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Educação: Teoria e Prática

Print version ISSN 1993-2010On-line version ISSN 1981-8106

Educ. Teoria Prática vol.33 no.66 Rio Claro  2023  Epub Dec 31, 2023

https://doi.org/10.18675/1981-8106.v33.n.66.s16722 

Artigos

Educação na Amazônia: um balanço das iniciativas de produção historiográfica

Education in the Amazon: a balance of historiographic production initiatives

Educación en la Amazonia: un balance de iniciativas de producción historiográfica

1Universidade Federal do Pará, Belém, Pará – Brasil

2Universidade Federal do Pará, Belém, Pará – Brasil

3Universidade Federal do Pará, Belém, Pará – Brasil


Resumo

Este trabalho discute as iniciativas de produção historiográfica sobre a história da educação na Amazônia, particularmente estudos de pesquisadoras e pesquisadores que investigam o estado do conhecimento acerca da trajetória da educação na região. A metodologia de pesquisa conta com um levantamento bibliográfico de livros e artigos, baseado em indicadores sobre a história da educação na Amazônia ou de seus estados, abordando as produções referentes ao período que corresponde às primeiras iniciativas de criação de grupos de pesquisa em História da Educação, na década de 1980, até os últimos vinte anos, quando houve aumento dos estudos na região. Concluímos que, não obstante tenham ocorrido avanços importantes na produção amazônica, historicamente periférica em vários aspectos e por isso preterida em relação ao Sul e Sudeste, por exemplo, ainda é necessário ampliar os esforços no sentido de sua disseminação, que deverá ocorrer a partir da formação de novos pesquisadores e pesquisadoras no campo.

Palavras-chave: Amazônia; História da educação; Produção historiográfica

Abstract

This paper discusses the historiographic production initiatives on the history of education in the Amazon, particularly studies of researchers who investigate the state of knowledge about the trajectory of education in the region. The research methodology has a bibliographic survey of books and articles, based on indicators on the history of education in the Amazon or its states, addressing the productions that refer to the period that corresponds to the first initiatives of creation of research groups in History of Education, in the 1980s, until the last twenty years, when there was an increase of studies in the Amazon. We conclude that, in spite of the important advances that have occurred, because it is a historically peripheral region in several aspects and therefore neglected in relation to the South and Southeast of Brazil, for example, it is still necessary to expand the efforts towards the dissemination of its production, which should occur from the training of new researchers in the field.

Keywords:  Amazon; History of Education; Historiographic Production

Resumen

Este trabajo discute las iniciativas de producción historiográfica sobre la historia de la educación en la Amazonia, particularmente estudios de investigadoras e investigadores que estudian el estado del conocimiento acerca de la trayectoria de la educación en la región. La metodología de investigación cuenta con un estudio bibliográfico de libros y artículos basado en indicadores sobre la historia de la educación en la Amazonia o de sus estados. Son abordadas las producciones referentes al período que corresponde a las primeras iniciativas de creación de grupos de investigación em la historia de la educación desde la década de 1980 hasta los últimos veinte años, cuando hubo aumento de los estudios en la Amazonia. Aunque hubiesen avances importantes, por se tratar de una región históricamente periférica en varios aspectos, y por eso preterida en relación al Sur y Sudeste, por ejemplo, aún se hace necesario ampliar los esfuerzos en cuanto a la diseminación de su producción, que deberá ocurrir a partir de la formación de nuevos investigadores e investigadoras en el campo.

Palabras clave:  Amazonia; Historia de la Educación; Producción Historiográfica

1 Introdução

Uma rápida investigação acerca da representação da Amazônia nas redes sociais nos permite afirmar que, de forma preponderante, a região ainda é considerada um repositório de recursos 1, atraindo curiosidade na medida desproporcional à atração de recursos financeiros para seu potencial desenvolvimento, fato que a mantém em uma fronteira somente de possibilidades, seja no que se refere à implantação de projetos sustentáveis, seja na cobertura de políticas públicas de acesso universal à sua população de modo a garantir a melhoria de suas condições de vida. Iniciativas não têm faltado, mas estas pecam pela ausência de um fator determinante para seu êxito: a opinião e o protagonismo de seus habitantes, em especial dos povos das florestas, aspiração sintetizada por Emmanuel Tourinho, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), quando adverte que “precisamos de projetos de desenvolvimento construídos com protagonismo dos povos da Amazônia e com uma internalização dos benefícios desses projetos. (…)” ( O LIBERAL, 5/9/2021, p. 9).

Se há consensos nacionais e internacionais quanto à necessidade de introduzir um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia, não se tem conhecimento de iniciativas tão comprometidas quando se trata de proporcionar à nossa população, pelo menos no âmbito das políticas sociais, linhas diferenciadas de financiamento para que o tão esperado adjetivo “sustentável” se realize. A verdade é que ainda não é possível perceber a existência ou a efetividade exitosa de um projeto nacional adequado para a Amazônia e seu povo, assim como o reconhecimento de sua importância estratégica, fato corroborado pelos dados referentes aos seus índices sociais, pois a região possui o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o pior IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), uma alta taxa de analfabetismo, a maior taxa de ocorrência de trabalho escravo, a pior taxa de abastecimento de água nos domicílios e de rede de esgotamento sanitário ( O LIBERAL, 5/9/2021, p. 9).

Uma mostra do quanto somos importantes para abastecer, mas insignificantes para receber, foi o prazo que o país consumiu entre o barramento do rio Tocantins para a construção da usina hidrelétrica de Tucuruí (que abastece de energia boa parte do país), finalizada em 1984, e a conclusão das eclusas que permitiriam sua transposição, que só veio a acontecer 36 anos depois, em maio de 2020, interrompendo em mais de três décadas o desenvolvimento social e econômico de uma importante área da Amazônia. Mesmo assim, foi preciso uma pandemia para que tal acontecesse, na medida que uma das causas para o “restabelecimento das eclusas foi a necessidade de transposição de uma Unidade Básica de Saúde Fluvial, em caráter emergencial, para auxiliar nas ações de combate ao coronavírus no município de Itupiranga”. ( BRASIL, 2020, n.p.).

Em outros termos, não é possível “proteger a Amazônia” concentrando a maior parte dos recursos no eixo sudeste/sul e tratando igualmente regiões tão diversas como se não existissem diferenças entre elas, justamente porque, como afirma Luis Aragón (2015), “a falta de infraestrutura adequada e de sistemas de comunicação eficientes na Amazônia mantém muitos dos pesquisadores isolados dos maiores fluxos de conhecimento, privando-os de informações vitais e negando-lhes o acesso a conhecimentos e experiências realizadas em outras instituições, causando muitas vezes repetições desnecessárias” ( ARAGÓN, 2015, p. 9).

É notório que no âmbito educacional ainda enfrentamos obstáculos assombrosos, que devem ser superados tendo em vista a melhoria das condições de vida das populações da região.

No âmbito da infraestrutura, as instalações físicas da maioria das escolas são desfavoráveis e inadequadas, e as comunidades onde se localizam ainda padecem de exclusão digital e outras carências similares, tudo isso sem falar que, em boa parte, se trata de escolas multisseriadas. Apesar do significativo desenvolvimento observado na primeira década do século, muitas escolas ainda funcionam em prédios improvisados, sem banheiros e bibliotecas e, principalmente, sem energia elétrica e saneamento básico, o que facilita a propagação de doenças, situação agravada com a eclosão da pandemia do coronavírus.

A advertência de Aragón anteriormente mencionada adquire mais consistência se admitirmos que a articulação regular e permanente de instituições e de indivíduos desembaraça e auxilia no avanço da produção científica e tecnológica, a exemplo da recente criação do Programa de Pós-graduação em Educação na Amazônia (PGEDA Associação Plena em Rede), reunindo um importante conjunto de universidades 2.

[É um desafio grandioso para uma região historicamente periférica, na qual a ausência do Estado como propositor e executor de ações institucionais de bom termo sempre foi explorada pelo domínio de grupos economicamente poderosos que conduziram o desenvolvimento da região tendo em vista o próprio benefício. Persiste, portanto, a dificuldade em compreender que, além de sua grande extensão territorial, a Amazônia é habitada por uma população diversa e complexa, distribuída majoritariamente por municípios pequenos, distantes entre si, e com acessos que dependem de transporte fluvial, o que a torna única no imenso espectro de realidades geopolíticas brasileiras.

2 Iniciativas de produção historiográfica da educação no Brasil e na amazônia

Faria Filho e Vidal (2003), em um texto seminal sobre a constituição do campo no Brasil, fazem uma retrospectiva da produção na área a partir da criação de grupos de trabalho espalhados pelo país a partir da década de 1980. A primeira iniciativa se deu no âmbito da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa (ANPEd) no ano de 1984, quando ocorreu a criação do GT-02 (História da Educação), o que viria a possibilitar, além da agregação fecunda de pesquisadores, a disseminação de outras possibilidades de pesquisa no campo. Dois anos depois, sob a liderança de Dermeval Saviani, surgia o Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” (HISTEDBR), iniciativa que congregou mais de vinte grupos de pesquisa espalhados pelos diferentes estados do Brasil em torno de uma análise histórica de viés marxista.

Na década seguinte ocorreu a criação de duas importantes associações científicas. No ano de 1996 foi criada a Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE) e, três anos após, a Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE), ambas resultado de intensa colaboração de pesquisadores e grupos vinculados à temática. Ainda segundo Faria Filho e Vidal, o campo experimentou um impulso importante, derivado de estreita interação com estudiosos de outros países, a exemplo de Portugal, Espanha e França. Todavia, é importante destacar que nesse interregno, no estado do Pará, realizou-se, em 1996, o primeiro evento acadêmico sobre a história da educação na Amazônia, certamente estimulado pelo desafio de uma releitura dos fatos históricos relativos à educação na região sob uma perspectiva dialética.

Em relação à História da Educação na Amazônia, é justo que reconheçamos uma significativa evolução desde os anos 90 do século passado, mas, antes de mais nada, é preciso esclarecer que ao se tratar de uma história da/na Amazônia é preciso levar em conta que este território só se torna região em 1850, a partir da divisão da Província do Pará – que no período colonial denominava-se Estado do Grão-Pará – e a consequente emancipação da Capitania do Rio Negro para província, posteriormente chamada província do Amazonas. Na verdade, desde sua colonização, a região como um todo foi se constituindo em uma unidade baseada – paradoxalmente – em sua diversidade, pois

Em cada canto, as pessoas que vivem nesses lugares são diferenciadas. Nós temos um tratamento histórico da Amazônia que é muito colonial. E nesse sentido, é importante considerar os povos originários, porque, como eles dizem em suas manifestações, eles estavam aqui antes da invasão europeia.

( O LIBERAL, 05/09/2021).

Dito isso, e sendo formada pelas duas maiores províncias do Império (pelo menos em termos territoriais), passamos a ter uma região Norte para chamar de nossa. Por outro lado, a nosso ver, o principal problema ao se tratar de estudos historiográficos sobre a educação nesta região era o da absoluta carência de pesquisas sobre nosso passado educacional, sem falar do tipo de abordagem que se fazia a seu respeito.

Em um artigo intitulado “Problemas na investigação histórica da educação colonial e imperial no Pará”, Damasceno (1995) defendia que era “patente a escassez de obras sistemáticas sobre o desenvolvimento educacional no Estado do Pará” e alertava para o fato de que os poucos estudos divulgados sobre a temática eram marcados “por uma abordagem factual e delineados sobretudo pelos atos de personalidades ou grupos de classes dirigentes da época” ( DAMASCENO, 1995, p. 40).

Para além destes problemas, tínhamos de enfrentar uma adversidade decorrente da dificuldade que autores do centro sul/sudeste possuem em relação ao conhecimento da história do Norte brasileiro, como, por exemplo, em um importante e conhecido livro denominado “História da educação: a escola no Brasil”, cujas autoras – Maria Elizabete Xavier, Maria Luisa Ribeiro e Olinda Maria Noronha – anunciam a reforma pombalina como “a supressão pura e simples do sistema que havia”. Para as autoras, naquele período não houve “nenhuma reforma cultural, nenhuma reforma educacional” ( XAVIER; RIBEIRO; NORONHA, 1994, p. 49), ignorando o fato de que aquele foi um período de extrema complexidade e singularidade, a ponto de ser considerado um momento de inflexão para a nascente educação estatal em todo o território português na América e de inovação pedagógica, visão corroborada pelo estudioso português Banha de Andrade (1978), que avaliza o caráter original do fato amazônico quando trata da primeira fase da reforma pombalina do ensino no Brasil: “Naquela primeira fase, o ensino dos índios restringe-se à instrução elementar de ler e escrever, tomando-se no Norte e Nordeste a iniciativa de elaborar textos básicos de orientação, como o Diretório e a Cartilha-catecismo” ( ANDRADE: 1978, p. 5).

Diante desses desafios e estimulado pelo desafio de uma releitura dos fatos históricos relativos à educação no Pará sob uma perspectiva crítica, um conjunto de professores e pesquisadores de instituições de formação de professores 3 realizaram o “I Seminário de História da Educação: Ensino e Pesquisa” nos dias 1 e 2 de outubro de 1996, que viria a se constituir na primeira iniciativa de debate da temática entre professores e pesquisadores do campo na trajetória da historiografia da educação na Amazônia.

Mesmo considerando que as questões do ensino e da pesquisa em História da Educação não eram recentes naquele período, ainda não se tinha notícia de intentos semelhantes, tanto no que se refere ao debate de concepções teóricas como no que tangia aos métodos adotados, a ponto de, durante o evento, chegar-se à conclusão de que era sofrível a integração dos conhecimentos acumulados pela humanidade com os novos conhecimentos que iam sendo produzidos por pesquisadores da área, mais particularmente no âmbito da história da educação paraense, de modo a satisfazer as reais necessidades dos cursos de nível superior ou médio os quais trabalhavam na formação de educadores, ou mesmo de grupos dedicados à pesquisas sobre a Amazônia.

Estas e outras questões colocadas para os agentes do ensino e da pesquisa em História da Educação tornar-se-iam mais críticas se exigíssemos dos trabalhos já existentes uma postura metodológica que fosse ao encontro de uma perspectiva investigativa e inquisitiva. Uma análise mesmo superficial das experiências pré-existentes indicava que as produções não satisfaziam plenamente aquelas e aqueles que cotidianamente seguiam trabalhando com a matéria. Por isso, o seminário de outubro de 1996 se constitui em um pioneiro esforço de síntese crítica sobre uma matéria-prima ainda vasta, pouco conhecida e de acesso bastante limitado, tendo, por isso, um significado importante para o desenvolvimento dos estudos consecutivos sobre o tema.

Almeida (2004), reverberando esta preocupação, escreveu em seu artigo que a reflexão sobre como se deu a produção da escola básica e o ensino fundamental na Amazônia no século XX era extremamente importante em razão de termos experimentado, até aquele momento, uma significativa expansão do processo de escolarização que não se traduziu em uma escola de qualidade, na medida em que ainda persistiam problemas nos índices de movimentação e rendimento escolar. Além disso, propugnava a necessidade de superação da relação fragmentada entre a universidade e as redes de ensino e seus educadores, ressaltando que o tratamento do problema então colocado imporia uma agenda estratégica de compreensão da questão e um dos caminhos para atingi-la estaria em “indagar como seria a produção referente à história da educação no curso de história da UFPA, seria a história da educação uma preocupação entre os nossos historiadores? Seria uma temática de interesse dos alunos?” ( ALMEIDA, 2004, p. 3).

Cremos ser possível presumir as dificuldades dos formadores de professores daquela geração – no Pará, no Amazonas, no Acre ou no Amapá – em ministrar uma História da Educação sem ter disponível uma produção historiográfica suficiente e necessária para garantir o desenvolvimento de uma discussão desembaraçada e relativamente profunda no âmbito de suas aulas, pois é axioma reconhecido e inquestionável o de que um ensino interessante e pertinente é decorrente de uma pesquisa relevante e, como não havia produção neste campo no que tange à educação nos estados, especialmente na região como um todo, os mestres ficavam reféns de uma historiografia de abrangência nacional ou, no limite, de estados da região Sudeste.

Esta foi uma das preocupações levantadas com bastante propriedade durante o Seminário de 1996 e que também foi comentada por Colares (2011) em artigo no qual aborda questões teórico-metodológicas, críticas e proposições ao campo, por ocasião de seu regresso do mestrado à sala de aula em 1998. Segundo o autor, àquela época, o curso de Pedagogia da UFPA no Campus de Santarém passava por um processo de mudanças curriculares que viriam enfatizar

[…] o propósito da presença da temática regional nos estudos histórico-educacionais, assim como aumentou a responsabilidade dos docentes/pesquisadores em buscar subsídios para o desenvolvimento das aulas, através da realização de pesquisas destinadas à construção da história da educação em âmbito regional, dada a bibliografia existente ser incapaz de dar conta, com propriedade, do objeto de estudo proposto na referida disciplina.

( COLARES, 2011, p. 188).

Além disso, o autor nos fazia advertências sobre a nomenclatura “da Amazônia” em razão da “utilização cada vez mais acentuada e irrefletida da expressão ‘História da Educação na Amazônia’, ou simplesmente ‘Educação na Amazônia’ nos textos que se reportam a estudos e pesquisas de âmbito local” ( COLARES, 2011, p. 188-189). Para ele, o fato de o objeto estudado estar situado geograficamente na região não seria suficiente para garantir a particularização e completava afirmando que “não basta a presença do termo Amazônia para que em um texto sobre a educação, o referido fenômeno se apresente diferenciado do que ocorreu e vem ocorrendo em outras regiões do Brasil e do mundo” ( COLARES, 2011, p. 188-189).

Sob outra ótica e buscando refletir sobre a história e a historiografia educacional na Amazônia, especialmente nos programas de pós-graduação em educação da região, Corrêa (2011), entre outras interrogações, tentou caracterizar em seu artigo as narrativas históricas que permeiam as produções dos historiadores da educação, concluindo, entre outros aspectos, que “a Pós-Graduação brasileira está consolidada, mas se expande mantendo suas hierarquias e dessimetrias. No âmbito da grande área das ciências humanas, a educação exerce presença significativa, influenciando o preparo intelectual dos pesquisadores” ( CORRÊA, 2011, p. 172).

Nesse contexto marcado pela desigualdade, ainda segundo o autor, emerge na região um importante campo de formação de pesquisadores e de produção científica cujos efeitos sedimentam estudos histórico-educativos divulgados em diversos veículos. Mesmo se mostrando território fértil a esse tipo de estudo, isso não acontece sem conflitos.

Neste contexto, foi muito bem-vinda a iniciativa, por parte de um conjunto de pesquisadores nativos, de produzir uma importante contribuição à historiografia da educação na região amazônica. Tratou-se da publicação, em 2016, do livro “História e Educação na Amazônia”, organizado por Marcos André Ferreira Estácio e Lúcia Regina de Azevedo, com edição da Universidade Federal do Amazonas e da Universidade do Estado do Amazonas. sendo composto por 27 estudos distribuídos em cinco eixos que tratavam das “Relações Étnico Raciais e Educação na Amazônia”, da “História das Instituições Educacionais na Amazônia”, da “Escola Nova na Amazônia”, dos “Grupos Escolares e Escolas Reunidas na Amazônia” e da “Formação de Professores e Política Educacional na Amazônia”. Dada sua amplitude e representatividade, Dermeval Saviani, o prefaciador do livro, assevera estar diante de uma obra

[…] que traz importante contribuição ao desenvolvimento da historiografia da educação brasileira. Recomendo, pois, sua leitura e estudo aos pesquisadores do campo da história da educação e aos professores não apenas da região amazônica, mas de todo o país, pois a compreensão das especificidades da educação nas várias regiões brasileiras é condição para compreendermos concretamente a educação nacional.

( SAVIANI, 2016, n.p.).

Sem dúvidas devemos considerá-lo um marco em nossa trajetória, pois, salvo melhor juízo, trata-se do primeiro trabalho efetivamente regional, porque interestadual 4, abrindo novas e pioneiras possibilidades de ampliar os olhares sobre este campo de pesquisa científica.

Trabalho semelhante, caracterizado como de levantamento da produção historiográfica, é o de Costa e Moraes (2017), denominado “História da educação na Amazônia brasileira: um balanço historiográfico recente”, no qual os autores propõem uma análise da historiografia educacional na Amazônia, tendo por base as produções dos programas de pós-graduação em educação e em história da região, buscando um exame crítico da estruturação regional do campo. No seu trabalho, os autores admitem a existência de continuidades e descontinuidades em relação aos parâmetros estabelecidos pela produção em regiões como o Sudeste, natural postulante de tendências e diretrizes, entretanto, acreditam que a região está construindo sua própria tradição baseada em processos histórico-educacionais específicos e registros históricos possíveis para a produção do conhecimento histórico-educacional.

Outra contribuição importante para o fortalecimento da história da educação na Amazônia foi a publicação, no ano de 2018, do livro intitulado “História da Educação na Amazônia: Múltiplos sujeitos e práticas educativas”, organizado por Maria do Socorro França, Sidney Lobato e Vitor Nery, uma obra coletiva fruto do trabalho de professores e estudantes dos programas de Pós-Graduação em Educação do Pará e do Amapá. O livro, composto de dezesseis capítulos divididos em seis partes 5, buscou possibilitar a ampliação dos conhecimentos sobre peculiaridades históricas da educação na Amazônia. Nas palavras de Alessandra Frota Schueler, a obra é um convite aos historiadores e à comunidade acadêmica para

Romperem os silêncios impostos por séculos de desconhecimento sobre a riqueza, a pluralidade e as singularidades históricas de práticas, instituições, formas e sujeitos educativos regionais e locais. […] Sem dúvida, o conjunto dos trabalhos aqui reunidos contribui para a relativização de determinadas versões da historiografia educacional, não raras vezes, narrativas ainda erigidas sobre abstratas representações do nacional. A tarefa assumida e cumprida pelos pesquisadores reitera a urgência de desnaturalizarmos discursos que reificaram o Sudeste como espelho, síntese e símbolo do Brasil.

( SCHUELER, 2018, n.p.).

Pantoja, Reschke e Dourado (2019), em estudo que considerava o Seminário de 1996, anteriormente mencionado, como o cerne das origens do debate historiográfico da educação paraense, defendem que ali foram apresentadas as dificuldades e conquistas nas experiências de ensino da matéria no dia a dia dos cursos, seja na capital ou no interior do Estado. A partir da leitura dos relatórios das discussões, as autoras inferem que não havia uma unidade de abordagem para a disciplina, a carga horária era bastante distinta, os conteúdos abordados seguiam a classificação tradicional dos períodos históricos e os programas eram extensos e inviáveis de aprofundamento na carga horária determinada, o que acabava fazendo com que os professores priorizassem determinados conteúdos em detrimento de outros, sem falar na absoluta ausência de referências à educação regional e local. A concepção histórica predominante era positivista, com o uso de documentos no sentido limitado do termo, ignorando os avanços da visão materialista dialética ou da Escola dos Annales.

No que se refere aos conteúdos observou-se que alguns assuntos acabavam sendo priorizados em prejuízo de outros devido à extensão dos programas, sua escolha mostrava-se vinculada à concepção adotada pelo educador, havendo com isso uma discrepância em relação aos conteúdos selecionados pelos diferentes cursos. A conclusão era de que se fazia necessário um aprofundamento teórico do educador, pois este se mostrava precário, em razão de fatores diversos. Quanto à metodologia, esta se mostrava deficiente e afastada da perspectiva de construção dialética do conhecimento, o que era agravado pelo fato do material utilizado se resumir a texto reprografados de livros sem uma abordagem crítica.

( PANTOJA; RESCHKE; DOURADO, 2019, p. 6).

Alves, Nery e Silva (2019), em seu artigo intitulado “Cartografia das produções em história da educação nos programas de pós-graduação em educação no Pará (2005-2018)”, objetivaram construir uma cartografia das produções sobre história da educação no Pará, também tendo como base a produção de programas de pós-graduação em educação, exclusivamente da UFPA e da UEPA entre os anos 2005 e 2018. No estudo, os autores avaliaram avanços nesse tipo de produção e identificaram lacunas e desafios a serem enfrentados pelos pesquisadores da região. De acordo com suas reflexões, apesar de os pesquisadores amazônidas ainda não terem alcançado a devida consideração em âmbito nacional, “os dados apresentados indicam avanço significativo das pesquisas nas investigações em diversos eixos temáticos do campo da história da educação. As produções realizadas já legitimam que a história da educação no Pará é um campo fértil e promissor” ( ALVES; NERY; SILVA, 2019, p. 24).

O artigo de Maia, Damasceno e Tomé (2020), denominado “História da educação nos TCCs de Pedagogia da UFPA”, tem o propósito de elaborar um panorama das produções em História da Educação no Curso de Licenciatura em Pedagogia da UFPA em Belém, para obter uma visão do alcance da temática entre seus estudantes. No estudo, onde os temas foram classificados como de baixa, média e alta frequência, os autores detectaram que os principais focos foram a Educação Infantil, a Política Educacional e a Educação Especial na formação do professor e, no que tange à História da Educação, certas temáticas apareceram em quantidade mais expressiva que outras e que, “de forma geral, a História da Educação pode ser considerada como de média produção, sobretudo se considerarmos outros temas que aparecem com baixíssima frequência” ( MAIA; DAMASCENO; TOMÉ, 2020, p. 272).

Na investigação, ficou patente que a maior parte dos trabalhos do campo da História da Educação abordou a implantação, o papel social, as influências, a trajetória e os desdobramentos históricos das Instituições Escolares, superando as políticas na Educação Superior, a Educação de Jovens e Adultos, o Ensino Rural e a Formação de Professores, temas também bastante explorados.

Entre outras conclusões, após sua exposição, os autores finalizam destacando que, mesmo com uma produção de média intensidade, a História da Educação ainda necessita de maior estímulo entre os estudantes, de forma a ampliar o interesse dos estudos historiográficos considerados de grande relevância para a formação do pedagogo e de outros educadores.

Albuquerque e Buecke (2020), no artigo “A educação no Brasil colonial: revisão bibliográfica e caminhos para pesquisas na Amazônia”, visam refletir sobre a pesquisa educacional na Amazônia colonial e declararam suspeitar que esse período não tem a devida atenção dos pesquisadores da área. Esta afirmação as autoras a fizeram baseadas na baixa frequência de trabalhos sobre aquele período nos Congressos Brasileiros de História da Educação, nos quais “dos 4.605 trabalhos apresentados nas nove edições do evento realizadas de 2000 à 2015, menos de 2% tratavam desse período histórico” (BUECKE, 2019 apud ALBUQUERQUE; BUECKE 2020, p. 3).

Outra obra de coletânea sobre a história da educação na Amazônia é “Educação no Cerrado e na Amazônia: história, memória e cultura em diferentes espaços sociais”, lançada em 2021. O livro é resultado de trabalhos vinculados ao Programa de Pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e, segundo os organizadores,

[…] resulta da considerável diversidade de estudos e pesquisas de estudantes, professores e pesquisadores com experiências significativas em pesquisas históricas e educacionais na vasta região territorial e social que compreende os biomas do Cerrado e da Amazônia […] e se apresentam como fragmentos da imensurável riqueza do panorama da História da Educação em cenários pontuais do “Sertão Serrado”.

( BRESSANIN; BALDINO; ALMEIDA, 2021, p. 12).

O artigo “A história da educação nos programas de pós-graduação em educação na Amazônia: o estado do conhecimento da produção no campo”. No trabalho, os autores apresentam um breve panorama da produção no campo da História da Educação na pós-graduação em educação na Amazônia Legal a partir de um levantamento das dissertações e teses de onze programas de nove instituições de educação superior da região por meio dos indicadores presentes nos seus sites ( DAMASCENO; RESCHKE; CAMPOS et al., 2021 ).

Os resultados apontaram que, apesar dos avanços conquistados pelas instituições, estas ainda deixam a desejar na produção historiográfica da educação se comparada a outras áreas, inclusive em razão das prioridades explicitadas nas linhas de pesquisa dos programas. Foi constatado que no conjunto das linhas adotadas pelos programas, além de um eixo que se refere à educação e ao desenvolvimento no contexto da região, as prioridades dos estudos se concentram nas temáticas das políticas públicas em educação, do currículo e da formação do professor.

3 Considerações finais

Buscamos com este artigo discutir a produção historiográfica sobre a história da educação na Amazônia a partir da leitura de artigos e livros que tratam do tema. Em relação à produção historiográfica em educação, Vieira e Cury (2019) já nos advertiam quanto ao fato de que “um problema histórico do campo é a concentração da produção em determinadas instituições, estados e regiões do país” ( VIEIRA; CURY, 2019, p. 4), o que reforça a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido na Amazônia. Não obstante, na leitura das obras aqui abordadas, constatamos importante reincidência a respeito da necessidade de ampliarmos esforços no sentido da produção historiográfica sobre a educação na região, embora seja forçoso reconhecer que, neste caso, ainda se aplica a indicação de Schueller e Magaldi (2009) – quando discutem processos de escolarização na Primeira República – de que “muitos outros problemas […] ainda aguardam um investimento maior de reflexão e esforço de pesquisa” ( SCHUELLER; MAGALDI, 2009, p. 54), como é o caso de estudos sobre temáticas ainda pouco exploradas, como a educação profissional e as práticas educativas não escolares, além da baixa frequência de estudos sobre a instrução em períodos como, por exemplo, o colonial e a Segunda República.

Com base no referencial bibliográfico adotado, apontamos o I Seminário de História da Educação: Ensino e Pesquisa – realizado em 1996 – como uma iniciativa pioneira para a história da educação na região que, depois de um hiato significativo, foi acompanhada de um crescimento de produção a partir do surgimento dos programas de Pós-Graduação na região amazônica. Em contrapartida, percebe-se a preocupação dos autores com a necessidade da continuação desta evolução, a partir da ampliação de estudos na área, pois ainda é possível constatar a carência de linhas de pesquisa específicas sobre a história da educação nos programas de pós-graduação.

Referências

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2Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), a Universidade Federal de Roraima (UFRR), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Universidade Federal do Tocantins (UFT), a Universidade Federal do Acre (UFAC), a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e a Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

3UFPA, UEPA, Universidade da Amazônia (UNAMA) e Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC/PA).

4O livro é composto por trabalhos que abordam historicamente fatos educacionais dos estados do Amapá, do Amazonas, do Maranhão, do Mato Grosso e do Pará, além de outros estudos mais gerais.

5História da educação e da infância nos programas de pós-graduação em educação da UEPA e UFPA; Instrução e educação no século XIX; Instituições educativas e política educacional no século XX; Intelectuais e História da Educação; História da Infância; Cultura Material Escolar.

Recebido: 19 de Abril de 2022; Aceito: 06 de Setembro de 2022

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