SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.21 número63MUJERES EN LUCHA: las dimensiones educativas del compromiso político índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Compartir


Revista Teias

versión impresa ISSN 1518-5370versión On-line ISSN 1982-0305

Revista Teias vol.21 no.63 Rio de Janeiro oct./dic 2020  Epub 08-Feb-2022

https://doi.org/10.12957/teias.%y.45725 

Resenhas

FLIPPED LEARNING NA UNIVERSIDADE: guia para utilização da aprendizagem invertida no ensino superior. Robert Talbert, 2019.

FLIPPED LEARNING AT THE UNIVERSITY: guide for using reverse learning in higher education

APRENDIZAJE INVERTIDO EN LA UNIVERSIDAD: guía para el uso del aprendizaje inverso en la educación superior.

João Batista Bottentuit Junior1 
http://orcid.org/0000-0002-4432-0271

1Universidade Federal do Maranhão (UFMA)


Resumo

A resenha apresenta as principais contribuições da obra Flipped learning na universidade: guia para utilização da aprendizagem invertida no ensino superior, importante contribuição de Robert Talbert para a educação, na medida em que as metodologias de ensino encontra-se em constante evolução e faz-se necessário de apropriar sempre de modelos que possam promover experiências mais ativas e construtivas na sala de aula. O livro apresenta o modelo ativo de aprendizagem intitulado a sala de aula invertida e suas possibilidades para o ensino superior, indicando, portanto, todos os passos necessários para a adoção da estratégia de modo com que os professores possam repensar sua ação didática e desenvolver a autonomia dos alunos com atividades mais práticas.

Palavras-chave: sala de aula invertida; metodologias ativas; ensino superior

Abstract

The review presents the main contributions of the work Flipped learning at the University: a guide for the use of inverted learning in higher education, an important contribution by Robert Talbert to education, as the teaching methodologies are constantly evolving and are necessary to always appropriate models that can promote more active and constructive experiences in the classroom. The book presents the active model of learning entitled the inverted classroom and its possibilities for higher education, indicating, therefore, all the necessary steps for the adoption of the strategy so that teachers can rethink their didactic action and develop autonomy students with more practical activities.

Keywords: flipped classroom; active methodologies; higher education

Resumen

La revisión presenta las principales contribuciones del trabajo Flipped learning en la Universidad: una guía para el uso del aprendizaje invertido en la educaáón superior, una importante contribución de Robert Talbert a la educación, ya que las metodologías de enseñanza están en constante evolución y son Necesario adaptar siempre modelos que puedan promover experiencias más activas y constructivas en el aula. El libro presenta el modelo activo de aprendizaje titulado El aula invertida y sus posibilidades para la educación superior, indicando, por tanto, todos los pasos necesarios para la adopción de la estrategia para que los docentes puedan repensar su acción didáctica y desarrollar la autonomía, estudiantes con actividades más prácticas.

Palabras clave: aula invertida; metodologías ativas; educación superior

No atual cenário, diversos são os modelos pedagógicos que podem ser adotados no ensino superior. No entanto, o que se observa é que o mercado tem exigido dos profissionais a capacidade de desempenhar múltiplas tarefas e papeis. Nesse sentido, quando o aluno vai para a sala de aula ouvir e prestar atenção em intermináveis horas de aulas teóricas, já não se sente mais atraído pelos modelos tradicionais de ensino e aprendizagem. Logo, há a necessidade de modelos mais ativos, em que sejam a figura central no processo de aprendizagem. Afinal de contas, os tempos são outros e as necessidades também acompanham a ideia de uma formação continuada, na qual o conhecimento se torna obsoleto muito rapidamente.

Outra realidade é que somente o conhecimento teórico já não é mais suficiente. O indivíduo necessita de conhecimentos tácitos, de modo a mantê-los competitivos na sociedade vigente.

Nessa perspectiva, as metodologias ativas surgem no cenário educacional como uma possibilidade de adoção de estratégias para que os alunos se tornem o centro do processo de aprendizagem. Através de modelos planejados, eles têm maior oportunidade de colocar em situações práticas os conhecimentos adquiridos de maneira autônoma, através de materiais didáticos claros, objetivos e diversificados, pensados exatamente para essa finalidade.

Entre os principais modelos ativos têm-se: a aprendizagem baseada em projetos, a gamificação, a rotação por estações, a instrução por pares, etc. Contudo, um modelo que teve início na educação básica e que, de forma progressiva, avançou para o ensino superior foi a flipped learning ou sala de aula invertida (BOTTENTUIT JUNIOR, 2019).

A obra intitulada Flipped learning na universidade: guia para utilização da aprendizagem invertida no ensino superior trata-se de uma tradução realizada por Sandra Maria Mallmann da Rosa para a editora Penso, cujo título original é Flipped learning, a guide flor higher education faculty. A obra é uma oportunidade para professores em vários estágios, desde os curiosos, que desejam conhecer mais sobre esse modelo, passando pelos iniciantes, que pretendem inovar na sala de aula e, por fim, chegando aos mais experientes, que já utilizam a metodologia invertida e que desejam implementar melhorias em suas atividades.

Mas, o que é o flipped learning? Essa é uma metodologia ativa que, em português, pode ser traduzida como aprendizagem invertida. Ela rompe com os modelos tradicionais de sala de aula expositiva, nos quais os alunos são figuras passivas, que recebem informações nas aulas teóricas e exercitam os conhecimentos em casa de maneira individualizada.

No modelo invertido, o professor prepara os materiais educativos (vídeos, textos, podcasts etc.) que deverão ser estudados pelos alunos em casa (pré-aula), para que, em sala de aula, possam ter a oportunidade de realizar atividades mais práticas e colaborativas. Dessa forma, o tempo em sala é mais otimizado, uma vez que o docente se encontra ao lado para dar um pronto feedback ao aluno, favorecendo a construção do conhecimento, dos produtos, soluções, projetos e demais atividades práticas planejadas para a aula.

O ciclo terminará, portanto, no pós-aula, quando os alunos, em casa, conferem a efetividade da aprendizagem através de testes, os quais são elaborados pelos docentes para verificação do que foram capazes de apreender (TALBERT, 2019).

Em consequência, os alunos se tornam mais autônomos, independentes e criativos, pois têm a oportunidade de pensar de maneira mais ampla e interdisciplinar, inclusive exercitando competências que serão necessárias no futuro, quando estiverem, por exemplo, no mercado de trabalho. Dentre as competências, destacam-se a comunicação, a colaboração, a capacidade crítica e a criatividade (ZAINUDDIN; PERERA, 2019).

O autor Robert Talbert é professor associado do departamento de Matemática da Grand Valley State University, no estado de Michigan, nos Estados Unidos, e já possui experiência de mais de 10 (dez) anos com sala de aula invertida na disciplina de matemática, em diferentes cursos de graduação. A sua obra está dividida em três partes:

  • A primeira parte está dedicada à fundamentação teórica sobre o que vem a ser aprendizagem invertida, com bases empíricas que mostram maneiras diferenciadas de utilização do modelo. Essas bases também atestam as razões pelas quais tantos docentes têm aderido a esses novos formatos de dinamização dos conteúdos e de ajuda aos alunos na construção de conhecimentos de forma mais significativa;

  • A segunda parte pretende auxiliar o docente na compreensão acerca do design da aprendizagem invertida, ou seja, muitos desejam implementar essa modalidade, mas desconhecem o formato que devem adotar e o modo como organizar a sua disciplina para essa nova realidade. O autor se baseia em modelos atestados por alguns teóricos, bem como propõe um modelo invertido, baseado no desenvolvimento de objetivos de aprendizagem, composto por 7 (sete) passos, incluindo o planejamento, a recombinação dos objetivos, a criação de atividades em grupo, a organização de objetivos básicos e avançados, o planejamento de atividades de forma que os alunos tenham a oportunidade de trabalhar tanto de maneira individual quanto coletiva e, por fim, a elaboração de atividades para que os alunos continuem a exercitar seus conhecimentos no pósaula;

  • A terceira e última parte é dedicada à discussão de temas específicos, tais como, a possibilidade de realização da sala de aula invertida em contextos de ensino online e híbrido, já que esta é uma realidade em muitas instituições de ensino. No Brasil, por exemplo, já há legislação que regula o ensino híbrido no ensino superior. Ainda nessa parte, o autor aborda a problemática de inserção desse modelo no ambiente com baixa tecnologia, indicando como o professor deverá conduzir o processo. Para finalizar o capítulo, o autor destaca uma série de problemas/dilemas que o professor deverá enfrentar para a adoção desse modelo em sua prática pedagógica, entre eles o tempo despendido para a preparação do material didático e o resultado negativo, mesmo tendo planejado e preparado tudo para as atividades invertidas.

Portanto, conforme foi referido no início desta resenha, a obra alcança todos os perfis docentes que estejam em processo de engajamento do modelo de sala de aula invertida, com uso de uma linguagem de fácil compreensão e rica em exemplos práticos. O autor convida a todos os docentes a repensarem sua ação didática e a experimentarem esse modelo mais ativo de ensino e aprendizagem.

Uma das lições que fica desse livro é que os modelos são adaptados à realidade dos alunos, respeitando o perfil dos envolvidos. Outro aspecto relevante é que qualquer modelo que se pretenda adotar demanda uma preparação prévia. É preciso se aprofundar antes de aplicar e investigar muito bem as experiências exitosas e os fracassos, de modo a não incorrer em erros que façam com que a sala de aula invertida não resulte em experiências ricas de construção do conhecimento, podendo ser mal compreendida pelos alunos e professores, gerando resultados contrários.

Vive-se numa era do learning by doing (aprender fazendo) e metodologias como a sala de aula invertida proporcionam ao aluno uma forma de romper com os modelos tradicionais e oportunizar experiências de trabalho colaborativas, além da construção de conhecimentos de forma mais alinhada às demandas que serão exigidas para esses profissionais do século XXI.

CAPA DO LIVRO

REFERÊNCIAS

BOTTENTUIT JUNIOR, João Batista. Sala de aula invertida: recomendações e tecnologias digitais para sua implementação na educação. KENOTE, Revista novas tecnologias na educação, v. 17, n. 2, p. 11-21, 2019. [ Links ]

TALBERT, Robert. Flipped learning na universidade: guia para utilização da aprendizagem invertida no ensino superior. Porto Alegre: Penso, 2019. [ Links ]

ZAINUDDIN, Z.; PERERA C. J. Exploring students' competence, autonomy and relatedness in the flipped classroom pedagogical model. Journal of further and higher education, v. 43, n. 1, p. 115-126,2019. [ Links ]

Recebido: 2 de Outubro de 2019; Aceito: 29 de Abril de 2020

Informações do autor da resenha

João Batista Bottentuit Junior

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

E-mail: joaobbj@gmail.com

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4432-0271

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/4828197220419425

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution NonCommercial, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que sem fins comerciais e que o trabalho original seja corretamente citado.