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Revista Teias

versión impresa ISSN 1518-5370versión On-line ISSN 1982-0305

Revista Teias vol.25 no.76 Rio de Janeiro  2024  Epub 07-Mar-2024

https://doi.org/10.12957/teias.2024.78880 

Artigo de Demanda Contínua

LIBRAS E EDUCAÇÃO DE SURDOS: estado da arte dos sinais para o ensino das atividades circenses

BRAZILIAN SIGN LANGUAGE AND DEAF STUDENTS: state of the art of signs for teaching circus activities

LENGUA BRASILEÑA Y ESTUDIANTES SORDOS: estado del arte de las señales para la enseñanza de las actividades circenses

Ingrid Lourenço de Amorim Corrêa1 
http://orcid.org/0000-0002-4313-0783; lattes: 3744939432797371

Elizandra Garcia da Silva2 
http://orcid.org/0000-0002-1580-156X; lattes: 1822479471813746

Tathianna Prado Dawes3 
http://orcid.org/0000-0002-5573-8139; lattes: 9205839164213478

1Mestranda no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal Fluminense E-mail:

2Universidade Federal Fluminense

3Universidade Federal Fluminense. Coordenadora do programa de extensão Libras, Linguística e Divulgação


Resumo

O objetivo principal desta pesquisa consistiu em realizar um levantamento do estado da arte dos sinais para o ensino das atividades circenses no contexto escolar, utilizando a Língua Brasileira de Sinais. No ano de 2022, foi realizada uma breve pesquisa em portais acadêmicos, constatando a escassez de literatura que embasasse o planejamento de aulas de circo para alunos surdos. Diante dessa escassez, buscamos estabelecer parcerias com projetos de extensão ligados à Universidade Federal Fluminense, como os projetos de pesquisa e extensão Libras, Linguística e Divulgação (LiLinDiv) e Prax-circense. Mesmo diante da escassa literatura foi possível identificar sinais já existentes para as atividades circenses, num quantitativo de 37 sinais as quais foram sistematizadas em um glossário, disponibilizado por meio da Plataforma Libras Acadêmica UFF da Universidade Federal Fluminense. Os dados obtidos neste estudo permitiram identificar lacunas na existência de sinais na Língua Brasileira de Sinais no que se refere às atividades circenses, além da falta de sinais para os procedimentos didático-pedagógicos. Além disso, estimamos que essas sínteses possam fornecer subsídios para futuras pesquisas nessa área.

Palavras-chave: língua brasileira de sinais; alunos surdos; atividades circenses

Abstract

The main objective of this research was to carry out a survey of the state of art of signs for teaching of circus activities in the school context, using Brazilian Sign Language. In the year 2022, a brief survey was conducted on academic platforms, revealing a scarcity of literature that could support the planning of circus classes for deaf students. Faced with this scarcity, we sought to establish partnerships with extension projects affiliated with the Federal Fluminense University, such as the Libras, Linguistics, and Dissemination Extension Project (LiLinDiv) and the Prax-circense Project. Even in the face of limited literature, it was possible to identify existing signs for circus activities, totaling 37 signs that were systematized into a glossary, made available through the UFF Academic Libras Platform of the Federal Fluminense University. The data obtained in this study allowed for the identification of gaps in the existence of signs in Brazilian Sign Language concerning circus activities, as well as a lack of signs for didactic and pedagogical procedures.

Additionally, we estimate that these syntheses may provide support for future research in this field.

Keywords: brazilian sign language; deaf students; circus activities

Resumen

El objetivo principal de esta investigación fue realizar un estudio del estado del arte de los signos para la enseñanza de las actividades circenses en el contexto escolar, utilizando la Lengua Brasileña de Señas. En el año 2022, se realizó una breve investigación en plataformas académicas, constatando la escasez de literatura que fundamentara la planificación de clases de circo para estudiantes sordos. Ante esta escasez, buscamos establecer colaboraciones con proyectos de extensión afiliados a la Universidad Federal Fluminense, como el proyecto de extensión Libras, Lingüística y Divulgación (LiLinDiv) y el Proyecto Prax-circense. A pesar de la limitada literatura, fue posible identificar señas existentes para las actividades circenses, totalizando 37 señas que fueron sistematizadas en un glosario, disponible a través de la Plataforma Libras Académica UFF de la Universidad Federal Fluminense. Los datos obtenidos en este estudio permitieron identificar brechas en la existencia de señas en la Lengua Brasileña de Señas en lo que respecta a las actividades circenses, además de la falta de señas para los procedimientos didáctico-pedagógicos. Asimismo, estimamos que estas síntesis pueden brindar apoyo para investigaciones futuras en esta área.

Palabras clave lengua de señas brasileña; estudiantes sordos; actividades circenses

INTRODUÇÃO

O propósito do presente estudo objetivou realizar um levantamento do estado da arte dos sinais existentes para o ensino das atividades circenses1 para estudantes surdos. O mesmo foi realizado enquanto conclusão do trabalho da pós-graduação em residência multiprofissional em saúde, da Universidade Federal Fluminense/UFF.

Imbuídos da tarefa do levantamento dos sinais para o ensino das atividades circenses para estudantes surdos nos ancoramos na metodologia bibliográfica, com vias ao aprimoramento e atualização do conhecimento, e “[...] desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (Gil, 2002, p. 44).

Inicialmente, realizamos uma busca nas plataformas acadêmicas Scielo, Google Acadêmico e Periódicos da Capes, durante o período de abril a dezembro de 2022. Para tal busca empregamos as seguintes combinações de palavras-chave: circo e surdos, atividades circenses e surdos e ensino das atividades circenses e surdos.

Nessa fase preliminar não identificamos nenhuma produção abordando o ensino das atividades circenses no contexto educacional dos surdos. A escolha desses portais se justifica pela abrangência dos resultados fornecidos e pela viabilidade de restringir a pesquisa a publicações em língua portuguesa, simplificando a localização de trabalhos de origem brasileira.

Após constatarmos a escassez das produções com o temário pretendido adentramos a uma nova busca de fontes que pudessem nos dar subsídios na localização e identificação dos sinais do ensino das atividades circenses já existentes.

A investigação nas produções, físicas e digitais, envolveu a consulta a um conjunto pertencentes ao acervo de livros de Libras, previamente identificados pela equipe do Projeto de Pesquisa e Extensão Libras, Linguística e Divulgação/LiLinDiv, disponíveis no local onde o projeto tem sua base; na Universidade Federal Fluminense. Esse conjunto é composto por uma fonte física, a Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira, e oito digitais; vida em Libras (TV Ines), sinalário PR, mini-glossário em Libras, TV CES (Instituição Rio Branco), vídeo oficial do canal Mundo Bita (Youtube), manuário acadêmico e escolar do Instituto Nacional de Educação de Surdos do INES, glossário Libras da Universidade Federal de Santa Catarina, glossário Universidade de São Paulo. Sobre essas referências, nos debruçamos, realizando sua leitura integral, e, à medida que os sinais eram constatados, os extraíamos e os acrescentávamos a uma planilha. Essa, de elaboração das autoras, no programa Microsoft Excel, arquivamos em computadores pessoais.

Após a criação dessa planilha, realizamos a captação imagética dos sinais, em vídeo e fotografia, ancorados num dispositivo móvel com câmera, montado em um tripé, bem como com o auxílio de dois conjuntos de iluminação, equipados com softbox e suportes.

Destacamos o papel crucial dos aparelhos tecnológicos utilizados, tanto para a captura das imagens, quanto para o tratamento das mesmas. Nesse sentido, evidenciamos a importância do programa Adobe Première Pro, a partir do qual tratamos os vídeos, para, posteriormente disponibilizarmos na plataforma Libras Acadêmica UFF2, a cargo da equipe do projeto LiLinDiv.

Após esse levantamento, constatamos a existência de 37 sinais correlacionados às atividades circenses na Libras. Dentre esses sinais, identificamos que nenhum era destinado ao ensino das atividades circenses, pois em sua totalidade possuíam caráter generalista e de utilização na vida prático-material da comunidade surda.

Desta incursão constatamos a ausência de pesquisas com o temário proposto, bem como a existência de um quantitativo ainda modesto de sinais e em sentido generalista, o que nos conduziu à problematização do estudo em tela: quais os sinais em Libras estão sendo utilizados pelos professores para o ensino das atividades circenses para estudantes surdos?

Essa carência de produções nos encaminhou ao entendimento da importância do presente estudo, evidenciando suas implicações para a formação docente e, sobretudo, para o processo de ensino das atividades circenses voltadas para estudantes surdos. Além disso, entendemos que o estudo em tela pode contribuir com futuras pesquisas no espectro deste temário.

SURDEZ, LIBRAS E EDUCAÇÃO

Com base nas informações apresentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2021, fica evidente que mais de 5% da população global, correspondendo a cerca de 430 milhões de indivíduos demandam procedimentos de reabilitação devido à deficiência auditiva. A OMS projeta que, até o ano de 2050, aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas enfrentarão algum grau de comprometimento auditivo, sendo que pelo menos 700 milhões precisarão de tratamentos de reabilitação auditiva.

De acordo com as considerações de Citton, Santos e Arossi (2021), é estabelecido que a perda auditiva pode manifestar-se tanto de maneira congênita quanto adquirida, podendo impactar um ou ambos os ouvidos. Tal condição pode ser resultado de múltiplos elementos, abarcando desde causas genéticas até fatores não hereditários, bem como complicações durante o período gestacional e o momento do parto.

No âmbito das influências de origem congênita, destacamos patologias como rubéola e sífilis, infecções ocorridas durante a gestação, uso inadequado de certos fármacos e presença de icterícia grave durante o período neonatal. Já no que se refere aos elementos contribuintes para a surdez adquirida, surgem fatores como sarampo, caxumba, meningite, otosclerose, espessamento ou perfuração da membrana timpânica, infecções crônicas do ouvido, presença de líquido ou infecção (otite média), traumas cranianos, exposição prolongada a ruídos, processo de envelhecimento e administração de medicamentos específicos (como quimioterápicos, antibióticos, antimaláricos ou destinados ao tratamento do câncer), além da acumulação de cerume (Citton, Santos, Arossi, 2021). É igualmente esclarecido por Citton, Santos e Arossi (2021) que infecções do ouvido médio e das vias aéreas, acúmulo de cerúmen, icterícia neonatal e pós-natal, histórico familiar de surdez e a utilização de fones de ouvido surgem como elementos preponderantes na ocorrência de surdez em crianças e adolescentes durante o período escolar.

Frequentemente, a definição de surdez é formulada com base principalmente na perspectiva adotada no campo da saúde, em que são empregadas avaliações baseadas em níveis de decibéis, englobando diferentes graus de comprometimento auditivo, tais como leve, moderado e severo. Lima et al. (2006) mencionam que para o Ministério da Educação/MEC, indivíduos surdos são aqueles com surdez severa ou profunda, enquanto aqueles com graus mais brandos, ou seja, surdez leve ou moderada, são categorizados como deficientes auditivos. Entretanto, é fundamental destacarmos que a surdez e o conceito de ser surdo não são intercambiáveis, visto que o primeiro é uma construção médica, uma criação clínica, enquanto o segundo representa a identidade de uma comunidade (Garcia, 2015). Observamos que a abordagem adotada na área da saúde busca normatizar a surdez, procurando corrigir tudo o que se afasta do padrão considerado como normal (Gesser, 2009), resultando na exclusão, por meio da negação, das diferenças (Schubert, 2019).

Sá (2010) indica que a negação da cultura surda se baseia na ideia de que todos os indivíduos surdos são uniformes ou que são equivalentes à cultura predominante, que é a cultura dos ouvintes. Nesse contexto, a diferenciação se limita à sua habilidade de audição. A prevalência da cultura ouvinte sobre a cultura surda está profundamente enraizada em uma realidade social caracterizada por uma "[...] distribuição de poderes no estabelecimento social da surdez" (Sá, 2010, p. 302). Como resultado dessa dinâmica de poder, os surdos frequentemente se deparam com restrições no acesso à educação, e, quando acessada, nos preocupa a qualidade da aprendizagem, em especial das atividades circenses nas aulas de educação física (Sá, 2010).

Na esfera educacional, a inclusão da Libras como uma disciplina obrigatória na formação de professores (Brasil, 2005) objetiva mitigar as barreiras comunicacionais, anteriormente abordadas como um dos fatores que dificultam o processo de aprendizado, especialmente na transmissão3 de conhecimento do professor ouvinte para o aluno surdo.

É imprescindível enfatizarmos que a Libras é uma língua que se originou no intercâmbio entre indivíduos e continua a evoluir dentro da comunidade surda (Quadros, 2017). Além disso, ela opera por meio do canal visual-gestual e incorpora todas as características linguísticas (Sá, 2010). Não é uma língua universal e não deve ser confundida com gestos aleatórios, uma vez que cada língua de sinais possui sua própria gramática e estrutura (Honoro, Frizanco, 2009). As línguas de sinais são desenvolvidas pelas comunidades surdas em consonância com a cultura de cada país, o que resulta em variações entre elas, assim como ocorre com as línguas, tradições e expressões culturais específicas de diferentes grupos étnicos (Harrison, 2013).

Outro dispositivo legal no ambiente educacional é a obrigatoriedade da presença do intérprete de Libras para auxiliar o aluno surdo (Brasil, 2005). No entanto, a literatura adverte que seria equivocado pensar que todos os desafios inerentes ao processo de ensino-aprendizagem dos estudantes surdos serão completamente superados somente pela atuação desse profissional no ambiente educacional (Pires, Santotos, 2020), as autoras também destacaram que, por vezes, os intérpretes se veem responsáveis por abordar conteúdos que não dominam, o que pode resultar em dificuldades na transmissão do conhecimento ao aluno surdo. Isso reflete a realidade de que grande parte dos intérpretes de Libras carece de uma formação acadêmica específica. Quando tal formação existe, frequentemente é de natureza generalista, carente de conhecimentos especializados em diferentes áreas de atuação, assim como de procedimentos pedagógicos para o ensino (Lacerda, Santos, Caetano, 2021), como tematizamos aqui as atividades circenses, inseridas no rol de conteúdos da cultura corporal.

Diante desse cenário, ressaltamos a importância incontestável de que os docentes de todas as disciplinas adquiram uma formação inicial e continuada em Libras e educação de surdos. Evidenciamos, portanto, a convicção na necessidade imperiosa de políticas públicas bem estruturadas e no investimento inicial e contínuo na formação dos profissionais da educação. Sendo assim, é responsabilidade das instituições educacionais, bem como do MEC e das Secretarias de Educação:

[...] a oferta de cursos de Libras para atenderem à comunidade dos professores da Escola Básica na perspectiva da Formação Continuada e como forma de se conseguir atender às exigências legais garantindo o direito do surdo de ser educado por sua língua materna e às demandas por formação específica na perspectiva da Educação Inclusiva [...] Partindo da premissa de que os cursos de licenciatura são espaços legítimos de formação de professores, é relevante que estes promovam discussões que envolvam fundamentações teóricas e práticas pertinentes à educação de surdos, que incluam o ensino da Libras (Godoi, Mourão, 2016, p. 172).

Deste modo, a compreensão das particularidades dos alunos surdos no contexto no qual se inserem se mostra essencial para orquestrar ações e estratégias destinadas a contribuir no processo educativo. Ademais, consideramos imprescindível que políticas públicas voltadas ao estímulo da formação contínua e à educação permanente estejam presentes no processo de capacitação dos profissionais da área educacional, em especial os docentes de educação física, que constituem o foco central de nossa pesquisa.

OS ALUNOS SURDOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E AS ATIVIDADES CIRCENSES

O temário dos alunos surdos e a educação física no ambiente escolar são abordados por Pupim et al. (2016), que relatam que, devido à educação física realizar suas aulas em espaços diferenciados, em comparação a outras disciplinas, a relação entre intérprete e aluno surdo se torna desafiadora. São citadas situações em que os intérpretes se encontram distantes, nas arquibancadas, ou são dispensados pelo professor, que acredita poder se comunicar com o aluno surdo através de gestos e imitações de movimentos, apenas "[...] executar um exercício proposto por um professor de Educação Física repetindo-o" (Alves, Pinto, 2016, p. 9) e, até mesmo copiar os movimentos de seus colegas durante as aulas. Esses cenários refletem uma abordagem acrítica, conforme ressaltado por Soares et al. (1992), baseada na simples repetição de gestos motores, para conformar e adestrar o indivíduo para a sociedade, reforçando a alienação do acesso ao conhecimento da cultura corporal. Consideramos que essas ocorrências representam legados históricos da educação física que persistem até hoje, impactando tanto a educação dos surdos quanto a dos alunos ouvintes.

Perfilados com Alves e Pinto (2016, p. 10) entendemos que a educação física está para além do movimento, acreditamos em suas potencialidades, na medida em que o professor deve contribuir para:

[...] uma educação para além do corpo, fazendo com que os alunos desenvolvam um caráter de criticidade sobre as diversas áreas. Esse é um dos propósitos do ensino de Educação Física, desmistificando, inclusive a ideia de outrora que reforça e que simboliza essa disciplina única e exclusivamente como aquela que tem como foco principal ver e desenvolver o corpo, sem qualquer criticidade e reflexão do mundo em que está inserido.

Partimos da compreensão de que o aluno é mais do que um ser humano determinado biologicamente, e “[...] que a materialidade corpórea foi historicamente construída e, portanto, existe uma cultura corporal, resultado de conhecimentos socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade” (Soares et al., 1992, p.26), e torna-se relevante para a humanização dos estudantes, o ensino dessas práticas corporais, uma vez que o indivíduo é produto e produtor de culturas, mediado pelos contextos nos quais está inserido (Soares et al., 1992).

Defendemos a educação física como responsável pelo ensino sistematizado dos conteúdos da cultura corporal, tais como “[...] jogo, dança, esporte e ginástica” (Soares et al., 1992, p. 33), sendo, portanto, as atividades circenses, um desses conhecimentos, produzido sócio-historicamente pela humanidade e que deve ser organizado e sistematizado para o ensino escolar, nas aulas de educação física. Portanto, compreendemos que ministrar conteúdos das atividades circenses em Libras implica diretamente o ensino desses conteúdos aos alunos surdos, pois sem essa linguagem os alunos ficariam restritos apenas à repetição dos movimentos e cerceados do aprendizado dos conteúdos.

Ao buscar na literatura o ensino das atividades circenses para os alunos surdos, encontramos uma escassez de publicações da temática, nos fazendo refletir sobre como têm sido o ensino dessas atividades, no âmbito escolar. Ao utilizar os termos de busca, tais como circo e surdos, atividades circenses e surdos e ensino das atividades circenses e surdos, não foram identificadas pesquisas que tratam especificamente do ensino das atividades circenses em escolas.

Duprat e Bortoleto (2007, p. 177) apontam que a educação física escolar é fundamental para oportunizar o contato com a cultura corporal existente no circo, além de ressaltar a importância do professor de educação física:

[...] estar preocupado com a formação humana, independente do nível de aprofundamento, capacitando seus alunos numa ampla esfera de conhecimento, e permitindo a todos aumentar suas possibilidades de interação com seus companheiros, assim como fazendo deles pessoas importantes para seu grupo social.

Portanto, cabe à educação física escolar ser responsável pelo ensino, tendo como objetivo a experimentação dos alunos da cultura corporal produzida pela humanidade. Corroborando tal pensamento, “[...] o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens'' (Saviani, 2005, p. 13) e na escola acontece a mediação entre a mudança “[...] do saber espontâneo ao saber sistematizado [...] e se produz deliberada e intencionalmente, através das relações pedagógicas historicamente determinadas que se travam entre os homens” (Saviani, 2005, p. 22).

Entendemos que, para haver o ensino das atividades circenses para alunos surdos, é necessária a participação desses estudantes nas aulas de educação física escolar, e que tais aulas sejam balizadas pela práxis, unidade indissociável entre teoria e prática, que não fique restrita apenas à visualização da demonstração ou mera repetição dos movimentos corporais, e sim, que possa chegar até à experimentação das atividades circenses, no sentido de sua totalidade, possibilitando assim que esses alunos apreendam esse conhecimento da cultura corporal produzida pela humanidade.

O ESTADO DA ARTE DOS SINAIS PARA O ENSINO DAS ATIVIDADES CIRCENSES EM LIBRAS

Realizado o levantamento do estado da arte, pudemos constatar não haver, em âmbito nacional, pesquisas no escopo desse temário, por isso compreendemos a importância dessa pesquisa, com implicações para a formação inicial e continuada do professor e, sobretudo, para a docência das atividades circenses a alunos surdos, pelo professor de educação física.

Diante desse estado, recorremos a um conjunto de produções, pertencentes ao acervo de livros de Libras, previamente identificados pela equipe do projeto de pesquisa e extensão Libras, Linguística e Divulgação/LiLinDiv, e a nós disponibilizado, a partir do firmamento de parceria. Nesse acervo tivemos acesso as seguintes fontes, tanto físicas quanto digitais, para a obtenção dos sinais associados às atividades circenses:

Tabela 1 Fontes digitais e impressas encontradas 

A Vida em Libras (TV INES)4 fonte digital
Sinalário PR fonte digital
Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira (2004) fonte física
Mini-glossário em Libras fonte digital
TV CES (Instituição Rio Branco) fonte digital
Vídeo oficial do canal Mundo Bita (Youtube) fonte digital
Manuário acadêmico e escolar do Instituto Nacional de Educação de Surdos do INES fonte digital
Glossário Libras da Universidade Federal de Santa Catarina fonte digital
Glossário Universidade de São Paulo (USP) fonte digital

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

Primeiramente, realizamos a identificação e agrupamento de todos os sinais pertinentes à temática das atividades circenses. Cada sinal foi catalogado e incluído em uma tabela, visando proporcionar uma perspectiva abrangente acerca da quantidade de sinais identificados. Os resultados da coleta apresentaram-se da seguinte forma:

Tabela 2 Número total de fontes digitais e impressas encontradas e a quantidade de sinais 

FONTES SINAIS ENCONTRADOS QUANTIDADE DE
SINAIS
Enciclopédia da Língua de Sinais
Brasileira (volume 2)
Capovilla e Raphael (2004)5
Circo, acrobata, trapezista, palhaço, circense, andar na corda bamba, acrobacias 7 sinais
Mini-glossário em Libras6 Palhaço, circo, trapezista, acrobata, equilibrista, malabarista, apresentador, pirofagista, globista, mágico, contorcionista 11 sinais
A Vida em Libras (TV INES)7 Camarim, figurino, comédia, plateia 4 sinais
TV CES (Instituição Rio Branco)8 Circo, equilibrista, mágico, malabarista, palhaço 5 sinais
Sinalário PR9 Arte e música 2 sinais
Vídeo oficial do canal Mundo Bita
(Youtube) 10
Circo, ilusionista, gargalhadas, respeitável público 4 sinais
Manuário Acadêmico e Escolar do
Instituto Nacional de Educação de
Surdos INES11
Expressão facial e corporal 1 sinal
Glossário Libras da Universidade Federal de Santa Catarina12 Musical e ritmo 2 sinais
Glossário Universidade de São Paulo (USP)13 Dança 1 sinal
Total de sinais encontrados: 37 sinais

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

Ao observarmos a Tabela, encontramos os seguintes sinais na Libras: circo, acrobata, trapezista, palhaço, circense, andar na corda bamba, acrobacia, equilibrista, malabarista, apresentador, pirofagista, mágico, globista, contorcionista, camarim, figurino, comédia, plateia, arte, música, ilusionista, gargalhadas, respeitável público, expressão facial e corporal, totalizando 37 sinais.

Ao categorizarmos os sinais encontrados, nos deparamos com apenas uma fonte de consulta física, a Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira: o mundo Surdo em Libras, dos autores Capovilla e Raphael (2004), contendo apenas 7 sinais relacionados às atividades circenses. Nas fontes digitais, encontramos um número maior, totalizando 8 fontes, sendo elas: mini-glossário em Libras, A vida em Libras (TV INES), TV CES, vídeo oficial do canal Mundo Bita, manual acadêmico do INES, glossário Libras da Universidade Federal de Santa Catarina e glossário da Universidade de São Paulo (USP). Consideramos importante ressaltar que as fontes foram selecionadas por pertencerem a instituições de ensino reconhecidas que já desenvolvem trabalhos na temática da Língua Brasileira de Sinais.

Após a coleta e organização dos sinais na planilha do programa Microsoft Excel, procedemos à gravação do material coletado. Para essa finalidade, utilizamos um celular com câmera fotográfica acoplado a um tripé e dois conjuntos de iluminação com softbox e tripé. Todas as gravações foram realizadas com a participação de uma pessoa surda, seguindo as padronizações de fundo branco, enquadramento e uso de roupas pretas.

Fonte: Acervo das autoras, 2022.

Figura 1 Bastidores do processo de gravação dos sinais que são hospedados na Plataforma Libras Acadêmica UFF 

Após a gravação do conteúdo, os vídeos foram editados e, em seguida, compartilhados virtualmente. A divulgação e disponibilização foram realizadas de forma gratuita através da Plataforma Libras Acadêmica UFF, devido à facilidade de acesso e compartilhamento.

Fonte: Plataforma Libras Acadêmica UFF, 2022.

Figura 2 Página inicial do site da Plataforma Libras Acadêmica UFF 

Fonte: Plataforma Libras Acadêmica UFF, 2022.

Figura 3 Print do vídeo do sinal de malabarista hospedado na Plataforma Libras Acadêmica 

Um estudo similar conduzido no ano de 2021, igualmente em nível nacional, focalizando a captação de sinais na Libras acerca do âmbito esportivo, teve por objetivo a estruturação e a composição de um recurso que pudesse contribuir para a comunicação e a compreensão entre estudantes surdos e docentes de educação física no contexto escolar. Durante o processo de coleta visando à elaboração desse recurso, foram identificados 522 sinais vinculados à esfera dos esportes (Corrêa et al., 2022). Comparando com as atividades circenses, além de constatarmos quantidade distintamente superior de sinais identificados, também dispomos de outras obras que tratam do ensino das atividades esportivas e do registro da história da trajetória dos indivíduos surdos. Acreditamos que essa ocorrência se dê em virtude do histórico que o esporte possui ao longo dos anos e o seu impacto na educação física, sendo considerado por muito tempo conteúdo exclusivo da educação física e ainda segue como hegemônico. Sigoli e Junior (2004) afirmam que o esporte, ao longo de sua trajetória, foi empregado como instrumento ideológico para atender aos interesses políticos e estratégicos de grupos específicos, bem como de instituições sociais, educacionais, religiosas, divisões militares e do Estado. Alguns exemplos de como seus valores foram sujeitos a instrumentalizações são: a burguesia, visando disciplinar e alienar durante a Revolução Industrial; sua utilização como ferramenta de disseminação de valores nacionalistas durante a Segunda Guerra Mundial; ou como recurso ideológico durante o período da Guerra Fria. Na contemporaneidade, observa-se seu uso por parte de empresas transnacionais, transformando-se em uma grande instituição financeira (Sigoli, Junior, 2004).

Ao olhar para a história das atividades circenses e artistas circenses podemos mencionar que, segundo Soares (2005), o seu lugar abrangia todo o mundo conhecido e, principalmente, imaginado. Era sempre o local onde existia gente disposta a rir, aplaudir e se encantar com as proezas do corpo, de um corpo ágil, alegre e repleto de vida, pois expressava liberdade e, acima de tudo, resistia às regras e normas. O seu mundo era desinteressado. Suas vidas consistiam mais em trajetos do que em destinos a alcançar, e assim desterritorializar a ordem do espaço (Soares, 2005). Eram simultaneamente elementos de barbárie e civilização nos lugares pelos quais transitavam. Os bárbaros eram nômades, desprovidos de vínculos sociais fixos. Os civilizados, por sua vez, eram pessoas que viajavam, conheceram várias cidades e até mesmo outros países, eram elegantes, possuíam bens e suas vestimentas eram admiradas e invejadas (Soares, 2005, p. 25). Podemos acrescentar também que foi um conhecimento restrito durante muito tempo às famílias circenses, que o transmitiram às gerações seguintes, por meio da oralidade e coletivamente (Silva, 1996).

Com base nisso, acreditamos haver diversos sinais, incluindo aqueles relacionados ao contexto circense, em uso na comunidade surda, mas que ainda não foram devidamente registrados em compêndios e léxicos de ampla circulação ou de instituições renomadas (Grativol, 2019, p. 93). Oliveira e Stumpf (2013) enfatizam o fato de que a Libras é uma língua em contínua evolução, assim como qualquer outra, o que implica na necessidade de uma representação precisa para termos de natureza mais técnica.

Foram identificados somente 37 sinais, e nenhum deles abarca os elementos utilizados nas práticas circenses, como malabares, claves, diabolôs, rolos e argolas. Isso evidencia a iminente necessidade de aprofundamento e produção de recursos com termos específicos em Libras voltados para o campo das atividades circenses, e, em especial, para seu ensino. Tais recursos desempenham um papel crucial na disseminação da Libras, tornando os sinais mais acessíveis para a comunidade surda, os profissionais que atuam na educação dos surdos, bem como para aqueles que fazem uso da língua de sinais mesmo sendo ouvintes. Isso impulsiona a ampliação do vocabulário e a abordagem dos termos técnico-científicos (Corrêa et al., 2022).

Além disso, destacamos a necessidade de avançarmos nos termos do planejamento pedagógico e dos procedimentos necessários ao ensino, pois como destaca Saviani (2005), tão importante quanto o conteúdo, é a forma como se ensina.

Tendo em vista a escassez de sinais encontrados e de publicações que abordassem o ensino relacionado às atividades circenses, questionamo-nos como a ausência desses sinais afeta os procedimentos didáticos para o ensino das atividades circenses na educação de surdos. Como os professores e intérpretes de Libras conseguem transmitir os conteúdos que envolvem o circo? Diante dessas problematizações, novamente reafirmamos ser necessário políticas públicas que contribuam na formação desses profissionais. Ao mesmo tempo em que destacamos a importância do aprofundamento dos estudos, visto que a falta de materiais e sinais específicos pode impactar diretamente na qualidade do ensino e na compreensão dos alunos surdos, acerca desse conhecimento. Estimamos que as sínteses desta pesquisa possam contribuir também para estudos em andamento, tanto por parte dos professores de educação física quanto de áreas relacionadas.

Acreditamos também que, à medida que o ensino das atividades circenses for um conteúdo introduzido para estudantes surdos, a necessidade de desenvolver novos sinais será potencializada, especialmente os alusivos a novos procedimentos didáticos e a estratégias pedagógicas específicas para esse tipo de ensino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para tecer algumas considerações, consideramos importante resgatar o objetivo do estudo em tela: realizar um levantamento do estado da arte dos sinais existentes para o ensino das atividades circenses para estudantes surdos. Os resultados que encontramos revelaram lacunas na literatura sobre o ensino das atividades circenses no contexto educacional dos surdos, assim como evidencia uma quantidade ainda insatisfatória de sinais em Libras que possam subsidiar esse ensino; apenas 37 sinais.

Diante desse estado da arte dos sinais para o ensino das atividades circenses para estudantes surdos, consideramos que, as atividades circenses, que já tem sido pouco ensinada no âmbito escolar, em especial se comparada com o esporte, conteúdo hegemônico, têm encontrado uma barreira linguística quando pensamos em seu ensino para estudantes surdos.

Destacamos ser latente a criação de sinais relativos às próprias atividades assim como para a sistematização pedagógica, ou seja, há necessidade de ampliação e aprofundamento na Libras para que esse conhecimento possa ser estruturado e sistematizado, pois, conforme afirmamos anteriormente, o conteúdo do ensino e a forma pela qual se ensina são imbuídos da mesma importância. Com esse destaque, entendemos que a criação de novos sinais e a sistematização do ensino somente darão saltos do estado em que se encontram, à medida que as atividades circenses passarem a ser ensinadas a estudantes surdos, sem separação entre teoria e prática; forem problematizadas pelos docentes; ocuparem objetos de pesquisas; adentrarem efetivamente às políticas públicas de formação inicial e continuada de professores; ou seja, um conjunto de ações que precisam andar juntas.

Por fim, as carências aqui apontadas aguçam novas perspectivas para futuras pesquisas que buscarão o aprofundamento das lacunas evidenciadas pelo presente trabalho, já em curso, de nossa autoria, no programa de pós-graduação em educação, em nível de mestrado, e sobretudo aberto a possibilidades a outros pesquisadores.

1Compreendemos que o termo atividades circenses configura-se como o mais adequado, ao nos debruçarmos sobre o ensino desse conhecimento no âmbito escolar, porém, estudos realizados anteriormente, evidenciam que as denominações ensino de circo, circo e práticas corporais circenses são recorrentes entre pesquisadores da área. Diante disso, adotaremos atividades circenses ao nos referirmos à nossa compreensão, e os demais termos ao nos referirmos aos autores referenciados.

2Primeiro site em Libras institucionalizado da Universidade Federal Fluminense em Libras. A plataforma pode ser acessada através do link: https://librasacademica.uff.br/

3O termo transmissão é utilizado por ter como base teórica a pedagogia histórico-crítica do autor Saviani.

4Pertencente ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). É um canal visual em Libras apresentado pelos surdos.

5Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira: o mundo Surdo em Libras, ano 2004.

6O material pode ser consultado através do link: Mini Glossário - Karen Strobel.

7O material pode ser consultado através do link: TV INES - A Vida em Libras.

8O material pode ser consultado através do link: TV CES.

9O material pode ser consultado através do link:Sinalário PR.

10O material pode ser consultado através do link: O Mundo Bita em Libras.

11O material pode ser consultado através do link: Manuário INES.

12O material pode ser consultado através do link: Glossário UFSC.

13O material pode ser consultado através do link: Glossário USP.

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Recebido: Agosto de 2023; Aceito: Dezembro de 2023

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