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Cadernos de História da Educação

On-line version ISSN 1982-7806

Cad. Hist. Educ. vol.22  Uberlândia  2023  Epub Aug 07, 2023

https://doi.org/10.14393/che-v22-2023-210 

Artigos

O papel social da Escola Estadual Dom Orione (Curitiba/PR) e as políticas nacionais e estaduais de educação (1967a 1971)

El papel social de la Escuela Estatal Dom Orione (Curitiba/PR) y las políticas educativas nacionales y estatales (1967hasta 1971)

Gabriel Fernandes da Silva1 
http://orcid.org/0000-0002-0697-6739; lattes: 5035272505222176

Maria Elisabeth Blanck Miguel2 
http://orcid.org/0000-0003-2307-7791; lattes: 8090273140545543

1Pontifícia Universidade Católica do Paraná (Brasil). gabriel_fernandesdasilva@hotmail.com

2Pontifícia Universidade Católica do Paraná (Brasil). meblanck@gmail.com


Resumo

Este trabalho teve como objetivo analisar o papel social que a Escola Estadual Dom Orione empregou no contexto paranaense, no período de 1967a 1971. Como caminho para análise, identificamos as políticas educacionais para o ensino primário e a formação de professores em nível nacional e estadual. Os dados foram relacionados ao papel social da Escola Dom Orione. Metodologicamente, utilizamos a abordagem histórico documental, valorizando as fontes mencionadas, articulando-as ao contexto sociopolítico e econômico do recorte temporal. A fundamentação teórica foi Bloch (2001), Saviani (2007), Gonçalves e Gonçalves (2008), Padis (1981) e Souza (2009) além das legislações educacionais. Com o intuito de preservar a História e Memória da escola, fizemos novos questionamentos às fontes existentes, é o que tornou relevante compreender seu papel social.

Palavras-chave: História da Educação; Escola Estadual Dom Orione; Políticas Públicas Educacionais; Educação no Paraná

Resumen

Este trabajo tuvo como objetivo analizar el papel social que desempeñó la Escuela Estadual Dom Orione en el contexto de Paraná, en el período de1967 hasta 1971. Como vía de análisis, identificamos las políticas programas educativos para la educación primaria y la formación docente a nivel nacional y estatal. Los datosestaban relacionados con el rol social de la Escola Dom Orione. Metodológicamente, seutilizó el enfoque documental histórico, valorando las fuentes mencionadas, articulándolas al contexto sociopolítico y económico de la época. El fundamento teóricofue Bloch (2001), Saviani (2007), Gonçalves y Gonçalves (2008), Padis (1981) y Souza(2009), además de la legislación educativa. Con el fin de preservar la Historia yMemoria de la escuela, hicimos nuevos cuestionamientos a las fuentes existentes, que eslo que la hizo relevante para comprender su rol social.

Palabras clave: Historia de la Educación; Escuela Estatal Dom Orione; Políticas Públicas Educativas; Educación en Paraná

Abstract

This work sought to analyze Dom Orione State School's social role in Parana between 1967 and 1971. As a path for analysis, we identified the educational policies for primary education and teacher training at national and state levels. The data was related to Don Orione School's social role. We used the historical documentary approach, valuing the sources mentioned, and articulating them to the sociopolitical and economic context of the defined time frame. The theoretical analysis was based on Bloch (2001), Saviani (2007), Gonçalves and Gonçalves (2008), Padis (1981) and Souza (2009) besides the educational legislations. With the intention of preserving the school's history and memory, we have made new questionings to the existing sources, which has made it relevant for understanding its social role.

Keywords: History of Education; Dom Orione State School; Public Educational Policies; Education in Parana

Introdução

Neste artigo revisitamos fontes coletadas no desenvolvimento de pesquisas do Programa de Iniciação Científica, entre 2016 e 2020, inseridas no projeto maior intitulado “Políticas Educacionais, Formação de Professores e Educação Escolar”, da linha de pesquisa “História e Políticas da Educação”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-PR, em que pesquisamos as políticas educacionais e o modo como ocorreu a formação de professores no Paraná, no período de 1946 a 1971. O projeto foi aprovado pelo CNPq, Chamada Universal, sob nº 25/2015. A coleta de testemunhos dos professores foi autorizada pelo parecer nº 2.993.123/2018, do Comitê de Ética em Pesquisa (PUCPR e Plataforma Brasil).

Retomar os dados dessas investigações, neste trabalho, significa considerar o valor histórico das fontes documentais e testemunhais, pois contribuem com subsídios quantitativos e qualitativos que revelam informações históricas sobre as escolas pesquisadas, alimentam a História e Memória dessas instituições e auxiliam na compreensão da História da Educação no Paraná. Representam também as dificuldades do caminho de pesquisa, pois os resultados encontrados nem sempre atendem ao objetivo proposto inicialmente, mas contribuem significativamente para o campo do conhecimento e alimentam novos questionamentos para a investigação.

Com o intuito de valorizar as fontes coletadas no acervo escolar de uma dessas instituições, preservar sua história e a memória, estabelecemos o objetivo geral: analisar o papel social que a Escola Estadual Dom Orione desempenhou no contexto paranaense, no período de 1967 a 1971. Os objetivos específicos, por sua vez, foram: (i) levantar a história e a memória da Escola Estadual Dom Orione, no período de 1967 a 1971; (ii) identificar as políticas educacionais para o ensino primário e a formação de professores em nível nacional e estadual; e, (iii) relacionar as políticas educacionais (nacionais e estaduais) ao papel social da Escola Dom Orione.

A Escola Estadual Dom Orione (1967), considerando a data em que foi fundada, apresenta contribuição histórica para o processo educacional paranaense e para a formação escolar dos moradores do bairro Santa Quitéria. A relevância em levantar sua trajetória institucional e o seu papel social, se dá quando levamos em consideração que durante a gestão de Beto Richa (PSDB/PR), entre 2011 e 2018, no governo do Estado do Paraná, em 2015 foi anunciado1 que essa instituição compunha um conjunto de outras escolas para o programa de cessação de vagas; em outros termos, isto significaria o fechamento gradativo das turmas e consequentemente o encerramento das atividades do estabelecimento de ensino.

A metodologia empregada para o desenvolvimento do estudo foi a histórico-documental, subsidiada pela coleta de documentos oficiais e escolares, pesquisados no acervo de legislações da Casa Civil do Estado do Paraná e na biblioteca da Escola Estadual Dom Orione. Consideramos que cada tipo de documento oferece diferentes contribuições para a compreensão de um mesmo tema, com informações relevantes para a pesquisa conforme sua fonte de origem. Neste sentido, cabe afirmar que:

Seria uma grande ilusão imaginar que a cada problema histórico corresponde um tipo único de documentos, específico para tal emprego. Quanto mais a pesquisa, ao contrário, se esforça por atingir os fatos profundos, menos lhe é permitido esperar a luz a não ser dos raios convergentes de testemunhos muito diversos em sua natureza (BLOCH, 2001, p.80).

O artigo está estruturado em dois momentos: no primeiro, contextualizamos a dimensão das políticas educacionais para, em um segundo momento, apresentarmos a história da escola Dom Orione.

Políticas educacionais, a formação de professores e o Ensino Primário (1946 a 1961)

A formação dos professores primários foi orientada pela Lei Orgânica do Ensino Normal nº 8.530, de 2 de janeiro de 1946. O preparo dos professores, de acordo com a legislação, era por meio do Ensino Normal, organizado em dois ciclos: (i) Curso Normal Regional e (ii) Curso Normal. Foram definidos estabelecimentos de ensino de três naturezas responsáveis em promover essa formação, a saber, o (1) Curso Normal Regional, a (2) Escola Normal e o (3) Instituto de Educação. O primeiro ciclo do Ensino Normal referia-se ao Curso Normal Regional, com duração de quatro anos, que preparava os professores Regentes do Ensino Primário cujo programa estava articulado ao Curso Primário. Este ensino apenas poderia ser fornecido por estabelecimentos dos Cursos que oferecessem o Curso Normal Regional, para professores que iriam trabalhar nas regiões rurais.

O segundo ciclo, referia-se ao Curso Normal propriamente dito. A duração do curso era de 3 anos e preparava os professores do ensino primário, bem como oferecia a habilitação para administradores escolares de grau primário, programa que estava articulado ao Curso Ginasial. Os estabelecimentos que poderiam ofertar esse curso eram a Escola Normal e o Instituto de Educação. A Escola Normal, além deste segundo ciclo do Ensino Normal, ofertava também o Ciclo Ginasial do Ensino Secundário. O Instituto de Educação, além de ofertar os mesmos cursos da Escola Normal, também possibilitava especialização do magistério e habilitação para administradores do grau primário. A Lei Orgânica do Ensino Normal ainda determinou o direito de ingressar nos cursos da Faculdade de Filosofia, com ressalva às peculiaridades de matrícula de cada curso, aos alunos egressos do segundo ciclo do Ensino Normal.

O Ensino Primário, por sua vez, foi organizado pela Lei Orgânica do Ensino Primário n.º 8.529, de 2 de janeiro de 1946. A legislação estabeleceu duas categorias de ensino: a) o ensino primário fundamental - destinado a atender crianças de sete a doze anos; b) o ensino primário supletivo - destinado à população que não havia frequentado o curso em seu devido tempo, isto é, adolescentes e adultos.

Como observado, essas legislações buscaram articular os temas que envolvem os níveis de ensino ministrados em território nacional, ensaiando a integração da educação nacional em um sentido comum, que somente ocorreu com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 4.024, em 20 de dezembro de 1961, após longo período de discussões a seu respeito. A LDB (1961) reiterou muitos dos direcionamentos então presentes nas Leis Orgânicas, embora apresente em sua redação, nomenclaturas diferentes a respeito dos níveis de ensino. Contextualmente, os eventos que ocorreram nas dimensões econômica e política na década de 1960, no Brasil, foram caracterizados pelo nacional desenvolvimentismo, explicados por Saviani (2007) da seguinte forma:

Enquanto o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), de um lado, elaborava a ideologia do nacionalismo desenvolvimentista e a ESG, de outro, formulava a doutrina de interdependência, o processo de industrialização seguia seu curso impulsionado pelo Governo Kubitschek [...] ao mesmo tempo em que estimulava a ideologia política nacionalista, dava sequência ao projeto de industrialização do país, por meio de uma progressiva desnacionalização da economia. [...] De fato, em 1960, o modelo havia cumprido suas duas etapas: a primeira correspondente à substituição dos bens de consumo não duráveis, como, por exemplo, as indústrias têxtis e alimentícias, que, por não requerer grandes somas de capitais, puderam ser instaladas mais rapidamente; e a segunda, referente à substituição dos bens de consumo duráveis (indústrias automobilísticas, eletrônicas, eletrodomésticas), cujas somas vultuosas de capitais requereram o concurso das empresas internacionais (SAVIANI, 2007, p. 359-360).

Ainda de acordo com Saviani, este movimento aglutinou setores da sociedade em torno de uma bandeira comum para o modelo produtivo, o da industrialização. Embora tenha ocorrido uma ruptura política em 1964, a Ditadura Civil-Militar (1964-1985), a base socioeconômica desenvolvimentista permaneceu vigente, refletindo-se, no plano educacional, em reformas educacionais de cunho tecnicista. No que se refere à LDB, embora não tenha havido a revogação das diretrizes e bases a serem seguidas, as bases organizacionais foram alteradas “[...] tendo em vista ajustar a educação aos reclamos postos pelo modelo econômico do capitalismo de mercado associado dependente, articulado com a doutrina da interdependência” (SAVIANI, 2007, p. 362).

A tendência desenvolvimentista, assim como ocorreu em nível nacional, também esteve presente no Estado do Paraná, como aponta o trabalho de Gonçalves e Gonçalves (2008), intitulado “Desenvolvimentismo e Educação no Paraná (décadas de 1960 e 1970)” que utilizou como fonte, discursos dos governadores encaminhados à Assembléia Legislativa do Paraná (ALEP). Este trabalho revela como os esforços dos governadores do Paraná, no recorte de 1960 e 1970, foram na direção de técnicas para desenvolver o Aparelho de Estado, uma vez estabelecida a necessidade de projetar nacionalmente, sobretudo no sentido econômico, um estado reconhecidamente agro-produtor, em um momento em que a cultura do café enfrentava declínio acelerado (PADIS, 1981).

Associado a esses fatores, era necessário expandir a oferta do ensino público e gratuito, condição estabelecida em função do Sistema Estadual de Ensino - lei n.º 4.978 de 05 de dezembro de 1964, que atendeu a LDB n.º 4.024/61. O atendimento à lei, no entanto, era uma estratégia para alavancar o patamar de vida da sociedade paranaense, como bem exprime o discurso do Governo à época:

O objetivo primordial do programa de Governo para o período de 1966/70, baseia-se na concepção de desenvolvimento como um processo contínuo de elevação dos padrões de vida de toda a população, decorrente do aumento da produtividade do trabalho dessa população, obtida pela sucessiva introdução de novas técnicas de produção. Mas essa concepção não é em si suficiente. É necessário que o desenvolvimento integre, em seu processo, todas as camadas da população, todos os setores de atividade, todas as regiões do Estado e todas as manifestações da existência humana. A isso chamamos o desenvolvimento integrado que informou nossa plataforma de candidato e se converte em nossa filosofia de Governo (PIMENTEL, Paulo, In Paraná, 1966, p. XVII apud.GONÇALVES & GONÇALVES, 2008, p. 13).

O discurso do governador Paulo Pimentel (1966-1971), no momento de sua posse no Governo do Estado, foi consubstanciado em esforços para modernizar a máquina pública a fim de realizar a implementação de reformas de ensino que deveriam, em um nível mais amplo, formar cidadãos dotados de maiores técnicas de produção para o ingresso no mercado de trabalho e promover o Estado do Paraná, sob essa lógica produtiva, aos patamares de uma esperada industrialização. A cada ano que se passou em relação a esse discurso, o governo encaminhou relatórios à ALEP, cujo tema principal foi a educação.

A demanda por escolas, neste contexto, também foi justificada pelo expressivo aumento do índice populacional. De acordo com os dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), este foi o período em que a sociedade paranaense apresentou as maiores taxas anuais de crescimento populacional vegetativo, que consiste na comparação entre nascimentos e falecimentos, conforme gráfico a seguir:

Fonte: IPARDES2.

Gráfico 1 Crescimento observado e vegetativo no Paraná: 1940 a 2007 

A leitura visual do gráfico acima, permite inferir que, entre 1940 e 1970, foi o período em que nasceu a maior quantidade de crianças no território paranaense, até a primeira década dos anos 2000. Os objetivos propostos no plano de Governo do Estado, expressos no discurso destinado à ALEP, no período em que as legislações foram promulgadas, isto é, década de 1960, atendem a formação de um expressivo contingente de crianças da população paranaense.

Completando esses dados, verificamos que a pirâmide etária da década de 1970, a seguir, no gráfico 2, apresenta base larga,com alta taxa de natalidade, indicando que a população era predominantemente jovem. O topo da pirâmide, contudo, é significativamente mais estreito, revelando que a expectativa de vida da população envelhecida não era elevada. Ao considerarmos o contraste entre a população mais jovem e a população adulta, concluímos que as famílias podiam ser numerosas. O conjunto destes dados, no contexto desta pesquisa, representam a força de trabalho do Paraná.

Fonte: IPARDES3

Gráfico 2 Pirâmide etária da população - Paraná (1970) 

Abordamos a relação entre estes dados às determinações das legislações educacionais do período, articulando-as ao contexto sociopolítico e econômico do Brasil e do Paraná, para aproximar as dimensões mais amplas em que a Escola Estadual Dom Orione estava situada. Na sequência, apresentamos as fontes coletas no acervo da instituição e o testemunho dos professores.

Escola Estadual Dom Orione - Ensino Fundamental

A Escola Estadual Dom Orione (1967) foi fundada pelos Padres Orionitas, religiosos da Congregação da Pequena Obra da Divina Providência. À época, a iniciativa de criar a instituição emergiu da preocupação do Arcebispo de Curitiba em instalar uma escola na região mais carente da cidade. Naquele período lhe foi indicado o bairro de Santa Quitéria. Os Atos Normativos que deram origem à instituição foram o Decreto n.° 4.086 de 15 de fevereiro de 1967 e o Decreto de denominação n.º 8.274 de 29 de dezembro de 1967. Apresentamos as informações do local onde a escola foi inserida, para melhor compreendermos a função social a ela atribuída.

Quando os padres orionitas se ofereceram a algum trabalho na cidade, fizeram questão de pedir ao arcebispo o bairro mais pobre da cidade. ‘Mais pobre que Santa Quitéria não existe em Curitiba, por isso é lá que preciso de vocês!’ afirmou sem titubear o arcebispo. E eis que a missão foi aceita (ORIONITA, em Curitiba: sempre juntos ao povo. s/a. s/p).

Santa Quitéria, hoje um bairro de residências e comércios de Curitiba, relativamente próximo à região central da cidade, era inicialmente “[...] uma extensa lavoura de milho, feijão, arroz e outros cereais e seus moradores das mais variadas origens: alemães, poloneses, italianos” (IPPUC, 2015, p. 3). Essa região apresentava grande disparidade de desenvolvimento econômico em relação às regiões vizinhas de Campo Comprido, Vila Izabel e Portão. De acordo com os registros históricos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), a região também era conhecida por seus moradores como “Carmela Dutra”, em homenagem à esposa do ex-presidente da República, Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). O nome Santa Quitéria, contudo, prevaleceu para denominar a região; este nome faz referência à imagem da santa doada à capela do bairro (mais tarde, Paróquia de Santa Quitéria, em que a Escola Dom Orione está situada) por Dona Maria Bitana - uma das moradoras.

O bairro passou a se desenvolver devido ao aumento da população, fato que começou a ocorrer, entre outros motivos, por meio do programa Caixa de Habitação Popular, substituído mais tarde pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), em 1965, que incentivou a construção de centenas de casas que foram adquiridas, em grande parte, por funcionários públicos. Além disso, “[...] outro fator de progresso do bairro foi a união e o sentido de vida comunitária de sua população” (IPPUC, 2015, p. 3) por meio da qual foram construídas instituições e associações regionais, como exemplo, a fundação da Sociedade Beneficente e Recreativa de Santa Quitéria, em 1949. A Paróquia do bairro teve centralidade nos serviços sociais destinados à população, pois congregava a vida religiosa e auxiliava a vida comunitária das pessoas. Além disso, anexa à Paróquia, foi construída a Escola Dom Orione, onde permanece até os dias atuais. Mais tarde, em 1971, foi instalado o primeiro pavilhão do Pequeno Cotolengo do Paraná, também anexado à Paróquia de Santa Quitéria.

A missão educativa proposta pelos Padres Orionitas, mostrou a compreensão que tiveram da projeção do modelo produtivo e do movimento econômico que ocorria naquele período, no Paraná, que buscava se industrializar. Esta missão levou a Congregação da Pequena Obra da Divina Providência a criar uma escola com a finalidade de preparar os estudantes para o mundo do trabalho, de tal forma a elevar o nível de instrução dos filhos dos operários da região. O ensino era ancorado nos preceitos morais do fundador da Congregação Orionita, Dom Luís Orione.

Além desses fatores, a iniciativa dos religiosos também foi a expressão de um movimento que vinha acontecendo desde as discussões acerca da elaboração da LDB de 1961, quando se acirrou embates político-ideológicos e pedagógicos dos diversos setores da sociedade, em um contexto de predominância da Pedagogia da Escola Nova. Esse processo implicou à Igreja a necessidade de manter suas escolas atrativas, de modo que era preciso atualizar os métodos e técnicas de ensino ofertados pelas suas instituições escolares à luz da pedagogia nova.

Vê-se que, na medida em que a pedagogia nova foi ampliando sua influência, também foi sendo modificada a sua relação com a pedagogia católica. Aliás, a visão dos católicos não se resumiu a um puro e exclusivo confronto, inteiramente irredutível, com a pedagogia nova. Mesmo os mais acerbos críticos da Escola Nova não deixaram de reconhecer pontos de convergência. [...]Do mesmo modo reconheceu o valor dos métodos novos afirmando a conveniência de que os educadores católicos estudem cuidadosamente todos os métodos novos introduzidos pela nova pedagogia, assim como as contribuições da psicologia experimental na perspectiva, é claro, daquilo que ele considerava a ‘filosofia verdadeiramente católica da vida’ (SAVIANI, 2007, p. 299).

Se, no período de elaboração da LDB de 1961, concebe-se o apogeu e a crise da pedagogia nova (SAVIANI, 2007), no momento em que a escola Dom Orione foi fundada, o declínio desta pedagogia era um fato, “Portanto, na década de 1960 assistimos no Brasil ao auge e ao declínio da pedagogia nova” (SAVIANI, 2007, p. 340). Essa conjuntura abriu espaço para que entrasse em cena a pedagogia tecnicista a qual, para além do plano educacional, estava articulada ao modelo econômico, político e social, implicando ao processo educativo articulação às exigências das técnicas de produção do mercado de trabalho.

Fonte: Acervo escolar da Escola Estadual Dom Orione.

Imagem 1 Quadra de esportes Escola Dom Orione - Centralizada ao fundo da imagem, está a Paróquia de Santa Quitéria e à direita da imagem, anexa à Paróquia, a escola Dom Orione. 

Por se tratar de uma iniciativa religiosa privada e a proximidade física com a Igreja, o funcionamento da instituição, inicialmente, foi configurado no modelo de Seminário Católico. Entretanto, as dificuldades de ordem financeira que os Orionitas encontraram ainda no primeiro ano de seu funcionamento (1967), delimitaram o percurso da instituição, que passou a ser gerida pelo Governo do Estado do Paraná, no final de 1967, tornando-se uma escola pública; o prédio escolar, no entanto, permaneceu propriedade dos padres. Até os dias atuais, o Estado do Paraná é mantenedor do prédio escolar, em regime de locação, cuja propriedade pertence à Congregação.

Quando ocorreu a transição de Seminário Católico para instituição pública de ensino, a escola passou a funcionar como Ginásio Estadual Dom Orione, isto é, uma instituição que “[...] teria por finalidade a formação profissional consubstanciada nos princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1961): um Ginásio Industrial com a educação orientada para o trabalho” (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2012, p. 6). A LDB (1961) estabeleceu o funcionamento do Ginásio Industrial da seguinte forma:

Art. 47 O ensino técnico de grau médio abrange os seguintes cursos: a) industrial; b) agrícola; c) comercial. Art. 49 Os cursos industrial, agrícola e comercial serão ministrados em dois ciclos: o ginasial, com a duração de quatro anos, e o colegial, no mínimo de três anos. §4º Nas escolas técnicas e industriais, poderá haver, entre o primeiro e o segundo ciclos, um curso pré-técnico de um ano, onde serão ministradas as cinco disciplinas de curso colegial secundário. §5º Os estabelecimentos de ensino industrial poderão, além dos cursos referidos no artigo anterior, manter cursos de aprendizagem, básicos ou técnicos, bem como cursos de artesanato e de maestria. Art. 51 §1º Os cursos de aprendizagem industrial e comercial terão de uma a três séries anuais de estudos. Art. 106 Os cursos de aprendizagem industrial e comercial, administrados por entidades industriais e comerciais, nos termos da legislação vigente, serão submetidos aos conselhos estaduais de Educação e os dos territórios ao Conselho Federal de Educação. Parágrafo único. Anualmente, as entidades responsáveis pelo ensino de aprendizagem industrial e comercial apresentarão ao Conselho Estadual competente e ao Conselho Federal de Educação no caso dos Territórios, o relatório de suas atividades, acompanhado de sua prestação de contas (LDB n.º 4.024, 1961, art. 47; 49; 51; 106).

O programa de ensino da Escola Estadual Dom Orione, elaborado na vigência e sob as determinações estabelecidas pela LDB n.º 4.024 (1961), precisou, mais tarde, atender também às orientações da LDB n.º 5.692 (1971) e às consequentes adequações das políticas educacionais paranaenses. Deste modo, a escola abriu o terceiro turno de funcionamento para atender as 2ª, 3ª, 4ª e 5ª séries do 1º grau, momento que passou a receber alunos das escolas próximas da região do bairro Santa Quitéria. De modo adicional, a reorganização escolar estabelecida pela Resolução n.º 3.061/75 (PARANÁ), fez com que as escolas Presidente Kennedy, Marechal Cândido Rondon e Dom Orione passassem a constituir o Complexo Escolar Dom Orione, em 21 de dezembro de 1975.

Com o advento do regime militar, o lema positivista ‘Ordem e Progresso’ inscrito na bandeira do Brasil metamorfoseou-se em ‘segurança e desenvolvimento’. Guiando-se por esse lema, o grande objetivo perseguido pelo governo dito revolucionário era o desenvolvimento econômico com segurança. Diante desse objetivo, a baixa produtividade do sistema de ensino, identificada no reduzido índice de atendimento da população em idade escolar e nos altos índices de evasão e repetência, era considerada um entrave que necessitava ser removido. [...] Difundiram-se, então, ideias relacionadas à organização racional do trabalho (taylorismo, fordismo), ao enfoque sistêmico e ao controle do comportamento (behaviorismo) que, no campo educacional, configuraram uma orientação pedagógica que podemos sintetizar na expressão ‘pedagogia tecnicista’ (SAVIANI, 2007, p. 369).

Consultamos os arquivos escolares preservados no acervo da escola, referentes às décadas de 1960 e 1970, estes informam sobre a trajetória da instituição, já que “[...] o conhecimento de todos os fatos humanos no passado, da maior parte deles no presente, deve ser, [segundo a feliz expressão de François Simiand] um conhecimento através de vestígios (BLOCH, 2001, p. 73). Neles encontramos fontes iconográficas que indicam a permanência de elementos religiosos presentes no cotidiano escolar, mesmo após a passagem de Seminário Católico para instituição pública de ensino. Essas fontes referem-se a: (1) imagem de Jesus Cristo na parede da sala de aula e à (2) presença da Bíblia sagrada em um espaço dedicado ao fundador da escola, Dom Luís Orione -embora este registro fotográfico faça menção a uma data comemorativa. Destacamos, no entanto, que o prédio escolar está situado na Paróquia de Santa Quitéria.

Fonte: acervo escolar da Escola Estadual Dom Orione.

Imagem 2 Sala de aula com elementos religiosos 

A imagem (2)refere-se aos elementos religiosos em sala de aula, com a imagem de Jesus Cristo na parede à esquerda, além de um crucifixo acima da lousa (embora a visualização deste elemento não seja totalmente nítida). Estes registros foram encontrados na pasta de arquivos da biblioteca escolar que reúne documentos estimados entre os anos de 1970 e 1975. A imagem (3) abaixo, por sua vez, situa-se entre os anos de 1975 e 1985.

Fonte: acervo escolar da Escola Estadual Dom Orione.

Imagem 3 Espaço destinado à homenagem de Dom Orione 

Encontramos três professores que trabalharam e vivenciaram as políticas educacionais na Escola Estadual Dom Orione no período de 1967 a 1971. Realizamos entrevistas semiestruturadas com estes participantes. Seus depoimentos indicaram que a escola dispunha de professoras freiras em seu quadro docente. Pela relação destas professoras com a Igreja e os costumes religiosos, os entrevistados informaram que as professoras freiras faziam peregrinações para que seus alunos obtivessem um bom desempenho escolar em momentos específicos, de tal modo, que era comum observá-las subindo as escadas da escola de joelhos, nos períodos de exames.

Os testemunhos também registram uma forma de programa próprio da escola, estabelecido pela direção -de modo extraoficial - em que os docentes realizavam o apadrinhamento dos estudantes menos favorecidos economicamente, auxiliando-os em seus materiais de estudo. A proposta empregada era a de que os professores fossem padrinhos de três estudantes devendo acompanhá-los durante o ano letivo e dar-lhes suporte em seus estudos.

Em consideração ao papel social e à relevância do trabalho ofertado pela escola para a população da região do Santa Quitéria, os valores religiosos e o compromisso social que demarcaram a missão institucional no momento de sua criação permaneceram presentes por meio de símbolos, atitudes e foram objetos da direção da escola. Esta adotou algumas estratégias para sedimentar o compromisso formativo e educacional da Escola Dom Orione, facilitar a absorção dos professores que fariam concurso e já lecionavam na instituição, propiciar que esses docentes assimilassem a cultura e identidade escolar e dar sustentabilidade ao programa de apadrinhamento, criando relações com a comunidade da escola. Segundo o depoimento da participante A:

A diretora [...] nos acolheu muito bem e depois, quando saiu o concurso, ela dava assim: vinte aulas para cada professor, para criar um vínculo; porque ninguém iria até lá por cinco aulas, dez aulas. Então ela [a diretora] dava o máximo que podia. Quando saiu o concurso, eu me formei em 69, acho que o concurso saiu entre 70 e 71, ela tinha muitos professores que fariam o concurso. Então, ela sentou e nos fez uma proposta: se nós puséssemos o padrão lá, que era de 10 aulas; se nós puséssemos o padrão lá, ela nos daria as aulas extras que nós poderíamos dar até um total de 30 (participante A).

O relato dessa docente exprime a sensibilidade da diretora em criar um contexto atrativo aos professores, pois revela que as condições geográficas da escola a tornavam de difícil acesso, principalmente em dias chuvosos em que “[...] ficava um banhado só” (participante A). A proximidade entre o corpo docente e comunidade escolar foi um dado evidente nos registros iconográficos encontrados no acervo escolar e nos documentos coletados. Essas fontes registram momentos de confraternizações, passeios e eventos que reuniam os profissionais, dentro e fora do contexto escolar, sugerindo um ambiente harmonioso e de união diante dos objetivos em comum, a exemplo da imagem 4.

Fonte: acervo escolar da Escola Estadual Dom Orione.

Imagem 4 Almoço pelos 20 anos de fundação da escola 

Os testemunhos dos professores indicaram admiração pela gestão composta pela tríade Estado, Família e Igreja, embora não tenham especificado de que forma ocorria essa relação. De acordo com as fontes, esse era um dos motivos que contribuíram para o bom funcionamento da instituição e o bom desempenho escolar dos estudantes, pois esse modelo organizacional permitia à escola atender os alunos de modo diferenciado. Os professores entrevistados apontaram para um dos recursos pedagógicos utilizados pela Escola Dom Orione: os passeios escolares. Estes, eram realizados com os alunos nas indústrias próximas à instituição escolar e, com certo destaque, à Companhia de Energia Elétrica do Paraná (COPEL). Sobre a importância dos passeios escolares para o processo educativo, consideramos:

O passeio educativo era antes de tudo uma atividade escolar, um meio, uma oportunidade, mais uma alternativa para favorecer o desenvolvimento infantil e transmitir conhecimentos, normas, valores às crianças. Justificava-se assim, a exigência de protocolos de observação, a disciplinarização do olhar e do interesse das crianças - o que ver, o que investigar, o que descobrir (SOUZA, 2009, p. 238).

O passeio escolar, nesta perspectiva, constituía uma importante ferramenta complementar ao ensino recebido na instituição, corroborando para a construção de conhecimentos na formação dos estudantes. O objetivo de fornecer atendimento educacional e formativo aos filhos dos operários da região do bairro Santa Quitéria, como havia projetado inicialmente os Padres Orionitas, encontra correspondências nas fontes coletadas e no depoimento dos professores, pois grande parcela dos alunos que concluíam seu ciclo de estudos na escola, encaminhavam-se para postos de trabalho formal ou então, prosseguiam seus estudos no Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) de modo que se preparariam para atuar com as técnicas de produção, às quais tiveram expressiva importância a partir da década de 1970. Essa é a compreensão que resultou do estudo que empreendemos nesta escola, pela perspectiva histórica. Argumentamos, entretanto, que “O passado é, por definição, um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa” (BLOCH, 2001, p. 75).

Considerações Finais

Analisarmos o papel social de uma instituição por meio dos testemunhos dos professores que vivenciaram o contexto e consultarmos os documentos escolares e oficiais, foi exercício para compreender melhor o que as fontes têm a revelar. A instituição, primeiramente fundada por uma iniciativa privada e religiosa, logo passou para a administração do Estado do Paraná. Entretanto, a Igreja permaneceu presente na escola por meio de símbolos, de depoimentos de algumas professoras, na filosofia da gestão, no atendimento educacional e formativo aos estudantes.

O trabalho proposto pelos padres Orionitas, foi desenvolvido no contexto do nacional-desenvolvimentismo que marcou as décadas de 1960 e 1970, em nível nacional e foi assimilado pelo contexto paranaense. No processo histórico, esse movimento político e econômico, quando implementado na realidade brasileira, demandou do campo educativo uma formação destinada à aquisição de técnicas de produção vinculadas ao mercado de trabalho cuja expressão principal, na política educacional, foi a publicação da LDB n.º 5.692/71.

Do ponto de vista social, a escola desempenhou um papel fundamental para formar gerações de filhos e filhas de operários do bairro Santa Quitéria e podemos dizer que também ajudou esta região a se desenvolver por meio dos seus serviços destinados à população, no sentido comunitário. Em síntese, se as fontes indicam que os alunos, quando concluíam seu ciclo de estudos na escola, encaminhavam-se a trabalhos formais ou então prosseguiam no nível posterior de ensino, concluímos que a formação recebida na Escola Estadual Dom Orione, possibilitou aos estudantes melhores condições de vida material. Pelas atividades desenvolvidas, a escola cumpriu sua função social.

Referências

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1Disponível em: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/10/governo-do-parana-vai-fechar-escolas-para-economizar-com-aluguel-em-2016.html. Acesso em: 24 jun. 2022.

2Disponível em: http://www.ipardes.pr.gov.br/biblioteca/docs/NT_14_tendencias_demograficas.pdf. Acesso em: 20 jun. 2022.

3Disponível em: http://www.ipardes.pr.gov.br/biblioteca/docs/NT_14_tendencias_demograficas.pdf. Acesso em: 23 jun.2022.

Recebido: 22 de Janeiro de 2023; Aceito: 26 de Abril de 2023

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