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Revista Brasileira de Educação Médica

Print version ISSN 0100-5502On-line version ISSN 1981-5271

Rev. Bras. Educ. Med. vol.47 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2023  Epub Apr 04, 2023

https://doi.org/10.1590/1981-5271v47.1-20220356 

CARTA AO EDITOR

Facilitação da iniciação científica na graduação em Medicina - entendendo inúmeras siglas, abreviaturas e acrônimos

Cristina Asvolinsque Pantaleão Fontes1  , conceptualização, escrita, revisão, edição do texto
http://orcid.org/0000-0002-9668-5387

Gabriel Santos Vieira1  , preparação do rascunho original, visualização do manuscrito final
http://orcid.org/0000-0003-1718-1402

Juliana Garcia Alves da Trindade1  , metodologia, investigação, redação do texto
http://orcid.org/0000-0002-1181-7126

1Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.


Lemos com muito interesse o artigo de Souza et al.1) sobre programas de pesquisa para graduandos. A disciplina de Iniciação Científica (IC) já é oferecida na nossa universidade desde 19952, porém neste ano passou a ser obrigatória em todos os semestres.

E nos deparamos com dúvidas frequentes entre os discentes relacionadas ao desconhecimento do significado de siglas, abreviaturas e acrônimos empregados na pesquisa científica, e, a partir dessa constatação, iniciamos o estudo desses itens usados em pesquisas e publicação de artigos, livros, capítulos de livros, e de alguns termos em língua inglesa. Com certeza, há nomes e siglas que são de fácil entendimento, como Google Scholar, Google Livros e PubMed. Outras são de uso comum no nosso meio acadêmico, como ABNT, Capes, CNPq, DOI e Qualis. Contudo, existem algumas que não são devidamente compreendidas, como LILACS, MEDLINE, SciELO e SCOPUS, o que pode levar à confusão, e outras, compostas de uma miscelânea de letras, muitas vezes surpreendem o discente, como: BDTD, BIREME, BVS, CEP, COCHRANE, CONSORT, COPE, CROSREEF, GATER, EMBASE, EQUATOR, ICJME, ISI, SIS, JCR, ISSN, ISBN, OPAS/OMS, OPEN ACESS, PRISMA, SPIRIT-AI, STARD, STROBE, STREGA, TCLE, TREND, entre outras. Nessa mesma situação, estão expressões da língua inglesa, como Web of Sciences, peer review, pre print e predatory journals. Para abordarmos esses temas e facilitarmos a compreensão e utilização dessas abreviaturas, realizamos aulas presenciais e práticas ao longo do semestre.

Sabemos que, na prática científica, sempre existirão abreviaturas, acrônimos e siglas, como também termos técnicos específicos em publicações, e que muitas vezes são mencionados rapidamente pelos professores nas aulas de IC, porém os discentes têm somente conhecimento limitado sobre eles.

É imprescindível demonstrar conhecimento apropriado de métodos de pesquisa, incluindo abordagens qualitativas e quantitativas na investigação científica, pois o discente deve ter conteúdos suficientes que o capacitem para realizar uma análise crítica das formas de pesquisa e chegar à conclusão final, independentemente do que os autores apresentarem. Sejam resultados de um estudo científico, publicados em artigos ou apresentados em congressos, as conclusões do discente leitor ou participante de um evento devem ser também ser críticas, além das que os autores apresentam.

No seu trabalho, Fendos et al.3 concluem que os estudantes de Medicina que desenvolvem programas de treinamento em pesquisa esperam que seus orientadores os apoiem de forma significativa, pois somente dessa forma o programa de pesquisa poderia aumentar seus resultados.

Também concordamos com Cuschieri4, que relata que muitos fatores contribuem para uma atitude negativa, compartilhada por muitos estudantes de Medicina em relação à realização de pesquisas. E acreditamos que um dos fatores principais na dificuldade de desenvolver projetos está relacionado às etapas da pesquisa, o que inclui o desconhecimento sobre a assustadora quantidade de abreviações, acrônimos e siglas utilizados no início desse processo. Por isso, passamos a ministrar esses conteúdos em aulas de IC que visam o ensino de temas de relevância em pesquisa, que com toda certeza serão úteis na graduação e vida profissional.

Souza et al.1, no seu estudo com revisão sistemática, mencionam que o discente deve possuir maior familiarização com determinado assunto e desenvolver competências para criticar projetos de pesquisa, o que envolve também conhecer os significados de abreviaturas, acrônimos e siglas, de modo a compreender os conteúdos de IC, melhorar o processo da pesquisa e incentivar a publicação, inclusive em outras disciplinas.

REFERÊNCIAS

1. Souza JPN, Zuninga RDR. Programas de pesquisa para graduandos em Medicina no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Bras Educ Med. 2022;46(3):e105. doi: https://doi.org/10.1590/1981-5271v46.3-20220008. [ Links ]

2. Cyrillo RJT, Setúbal S, Silva Júnior CT da, Velarde LGC, Mattos ACMT, Touça AS, et al. Influência de um programa de iniciação científica na produção científica de professores em curso de Medicina no Brasil. Rev Port Pneumol. 2008;14(5):635-45. doi: https://doi.org/10.1016/S2173-5115(08)70296-3. [ Links ]

3. Fendos J, Cai L, Yang X, Ren G, Li L, Yan Z, et al. A course-based undergraduate research experience improves outcomes in mentored research. CBE Life Sci Educ. 2022 Fall; 21(3): ar49. doi: https://doi.org/10.1187/cbe.21-03-0065. [ Links ]

4. Cuschieri S. Are medical students interested in conducting research? A case study on the recruitment outcome of an elective research summer opportunity. Med Sci Educ. 2022. doi: https://doi.org/10.10 7/s40670-022-01645-3Links ]

2Avaliado pelo processo de double blind review.

FINANCIAMENTO Declaramos não haver financiamento.

Recebido: 01 de Dezembro de 2022; Aceito: 21 de Fevereiro de 2023

cfontes@id.uff.br gabrielsantosvieira@id.uff.br jgatrindade@id.uff.br

Editora-chefe: Rosiane Viana Zuza Diniz. Editora associada: Daniela Chiesa.

CONFLITO DE INTERESSES

Declaramos não haver conflito de interesses.

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