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Cadernos de História da Educação

On-line version ISSN 1982-7806

Cad. Hist. Educ. vol.21  Uberlândia  2022  Epub Sep 13, 2022

https://doi.org/10.14393/che-v21-2022-133 

Artigos

“School memories between Social Perception and Collective Representation”. Um projeto de pesquisa inovador e com vocação internacional1

“School memories between Social Perception and Collective Representation”. Un proyecto de investigación innovador con vocación internacional

1Università degli Studi di Macerata (Itália). Roberto.sani@unimc.it

2Università degli Studi di Macerata (Itália). Juri.meda@unimc.it


Resumo

Este artigo descreve a atividade promovida entre 2019 e 2021 na unidade de pesquisa local relacionada ao projeto de pesquisa “School Memories between Social Perception and Collective Representation (Italy, 1861-2001)”, que se propõe estudar a memória escolar como prática individual, coletiva e publica de reevocação de um passado comum escolar através da realização do portal www.memoriscolastica.it e de oito repertórios eletrônicos relativos as várias formas desta memória. O projeto apostou na divulgação dos resultados da pesquisa cientifica com o público não especialista e a experimentar novas formas de comunicação cientifica, acessível gratuitamente online, na perspectiva de cumprir com a open Science policy do novo programa da União Europeia para pesquisa e inovação entre 2021 - 2027.

Palavras-chave: História da Educação; Memória Escolar; Bancos de Dados; Ciência Aberta; Itália

Resumen

Este artículo describe la actividad impulsada entre 2019 y 2021 por las unidades de investigación relacionadas con el proyecto de investigación “Memorias escolares entre la percepción social y la representación colectiva (Italia, 1861-2001)”, que se propone estudiar la memoria escolar como práctica individual, colectiva y publica de reevocar un pasado escolar común a través de la creación del portal www.memoriscolastica.it y ocho repertorios electrónicos relacionados con las diversas formas de esta memoria. El proyecto se centró en difundir los resultados de la investigación científica a un público no especializado y experimentar con nuevas formas de comunicación científica, accesibles de forma gratuita en línea, con el fin de cumplir con la política de ciencia abierta del Horizon Europe Framework Programme for Research and Innovation 2021-2027.

Palabras-clave: Historia de la Educación; Memoria Escolar; Bases de Datos; Ciencia Abierta; Italia

Abstract

This article describes the activity promoted between 2019 and 2021 by the research units related to the research project “School Memories between Social Perception and Collective Representation (Italy, 1861-2001)”, which proposes to study school memory as an individual, collective and public practice of re-evoking a common school past through the creation of the www.memoriscolastica.it portal and eight databases relating to the various forms of this memory. The project focused on disseminating the results of scientific research to a general public and experimenting with new forms of scientific communication, free online accessible, in order to complying with the open science policy of the Horizon Europe Framework Programme for Research and Innovation 2021-2027.

Keywords: History of Education; School Memory; Databases; Open Science; Italy

1. Projeto de pesquisa “School Memories between Social Perception and Collective Representation (Italy, 1861 - 2001)”

O projeto de pesquisa “School Memories between Social Percepction and Collective Representation (Italy, 1861-2001)”2 - iniciado oficialmente com o I Seminário Nacional “Le forme della memoria scolastica: prospettive euristiche e indicazioni metodologiche” ocorrido em Macerata entre 27 e 28 de junho de 2019 - dedicou sua atenção sobre a memória da escola, o entendimento como prática individual, coletiva e pública de evocação de um passado comum escolar. A memória da escola constitui uma categoria interpretativa recentemente introduzida na reflexão historiográfica de âmbito histórico-educativo a nível internacional, tanto em países ibero-americanos quanto no mundo anglo-saxão, e começou a se afirmar na Itália, grande parte graças aos estudos conduzidos neste último quinquênio pelos estudiosos que aderiram a este projeto.

Nesta nova tipologia de fonte e a partir desta base de uma aproximação metodológica de caráter necessariamente interdisciplinar, entre 2019 e 2021, a unidade e subunidade de pesquisa que colaboraram a este projeto3 questionaram tanto o modelo de escola, ensinamento, aprendizado, também a escolaridade emergente como parte da memória individual, quanto a representação que este modelo esteve proposto - durante os últimos dois séculos - do mundo de informação e da comunicação e da indústria cultural. Não obstante, tentamos focalizar em qual memória da escola e do ensinamento foi elaborada no âmbito da representação oficial e da comemoração pública promovida nas instituições locais e nacionais em base a uma política especifica da memória, e um uso público do passado finalizado, e como foi adquirido o consenso e que reforçou o sentimento de pertencimento a uma determinada comunidade.

Nesta perspectiva, o projeto de pesquisa se propôs a delinear a evolução da percepção coletiva do papel e da finalidade da instrução entre 1861 e 2001, assim como de colocar em evidência as mudanças que os dados revelavam - neste recorte de tempo - nesta percepção do status social dos educadores e da função pública destes exercida nas escolas de cada ordem e grau. Estudar a modalidade de representação simbólica e coletiva da escola e da educação durante este período, na verdade, no lugar de reconstruir a dimensão cultural deste fenômeno histórico, podemos definir consentir de definir a origem de algumas hipotecas ainda pendentes hoje dentro da imagem pública da escola e tentamos restituir a todos os atores da instrução pública o saber de si e do seu próprio papel.

Por esta razão - também na ótica do public engagement sempre é mais praticado da instituição universitária pela transferência de resultados da pesquisa cientifica e tecnológica à sociedade civil - este projeto não se dedicou apenas a geração mais distante do conhecimento científico no âmbito histórico-educativo através da produção de estudos e da publicação de ensaios e artigos4, bem como a socialização dos principais resultados desta pesquisa através da realização de um portal web dedicado a memória escolar que está disponível corpora qualificados de fontes a um público mais amplos do que somente os historiadores da educação5, a promoção especifica da iniciativa de divulgação histórica seguindo o modelo da public history anglossassone6 - também em colaboração com quatro museus da escola presentes em outras universidades pertencentes ao PRIN7 - e a realização especifica do percurso didático em torno da escola de cada ordem e grau, que sofreu desacelerações inevitáveis devido à explosão em fevereiro de 2020 da emergência pandêmica ainda em andamento.

A criação do portal www.memoriascolastica.it dedicado a memória escolar responde a exigência de divulgação dos resultados científicos do projeto. Quanto a isso, o portal foi articulado em três seções: aquela relativa a memória escolar individual, que consiste na representação divulgação de ex-professores e ex-alunos através da testemunha oral, os diários, as autobiografias e a memorialística em geral; aquela que atenta a memória escolar coletiva, que consiste na representação que a escola e os professores ofereceram à indústria cultural e ao mundo da informação; e, por fim, aquela concernente a memória escolar pública em base a uma política específica. Cada seção é conectada ao repertório eletrônico relativo as várias formas de memória: da seção relativa a memória escolar individual se vê um repertório inerente ao testemunho oral, os diários e as autobiografias dos educadores e professores; aquelas relativas a memória escolar coletiva são àquelas referentes a obras literárias, obras de arte, ilustrações, cinema e transmissões televisivas; e por fim, aquela relativa a memória escolar pública está relacionada a condecorações e homenagens, mas também placas, bustos, monumentos, selos e moedas.

Além disso, tem aqueles que contribuíram publicando o em processo de publicação em revistas cientificas nacionais e internacionais e ao participando de coletâneas literárias, com isso o avanço contínuo das questões promovidas no âmbito do projeto de pesquisa é testemunhado pelos trabalhos apresentados no curso dos cinco seminários nacionais organizados entre 2019 e 2021 nas várias unidades de pesquisa locais8. Os resultados dos questionamentos conduzidos, enfim, foram apresentados oficialmente no curso da Conferência Científica Internacional “The School and Its Many Pasts. School Memories between Social Perception and Collective Representation”9, que será realizado em Macerata entre 12 e 15 de dezembro de 2022, do qual pretende - com o patrocínio institucional de ISCHE e de oito sociedade cientificas nacionais de História da educação em outros países10 e a participação de 120 palestrantes provenientes de outros vinte países11 - promover um amplo debate metodológico e historiográfico sobre a problemática concernentes ao estudo da memória escolar e, contemporaneamente, de iniciar uma reflexão orgânica em chave comparativa sobre a mesma questão.

2. A premissa do projeto de pesquisa

O projeto de pesquisa se baseou e se sustentou em algumas experiências anteriores. Ao ponto de vista historiográfico, se inseriu na trajetória da Conferência internacional “School Memories. New Trends in Historical Research into Education: Heuristic Perspectives and Methogological Issues” (Sevilha, 22-23 setembro 2015)12, organizado na Universidade de Sevilha em colaboração com o Centro Internacional de la Cultura Escolar (CEINCE), il Centro de Estudios sobre la Memoria Educativa (CEME) da Universidade de Múrcia e o Centro di documentazione e ricerca sulla storia del libro scolastico e della letteratura per l’infanzia (CESCO) da Università degli Studi di Macerata. Já naquela ocasião, na verdade, uma significativa representação histórica da educação proveniente de todas as partes do mundo que se reuniram para elaborar os fundamentos epistemológicos da reflexão historiográfica referente a memória da escola - do qual Agustín Escolano, Antonio Viñao e Pierre Caspard se tornaram pioneiros neste trabalho na última década - e elaboramos uma primeira reflexão sistemática sobre o tema, definindo algumas coordenadas teóricas gerais, fornecendo critérios metodológicos e sugerindo possíveis encontros interdisciplinares com a antropologia da educação e a sociologia dos processos culturais13.

Esta importante experiência possibilitou o grupo de pesquisa de Macerata a promover o número monográfico Memories and Public Celebrations of Education in Contemporary Times14, publicado em 2019 na revista “History of Education & Children’s Literature”, do qual foi dedicado às múltiplas formas de memória da escola elaboradas no âmbito da representação oficial e da comemoração pública promovida da instituição pública local e nacional sobre a base de um “uso público do passado”, em que foi finalizado e adquirido o consenso e foi reforçado o sentimento de pertencimento a uma determinada comunidade, assim como em que explorar a dinâmica social e cultural dos professores e da atividade didática promovida, como também, a comemoração dos pedagogos e de sua revolução teórica, e assim, uma celebração em que a escola e a educação se tornam parte da memória e da identidade coletiva.

Saindo assim de um mero âmbito historiográfico, outras iniciativas cientificas precedentes podem ajudar a delinear as origens conceituais deste projeto de pesquisa. A primeira - em ordem de tempo - e o banco de dados EDISCO, realizado no âmbito do projeto de pesquisa PRIN coordenado por Giorgio Chiosso, que se propõe de registrar os livros para a escola e instrução publicados na Itália entre o século XIX e XX15, seguido o Cataologo cumulativo nacional FISQED, nascido no âmbito da atividade de recuperar, reordenar e catalogar o fundo “Materiali Scolastici” do Arquivo Histórico do Instituto Nacional de Documentação pela Inovação e Pesquisa Educativa (INDIRE) de Firenze conduzida entre 2003 e 2007, que promoveram a realização do software FISQED e a adoção do mesmo para a catalogação dos cadernos escolares conservados nos arquivos pertencentes a Rede documental nacional FISQED16. Neste projeto surgiu após o projeto europeu “History On Line”, financiado pela União Europeia no quadro do programa LLP/Erasmus e realizado entre julho 2007 e dezembro 2009, que levou a construção de um portal web de uma série de bancos de dados, entre elas aqueles referentes a legislação escolar relativa aos livros editados pela Unidade de Pesquisa de Macerata, que foram perdidos após a perda da renovação do domínio pela parte da empresa de informática que responsável pela manutenção do portal17. Este projeto foi seguido pelo projeto de pesquisa PRIN relativo à realização de um dicionário biográfico dos educadores, filantrópicos, pedagogos, homens da escola e escritores pela infância italiana ativos entre os séculos XIX e XX, promovido de um grupo universitário italiano da Universidade de Torino e Macerata e incluso em 2010 ao financiamento do Ministério da Instrução, Universidade e Pesquisa. O aprofundamento da investigação arquivística foi conduzido por uma centena de estudiosos e pesquisadores dos quais realizaram aproximadamente dois mil perfis biográficos, reunidos em dois importantes volumes18, que foram depositados no banco de dados DBE, hoje disponíveis online19.

Estas experiências - em continuidade com as passadas - foram constituídos essencialmente por um ponto de referência, em que o contexto do projeto de pesquisa PRIN atualmente em desenvolvimento pode prosseguir com a realização de oito repertórios eletrônicos relativos às várias formas da memória escolar, perfeitamente integrados entre eles. Não é por acaso, portanto, que o banco de dados referente “Memorie pubbliche della scuola” (coordenada da unidade de pesquisa da Università degli Studi di Macerata) e aquela “Onorificenze conferite a esponenti e istituzioni del mondo della scuola e dell’educazione” (coordenada da subunidade de pesquisa da Università degli Studi del Molise) estão disponíveis na interface de banco de dados DBE que com base num acordo específico com a Editora Bibliográfica de Milão, de modo de possibilitar o diálogo entre os bancos de dados realizados no âmbito de dois projetos de pesquisa PRIN interligados entre eles.

3. Uma nova ideia de comunicação cientifica

Vimos brevemente como algumas experiências importantes, anteriormente conduzidas pelos membros da equipe deste projeto de pesquisa, já contribuíram para sentirmos imediatamente a necessidade de socializar os resultados da pesquisa promovemos, juntando os tradicionais canais da comunicação cientifica (contribuindo em livros e revistas, relacionados à Conferência etc.) e outros mais inovadores, baseados na digitalização dos conteúdos, com o objetivo de atrair um público mais amplo daquele que são adeptos a este trabalho. Outro elemento foi sucessivamente confirmado como se fosse a perspectiva correlata é a de enquadrar o projeto de pesquisa e disseminação dos seus resultados. O primeiro destes elementos foi a publicação de um artigo no PRIN 2017, chamado “Open Access”, que pretendia que a unidade de pesquisa local garantisse “o acesso gratuito e online (pelo menos na modalidade green acess)20 dos resultados obtidos e do conteúdo da pesquisa deveriam ser publicados peer-reviewed no âmbito do projeto previsto pelo art. 4, paragrafo 2 e 2bis, do decreto lei 8 de agosto de 2013, n. 91”21, do qual foi estabelecido que o objeto público proposto seja na entrega ou na gestão do financiamento da pesquisa cientifica terão que adotar “na sua autonomia, as medidas necessárias para que haja a promoção do acesso aberto dos resultados da pesquisa financiada por uma quota igual ou superior a 50 porcento de fundos públicos”22. Este dado é fundamental, do qual não foi possível ignorar, pois obrigou aqueles que participavam do projeto a se questionar sobre qual era o melhor método e mais oportuno para responder às exigências, assim, realizando um plano orgânico de publicação digital e aberta dos conteúdos da pesquisa quem não fosse necessário dividir o conteúdo e publicá-lo em outros instrumentos já disponíveis, embora não necessariamente de natureza científica.

Os vínculos impostos pela proposta, todavia, não eram os únicos elementos que direcionavam. Nos últimos anos, na verdade, em âmbitos acadêmico, se iniciou um caminho - como reação do processo de hiperespecialização do conhecimento científico, na autorreferencia e autorreclusão, induzidos nas aplicações critérios de valorização da produtividade cientifica acadêmica sempre muito míope e pressionados23 - a consciência de que o verdadeiro impacto da pesquisa cientifica é possível apenas através da adoção de um novo paradigma de mediação, que recuperam o papel publico da intelectualidade. Este novo paradigma é representado pela “comunicação cientifica pública” (CSP) que - se diferencia da comunicação interna entre os membros da comunidade cientifica - é aquele tipo de comunicação que acontece entre os especialistas e os não especialistas, entre os criadores e os usuários do conhecimento, e consiste em uma divulgação cientifica de alta qualidade, capaz de mediar o conteúdo do conhecimento para um público em geral, na tentativa de distinguir a perigosa degeneração da pseudo-popularização cientifica que nos últimos anos alcançou o topo dos trending topic nas social network e infiltrado no tecido social, disseminando equívocos e estereótipos e aumentando o ceticismo individual nos confrontos da ciência, como denunciado recentemente no 55º relatório anual do Centro Studi Investimenti Sociali (CENSIS) sobre a situação social italiana24.

A difusão dos meios de comunicação em massa, sempre mais adentrados na sociedade, implicou que os resultados da pesquisa cientificas devam ser comunicados eficientemente através da televisão, rádio, na world wide web e nas social media dos quais - todavia - é necessário utilizar técnicas diferentes daquelas usadas nas publicações cientificas, afim de capturar e manter a atenção dos interlocutores que, de outra forma, cairão nas falácias dos charlatões que dominam perfeitamente as técnicas, difundindo conteúdos ultrapassados ou nocivos. A natureza pública do financiamento concedido a nível nacional e/ou comunitário para o sustento da pesquisa cientifica universitária, no entanto, implicava na necessidade de produzir bens de utilidade pública, como o conhecimento, que não deve ser exclusivo à comunidade científica que o gerou, nem das editoras que o difundiram, mas pertence à comunidade como um todo, a fim de garantir seu desenvolvimento social e progresso cultural.

Não por acaso, em 2021 a Comissão Europeia reafirmou a iniciativa de open Science policy já adotada em Horizon 2020, que dentro do novo programa da União Europeia para pesquisa e inovação pelo período 2021-2027 (Horizon Europe) a fim de compartilhar o conhecimento de forma aberta e transparente desde a primeira fase do processo de pesquisa cientifica, garantindo a reutilização publica dos dados e dos produtos de pesquisa e incentivar a acessibilidade pública e a transparência da comunicação científica25. Paralelamente a isso, a Comissão Europeia entende que - por um lado - a promoção da adoção de prática de open Science e de Citizen Science, este último como atividade cientifica participativa conduzida pelos membros da sociedade civil em colaboração com ou sob o direcionamento dos cientistas profissionais e a instituição cientifica, também através na promoção da pesquisa e inovação responsável26, e - também - desenvolver os novos indicadores para a avaliação da qualidade da pesquisa cientifica e recompensar os pesquisadores mais sensíveis a estas práticas inovadoras. Assim, cada vez mais, aqueles que usufruirão do fundo europeu para pesquisa deverão ser open by mandate, isso é, terão que difundir as próprias publicações em uma modalidade open access27. A disponibilidade de um artigo específico sobre este ponto dentro do PRIN 2017, todavia, como já explanamos, demonstra claramente como tal orientação já foi incorporada nas instituições nacionais, das quais nos próximos anos se dedicarão mais para este critério. Em tal direção, à luz do que já foi tratado, consideramos também o declínio progressivo do financiamento publico concedido a pesquisa e em particular aquele em âmbito humanístico a nível nacional (como vimos recentemente aos projetos aprovados no âmbito PRIN 202028) e como resultado da necessidade de direcionar mais fundos a disposição à linhas de financiamento ativos a nível comunitário, do qual se revela um movimento estratégico preenchendo um esforço de cumprir este critério.

4. O software Mnemosine e os bancos de dados sobre a memória escolar

Neste sentido, nos primeiros dois anos do projeto de pesquisa trabalhamos para a projeção e realização do software para a catalogação da forma de memória descrita ao interior daqueles oito bancos de dados, estabelecendo uma ligação rigorosa entre a Comissão pelo projeto e implementação dos bancos de dados - que eram representados por cada unidade de pesquisa local29 - e os desenvolvedores da empresa informática Elicos s.r.l., encarregada para realização do portal e dos bancos de dados. A comissão para planejamento e implementação dos bancos de dados elaborou um primeiro esboço de ontologia formal de cartões de entradas com dados relativos a cada banco de dados, consistentes a uma estrutura de dados hierárquica contendo todos os campos descritivos relevantes, a taxonomia associada a estes, e a relação existente entre eles, as regras, os axiomas e os vínculos específicos. Logicamente, cada cartão de entrada dos dados foi desenvolvido em base das características especificas da forma de memória que foi descrita, e eram extremamente diversificadas e dotadas de peculiaridades únicas, este intervalo - como já frisamos - dos testemunhos orais, os diários, autobiografias, obras literárias, obras de arte, filmes e transmissões televisivas, mas também as decorações, homenagens, placas, bustos, monumentos, selos e moedas. Os materiais eram heterogêneos, para descrevê-los, não foi nada fácil, identificar o "mínimo múltiplo comum" descritivo capaz de garantir a uniformidade do sistema como um todo.

Uma vez elaborada, o primeiro esboço foi entregue a empresa de informática Elicos s.r.l. para o desenvolvimento do software através do qual podemos inserir os dados uteis e implementar as fichas de catalogação. O software - chamado Mnemosine, a titanida que na cultura grega representava a personificação da memória e deu à luz as nove musas - foi desenvolvido com a base de CMS open source Drupal 9.1.9, do qual garante (em comparação ao Squarespace e WordPress) melhor desempenho em termos de versatilidade e customização, oferece maiores garantias em termos de segurança, além de já contar com uma difusão justa no ambiente universitário.

A Comissão para idealização e implementação do banco de dados iniciou a elaborar as ferramentas de acompanhamento essenciais para a aprovação correta do conteúdo do ponto de vista descritivo e de indexação: os manuais para compilar dos oito bancos de dados, um vade-mécum para ser útil o uso de imagens com especial referência à legislação sobre a proteção de direitos autorais30, um thesaurus de mais de 600 entradas identificados pelas marcações temáticas incluídas nas fichas catalográficas, um protocolo de nomenclatura pela composição na identificação pelo nome, pelas normas editoriais e pelo referimento bibliográfico e arquivístico e as informações sobre o tratamento dos dados pessoais.

O software Mnemosine, que permite a descrição física e a indicação semântica das várias formas de memória escolar acima mencionado, foi publicado pela Elicos s.r.l. com o suporte rígido (cd-rom) em 17 de maio de 2021 e foi registrado em 10 de junho de 2021 no registro público especial de programas de computador, editados pela sessão OLAF da Sociedade Italiana dos Autores e Editores (SIAE)31. Salientamos que essa operação permitiu que os criadores do software registrassem uma patente em nome próprio, o que representa uma novidade absoluta entre os produtos de pesquisa realizados no contexto de projetos de pesquisa em humanidades e mais ainda àqueles referentes a pesquisas históricas.

O software e os instrumentos que acompanham foram apresentados aos compiladores individuais da unidade de pesquisa local e inseridos nas fichas catalográficas dentro do banco de dados como parte do curso de treinamento “O software Mnemosine. Usuários, funcionalidade e casos de uso”, organizado pela Elicos s.r.l. em 18 junho 2021 na modalidade via plataforma Skype. Durante o curso foram apresentadas as seções temáticas do portal www.memoriascolastica.it32 e as suas principais funcionalidades e foram compiladas nas fichas de emissão de dados, carregamento das fichas catalográficas e as publicações no respectivo banco de dados. O curso foi continuado com um teste prático de compilação e inserimento das fichas catalográficas ao interno do banco de dados e com a simulação de alguns casos específicos assinalados pelos usuários. A finalização do curso determinou o início da fase de catalogação das várias formas de memória escolar no interno do banco de dados, que continuou nos meses seguintes. A primeira parte das fichas catalográficas - em quantidades variáveis ​​de acordo com o banco de dados de referência - foram publicados entre os meses de setembro e outubro 2021 em vista do quinto Seminário Nacional PRIN “Apresentação oficial do banco de dados sobre a memória escolar”, desenvolvido em presença conforme as normas de distanciamento social em vigor por causa da pandemia e foi realizado no Dipartimento di Scienze della Formazione da Università degli Studi Roma Ter em 5 novembro 2021.

Nos meses em que os autores das fichas catalográficas estavam dedicados as suas próprias pesquisas - sem contar as numerosas restrições impostas a consulta de materiais arquivísticos e bibliográficos por causa da pandemia - e os compiladores continuaram a fazer o upload dos resultados dos seus trabalhos no banco de dados, a Comissão para o projeto e implementação do banco de dados começou a trabalhar - em colaboração com a empresa de informática Elicos s.r.l. - para a projeção e realização de um sistema de questionamento transversais entre os bancos de dados para serem publicados na homepage, no sistema de questionamentos específicos para cada banco de dados, de uma série de filtros de pesquisa com a interface com um sistema de indicação geográfica, cronológica e temática do conteúdo e do layout de visualização das fichas catalográficas de cada banco de dados, seguindo cada especificidade deles. Este trabalho finalmente foi completo e publicado online - sempre em vista do seminário romano de novembro de 2021 - foram oito bancos de dados realizados no âmbito do projeto33:

  • Memoria educativa em vídeos, dirigido por Gianfranco Bandini e administrado pela unidade de pesquisa da Università degli Studi di Firenze: um repertório eletrônico de vídeo com testemunhos de professores, estudantes, educadores, diretores didáticos e inspetores escolares, mas também de outros operadores da escola e da educação.

  • Banco de dados da obra literária dos diários publicados pela escola, dirigidos por Carmela Covato e administrado pela unidade de pesquisa da Università degli Studi Roma Ter: um repertório eletrônico das principais e mais significativas fontes literárias em que é possível rastrear a narração da realidade escolar, dos estudantes, professores e do cotidiano escolar.

  • Banco de dados de diários de escola e das autobiografias, dirigido por Francesca Borruso, e administrado na unidade de pesquisa da Università degli Studi Roma Ter em colaboração com a subunidade de pesquisa da Università degli Studi di Torino: um repertório eletrônico de diários de escolas inéditos e autobiográficos inéditos redigidos por professores e relacionados a experiencia educativa e do ensino realizado na escola pública e privada;

  • Banco de dados da ilustração sobre a escola, dirigido por Chiara Lepri e administrada da unidade de pesquisa da Universitá degli Studi Roma Ter: um repertório eletrônico de ilustrações relativas a vida escolar presente na publicação sobre infância e adolescência.

  • Banco de dados de obras de arte sobre a escola, dirigido por Lorenzo Cantatore e administrado da unidade de pesquisa da Università degli Studi Roma Ter: um repertório de obras de arte disponíveis inspiradas no mundo escolar;

  • Banco de dados audiovisuais sobre a escola e sobre os professores, dirigido por Paolo Alfieri e administrado da unidade de pesquisa da Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano, em colaboração com a subunidade de pesquisa da Università degli Studi di Padova; um repertório eletrônico audiovisual sobre objeto da escola e/ou sobre os professores produzidos e distribuídos na Itália durante o século XX.

  • Bancos de dados das honras conferidas aos expoentes e instituições do mundo da escola e da educação, dirigida por Alberto Barausse e administrada na subunidade de pesquisa da Università degli Studi del Molise e della Basilicata: um repertório eletrônico de medalhas, decorações, diplomas e honras escolares concedidas pelas instituições publicas nacionais e locais e da instituição privada aos professores da escola italiana de cada ordem e grau, e também, aos dirigentes e funcionários da administração escolar e municipal;

  • Banco de dados da memória pública da escola, dirigida por Roberto Sani e Juri Meda e administrada da unidade de pesquisa da Università degli Studi di Macerata: um repertório eletrônico das várias formas da memória pública (as lápides, os monumentos, selos postais, moedas) relativas aos educadores e professores na escola italiana de cada ordem e grau, mas também pedagogos e funcionários da administração escolar central e periférica34.

5. Os bancos de dados: um novo instrumento de comunicação cientifica?

Os bancos de dados constituem o coração deste projeto de pesquisa, não apenas como coleta de uma quantidade relevante de dados (no momento existem 536 fichas catalográficas e 436 fichas biográficas35) e tornando-os pesquisáveis e comparáveis, mostrando as possibilidades de interação entre as diversas formas de memória escolar, sejam o individual ou coletivo, mas também contribuíram a disseminar eficientemente os resultados da pesquisa com o público de não especialistas, que anteriormente o alcance estaria prejudicado. Se por um lado, todavia, os bancos de dados são um instrumento eficaz de socialização dos resultados de pesquisa, por outro, nos forçaram a questionar sobre quais são as maneiras de proteger os direitos autorais e impor que as fichas catalográficas sejam interpretadas como o produto de uma pesquisa em todos os aspectos, neste caso sejam relativos à produtividade cientifica certificada ao interno do sistema nacional de gestão de dados de pesquisa cientifica IRIS/AIR. Convencidos que fosse necessário ambas as exigências, temos procurado tornar o banco de dados um instrumento de publicação para todos os efeitos, que ele seja equivalente a um e-book e a uma revista eletrônica.

As primeiras pesquisas realizadas sobre o assunto deixaram claro de imediato como - apesar do grande passo realizado adiante nos últimos anos sobre o tema do reconhecimento da validade cientifica de publicações open access - ainda se tem muito o que fazer e como, e até mesmo no âmbito biblioteconômico, persiste uma profunda incerteza sobre o tratamento de algumas formas de comunicação cientificas não convencionais, com consequentes disparidades e desvalorizações injustas, baseadas mais sobre concordâncias “cegas” a um paradigma cultural antiquado que não sobre princípios normativos sólidos.

Com base a uma investigação aprofundada, se concordou em fornecer para as fichas catalográficas um código DOI (Digital Object Identifier), a fim de consentir identificações unívocas ao interno da rede dos seus respectivos metadados, e ao banco de dados um código ISSN (International Standard Serial Number), que configurou a todos os efeitos de seriés digitais on-line. Por este motivo, Elicos s.rl. se colocou em contato com a Agenzia Europea di Registrazione del DOI (mEDRA) para a aquisição de uma quantidade determinada de códigos DOI - calculado em cada unidade de pesquisa local sobre a base de um número total de fichas catalográficas que eram previstas de serem inseridas ao banco de dados - e procederam com a implementação de um sistema de atribuição automático dos mesmos códigos das fichas catalográficas. Neste meio tempo, a comissão para o projeto e implementação deste banco de dados esteve em contato com o Centro Italiano ISSN localizado na Biblioteca Central do Consiglio Nazionale dele Ricerche em Roma para se informar sobre os requisitos gerais necessários a fim de atribuir um código ISSN a um banco de dados, eventualmente prevista na normativa, mas ainda pouco difundida. Fomos informados que o código ISSN poderia identificar publicações seriais online somente quando o conteúdo intelectual fosse tratado editorialmente em que fossem indicados claramente um título identificativo do serial, o lugar de publicação (com endereço postal completo), com a denominação dos editores, com a denominação dos responsáveis intelectuais, com a data de publicação e a periodicidade, ou a regularidade de atualização, ou até mesmo a indicação da numeração em sequência, ou datação progressiva de cada publicação36. A natureza cientifica desta publicação serial online foi certificada pela presença de um comitê de avaliação, composta por especialistas de renome, capaz de assegurar o procedimento de peer review dos conteúdos nela publicados.

Sobre a base de indicadores recebida, a unidade de pesquisa local estipulou acordos específicos com a university press para a publicação dos respectivos bancos de dados e no momento da realização da criação da interface de usuário dos bancos de dados (front-end) por parte da Elicos s.r.l. que inseriu todas as informações necessárias para o código ISSN37. As editoras universitárias (EUM, Educatt, Roma TrE-Press) se tornaram protagonistas deste processo, serem as responsáveis em divulgar os resultados de uma pesquisa cientifica conduzidas por projetos PRIN através de um banco de dados foi interpretada imediatamente como uma oportunidade inovadora de comunicação cientifica, realizada através de um instrumento completamente acessível em forma gratuita online.

A atribuição do código DOI às fichas catalográficas e de um código ISSN ao banco de dados, publicados pelas editoras universitárias tal como também às próprias universidades, permitiu realizar um verdadeiro repertório eletrônico dentro daquelas publicações e resultados de pesquisas conduzidos na modalidade open access, a respeito de quanto previsto - como já sublinhamos - no artigo 7 no projeto de pesquisa PRIN 2017. Neste ponto, todavia, o portal www.memoriascolastica.it e seus oito bancos de dados científicos iniciantes se tornaram uma verdadeira infraestrutura de pesquisa, enquanto - segundo a definição recentemente dada pela Comissão Europeia38 - possibilitaram a promoção de recursos e serviços (série de instrumentos, coletas de dados científicos, sistemas informativos, redes de comunicação etc.) a comunidade cientifica de referência para desenvolver atividades de pesquisa e inovação39, por exemplos no âmbito da instrução pública.

Por este motivo, a previsão de encerramento do projeto de pesquisas em fevereiro de 2023, durante a reunião do Conselho Diretivo do PRIN ocorrida em Roma a 5 novembro 2021 e dos coordenadores das unidades e subunidades de pesquisa locais foi discutido com unanimidade de subscrever um acordo-quadro que garanta a continuidade de tal infraestrutura de pesquisa, regulamentando-a, disciplinando-a com a repartição de cada responsável de gestão e manutenção ordinária e extraordinária e estabelecendo linhas condutoras para atualizações permanentes do banco de dados existente, a eventual adesão de novos membros e a realização de novos repertórios eletrônicos relativos a outras formas de memória escolar, também através da participação em chamadas futuras de financiamentos nacionais e comunitários em colaboração com pesquisadores e grupos de pesquisa estrangeiros interessados em trabalhar sobre os mesmos temas em perspectiva comparativa a nível internacional.

O financiamento do projeto de pesquisa português “Memórias resgatadas, identidades reconstruídas” (MRIR), coordenado por Ana Isabel Madeira e Justino Pereira de Magalhães (Universidade de Lisboa) e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português e cofinanciado pela European Regional Development Fund (ERDF), que será concluído em 30 de abril de 2022, e o recente projeto de pesquisa espanhol “Historia pública de la educación em España (1970-2020). Percepción social, memoria colectiva y construcción de imaginários sobre los docentes y sus prácticas”, coordenado por Francisca Comas Rubí e Xavier Motilla Salas (Universitat de les Illes Balears), que será concluído em 2025, mostram como a memória escolar pode constituir uma ocasião de um recomeço para história da educação, indispensável para sairmos do rígido limite heurístico que lhe são atribuídas e atrair financiamentos em um momento histórico do qual - como já frisamos - o sistema de financiamento público a pesquisa se mostra em apuros, arriscando o avanço dos estudos de inúmeras áreas disciplinares e, em particular, nas humanidades.

1Este trabalho é fruto de uma pesquisa comum entre os autores, as partes 1 e 2 são atribuídas a Roberto Sani, e as partes 3, 4, e 5 foram feitas por Juri Meda.

2O projeto de pesquisa de relevância e interesse nacional PRIN “School Memories between Social Perception and Collective Representation (Italy, 1861-2001)” (n. prot.: 2017STEF2S), com duração trienal, foi aprovado no Decreto do Diretor Geral pela coordenação, promoção e valorização da pesquisa do Ministério da Instrução, da Università e della Ricerca (D.D.) n. 226 de 12 de abri de 2019, e sucessivamente, foi incluído no financiamento do mesmo ministério com D. D. n. 984 de 21 de maio de 2019.

3O grupo de pesquisadores e jovens estudiosos que colaboraram ao PRIN “School Memories between Social Perception and Collective Representation (Italy, 1861 - 2001)” são: Roberto Sani (Università degli Studi di Macerata), «principal investigator». Unità di ricerca dell’Università degli Studi di Macerata: Anna Ascenzi, Edoardo Bressan, Marta Brunelli, Juri Meda, Elisabetta Patrizi, Luigiaurelio Pomante, Fabio Targhetta; membri aggregati: Alberto Barausse e Valeria Viola (Università degli Studi del Molise), Dorena Caroli e Mirella D’Ascenzo (Università degli Studi di Bologna), Michelina D’Alessio e Clelia Tomasco (Università degli Studi della Basilicata); Andrea Marrone (Università degli Studi di Cagliari), Sofia Montecchiani, Lucia Paciaroni e Valentino Minuto (Università degli Studi di Macerata). Unità di ricerca dell’Università degli Studi di Firenze: Gianfranco Bandini, Silvia Cantelli, Pietro Causarano, Monica Galfrè, Stefano Oliviero, Tiziana Serena; membri aggregati: Francesco Bellacci, Luca Bravi, Monica Dati, Chiara Naldi, Chiara Martinelli e Laerte Mulinacci (Università degli Studi di Firenze), Caterina Benelli (Università degli Studi di Messina). Unità di ricerca dell’Università degli Studi di Roma Tre: Carmela Covato, Susanna Barsotti, Francesca Borruso, Lorenzo Cantatore, Maura Di Giacinto, Chiara Lepri, Chiara Meta; membri aggregati: Milena Bernardi (Università degli Studi di Bologna), Lavinia Bianchi, Giulia Cappelletti, Giovanni Castagno, Simone Di Biasio, Teresa Gargano, Matteo Loconsole, Luca Silvestri, Valentina Vallecchi. Unità di ricerca dell’Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano: Paolo Alfieri, Renata Bressanelli, Anna Debè, Sabrina Fava, Carlotta Frigerio, Carla Ghizzoni, Cristina Gumirato; membri aggregati: Anna Antoniazzi (Università degli Studi di Genova), Annemarie Augschöll (Libera Università di Bolzano), Paolo Bianchini e Ilaria Mattioni e Maria Cristina Morandini (Università degli Studi di Torino), Carla Callegari, Marnie Campagnaro, Giulia Fasan, Giordana Merlo e Giuseppe Zago (Università degli Studi di Padova), Evelina Scaglia (Università degli Studi di Bergamo).

4Temos o fato de que no curso dos primeiros dois anos do PRIN os membros das várias unidades de pesquisa locais produziram 83 publicações sobre o tema da memória da escola e da “public history of education”, dos quais 2 monografias, 5 volumes de coletâneas, 32 artigos em revistas e 44 capítulos de livros; foi também registrada uma patente, relativa ao software Mnemosine desenvolvido da Elicos s.r.l. O atual elenco dos produtos cientificos realizados no âmbito do PRIN pode ser visualizado na página web: https://www.memoriascolastica.it/le-nostre-pubblicazioni (último acesso: 11/06/2022).

5A potencialidade da internet na divulgação dos resultados da pesquisa cientifica já haviam sido explorados em sua época em: G. Bandini, P. Bianchini (edd.), Fare storia in rete. Fonti e modelli di scrittura digitale per la storia dell’educazione, la storia moderna e la storia contemporanea, Roma, Carocci, 2007.

6Sobre a aplicação de tal paradigma historiográfico da história da educação, veja em: G. Bandini, S. Oliviero (edd.), Public History of Education: riflessioni, testimonianze, esperienze, FUP, Firenze, 2019.

7Se trata dos museus: Museu da Escola “Paolo e Ornella Ricca” da Università degli Studi di Macerata, do Museu da escola e da educação popular da Università degli Studi del Molise, do Museu da Escola e da educação “Mauro Laeng” (MuSEd) da Università degli Studi Roma Tre e do Museu da educação da Università degli Studi di Padova.

8Destes seminários nacionais foram publicados relatórios científicos detalhados, que documentam as várias fases do projeto de pesquisa e os resultados alcançados: L. Paciaroni, S. Montecchiani, Le forma della memoria scolastica. A proposito del primo seminario nazionale PRIN, «History of Education & Children’s Literature», vol. XV, n. 2, 2019, pp. 1047-1053; L. Paciaroni, S. Montecchiani, Le forma della memoria scolastica: interventi nazionali e prospettive internazionali. A proposito del secondo seminario PRIN, «History of Education & Children’s Literature», vol. XV, n. 1, 2020, pp. 809-816; L. Paciaroni, Memoria scolastica ed educativa: questioni metodologiche, buone pratiche ed esperienze digitali. A proposito del terzo seminario nazionale PRIN (Firenze, 17 settembre 2020), «History of Education & Children’s Literature», vol. XVI, n. 1, 2021, pp. 755-765; S. Montecchiani, Le forme della memoria scolastica e i primi affondi interpretativi. A proposito del quarto seminario nazionale PRIN (Milano, 26 febbraio 2021), «History of Education & Children’s Literature», vol. XVI, n. 2, 2021, pp. 785-797; V. Minuto, Presentazione ufficiale delle banche dati sulla memoria scolastica. A proposito del quinto seminario nazionale PRIN (Roma, 5 novembre 2021), «History of Education & Children’s Literature», vol. XVII, n. 1, 2022, pp.545-555.

9A chamada para artigos oficial desta Conferência foi publicada tanto em língua italiana como em língua inglesa em: “History of Education & Children’s Literature”, vol. XVI, n. 1, 2021, pp. 767-786.

10As associações cientificas que garantiram patrocínio institucional à Conferência internacional foram - nesta ordem - a Associação de História da Educação de Portugal (HISTEDUP), la Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE), l’Association transdisciplinaire pour les recherches historiques sur l’éducation (ATRHE), il Centro Italiano per la Ricerca Storico-Educativa (CIRSE), la Greek Society of Education Historians (GSEH), l’International Standing Conference for the History of Education (ISCHE), la Sociedad Argentina de Historia de la Educación (SAHE), la Sociedad Española de Historia de la Educación (SEDHE), la Sociedad Española para el Estudio del Patrimonio Histórico-Educativo (SEPHE), la Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) e la Società Italiana per lo studio del Patrimonio Storico-Educativo (SIPSE).

11A proposta recebida até 15 de dezembro de 2021 em resposta a chamada de artigos foram 186. Os pareceristas internacionais indicados pelo comitê do programa decidiram em descartar 36% das propostas, por serem consideradas fora das linhas de investigação propostas e das indicações metodológicas forneceu.

12Uma seleção de trabalhos apresentados no âmbito desta Conferência foi publicada em: C. Yanes Cabrera, J. Meda, A. Viñao (edd.), School Memories. New Trends in the History of Education, Cham, Springer, 2017.

13Um relatório detalhado deste evento foi publicado em: J. Meda, R. Sani, Il Simposio internazionale su «La memoria escolar. Nuevas tendencias en la investigación histórico-educativa: perspectivas heurísticas y cuestiones» (Siviglia, 22-23 settembre 2015), «History of Education & Children’s Literature», vol. XI, n. 1, 2016, pp. 603-609.

14J. Meda, L. Pomante, M. Brunelli (edd.), Memories and Public Celebrations of Education in Contemporary Times, «History of Education & Children’s Literature», vol. XIV, n. 1, 2019, pp. 9-394.

15O projeto dispõe de um site próprio (https://www.edisco.unito.it/; último acesso: 27/01/2022) e é que está hospedado no Internacional TextbookCat (http://itbc.gei.de/; último acesso: 27/01/2022), realizado por Georg Eckert Institute em colaboração com a Università degli Studi di Torino e o Centro de Investigación MANES dell’UNED de Madri.

16A Rede documental nacional FISQED foi apresentada oficialmente em ocasião da Conferência Internacional “School Exercise Books: a Complex Source for a History of the Approach to Schooling and Education in the 19th and 20th Centuries” (Macerata 26-29 setembros 2007); cfr.: M. Trigari, La documentazione che fa la differenza: densità semântica, massa critica e integrazione firtuale nella Rete documentaria nazionale FISQED, in J. Meda, D. Montino, R. Sani (edd.), School Exercise Books: a Complex Source for a History of the Approach to Schooling and Education in the 19th and 20th Centuries, Firenze, Polistampa, 2010, pp. 41-62. O projeto - hoje suspenso - dispõe ainda de uma página online: https://www.indire.it/progetto/fisqed/ (último acesso: 27/01/2022).

17Sobre este projeto, veja: P. Bianchini, R. Sani (edd.), Textbooks and Citizenship in Modern and Contemporary Europe, Bern, Peter Lang, 2016.

18Cfr. G. Chiosso, R. Sani (edd.), DBE: Dizionario biografico dell’educazione, 1800-2000, Milano, Editrice Bibliografica, 2013 (2 voll.). Sobre a caracteristica e finalidade do DBE veja em particular: G. Chiosso, R. Sani, Conservare la memoria. Per un dizionario biografico dell’educazione, «History of Education & Children’s Literature», IV (2009), n. 2, pp. 467-470.

19O banco de dados está acessível no endereço online: http://dbe.editricebibliografica.it/dbe/ricerche.html (último acesso: 27/01/2022).

20A publicação em modalidade green access significa que os autores de um determinado trabalho o disponibilizam gratuitamente e livremente depositando-o (self-archiving) em um repository institucional ou temático, livremente acessível (como por exemplo o sistema nacional de gestão de dados da pesquisa cientifica IRIS/AIR desenvolvido pelo CINECA).

21Artigo 7, do Decreto da Direção Geral pela coordenação, promoção e valorização da pesquisa pelo Ministero della Scuola, dell’Università e della Ricerca 27 dicembre 2017, n. 3728.

22Artigo 4, do Decreto lei 8 agosto 2013, 91 “Disposições urgentes pela tutela, valorização e revitalização dos bens e atividades culturais e do turismo”, convertido com modificação pela lei 7 outubro 2013, n 112.

23Para uma análise lúcida de quanto uma certa “retórica do mérito” está deteriorando o sistema escolar e universitário italiano, promovendo uma abordagem meramente utilitarista do conhecimento e reduzindo visivelmente da dimensão pública, veja em: M. Marzano, Publish or Perich, “Cités”, vol. 37, n. 1, 2009, pp. 59-64 (parte do número monográfico “L’idéologie de l’évaluation. La grande Imposture”); M. Boarelli, Contro l’ideologia del mérito, Bari-Roma, Laterza, 2019.

24CENSIS, 55º Rapporto Annuale sulla situazione sociale del Paese/2021, Milano, FrancoAngeli, 2021; em particular o capítulo “La società italiana al 2021”, do qual se denuncia a onda de irracionalidade - do qual vale dizer “a rejeição do discurso racional, ou seja, das ferramentas com as quais no passado construímos o progresso e o nosso bem-estar” - que atingiu a sociedade italiana em simultaneidade da pandemia atualmente em curso e suas raízes socioeconômicas.

25Sobre open science policy da Comissão Europeia, veja a documentação disponível no portal: https://ec.europa.eu/info/research-and-innovation/strategy/strategy-2020-2024/our-digital-future/open-science_en (último acesso: 27/01/2022).

26Segundo uma definição cunhada por René von Schomberg - que em 2011 dirigiu Direzione Generale per la Ricerca e l’Innovazione della Commissione Europea o volume Towards Responsible Research and Innovation in the Information and Communication Technologies and Security Technologies Fields (Luxemburgo, União Europeia, 2011) - por “pesquisa e inovação responsável” se entende como “Um processo transparente e interativo, através do qual os vários atores da sociedade e os “inovadores” interagem para desenvolver tanto o progresso cientifico e tecnológico como também os processos e produtos que serão seguros para os homens e o ambiente, eticamente aceitáveis e correspondentes às exigências dos indivíduos e da sociedade”, por fim de consentir uma incorporação correta do progresso cientifico e tecnológico na nossa sociedade (cfr. R. von Schomberg, A Vision of Responsible Research and Innovation, in R. Owen, J. Bessant, M. Heintz (edd.), Responsible Innovation: Managing the Responsible Emergence of Science and Innovation in Society, Hoboken, John Wiley & Sons, 2013, pp. 51-74).

27Para uma análise critica da difusão da modalidade de publicação open access no âmbito cientifico, a nível nacional e internacional, veja em: A. Calia, L’Open Access: analisi del movimento sull’accesso aperto alla letteratura scientifica, Roma, Edizioni Accademiche Italiane, 2016; K.L. Smith, K.A. Dickson (edd.), Open Access and the Future of Scholarly Communication: implementation, Lanham, Rowman & Littlefield, 2017; S. Aliprandi, Fare open access: la libera diffusione del sapere scientifico nell’era digitale, Milano, Ledizioni, 2017; S. Pinfield, S. Wakeling, D. Bawden, L. Robinson, Open access in theory and practice: the theory-practice relationship and openness, London-New York, Routledge, 2021.

28Cfr. Decreto della Direzione generale per il coordinamento e la valorizzazione della ricerca e dei suoi risultati del Ministero dell’Università e della Ricerca 16 ottobre 2020, n. 1628. Sublinhamos como ao interno deste projeto está previsto no artigo 13 e também já havia sido previsto anteriormente em matéria de open access.

29A Comissão para o projeto e implementação dos bancos de dados foi instituída durante o primeiro encontro do Consiglio Direttivo del PRIN 28 junho 2019, a comissão é coordenada por Juri Meda (Università degli Studi di Macerata), composta por Fabio Targhetta (Università degli Studi di Macerata), Anna Debè, Carla Ghizzoni (Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano), Chiara Lepri, Chiara Meta (Università degli Studi Roma Tre), Silvia Cantelli e Stefano Oliviero (Università degli Studi di Firenze).

30O vade-mecum foi organizado a base do parecer legal elaborado pelo advogado Giorgio Pasqualetti, responsável pelo Ufficio legale dell’Università degli Studi di Macerata, que forneceu uma assistência atenta e qualificada na fase mais delicada do projeto.

31É interessante ressaltar que conforme o Registro público especial para programas de computadores - instituído pelo Decreto Legislativo 29 dezembro 1992, n. 518 - possam ser registrado todos os programas para computador publicados que cumpram os requisitos de originalidade e criatividade tal como possam ser identificados como obras intelectuais e como, portanto, o registro dentro dele equivale a submetê-lo a uma patente. A norma estabelece que o software é patenteável se possuir caráter técnico decorrente de um efeito obtido pela operação do software que ultrapasse a simples interação física normal entre o software e a máquina; nesse sentido, não é possível patentear um software que efetue cálculos ou um sistema de gestão, pois se limitam a gerenciar e processar informações sem produzir qualquer efeito técnico. Correspondendo tais critérios, o software Mnemosine foi registrado sob o número de D000015049 em 10 junho 2021 sendo os autores: Paolo Alfieri (Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano), Anna Ascenzi (Università degli Studi di Macerata), Gianfranco Bandini (Università degli Studi di Firenze), Alberto Barausse (Università degli Studi del Molise), Carmela Covato (Università degli Studi Roma Tre), Anna Debè (Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano), Carla Ghizzoni (Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano), Chiara Lepri (Università degli Studi Roma Tre), Juri Meda (Università degli Studi di Macerata), Chiara Meta (Università degli Studi Roma Tre), Maria Cristina Morandini (Università degli Studi di Torino), Stefano Oliviero (Università degli Studi di Firenze), Roberto Sani (Università degli Studi di Macerata), Fabio Targhetta (Università degli Studi di Macerata), Giuseppe Zago (Università degli Studi di Padova) e Luca Levantesi (Elicos s.r.l.).

32O portal foi administrado por uma equipe editorial coordenada por Paolo Alfieri (Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano) e composta por Chiara Meta (Università degli Studi Roma Tre), responsável pelas seções temáticas; Luca Bravi (Università degli Studi di Firenze), responsável pela seção de história pública; Lucia Paciaroni (Università degli Studi di Macerata), responsável pela seção do banco de dados; Marnie Campagnaro (Università degli Studi di Padova), Evelina Scaglia (Università degli Studi di Bergamo), Anna Antoniazzi (Università degli Studi di Genova) e Michela D’Alessio (Università degli Studi della Basilicata).

33Para maiores informações sobre os oito bancos de dados, veja: https://www.memoriascolastica.it/banche-dati (último acesso: 27/01/2022).

34A particularidade das fichas catalográficas inseridas no Banco de dados da memória pública e da escola e no Banco de dados da das honras conferidas aos expoentes e instituições do mundo da escola e da educação é que contém um link interativo com uma ficha biográfica detalhada relativa a personalidade comemorada através de uma lápide, monumento, moeda ou selo postal e/ou condecorado com honras, também criado por um dos autores das duas bases de dados, ou a uma entrada biográfica já presente na referida base de dados DBE da Editora Bibliográfica de Milão.

35As fichas catalográficas disponíveis são divididas assim: 257 em Memória Educativa em vídeos; 188 em Banco de dados das obras literárias e dos diários da escola publicados; 57 no Banco de dados de ilustrações da escola; 58 em Banco de dados das obras de arte sobre a escola; 84 no Banco de dados audiovisual sobre a escola e os professores; 50 no Banco de dados da honra conferida a expoentes e instituições no mundo escolar e da educação; 173 no Banco de dados da memória pública da escola.

36As características editoriais estão indicadas na seguinte página: https://www.bice.cnr.it/bice-rim/9-centro-issn/55-seriali-correnti (último acesso: 27/01/2022).

37O código ISSN foi atribuído para todos os bancos de dados.

38Crf. European Commision, Supporting the transformative impact of reasearch infrastructures on European research, Bruxelles, Publication Office of the European Union, 2020.

39Se deve pensar que em base aos dados estatísticos disponíveis no Google Analytics entre 01 outubro e 24 de maio de 2022, o portal era visitado por 4.564 usuários (dos quais 26% proveniente dos Estados Unidos da América, Brasil, Espanha, Grécia, França, China, e outros países estrangeiros) com um total de 47.728 visualizações e uma duração média de permanência de um pouco mais de 3 minutos.

Recebido: 19 de Março de 2022; Aceito: 02 de Maio de 2022

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