SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.30 número2Educação social e saberes necessários análises a partir de experiências em acolhimento institucionalNotificação de violência interpessoal/autoprovocada: ação educativa na formação de enfermeiros índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Reflexão e Ação

versão On-line ISSN 1982-9949

Rev. Reflex vol.30 no.2 Santa Cruz do Sul maio/ago 2022  Epub 17-Jul-2023

https://doi.org/10.17058/rea.v30i2.16887 

Artigos do Fluxo

Fake News: produção colaborativa de vídeo no contexto da cibercultura

Fake news: collaborative video production in the cyberculture contexto

Fake news: producción colaborativa de vídeo en el contexto de la cibercultura

Jessica Chagas Oliveira1 
http://orcid.org/0000-0001-7599-7093

Edvaldo Souza Couto2 
http://orcid.org/0000-0002-2648-9399

1 Universidade Federal da Bahia - UFBA - Salvador - Bahia - Brasil.

2 Universidade Federal da Bahia - UFBA - Salvador - Bahia - Brasil.


RESUMO

No contexto dos estudos da cibercultura, com a crescente valorização de produção colaborativa de conteúdos digitais, o objetivo do artigo foi analisar os processos e a produção colaborativa de vídeo em sala de aula sobre o tema Fake News. O método usado foi o qualitativo, de cunho descritivo e analítico. Para a análise dos dados usamos a análise de conteúdo. Resultados indicam que o processo de criação do vídeo contribuiu de forma positiva para o incentivo à pesquisa e à seleção e verificação de informações na internet. O estudo concluiu que a criação de recurso digital dentro do ambiente escolar favoreceu a construção colaborativa e a troca de experiências. O tema estudado incentivou os estudantes na identificação de notícias falsas e a compreensão sobre a nossa responsabilidade como interagentes na rede.

Palavras-chave: Tecnologia Educacional; Vídeo; Fake News; Produção colaborativa; Educação e cibercultura

ABSTRACT

In the cyberculture context studies, and the growing collaborative production of digital content appreciation, the objective of the article was to analyze the processes and collaborative production of video in the classroom regarding Fake News. The method used was qualitative, descriptive, and analytical. For data analysis we used content analysis. Results indicate that the video creation process contributed positively to encouraging research, the selection and information verification on internet. The study concluded that the creation of a digital resource within the school environment favored collaborative construction and experiences exchanging. The theme studied encouraged students to identify fake news and understand our responsibility as users.

Keywords: Educational Technology; Video; Fake News; Collaborative Production; Education and Cyberculture

RESUMEN

En el contexto de los estudios de la cibercultura, con la creciente valorización de producción colaborativa de contenidos digitales, el objetivo del artículo fue analizar los procesos y la producción colaborativa de video en salón de clases, sobre el tema Fake News. El método utilizado fue el cualitativo, de carácter descriptivo y analítico. Para el análisis de los datos, usamos el análisis de contenido. Los resultados indicaron que el proceso de creación de video contribuyó de forma positiva para el incentivo a la investigación y a la selección y verificación de las informaciones en el internet. El estudio concluyó que la creación de recurso digital dentro del ambiente escolar favoreció a la construcción colaborativa yal intercambio de experiencias. El tema estudiado incentivó a los estudiantes en la identificación de noticias falsas, y a la compresión sobre nuestra responsabilidad como integrantes de la red.

Palabras clave: Tecnología Educacional; Video; Fake News; Producción colaborativa; Educación y cibercultura

INTRODUÇÃO

As tecnologias educacionais que estão presentes no cotidiano dos estudantes auxiliam na realização de diversas tarefas escolares. Os usos constantes de dispositivos móveis permitem que relações sociais sejam estabelecidas e intensificadas. Atualmente, as formas como as pessoas se comunicam mudaram, assim como também os modos como temos acesso às informações, por conta da popularização dos dispositivos portáteis e a facilidade de acesso à internet (SILVA; COUTO, 2013). Desse modo, uma das características da cibercultura (LÉVY, 2010) é que com as tecnologias móveis qualquer pessoa pode produzir e divulgar informações na rede mundial de computadores. Esta facilidade de produção e divulgação de conteúdo possibilita que muitas notícias falsas, chamadas de Fake News, sejam publicadas e acessadas diariamente (BRAGA, 2018).

As Fake News circulam na rede de computadores e, com tom alarmante, enganam pessoas que as compartilham sem ao menos checar as fontes. Várias situações desastrosas ocorrem por conta do compartilhamento desenfreado dessas notícias, que causam diversos prejuízos pessoais, profissionais, políticos, educacionais e sociais (GIUSTI; PIRAS, 2020). As notícias falsas se tornaram fonte de lucro para várias empresas que são criadas para espalhar boatos na rede com objetivo de enriquecimento e também com interesses políticos e partidários (LEMOS, OLIVEIRA, 2020).

Para que essas empresas lucrem a notícia precisa se tornar viral, ou seja, se espalhar rapidamente pela internet e ter muitos acessos em um curto período de tempo. Essas notícias possuem temas atuais e sensacionalistas com a finalidade de desinformar e enganar pessoas sobre os mais diversos assuntos. Muitos dispositivos são programados para o disparo automático de desinformações para diversas contas em redes sociais na internet (SANTAELLA, 2018).

Nesse contexto, o artigo apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida por estudantes e coordenada por uma professora do Ensino Fundamental - anos iniciais sobre o tema das Fake News. O objetivo foi analisar os processos e a produção colaborativa de vídeo em sala de aula sobre o tema Fake News no contexto da cibercultura. A primeira parte do artigo apresenta o campo teórico que fundamentou a pesquisa e a produção de vídeo no ambiente escolar. A segunda parte apresenta os dados e analisa os processos de produção, edição e compartilhamento do produto final.

PERCURSO METODOLÓGICO

A pesquisa foi desenvolvida usando o método qualitativo, de cunho descritivo e analítico (CRESWELL, 2011).

Durante a pesquisa foi desenvolvido um vídeo com o objetivo de divulgar os estudos realizados sobre o tema “Fake News”, com estudantes do Ensino Fundamental. O vídeo, analisado neste artigo, apresenta uma síntese dos conhecimentos adquiridos pelos alunos durante as aulas, pesquisas e seleção de conteúdo na internet. O audiovisual, produzido pelos estudantes, apresenta a compreensão deles sobre o assunto estudado. O vídeo criado pelos estudantes foi intitulado "Fake News”. O tema é atual, de relevância social e cultural, amplamente discutido pelos estudantes e foi trabalhado durante as aulas da Disciplina de Informática.

Todo o processo de construção do vídeo foi pensado e executado por estudantes e coordenado por uma professora de uma turma do 4º ano do Ensino Fundamental - anos iniciais da escola Complexo Escolar Rilza Valentim, em São Francisco do Conde - BA. Assim, o estudo faz uma descrição e análise a partir da experiência de uma professora, que também é uma autora deste artigo, com seus alunos (APPOLINARIO, 2011). Os estudantes da turma participaram de todas as aulas sobre o tema e das atividades construídas na sala de aula que ocorreram em momentos anteriores a gravação do vídeo. Nas imagens do vídeo aparecem apenas duas estudantes, as narradoras. Para que essas estudantes participassem como narradoras na gravação do vídeo enviamos aos seus responsáveis legais um pedido de autorização do uso de imagem, que foi assinado pelos responsáveis e também pelas estudantes. A direção da escola também autorizou em documento que a pesquisa fosse realizada no ambiente escolar. Estes procedimentos visaram atender as orientações da Resolução CNS nº 466/2012 (Ética na Pesquisa com seres humanos) e a Resolução CNS nº 510/2016 (Ética na Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais).

Para analisar os processos e o produto final foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, de acordo com a proposta de Bardin (2011) e foram selecionados os seguintes aspectos analíticos: pedagógicos, técnicos e estruturais do vídeo.

Aspectos pedagógicos: foi analisada a relevância do tema escolhido, a forma como o conteúdo foi apresentado, a contextualização e a adequação do conteúdo para a idade e série escolar, levando em consideração os processos de aprendizagens dos estudantes.

Aspectos técnicos: foram analisadas a imagem e o som do vídeo, levando em consideração a qualidade do produto realizado por meio de dispositivos portáteis. Além disso, foi observado o tempo de gravação, respeitando o tempo da aula. Por último, foi analisado o processo de edição e, também, o compartilhamento do vídeo.

Aspectos estruturais: foi analisada a estrutura do vídeo, levando em consideração a sequência com as quais as informações foram apresentadas e a criatividade na apresentação.

ABORDAGENS TEÓRICAS

São perceptíveis as mudanças sociais que estão constantemente ocorrendo com a difusão e popularização de novos canais e modos de comunicação. As redes sociais da internet são acessadas diariamente por milhares de pessoas que compartilham seus momentos e diversos tipos de informações. Dessa maneira, podemos observar o cotidiano das pessoas que frequentemente interagem através dos seus dispositivos portáteis e conectados as suas redes sociais (LEMOS; PASTOR, 2018).

Anteriormente, com a comunicação de massa, as pessoas possuíam acesso basicamente à televisão, rádio e jornal. Essas são mídias que eram geridas por um grupo de profissionais que, geralmente, checava a veracidade das informações antes de divulgá-las. Sobre essa questão Santaella (2018, p. 40) afirma que:

Tradicionalmente, na era hegemônica da comunicação de massas, as notícias eram fabricadas em fontes restritas, relativamente confiáveis, na medida em que deveriam seguir práticas baseadas em códigos estritos de ontologia, ou seja, o conjunto de deveres, princípios e normas adotadas por um determinado grupo profissional. Nesse caso, a profissão de jornalista.

Com a facilidade de acesso aos dispositivos móveis, muitas pessoas têm acesso aos mais variados tipos de informações, pois a internet é uma rede que possui milhares de dados circulando, visto que é um local democrático em que todos podem publicar e compartilhar:

A internet e as redes sociais instauraram uma lógica inédita imensamente facilitadora para a publicação e o compartilhamento. Tal lógica atingiu seu pico a partir das mídias móveis, que permitem a publicação e interação de qualquer ponto do espaço, no momento que se desejar. Qualquer pessoa pode abrir um site, um blog ou um perfil em quaisquer plataformas que quiser (SANTAELLA, 2018, p. 40).

Chaves e Melo (2019, p. 65) complementam afirmando que:

Na era digital, a disseminação em larga escala de conteúdos produzidos por não-profissionais com aparência de jornalismo torna cada vez mais difícil a avaliação sobre sua veracidade. Diante deste cenário, cresce a preocupação com a distribuição de informações erradas, descontextualizadas, distorcidas ou falsificadas.

As pessoas podem postar na rede qualquer tipo de informação, comentários, dados, sejam fotos, textos, músicas, vídeos, etc. E, por isso, muitas inverdades também ganharam espaço nas redes, causando constantemente conflitos entre as pessoas que acessam, acreditam e compartilham uma informação falsa.

As chamadas Fake News - notícias falsas - "costumam ser definidas como notícias, estórias, boatos ou fofocas que são deliberadamente criadas para ludibriar ou fornecer informações enganadoras" (SANTAELLA, 2018, p. 40). Lemos e Oliveira (2020, p. 195) consideram as notícias falsas como “mensagens falsas que, embora pareçam verdadeiras, são intencionalmente produzidas com a intenção de influenciar pessoas ou grupos em prol de interesses específicos, majoritariamente políticos.”

Ainda sobre essa perspectiva:

A divulgação de notícias falsas ou mentirosas é fenômeno conhecido internacionalmente como “fake news” e pode ser conceituado como a disseminação, por qualquer meio de comunicação, de notícias sabidamente falsas com o intuito de atrair a atenção para desinformar ou obter vantagem política ou econômica (BRAGA, 2018, p. 205).

Empresas interessadas em ludibriar pessoas em rede disparam notícias falsas para milhões de contas em sites e aplicativos de redes sociais. Observamos aqui dois pontos de vistas, ou perspectivas. O primeiro se refere aos criadores de notícias falsas, que possuem a intenção de lucrar com o acesso aos seus sites e buscam levar vantagens diversas. O segundo são as organizações políticas e econômicas que contratam esses disparos automáticos, muitas vezes feitos por robôs, para alcançar um objetivo, muitas vezes políticos (GIUSTI; PIRAS, 2020).

Em 2016, de acordo com uma matéria cujo título foi “A cidade europeia que enriquece inventando notícias - e influenciando eleições”, publicada no site de notícias BBC News, jovens da Europa lucravam com a divulgação de notícias falsas. Demonstrando pouca preocupação sobre as consequências da divulgação de Fake News, adolescentes divulgavam boatos em seus sites, pagavam por anúncios no Facebook para divulgar suas notícias e enriqueciam por meio da publicidade nos seus sites, ou seja, o acesso do público gerava dinheiro. Muitas notícias divulgadas eram de cunho político.

No Brasil, picos de divulgação de notícias falsas ocorrem durante as eleições presidenciais em 2018. Em uma entrevista à BBC News Brasil, Morozov afirmou que:

[...] É mais uma manipulação da mente do eleitor, usando os diversos dados pessoais que são recolhidos sobre nós para nos oferecer uma informação que será mais convincente para obter um objetivo político particular - seja pelo conteúdo, pela ordem ou pelo formato em que a informação é apresentada (MOROZOV, 2018, p.1).

A esse respeito, Kaufman e Santaella (2020, p. 6-7) compreendem que:

O acesso à informação passou a ser personalizado, o que atende aos usuários das plataformas digitais que não desejam ver publicações, anúncios publicitários, recomendações de produtos inadequados às suas preferências. Atualmente, a maior parte da curadoria é efetivada pelos algoritmos de IA (inteligência artificial), particularmente pelo processo de deep learning. Um dos efeitos colaterais que tem sido mais debatido é o da formação de “ bolhas” ou “câmara de eco” (clusters).

Com softwares de inteligência artificial sofisticados as grandes empresas de tecnologias captam nossos dados e nos estudam a todo momento. Com dados recolhidos das nossas interações em rede nos oferecem anúncios, publicidade personalizada de acordo com o perfil de cada usuário. O mesmo acontece com as notícias falsas, que chegam até nós de acordo com temas que nos interessam.

Os políticos, muitas vezes, se beneficiam com a publicação de boatos em rede. "A vantagem política, mais antiga e mais intuitiva, consiste na perda de prestígio do político opositor quando a ele se atribui fato ou característica infame" (BRAGA, 2018, p. 207). Dessa forma, as pessoas buscam informações que corroborem com a sua mesma linha de pensamento e concepções que criminalizem o grupo opositor, ou seja, a oposição política.

Uma matéria, publicada pela Revista Superinteressante, com o título “As Fake News talvez não sejam tudo isso”, em novembro de 2018, logo após as eleições no Brasil, trouxe um olhar diferente a respeito das notícias falsas no meio político. A matéria afirma que o termo Fake News se popularizou durante as eleições e muitos candidatos o atribuíam a muitas notas publicadas que não os agradavam. A denúncia das notícias falsas deixava o candidato na posição de vítima, de que enfrentava uma conspiração, e que estava sendo atacado por grupos que espalhavam desinformações ao seu respeito (BRAGA, 2018).

Informações falsas circulam livremente nas redes sociais da internet e são compartilhadas sem ao menos serem verificadas. Sabemos que muitos estudantes utilizam frequentemente a internet para postagem e compartilhamento de dados, porém, 54% deles, com idade entre 11 e 12 anos, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online 2017, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, afirmam que não verificam se uma informação encontrada na rede está correta.

As instituições formais de ensino têm um papel importante, que é orientar os estudantes a respeito de assuntos éticos e tecnológicos, já que estamos em uma cultura digital. Assim, "[...] a escola como instituição reflete a dinâmica das relações sociais, bem como da política, economia, cultura, não podendo ser analisada fora desse contexto dinâmico e contraditório" (COUTO; FERRAZ; PINTO, 2017, p. 174).

O papel da escola na cibercultura é formar cidadãos críticos, reflexivos, com autonomia e que sejam autores, produtores de conhecimentos. O grande problema nessa situação é que estamos "[...] numa época em que cada vez mais as redes sociais são preferidas pelo público como fonte de notícias" (SOUZA, 2017, p. 5). Porém, como não podemos limitar o acesso as redes sociais da internet, necessitamos educar as pessoas para utilizarem esses recursos digitais levando em consideração a ética e o respeito.

A cibercultura (LÉVY, 2010) no contexto da educação apresenta inúmeros desafios, dos quais destacamos três: o primeiro é que a infraestrutura tecnológica ainda costuma ser precária nas escolas brasileiras e nas residências de muitos alunos, especialmente os de escolas públicas, que costumam ser os mais pobres. O segundo é que os comportamentos das pessoas são afetados por informações diversas, muitas delas enganadoras, mentirosas. Estas informações falsas ajudam a construir opiniões públicas, interferem em eleições, etc. O terceiro é que a criação e divulgação de informações, que em tese são democráticas pois estão ao alcance de qualquer um, muitas vezes se mostram traiçoeiras quando elaboradas visando a enganação das pessoas. Neste último aspecto, o acesso de milhares de pessoas à internet e a frenética produção e divulgação de informações, muitas deles mentirosas, não favorecem a democracia e aos vários exercícios da cibercidadania. Ao contrário, em muitas circunstâncias, ameaçam a vida, as instituições e as sociedades democráticas (GIUSTI; PIRAS, 2020).

Frente a esses desafios da cibercultura, para instituir uma boa educação para o mundo digital é interessante que o professor utilize práticas de ensino que incentivem a pesquisa, a autoria em produção colaborativa e o compromisso com a verdade dos fatos e ideias.

Autoria na educação é entendida como a disponibilidade e a ação destinadas à produção, criação, crítica, expressão e iniciativa para a proposição de práticas pedagógicas inovadoras. A perspectiva supera unicamente o consumo do disponível na rede e se alicerça na compreensão dos objetos para adequá-los às diferentes realidades, apropriando-se deles de modo singular, com isso, extrapolando os padrões de consumo idealizados pelos produtores dos bens culturais e dos materiais educacionais, e possibilitando a criação de metodologias e conteúdos pedagógicos próprios de cada contexto escolar (VELOSO; BONILLA; PRETTO, 2016, p. 55).

Assim, a produção de forma colaborativa em sala de aula retira os estudantes da posição de consumidores passivos de informações. Como autores, eles passam a ocupar o lugar ativo, atuante, de questionadores e investigadores. Esses alunos críticos, criam e publicam informações que resultam de estudos, de pesquisas, sempre com o compromisso de problematizar a veracidade dos conteúdos.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresenta as seguintes competências gerais da educação básica:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018, p. 9).

A educação na cibercultura ressalta que os estudantes devem ser orientados sobre o uso consciente das tecnologias digitais da informação e comunicação para utilizem os recursos tecnológicos de forma crítica, sendo capazes de identificar e resolver problemas, tornando-se protagonistas, autores de saberes e culturas. A autoria em produções colaborativas se estabelece por meio das interações, ou seja, através das relações sociais que incentivam o processo de criação. Desse modo, levando em consideração uma rede de criação dentro das instituições de ensino, é interessante que os estudantes interajam para uma construção colaborativa autoral e responsável. Dessa forma, "as interações geram um campo extremamente amplo de possibilidades de desenvolvimento dos projetos em construção." (SALLES, 2013, p. 74).

A construção colaborativa e crítica do conhecimento possibilita que os estudantes criem seus próprios recursos digitais, como vídeos, fotos, textos, etc. Nesse contexto de autoria coletiva e de produção do conhecimento de forma crítica e reflexiva podemos entender que, no meio digital, muitos dados e recursos são criados, inclusive as desinformações. Para combater as desinformações é necessária uma conscientização de como essas notícias inventadas podem impactar direta e indiretamente na sociedade e nos sujeitos.

Não apenas a educação na e para as redes. Para evitar as fake news já existem muitos sites checadores de notícias que, aliás, precisam ser visitados com mais frequência. Entretanto, quando digo educação, refiro-me à formação educacional no seu sentido mais amplo, aquela que é capaz de desenvolver a sutileza da sensibilidade, a arte do cuidado com a alteridade e a ética da curiosidade em relação às complexidades psíquicas e sociais que nos constituem como humanos (SANTAELLA, 2018, p. 41).

Qualquer pessoa pode ser autora de conteúdos e disponibilizar em rede, afinal basta ter acesso à internet para publicar o que se deseja. Porém, a autoria ética, responsável e crítica nem sempre é estabelecida entre os interagentes na internet. Educar as pessoas para a produção colaborativa, responsável e ética, de conteúdo é essencial para a harmonia social, econômica, política e, sobretudo, para o combate as Fake News. Desse modo, a educação, formal e não formal, é uma privilegiada forma para interromper o circulo de disseminação de Fake News (BRITO, 2020).

Neste artigo, para apresentar resultados de estudos sobre Fake News, os estudantes e a professora optaram por apresentar um recurso digital em formato de vídeo. A criação de vídeos é muito utilizada pelas pessoas para narrar suas histórias nas plataformas de redes sociais digitais e pode ser utilizada em sala de aula e tornar a aprendizagem um processo mais leve, divertido e que se aproxima da realidade do aprendiz, além de deixar o estudo mais estimulante. O vídeo "faz parte de uma cultura que está inserida tanto dentro quanto fora das escolas e universidades, em que o conhecimento formal e o informal se misturam, em que as modalidades de ensino se aproximam" (SOUZA, 2017, p. 121).

A produção de vídeos dentro do ambiente escolar não precisa ser exclusivamente de conteúdos programáticos da instituição de ensino. Temas do cotidiano, com relevância social, podem ser utilizados a favor da conscientização e da construção colaborativa do conhecimento. Desse modo, "os vídeos podem ser utilizados como forma de aprendizagem e de expressão das ideias, sejam elas de conteúdos escolares ou não" (BORBA; OECHSLER, 2018, p. 183).

Os vídeos produzidos no ambiente escolar quebram o paradigma da aprendizagem unidirecional, em que o professor transmite conteúdos e os estudantes apenas se portam como receptores, deixando de lado o modelo de reprodução de informações para produção de saberes (CABRAL; PEREIRA, 2015). Com a produção de mídia audiovisual em sala de aula os estudantes podem ter mais uma forma de expressão, além das formas avaliativas tradicionais. Assim, os vídeos podem ser:

[…] como nova forma de comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente das crianças e dos jovens. As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. (MORAN, 1995, p. 4).

A escola, incentivando a criação de vídeos no ambiente escolar, pode explorar mais os sentidos dos estudantes, estimulando a aprendizagem. É interessante também perceber o olhar dos estudantes sobre determinados temas e isso pode ser compreendido através de como os vídeos foram pensados, produzidos e narrados.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante as aulas da Disciplina de Informática sobre ética e uso responsável da internet foi abordado o tema Fake News. O assunto fazia parte do plano de curso da disciplina e foi desenvolvido durante oito aulas.

Para apresentar o tema a professora da disciplina, durante as aulas, explanou sobre o conteúdo, demonstrando a importância do uso consciente da internet, abordando elementos da cidadania digital e demostrando como as notícias falsas podem nos afetar socialmente. Para esse primeiro momento, a docente utilizou como estratégia metodológica a pesquisa por informações falsas na internet, após explicar o conceito de Fake News e suas implicações negativas. Assim, levou recortes de algumas notícias falsas para sala de aula e mostrou aos estudantes as características marcantes de uma Fake News e a importância de não compartilhar esses tipos de notícias.

As notícias analisadas foram de abordagem de beleza e saúde, as quais demonstram soluções imediatas para emagrecimento e melhoria da qualidade da pele. Para analisar os prints das notícias foram levados em consideração alguns aspectos: a URL da página, para verificar se era uma conexão segura; os títulos, para entender se possuíam tons alarmantes e se apresentavam soluções milagrosas; a ortografia do site, para analisar se existiam palavras escritas de maneira errada; as imagens, se após o zoom apresentavam o mesmo conteúdo que era descrito na notícia; a estrutura do site, para verificar se possuía uma boa organização de notícias e apresentava uma interface amigável.

Outras notícias falsas também foram analisadas. As desinformações listadas em uma notícia divulgada pela BBC News, com o título “Um Brasil dividido e movido a notícias falsas: uma semana dentro de 272 grupos políticos no WhatsApp”, abordavam Fake News referentes as eleições presidenciais no Brasil em 2018. Foram analisadas duas notícias: a primeira foi uma imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o número do então candidato Jair Bolsonaro. A segunda notícia foi de um falso link de pesquisa do Instituto Data Folha que foi amplamente divulgada em aplicativos de troca de mensagens. Para a análise dessas notícias foi levado em consideração os mesmos critérios que foram utilizados para identificação de boatos sobre beleza e saúde.

Após a análise das notícias, diante dos critérios listados anteriormente, os estudantes identificaram alguns sinais nas imagens e apontaram as notícias como duvidosas. A partir desse entendimento, os estudantes, juntamente com a professora, realizaram uma busca na internet para entender se as notícias eram realmente falsas. A partir das buscas foram encontrados dois resultados: alguns links direcionavam para outros sites com conexões não seguras e sites foram retiradas do ar. Estes resultaram indicaram que aquelas informações não mereciam confiança.

Após estas investigações, a professora e os estudantes pesquisaram páginas consideradas seguras, como a BBC Brasil e Nova Escola, com dicas de como identificar as notícias falsas. Após as pesquisas foi realizado um estudo colaborativo sobre o assunto em sala de aula.

Em outra aula foram discutidas as consequências sociais que as desinformações podem causar, lembrando-se da importância do uso ético e responsável no uso da rede mundial de computadores. Para abordar esse conteúdo foi utilizado um vídeo disponível no YouTube. O título do vídeo era “Fake News - Mentiras na Internet e suas consequências”. O audiovisual relatava situações desastrosas que ocorreram por conta do compartilhamento de Fake News.

Após estas atividades realizadas em sala de aula, que abordaram em aulas dialogadas o conceito de Fake News, bem como atividades de identificação de notícias falsas, a docente deixou livre para que os estudantes elaborassem um projeto para identificar Fake News. Deste modo, surgiu o interesse dos estudantes em produzir um conteúdo digital, no formato vídeo, e disponibilizar para os demais estudantes e professores da escola.

Muitos estudantes gostam da profissão de youtuber e seguem diversos youtubers mirins. Com a produção de vídeos os estudantes, além de fazer algo que gostam, também podem contribuir socialmente com o tema escolhido por eles e aprender explorando outros saberes.

Antes da gravação do vídeo foi criado um roteiro pelos estudantes. O roteiro do vídeo teve a finalidade de organizar os conteúdos para a apresentação no vídeo. O roteiro possuía o nome das narradoras e as falas de cada uma. O roteiro foi criado de forma colaborativa. As falas das estudantes foram criadas a partir das aulas sobre o que eram e como identificar as Fake News. Com o roteiro pronto, duas estudantes foram escolhidas pelo grupo para narrar o vídeo. O critério de escolha foi a desenvoltura em falar diante das câmeras. Os demais estudantes participaram ativamente da gravação, orientando as falas das alunas, instruindo sobre a sequência do conteúdo, realizando a gravação e, posteriormente, a edição e o compartilhamento do vídeo.

Após a fase de gravação ocorreu a edição do vídeo no programa disponível no sistema operacional Windows, chamado Movie Maker. O Movie Maker é um software da Microsoft para edição de vídeo. É um programa de fácil utilização e permite que pessoas com poucas experiências possam editar vídeos com facilidade. Os estudantes não possuíam conhecimento sobre como seria realizada uma edição de vídeo e, por conta disso, foi explicado em uma aula as principais funcionalidades do programa para que ocorresse a edição. O vídeo foi editado usando os computadores da escola. Durante a edição eles recortaram partes com erros de gravação, colocaram a apresentação e créditos no filme. Por fim, o vídeo foi publicado no canal da Escola.

A figura 1 apresenta a sequência de ações que fez parte dos processos para a produção e divulgação do vídeo:

Figura 1 os autores da pesquisa e do artigo 

ASPECTOS PEDAGÓGICOS

O estudo sobre as Fake News foi relevante para os estudantes porque incentivou a análise da veracidade das informações encontradas na internet. Aprender a verificar as informações que circulam em rede é, hoje, um antídoto extremamente importante contra a manipulação de massas, a alienação e para evitarmos problemas sociais, econômicos, educacionais e políticos. Por isso é importante a formação integral do sujeito, educando-os para analisar de forma crítica as notícias disponíveis na internet (SANTAELLA, 2018).

Dois aspectos foram destacados sobre o estudo do tema Fake News. O primeiro foi pesquisar e encontrar notícias sobre o tema de interesse. O segundo foi analisar o teor de verdade dos conteúdos encontrados. Para essa análise foi preciso selecionar alguns critérios de verificação: título, projeto gráfico, o endereço da página, a ortografia, se a mesma informação aparecia em outros sites, etc.

No vídeo os conteúdos foram apresentados numa estrutura lógica, coerente, com contextualização e problematização do tema, com ênfase nos aspectos de identificação de notícias falsas. A identificação de Fake News foi considerada etapa fundamental para que uma pessoa com comportamento ético na internet não compartilhe informações ou mensagens falsas e também para contribuir com a formação dos estudantes para o uso das mídias digitais, levando em consideração a cidadania digital (LEMOS; LÉVY, (2010).

Esse estudo foi compatível com a idade escolar dos estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental - anos iniciais. O tema era de interesse de todos, pois acessam informações e estavam atentos e preocupados com a proliferação de inverdades na rede, além de ser um assunto de suma relevância para a sociedade. O tema abordado foi adaptado para a maturidade escolar dos estudantes, já que é um assunto complexo e com várias vertentes. Assim, foi feito um recorte do assunto para que eles compreendessem o tema e entendessem que o uso ético, consciente e autônomo das informações deve ser considerado durante os usos das mídias digitais. Isso foi importante para a aprendizagem dos estudantes uma vez que, por meio das pesquisas, puderam compreender que há várias maneiras de saber se uma notícia é falsa e analisá-la de forma crítica antes de compartilhar ou considerá-la como verdade. O incentivo à pesquisa e a verificação de autenticidade das informações é muito importante no contexto social tecnológico que estamos inseridos.

ASPECTOS TÉCNICOS

O vídeo possui duração de 2 minutos e 49 segundos e foi gravado em uma sala onde funciona a secretaria da escola Complexo Escolar Rilza Valentim. O vídeo foi gravado com smartphone. Por ser uma gravação não profissional, realizada por estudantes com rara experiência técnica em filmagem, o vídeo apresenta alguns problemas em relação ao áudio. O áudio do vídeo apresenta alguns ruídos, como falas de outros estudantes nos corredores da escola, conversas e risadas de colegas nos momentos das gravações.

O recurso digital apresenta poucas desestabilizações, com imagens claras e nítidas, que focam bem as narradoras. A sala onde ocorreu a filmagem é bastante iluminada e isso favoreceu na estética do produto final.

O vídeo foi gravado durante duas aulas de 50 minutos cada. Esse processo teve várias interrupções, seja pelos barulhos externos ou por erros na apresentação das falas e sequência do conteúdo por parte das narradoras. Essas interrupções e regravações foram consideradas normais e pertinentes ao processo de gravação de um vídeo. E certas imperfeições foram corrigidas na etapa da edição feita pelos estudantes em duas outras aulas de 50 minutos cada.

O produto final foi publicado pelos estudantes no canal de vídeo da escola.

ASPECTOS ESTRUTURAIS

O vídeo foi gravado em uma sala onde funciona a secretaria da escola. Essa escolha decorreu do fato de que a sala tinha livros infantis que aparecem no fundo das imagens. As alunas escolheram realizar a gravação do vídeo de forma mais descontraída, com semelhança à gravação de vídeo dos Youtubers mirins. Nesse sentido, as narradoras falaram com mais segurança, em pé e gesticulam de modo espontâneo, descontraído.

Seguindo o roteiro elaborado coletivamente, no primeiro momento do vídeo as alunas se apresentam e explicam o que são as Fake News. Em seguida, dão dicas de como identificar notícias falsas e os cuidados éticos que todos devemos ter para não compartilharmos notícias falsas...

CONCLUSÕES

Esse estudo possibilitou um conjunto de conclusões das quais destacamos três.

A primeira conclusão foi que a abordagem de um tema tão recorrente e presente de forma intensa no nosso cotidiano, nos ambientes digitais e na escola, possibilitou que os estudantes ampliassem o entendimento sobre o que são as Fake News e como identificá-las, além de compreender a sua responsabilidade como cidadão no meio digital. Aprender a pesquisar e filtrar informações relevantes foram pontos de destaque no estudo, pois os estudantes conseguiram ler informações disponíveis na internet para construir um material que pode ser utilizado de forma pedagógica. Os estudantes aprenderam também a discutir sobre um tema na sala de aula e sintetizar informações relevantes para serem apresentadas em um vídeo.

A segunda conclusão se referiu ao uso consciente e ético da internet. Os modos como se pesquisa e o cuidado com o que se compartilha em redes sociais da internet foram bastante abordados e os estudantes conseguiram discutir em sala de aula a respeito de seus comportamentos na rede e suas responsabilidades quando compartilha conteúdo. Dessa maneira, começaram a entender sobre o uso responsável das mídias digitais e como suas ações em rede podem impactar diretamente na sociedade, interferindo, até mesmo, em escolhes políticas.

A terceira conclusão foi que a produção colaborativa de um vídeo foi bastante significativa para os estudantes. A criação do vídeo foi considerada uma inovação pedagógica, visto que essa prática ainda não é recorrente na escola. Os estudantes aprenderam como posicionar a câmera em relação à luz, bem como utilizar técnicas de edição de vídeo. Além disso, podemos ressaltar que os estudantes conseguiram abrir o campo de possibilidades que os vídeos podem oferecer e associar a autoria em produção colaborativa no processo de aprendizagem.

Como sugestão para a Secretaria de Educação do Município fica a proposta de incentivar a autoria em produção colaborativa no ambiente escolar, com o uso de mídias digitais. Para isso, se torna necessário maior investimento em infraestrutura tecnológica e formação continuada de professores, ressaltando a pesquisa e a criação de práticas pedagógicas colaborativas como modos de educar e viver na cibercultura.

REFERÊNCIAS

APPOLINARIO, Fábio. Dicionário de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2011. [ Links ]

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. [ Links ]

BRITO, Telma Rocha. Fake News e os desafios da educação na contemporaneidade. Notícias, Revista Docência e Cibercultura, 2020. Disponível em: Disponível em: https://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/re-doc/announcement/view/1070 . Acesso em: 23 set. 2021. [ Links ]

BORBA, Marcelo de Carvalho; OECHSLER, Vanessa. Tecnologias na educação: o uso dos vídeos em sala de aula. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 11, n. 2, p. 181-213, mai./ago. 2018. DOI: 10.3895/rbect.v11n2.8434 [ Links ]

BRAGA, Renê Morais da Costa. A indústria das fake news e o discurso de ódio. In: PEREIRA, Rodolfo Viana (Org.). Direitos políticos, liberdade de expressão e discurso de ódio. Volume I. Belo Horizonte: IDDE, 2018. p. 203-220. [ Links ]

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Ministério de Educação, 2018. Disponível em: Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf . Acesso em: 11 set. 2021. [ Links ]

CABRAL, Luciana Ferrari Espindola; PEREIRA, Marcus Vinicius. Produção de vídeos por estudantes do ensino médio a partir de uma visita ao jardim botânico do rio de janeiro para promoção do ensino de botânica. Revista de Educação, Ciências e Matemática. Duque de Caxias - RJ. v.5, n.3, p. 129-143. set/dez 2015. Disponível em: Disponível em: http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/recm/article/view/3037/1491 . Acesso em: 14 fev. 2019. [ Links ]

Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br). TIC Kids Online Brasil- 2017. Disponível em: Disponível em: https://www.cetic.br/media/docs/publicacoes/2/tic_kids_online_2017_livro_eletronico.pdf . Acesso em: 19 jun. 2019. [ Links ]

CHAVES, Mônica; MELO, Luísa. Educação midiática para notícias: histórico e mapeamento de iniciativas para combater a desinformação por meio da educação. Revista Mídia e Cotidiano, v. 13, n. 3, p. 62-82, 2019. DOI: https://doi.org/10.22409/rmc.v13i3.38091 [ Links ]

COUTO, Edvaldo Souza; FERRAZ, Maria do Carmo Gomes; PINTO, Jucinara de Castro Almeida. Tecnologias digitais e a promoção da eficácia e da equidade no contexto escolar. Textura. Canoas - RS. v. 19, n.40, p. 173-188 maio/ago. 2017. DOI:10.17648/textura-2358-0801-19-40-2095. [ Links ]

CRESWELL, John W. Educational research: planning, conducting, and evaluatingquantitative and qualitative research. 4th ed. Fourth Edition, 2011, 672 p [ Links ]

GIUSTI, Serena; PIRAS, Elisa (Ed.). Democracy and Fake News: Information, manipulation and post-truth politics. London and New York, Routledge, 2021. [ Links ]

KAUFMAN, D.; SANTAELLA, L. O papel dos algoritmos de inteligência artificial nas redes sociais. Revista Famecos, v. 27, p. e34074, 2020. DOI: https://doi.org/10.15448/1980-3729.2020.1.34074 [ Links ]

LEMOS, André; LÉVY, Pierre. O futuro da internet: em direção a uma cibercidadania planetária. São Paulo: Paulus, 2010. [ Links ]

LEMOS, André; OLIVEIRA, Frederico. Fake News no WhatsApp: um estudo da percepção dos efeitos em terceiros. Comunicação & Sociedade, v. 42, n. 1, p. 193-227, 2020. DOI: https://doi.org/10.15603/2175-7755/cs.v42n1p193-227 [ Links ]

LEMOS, André; PASTOR, Leonardo. A fotografia como prática conversacional de dados. Espacialização e sociabilidade digital no uso do Instagram em praças e parques na cidade de Salvador. Revista Comunicação Mídia Consumo, São Paulo - SP, v. 15, n. 42, p. 10-33, jan./abr. 2018. DOI:10.18568/CMC.V15I42.161. [ Links ]

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, Editora 34, 2010. [ Links ]

MORAN, José. O Vídeo na Sala de Aula. Revista Comunicação & Educação. São Paulo SP, ECA-Ed. Moderna, [2]: v. 2 p. 27-35, jan./abr. de 1995. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v0i2p27-35 [ Links ]

MOROZOV, Evgeny. Empresas que permitem disseminação de fake news devem ser multadas, diz um dos principais teóricos sobre a relação entre política e tecnologia. [Entrevista concedida a] Amanda Rossi. BBC News Brasil, São Paulo- SP, nov. 2018. Disponível em: Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-46067403 . Acesso em: 03 mar 2019. [ Links ]

SALLES, Cecília Almeida. Autoria em rede: documentários de processos de criação teatrais. Manuscrítica, São Paulo - SP, n.24. p. 68-78. 2013. Disponível em: Disponível em: http://www.revistas.fflch.usp.br/manuscritica/article/view/1471/1304 Acesso em: 30 jan 2019. [ Links ]

SANTAELLA, Lucia. A educação como antídoto às fake news. Revista E - Sesc São Paulo. São Paulo - SP, v. ano 25, p. 40-41, 2018. Disponível em: Disponível em: https://www.sescsp.org.br/online/artigo/12329_FAKE+NEWS+NEM+VERDADEIRAS+NEM+FALSAS 1 . Acesso em: 04 fev. 2019. [ Links ]

SILVA, Ana Elisa Drummond Celestino; COUTO, Edvaldo Souza. Professores usam Smartphones: Considerações sobre tecnologias móveis em práticas docentes. 36ª Reunião Nacional da ANPEd - Goiânia, Goiânia-GO, 2013. Disponível em: Disponível em: https://www.anped.org.br/sites/default/files/gt16_2663_texto.pdf . Acesso em 27 set 2021. [ Links ]

SOUZA, Rogério Martins de. Investigando as fake news: análise das as agências fiscalizadoras de notícias falsas no Brasil. In: INTERCOM - Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, n. XXII, 2017, Volta Redonda: RJ. Resumos. p. 1-15. Disponível em: Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/sudeste2017/resumos/R58-0343-1.pdf . Acesso em: 05 set 2021. [ Links ]

SOUZA, Suyanne Tolentino de. Aprendizagem na cibercultura por meio de e para o audiovisual. Revista Latinoamericana de Ciências de La Comunicación. São Paulo - SP. v. 14, n. 26, p. 116-127, jan/jun 2017, Disponível em: Disponível em: https://www.alaic.org/revista/index.php/alaic/article/view/925 . Acesso em: 13 set. 2021. [ Links ]

VELOSO, Maristela Midlej Silva de Araújo; BONILLA, Maria Helena Silveira; PRETTO, Nelson de Luca. A cultura da liberdade de criação e o cerceamento tecnológico e normativo: potencialidades para a autoria na educação. ETD - Educação Temática Digital. Campinas -SP, v.18, n.1, p. 43-59, jan./abr. 2016. DOI:10.20396/etd.v18i1.8639486 [ Links ]

Recebido: 02 de Agosto de 2021; Aceito: 02 de Agosto de 2021

Jessica Chagas Oliveira Doutoranda em Educação - UFBA. Mestre em Educação - UFBA. Membro do Grupo de Pesquisa Educação, redes sociotécnicas e culturas digitais - EDUTEC/CNPq/UFBA.

Edvaldo Souza Couto Pós-Doutorado em Educação pela UFRGS. Doutor em Educação pela UNICAMP. Professor Titular na Faculdade de Educação, na UFBA. Bolsista em produtividade em pesquisa do CNPq - Pq2 e líder do Grupo de Pesquisa Educação, redes sociotécnicas e culturas digitais - EDUTEC/CNPq/UFBA

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons