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Revista Teias

versión impresa ISSN 1518-5370versión On-line ISSN 1982-0305

Revista Teias vol.18 no.51 Rio de Janeiro oct./dic 2017  Epub 11-Mar-2020

https://doi.org/10.12957/teias.2017.30724 

Em Pauta

GESTOS (IM)PROVÁVEIS: Ocupações e(m) afecções...

(IM)PROBABLE GESTURES: OCCUPATIONS AND AFFECTIONS ...

LOS GESTOS (IM)PROBABLES: OCUPACIONES Y AFECCIONES ...

Elenise Cristina Pires de Andrade1 

Elenilda Alves Brandão2 

Edivan Carneiro Almeida(*) 

(*)Elenise Cristina Pires de Andrade. Universidade Estadual de Feira de Santana. E-mail: nisebara@gmail.com.

2Elenilda Alves Brandão. Professora de filosofia da Educação Básica; Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Feira de Santana. E-mail: elenilda.farias@yahoo.com.br

3Edivan Carneiro Almeida. Professor e gestor da Educação Básica; Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Feira de Santana. E-mail: edivan.ichu@gmail.com.


RESUMO

Viralizar a vida junto aos movimentos maquínicos que se estendem e distendem dois processos de pesquisa realizados em escolas públicas baianas entre os anos de 2014 e 2016: o projeto “Cidades (des)enquadradas em imagens: experimentações (atra)versando o conceito de signo” que, aqui, apresentará algumas divagações nas relações entre as produções de imagens com alunos do Ensino Médio de uma escola pública em Ichu-BA e a dissertação de mestrado “Você tem fome de quê?: movimentos (e)m currículos de uma escola do Ensino Médio em Ipiaú, Bahia” (2017). Esse texto, portanto, tem a vontade de explorar ideias e ressonâncias e movimentos das filosofias da diferença que nos acompanharão e invadirão esta escrita na vontade de revirar a questão: quais gestos ocupariam as ruas-cidades em um devir intensivo, a provocar fendas no movimento maquínico da enunciação nos muros-escolas, nas fotografias, nas palavras, disparando forças criativas?

Palavras-chave: Ensino Médio; filosofias da diferença; ocupações

ABSTRACT

Viral life with the machinic movements that extend and distend two research processes carried out in public schools in Bahia between 2014 and 2016: the project “Cities (un)framed within images: experimentations crossing the conception of signs” will present some ramblings in the relations between the productions of images with high school students of a public school in Ichu-BA and the master dissertation “You are hungry of what?: movements in curriculum of a high school in Ipiaú, Bahia” (2017). This text, therefore, has the will to explore ideas and resonances and movements of the philosophies of difference that will accompany us and invade this writing to turn the question: what gestures would occupy the city streets in an intensive turn, of the enunciation in the walls-schools, in the photographs, in the words, firing creative forces?

Keywords: high school; philosophies of difference; occupations

RESUMEN

Crecimiento viral de la vida a lo largo de los movimientos de la máquina como que se extienden y distienden dos procesos de investigación llevadas a cabo en las escuelas del estado de Bahía, entre los años 2014 y 2016: “Ciudades cruzadas de fotografías: ensayos que tratan el concepto de signo” que, aquí, presentará algunas divagaciones en las relaciones entre las producciones de imágenes con alumnos de una escuela secundaria publica en Ichu-BA y la disertación de maestría “¿Tienes hambre de qué?: movimientos en currículos de uno colegio de la enseñanza media en Ipiaú, Bahía”(2017). Este texto, por lo tanto, tiene la voluntad de explorar ideas y resonancias y movimientos de las filosofías de la diferencia que nos acompañarán e invadir esta escritura en la voluntad de revirar la cuestión: qué gestos ocupar las calles-ciudades en un devenir intensivo, a provocar grietas en el movimiento maquínico de la enunciación en los muros-escuelas, en las fotografías, en las palabras, disparando fuerzas creativas?

Palabras-clave: enseñanza media; filosofías de la diferencia; ocupaciones

(IM)PROBABILIDADES

“[...] Pois não podemos considerar um gesto nem como a propriedade de um indivíduo, nem como sua criação (ninguém tendo condições de criar um gesto próprio, inteiramente original e pertencente só a si), nem mesmo como instrumento; o contrário é verdadeiro: são os gestos que se servem de nós; somos seus instrumentos, suas marionetes, suas encarnações.”

Milan Kundera, A imortalidade.

“Jo, as palmas”, bradava o ônibus ao se deparar com a força do gesto, das cadeiras escolares, das ruas cheias de vida, ocupadas de intensidades urgentes. Urgência na re-existência. Ruas ocupadas, invadidas sem permissão, porque senão seriam simples hóspedes (hosts), diria Derrida. Funcionamentos fantasmáticos - ghosts - a decidirem.

“Com inspiração nietzschiana, pode-se afirmar que escolher não é decidir, escolher é obedecer aos limites do possível, é perambular dentro dos limites do campo predeterminado e suas alternativas dadas, passivo sob a lógica do ‘ou’, ou isto ou aquilo, pequeno mundo das não- contradições. Decidir, no entanto, é coisa bem distinta, é criar outros possíveis, escapar da condição de conduzido e fugir em direção ao imprevisível, ao fora”. (ASPIS, 2017, p. 68-69).

“Jo, as palmas”. A vírgula, o braço erguido. A exclamação, o grito de existência. De resistir a um Projeto de Reorganização do Governo do Estado de São Paulo, na administração de Geraldo Alckmin, que tentou implantar uma redistribuição de alunos do 1º e 2º Ciclos da Rede de Ensino Fundamental nas escolas estaduais, considerando apenas a demanda economicista para a administração governamental, sem uma discussão prévia com a população estudantil interessada, famílias, entidades de classe e comunidades envolvidas. Ruas improváveis invadem. Modo IN na intensidade do gesto quase indizível.

“Na Ocupação tornou-se visível o corpo todo da escola, flexibilizando-se, tomando todos os espaços, pelas mãos de um grande corpo estudantil movente (quase sempre invisível durante os letivos anos), de carteiras caminhantes nas cidades, de salas de aulas avenidas, de corpos pele arte, de muros grafitados, que transpiram ardência. Ardores também dos jatos spray de pimenta, cassetetes, na tentativa de criminalizar estudantes isoladamente para desfazer a coesão estudantil, entre outros instrumentos de coibição da força policial”. (ROMAGUERA; CATUNDA, 2016, p. 171).

“Jo, as palmas” a nos inspirar. Modo IN em giros (spins) descentrados, afetados pelas rasuras e fissuras da/na criatividade que invade o caos, assim como desejamos o convite do pintar de Francis Bacon para atravessar este texto a tencionar dois momentos de escritapesquisa:

Fonte: http://altne.pe.hu/wp-content/uploads/2015/12/Foto-Marlene-Bermago.jpg

Imagem 1 Estudantes secundaristas lutando contra a reforma curricular . São Paulo, 2016 

Com os procedimentos mais violentos, as técnicas mais demolidoras, apanha o que resiste. Com a criação, a matéria inesgotável, sempre prestes a entrar e a sair do caos imprevisível, é levada ao extremo. Uma desterritorialização sem fim quebra as formas, desloca e decompõe, dissocia os materiais. Uma espécie de desmaterialização torna a vida “inorgânica” e o movimento “infinito”, como diria Deleuze. (GODINHO, 2012, p. 50).

Desmaterializar e vitalizar. Viralizar a vida juntos aos movimentos maquínicos que se estendem e distendem dois processos de pesquisa realizados em escolas públicas baianas entre os anos de 2014 e 2016: o projeto “Cidades (des)enquadradas em imagens: experimentações (atra)versando o conceito de signo”1 que, aqui, apresentará algumas divagações nas relações entre as produções de imagens com alunos do Ensino Médio em uma escola pública em Ichu, Bahia e a dissertação de mestrado “Você tem fome de quê?: movimentos (e)m currículos de uma escola do Ensino Médio em Ipiaú, Bahia” (2017).

Jo, as palmas, Renata Aspis, Alda Romaguera, Marta Catunda, Ana Godinho e as ideias e ressonâncias e movimentos das filosofias da diferença nos acompanharão e invadirão esse texto na vontade de revirar a questão: quais gestos ocupariam as ruas-cidades em um devir intensivo, a provocar fendas no movimento maquínico da enunciação nos muros-escolas, nas fotografias, nas palavras, disparando forças criativas?

Fonte: https://jornalggn/noticia/eu-tenho-em-mim-todos-os-sonhos-do-mundo

Imagem 2 Estudantes secundaristas lutando contra a reforma curricular . São Paulo, 2015 

Resistir na intensidade do gesto que fratura a força da enunciação, anunciadora e provocadora de planos da política da representação, e possibilitar a força do devir. Ressoar por afecções a invadirem nossa sensibilidade táctil junto a Deleuze (2007) quando nos perturba com uma história da pintura tecida nas relações e (des)conexões entre as geometrias, as sensações, as cores e as luminosidades. (Des)continuidades junto aos conceitos de signo e diagrama, querendo experimentar como nos impelem a explorar uma movimentação gesto-resistência-ocupação nesses dois momentos-processos de pesquisa.

Vontades em potência para desequilibrar fronteiras fixas entre expressão, ficção e realidade; conhecimento e explicação; educação, arte e criação, indo em busca de um modo, um funcionamento do gesto. Intensidade do instante. Ocupar-são! Tomar o movimento das pesquisas aqui envolvidas, inclusive a escrita, por isso a des-ordem. Queremos que as falas, imagens, silenciamentos, linhas, rabiscos, recortes, colagens, bordados nos cheguem e nos abandonem por meio de situações diversas, gestando mais ouvir/perceber/tatear que falar.

Um multiverso foi se externando, formando um fluxo incessante que, de certo modo, re- alimenta e entrelaça todo esse pesquisar: olhar/fotografar/(des)enquadrar/borrar/bordar/(re)cortar/ colar/(des)locar/dizer/escrever e(m) (des)ocupação cidade/escola num esgotamento. Sensação dos fragmentos. Gestos mínimos, indizíveis mas não invisíveis.

Ocupação!

Afecção tátil a desestabilizar o pensamento? (O pensamento é estável?)

Sonhos, mundos, mim. Gestos mínimos em meio a lugares ‘máximos’ que cotidianamente expulsam as sensações e exigem um conhecimento, uma informação. Um arrastar a arte para fraturar essas enunciações e emergir os lugares-sensações através dos gestos mínimos, que proporemos serem entendidos como um funcionamento diagramático (ANDRADE, 2016; ANDRADE; BASTOS, 2017). Arriscar, junto a essa perturbação, uma outra proposta de dizer (sobre) algo ao ressoar por riscos que atravessam as fotos, as esvaziam de alguns supostos sentidos. Experimentar desenquadrar os olhares. Fome que irrompe por ruas, muros, escolas, superfícies em deslocamentos expressivos.

GESTOS E... FOMES E... ALEGRIAS

As potencializadoras alianças com a vida nos dão uma alegria criativa.

São as intensificações vitais e criativas as que buscamos experimentar nos encontros das diferenças que nos singularizam.

São elas que nos dão uma alegria extremamente interessante, a alegria que também nos dá o que pensar. [...].

É que, apesar de atiçados por micro revoluções de aberturas de novos mundos possíveis, nossos nomadismos não são isolacionistas.

Eles operam por experimentações através de encontros intensivos; encontros entre heterogêneos instigados por uma vitalização recíproca.

Luiz Orlandi, Pró-Microrevoluções.

Com-vidar! Ocupar com a vida. Alegrar na viralização das re-existências. Deixar-se afetar por Brandão (2017), quando ela nos provoca e invade com encontros junto a um pensamento de currículo que racha com as ideias prontas e engessadas, buscando, à luz de leituras de Marlucy Paraíso e Sandra Corazza, as fomes, saciedades provocantes de possibilidades outras para pensar, buscar entender e praticar currículos. Com essas escolhas, apresentamos percursos de uma pesquisa cujos dados foram produzidos envolvendo nove estudantes das três séries do Ensino Médio da escola pública de Ipiaú, Colégio Modelo Luiz Eduardo Magalhães (CMLEM), entre os anos de 2015 e 2016, três professoras e um skatista, ex-estudante do Colégio.

Fonte: acervo pessoal de A.C.

Imagem 3 Skatista A.C., Ipiaú, Bahia, 2015 

Rua-escola-ocupação que desliza nos movimentos do corpo-shape. Ex-estudante de uma escola que, aqui, pretende- mos invadir, ocupar em uma ex-cola, que não mais queira grudar, mas desgrudar e deslizar, como A.C., o skatista. Afecções por encontros potentes que, de infindáveis modos, nos convidou a abrir outros diálogos no âmbito do nosso pesquisar. Atravessou-nos com suas experiência(ções) no campo do skate que se fez arte e instrumento para um pensar-fazer educação como implemento cultural, mas também como passagens a outros pensares curriculistas entre os muitos tempos da escola, ou ainda, o que se passou e continua a passar. Pesquisa-escola-currículo nos conceitos de potência de vida, junto a Espinosa e acontecimento segundo Deleuze.

“Eu sou A.C., skatista profissional há mais de dezessete anos. O skate tem um significado muito forte em minha vida, não só como forma de arte e cultura, cultura de rua, mas também me ajudou a enxergar o lado bom da vida e a superar os meus limites. Me ensinou a saber quando continuar e também quando devo parar. Aqui firmei amizades. Hoje tenho essa galera aqui como família. Skate na escola é uma bandeira que carrego há mais de 15 anos junto ao Colégio Modelo, é um projeto de educação que surgiu como implemento cultural e artístico, ajudando a derrubar barreiras e preconceitos visando uma educação mais justa e integrada. E só lembrando que há um tempo o skate era visto como um esporte marginalizado, isso mudou muito, hoje o skate é um esporte totalmente independente e estamos aí disputando vários campeonatos e representando o Brasil entre os melhores do mundo.” (A.C., skatista profissional, agosto 2015).

Atravessamentos que não estavam nos planejamentos da pesquisa mas que, por acaso, com A.C. se depara em um dos percursos-vivências realizado no Colégio. Experimentação que se apresenta como potência a ser explorada no contexto do pensamento sobre os currículos do Ensino Médio que Brandão (2017) buscou empreender2. Sua presença, naquele momento, como profissional do esporte, mas também como ex-estudante da escola corroborava sentidos outros sobre o currículo escolar, “[...] um des-apontar condizente com a proposta que roçamos, ou seja, de pensar um currículo a-existir, atravessado, e entre os espaços, infinitos, vapores de forças, acontecimentos e, a partir destes, a potencialização da vida”. (BRANDÃO, 2017, p. 43).

Daniel Lins (2010) nos apresenta tensões e(m) extensões entre a escrita e as dobras-fora- onda nos movimentos dos surfistas, acompanhado de Deleuze. Queremos, aqui, roubar essas ex- capadas ao aceitar a invasão do skatista nessa escritapesquisa e(m) ocupação vazia, aquela que não quer preencher o campo educação, mas intensificá-la de manobras radicais, ousadia, criação e improviso, que fiam e desafiam limites, subvertendo o óbvio. Os skatistas e suas manobras cedem- nos fios de pensamentos que nos alimentam e animam. Temos fome de quê?

“Mas o surfista brinca de brincar com a onda, ultrapassando muitas vezes os limites da própria onda e das regras não estabelecidas de seus movimentos. Sua ação poderá superar a chegada da onda, fazendo dos limites o lugar de transmutação da conformidade e da violência da sensação da própria onda, gramática aquática com suas regras e limites. [...] Jogar apenas para além do acaso no acaso das próprias ondas é uma arte, um conhecimento de seu corpo e do corpo da onda: gorda ou magra, a onda tem um corpo, um corpo sem órgãos, uma leveza ativa, que é a própria leveza do ser em devir”. (LINS, 2010, p. 68).

Fome de algo naquilo que acontece! Des-afiar o ar, o chão, as mesmices das palavras de organização e ordem na/da escola, do conhecimento sistematizado. Jogo-fome-resistência.

“Eu tenho fome de uma escola mais aberta, sei lá... Será que um professor de geografia, ou de biologia, não pode entender que aula linda ele daria para seus alunos se saísse da sala e fosse buscar o mundo fora para ajudar no que ele ensina? Aulas e textos de dez, vinte anos atrás?! ... Acho que não resolvem mais. A educação não só está na escola, tá na rua, tá no esporte e em muitos outros lugares. Você chega numa cidade maior, a escola abre aos finais de semana para receber a comunidade, as famílias para atividades culturais, esportivas...Enquanto aqui, a escola não consegue aproximar-se da comunidade. A única aproximação que existe é entre professor e aluno, e olhe lá. Aqui tudo fechado, tudo em grades e cadeados, parece que todo mundo parou e ficou esperando as coisas caírem do céu, mas as coisas não caem do céu”. (A.C., skatista profissional, agosto 2015).

Movimento rua-muro-shape que, na esmagadora maioria das vezes, é expulso das escolas e dos currículos, do louco movimento do jogo ideal. A contribuição do skatista irrompeu a pesquisa com estilos, concepções, visões de mundo, de educação e de um currículo que “[...] apesar de ser constituído de muitas formas, pode perfeitamente ser feito da mesma matéria dos sonhos, dos filmes e da vida.” (PARAÍSO, 2015, p. 50). Movimentos que per-furam um currículo de Ensino Médio, um per-correr que trazemos a fim de tencionar, fissurar as demarcações que tentam enquadrar rua- muro-escola-conhecimento. Micro possibilidades que, muitas vezes, não são buscadas, queridas pelos funcionamentos escolares (sejam ao nível das relações complexas ocorridas nos cotidianos, sejam nas políticas curriculares). Não querer salvar ninguém e/ou algo. Não pretender esclarecimentos e norteamentos para o pensamento, para as vontades, para as sensações.

“Para aprender mais sobre o skate eu tive que aprender outra língua e descobrir que ele é mais que um esporte, é um mundo.” (A.C., outubro de 2016). Shape-mundo num mundo inteiro, desatamento de outras fomes, aprenderes, diferentes línguas, linguagens, distintos mundos e modos de vida. A.C. amplia a ideia de uma escola que pega carona com as inúmeras dimensões do espaço e as inesgotáveis possibilidades da criação.

A presença de ex-estudantes, que retornam à escola num projeto de artes, produz configurações que deslizam para campos além-aula-pátio e contribuem para aberturas, espaços-tempos- currículos-outros, ou simplesmente oferecem passagem para a criação. Tais inserções vão além das determinações representativas de um currículo do Ensino. (BRANDÃO, 2017, p. 44).

Narrativas de um skatista cujas manobras das palavras-pensamentos podem caracterizar estados caóides3 externados na realidade que descreve. Estados caóides que empurram para cenários fictícios, irreais: professores-farejadores, estudantes-artistas, currículos-nus, espaços-impensados, pensamentos-sem-imagem, porém, articulados às potências esticadas na “(...) ânsia da vida por ela mesma (DELEUZE, 2008). Para muitos, podem ser identificadas como desordens, confusões, mas com os estudiosos dos conceitos da filosofia da diferença, entendemos como espaços que possibilitam o pensar, pois é neste caos que processos criadores se dissipam como linhas inventivas e retomam o movimento da vida como espaço de invenção.

GESTOS E... (DES)ENQUADRAMENTOS E... CIDADES...

“A isso o poeta, como o engenheiro, deseja opor uma linguagem da forma simplificada, uma linguagem gráfica.

Se é preciso substituir esses tipos de decoro dos objetos ou das histórias, é porque as formas do poema, como as dos objetos, são também formas da vida.”

Jacques Rancière, O destino das imagens.

Sensações-imagens produzidas e pós-produzidas durante as cinco oficinas decorrentes do já citado projeto “Cidades (des)enquadradas em imagens: experimentações (atra)versando o conceito de signo”, realizadas entre 2014 e 2016 no Colégio Estadual Aristides Cedraz (CEACO), em Ichu, interior da Bahia, com aproximadamente vinte estudantes do Ensino Médio. Encontros onde os envolvidos foram provocados, com o auxílio de várias obras artísticas a eles apresentadas, a in- ventarem imagens da cidade que transgredissem a política da representação, para, então, possibilitarem a imersão em uma lógica das sensações, pulsações de lugares recortados pelo instante de um clique sob o olhar deslocado do fotógrafo (ALMEIDA, 2015). Nesses atraver- samentos, um questionamento os perturbava: Que Ichu desenquadra em mim?

Faz-se necessário destacar que essas oficinas não se configuraram como meros encontros a possibilitarem a produção de artefatos, mas espaçostempos de vivências e(m) experimentações, quando os estudantes movimentaram-se por processos de pós-produção através de montagens, sobreposições, raspagens, recortes, bri-colagens e produção de novas fotografias-fragmentos. A (des)ocupação e o (des)enquadramento propostos a possibilitarem imagens que não mais remetem a lugar algum, a uma representação de um real, mas a lugares e existências nas próprias imagens, tendo as ações de Alik Wunder e Alda Romaguera (WUNDER; ROMAGUERA, 2014; 2016) como inspirações.

Nas três primeiras oficinas, que aconteceram durante o ano de 2015, os alunos produziram e pós-produziram fotografias sobre a cidade-lugar onde vivem subvertendo a lógica da representação que paira sobre as imagens-clichês. Encontros que moveram os estudantes a experimentaram diferenciados modos de ver-sentir-capturar imagens-fragmentos, des-en-quadramentos realizados pelo deslocamento do olhar-câmera-visão sobre lugares (in)visibilizados, bem como pela manipulação das imagens produzidas, contando, na terceira oficina, com a presença da pesquisadora e fotógrafa Alik Wunder, desejando potencializar o devir, a criação, a arte de dar vida às imagens e des-colá-las da necessidade de remeter a um lugar/real.

Em 2016 foram realizadas mais duas oficinas, sendo a primeira a partir de quatro vídeos produzidos por professores de Florianópolis, em que a ideia foi possibilitar outros movimentos junto a tais produções, na paralisação/captura dos frames e produção de novas imagens enveredando pela escrita poética. Outros questionamentos invadiram: Que (des)enquadramentos essas inserções de tempos nos (im)possibilita? Floripas ichuenses? Ichus florianopolitanas?

No segundo semestre de 2016, aconteceu a última oficina que contou com a participação da artista Marli Wunder, que trouxe sua experiência com trabalhos em intensidades pelos fios. Perfurações, preenchimentos, deslizamentos e ressonâncias pelas superfícies das fotografias em colagens, costuras, borda-dos, cores, texturas a emergir pensamentos atraversados por linhas de fuga, escapes de uma imagem que pretende representar lugares, pensamentos, conhecimentos.

Falas, escutas, risadas, movimentos maquínicos desterritorializando os espaços estriados das/nas carteiras, corredores, projetores, nos tempos da escola. Alunos e alunas que acompanharam por dois anos os (des)enquadramentos e, ao final, as loucuras dos questionamentos ganhavam e desprezavam outros sentidos. Ichus, Feiras de Santana, Florianópolis, Campinas, Sorocabas4 e(m) traços, cores, linhas, tecidos. Que contenções são essas a desviarem das explicações e representações? Afinal, qual seria (se é que existe) o limiar entre realidade e ficção?

E a miragem toda se desfez. Visagens de alunos e alunas a nos encantar, que cantam e ocupam. Resistem à mesmice. Subvertem o fluxo das organizações que pretendem fixar as formas do pensar, do sentir, do expressar. Formas de vidas. Vidas fora de formas. Poemas rasgando a escola. Estudantes poemando muros-imagens, seja no movimento do smartphone- câmera, dos fios do bordado ou da palha de aço que raspou a fotografia, no desenho das letras que invadiram...

Imprecisões. Signos a emanarem dos gestos.

Fonte: Arquivo pessoal

IMAGEM 4 Fotografias durante as Oficinas do projeto Cidades (des)enquadradas em imagens: experimentações (atra)versando o conveito de signo - CNEPq-CEACO 

Gesto-corpo-cor, arriscando-nos com Deleuze e o funcionamento do diagrama, quando o filósofo, ao atraversar a obra de Francis Bacon, propõe que o pintor, em seus quadros, desafia a figuração e a narração. Esses aspectos são, para Deleuze (2007), efeitos que teimam em invadir os quadros (não somente os de Bacon). Esse desafio desata fios e linhas e forças - o diagrama (ANDRADE; BASTOS, 2017). Ricardo Basbaum (2006, p. 67) nos acompanha ao pontuar que “Podemos considerar que um diagrama será sempre gerado como dispositivo relacionado ao local de proximidade máxima da experiência [...]”, funcionamento e(m) contaminações pelos movimentos intensivos, uma quase materialização de um devir quando o espectador é capturado por uma obra/trabalho artístico em um campo de intensidades. Linhas, cores, fotografias, tremores, mãos, pés, olhos, ouvidos...

“[...] maquinaria não está lá para representar objetos, mas para produzir, no real, uma actualização das suas componentes virtuais, revelar ao mundo sensível uma face inédita do objeto.” (GODINHO, 2013, p. 141).

Pólvora, pó, poeira5.

Geração, gente, gesto.

Continuar a louca conversa à procura de pólvora: O que as oficinas desenquadraram em vocês? E também o que pode ter desenquadrado na escola, na maneira de fazer educação com jovens do Ensino Médio? Tais questões foram feitas aos estudantes nesse mês de outubro. Percamo- nos pelas poeiras levantadas:

Paz ao permitir-se imaginar; só precisamos parar e ver. Dá, dá isso quando provocamos as potências e as forças dessa impossibilidade ao afectar a educação. Contemplações em tempos que o pensar artístico parece arrefecer. De que maneira um cotidiano que (se) experimenta no ar-riscar afecta o pensamento na/com a educação? Cabe-nos perturbar... Dadaísmo, dá, dá tudo.

“Cotidiano perturbador... Mas não seriam as perturbações gestos de um cotidiano vivo e(m) experiência? Ruas, muros, cores, cidades in-ventadas, out-ventadas, arriscadas na expulsão de uma necessidade de explicação e (re)cognição dos limites olhos-tato-ouvidos-muros- pensamentos. Estar aberto aos pequenos e delicados gestos, quase (in)visíveis”. (ANDRADE, 2016, p. 662).

AFECÇÕES E...

“Como produzir novos agenciamentos de singularização que trabalhem por uma sensibilidade estética, pela mudança da vida num plano mais cotidiano e, ao mesmo tempo, pelas transformações sociais em nível dos grandes conjuntos econômicos e sociais?”

Félix Guattari e Sueli Rolnik, Micropolíticas: cartografias do desejo.

Movimentos vazantes, nos avisam Romaguera e Catunda (2016, p. 161), ao proporem outras maquinações para as produções audiovisuais tecidas no movimento estudantil secundarista de ocupação das escolas estaduais paulistas contra a política educacional de Alckmin na ‘reorgani- zação’ do Ensino Médio paulista. Invenção de outros modos de existir e fazer escola, em outra escola que se olha por dentro e pode ver aquilo que ali estava invisível. (ROMAGUERA; CATUNDA, 2016, p. 170)

Uma ideia em cima da outra!

Minha experiência foi pouca, mas o bastante.

Fonte: Estudantes participantes do estudo.

Os espaçostempos vazam por olhos que (não) falam, boca que (não) vê. Escritos-fios-diagramas que nos possibilitam resistir. Alunos e alunas no contra-fluxo das explicações a priori, na contemplação de outras- mesmas cidades e fotografias. Estamos quase sempre cumprindo as obrigações. Desobrigar-se, escorregar, (im)possibilitar como potência criativa de vida, pois como coloca Ana Godinho (2013, p. 136), “Veremos, na Lógica da Sensação, que o problema é ter um olho impossível. Pensar sentindo, sim, mas com olhos e ouvidos impossíveis” e, com essa impossibilidade, resistir aos padrões e aos microfascismos cotidianos.

A.C. nos apresenta as outras línguas para o skate, estar aberto a outros conhecimentos, escola de portas escancaradas, outros mundos. Corpo que pulsa nas manobras, nas mãos que bordam a imagem, que a raspam com palha de aço, que manuseiam o mouse na paralização dos vídeos produzidos em outra cidade (Ichu-floripense?). Frames-gestos. O corpo em movimento diagramático a abstrair(-se). Um esgotamento até que o nada ativo pulse as intensidades das linhas.

A arte e a política podem experimentar uma liberdade inesperada como uma força em falta e a aparecer sempre nova. Propomo-nos [...] tratar de alguns aspectos dessa possibilidade de experimentar e tomaremos ambas enquanto práticas que implicam certas operações precisas - realmente manuais, quer dizer, que implicam o uso de uma mão absolutamente liberta para realizar o que é infinitamente improvável. (GODINHO, 2012, p. 46).

Corpos-mãos. Corpos-fios. Infinitamente improvável. Isso serviu para mostrar que a arte não é só uma coisa única, também aquilo que é transformado, aquilo, que é ideia! Corpo-ideia- movimento. “Ocupar é questão, então, de onde se coloca o corpo. Onde você coloca seu corpo.” (ASPIS, p. 71, 2017), seja na sala, rua, aula, assembleia, praça, casa, continua Renata Aspis.

Criação, ação, decisões atra-versadas por músicas, poesias, amores, beijos, transas, cartazes, discursos. Ocupar. Arte e política no movimento das mãos improváveis. Corpo-ocupação pelos (des) enquadramentos, pelas manobras com o skate, com o smartphone e fotografias. Vidas e(m) afecção.

E é isso que esses movimentos de ocupação, hoje, estão provocando: eles nos apontam o esgotamento do modelo, o esgotamento da aceitação em negar-se a si mesmo como possível humano que cria. Cria a própria vida, do modo como desejar e como puder, em movimento incessante. O qualquer um faz isso, o ‘ninguém’, aquele que não permite que se fale em seu nome, aquele que não tem nome. Estudantes muito jovens se conectam em agenciamentos e efetivam as enunciações de novos modos de viver, novas formas de pensar, novas maneiras de posicionar seus corpos. (ASPIS, 2017, p. 70).

Criações em resistências dentro-fora da escola. (Des)conhecer no movimento provocado pelo corpo-movimento. Corpos-sensações que irrompem e convidam o invisível, o indizível, o impensável... Um intervalo incontrolável do qual podem emergir movimentos diagramáticos desde dentro de um incessante modelo representacional, da imprescindibilidade do registro, da confiabilidade da comunicação.

Como se o pensamento entrasse em um devir-mão e a mão em um devir-pensamento, nesse instante não se sabe quem é quem e aí se pudesse tornar visíveis “coisas” que noutras condições não ousariam aparecer. Talvez, então, se trate de uma nova “política” - uma micro- política - e de uma nova arte. Arte e política estão ligadas, de acordo com o que nos propomos, de forma crítica e necessária. Para lá das sensações triviais abre-se, assim, um potencial novo uso. Um novo uso das sensações, dos sentidos, das práticas e do pensamento. Novos corpos são necessários. (GODINHO, 2012, p. 46).

Arte efêmera que sulca os muros e invade o tato da retina, incomoda o háptico dos olhos. Irrompe no pensamento um sentir, criar. Afectar tornando-nos ex-pressos (com) o mundo. O muro não é só um muro, nem a mão é só um olho, nem o olho é só a cidade, e

[...] o diagrama não constitui uma zona relativa de indistinção ainda ótica, mas uma zona absoluta de indiscernibilidade ou de indeterminação objetiva, que opõe à visão uma potência manual como potência estrangeira. (DELEUZE, 2007, p. 137).

Ocupa-são!

(Re/des)tratar a observação do mundo, no sentido de inventar outros tratos, outras formas, estéticas de ações sob outros ângulos. Escolas-currículos em divagação de mundos, multiplicidades de conhecimentos, pluralidades de expressões aglomeradas. Poetizar os enquadramentos, mesmo aqueles que teimam em se apresentar marcados, rasurados, quase um decalque... quase um destrato... quase um re-trato... quase um gesto.

“Jo, as palmas!”

1Edital CNPq 043/2013 Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas, processo nº. 409115/2013-4, e que teve seu desenvolvimento entre dezembro de 2013 e agosto de 2016.

2A pesquisa pautou-se na cartografia, fez composição com o estudo de caso, articulando uma metodologia em movimento: a bricolagem. Os percursos foram entrecortados inicialmente por algumas pistas (des) organizadas, como oficinas-dinâmicas: música, desenho/pintura em telas, produção de fotografias, que foram atravessadas por outras: criação de paródia, confecção de camisetas, conversas virtuais pelo grupo de whatsapp e entrevistas informais. A pesquisadora empreendeu, a partir de análise dos materiais produzidos pelos estudantes e colaboradores, pelas itinerâncias bricoleurs, (im)possibilidades em apreender os currículos do Ensino Médio, acionando brechas e meios que se (re)configuram como acontecimentos que desencadeiam o fluxo intenso da vida como criação-potência.

3Tomamos esse conceito de empréstimo ao pensamento deleuziano quando articula os pensares humanos para além dos estados prontos, engessados. Os estados caóides não se detêm em reformas do antigo ou nas articulações platônicas essencialistas e dualistas ainda tão presentes nas (for)mas curriculistas presentes nas escolas.

4Tal projeto de pesquisa a que tais oficinas pertencem contou com pesquisadores e participantes dessas cidades.

5Poesia não publicada, mas com a permissão dos autores para aqui ser apresentada: Larissa Rodrigues Santos; José Wilson Martins Fialho Filho; Antônio Henrique Vaz Sampaio. Agosto, 2013, Feira de Santana, Bahia.

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