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Educação e Filosofia

versão impressa ISSN 0102-6801versão On-line ISSN 1982-596X

Educação e Filosofia vol.32 no.64 Uberlândia jan./abr 2018  Epub 20-Set-2020

 

EDITORIAL

EDITORIAL - Educação e Filosofia v. 32 n. 64


Estas contribuições da revista Educação e Filosofia, relativas ao ano de 2018, integram o trigésimo segundo volume, abrindo-o com o número 64. Diversas têm sido as dificuldades para assegurar a qualidade e a pontualidade do periódico. O SEER democratizou o acesso ao metier de editor de periódicos científicos, ampliando sobremaneira a presença dos periódicos nos departamentos e faculdades das instituições de ensino superior no país. Essa ampliação igualmente democratizou de forma radical o acesso aos conteúdos das pesquisas financiadas com verbas públicas, dando transparência ao universo do fomento e da investigação científica. Por outro lado, todos os encargos administrados por uma grande editora acabaram sendo incorporados pelos periódicos e principalmente por aqueles que os empreendem, assegurando as práticas da divulgação científica no dia a dia da elaboração de cada edição. Assim, no momento presente, cada vez mais tornam-se mais estritas as exigências e cobranças dos órgãos de avaliação: utilização do DOI, publicação em língua estrangeira, resumo em três línguas, utilização da linguagem XML, etc. Inversamente, escasseiam os recursos a serem obtidos das agências de fomentos ou das instituições sede dos periódicos, devendo os editores tentar gerenciar esses problemas com os miúdos recursos disponíveis no âmbito de suas próprias publicações. Premidos pelas urgências e exigências, esperamos apoio mais efetivo e maiores recursos institucionais para o ano de 2019.

O presente número, ora disponibilizado para os leitores, compõe-se de um dossiê temático, Reinscrever o conhecimento escolar no território do comum: uma introdução, o qual abriga seis artigos e uma entrevista, e inteira-se com mais oito artigos publicados sobre a temática de Educação e Filosofia, oriundos de diferentes pesquisas em ambas as áreas do conhecimento.

O dossiê refere-se ao domínio dos estudos curriculares e apresenta, através dos textos propostos, uma análise interdisciplinar sobre as diretrizes da concepção do saber escolar. Essa discussão é legitimada no contexto brasileiro atual em face das recentes discussões acerca das modificações empreendidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Procura-se aqui discutir a integração entre formação humana e as políticas orientadoras do ensino no país. Participam do dossiê pesquisadores de diferentes instituições de ensino superior brasileiras e estrangeiras. O dossiê ainda apresenta uma entrevista com a professora Elizabeth Fernandes de Macedo, com o propósito de oferecer aos leitores, juntamente com o registro da sua produção acadêmica, a crítica empreendida pela pesquisadora sobre a questão dos estudos curriculares e sobre o problema do conhecimento.

Integra ainda nosso presente número mais oito contribuições. O artigo de Augusto Bach, Hannah Arendt e a conquista do espaço, percorre a análise empreendida pela filósofa para explorar o vínculo entre as descobertas científicas e suas consequências políticas. Esse elo estudado por Arendt examina a humanidade tensionada entre uma consciência cidadã e a manipulação científica. O autor do artigo procura, por meio da discussão da consciência política, repropor o tema da responsabilidade mundana em meio às ações no mundo contemporâneo.

Da irredutibilidade e inseparabilidade entre percepção e imaginação em Sartre, de Thana Mara de Souza, procura expor a afinidade e a separação entre a percepção e imaginação no pensamento sartriano. Essa dualidade proposta por Sartre não redunda em contradição, pois os dois aspectos estudados, conquanto se relacionem tencionando-se reciprocamente, são inseparáveis entre si.

No artigo Para além do corpo belo: notas sobre corpo e educação a partir da leitura foucaultiana do Alcibíades, Avelino Aldo de Lima Neto e Hugo Filgueiras de Araújo expõem a interpretação foucaultiana do Alcibíades, de Platão, com o propósito de refletir sobre as relações entre o corpo e a educação, voltando-se para o cuidado de si. Ao final, são analisadas algumas implicações que, ao tomar por base o corpo, visam estudar o fenômeno educativo na atualidade.

Luciano Coutinho, em seu artigo Cura mítica e cura psíquica no Cármides de Platão, procura demonstrar como Platão, ao conceber a sua teoria da cura psíquica, por intermédio da figura de Sócrates, reflete filosoficamente sobre o processo humano de cura, substituindo o tratamento mágico por um de caráter psicológico.

Em Iluminismo colonial. A natureza e os índios no poema de Basílio da Gama, “O Uraguai”, Sonia Campaner Miguel Ferrari investiga determinadas análises desse poema, de Basílio da Gama, inicialmente interpretado como homenagem ao Marquês de Pombal. A autora visa a apresentar outra interpretação, considerando dois aspectos tidos como secundários nesses estudos, isto é, a natureza e os índios.

No artigo O bem e o mal nas Disputas metafísicas de Francisco Suarez, Cesar Ribas Cezar mostra o esclarecimento do termo “bem” e do termo oposto “mal”, concebidos por Suarez nas Disputationes Metphysicae. O autor do artigo defende que o sentido metafísico dos dois termos está presente no fundamento dos seus significados morais.

André Luis La Salvia, em seu artigo Memorial como narrativa de aprendizagens na formação docente em filosofia, problematiza a aplicação de memoriais de aprendizagens como método de avaliação na disciplina Práticas de Ensino de Filosofia. O objetivo é discutir a integração de memoriais como instrumentos de avaliação nos cursos de formação pedagógica.

Finalizando o número, Donatella Pagliacci, no artigo Educare a vivere nella città di Dio, examina criticamente as propostas educacionais do bispo de Hipona apresentadas no livro Cidade de Deus. Para essa investigação, a autora analisa três questões que considera complexas, porém muito atuais, a saber, a educação para a vida, para a paz e para a vida comunitária que se reúne em torno à ideia de povo.

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