Antes mesmo de apresentar este número 53 da Revista Teias, anunciamos, com muita alegria, que nossa Revista passou a contar com mais uma responsável por sua Editoria, a Professora Jane Paiva. A novidade dá início a um processo de transição que estamos fazendo, para que a Revista possa manter seu padrão, melhorar o que for possível e seguir recebendo, avaliando e publicando artigos, resenhas, entrevistas e dossiês de interesse da área e com excelência acadêmica. Lembramos que o escopo da nossa Teias é amplo e que, no campo da Educação, propostas de textos são bem-vindas em todos os temas de pesquisa que o integram. A mudança na Editoria não mudará nossa vocação nem nossos compromissos, mas pode nos ajudar a otimizar processos de avaliação, a incorporar novos pareceristas e a aperfeiçoar nossas publicações. A incorporação de Jane Paiva à nossa equipe editorial principal é, para nós, motivo de alegria e otimismo em uma Teias cada vez melhor, buscando atender crescentemente as expectativas de nossos leitores, autores e avaliadores.

Para além da alegria deste anúncio, temos também a alegria de apresentar este número e seu dossiê IMAGENS E SONS PARA ALÉM DAS ESCOLAS, organizado pelas colegas Nilda Alves e Mailsa Passos. Como consta na Apresentação feita pelas colegas, a quem agradecemos, o dossiê “tem como foco pesquisas que tratam de repertórios culturais distintos que estão sempre em diálogo em todo processo educativo, mas que muitas vezes são invisibilizados”. Alertando-nos para o fato de que aquilo que está para além da escola não está, no entanto, fora dela, as organizadoras entendem e assumem a ideia de que as práticas culturais e sociais - nas quais se incluem as práticas de conhecimentos, como alerta Boaventura de Sousa Santos em alguns de seus escritos - acontecem dentrofora das escolas, nos interditando leituras que apartam aquilo que se desenvolve fisicamente fora das escolas daquilo que a integra oficialmente.

Outra importante defesa que fazem as autoras em sua apresentação, é a da liberdade da e na produção de conhecimento. Lembram-nos que são crescentes os ataques a esta liberdade, por grupos sociais conservadores e reacionários, politicamente organizados que, em nome de Deus, de moralismos diversos, ou ainda de valores sociais que excluem os direitos de existência de seus “outros”, vêm promovendo perseguições a pesquisadores e suas atividades. A luta assumida pelas organizadoras é também a luta da Revista Teias, que de modo contínuo e intransigente, vem defendendo a pluralidade de ideias, a justiça na relação entre conhecimentos e seus produtores e o direito de todxs a viverem como vivem, a serem quem são e a compreender o mundo como compreendem. Assim, e mais uma vez incorporando o que dizem nossas organizadoras, proclamamos, junto com elas, “o direito ao livre pensamento, o direito a fazer uma Ciência

comprometida com as populações subalternizadas, com os historicamente excluídos, com as mulheres e homens ‘praticantespensantes’ dos cotidianos, (re) inventores de sonhos e de esperanças, afirmando sua presença - mesmo que invisibilizada - na criação de múltiplos processos curriculares. Pensamos, assim, em uma Educação, que, em sua dimensão tanto ética quanto estética, abrace um projeto emancipatório, participativo e criativo”.

Além do nosso dossiê, como sempre fazemos, este número traz uma entrevista e artigos submetidos por colegas sem identificação de número temático.

Finalizando o que tínhamos a dizer neste Editorial, reiteramos nossa intenção de seguir em frente e buscar caminhos com os quais possamos juntos, em nossas redes de relações e conhecimentos, agora acrescidas de nova colaboradora, produzir e divulgar, sempre ancoradas em nossas - e dos colegas - experiências científicas e acadêmicas na/da e com a educação, produções diversas, plurais e promotoras dos tão necessários diálogos e embates entre eles, contributo fundamental para o desenvolvimento científico e social, ancorado na inexpugnável pluralidade epistemológica,. política, social, cultural - como vemos no nosso dossiê - e individual do mundo.

Assim, esperando que o conjunto de textos que compõem esta edição sejam recebidos pelos nossos leitores e parceiros como instrumento de luta e resistência, e de existência e criação nos despedimos na expectativa de que o que publicamos continue sendo útil aos pesquisadores e expresse possibilidades plurais de pesquisa, também elemento importante de nossa política editorial!