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Educação: Teoria e Prática

versión impresa ISSN 1993-2010versión On-line ISSN 1981-8106

Educ. Teoria Prática vol.33 no.66 Rio Claro  2023  Epub 30-Nov-2023

https://doi.org/10.18675/1981-8106.v33.n.66.s15968 

Artigos

As habilidades sociais dos personagens da Turma da Mônica

The social skills of the characters of Monica’s gang

Las habilidades sociales de los personajes de Mónica y sus amigos

Adriana Benevides Soares1  5 
http://orcid.org/0000-0001-8057-6824

Jaqueline de Carvalho Augusto da Hora Santos2 
http://orcid.org/0000-0003-0786-2386

Hayumy Lima Rocha3 
http://orcid.org/0000-0002-5261-8676

Fatima Regina Brito Uhr4 
http://orcid.org/0000-0002-7606-8939

1Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro – Brasil; Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – Brasil

2Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro – Brasil

3Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro – Brasil

4Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro – Brasil

5Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro – Brasil


Resumo

O presente artigo é um estudo de caráter descritivo que teve por objetivo identificar com que frequência as interações socialmente competentes dos personagens da Turma da Mônica (Mônica, Magali e Cascão) aparecem nas histórias, bem como os problemas de comportamento internalizantes e externalizantes. Foram utilizadas revistas em quadrinhos publicadas no período de janeiro a agosto de 2020. Os resultados mostraram que, apesar de os problemas de comportamento externalizantes estarem presentes, estes ocorrem em menor frequência do que os comportamentos socialmente competentes. As habilidades sociais foram identificadas em suas classes e subclasses para os personagens ao longo das histórias. Conclui-se que os personagens podem ser considerados socialmente competentes, podendo servir de modelos comportamentais e como recurso psicoeducativo.

Palavras-chave: Habilidades sociais; Turma da Mônica; Infância

Abstract

This descriptive study aimed to identify the frequency of socially competent interactions and internalizing and externalizing behavior problems among the characters from Monica’s Gang (Monica, Maggy and Smudge) stories published from January to August 2020. The results indicate that socially competent behaviors were more common than externalizing behavior problems. Moreover, classes and subclasses of characters’ social skills were identified throughout the stories. These findings show that the characters of the comic book can be considered socially competent, serving as both behavioral models and as a psychoeducational resource.

Keywords:  Social skills; Monica’s Gang; Childhood

Resumen

Este artículo es un estudio descriptivo, con el objetivo de identificar con qué frecuencia aparecen las interacciones socialmente competentes en las historias de los personajes de Mónica y sus Amigos (Mónica, Magáli y Cascarón), así como los problemas conductuales internalizantes y externalizantes. Se utilizaron los cómics publicados en el periodo de enero a agosto de 2020. Los resultados mostraron que los problemas de conducta externalizantes están presentes, pero son menos frecuentes que los comportamientos socialmente competentes. Las habilidades sociales están representadas en todas las clases y subclases entre los personajes a lo largo de las historias. Se concluyó que los personajes investigados pueden ser considerados socialmente competentes, sirviendo de modelo y recurso psicoeducativo para los niños.

Palabra clave:  Habilidades sociales; Mónica y sus amigos; Infancia

1 Introdução

As histórias infantis permitem que as crianças se identifiquem com os personagens e com as diversas situações vividas em cada roteiro, abrindo um caminho para que as complexas dimensões humanas sejam conhecidas de forma lúdica pelos leitores ( COSTA; GOLDMEYER, 2016), especialmente no contexto das relações interpessoais. Partindo desta perspectiva, justifica-se a importância de identificar o quanto os personagens infantis constituem modelos para comportamentos socialmente competentes.

Admite-se que a contribuição das histórias infantis ultrapassa o desenvolvimento da leitura, da aquisição de vocabulário e da habilidade de raciocínio. A imersão no mundo das histórias infantis amplia o desenvolvimento emocional e social da criança na medida em que os personagens, por apresentarem características pessoais e habilidades socioemocionais, tornam-se modelos para ela, que pode adotar, de forma vicária, os comportamentos apresentados nas narrativas ( COSTA; GOLDMEYER, 2016; DIAS-CORRÊA et al., 2017 ).

De acordo com Souza, Soares e Freitas (2019), um repertório amplo de habilidades sociais ainda na infância pode ter repercussões positivas nas relações pessoais e na vida adulta. Nesse sentido, torna-se propício investigar se personagens infantis apresentam competência social. Embora o âmago deste ensaio não seja um espelho da realidade, admite-se que as histórias tendem a reproduzir, de modo fictício, retratos dessa realidade. Faz-se necessário ressaltar que o estudo leva em consideração os limites hermenêuticos da analogia entre histórias infantis, marcadas pela intencionalidade da visão editorial e do autor, e a realidade das relações humanas ( DIAS-CORRÊA et al., 2017 ). Ainda assim, pode-se apostar no potencial de identificação presente nas histórias infantis e ter como objetivo investigar a frequência das interações socialmente competentes dos personagens das revistas em quadrinhos da Turma da Mônica – Mônica, Magali e Cascão –, bem como as manifestações de problemas internalizantes e externalizantes, traçando um perfil comportamental destes três personagens.

A pergunta a que se propõe responder neste estudo é se podemos atribuir aos personagens modelos de competência social a serem seguidos, ou se desempenham mais comportamentos problemáticos e que, portanto, não deveriam servir ao propósito psicoeducativo. Defende-se, como hipótese, que os personagens Mônica, Magali e Cascão apresentam mais comportamentos pró-sociais do que problemáticos, e poderiam inspirar as crianças a realizar comportamentos interativos considerados como socialmente competentes.

Para o desenvolvimento do estudo, a metodologia adotada foi de natureza descritiva e transversal. Como material, foram utilizadas todas as revistas em quadrinhos que estavam disponíveis na editora no ano de 2020 dos personagens Mônica ( TURMA DA MÔNICA, 1959. v. 58-65), Magali ( TURMA DA MÔNICA, 1959. v. 57-64) e Cascão ( TURMA DA MÔNICA, 1959. v. 57-64); sendo revistinhas com periodicidade mensal, e os almanaques de janeiro a agosto de 2020 ( TURMA DA MÔNICA, 1959. v. 79-82), com periodicidade bimestral. Utilizaram-se 11 revistas da Mônica (7 revistinhas e 4 almanaques), 11 da Magali (10 revistinhas e 1 almanaque) e 12 do Cascão (8 revistinhas e 4 almanaques). Foram analisadas um total de 34 revistas com 178 histórias. Todas foram lidas por cada um dos pesquisadores. As histórias foram classificadas em uma ficha contendo informações catalográficas e campos para identificar as classes e subclasses de habilidades sociais, segundo Del Prette e Del Prette (2013), assim como os problemas de comportamentos internalizantes e externalizantes.

Os dados foram analisados por pelo menos três juízes. A interação dos personagens presentes nas histórias foi classificada em uma planilha em que se enumerou a frequência de desempenho de cada subclasse nos comportamentos dos personagens. Após a contagem, realizou-se a soma de cada classe e subclasse, totalizando assim um número que descrevia a quantidade em que cada uma aparecia. Em seguida, foi feita uma tabulação desses resultados, convertidos em porcentagem. Tendo em vista os achados da literatura, foi possível traçar um perfil de cada personagem, observando se estes personagens podem ser considerados socialmente competentes ou se eles obtêm um repertório pouco elaborado de habilidades sociais. De igual maneira, foi possível identificar quais problemas de comportamento são mais presentes em cada personagem.

2 Referencial teórico

As narrativas dirigidas ao público infantil, apesar de oportunas e usadas como ferramentas promotoras de habilidades sociocognitivas e prevenção de comportamentos antissociais, ainda são pouco exploradas no Brasil. Acredita-se, contudo, que os eventos vivenciados pelos personagens infantis podem ajudar as crianças a refletir sobre seus próprios sentimentos e ações ( DIAS-CORRÊA et al., 2017 ). Jou (2013) e Rodrigues e Pires (2010) também vêm sublinhando o valor das histórias infantis devido à possibilidade de identificação da criança com as emoções, os comportamentos e as situações vivenciadas pelos personagens. Assim, se a criança se sensibilizar diante de determinado sentimento ou comportamento do personagem, a história terá obtido o papel de estimular a expressão de sentimentos e comportamentos na criança leitora, tornando possível inferir que a exposição à literatura infantil contribui para a melhoria da competência linguística, além de beneficiar o desenvolvimento sociocognitivo infantil ( PELISSON; RODRIGUES, 2017) e, do mesmo modo, o exercício das habilidades sociais.

Consideradas de grande valia e promotoras do desenvolvimento sociocognitivo da criança, as habilidades sociais podem ser definidas como conjunto de comportamentos considerados pró-sociais, e incluem a aquisição e a execução de comportamentos valorizados em determinada cultura. Tanto as habilidades sociais quanto o comportamento pró-social garantem ao indivíduo melhor eficácia nos relacionamentos interpessoais ( DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2018). Repertórios bem elaborados de habilidades sociais propiciam o desempenho socialmente competente nas interações interpessoais. Essa competência é um atributo avaliativo do desempenho social que permite ao sujeito alcançar seus objetivos em determinadas situações.

A infância é um período fundamental do desenvolvimento humano e é o momento mais oportuno para o estabelecimento dos parâmetros que favorecem vivências consideradas socialmente competentes. Ao mesmo tempo, é bastante suscetível ao surgimento de problemas comportamentais, que podem ser vistos tanto em crianças que apresentam comportamentos impulsivos e agressivos (problemas de comportamentos externalizantes) como em crianças que dispõem de um comportamento mais introvertido, de isolamento social (problemas de comportamentos internalizantes), ambos advindos tanto de situações ​​que envolvam a própria criança quanto daquelas que circunscrevem a família e os aspectos sociodemográficos ( BOLSONI-SILVA; LOUREIRO, 2020; GASPAR et al., 2018 ). Assim, favorecer a aquisição de comportamentos socialmente competentes auxilia a criança a lidar com as situações que a circundam, e essa aquisição diminui a possibilidade de surgimento de problemas comportamentais ( COSTA FANTINATO; CIA, 2017).

Tendo em vista que a criança, ao observar os mais diversificados comportamentos de outras pessoas, pode, por meio da modelação, adquirir comportamentos competentes e não competentes ( SOUZA; SOARES; FREITAS, 2019), este estudo sustenta que esses comportamentos podem se dar em relação aos personagens de histórias infantis. Essa capacidade de identificação evidencia cada vez mais a importância de estar atento aos modelos vicariantes de influência para o desempenho dos comportamentos do público infantil, modelos esses que poderiam ser atribuídos aos personagens das histórias em quadrinhos, como os da Turma da Mônica, discutidos a seguir.

Em 1970, Maurício de Sousa de início à publicação da revista em quadrinhos Turma da Mônica, cujo personagem principal foi feito à imagem de uma das suas filhas. Para contracenar com sua mais notável personagem, o autor criou uma variedade de personagens infantis, cada uma delas com características peculiares ( VERGUEIRO, 2017). Mônica possui o papel de destaque na história e é representada como uma menina dentuça e baixinha que carrega um coelho azul para todo lado, usando-o como arma sempre que implicam com ela. Tem baixa tolerância para com os apelidos que recebe das outras crianças devido à sua aparência física e costuma responder a tais ações com força bruta. Apesar das provocações constantes que enfrenta, mantém laços de amizade com a maioria das crianças do bairro, em especial com a Magali. Mônica é líder nata de sua turma, principalmente porque possui uma personalidade forte e luta por aquilo em que acredita.

Uma segunda personagem importante, Magali é conhecida por ser dona de uma fome insaciável e por adorar comer melancias. A personagem se destaca por ser meiga, talentosa, expressiva, repleta de conteúdo, porém desastrada. Além disso, ela é espirituosa, costuma encontrar beleza em tudo que vê, é animada, jovial, festiva, ama a natureza, princesas e animais. Sua criação foi inspirada na filha de Maurício de Sousa, Magali Spada, tanto nas características de personalidade quanto nas de aparência ( MACEDO, 2018; MELO; NUNES, 2011).

Considerado um dos mais famosos personagens, talvez porque seja um dos que mais tem amor por ser criança, Cascão foi criado em 1961, inspirado em um amigo de Maurício de Sousa. O personagem não se preocupa em ficar sujo, na realidade sempre foge do banho. Desde a criação do personagem, Cascão tomou banho poucas vezes, uma delas em 1964, como presente do Dia das Mães. Em 1993, após uma grande enchente no sul do país, surgiu a história “O primeiro banho do Cascão”, quando o personagem enfrentou a água para ajudar um grupo de crianças ilhadas em Santa Catarina. Em 2020, ele o fez como prevenção contra a covid-19. Cascão é muito amigo do Cebolinha e conhecido pela habilidade para jogar futebol, sendo um torcedor fanático do Corinthians. Faz coleção de bugingangas, acervos de gibis e figurinhas. Recolhe e aproveita tudo que encontra abandonado na rua, recicla e cria brinquedos para si ou para doar. Por ser um personagem tão aceito pelo público infantil, ganhou sua primeira revista em 1982 ( MELO; NUNES, 2011).

Os personagens da Turma da Mônica, ao se tornarem tão populares, chamam a atenção não apenas pela larga aceitação, como também pelas características pessoais e sociais, servindo como um canal de ajuda para que as crianças, ao se identificarem com os personagens, possam ser estimuladas na aquisição das habilidades sociais, a fim de que seu próprio desempenho social seja potencializado, melhorando a competência social. Por “desempenho social” designa-se qualquer tipo de comportamento emitido nas mais variadas relações sociais, o que engloba os desempenhos que interferem na qualidade dos relacionamentos ( DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2013).

Já as habilidades sociais, mencionadas por Del Prette e Del Prette (2013), podem ser agrupadas em sete classes. A primeira, civilidade, se refere ao reconhecimento das regras sociais de convivência em um grupo. É necessária em praticamente todas as situações que demandam desempenhos sociais mais complexos. A criança que expressa esse desempenho é vista de forma positiva pelo grupo social em que está inserida. A segunda classe, empatia, é definida como a capacidade de entendimento, sentimento, comunicação e adequada compreensão do ser humano em relação ao que outra pessoa sente e vivencia em uma dada situação. A terceira classe, assertividade, é considerada como uma classe de habilidades sociais de enfrentamento de situações que envolvem risco de reação indesejável do interlocutor, com controle da ansiedade e expressão apropriada de sentimentos, desejos e opiniões. A quarta classe, solução de problemas interpessoais, é considerada como um processo metacognitivo com a dupla função de fazer que a pessoa reconheça seu comportamento, pensamento e sentimento. A quinta classe, autocontrole e expressividade emocional, envolve conhecer as próprias emoções e saber lidar com elas, sendo parte crucial do desenvolvimento interpessoal e componente crítico da competência social em praticamente todas as situações e demandas que ocorrem no cotidiano, uma vez que essa capacidade se refere à expressão verbal e não verbal das emoções. Sobre a sexta classe, fazer amizade, os autores destacam que para fazer e manter amizades muitos fatores são importantes, principalmente a competência em algumas habilidades sociais específicas. Eles ainda colocam que a relação com amigos é importante para o desenvolvimento da criança porque cria um contexto de cooperação, reciprocidade e manejo de conflitos. E, finalmente, a sétima classe, habilidades sociais acadêmicas, refere-se à identificação de características interpessoais que diferenciam as crianças com bom rendimento acadêmico e as que apresentam dificuldades ou distúrbios de aprendizagem, e possibilita relações positivas entre competência social e rendimento escolar.

3 Resultados e discussão

Os resultados apontaram a frequência com que as interações socialmente competentes dos personagens se apresentaram nas histórias, bem como as manifestações dos problemas de comportamentos. Encontraram-se 135 histórias nas quais as interações sociais eram visíveis nas falas e imagens dos personagens selecionados para este estudo, tendo sido categorizadas 494 classes e subclasses de habilidades sociais.

Na Tabela 1 é possível observar que Mônica apresenta de forma predominante as habilidades sociais de civilidade, assertividade e empatia. Além disso, as habilidades sociais de fazer amizades, autocontrole e expressividade emocional, solução de problemas interpessoais e habilidades acadêmicas também foram identificadas. É possível atestar que a principal personagem de Maurício de Sousa possui um bom desempenho social, demonstrando comportamentos socialmente competentes. No que se refere às classes e subclasses de habilidades sociais, foram categorizadas 138. Nota-se que a classe com maior número de subclasses encontrada na personagem foi a da civilidade, com um total de 34,05%. Em seguida, observa-se a assertividade, com 21,73%. Logo depois, é possível observar a habilidade social de empatia, com 20,28% das interações da personagem. Outras habilidades sociais também aparecem: fazer amizades (9,42%), autocontrole e expressividade emocional (7,24%), solução de problemas interpessoais (5,07%). O que chama a atenção nos dados é que as habilidades acadêmicas aparecem de forma pouco expressiva, com 3,62% das interações.

A personagem Magali apresenta uma quantidade expressiva de interações no que se refere à civilidade, à assertividade, à empatia, à solução de problemas interpessoais, ao autocontrole e expressividade emocional e a fazer amizades. A classe e a subclasse das habilidades acadêmicas não foram encontradas. No que se refere a cada classe e a cada subclasse, nota-se que a classe com maior número de subclasses desempenhada foi de civilidade, com um total de 54% de interações nas 135 histórias lidas. Sobre a análise da classe solução de problemas interpessoais, somente duas subclasses foram identificadas: pensar antes de tomar decisões (1,4%) e assumir sua responsabilidade no contexto do problema (0,6%). Na classe de autocontrole e expressividade emocional, é observado um total de 5% das interações. Para fazer amizades, foram identificadas um total de 2% das interações.

O personagem Cascão apresenta uma presença preeminente de habilidades sociais de assertividade, civilidade e fazer amizades. As habilidades sociais de solução de problemas interpessoais, empatia, autocontrole e expressividade emocional foram encontradas, e foi perceptível que Cascão apresenta interações e comportamentos que podem ser considerados socialmente competentes. Em relação às classes e subclasses de habilidades sociais do personagem, foram categorizadas 240. A classe com maior número de subclasses obtida foi a assertividade, com 70%. A segunda classe foi a de civilidade, com 34%; e a terceira com maior destaque foi a de fazer amizades, com 26%. O personagem também demonstrou competência social nas classes de solução de problemas interpessoais, obtendo um resultado de 19%; empatia, com um resultado de 17%; e autocontrole e expressividade emocional, com 8%.

Tabela 1 - Interações sociais dos personagens. 

Habilidades sociais Mônica Magali Cascão Total
Classes e subclasses
Autocontrole e expressividade emocional 28
Controlar a ansiedade
Falar sobre emoções e sentimentos 1 1
Acalmar-se, lidar com os próprios sentimentos 2 1
Controlar o próprio humor
Lidar com sentimentos negativos (raiva, vergonha, medo) 2
Tolerar frustrações 1 4
Mostrar espírito esportivo 1 1
Expressar emoções (positivas e negativas) 1 1
Reconhecer e nomear as emoções próprias e dos outros 6 2 4
Civilidade 150
Cumprimentar pessoas 11 11 13
Despedir-se 1 2 3
Usar locuções 8 12 17
Fazer e aceitar elogios 6 5 6
Fazer perguntas 30 9
Responder perguntas 4 5
Chamar o outro pelo nome 2
Sugerir regras ou instruções 1 4
Empatia 69
Ouvir, observar, prestar atenção ao outro 1
Demonstrar interesse e preocupação pelo outro 23 12 4
Reconhecer, inferir sentimentos do interlocutor 2 5
Compreender a situação (mostrar perspectiva) 1 5
Demonstrar respeito às diferenças 3
Expressar compreensão pelo sentimento ou experiência do outro 3 1
Oferecer ajuda 1 1 2
Compartilhar 2 3
Solução de problemas interpessoais 34
Acalmar-se diante de uma situação-problema 4
Pensar antes de tomar decisões 2 1 1
Reconhecer e nomear diferentes tipos de problemas 3
Identificar e avaliar possíveis alternativas de solução 3 9
Escolher, implementar e avaliar uma alternativa 9
Avaliar processo de tomada de decisão
Assumir sua responsabilidade no contexto do problema 2
Fazer amizades 45
Fazer perguntas pessoais 10
Responder perguntas oferecendo informação livre (autorrevelação) 1
Aproveitar informações oferecidas pelo interlocutor (informações livres)
Sugerir atividade 14
Cumprimentar e apresentar-se 5 1
Elogiar, aceitar elogios 2 2
Oferecer ajuda, cooperar 2 1 7
Iniciar e manter conversação (enturmar-se)
Interação e comunicação com o outro
Habilidades sociais acadêmicas 5
Orientar-se para a tarefa, ignorando interrupções dos colegas 1
Oferecer, solicitar e agradecer ajuda 1
Agradecer elogio ou aprovação 2
Seguir regras e instruções orais 1
Observar, prestar atenção
Imitar comportamentos socialmente competentes
Aguardar a vez de falar (autocontrole)
Orientar-se para a tarefa, ignorando interrupções dos colegas
Fazer e responder perguntas
Buscar aprovação por desempenho realizado
Reconhecer, elogiar o desempenho do outro
Elogiar e agradecer elogios
Cooperar e participar das discussões em classe
Assertividade 148
Expressar sentimentos negativos (raiva, desagrado) 8 7 36
Falar sobre as próprias qualidades ou defeitos 17
Concordar ou discordar de opiniões 6 7 20
Fazer e recusar pedidos 4 11 11
Lidar com críticas e gozações 3 2
Pedir mudança de comportamento 3 1
Negociar interesses conflitantes 3 2 6
Defender os próprios direitos 1
Resistir às pressões dos colegas

Fonte: Autores.

Quanto aos problemas de comportamento, verificou-se, nas historinhas, a predominância dos comportamentos externalizantes. A personagem Mônica foi encontrada gritando ou batendo com relativa frequência, como também agredindo verbalmente ao fazer uso de xingamentos ou palavras ofensivas com seus colegas, conforme apontam os dados da Tabela 2. A personagem Magali, de igual modo, apresentou problemas de comportamentos externalizantes, demonstrando irritabilidade e nervosismo por meio de gritos, agressões verbais, bem como o uso de xingamentos e palavras ofensivas. Alguns desses comportamentos foram apresentados em maior ou menor frequência, dependendo da história. Cascão, igualmente, apresentou problemas externalizantes. O personagem demonstrou irritabilidade por meio de gritos, agressões verbais, bem como o uso de deboche e palavras ofensivas.

Tabela 2 - Problemas de comportamento dos personagens. 

Personagem Internalizantes Externalizantes
Mônica Preocupação Gritar
Bater
Exibir-se
Agredir verbalmente
Ameaçar os colegas
Magali Gritar
Agredir verbalmente
Xingar
Usar palavras ofensivas
Cascão Debochar
Gritar
Falar rispidamente
Dar língua
Chamar amigo de bobo
Fala agressiva

Fonte: Autores.

As histórias em quadrinhos nasceram e se desenvolveram dentro de um ambiente extenso e com uma forma diferenciada de comunicação. A leitura que se faz dos personagens pode influenciar sobremaneira o repertório comportamental infantil ( COSTA; GOLDMEYER, 2016). Soma-se a isso, o desenfreado crescimento que as histórias em quadrinhos tiveram nos últimos anos, mostrando seu grau de influência no público mais jovem, incluindo crianças. Assim, entende-se que seus textos estão não apenas comunicando, como também deixando evidente seu mérito.

Os resultados obtidos nesse estudo apresentam dados relevantes em relação às habilidades sociais demonstradas em maior frequência em comparação aos problemas de comportamentos. Esses resultados ajudam a caracterizar um perfil dos três personagens analisados no que tange aos comportamentos que podem ser considerados socialmente competentes ou problemáticos, evidenciando que a competência social dos personagens pode ser usada como modelo para bons comportamentos, ou seja, aqueles considerados socialmente habilidosos, aceitos e valorizados em determinada cultura ( DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2018).

A personagem Mônica, a principal da turma, é encontrada em vários momentos gritando ou batendo tanto com socos quanto com seu famoso coelho. Ela também é vista agredindo verbalmente, fazendo uso de xingamentos e palavras ofensivas, algumas vezes desqualificando seus colegas. Muitos desses comportamentos agressivos (externalizantes) são reações movidas pelas explosões de raiva quando é provocada ou mesmo contrariada pelos seus pares. De alguma forma, a personagem se mostra repetindo comportamentos relativamente frequentes entre as crianças; no entanto, não deixam de ser problemáticos. Uma vez que os problemas comportamentais podem estar incorporados no contexto psicossocial, programas de prevenção precisam ser desenvolvidos nos níveis escolar, familiar e comunitário ( GASPAR et al., 2018 ). No entanto, os comportamentos externalizantes da personagem muitas vezes são exaltados, não corrigidos, sem apontar suas consequências, portanto apresentando um modelo de que a solução para as provocações são as respostas agressivas que a personagem frequentemente emite. Bolsoni-Silva e Loureiro (2020) afirmam que os problemas de comportamento em crianças são as principais queixas de pais e professores que os levam a procurar ajuda especializada quando essas questões comportamentais se tornam frequentes e trazem prejuízos tanto para a criança quanto para o ambiente social em que vive. Apesar desse aspecto, de certa forma negativo, os dados apontaram que as habilidades sociais que a personagem demonstra são bem mais frequentes do que os problemas de comportamento

Ao se observar as interações da personagem Mônica, apresentando de forma predominante as habilidades sociais de civilidade, assertividade e empatia, percebe-se em seus diálogos a expressão dos seus sentimentos, além da defesa dos seus direitos, a concordância e discordância de opiniões, entre outros. Tal dado confirma o que Del Prette e Del Prette (2013) defenderam ao afirmar que empatia e civilidade são classes de habilidades sociais voltadas para expressão de sentimentos positivos de solidariedade e companheirismo ou de polidez social, e assertividade como uma habilidade de afirmação e defesa de direitos e de autoestima. Isso mostra que, mesmo que em alguns momentos a personagem Mônica tenha rompantes, ela também exerce o pedido de desculpas, estabelece limites, defende os próprios direitos e é vista, muitas vezes, colocando-se no lugar do outro. Esses comportamentos demonstram que seu desempenho social, apesar de, às vezes, se mostrar comprometido por sua agressividade, na maioria das vezes é um desempenho social competente. Mônica transita entre um e outro em grande parte das histórias, mas com predominância dos comportamentos que favorecem suas interações.

A habilidade de fazer amizades também apareceu, mostrando um exemplo extremamente positivo porque, mesmo sendo provocada, mesmo que em alguns momentos tenha reações problemáticas, Mônica consegue demonstrar comportamentos como responder perguntas, oferecer informações, ou seja, apresenta características essenciais para quem quer fazer novos amigos. Talvez, por isso, apesar do seu temperamento forte, ela se mantém envolta em vários amigos, alguns mais próximos, como Cebolinha, Cascão e Magali.

Um dos dados que mais chama a atenção é o fato de essa personagem ser a única que apresentou habilidades acadêmicas, enquanto Cascão e Magali não demonstraram a mesma característica. Tal informação chama atenção porque a escola é um ambiente extremamente importante e faz parte da rotina das crianças. No entanto, em poucos momentos se vê os personagens demonstrando interações sociais que envolvam essa habilidade tão necessária na idade escolar. A literatura reconhece a escola como ambiente propício para intervenções que favoreçam uma melhor competência nas interações sociais, podendo prevenir problemas de comportamento e melhorar o desempenho. Programas de intervenção são planejados para prevenir os efeitos adversos dos problemas de comportamento, a fim de reduzir o fracasso escolar e seus impactos ( SOUZA; SOARES; FREITAS, 2019). Por isso, constatar que as histórias da Turma da Mônica não privilegiam as habilidades acadêmicas, servindo de modelo para as crianças, é entendido como uma significativa lacuna.

A segunda personagem, Magali, destaca-se pela sua personalidade. As características podem ser observadas pelos conteúdos que são apresentados nas histórias. Os resultados demonstram uma frequência de habilidades sociais que levam Magali a ter interações consideradas como competentes e que contribuem para o alcance de seus objetivos, produzindo, assim, resultados positivos para as suas interações sociais ( DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2018). Isso demonstra que a personagem dispõe de um bom repertório no que se refere aos comportamentos considerados socialmente competentes, visto pela frequência de utilização das habilidades sociais em suas interações interpessoais. Ao analisar os resultados, foi possível observar o uso de praticamente todas as classes e subclasses de habilidades nos desempenhos sociais da personagem, exceto a classe de habilidades acadêmicas, em que não foi identificada nenhuma interação. Apesar dessa lacuna, torna-se evidente a pluralidade de habilidades sociais de Magali, como civilidade, assertividade e empatia. As outras habilidades destacadas englobam classes como soluções de problemas interpessoais, autocontrole e expressividade emocional e fazer amizades, ainda que, das seis classes e subclasses em destaque, essas três apresentem uma quantidade limitada em relação às outras. Dentre essas habilidades, é notável perceber a dificuldade da personagem em conseguir desempenhar especificamente uma delas, que é o autocontrole e a expressividade emocional, principalmente na subclasse de lidar com sentimentos negativos (raiva e desagrado). Esse despreparo da Magali em saber lidar com essas manifestações das emoções aparece claramente nos problemas da personagem no gerenciamento de suas emoções, quando ela demonstra ficar nervosa, desesperada, irritada e automaticamente grita; além de usar, em algumas situações, palavras ofensivas.

Com relação a esses problemas de comportamento da personagem, os que apareceram referem-se aos problemas de comportamentos externalizantes. Segundo Bolsoni-Silva e Loureiro (2020), problemas podem surgir pela junção de diferentes variáveis, tendo os problemas externalizantes relação com comportamentos de desobediência e agressão, e os internalizantes com timidez, ansiedade e depressão. Os problemas de comportamento da personagem relacionam-se justamente à expressão de comportamentos agressivos pela presente constância de gritaria e uso de palavras ofensivas. No entanto, a presença de comportamentos competentes sobressai mais do que os problemas de comportamentos, havendo assim predominância de interações da personagem consideradas pró-sociais.

Os resultados expressos do personagem Cascão ratificam que o meio onde acontecem as histórias favorece nas crianças o estímulo ao uso da imaginação e à curiosidade infantil. Por conseguinte, as relações estabelecidas entre a leitura das revistas e o personagem Cascão propiciam à criança a possibilidade de perceber suas emoções e aprender a não ter medo de encará-las. Percebe-se que Cascão costuma tentar solucionar seus problemas e dificuldades, contribuindo para o desenvolvimento de um comportamento socialmente competente, mesmo que, ingenuamente, fale demais e se envolva em confusões com os amigos. De forma predominante, Cascão apresenta as habilidades sociais de assertividade, civilidade e fazer amizades, sendo capaz de estabelecer uma relação agradável com amigos e família. Apesar de na maioria das vezes estar disposto a escutar os colegas, em alguns momentos o personagem empreende comportamentos com deboches e ofensas. Consegue, entretanto, se retratar e pedir desculpas quando está errado. A habilidade social de assertividade, presente em Cascão, indica um equilíbrio entre a passividade e a agressividade que estimula um desenvolvimento mais seguro. O personagem desempenha a habilidade social de civilidade de forma muito preponderante, tendo preocupação com o meio ambiente, indo ao encontro de uma das suas características pessoais, que é estar preocupado com o outro. Não foi identificada a classe de habilidades acadêmicas em suas histórias.

4 Considerações finais

O presente estudo teve por objetivo identificar a frequência das interações socialmente competentes dos personagens Mônica, Magali e Cascão, identificando as manifestações dos problemas de comportamentos internalizantes e externalizantes, e traçar um perfil desses três personagens. Propôs-se a responder se é possível atribuir aos personagens modelos de competência social a serem seguidos, e se desempenham mais comportamentos problemáticos e que, portanto, não deveriam servir ao propósito psicoeducativo. Os dados mostraram que, apesar de os problemas de comportamento externalizantes aparecerem, estes são em menor frequência do que as habilidades sociais, que são representadas em todas as suas classes e subclasses entre os personagens ao longo das histórias. Portanto, compreende-se que o conjunto dos resultados sugere que os personagens Mônica, Cascão e Magali podem ser considerados socialmente competentes, podendo servir de modelo e como recurso psicoeducativo para crianças.

Diante do que foi evidenciado, é possível concluir que as histórias em quadrinhos se constituem como contextos promotores para muitos comportamentos infantis associados à identificação da criança com os personagens. Para isso, é necessário que a literatura científica busque, progressivamente, dispor de análises e resultados empíricos que demonstrem a importância cada vez maior das interações por parte dos personagens, mostrando comportamentos desejáveis socialmente, tendo em vista que são considerados como modelos de comportamento vicariantes às crianças.

Uma limitação deste estudo é que não estavam disponíveis na editora todos os números das revistas publicados no período definido para levantamento dos dados. Optou-se por investigar apenas três personagens, mas a Turma da Mônica possui vários outros que poderiam ter seu perfil traçado a fim de identificar quem se mostra socialmente competente nas histórias. Outra limitação está no fato de que a investigação foi feita a partir da perspectiva das autoras do presente estudo e, portanto, não foi considerado como o público infantil percebe os comportamentos dos personagens.

Sugere-se para estudos futuros analisar como as crianças percebem os comportamentos dos personagens infantis e a ampliação do número de revistinhas para análise, assim como outros personagens não apenas da Turma da Mônica, como também aqueles que fazem sucesso entre as crianças.

Referências

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Recebido: 24 de Maio de 2021; Aceito: 01 de Outubro de 2021; Revisado: 29 de Setembro de 2021

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