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Cadernos de História da Educação

versión On-line ISSN 1982-7806

Cad. Hist. Educ. vol.21  Uberlândia  2022  Epub 13-Sep-2022

https://doi.org/10.14393/che-v21-2022-105 

Dossiê 2 - Museus Pedagógicos: diálogos ibero-americanos

Museu e Biblioteca Pedagógicos: um grande gabinete experimental de ciência popular (Montevidéu / Uruguai, 1889...) 1

Museo y Biblioteca Pedagógicos: un gran gabinete experimental de ciencia popular (Montevideo / Uruguay, 1889...)

Vera Lucia Gaspar da Silva1 
http://orcid.org/0000-0003-2957-5708; lattes: 8881750759405221

Gabriel Scagliola2 
http://orcid.org/0000-0003-2470-4179

1Universidade do Estado de Santa Catarina (Brasil). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. vera.gaspar.udesc@gmail.com

2Museo Pedagógico José Pedro Varela e Institutos Normales de Montevideo (Uruguai). gabriel.scagliola@gmail.com


Resumo

O Museu Pedagógico do Uruguai foi fundado em Montevidéu em 1889, formando par com a Biblioteca Pedagógica num projeto que buscou interlocução internacional. Agregou em suas funções uma espécie de formação prática de professores primários com laboratórios e instrumentos que permitissem ensaios de práticas, divulgação de ideias pedagógicas e exposição de artefatos que ajudassem a construir socialmente um modelo ideal de escola, bem como apoiava sua comercialização. Alberto Gómez Ruano (1858-1923), seu primeiro diretor, teria tido atuação fundamental na criação dos Institutos Nacionales: Museo y Archivo Histórico Municipal, do Servicio Meteorológico de Uruguay e da Biblioteca y Museo Pedagógicos, um aparato estatal com base científica e modernizadora. A exemplo de congêneres, este museu funcionou como canal de conexão com outros países, promovendo troca de peças para os acervos, de informações sobre gerenciamento e organização, visitas, arranjos para a exposição e comercialização de artefatos.

Palavras-chave: Museu Pedagógico; Circulação de ideias pedagógicas; Cultura material escolar; Museu Pedagógico José Pedro Varela

Resumen

El Museo Pedagógico de Uruguay fue fundado en Montevideo en 1889, formando pareja con la Biblioteca Pedagógica en un proyecto que buscaba el diálogo internacional. Añadió en sus funciones una especie de formación práctica de profesores de primaria con laboratorios e instrumentos que permitieron experimentaciones de prácticas, difusión de ideas pedagógicas y exhibición de artefactos que ayudaran a construir socialmente un modelo ideal de escuela, así como apoyaba su comercialización. Alberto Gómez Ruano (1858-1923), su primer director, habría tenido un papel fundamental en la creación de los Institutos Nacionales: Museo y Archivo Histórico Municipal, del Servicio Meteorológico de Uruguay y de la Biblioteca y Museo Pedagógicos, un aparato estatal basado en la ciencia y la modernización. Al igual que sus congéneres, este museo funcionó como un canal de comunicación con otros países, promoviendo el intercambio de piezas para las colecciones, información sobre gestión y organización, visitas, arreglos para la exposición y comercialización de artefactos.

Palabras clave: Museo Pedagógico; Circulación de ideas pedagógicas; Cultura material escolar; Museo Pedagógico José Pedro Varela

Abstract

The Museum of Pedagogy of Uruguay was founded in Montevideo in 1889, paired with a Library of Pedagogy in a project that sought international dialog. It functions included practical training for primary school teachers with laboratories and instruments that could test practices, disseminate pedagogical ideas and exhibit artifacts that could help form ideal models for schools. The Museum also helped the sale of these artifacts. Alberto Gómez Ruano (1858-1923), its first director, had a fundamental role in the creation of the Institutos Nacionales: Museo y Archivo Histórico Municipal, of the Servicio Meteorológico of Uruguay and of the Biblioteca y Museo Pedagógicos, a state apparatus dedicated to science and modernization. Like similar institutions of this kind, the museum served as a channel for connections with other countries, promoting the exchange of items for the collections, information about management and organization, visits, arrangements for the exhibition and the sale of artifacts.

KEYWORDS: Museum of Pedagogy; Circulation of pedagogical ideas; Material school culture; José Pedro Varela Pedagogical Museum

Um pouco do contexto

El Museo y Biblioteca Pedagógicos de Montevideo, es una exposición permanente de libros, publicaciones y material general de enseñanza primaria y especial, creado por el Gobierno del Uruguay con el objeto de hacer conocer los progresos realizados en el país en tal sentido por el concurso oficial y la iniciativa privada, como también los que con el mismo fin efectúan en el extranjero las autoridades, corporaciones y especialistas más caracterizados. (Gómez Ruano, 1894, p. 1)

Esta citação é uma nota explicativa que se acha estampada em vários documentos que compõem narrativas sobre a instituição e, como podemos ver, já anuncia sua conexão com o estrangeiro. Ainda que espelhe descrição localizada em outras fontes e com referência a diferentes países, os estudos que temos acumulado evidenciam a impossibilidade de cristalizar um conceito e uma função para os Museus Pedagógicos, seja em sua origem, seja no transcurso de sua atuação. Por certo, é possível encontrar pontos de convergência, e são muitos, que identificariam uma geração de instituições desta natureza, mas há características que as diferenciarão, assim como suas funções serão alteradas ou “atualizadas” para atenderem novas demandas. E é nesta perspectiva que pretendemos abordar o atualmente nominado Museo y Biblioteca José Pedro Varela2, criado em Montevidéu, capital do Uruguai, em 1889 e ainda em funcionamento, como uma instituição com vida própria, mas articulada a necessidades e demandas da educação nacional e constituída com inspiração e parceria com instituições congêneres.

Segundo Angel García del Dujo, no “Manuel général de l’instruction primaire”, de autoria de Ferdinand Buisson e publicado em 1878, este afirma que “Todos los países celosos del progreso de la instrucción tienen hoy sus museos nacionales de instrucción primaria” (apudGARCÍA del DUJO, 1985, p. 41). Destacamos esta como uma referência importante que ganha força no discurso pedagógico que atua, de forma significativa, na materialização dos projetos de escolarização da infância em vários países nos anos finais do século XIX e iniciais do século XX.

Referindo-se à Espanha, Agustín Escolano Benito caracteriza os museus pedagógicos como “una de las instituciones que más han contribuido a la modernización de nuestra educación en la época contemporánea” (inGARCÍA del DUJO, 1985, p. 11). Gómez Ruano sabia tirar proveito deste tipo de argumento, como se pode ver em correspondência de abril de 1899 na qual, ao encaminhar proposta orçamentária para a composição do projeto de gastos da nação, apresenta a instituição como “una oficina valiosa para el país y única en su género en toda la América de habla latina, como ha sido calificada por Mr. Buisson, Mr. Compayré, Dr. Berra, etc.” (Memoria Descriptiva .... Extracto3, 18 de abril de 1899, s.n.p.), linha de discurso que será utilizada reiteradas vezes.

Ainda que num cenário de otimismo em relação ao papel que estes museus desempenhariam, a sua criação era debatida, defendida, e muitas vezes a sua fundação se dava entre exposições e conferências pedagógicas, exigindo-se, portanto, cautela, como advertira Manuel Bartolomé Cossío, recuperado na análise apresentada por Ángel García del Dujo ao tratar do Museo Pedagógico Nacional da Espanha:

El peligro que encerraba, sin embargo, esta corriente era grave, la atribución a los medios materiales de la enseñanza de un poder supremo y decisivo. M. B. Cossío llamaría acertadamente a esta excesiva veneración fetichismo pedagógico4. (GARCÍA del DUJO, 1985, p. 43)

Ainda que o autor construa seu argumento particularmente destacando a questão da higiene escolar, um aspecto bastante exaltado em exposições universais e congressos de educação do período, entendemos ser possível fazer uma analogia com os museus pedagógicos. No alerta, Bartolomé Cossío oferece indícios da construção de um aparato burocrático estatal que contribuiu para homogeneizar e normalizar as práticas escolares. A organização das bibliotecas pedagógicas, a manutenção de modelos de plantas e de mobiliário escolar em seus acervos, de textos com legislação de outros países, bem como de dados estatísticos, e a organização de conferências e cursos destinados aos professores são elementos que caracterizam tal instituição na maior parte dos países e que assegurariam, de certa forma, a circulação de informações e o estabelecimento de países de referência ou, como aconteceu no Uruguai, a criação de um modelo próprio mas que, para ser concebido, precisaria inspirar-se no outro e dele extrair o melhor ou o mais viável.

No intuito de ampliar as lentes de leitura e inserir o museo pedagógico do qual nos ocupamos aqui num contexto alargado, trazemos à cena um quadro montado com base na relação de museus pedagógicos criados entre 1850 e 1906, apresentada por Ángel García del Dujo.

Quadro 1 Relación de los Museos Pedagógicos creados entre 1850-19065  

Lugar Nación Año Lugar Nación Año
Stuttgart Alemania 1851 Gotha Alemania 1889
Hambourg Alemania 1855 Montevideo Uruguay 1889
Toronto Canadá 1857 Bozen Austria-Hungría 1889
Londres Inglaterra 1857 Praga Austria-Hungría 1890
Saint-Pétersbourg Rusia 1864 Kiel Alemania 1890
Leipzig Alemania 1865 Breslan Alemania 1891
Viena Austria-Hungría 1872 Hildesheim Alemania 1891
Roma Italia 1874 Londres Inglaterra 1892
Zürich Suiza 1875 Wolfenbüttel Alemania 1892
Munich Alemania 1875 Hanovre Alemania 1892
Berlín Alemania 1875 Bamberg Alemania 1896
Donauwoerth Alemania 1876 Posen Alemania 1897
Berlín Alemania 1877 Rixdorf Alemania 1897
Magdebourg Alemania 1877 Hambourg Alemania 1897
Budapest Austria-Hungría 1877 Laibach Austria-Hungría 1898
Amsterdam Holanda 1877 Belgrado Yugoslavia 1898
Tokio Japón 1878 New York EE.UU. 1900
Berna Suiza 1878 Oldembourg Alemania 1900
París Francia 1879 Francfort-sur-le-Main Alemania 1900
Bruselas Bélgica 1880 Cologne Alemania 1901
Palermo Italia 1880 Agram Austria-Hungría 1901
Regensbourg Alemania 1880 Lausanne Suiza 1901
Washington EE.UU. 1881 Christiania Noruega 1901
Genes Italia 1881 Brême Alemania 1902
Koenigsberg Alemania 1881 Viena Autria-Hungría 1903
Augsbourg Alemania 1881 Kolberg Alemania 1904
Graz Austria-Hungría 1882 Stade Alemania 1904
Rio de Janeiro Brasil 1883 Straubing Alemania 1904
Lisboa Portugal 1883 Dresde Alemania 1904
Madrid España 1884 Danzig Alemania 1904
Fribourg Suiza 1884 Sofía Bulgaria 1905
Copenhague Dinamarca 1887 Atenas Grecia 1905
Neuchâtel Suiza 1887 Lucerne Suiza 1905
Aarhus Dinamarca 1887 Saint-Louis EE.UU. 1905
Buenos Aires Argentina 1888 Gleiwitz Alemania 1905
Innsbruck Austria-Hungría 1888 Potsdam Alemania 1905
Rostock Alemania 1888 Dresde Alemania 1905
Jena Alemania 1889 Wurzbourg Alemania 1905

Fonte6: García del Dujo, Ángel. Museo Pedagógico Nacional (1882-1941): teoría educativa y desarrollo histórico. Salamanca: Universidad de Salamanca, 1985, pp. 179-181. Pellisson, Maurice. Musées Pédagogiques. In: F. Buisson, Nouveau dictionnaire de pédagogie et d’Instruction Primaire. Paris: Librairie Hachette et Cie, 1911, pp. 1367-1376.

Se em países comumente apresentados na literatura da área como referências, como a França e a Inglaterra, os Museus Pedagógicos têm como embrião edições de Exposições Universais ou exposições vinculadas a conferências pedagógicas (ou similares) e delas herdam parte significativa do acervo, em outros, como é o caso do Uruguai, a justificativa de criação é construída com outros argumentos, embora a herança do espólio inicial também seja uma Expoisção Universal. No ano 1888, Alberto Gómez Ruano, a quem seria delegada a direção do Museu, visitou vários países do continente europeu e “por indicación del Inspector Nacional de Instrucción Primaria [do Uruguay], don Jacobo A. Varela”, incluiu “en el programa de su viaje [...] el estudio de la organización de un Museo Pedagógico y de una Biblioteca Especial para la Escuela Normal”. Gómez Ruano finaliza a sua alocução propondo a criação de ambos os establecimientos, “sin exigir por ello compensación alguna” (ACEVEDO, 1929, p. 138). A condição de diretor honorário permaneceria por cerca de 10 anos, após os quais começou a receber remuneração regular. Ainda que a criação do Museu e da Biblioteca fizessem parte do projeto político para a instrução uruguaia capitaneado inicialmente por José Pedro Varela (1845-1879), com sua morte o irmão Jocobo A. Varela (1841-1900) assumiria a empreitada de dar-lhe materialidade. Contudo, nas Memorias Descriptivas que compõem o acervo documental da instituição encontramos rastros da autoproclamação de Alberto Gómez Ruano como seu criador e diretor. Acompanhemos um dos registros:

Por iniciativa de su actual Director, Dn. Alberto Gómez Ruano, el Poder Ejecutivo decretó el 5 de Enero de 1889 la creación del Museo y Biblioteca Pedagógicos, destinando al efecto uno de los edificios de propriedad nacional más amplios y mejor situado en la ciudad de Montevideo, y, a la vez, comisionó al mismo Sr. Gómez Ruano, en carácter honorario, para organizar y dirigir la referida Institución. (Memoria Descriptiva ...., 17 de mayo de 1901, p. 1.)

Conforme já anunciado, o crédito a Alberto Gómez Ruano como criador é reafirmado na documentação que compõe as memórias do museu, produzida, em grande parte, de próprio punho, por este diretor que esteve à frente da instituição desde a sua fundação, ali permanecendo por 30 anos. Em um dos poucos textos localizados até o momento dedicados a uma espécie de minibiografia, escrito por Raúl Montero Bustamante, encontramos uma descrição do Museu, destacado como a principal obra de Alberto Gómez Ruano:

El Museo y Biblioteca Pedagógicos, institución oficial creada y fundada por él desinteresadamente en 1889, fue su obra maestra. La concibió como un gran gabinete experimental de ciencia popular, dotado de una copiosa biblioteca circulante, en la cual agrupó las mejores obras del ingenio humano, y una biblioteca técnica y didáctica donde reunió las obras que tienen relación con la enseñanza y sus diversas disciplinas, y completó este acervo bibliográfico con vastas salas donde expuso el material objetivo de enseñanza para ponerlo al alcance de pedagogos, maestros, estudiantes y simples curiosos. Moblaje y menaje escolar, planchas murales, piezas anatómicas, colecciones zoológicas y botánicas, pequeños gabinetes de ciencias físico-naturales, modelos plásticos para la enseñanza del dibujo, exposición de métodos de enseñanza y material relacionado con el trabajo manual escolar, demostraciones de los problemas de higiene escolar, reliquias de la historia pedagógica, evocación de métodos y sistemas de la escuela del pasado, todo lo reunió, clasificó, coordinó y dispuso para el estudio objetivo y experimental, a fin de que los profesores y maestros y las escuelas concurran a hacer cursillos prácticos sobre el modelo vivo. (Montero Bustamante, 1955, pp. 313-314 - grifo nosso).

Para levar a cabo estes ideais, a instituição uruguaia teria entre suas funções7:

  1. Dispor de originais de artigos de mobiliário escolar e material de ensino, tanto do país quanto do estrangeiro, para acesso às autoridades escolares, professores e especialistas na fabricação deste tipo de objetos.

  2. Disponibilizar material de ensino para fins de estudos, especialmente aos professores residentes8 no complexo que abriga o Museu.

  3. Através de conferências periódicas, difundir novos conhecimentos sobre métodos de ensino.

  4. Popularizar estratégias pedagógicas que favorecessem o progresso das escolas.

  5. Apresentar os últimos modelos de material escolar enviados por fabricantes em forma de doação, sempre que reunissem as condições didáticas e higiênicas sugeridas para substituir com vantagens aqueles em uso. O Museu também deveria fornecer informações sobre preços e condições de venda destes materiais, incluindo livros.

  6. Fomentar no país o desenvolvimento da literatura pedagógica, assim como a criação de novos ramos de indústrias relacionadas com a escola pública. Nesse intento previa-se a abertura de concursos e exposições

invitando para que concurran con sus obras a los profesores, autores y editores de libros didácticos y métodos de enseñanza, a los médicos e higienistas, a los ingenieros, arquitectos y constructores de modelos y planos de edificios escolares, a los industriales autores de aparatos, colecciones tipos de mobiliario y menaje para escuelas. (Memoria Descriptiva ......, 17 de mayo de 1901, p. 3)

  • 7. Fornecer material para a representação do país em exposições nacionais e no estrangeiro.

  • 8. Providenciar a publicação trimestral de uma revista intitulada

Anales del Museo Pedagógico de Montevideo, destinada a insertar con ilustraciones las conferencias y cursos dados en la Sala de Actos Públicos de la Institución, biografías, producciones y autógrafos de educacionistas y de personalidades que hayan contribuido al desenvolvimiento de la enseñanza; modelos, vistas y planos de edificios de escuelas; monografías de mobiliario y de material general, bibliografías de obras pedagógicas y de textos escolares, etc. (Memoria Descriptiva ...., 17 de mayo de 1901, p. 5)

  • 9. Contribuir para a melhoria das escolas do ponto de vista higiênico, por meio da construção, em espaço destinado a este fim no próprio museu, de modelos de mesas-bancos escolares, do aperfeiçoamento da iluminação e ventilação das salas de aula, bem como da sua sua melhor localização, além de outros aspectos que envolvam questões de saúde de professores e alunos. Este item também contemplaria ensinamentos sobre o uso adequado e a conservação de lousas (pizarras), papel, livros, tinta, mapas e cartazes, entre outros.

  • 10. Contribuir para popularização, em todas as classes sociais, sobre a importância do ensino popular, “mostrando en forma objetiva la suma de estudios y trabajos verificados en el Uruguay y fuera de él, por las autoridades escolares, protectores de la educación, especialistas e industriales”. (Memoria Descriptiva ..., 17 de mayo de 1901, p. 6.)

Quanto à organização interna, diversas seções compunham a instituição no início do século XX: Sección de productos nacionales; Sección Jardines de la Infancia y Trabajos Manuales; Sección Geografía; Sección Higiene Escolar; Galerías; Sección Enciclopedia; Sección Histórica; Sección Arqueológica; Sección Iconográfica; Observatorio Meteorológico; Biblioteca Pedagógica (composta por duas seções: uma teórica - com publicações do Uruguai e do estrangeiro que tratam de matéria pedagógica -, e outra didática - contendo livros de textos já utilizados ou em uso em escolas do país e do estrangeiro); Sección Catálogos; Sala de Lectura y Trabajo; Sala de Conferencias Públicas; Laboratorio Fotografico; Taller.

Os dados até aqui apresentados oferecem indícios reveladores de que, ao menos no despontar do século XX, este Museu se utilizou de inúmeras estratégias para conectar ações do Estado com o que se fazia de “mais avançado” no estrangeiro, especialmente no tocante ao ensino primário. Desempenharia também funções de popularização do ensino e de difusão de ações do Estado. As seções que mais diretamente desempenharam estas funções foram Galerías, Biblioteca Pedagógica, Sección Catálogos; Sala de Conferencias Públicas; Laboratorio Fotográfico e Taller.

Intercâmbios e Conexões

Além dos dados já indicados, no tocante à relação com o estrangeiro, o Museo y Biblioteca Pedagógicos contava com uma espécie de grupo de conselheiros - no original “miembros corresponsales” -, que atualizariam o Diretor da instituição sobre os avanços relativos ao ensino primário e especial levados a cabo em seus países de residência. Para tal, elaborariam trabalhos sobre o tema, enviariam monografias, estatísticas, além de outros documentos, os quais seriam lidos na Sala de Conferências Públicas. Também enviariam livros, publicações, plantas, fotografias de edifícios escolares e de material destinado ao ensino, os quais seriam expostos na instituição.

Los miembros corresponsables deberán empeñarse por demostrar à los autores, editores, industriales y comerciantes, las ventajas que, como exposición permanente gratuita, les ofrece el Museo y Biblioteca Pedagógicos, siempre que envíen à el, em calidad de donación, sus obras, catálogos, libros y publicaciones didácticas, modelos reducidos o de tamaño natural de mobiliario, menaje y material escolar. (Memoria Descriptiva..., 17 de mayo de 1901, p. 7.)

Num raio de atuação bastante alargado, Gómez Ruano mobilizava representantes uruguaios que atuavam em outros países, como se pode identificar em correspondências trocadas em 1896 com Sebastián Cahn, então Cônsul de la República do Uruguai na Alemanha, a quem solicitou folhetos, livros e exemplares de objetos de escolas públicas alemãs. Outro indicativo de trocas e parcerias é o intercâmbio de revistas e catálogos, doações e correspondências. Em documento de 1900 encontramos dados sobre o recebimento das seguintes revistas:

Monitor de la Educación Común (Buenos Aires)

Boletín de Enseñanza y de Administración Escolar (La Plata)

Boletín de las Escuelas Primarias (San José de Costa Rica)

La Educación (Buenos Aires)

Journal of Education (Boston)

Revista del Instituto Paraguayo (Asunción)

Memorias y Revista de la Sociedad Científica Antonio Alzade (México)

El Ateneo (Lima).

(Memoria Descriptiva... , 19 de marzo de 1901, p. 7-8.)

Para o mesmo ano registra-se o recebimento de catálogos9oriundos de diferentes países:

Quadro 2 País de origem e quantidade de catálogos recebidos. 

País de Origem Quantidade
Francia 317
Estados Unidos 188
Alemania 145
Inglaterra 109
República Oriental 45
España 41
República Argentina 29
Brasil 20
Austria 15
Suiza 14
Colombia 09
Perú 03
Ecuador 09
Total de catálogos 937

Fonte: Memoria Descriptiva... , 19 de marzo de 1901, p. 6.

A Direção do Museu também fazia gestões, verbalmente ou por correspondências, tanto no país quanto no exterior, para recebimento de doações. Algumas destas, entre as consideradas “realmente valiosas”, estão registradas nas Memorias de 1900. Destacamos alguns nomes de casas comerciais, comerciantes e autoridades públicas localizados nestas correspondências:

Sres. Monroeg Hnos., de Paris / Francia;

Sr. Dn. Federico Casalia, Uruguay;

Sres. Zubillaga y Beramendi, Uruguay;

Sr. Dn. Luis Aboal, Uruguay;

Sr. Teniente Coronel Dn. Manuel O. Chrisly, Uruguay;

Sres Salvo Hnos, Uruguay;

Sr. Pedro L. Fernández, Uruguay;

Sr. Ingeniero Dn. Felix Auger, Uruguay;

George Philip & Son, Londres / Inglaterra;

D. Appleton y Cia, Buenos Aires / Argentina;

D. Appleton y Cia, Nueva York / EUA;

Hachette y Cia, de Paris / Francia;

Molteni y Cia, Paris / Francia;

Dn. Manuel A. Ponce, Secretaría de la Inspección General de Instrucción Pública de Chile;

Blanzy Poure et Cie, Paris / Francia;

Suzanne, Havez y Cie, Paris / Francia;

Sr. Henry Sabin, Superintendente de Instrucción Pública en el Estado de Iowa, EUA;

Dn. Carlos Prince de Lima, Perú;

Gauthier Villars et Fils, Paris / Francia;

Biblioteca Nacional de Rio de Janeiro, Brasil;

Education Department, de Londres, Inglaterra;

Dr. Antonio da Cunha Barbosa, Rio de Janeiro, Brasil;

O Pedagogium, Rio de Janeiro / Brasil;

Poulenc Frères, Paris / Francia;

Legación del Uruguay en Chile;

Biblioteca Nacional de Colombia;

Dn. Sebastián Cahn, Cónsul del Uruguay en Frankfurt;

J. J. Pérez, de Bogotá / Colombia;

Ministerio del Interior de Suiza;

Instituto Smithsoniano de Washington, EUA;

(Memoria Descriptiva ........ 19 de marzo de 1901, p. 15)

Entre suas ações, a Direção também mantinha correspondência com pessoas e instituições do país e do estrangeiro. Trata-se de “[...] libreros, editores y fabricantes de mobiliario escolar y material general de enseñanza, de más renombre en Europa y América” (Memoria Descriptiva ..., 19 de marzo de 1901, p. 4).

O Museu teria ainda a função de servir como fiel depositário e expositor dos objetos que compunham a escola pública uruguaia, função esta estabelecida pela Resolución de 16 de agosto de 1889, por meio da qual se ordena que

el Depósito de Útiles debe entregar al Museo, por duplicado, un ejemplar de cada uno de los libros de texto, útiles de consumo diario, muebles escolares, menaje, etc. Etc., que actualmente se utilizan en las Escuelas Públicas, así como también de los que se adquieran en lo sucesivo para las mismas, y los cuales le serán entregados por la Oficina del Depósito. (Memoria Descriptiva ... Montevideo, 27 de enero de 1897, s.n.p.)

Além da exposição ao público e da afirmação pública de um projeto de escolarização, esta iniciativa agregava o objetivo de facilitar a representação da escola pública primária uruguaia quando convidada a participar em exposições internacionais.

O Museo y Biblioteca Pedagógicos de Montevidéu como referência

Se por um lado, como fica evidenciado nas informações apresentadas, a inspiração no estrangeiro acompanhou a criação e consolidação do Museo y Biblioteca Pedagógicos instalados em Montevidéu, por outro, a instituição também foi considerada modelo de referência e inspiração para países como a Argentina e o Chile. Conforme registrado por Gómez Ruano, no ano de 1906 o Dr. Carlos R. Gallardo, engenheiro comissionado oficial do Ministerio de Instrucción Pública da República Argentina esteve em missão “[...] para estudiar el plan y organización de nuestro Museo Pedagógico a fin de plantear sobre esa base el Museo y Biblioteca Pedagógicos Argentino que acaba de ser instalado en Buenos Aires” (Memoria Descriptiva. Montevideo., 26 de diciembre de 1906, pp. 11.). Tal fato ganhou repercussão na imprensa local, tendo sido reproduzida no relato de 1906 parte da notícia publicada no “El Siglo”, de Montevidéu. Ainda conforme registrado por Gómez Ruano, Carlos Gallardo

ha quedado asombrado de la forma en que se halla establecido el Museo, de su adelanto em relación con los museos extranjeros, de la unidad que preside su admirable plan científico y de la organización que ha sabido imprimirle su director y fundador. (Memoria Descriptiva... Montevideo., 26 de diciembre de 1906, p. 13)

No ano seguinte o então diretor da Biblioteca y Museo Pedagógicos de Buenos Aires, Prof. Pascual Guaglianone, visitou o Museo uruguaio, tendo sido “[...] comisionado por el Ministerio de I. Pública de la R. Argentina, con el fin de estudiar el plan y organización de la Oficina que tengo el honor de dirigir.” (Memoria Descriptiva ... Montevideo, 1907, s.n.p.).

Há ainda o registro de que o Museo de Educación Nacional da República do Chile, recém-fundado, teria adotado o plano da instituição uruguaia. O Teacher College da Columbia University de Nova Iorque também teria solicitado uma descrição monográfica da instituição uruguaia.

Numa articulação bastante engenhosa, que ajudaria a divulgar internacionalmente o Museo, Gómez Ruano informa que

A fines del año 1905, el que suscribe recibió una carta del Señor Prof. Max Hübner, Director del Museo Pedagógico de Breslau (Alemania) en la cual solicitaba una descripción del Museo Pedagógico de Montevideo con el objeto de utilizarla en una obra que escribía sobre los Museos Pedagógicos del mundo. (Memoria Descriptiva ........ Montevideo., 26 de diciembre de 1906, p. 14)

Trata-se da obra “Die ausländischen Schulmuseen », de Max Hübner, a qual, conforme informação localizada na fonte em tela, bem como em livro de Ángel García del Dujo (1985, p. 181), foi publicada em Breslau, na Alemanha, em 1906. Max Hübner, que teria exercido a função de diretor do Museu de Breslau, fundado na Alemanha em 1891, enviou exemplares10 do volumoso tomo de 400 páginas, escrito em alemão, para o Museo Pedagógico do Uruguai (Memoria Descriptiva... Montevideo, 26 de diciembre de 1906, p. 14). Em correspondência de 9 de março de 1907, Gómez Ruano informa Ferdinand Hirt, de Breslau, sobre o envio, através do Banco Español del Rio de la Plata, de ordem para pagamento de 39 marcos referente aos 12 volumes da obra de Max Hübner recebidos pela instituição uruguaia. O apoio à elaboração desta obra, a compra de exemplares e sua divulgação estão entre as estratégias acionadas por Gómez Ruano para dar visibilidade ao Museo. Vejamos um exemplo de como ele utiliza a obra de Max Hübner:

Todos los países de Europa y Norte América están representados en el libro [a obra de Max Hübner] por los museos que en cada uno de ellos existe. La América del Sud solo está representada por el Museo Pedagógico de Montevideo, el de Bueno Aires y el del Brasil. El Japón tiene también su capítulo dedicado al notable Museo de Tokio.

El autor del libro dedica varias páginas a cada Museo; al de Buenos Aires dedica tres, cuatro al del Brasil y ocho al de Montevideo, lo que claramente indica el interés que le ha merecido nuestra Institución nacional y la importancia que le acuerda pues de los Museos europeos pocos son los que están tratados con tanta extensión como el nuestro. (Memoria Descriptiva... Montevideo, 26 de diciembre de 1906, p. 15)

Considerações finais

Num primeiro olhar desponta, através do Museo y Biblioteca Pedagógicos, a ênfase em um caráter mais científico com o qual se pretendia dotar a educação primária uruguaia. Identifica-se também que a biblioteca e o museu desempenhavam funções específicas e que, além da busca de modelos de excelência a seguir, procurava-se construir uma identidade nacional a ser propagada com o apoio do acervo do museu.

Destaca-se também a conexão com o setor industrial e comercial, o enlaçamento de ações do Museo com este setor e as ações empreendidas. Não menos importante é o papel de popularização da ciência, especialmente no que se refere à sua aplicabilidade prática. De maneira ilustrativa citamos o desenvolvimento de experimentos, na “Sección de Higiene Escolar”, de sistemas de lâmpadas e iluminação a gás, que recebeu apoio da Compañia del Gas de Montevideo por meio do fornecimento gratuito de aparatos para demonstração. A intenção era apresentar tal experimento na Exposición Internacional de Higiene, realizada em Montevideo, na qual o Museo y Biblioteca Pedagógicos foi condecorado com medalha. (Memória Descriptiva .... Montevideo, 19 de enero de 1907, s.n.p.)

Neste quadro é possível interpretar o Museo como um aparato educativo-cultural e também comercial. Em passagem localizada nas Memórias do Museo de 1900, o relator afirma que as generosas doações recebidas teriam sido feitas por

personas que tienen el convencimiento de que esta Institución es una exposición permanente de sumo valor para los intereses comerciales de todos los que envían, con el objeto de ser exhibidos en ella, los artículos que tengan relación inmediata con la escuela primaria y con profesorado.

Esto explica que la correspondencia haya tenido que ser activa, como lo comprueba el simple resumen siguiente.

Notas y cartas enviadas ......... 324

Notas y cartas recibidas ......... 269.

(Memoria Descriptiva ....... Montevideo. 19 de marzo de 1901, p. 2)

Se por um lado o percurso de investigação que resultou no presente artigo revela claramente que Gómez Ruano mantinha relação com casas comerciais, especialmente as europeias, com destaque para a Maison Deyrolle, por outro, para “discutir” o projeto e as questões dos Museus Pedagógicos, ele o fazia com pares latino-americanos. Tal estratégia merece novas investigações.

Referências

ESCOLANO BENITO, Agustín (1985). Presentación. In.: GARCÍA del DUJO, Angel. Museo Pedagógico Nacional (1882-1941): Teoría educativa y desarrollo histórico (pp. 11-12). Salamanca / Espanha: Ediciones Universidad de Salamanca. Instituto de Ciencias de la Educación. [ Links ]

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1Trabalho articulado ao Projeto de Pesquisa “Objetos da Escola: Por uma história material da experiência escolar (1880-1920)” (UDESC/CNPq/FAPESC). Revisão dos originais de Fernando Coelho - zeffiretto@gmail.com.

2Atualmente as duas instituições, Museu e Biblioteca, funcionam administrativamente separadas, ainda que compartilhem o mesmo edifício; a primeira com o nome “Museu Pedagogico José Pedro Varela”, e a segunda “Biblioteca Pedagógica Central Mtro. Sebastián Morey Otero”.

3Por tratar-se de referência muito longa optamos por abreviá-la no corpo do texto com o uso de reticências; a forma completa encontra-se ao final.

4Na nota de rodapé (de número 39) que acompanha esta análise o autor informa que “Son varias las obras en las que Cossío denuncia este defecto” e indica a consulta de “El maestro, la escuela y el material de enseñanza”, obra escrita por Cossío (Madrid, R. Rojas, 1906).

5Em outros trabalhos reproduzimos este quadro a partir do texto de Kazumi Munakata e Katya M. Z. Braghini, intitulado “Fontes para a história da educação dos sentidos, numa abordagem transnacional” (2014), citado nas referências. Para o presente texto tivemos acesso ao livro de Ángel García del Dujo, localizado na Biblioteca da Faculdade de Educação da Universidade de Ilhas Baleares, na Espanha, o que permitiu ajustes de grafia e datas. Também fomos à fonte indicada por García del Dujo, qual seja, o verbete Musées Pédagogiques de autoria de Maurice Pellisson, que integra o Nouveau dictionnaire de pédagogie et d’Instruction Primaire, organizado por Ferdinand Buisson (Paris: Librairie Hachette et Cie, 1911, pp. 1367-1376). Consultamos a versão impressa do Dicionário, disponível na Biblioteca Pedagógica Central Mtro. Sebastián Morey Otero, que funciona no mesmo edifício que abriga o Museu Pedagógico José Pedro Varela, em Montevidéu, além da versão disponível on-line disponível no endereço http://www.inrp.fr/edition-electronique/lodel/dictionnaire-ferdinand-buisson/document.php?id=3241.

6Segundo nota do autor este quadro tem como fonte a obra “Die ausländischen Schulmuseen”, de Max Hübner (Alemania: Breslau, 1906. Recogido por M. Pellisson, « Musées Pédagogiques », en F. Buisson, Nouveau dictionnaire de pédagogie et d’Instruction Primaire. Paris: Librairie Hachette et Cie, 1911, pp. 1367-1376.). García del Dujo adverte que, comparando-se os dados deste quadro com os de outras fontes, existem algumas variações no tocante a datas, o que poderia ser atribuído ao fato de alguns registrarem a data de criação e outros a data de início de funcionamento (García del Dujo, 1985, p. 181).

7Fonte: Memoria Descriptiva del Museo y Biblioteca Pedagógicos. Montevideo, 17 de mayo de 1901, pp. 2-7. Carpeta nº 47. Caja 42.

8Referência às normalistas residentes no piso superior do complexo que abrigava também o Museo y Biblioteca e a Escola Normal.

9Ainda que na maioria das vezes estes possam ser traduzidos como catálogos de produtos fabricados por industrias, observa-se também o recebimento de catálogos de instituições.

10Há indicação de que Gómez Ruano enviara um exemplar para o Ministerio de Fomento do Uruguai, acompanhando a Memoria do Museo y Biblioteca Pedagógicos de 1906.

Recebido: 09 de Setembro de 2021; Aceito: 11 de Novembro de 2021

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