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Educação: Teoria e Prática

Print version ISSN 1993-2010On-line version ISSN 1981-8106

Educ. Teoria Prática vol.34 no.67 Rio Claro  2024  Epub Sep 05, 2024

https://doi.org/10.18675/1981-8106.v34.n.67.s17939 

Dossiê

Assessoria Pedagógica Universitária: o que revela a produção científica brasileira?

University pedagogical advisory: what reveals the brazilian scientific production?

Asesoramiento pedagógico universitario: ¿qué revela la producción científica brasileña?

Jaqueline Antonello1 
http://orcid.org/0000-0001-9072-3576

Elaine Cristina Maldonado2 
http://orcid.org/0000-0002-1885-9628

Juliana Bittencourt Garcia3 
http://orcid.org/0000-0002-6467-5264

Maria Janine Dalpiaz Reschke4 
http://orcid.org/0000-0002-3456-749X

Mara Regina Lemes De Sordi5 
http://orcid.org/0000-0003-1216-7185

Maria Isabel da Cunha6 
http://orcid.org/0000-0003-4129-7755

1Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, São Paulo – Brasil. E-mail: jaqueline.antonello@unesp.br.

2Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo – Brasil. E-mail: elaine.maldonado@ufscar.br.

3Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul – Brasil. E-mail: jbittencourtgarcia@gmail.com.

4Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul – Brasil. E-mail: mjanine@terra.com.br.

5Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo – Brasil. E-mail: msordi@unicamp.br.

6Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul – Brasil. E-mail: cunhami@uol.com.br.


Resumo

Este trabalho objetiva apresentar os resultados de uma análise desenvolvida a partir de um levantamento bibliográfico sobre a temática do Assessoramento Pedagógico Universitário. Estudos sobre espaços formativos e de apoio à docência na educação superior têm sido ampliados no Brasil, principalmente por movimentos investigativos de mapeamento de ações. Metodologicamente, foi realizada uma busca em fontes específicas, privilegiando artigos em periódicos. Após a seleção de textos com contribuições para o tema do estudo, nove atenderam aos critérios definidos a partir da compreensão da pertinência do tema mobilizador e das palavras-chave. Os textos foram publicados em periódicos de universidades públicas nacionais que, entretanto, fundamentam-se em livros como fontes que dão base às reflexões e aportam conceitos importantes para a área. O referencial teórico deriva da Pedagogia Universitária e da Assessoria Pedagógica Universitária por meio de escritos de Cunha (2014a, 2014b, 2015), Lucarelli (2000, 2007, 2008), Carrasco (2016, 2020), Xavier (2019) e Antonello (2020, 2021). A análise demonstrou que há coerência de perspectiva sobre a função e o trabalho da assessoria pedagógica na educação superior. Ainda que não se expresse clara e conceitualmente a noção de assessoramento pedagógico, existe uma convergência para entendê-lo como um campo de ajuda que, junto e dependente das políticas institucionais, vai se instituindo na cultura acadêmica e construindo perfis profissionais.

Palavras-chave Educação Superior; Políticas Institucionais; Formação Continuada; Assessoria Pedagógica Universitária; Produção Científica

Abstract

This work aims to present the results of analysis developed from a bibliographic search on the theme of University Pedagogical Advisory. Studies about formative and support spaces for teaching in higher education have been expanded in Brazil, mainly through investigative movements of actions mapping. Methodologically, a search was realized in specific sources, focusing on periodicals articles. After selection of texts with contributions to study theme, nine answered the defined criteria, based on understanding the relevance of mobilizing theme and the keywords. The texts were published in periodicals of national public universities, that, however, are based on books as sources that provide the basis for reflections and important concepts to the area. The theoretical referential result from University Pedagogy and the University Pedagogical Advisory, through writings of Cunha (2014a, 2014b, 2015), Lucarelli (2000, 2007, 2008), Carrasco (2016, 2020), Xavier (2019) and Antonello (2020, 2021). The analysis showed that there is a coherent perspective on the function and work of pedagogical advisory in higher education. Although the notion of pedagogical advisory is not expressed clearly and conceptually, there is a convergence in understanding this as a field of help that, together with and dependent on institutional policies, is being instituted in the academic culture and constructing professional profiles.

Keywords Higher education; Institutional Policies; Continuing Training; University Pedagogical Advisory; Scientific Production

Resumen

Este trabajo tiene como objetivo presentar los resultados de un análisis desarrollado a partir de un levantamiento bibliográfico sobre el tema del Asesoramiento Pedagógico Universitario. Los estudios sobre espacios de formación y de apoyo a la docencia en la educación superior se han ampliado en Brasil, principalmente a través de movimientos investigativos de mapeo de acciones. Metodológicamente, se realizó una búsqueda en fuentes específicas, enfocándose en artículos en revistas. Después de seleccionar textos con aportes al tema de estudio, nueve cumplieron con los criterios definidos, desde la comprensión de la relevancia del tema movilizador y las palabras clave. Los textos fueron publicados en revistas de universidades públicas nacionales que, sin embargo, se basan en libros como fuentes que sirven de base para reflexiones y aportan conceptos importantes para el área. El referencial teórico deriva de la Pedagogía Universitaria y del Asesoramiento Pedagógico Universitario a través de escritos de Cunha (2014a, 2014b, 2015), Lucarelli (2000, 2007, 2008), Carrasco (2016, 2020), Xavier (2019) y Antonello (2020, 2021). El análisis mostró que existe una perspectiva coherente sobre la función y el trabajo de asesoramiento pedagógico en la educación superior. Aunque la noción de asesoramiento pedagógico no esté expresada de manera clara y conceptual, existe una convergencia para entenderla como un campo de ayuda que, junto y dependiente de las políticas institucionales, se va instituyendo en la cultura académica y construyendo perfiles profesionales.

Palabras clave Educación Superior; Políticas Institucionales; Formación Continua; Asesoramiento Pedagógico Universitario; Producción Científica

1 Introdução

Este artigo se insere no âmbito do projeto “Assessoramento Pedagógico Universitário: singularidades e sincronicidades num cenário internacional”, que reúne pesquisadores de instituições de educação superior da Argentina, Brasil, Portugal e Uruguai, a fim de mapear e analisar distintos espaços de assessoramento pedagógico, bem como os contextos em que são produzidas tais iniciativas.

O recorte tem como objetivo apresentar os resultados de uma análise realizada a partir de um levantamento bibliográfico sobre a temática do Assessoramento Pedagógico Universitário. Para a realização desse exercício foi executada uma busca em fontes específicas, privilegiando artigos em periódicos e revistas. Após a seleção dos textos com contribuições para o tema do estudo, nove deles atenderam aos critérios definidos, a partir da compreensão da pertinência do tema mobilizador e das palavras-chave utilizadas para tal. Os textos, em sua totalidade, foram publicados em periódicos ligados a universidades públicas nacionais que, entretanto, fundamentam-se em livros como fontes bibliográficas que dão base às reflexões e aportam conceitos importantes para a área.

O texto foi organizado em três partes. Na primeira, indicou-se a importância das atividades de levantamento bibliográfico para o avanço do campo da assessoria pedagógica. Na segunda, o percurso metodológico foi detalhado de modo a explicitar a coleta e seleção de dados. Na terceira, foram apresentados os resultados da análise realizada a partir dos dados, com base em cinco categorias analíticas: bases teóricas, concepções de assessoramento, políticas institucionais de formação docente, perfil dos assessores e legitimidade das práticas de assessoramento.

2 Relevância do estudo para o campo da Assessoria Pedagógica Universitária

A Assessoria Pedagógica Universitária é uma área de pesquisa em expansão no Brasil, que carece de mais estudos, investigações, mapeamentos e divulgação de ações para se consolidar como um território de efetivo contributo à formação pedagógica na educação superior (Cunha, 2014a, 2015; Carrasco, 2016, 2020; Xavier, 2019; Antonello, 2020, 2021).

Desse modo, um dos objetivos específicos do projeto “Assessoramento Pedagógico Universitário: singularidades e sincronicidades num cenário internacional” foi sistematizar as concepções que fundamentam as assessorias pedagógicas, configurando o campo epistemológico da Pedagogia Universitária na prática de assessoramento. Para isso, optamos por realizar um levantamento bibliográfico sobre a temática do Assessoramento Pedagógico Universitário, a partir de buscas por diferentes tipos de produção, em bancos de dados específicos, conforme recorte temporal e mecanismos de busca previamente delimitados.

O campo científico, como definido por Pierre Bourdieu (1983), constitui-se em uma estrutura em que os agentes ocupam posições a partir do acúmulo de capital científico adquirido ao longo de sua trajetória acadêmica. Para tanto, faz-se necessário que as interlocuções impressas nas produções científicas se deem de forma significativa, considerando o conhecimento, as experiências e os fatores sociais, a fim de contribuir para a congregação da inovação em diferentes áreas de conhecimento, nos diversos espaços-tempo construídos nos campos.

Nesse sentido, associa-se o conceito da transformação do fato social em científico, assim definido como fato científico (Bachelard, 1985). Desse modo, a construção empírica sobre um tema possibilita a variabilidade de sentidos que sistematizam, atribuem criticidade, avaliam e revisam a literatura para que possa ser desenvolvida uma pesquisa com qualificação.

Considerando esses aspectos, em conformidade com Morosini (2015), considera-se primordial o movimento reflexivo intermediado pelas vivências, promovido pela indissociabilidade do conhecimento sobre as experiências, definindo a produtividade como histórico-cultural, colaborando para o desenvolvimento de pesquisas para que possam identificar, sintetizar e refletir, a fim de contribuir para o conhecimento acadêmico e para qualificar os processos produtivos nos campos científicos.

O levantamento bibliográfico constitui etapa fundamental na pesquisa científica, uma vez que permite identificar as principais contribuições e lacunas de conhecimento em um determinado campo de estudo. Por intermédio dele, é possível conhecer os trabalhos já realizados sobre o tema, identificar as principais teorias e conceitos e avaliar as metodologias e os resultados obtidos em pesquisas anteriores.

Quando realizado de forma sistemática e criteriosa, permite estabelecer uma base sólida para o desenvolvimento de novas pesquisas, além de auxiliar na identificação de novas abordagens e perspectivas de análise, bem como introduzir conexões entre diferentes áreas do conhecimento. Em suma, o levantamento bibliográfico é essencial para o avanço do conhecimento sobre o Assessoramento Pedagógico Universitário, nosso campo de estudo, possibilitando que identifiquemos as principais tendências, desafios e oportunidades de pesquisa, além de contribuir para o desenvolvimento de novas teorias e soluções para os problemas existentes.

3 Percurso metodológico

Para realizar esta etapa do projeto, construímos, por meio de reuniões e trabalho conjunto, um instrumento para sistematizar as informações obtidas por meio da coleta de dados. Traçamos linhas gerais de delimitação temporal (2012-2022) e requisitos de informações a serem preenchidas no instrumento. As buscas foram realizadas a partir de alguns descritores, tais como: “Assessoria Pedagógica Universitária”; “Desenvolvimento Profissional Docente” e “Pedagogia Universitária”; “Formação Continuada” e “Pedagogia Universitária”.

Para cada um dos trabalhos selecionados foram requeridos os seguintes dados: 1) informações do trabalho: título, link de acesso, tipo do documento, suporte do texto, base de dados; 2) autoria; 3) informações de publicação: ano, periódico/editora/universidade; 4) classificação acadêmica do texto: objetivo, características, metodologia, origem do trabalho; 5) palavras-chave; 6) principais referências (autores com mais frequência na bibliografia); 7) informações adicionais.

No caso do levantamento bibliográfico de artigos, foram selecionadas as seguintes bases de dados: SciELO-Brasil e Google Acadêmico. Como critérios, enfatizamos a seleção de textos escritos em língua portuguesa e de autorias de distintas nacionalidades, utilizamos o operador booleano “AND” nas buscas com descritores combinados e, na sequência, trabalhamos na leitura dos resumos dos textos selecionados. A partir destas delimitações, obtivemos resultados pertinentes a cada base de dados.

Na SciELO-Brasil, cinco trabalhos foram selecionados: um com o descritor “Assessoria Pedagógica Universitária” e quatro a partir dos descritores “Desenvolvimento Profissional Docente” e “Pedagogia Universitária”. A busca a partir dos descritores “Formação Continuada” e “Pedagogia Universitária” resultou em trabalhos repetidos.

No Google Acadêmico, a busca com o descritor “Assessoria Pedagógica Universitária” resultou em 27 trabalhos; destes, após análise, oito foram selecionados. A combinação dos descritores “Desenvolvimento Profissional Docente” e “Pedagogia Universitária” resultou em mais de 8 mil trabalhos, sendo necessário delimitar a busca para “artigos de revisão”, e, após este movimento, encontramos 82 textos. A pesquisa com os descritores “Formação Continuada” e “Pedagogia Universitária” retornou 19 resultados, muitos dos quais repetidos. Na totalidade das bases de dados, após análise, obtivemos 30 artigos.

A partir da leitura completa dos 30 textos inicialmente selecionados, identificamos apenas nove com pertinência significativa de contribuição a este estudo, uma vez que os demais não abordavam a temática Assessoria Pedagógica Universitária diretamente. Posteriormente, os textos foram analisados novamente na tentativa de detectarmos algumas dimensões definidas previamente. Após esses processos de triagem realizados pelo grupo de pesquisadores responsáveis por esse recorte, foram selecionados os nove textos explicitados no Quadro 1.

Quadro 1 Bibliografia sistematizada. 

ANO AUTOR TÍTULO IES PALAVRAS-CHAVE OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADOS
2015 Maria Isabel da Cunha Qualidade da graduação: o lugar do assessoramento pedagógico como propulsor da inovação e do desenvolvimento profissional docente Unisinos Pedagogia universitária. Formação. Assessoramento pedagógico Explorar os pressupostos que sustentam o desenvolvimento profissional docente e as estratégias de assessoramento peda­gógico na universidade, tomando como panorama o contexto educacional con­temporâneo Exercício de reflexão que aborda a emergência da pedagogia universitária no contexto de demo­cratização e expansão da educação superior no Brasil Salienta a necessária reconfiguração do papel docente e das práticas de ensinar e aprender que tem feito revigorar o campo da pedagogia universitária. Aposta que o desenvolvimento profissional dos docentes acontece no espaço de trabalho, dada a inexistência de políticas públicas indutoras da formação inicial para esse nível de ensino
2016 Maria da Conceição Carrilho Aguiar Tendências e implicações da formação continuada para a identidade profissional docente universitária UFPE Docência universitária. Formação continuada. Identidade profissional docente Analisar como e em que sentido as estruturas e os modos de organizar as formações continuadas favorecem ou limitam processos de (re)construção da identidade docente universitária Seleção de discursos dos professores a partir de entrevista semiestruturada e de informações obtidas por questionários analisados à luz de Bardin (1988) A pesquisa evidenciou que as formações carecem ser repensadas, para articular os saberes desenvolvidos por docentes - e por docentes e estudantes -, que, ao interagirem, podem colaborar para que haja realmente um espaço de formação, um ambiente educativo, articulado
2018 Vanice Schossler Sbardelotto Assessoria Pedagógica Universitária: a experiência da Unioeste, campus Francisco Beltrão Unioeste Educação Superior. Assessoria Pedagógica. Pedagogia Universitária Apresentar e discutir nesse artigo, as ações desenvolvidas por essa Assessoria a partir de 2016, apontando limites e possibilidades desse tipo de assessoramento Relato do conjunto de ações desenvolvidas a partir de 2016 pela Assessoria Pedagógica do Campus de Francisco Beltrão, da Unioeste Pode-se afirmar que essas atividades, além de promover um debate mais amplo, possibilitou também o reconhecimento do trabalho do pedagogo e da Pedagogia
2019 Mara Regina Lemes De Sordi Docência no ensino superior: interpelando os sentidos e desafios dos espaços institucionais de formação Unicamp Pedagogia universitária. Necessidades formativas. Desenvolvimento docente. Qualidade do ensino. Responsabilização participativa Problematizar os sentidos e desafios dos espaços institucionais de apoio ao docente que atua no ensino superior Foca o debate sobre necessidades formativas dos professores, interpelando as lógicas que as definem e que lhes emprestam direção. Utilização e análise de narrativas de docentes Espaços educativos que sustentam o compromisso com uma formação profissional edificante sob o ponto de vista social
2019 Vanice Schossler Sbardelotto, Jaqueline Antonello A assessoria pedagógica na educação superior: um olhar para a experiência da Unioeste Unioeste Educação Superior. Assessoria Pedagógica e o pedagogo. Formação docente Investigar o processo de inserção do pedagogo na educação superior, por meio da assessoria pedagógica, no contexto da Unioeste Revisão bibliográfica e análise documental O cargo de assessor pedagógico foi criado nesta universidade no ano de 2012, com atribuições limitadas e desarticuladas aos demais documentos institucionais, sem indicação de que esta função seja desenvolvida, necessariamente, por pedagogos
2020 Amanda Rezende Costa Xavier, Maria Antonia Ramos de Azevedo Assessoria pedagógica universitária no contexto da Universidade Nova: mapeamento e reflexões Unifal, Unesp Assessoria Pedagógica Universitária. Pedagogia Universitária. Formação Pedagógica Docente. Universidade Nova Apresentar o mapeamento da Assessoria Pedagógica Universitária no contexto da Universidade Nova Pesquisa documental e a análise documental como instrumentos de coleta e análise dos dados, respectivamente Verificam-se instituições já avançadas na consolidação de setores responsáveis pelo assessoramento pedagógico docente e outras encaminhando esta implantação, mas, na contramão, há instituições que ignoram esse processo e não contam com um setor responsável por esse serviço
2021 Amanda Rezende Costa Xavier, Elaine Cristina Maldonado, Ester Almeida Helmer, Lígia Bueno Zangali Carrasco, Maria Antonia Ramos de Azevedo Assessoria pedagógica universitária e o Congresso Brasileiro de Pedagogia Universitária: uma experiência de construção de espaço de formação Unifal, UFSCar, Centro Universitário Claretiano, Unesp Assessoria pedagógica universitária. Pedagogia universitária. Formação pedagógica Trazer elementos que possibilitem refletir sobre espaços e práticas formativas desenvolvidas por e para assessores pedagógicos universitários Descrição e análise de uma oficina sobre assessorias pedagógicas universitárias, ofertada no Congresso Brasileiro de Pedagogia Universitária Os efeitos dessa experiência sinalizam que construir espaços de formação para além daqueles formalmente constituídos pode potencializar a aprendizagem em determinado campo
2021 Jaqueline Antonello, Sueli Ribeiro Comar Assessoria Pedagógica Universitária: processos formativos discentes e docentes na Universidade Estadual do Oeste do Paraná Unioeste Assessoria pedagógica. Processos formativos. Ensino superior Analisar o papel da assessoria pedagógica da Unioeste nos processos de consolidação da formação continuada e da construção da identidade docente; descrever a experiência de assessoria pedagógica de um campus da Unioeste. Revisão bibliográfica e o levantamento de informações sobre a experiência descrita, por meio dos relatórios da Assessoria Especial do campus de Francisco Beltrão Demonstra que essa ação de desenvolvimento profissional docente tem o potencial de contribuir com os processos formativos realizados no ensino superior
2022 Lígia Bueno Zangali Carrasco, Maria Antonia Ramos de Azevedo A ação profissional do assessor pedagógico universitário (APU): diálogos acerca de sua trajetória no Brasil, Argentina e Uruguai Unesp Assessor pedagógico universitário. Pedagogia universitária. Profissionalização. Formação docente. Saberes Compreender a trajetória e a atuação profissional dos assessores pedagógicos universitários Investigação de abordagem qualitativa, de cunho exploratório, que se utilizou do método de estudo de caso múltiplo, com dados analisados por meio da análise de conteúdo. Assessores de quatro universidades foram investigados A análise indica que a profissionalidade do assessor está em desenvolvimento, no entanto, há inúmeros desafios que ele precisa superar, como a falta de autonomia, apoio institucional, legitimidade na função e a formação pedagógica do docente universitário

Fonte: Organizado pelas autoras.

4 Análises a partir dos achados

A análise dos textos selecionados foi organizada com base em categorias definidas previamente, das quais derivaram as dimensões específicas apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2 Categorias e dimensões de análise. 

CATEGORIAS DIMENSÕES
Bases teóricas Referenciais teórico-metodológicos
Concepções de assessoramento Função da assessoria pedagógica

Visão de educação e formação docente
Políticas institucionais de formação docente Condições de sustentabilidade

Estratégias de formação continuada
Perfil dos assessores Identidade profissional

Diferenciação entre cargo e função
Legitimidade das práticas de assessoramento Institucionalização dos setores

Condições de trabalho

Fonte:Organizado pelas autoras.

4.1 Bases teóricas

Os textos foram lidos e analisados no contexto do estudo. Uma das dimensões de análise tomou a intenção de perceber as bases teóricas em que estavam assentados. A leitura intensiva dos textos evidenciou grande dispersão no referencial teórico. Considerando-se a bibliografia dos artigos e levando-se em conta que a maioria decorre de pesquisa, uma parte importante da literatura mencionada refere-se à base metodológica da pesquisa. Outros autores dão sustentação aos contextos políticos, legais e filosóficos que contribuem para situar os estudos no tempo e espaço de sua concretização.

Tendo em vista que o objetivo principal desta pesquisa tem foco nas assessorias pedagógicas universitárias, optamos por dar destaque à fundamentação que trata do tema específico e que tenha mais de uma citação nos textos selecionados. Sem tomar outra ordem de importância que não seja esta, listamos, no Quadro 3, os autores e a incidência em que aparecem nas referências bibliográficas dos textos.

Quadro 3 Incidência de referencial teórico. 

AUTORES NOMEAÇÕES
Maria Isabel da Cunha 20
Amanda Rezende Costa Xavier 11
Elisa Lucarelli 9
Ligia Bueno Zangali Carrasco 8
Maria Antônia Ramos de Azevedo 6
Cristina Mayor Ruiz 4
Carlos Marcelo Garcia 4
Antônio Nóvoa 3

Fonte: Organizado pelas autoras.

Com duas nomeações foram distinguidos autores como: Deise Mancebo; Isabel Hevia; Marta Neponeschi; José Gimeno Sacristán; Vera Bazzo; Miguel Zabalza; Gaudêncio Frigotto; Cecilia Luiza Broilo; Paulo Freie; Selma Garrido Pimenta; Beatriz Maria Zanchet.

Chama atenção a dispersão presente nos textos no que se refere à base teórica mobilizada, pois, além dos autores antes mencionados, outros 51 foram citados uma vez nos textos em análise. Certamente, esses achados são restritos a artigos em periódicos dentro do período de corte definido pelo estudo, e o rastreamento em dissertações, teses, capítulos e livros deve ampliar significativamente esse levantamento, dando uma visão mais alargada da produção no campo do assessoramento pedagógico na educação superior.

4.2 Concepções de assessoramento

Não tem havido uma cultura comum de explicitar claramente as concepções de assessoramento pedagógico que sustentam os escritos na área, tomando-se como referência os artigos examinados neste estudo. Certamente há inferências que auxiliam as compreensões dos papéis e funções previstas neste espaço/lugar de ações profissionais com intenções de dar apoio às atividades acadêmicas e de formação docente. Entretanto, pela explicitação de conceitos correlatos, é possível inferir o que se compreende por assessoramento pedagógico.

Se entendermos, como Xavier et al. (2021) no texto “Assessoria pedagógica universitária e o Congresso Brasileiro de Pedagogia Universitária: uma experiência de construção de espaço de formação”, que a função decorre do campo da Pedagogia Universitária, percebemos a intenção de trazer o conceito a partir de Morosini (2001), ao afirmar que a área

Está estruturada em três principais conjuntos de práticas pedagógicas, que permitem gerar novos conhecimentos sobre os processos de ensino e aprendizagem no ensino superior. São eles: as práticas que desenvolvem os docentes em suas atividades cotidianas na aula, ou seja, de programação, ensino e avaliação das aprendizagens, as práticas de indagação que realizam os pesquisadores quando o objeto de estudo é a pedagogia universitária; e as práticas de intervenção, animação, orientação e apoio que desenvolvem os assessores pedagógicos (p. 3).

Ao considerarmos esses componentes como base do campo da pedagogia universitária, se torna possível inferir que dela se ocupará a função de assessoramento. Na mesma direção se pode tomar a descrição que faz Carrasco (2020, p. 53) das funções do assessor pedagógico afirmando que se trata de “um sujeito que se preocupa com as questões da pedagogia universitária no âmbito das instituições de educação superior”, podendo ser docentes que foram designados institucionalmente para promoverem a formação continuada de seus pares, bem como pedagogos e técnicos em assuntos educacionais das universidades federais, que acompanham aspectos pedagógicos que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão.

Em todos os textos em análise há alusão de que a assessoria pedagógica é uma profissão de ajuda (Lucarelli, 2008) de acompanhamento e propulsão da profissionalidade docente. Nesse sentido, mencionam que a profissionalidade, no dizer de Cunha (2007), tem indicado a profissão em ação, em processo e em movimento, o que leva a inferir que se trata do desenvolvimento profissional dos docentes em serviço. Na mesma direção, Sacristán (1999, p. 65) refere-se à profissionalidade como “a expressão da especificidade da atuação dos professores na prática, isto é, o conjunto de destrezas, conhecimentos, atitudes e valores ligados a ela que constituem o específico de ser professor”.

Carrasco (2020) avança na explicitação do seu entendimento sobre o papel do assessoramento na formação continuada de professores, mencionando que o mesmo deve ser pautado em princípios de continuidade e intencionalidade, em espaços específicos para a aprendizagem pedagógica, que revele atendimento às necessidades que trazem os atores do processo educativo.

Carrasco e Azevedo (2022) ampliam a reflexão sobre o papel do assessor pedagógico no artigo “A ação profissional do assessor pedagógico universitário (APU): diálogos acerca de sua trajetória no Brasil, Argentina e Uruguai”. Descrevem que esse profissional se preocupa com as questões da pedagogia universitária, visto como campo polissêmico de produção dos conhecimentos pedagógicos na educação superior. Recorrem a um conceito de Lucarelli (2000, p. 38), para quem “esse é um espaço de conexão, conhecimentos, subjetividades e cultura, que exige um conteúdo científico, tecnológico ou artístico altamente especializado e orientado para a formação de uma profissão”.

Dessa forma ampliam a base teórica oferecida pela autora, que caracteriza a assessoria pedagógica como uma profissão de ajuda em um meio em que as práticas de intervenção orientam no sentido de alcançar mudanças que afetam a instituição educativa e a aula em particular. Lucarelli (2008, p. 4) lembra que, “como profissão de ajuda, manifesta e requer um marco teórico valorativo que permita compreender e justificar o desenvolvimento dessa prática universitária”.

O texto de Carrasco e Azevedo (2022), aqui tomado como referência, traz a contribuição de Xavier (2019) para afirmar que há dois eixos que perpassam transversalmente o trabalho do assessoramento pedagógico universitário, mencionando o incentivo à inovação e à formação pedagógica. A autora toma essas duas dimensões que devem estar presentes no assessoramento curricular, nas reformulações de projetos pedagógicos, bem como por meio do incentivo e colaboração nas práticas e nas atividades de formação. Contribuindo na mesma direção, o texto em análise menciona os aportes de Cunha (2014b), Lucarelli (2008) e Broilo (2004), que abordam a importância de qualificar o trabalho pedagógico por meio da sistematização do que está sendo realizado, mediante a pesquisa da própria prática.

A contribuição de Sordi (2019) ao texto base de estudos intitulado “Docência no ensino superior: interpelando os sentidos e desafios dos espaços institucionais de formação” abordou a profissão docente como um dos objetos do campo da pedagogia universitária, assumindo-a, na perspectiva de Mariano (2006), como um espetáculo que precisa de preparação, ensaio, improviso, atuação – como uma peça de teatro que não é unilateral e tampouco linear – e, ainda, exigindo a construção de uma cultura de trabalho coletivo como um caminho em potencial para que o espetáculo aconteça de forma cada vez melhor. Infere-se, dessa concepção, a importância do pessoal de apoio para tal resultado. Seria esse o lugar da assessoria pedagógica junto aos professores? A metáfora nos induz ao sim e provoca um desdobramento das funções de assessoria nesse cenário.

A autora dedica especial atenção ao papel institucional de acolhimento aos professores ingressantes e menciona a importância de estruturas que se responsabilizem pela sua formação em serviço, numa alusão ao trabalho da assessoria pedagógica universitária. Mesmo que não explore diretamente a figura do assessor como objeto de seu texto, é possível inferir a importância desse ator na cena acadêmica, em especial no assessoramento e desenvolvimento profissional dos docentes.

Antonello e Comar (2021), no texto denominado “Assessoria pedagógica universitária: processos formativos discentes e docentes na Universidade do Oeste do Paraná – Unioeste”, analisam as ações de assessoramento pedagógico no campus de Francisco Beltrão da universidade para justificar a concepção que assumem, entendida tanto individual quanto coletivamente. Nela é priorizada a formação humana e, para tal, as autoras indicam que o rigor teórico-metodológico e a empatia precisam andar juntos. Recorrem à estratégia de projetos como forma de articulação do trabalho, com base em Cunha (2014b), enfatizando os espaços de diálogos múltiplos e pressupostos comuns.

Teoricamente, sustentam-se em Pimentel (1993) sobre a necessidade de organizar debates e espaços formativos nos quais a identidade docente pode ser construída através da significação social da profissão, seus sentidos culturais e tradicionais. Expressam a concepção de assessoramento pedagógico através da nomeação de funções próprias desses espaços e seus agentes: estabelecer diálogo entre professores e os pedagogos; orientar os docentes em relação ao planejamento e avaliação do ensino; abordar as questões da relação professor-aluno; propiciar a troca de experiências entre os docentes; oferecer apoio de especialistas para o enfrentamento de questões emergentes na aula envolvendo a saúde mental e emocional, a transexualidade de gênero; estilos de aprendizagem e questões correlatas.

No texto “Assessoria Pedagógica: Um olhar para a experiência da Unioeste”, Sbardelotto e Antonello (2019) objetivaram compreender como a assessoria pedagógica vem sendo tratada nas pesquisas stricto sensu e como se dá essa presença na Unioeste. Assumem, como Cunha (2014b), que é no âmbito das ações institucionais que se estabelece a melhoria dos processos pedagógicos que envolve a aula universitária e a formação continuada dos professores. Reforçam que as práticas pedagógicas não são neutras, tampouco universais, atingidas pelas concepções políticas de educação e culturas institucionais, que definem estratégias de atuação conforme esta cultura, contexto e possibilidades (Torres, 2014).

Mencionam as estratégias de assessoramento propostas por Cunha (2014b) envolvendo o uso de projetos para articular as ações, a concorrência de editais, o assessoramento numa dimensão clínica e o desenvolvimento de trajetórias de formação. Sem explicitar claramente um conceito de assessoramento, é possível perceber que comungam com a perspectiva da assessoria como profissão de ajuda, imbricada numa cultura institucional e num projeto mais amplo de universidade.

O artigo em análise, com o título “Qualidade da graduação: o lugar do assessoramento pedagógico como propulsor da inovação e do desenvolvimento profissional docente”, foi escrito por Cunha (2015). A autora afirma ser importante explorar as alternativas e estratégias que inspirem trajetórias que subsidiem iniciativas institucionais, partindo do pressuposto de que há múltiplas possibilidades, lugares e caminhos, sem renunciar à rigorosidade de princípios e valores. Reforça que estratégias de assessoramento não são neutras nem universais.

Tal como Fernández (2000), afirma que o pedagogo nas instituições educativas contribui para a eficiência institucional mediante um conjunto de ações que impactam o campo pedagógico e didático, tais como: a especificação dos fins educativos e sua tradução em modelo didático, as condições dos estudantes para desenvolver os processos de aprendizagem, a programação curricular, a avaliação condizente com os objetivos educativos, e a preparação dos docentes e diretivos para assumirem papéis de ajuda aos estudantes. Assume, pois, a compreensão do assessoramento baseado em conhecimentos específicos para o exercício do apoio pedagógico institucional.

Lembra que, em todas as alternativas, está em jogo o assessoramento pedagógico como um espaço controvertido que envolve “uma questão de saber, poder e identidade” (Domingos-Segovia, 2005, p. 241). Para esse autor, o trabalho do assessor pedagógico segue sendo uma construção subjetiva de relações entrepares,

compartilhando marginalidades e espaços fronteiriços, que exigem, muitas vezes, que se desconstruam identidades profissionais prévias, para interatuar com cenários alheios [...] movendo-se sempre entre um ser e o não ser, em âmbitos complexos, construindo um discurso e uma identidade ou posição suspensa em frágil equilíbrio de dimensões bipolares: teoria/prática; desejo/realidade; autonomia/crítica; assessor/colega [...]

(Domingos-Segovia, 2005, p. 242).

É com essa perspectiva que a autora assume a complexidade da assessoria pedagógica na universidade e seus desdobramentos. A incorporação dessa perspectiva demanda uma concepção de assessoramento sempre imbricado nas relações sociais e de poder que se estabelecem na arena acadêmica. O fato de ter o reconhecimento como uma profissão de ajuda não dispensa a compreensão das condições objetivas de seu exercício e a complexa tarefa de estabelecer as condições de seu trabalho.

No texto denominado “Tendências e implicações da formação continuada para a identidade profissional docente universitária”, escrito por Aguiar (2016), encontramos a intenção de discutir os conceitos de formação. Para isso, lança mão do pensamento de Ducoing (2007) para afirmar que falar de formação é reconhecer a complexidade teórica da temática e a natureza polissêmica do termo. A autora assume, como Zabalza (2004, p. 177), que o que mais interessa “sobre a formação de professores universitários é a importância de uma combinação de esforços e compromissos entre a instituição e seus profissionais. Sem essa integração, é pouco provável que as iniciativas de formação prosperem”.

Evidencia que a concepção de formação e, por conseguinte, de assessoramento estará articulada a um projeto institucional, com sua visão e objetivos educativos. O desenvolvimento profissional influencia e é influenciado pelo contexto organizacional em que acontece. Nesse espaço é que se constrói uma identidade docente e laços institucionais, a visão de alunos e de profissão. Novamente fica explicitada a não neutralidade do projeto de formação docente e sua dependência do contexto político e cultural onde acontece, implicando, certamente, no papel do assessoramento pedagógico. A visão política de sociedade que atravessa o projeto institucional, lembra a autora, dá direcionamentos para os programas de formação continuada de professores e conforma a perspectiva do assessoramento.

Mais um artigo relacionado com a Unioeste fez parte dessa amostra. Trata-se do texto “Assessoria Pedagógica Universitária: a experiência da UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão”, de autoria de Sbardelotto (2018). Como os demais que têm essa universidade como objeto, nesse texto está descrita a experiência de formação continuada de docentes do campus de Francisco Beltrão e o papel da assessoria pedagógica nesse contexto. Ainda que, como observado nos demais artigos objetos deste estudo, não haja explicitação conceitual de assessoria pedagógica, é possível inferir esta perspectiva no seu delineamento, pela narrativa da experiência. “Nos dois últimos anos observou-se a construção coletiva do planejamento e desenvolvimento das ações da Assessoria Pedagógica [...] que possibilitou também o reconhecimento do trabalho do pedagogo e da pedagogia” (Sbardelotto, 2018, p. 65). Para a autora, a discussão ultrapassou a condição de uma circunstância pontual e imediata, mas desenvolveu um debate amplo sustentador da legitimidade dos processos realizados. Os pressupostos da experiência foram indutores da concepção de assessoramento participativo e democrático que sustentou o trabalho desenvolvido. Certamente, a prática pedagógica do assessoramento é que diz, verdadeiramente, de sua concepção.

O último artigo selecionado para este estudo que compõe essa amostra refere-se a um trabalho de Xavier e Azevedo (2020) que se intitula “Assessoria pedagógica universitária no contexto da Universidade Nova: mapeamentos e reflexões” e decorre da tese de doutorado explorada pela autora e sua orientadora.

Assumem que a Assessoria Pedagógica Universitária toma como objeto de estudo e de trabalho as questões que envolvem o ensino, a aprendizagem e a avaliação na universidade (Lucarelli, 2007). Nessa perspectiva, incluem na definição a responsabilidade pela criação de espaços direcionados à formação para o exercício da docência universitária, enquanto processo componente do desenvolvimento profissional docente, tendo em vista a construção de saberes e a reflexão pedagógica. Ocupa-se, como defendem Lucarelli e Cunha (2015), de ações de investigação, intervenção e colaboração com a gestão e atuam junto com os professores, como atores que contribuem com a conformação do campo da didática universitária.

No texto, que se aninha no relato de constituição do campo da pedagogia universitária numa IES que compõem as que foram criadas como Universidades Novas, na primeira década do século XXI no Brasil, as demandas para a construção de uma pedagogia rupturante com a tradição se instituiu como necessária e emergente.

4.3 Políticas institucionais de formação docente

Os textos “Qualidade da graduação: o lugar do assessoramento pedagógico como propulsor da inovação e do desenvolvimento profissional docente”; “Assessoria Pedagógica Universitária: a experiência da Unioeste, campus Francisco Beltrão”; e “A assessoria pedagógica na educação superior: um olhar para a experiência da Unioeste” não indicam políticas institucionais de formação docente. Enquanto o primeiro explora os pressupostos que sustentam o desenvolvimento profissional docente e as estratégias de assessoramento pedagógico na universidade, o segundo e terceiro apresentam e/ou discutem ações desenvolvidas pela Assessoria Pedagógica Universitária em um campus da Unioeste, trazendo documentos que citam políticas de ensino.

Já o texto “Tendências e implicações da formação continuada para a identidade profissional docente universitária” aborda a formação continuada de professores como política de aprimoramento da prática pedagógica no Ensino Superior, enquanto o texto “Docência no ensino superior: interpelando os sentidos e desafios dos espaços institucionais de formação” discute as políticas institucionais de formação docente de maneira ampla, destacando a formação continuada a partir das necessidades dos docentes, principalmente os iniciantes.

Os textos “Assessoria pedagógica universitária no contexto da Universidade Nova: mapeamento e reflexões”; “Assessoria pedagógica universitária e o Congresso Brasileiro de Pedagogia Universitária: uma experiência de construção de espaço de formação”; “Assessoria Pedagógica Universitária: processos formativos discentes e docentes na Universidade Estadual do Oeste do Paraná” citam políticas de formação continuada. Ao passo que o texto “A ação profissional do assessor pedagógico universitário (APU): diálogos acerca de sua trajetória no Brasil, Argentina e Uruguai” cita, além de políticas institucionais de formação continuada, políticas institucionais de formação permanente.

De acordo com Almeida (2012), a universidade é afetada por mudanças sociais, assim como atua neste processo; essa articulação leva a universidade a traduzir e incorporar as modificações sociais aos seus mecanismos internos de formação e de gestão. Portanto, é preciso estabelecer relações entre as políticas institucionais e a legitimidade das práticas desenvolvidas pelos setores de assessoramento pedagógico. Nesse sentido,

a universidade precisa se colocar favorável à formação docente e o modo como essa iniciativa é realizada depende das políticas de gestão universitária. Pois, a reflexão sobre os processos pedagógicos perpassa, dentre outros fatores, a formação pedagógica continuada dos professores de educação superior. Trata-se, portanto, da importância de aprendizagens, por parte do profissional e com o apoio de políticas formativas institucionais, que vão além daquilo que o docente geralmente aprende na sua formação inicial

(Antonello, 2021, p. 57).

Uma problemática indicada por Cunha (2015) demonstra que, por mais que as ações estejam explicitadas em documentos e planos, o assessor ainda fica à mercê do imediatismo da dinâmica institucional e da sensibilidade dos gestores universitários que, às vezes, implementam programas e constituem equipes de trabalho nesse âmbito e, em outros momentos, desativam tais iniciativas, condições que desfavorecem a constituição identitária dos assessores.

Fazemos eco a esses indicativos, pois a solução para a complexidade da formação continuada dos professores universitários não se resolve sem que as instituições pensem em políticas mais abrangentes e sustentáveis (permitindo, por exemplo, a participação dos docentes nos vários projetos e/ou programas concebidos pelos setores de APU); investindo na própria formação dos assessores e traduzindo em ações concretas (condições objetivas) as propostas constantes nos documentos institucionais para que estes possam ser consequentes:

  • O tema das assessorias pedagógicas nas universidades precisa sair do espontaneísmo amador e assumir uma condição profissional.

  • Esse quadro reforça a constatação de que a função de assessor pedagógico precisa se estabelecer com maior precisão conceitual e valorização institucional, permitindo, com isso, que se rompa com as múltiplas demandas que lhe são atribuídas, muitas vezes sem caráter pedagógico, mas sim, técnico-administrativo.

  • Entendemos ser esse um aspecto bastante delicado, pois a construção identitária dos assessores, muitas vezes, acaba ficando à mercê de políticas personalistas e não institucionais, gerando confusões no seu campo de ação que impactam a contribuição que poderia vir a dar, em distintas demandas e cenários.

  • Uma luta constante, ou seja, que essas regulamentações se transformem, de fato, em política da instituição e cultura institucional, e não fiquem à mercê de cada nova gestão.

4.4 Perfil dos assessores

Há consenso nos artigos destacados como de maior proximidade com o recorte investigativo, que o perfil dos assessores envolve docentes designados institucionalmente para promoverem a formação continuada de seus pares, bem como pedagogos e técnicos em assuntos educacionais das universidades federais, contratados para acompanhar e desenvolver aspectos pedagógicos que envolvam ensino, pesquisa e extensão. De acordo com Carrasco (2016), estes profissionais “têm o papel de desencadear processos formativos capazes de interferir na qualidade e no andamento das questões pedagógicas, especialmente do ensino de graduação”.

Ainda que predominantemente os pedagogos sejam lembrados como os profissionais que melhor respondem aos desafios da atividade, não se restringem a estes tal responsabilidade. Pois, mesmo que o pedagogo(a) seja o profissional mais habilitado para desenvolver a função, outros profissionais podem desenvolver essa atividade, desde que demonstrem condições para o seu exercício, portanto, é imprescindível saber qual é a função da assessoria pedagógica.

Refletir sobre a Assessoria Pedagógica implica em pensar uma pessoa ou grupo de pessoas que são articuladoras daquelas tarefas pedagógicas de sua competência, entendendo que há outros partícipes destes processos e que somente o trabalho em colaboração irá, efetivamente, legitimar a função da APU.

4.5 Legitimidade das práticas de assessoramento

No que se refere à legitimidade das práticas de assessoramento, os artigos igualmente sinalizam a importância crescente destes espaços institucionalmente propostos para dar suporte aos professores que atuam nos diversos cursos de graduação. Considerando que a universidade se diversificou e viu crescer a complexidade de suas funções ante os desafios do próprio modelo societário, o perfil dos estudantes que acessaram a educação superior trazendo novas identidades culturais e os interesses mercadológicos que afetaram fortemente os entendimentos do que seriam concepções de qualidade desejáveis para marcar a inserção dos egressos dos cursos no mundo do trabalho, vemos que há necessidade de atenção e apoio aos docentes, em especial em suas práticas de ensino, atividades muitas vezes subestimadas pelas políticas educacionais vigentes.

Ao afetar as formas de mediação pedagógica necessárias a uma formação superior que não deve se afastar da criticidade e da luta por justiça social, as formas de assessoramento pedagógico requerem um cuidado importante para que não se reduzam a aspectos instrumentais ou de cunho burocráticos e adaptativos a padrões de qualidade definidos de fora para dentro e desprovidos de pertinência social. Os artigos indicam essa preocupação e os atravessamentos de diferentes ordens que perpassam a APU e que podem interferir na legitimidade dos assessores:

  • Traçar uma reflexão acerca da multiplicidade de funções de um assessor e da necessidade de filtrar o que é função pedagógica e o que é função técnica-administrativa;

  • A compreensão de que a consequência de serem jogadas quaisquer funções para o assessor executar é o comprometimento de seu desempenho efetivo nas funções pedagógicas, que são as que realmente lhe cabem;

  • Caso contrário, vão “ao chão” suas responsabilidades primordiais e sua legitimidade para a função, assim como a própria função, ou seja, tais elementos são postos em causa.

Outro aspecto que indica a preocupação com a legitimidade das práticas de assessoramento envereda pela reflexão sobre a insuficiência de existir um setor pedagógico e assessores que nele atuam, sendo necessária uma luta constante por legitimidade em suas funções, e isso se conquista por meio de um trabalho bem fundamentado e articulado. A legitimidade é melhor alcançada quando o setor é composto por equipes multidisciplinares, promovendo estímulo às propostas de inovação curricular e pedagógica.

Os artigos também informam o caráter ainda incipiente da APU na realidade brasileira em comparação com outros países, o que sugere o baixo apreço às questões da qualidade do ensino de graduação ou a crença ingênua na premissa de que quem sabe fazer, sabe ensinar, que marcou por muito tempo a realidade da educação superior. Deriva daí uma deslegitimação da função, ou quem sabe aquilo que é advertido por Xavier e Azevedo (2020):

Tal condição pode posicionar a Assessoria Pedagógica Universitária como um não-lugar (Cunha, 2010), porque entendemos que o não reconhecimento dos próprios assessores deslegitima a identidade pedagógica do setor, contribuindo para que não se estabeleçam relações entre o assessoramento e a docência. E, nesse sentido, a Assessoria transforma-se em não-lugar porque deixa de ter sentido, conformando-se como espaço de passagem (Augé, 1994), para encaminhamento de questões meramente técnicas.

Os assessores pedagógicos nas universidades pesquisadas no Brasil têm sido vistos como agentes técnico-administrativos que desenvolveriam sua atuação profissional de acordo com as demandas da gestão. Eles conseguiram, por empenho próprio dentro de uma dimensão coletiva e por reconhecimento e auxílio de alguns outros agentes dos espaços de atuação, desobstruir barreiras e construir um caminho diferente daquele ao qual seria destinado, a princípio, em suas instituições de trabalho.

Fica patente que a legitimidade da APU é ainda campo aberto e em construção permanente e que vem sendo favorecido pela construção de redes colaborativas e incentivo a pesquisas realizadas por interessados pela temática. Esse processo proverá aportes técnico-políticos para maior compreensão da realidade, ensejando uma atuação mais resolutiva de todos os interessados num ensino de graduação de qualidade, mediatizados pela figura dos assessores pedagógicos.

5 Considerações finais

Tomando o conjunto dos textos analisados, foi possível perceber uma coerência de perspectiva sobre a função e trabalho da assessoria pedagógica na educação superior. Ainda que neles não se expresse clara e conceitualmente a noção de assessoramento pedagógico – palavra-chave que orientou esse exercício –, é possível afirmar que há uma convergência em entender esse como um campo de ajuda que, junto e dependente das políticas institucionais da educação superior, vai se instituindo na cultura acadêmica.

Tendo como foco os docentes, os discentes e a prática pedagógica, as assessorias se justificam frente aos desafios postos para o campo da educação superior nesse milênio. Novas compreensões e propostas de currículo e de prática pedagógica se instituem frente às demandas sociais, do mundo do trabalho e da cultura juvenil. Inovações são demandadas na perspectiva epistemológica e pedagógica.

Esse cenário provoca mudanças na tradição docente e requer saberes que respondam ao campo da pedagogia universitária. Para tal, ações de formação continuada e de reflexão sobre as práticas se impõem e fortalecem a importância de profissionais de ajuda – os assessores –, para que possam, por meio da pesquisa e dos processos formativos, contribuir para a qualidade do ensino superior numa dimensão emancipatória.

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Recebido: 01 de Setembro de 2023; Aceito: 19 de Setembro de 2023

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