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Ensino em Re-Vista

versão On-line ISSN 1983-1730

Ensino em Re-Vista vol.26 no.2 Uberlândia maio/ago 2019  Epub 31-Ago-2023

https://doi.org/10.14393/er-v26n2a2019-0 

Apresentação

Revisitando a Educação em Ciências e em Matemática

José Gonçalves Teixeira Júnior1 
http://orcid.org/0000-0003-2436-6413

1Universidade Federal de Uberlândia, Ituiutaba, MG., Brasil.


A produção acadêmica relacionada aos processos de ensino e aprendizagem em Ciências (Biologia, Física e Química) e em Matemática tem sido ampliado em função do crescente número de pesquisadores nestas áreas em diversas instituições de ensino superior, em programas de pós-graduação, assim como em programas de iniciação à docência. Estes estudos são pautados nas experiências dos educadores e das educadoras que atuam na formação de professores, assim como nas experiências vivenciadas nas escolas.

Neste número da Ensino em Re-Vista temos produções de pesquisadores de inúmeras instituições brasileiras e de uma universidade no México. Investigações que discutem a necessária renovação dos processos de formação inicial e continuada dos professores que atuam no ensino de Ciências e Matemática, assim como nos processos de ensino e aprendizagem nas escolas da educação básica. Os textos trazem experiências e investigações envolvendo diferentes questões relacionadas à educação em Ciências (Biologia, Física e Química) e Matemática, como a formação inicial e continuada, a educação ambiental e a inclusão. Em relação às proposições metodológicas, há trabalhos que analisam a inserção das tecnologias de informação e comunicação, dos jogos didáticos e da resolução de problemas. Há também artigos relacionados a divulgação científica, seja a partir dos textos em revistas voltadas à divulgação, assim como os museus e as feiras de Ciências. Há ainda discussões sobre a importância da inserção da História tanto nas aulas de Ciências, como nas aulas de Matemática.

A educação ambiental é foco de dois artigos. Becker, Rossato e Ellwanger, no texto A preservação da água em um objeto de aprendizagem: saberes e possibilidades de ensino, analisaram o uso por alunos do ensino médio de um objeto de aprendizagem sobre o processo de produção de energia a partir de hidrelétricas, numa perspectiva interdisciplinar. Os autores verificam que, a partir do objeto de aprendizagem, os estudantes puderam interagir e refletir sobre os usos da água e o impacto ambiental causado pelas usinas hidrelétricas assim como a necessidade de minimizar o desperdício da água em suas residências.

Já Nogueira e Souza apresentam no texto Educação Ambiental: um estudo de caso em uma comunidade ribeirinha do Estado do Amazonas, uma discussão sobre a necessária promoção da educação ambiental em comunidades ribeirinhas. Os autores discutem a necessidade dos professores que atuam nestas comunidades em estar preparados para lidar com os processos de escolarização visando a formação de sujeitos participativos nas soluções dos problemas ambientais, a partir dos estudos da realidade e das demandas da comunidade ribeirinha.

As questões históricas também foram foco de dois textos, um relacionado às Ciências e o outro sobre a Matemática. Pommer apresenta no texto O número π e o conceito de aproximação: possíveis caminhos advindos da História para o ensino da Matemática Elementar, a questão da aproximação em processos infinitos ao longo da História. O autor analisa documentos históricos buscando conexões com referenciais relacionados à Educação Matemática, fazendo emergir situações de ensino estabelecendo conexões entre o passado e o presente, visando novas possibilidades de trabalho com os números irracionais na educação básica.

E, Breunig, Amaral, Goldschmidt, apresentam no texto Imagens dos cientistas Jean-Baptiste de Lamarck e Charles Darwin: o que alunos concluintes do ensino médio sabem sobre eles? as concepções de estudantes do ensino médio a respeito das imagens de cientistas. Os autores discutem a importância da inserção de aspectos históricos nas aulas de Biologia na promoção da compreensão dos conceitos científicos e verificam o restrito uso de imagens dos cientistas em sala de aula, além de identificar concepções reducionistas sobre as Ciências e os cientistas.

Propostas metodológicas são apresentadas também em dois artigos. Shaw, Ribeiro e Rocha, no texto Utilizando games para ensinar ciências: percepções de estudantes do ensino fundamental, investigaram as potencialidades do uso de três jogos eletrônicos para a aprendizagem dos conceitos relacionados aos sistemas do corpo humano, na percepção dos alunos e de uma professora de Ciências do ensino fundamental. Os autores indicam os cuidados que os professores precisam ter na escolha dos jogos antes de levá-los para a sala de aula, como o nível de dificuldade e os modelos e os conceitos científicos que são apresentados.

Já Rivera e Solovieva investigam no texto Trabajo con solución de problemas matemáticos en tercer grado de primaria: análisis en dos escuelas privadas, a forma como duas professoras de Matemática trabalham a resolução de problemas com seus alunos do ensino fundamental. As autoras analisaram os métodos de ensino das professoras, percebendo lacunas e contradições, como a ênfase na solução do algoritmo, porém identificaram o desenvolvimento de habilidades de forma reflexiva nos alunos, quando a metodologia era utilizada de forma adequada.

E a inclusão é foco do texto de Teixeira Júnior e Souza, com a Análise das concepções de formadores de professores de Química acerca da inclusão de alunos com deficiência no ensino superior, onde investigam as possibilidades e limitações da inclusão nas aulas de Química. Defendem que as concepções dos formadores de professores podem influenciar as compreensões dos futuros professores de Química. Discute-se sobre a necessidade de adaptação das metodologias e das possíveis dificuldades da inclusão, em especial no que se refere à experimentação.

Já a divulgação científica aparece em três artigos. Teixeira, Pereira e Stueber apresentam no texto Alfabetização Científica: possibilidades didático-pedagógicas da revista Ciência Hoje das Crianças Online uma análise da possibilidade da revista em viabilizar os processos de ensinar e aprender ciências. As autoras elencam facilitadores da alfabetização científica, as possibilidades do trabalho interdisciplinar e algumas propostas didático-pedagógicas apresentadas na revista, principalmente as que fomentam debates e reflexões a partir do conhecimento científico.

Santos, Sales e Ramos analisam no texto Luz e vida: um diálogo com professores de Ciências, as ações desenvolvidas em um curso de formação continuada para professores de Ciências em um museu. As autoras identificaram que os inscritos buscavam no curso novos conhecimentos teóricos e metodológicos para o trabalho em sala de aula. Ao mesmo tempo, as autoras indicam as potencialidades dos museus enquanto espaço de troca de saberes e experiências, constituindo como um lócus importante para a formação continuada dos professores de Ciências.

E, finalmente, Costa, Mello e Roehs analisam no texto Feira de ciências: aproximando estudantes da educação básica da pesquisa de iniciação científica, as potencialidades da participação dos estudantes em uma feira de Ciências. Os autores investigaram as possibilidades das feiras de Ciências em aproximar o conhecimento científico dos estudantes da educação básica - no caso, bolsistas de iniciação científica júnior, auxiliando no processo de aprendizagem, desenvolvendo novas habilidades e criticidade em relação ao conhecimento científico.

Fica evidente aqui, para os leitores e leitoras deste número especial de Ensino em Re-Vista dedicado à educação em Ciências e Matemática, que há intensos e distintos debates frutos de inúmeras experiências e possibilidades formativas. Agradeço as generosas contribuições de todos os colegas, tanto os autores, quanto os que elaboraram os pareceres para a publicação deste número especial de Ensino em Re-Vista dedicado às reflexões sobre a educação em Ciências e Matemática.

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