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Revista Teias

versão impressa ISSN 1518-5370versão On-line ISSN 1982-0305

Revista Teias vol.18 no.50 Rio de Janeiro jul./set 2017  Epub 26-Dez-2019

https://doi.org/10.12957/teias.2017.30517 

Docência, currículo, didática, aula: fantástico arquivo político da diferença

CONVERSAS COM A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRÁTICAS E CURRÍCULOS: MOVIMENTOS NAS/DAS PESQUISAS

Rafael Marques Gonçalves1 

Alexandra Garcia2 

Allan Rodrigues3 

1Professor da Universidade Federal do Acre no Centro de Educação e Letras (UFAC/CEL/CZS). Pesquisador no Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação (GEPEd/UFAC) onde coordena a linha de pesquisa “Cotidianos, Currículos e Narrativas”. Doutorando em Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/PROPEd). Bolsista CAPES. E-mail: rafamg02@gmail.com

2Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/PPGEDU e PROPEd-UERJ), Procientista. Líder do Grupo de Pesquisa “Diálogos Escolas-Universidade: Processos Formativos, Currículos e Cotidianos”. E-mail: alegarcialima@hotmail.com

3Mestrando em Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – PPGEDU. Bolsista CAPES. E-mail: allancr@id.uff.br


RESUMO:

Em tempos em que o falar parece não mais buscar por uma interlocução, antes tornando-se uma estratégia de publicização de opiniões e certezas, porque falar em conversas? Toda conversa supõe um diálogo? Que janelas abrem as conversas nos princípios políticos e epistemológicos e nos caminhos metodológicos da produção de conhecimentos nas pesquisas? O dossiê pretende provocar estas e outras interrogações, trazendo artigos que nos permitam deslocamentos de compreensões, ampliação de sentidos e outros-novos diálogos nos campos das pesquisas em currículo, formação docente e cotidianos. A proposta investe na articulação das conversas entre esses campos, entendendo essa articulação e a própria ideia de conversa como forças mobilizadoras para pensar processos, práticas e temáticas com as pesquisas nesses campos. Outra aposta que encaminha nossas conversas com as pesquisas nesse número diz respeito às escolhas políticas e epistemológicas implicadas nos diálogos com as escolas públicas e na perspectiva das interlocuções escolas-universidades como instrumento de ampliação e consolidação das redes de saberes docentes e de produção de práticas mais coletivas e solidárias de conhecimentos.

RESUMEN:

En tiempos en que el hablar parece no más buscar por una interlocución, sino convertirse en una estrategia de publicidad de opiniones y certezas, porque hablar en conversaciones? Toda conversación supone un diálogo? ¿Qué ventanas abren las conversaciones en los principios políticos y epistemológicos y en los caminos metodológicos de la producción de conocimientos en las investigaciones? El dossier pretende provocar estas y otras interrogantes, trayendo artículos que nos permitan desplazamientos de comprensiones, ampliación de sentidos y otros nuevos diálogos en los campos de las investigaciones en currículo, formación docente y cotidianos. La propuesta invierte en la articulación de las conversaciones entre esos campos, entendiendo esa articulación y la propia idea de conversación como fuerzas movilizadoras para pensar procesos, prácticas y temáticas con las investigaciones en esos campos. Otra apuesta que encamina nuestras conversaciones con las investigaciones en ese número se refiere a las elecciones políticas y epistemológicas implicadas en los diálogos con las escuelas públicas y en la perspectiva de las interlocuciones escuelas-universidades como instrumento de ampliación y consolidación de las redes de saberes docentes y de producción de prácticas más colectivas y solidarias de conocimientos.

ABSTRAC

In times when talking seems to no longer seek for an interlocution, but rather becomes a strategy of publicizing opinions and certainties, why speak in conversations? Does every conversation suppose a dialogue? Which windows open the conversations in the political and epistemological principles and in the methodological ways of the production of knowledge in the researches? The dossier intends to provoke these and other questions, bringing articles that allow us to move from understandings, widening of meanings and other-new dialogues in the fields of research in curriculum, teacher training and daily life. The proposal invests in the articulation of the conversations between these fields, understanding this articulation and the very idea of conversation as mobilizing forces to think processes, practices and thematic with the researches in these fields. Another bet that leads our conversations with the research in this issue concerns the political and epistemological choices involved in the dialogues with public schools and in the perspective of the schools-universities interlocutions as an instrument of expansion and consolidation of the networks of teaching knowledge and of the production of more collective and solidarity of knowledge.

Um princípio de conversa

Em tempos em que o falar parece não mais buscar por uma interlocução, antes tornando-se uma estratégia de publicização de opiniões e certezas, porque falar em conversas? Toda conversa supõe um diálogo? Que janelas abrem as conversas nos princípios políticos e epistemológicos e nos caminhos metodológicos da produção de conhecimentos nas pesquisas?

O dossiê pretende provocar estas e outras interrogações, trazendo artigos que nos permitam deslocamentos de compreensões, ampliação de sentidos e outros-novos diálogos nos campos das pesquisas em currículo, formação docente e cotidianos. A proposta investe na articulação das conversas entre esses campos, entendendo essa articulação e a própria ideia de conversa como forças mobilizadoras para pensar processos, práticas e temáticas com as pesquisas nesses campos. Outra aposta que encaminha nossas conversas com as pesquisas nesse número diz respeito às escolhas políticas e epistemológicas implicadas nos diálogos com as escolas públicas e na perspectiva das interlocuções escolas-universidades como instrumento de ampliação e consolidação das redes de saberes docentes e de produção de práticas mais coletivas e solidárias de conhecimentos.

Uma conversa expressa ainda, um espaçotempode interlocução menos formal que, como Nilda Alves (2003) já nos fazia notar, também é aquilo que nós professores fazemos quando nos encontramos. Conversar, como uma prática aparentemente despretensiosa, cria espaçostempos para, em nossos cotidianos docentes ou a partir das experiências tecidas com nossos cotidianos, pensar nossas práticas, ampliar nossas redes de conhecimentos, estabelecer vínculos e afetos que nos auxiliam a viver nossa profissão professora4.

Carlos Skliar (2014) propõe que nos coloquemos numa atitude de escuta. Quando a palavra conversa pode expressar mais do que o falar, implicando na escuta, escuta do outro, co-habitação de sentidos múltiplos. Quando conversar nas pesquisas e com as pesquisas permite nos deslocarmos entre perspectivas, percepções e outros-novos sentidos. Quando conversar é o verbo do movimento e das incertezas, podemos ter aí colocadas as possibilidades de ampliação e multiplicação das tessituras de redes de saberes com as pesquisas.

O que queremos com as conversas é que elas possam provocar a partir das pesquisas outras formas de aproximação da diversidade de saberes existentes no mundo. Almejamos, ainda, que as conversas possam nas pesquisas encaminhar diálogos, ou seja, colocarem-se como interlocuções e negociações de sentidos mais horizontalizadas entre saberes, sujeitos e perspectivas. Sobretudo, pretendemos como um movimento nas/das pesquisas que as conversas contribuam para o deslocamento de compreensões e representações desencantadas e tristes (SANTOS, 2002) de escola e docência.

Precisamente em aconchegar-se ao calor da intimidade da compreensão, fugindo das arrepiantes e gélidas explicações que, insensíveis às pluralidades disseminadas do vivido, erguem fronteiras entre os fenômenos, limitando ou anulando as suas relações recíprocas. (PAIS, 2003, p. 30)

A partir do pensamento de Pais (2003) destacamos a necessidade de estarmos atentos às possíveis brechas que os saberes, antes alinhados de forma cartesiana no entendimento do conhecimento hegemônico, possam estabelecer outras redes e interlocuções em sentidos múltiplos. Neste sentido, consideramos que os diálogos promovidos pelas pesquisas ou que podem ser provocados a partir das questões que os artigos abordam criam espaçostempos de negociações de sentidos e produção de outros-novos sentidos.

O que mobiliza nossas reflexões em torno das conversas nas e com as pesquisas é, também, a compreensão de que as peculiaridades percebidas nos processos de produção dos currículos, das políticas curriculares e dos processos formativos ainda são pouco exploradas na formação acadêmica e em ações de formação continuada. O desperdício desses saberes e da experiência (SANTOS, 2001), nos estudos sobre os currículos e sobre a formação de professores, implica, portanto, no desperdício de um rico repertório de saberes tecidos políticas e epistemologicamente.

Essa outra maneira de conceber a formação nos ajuda a olhar para as professoras como praticantes (CERTEAU, 1994) dos cotidianos e nas/com as pesquisas. Sendo assim, pensamos a formação, os cotidianos escolares e os currículos como uma rede complexa - entre teorias, práticas e experiências e não como aspectos ou campos em separado. Isso exige deslocar a lógica linear implícita à ideia de formação e pensar em processos formativos que envolvem saberes acadêmicos, saberes docentes e experiências vividas – nas quais e com as quais os saberes são tecidos.

Assim, as conversas com as pesquisas que compartilham de algumas dessas compreensões, mas também com aquelas que nos trazem outras-novas compreensões nos colocam o “risco” de nos depararmos com as incertezas, tendo como companheira a dúvida e talvez o assombro, nos enveredando pelo cruzamento das múltiplas dialéticas, entre o "rotineiro" e o "acontecimento".

Nossas conversas nas/com as pesquisas deste dossiê se iniciam com o artigo de Renata Barroso de Siqueira Frauendorf e Guilherme do Val Toledo Prado, que nos instiga a pensar a atuação do formador externo no âmbito dos programas de formação continuada, de modo a contribuir para o fortalecimento da educação pública diante de um contexto marcado por muitas mudanças, incertezas e contradições. Recuperando as transformações que o termo formação continuada sofreu ao logo dos anos, os autores nos permitem perceber o modo como aos diferentes termos se vinculam distintos sentidos para práticas e políticas no campo. Avançando na discussão, trazem, como uma das questões cruciais que se coloca diante das possíveis contribuições de um formador externo, a colaboração para que professores e outros profissionais da escola descubram o saber que está implícito em suas experiências. Ainda, para que os professores possam perceber que a parceria entre professores é fundamental.

Na sequencia temos a conversa proposta pelas autoras Norma Cristina Vieira, Rogerio Andrade Maciel e Wanessa Rafaela Andrade Maciel que se propõem analisar a formação continuada de professores do Programa Escola da Terra no município de Bragança, Amazônia Oriental. Para as autoras a formação continuada do Programa construiu com os professores um planejamento curricular embasado por conhecimentos interdisciplinares a partir das experiências dos sujeitos do campo, a valorização de sua realidade e de seus saberes, com isso ampliando o arcabouço das múltiplas e diversas práticas de educação no campo.

Anelice Ribetto e Gilcelia Coelho entram na conversa para nos provocar a refletir sobre os resultados de uma pesquisa onde buscou-se analisar o currículo do Curso de Pedagogia da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, problematizando lógicas e sentidos produzidos com relação ao campo da Educação Especial. O artigo aponta para a relevância do estudo das diferenças no campo da formação de professores e da educação, expondo elementos teóricos e políticos que percebem com a pesquisa do Curso.

Reflexões sobre sobre o processo de aprender e ensinar a ler e a escrever tendo como referência a curiosidade, as perguntas e o desejo das crianças, este o movimento trazido pelo texto de Carmen Sanches Sampaio, Tiago Ribeiro e Ana Paula Venâncio, que em seu artigo conversam sobre uma prática de alfabetização discursiva, alicerçada na produção, no pensar coletivamente e na autoria de fala e pensamento, destacando a importância da criança como outro potente na formação docente que interroga os currículos da formação de professorxs, especialmente quando a prática desfaia pensar fora de métodos alfabetizadores e normatividades.

Conversando sobre práticas e processos formativos, seguimos rumo ao encontro do que Clivio Pimentel Junior defende quanto aos sentidos de Natureza da Ciência articulados na produção de demandas que, implicadas numa sobredeterminação ontológica, mesclam teoria crítica, filosofia e história da ciência moderna, projetando perfis de alunos, de docentes e, de modo mais amplo, do social. O autor nos convida a pensar tendo como exterior constitutivo aquilo mesmo que pode ser inextirpável da educação: o risco da/na experiência curricular formativa.

Letícia Mendonça Lopes Ribeiro e Ednacelí Abreu Damasceno pedem a fala e trazem com o seu texto uma conversa que buscou identificar aspectos marcantes do princípio do exercício profissional vivenciado por professores iniciantes quando ingressam na carreira e prática docente. Ao considerar a importância desta fase na formação da identidade docente, apontam que os participantes de sua pesquisa vivenciaram trajetórias distintas, mas são unânimes em afirmar que a recepção das equipes escolares, nas primeiras instituições em que lecionaram, foram fundamentais para a sensação de segurança (ou insegurança) concebida nas atividades iniciais.

Carin Cristina Dahmer e Marilda Oliveira de Oliveira vão abordar uma dialogo sobre os territórios curriculares a partir de um currículo escolar experienciado nas aulas de artes do ensino fundamental que, ao articular a temática da história da arte, potencializou o currículo como “de-formação”. Destacam, com isso os seus possíveis desvios e as potencialidades percebidas na composição curricular. Indicam como percurso possível o entrelaçamento da história da arte a um tempo presente.

Seguimos a conversa proposta neste dossiê com a contribuição que Darianny Araújo dos Reis traz ao refletir sobre o currículo como projeto formativo e instrumento poderoso na luta por superar visões monoculturais, monolíticas e redutoras que constrangem práticas anti-discriminatórias, de abertura e de diálogo com as diferenças culturais. Nesta conformidade, para a autora, um currículo intercultural crítico consiste em fomentar concepções, estratégias, métodos e ações educativas fundamentadas em valores tais como solidariedade, pluralidade e democracia, substancialmente relevantes como uma proposta que se perfila mais do que pedagógica, ética e político-social.

Mariana Luzia Corrêa Thesing, Fabiane Adela Tonetto Costas abordam a discussão sobre as proposições apresentadas no Documento Base (BRASIL, 2016) da Secretaria de Educação Básica (MEC/SEB) qie apresenta “Orientações para os Cursos de Formação de Professores nas áreas de Didática, Metodologias e Práticas de Ensino e na nova Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica”. A partir de uma pesquisa documental, as autoras destacam evidências que entendem indicar uma reformulação nos cursos de formação inicial de professores fundada em conhecimentos de natureza didático-metodológica, com primazia na competência pelo saber fazer. Assim, para as autoras, os documentos revelam a perda de direitos profissionais e a reconfiguração de seus processos formativos – em que há a secundarização de elementos fundantes à formação docente, voltados à formação político-pedagógica desses profissionais.

Na sequencia temos o texto de Adelson Dias de Oliveira e Jane Adriana Vasconcelos Pacheco Rios que centra-se nas discussões sobre apropriação do currículo pela experiência de docência no ensino médio em territórios rurais, utilizamos a observação e documentação narrativa de experiência pedagógica como dispositivos de recolha das narrativas dos sujeitos, onde os professores poderão contar a experiência de levar à prática uma proposta curricular em “trânsito”, com as quais pode-se apontar, como breves análises, a dinâmica de desenvolvimento de um currículo e experiências pedagógicas centradas na perspectiva da cidade, realizada em áreas rurais.

As ideias e redes trazidas pelos artigos fazem parte do caminho que seguimos trilhando, cujo objetivo alia-ase a necessidade de trazer a tona reflexões que nos auxiliem a vislumbrar outros caminhos para pensar a formação docente, as práticas e os currículos. Quando propomos a desfiar e fiar conversas com as pesquisas, provocamos também os leitores a experimentarem outras-novas formas de aproximação das temáticas e questões, puxando seus fios, tecendo outras redes e com elas outros saberes e questões. Em comum nessas conversas que o dossiê traz estão as criações curriculares e de conhecimentos docentes. Nesse sentido, com o intuito de enriquecer e internacionalizar nossa rede temos na seção ELOS dois texto de autores vinculados a instituições internacionais onde cada um, a sua maneira, nos propõe diálogos com a temática do dossiê.

José Carlos Morgado, vinculado ao Centro de Investigação em Educação do Instituto de Educação da Universidade do Minho, traz a baila com seu artigo a relação entre currículo e educação comparada. Partindo da ideia de que o currículo, como projeto formativo e como construção partilhada de saberes, se deve configurar de modo a garantir o desenvolvimento de indivíduos autónomos, moral e intelectualmente bem formados, capazes de continuar a aprender ao longo da sua vida e de assumirem um papel interventivo numa sociedade que muda de forma rápida e contínua, procura averiguar até que ponto a educação comparada contribui para que, no ensino superior, o processo de desenvolvimento do currículo se estruture em função de referentes mais amplos e atuais. Tais elementos, para o autor, seriam oriundos tanto de distintos contextos nacionais como internacionais. A análise permitiu constatar que é necessário diluir certas tendências pragmáticas e mercantilistas que têm conformado o campo do currículo nos últimos anos e que interferem com os propósitos e os processos da educação comparada.

Por sua vez o professor Daniel Hugo Suárez da Faculdade de Filosofía e Letras da Universidade de Buenos Aires, interlocutor de muitas conversas em distintos espaçostempos onde fiamos pesquisas e encontros com a formação de professores, aborda em seu artigo a Documentação Narrativa como modalidade metodológica para pensar e investigar a formação docente. A documentação narrativa é assim entendida como investigação-formação-ação. Entende as narrativas e relatos como elementos importantes para compor a reconstrução de uma memoria pedagógica das práticas nas escolas em suas mais sutis formas de ação, expondo os limites de outras formas convencionais de documentação escolar. Para o autor quando caracterizamos o lugar da experiência como espaço de significação, damos valor as vivencias singulares que interpelam e atravessam discursos postos em disputa no debate atual sobre educação. Assim, explorar a potencialidade interpretativa, formativa e investigativa dos relatos de experiência como dispositivo de documentação narrativa contribuem sobremaneira para o campo da investigação na educação sobre formação de professores e currículos.

O dossiê que propomos traz ainda, por fim, um conjunto de artigos recebidos por demanda contínua que vão ao encontro das conversas propostas e ampliam as redes de conhecimentos, interlocuções e sentidos como um movimento crescente em que temos apostado. Ou seja, a constante e necessária conversa sobre formação de professores e currículos em diferentes abordagens, sob diferentes perpectivas e aproximações epistemológicas e metodológicas.

Apostamos que essa conversa-formação não começa e não termina aqui, mas propõe um movimento de interlocuções crescentes, que seguirá rumos imprevistos, nos desafiando enquanto pesquisadores, a pensar a educação em nosso país e em nossas pesquisas nos tempos atuais.

4A expressão remete a Nóvoa (1995), contudo, marcando a flexão necessária para o gênero feminino que caracteriza a profissão, sobretudo, até os anos iniciais do Ensino Fundamental. Ainda, afirma a posição política necessária de afirmação da mulher num mundo que, desde a linguagem às práticas sociais e culturais, se desenha pela imposição do masculino.

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