict USMLE step 1 scores: a retrospective cohort study in one medical school. BMC Med Educ. 2021;21:200. doi: 10.1186/s12909-021-02633-8. [ Links ]

5. de Oliveira SS, Postal EA, Afonso DH, Merss CE, Cyrino EG, de Abreu Junior AF, et al. Teste de Progresso da Abem: consolidando uma estratégia de avaliação para o ensino médico. Rev Bras Educ Med . 2022;46(1):e061. [ Links ]

FINANCIAMENTO Declaramos não haver financiamento.

Recebido: 03 de Novembro de 2022; Aceito: 03 de Novembro de 2022

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