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Ensino em Re-Vista

versión On-line ISSN 1983-1730

Ensino em Re-Vista vol.26 no.3 Uberlândia set./dic 2019  Epub 15-Ago-2023

https://doi.org/10.14393/er-v26n3a2019-0 

Apresentação

Apresentação

Fabiana Fiorezi de Marco1 

Iara Vieira Guimarães1 

1Universidade Federal de Uberlândia


Apresentação

Neste número da Ensino em Re-Vista temos quatorze produções de pesquisadores de inúmeras instituições brasileiras e de diversas áreas do conhecimento. Investigações que apresentam propostas de formação de professores, assim como de processos de ensino e aprendizagem na educação básica.

Os dois primeiros artigos discutem aspectos relevantes e pertinentes ao Ensino Médio nos dias atuais. O primeiro deles, intitulado Normas de convivência escolar: uma avaliação sob o olhar de alunos do Ensino Médio do CAp-UFRJ, de Lúcia Regina Goulart Vilarinho e Maria Beatriz Porciuncula Porangaba Costa, apresenta uma avaliação, realizada na perspectiva de alunos de Ensino Médio do CAp-UFRJ, das normas de convivência escolar utilizadas na escola, localizada na cidade do Rio de Janeiro. A análise dos dados obtidos revelou que os alunos participantes consideram que as normas são importantes na construção de comportamentos favoráveis à aprendizagem, com as respostas evidenciando coerência e reclamações indicando a necessidade de serem repensadas pela escola. De forma geral, os dados obtidos expressaram sentimento de orgulho por pertencerem ao corpo discente do colégio.

Já Altair Alberto Fávero, Daiane Rodrigues Costa e Junior Bufon Centenaro apresentam no texto Reforma do Ensino Médio no Brasil e crise mundial da educação: uma análise reflexiva da flexibilização das humanidades na educação básica uma discussão sobre a reforma do ensino médio no Brasil (lei 13.415/2017) tendo como objetivo apontar limitações que negligenciam aspectos básicos para a formação humana, integral e democrática ao assumir um viés mercantilista e tecnicista.

O terceiro artigo, Contribuições do ensino da Educação Física para o trabalho com o conhecimento teórico na escola de Carolina Picchetti Nascimento e Elaine Sampaio Araujo tem como objetivo caracterizar o processo de organização do ensino que contribua para o desenvolvimento do pensamento teórico dos sujeitos da atividade pedagógica, professores e estudantes. O texto aborda a Atividade Orientadora de Ensino, proposta por Moura (1996, 2000, 2016), como fundamento teórico-metodológico que, do ponto de vista das ações metodológicas discute o significado pedagógico do trabalho com o conhecimento teórico na escola por meio da análise de momentos-chave de uma situação formativa realizada com professoras da educação básica.

A temática Aula expositiva e Paulo Freire é o título do quarto artigo deste número da Ensino em Re-Vista. O autor Mauro Antonio Andreata apresenta uma discussão sobre as tradicionais aulas expositivas, indica características de uma boa aula expositiva e, com base nos princípios educacionais freirianos, faz dez sugestões para que as potencialidades da aula expositiva sejam aproveitadas ao máximo, incluindo o diálogo entre professor e educandos e entre os educandos nas aulas.

O quinto artigo intitulado Identidade profissional e agir docente do professor de língua materna, de José Cezinaldo Rocha Bessa e Franciclébia Nicolau da Silva, busca aprofundar a compreensão sobre os eventos que se dão no tempo-espaço da relação entre professor e aluno em sala de aula, com foco na escuta da voz do eu-professor, objetivando investigar como constrói sua identidade professoral e seu agir docente. O texto é elaborado com foco nas contribuições do pensamento bakhtiniano, sobretudo aquelas relacionadas ao ensino de língua materna no Brasil.

Os dois textos seguintes abordam aspectos relacionados à contação de história e leitura em voz alta e discussões orais. O primeiro deles, A prática da contação de histórias por professoras da educação infantil, de Maria Irene Miranda e Valéria Silva, teve como objetivos conhecer as concepções de contação de histórias de docentes da educação infantil, analisar como a literatura é levada para as escolas, como recorrem e escolhem as obras e, identificar interfaces entre esta prática e a realidade e dos alunos. As informações obtidas pela pesquisa apontam avanços e ambiguidades das docentes na abordagem com as histórias. O texto seguinte, Leitura em voz alta e discussões orais: estratégias de ensino nas aulas de Língua Portuguesa, das autoras Márcia Andréa Almeida de Oliveira e Alessandra Karina Gomes de Araújo, apresenta tipos de instrução que foram usados em aulas ministradas por uma estagiária e com que frequência cada um foi mobilizado, a relação entre eles, o engajamento dos alunos nas atividades e a quantidade de questionamentos que fizeram. Os resultados encontrados revelam que quanto mais leitura em voz alta e discussão oral sobre o texto maior é o engajamento dos alunos do 9º do Ensino Fundamental e menor a quantidade de dúvidas por eles demonstradas.

O artigo O combate em contexto de arte e jogo: contribuições artísticas e lúdicas para o ensino da marcialidade, de Gilbert de Oliveira Santos, tem como objetivo apresentar uma discussão a respeito dos fatores que aproximam a arte marcial das artes e do jogo com ênfase no conceito de mímesis, entendida como uma ação interpretativa que busca se aproximar com precisão da beleza do gesto sem perder de vista a ludicidade e a subjetividade do ato.

Já no artigo Desenho Universal para a Aprendizagem aplicado à promoção da educação inclusiva: uma revisão sistemática, as autoras Célia Regina Vitaliano, Jacqueline Lidiane de Souza Prais e Katiane Pereira dos Santos analisam a aplicação do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) na promoção da educação inclusiva em produções científicas brasileiras. O encaminhamento metodológico e as etapas da revisão sistemática de busca em diversos sites científicos resultaram na identificação de 24 estudos sobre o tema e os resultados forneceram subsídios teóricos e práticos para a compreensão das possibilidades de implementação do DUA para favorecer o aprimoramento da educação inclusiva nos diferentes níveis e modalidades de ensino.

O décimo artigo, A centralidade das infâncias e do brincar na transição da educação infantil para o ensino fundamental, de Arlete Aparecida Bertoldo Miranda, Daniella Salviana Faria, tem como objetivo compreender de que forma o lúdico, o brincar e a infância são concebidos pelos professores e pelas crianças em um Colégio de Aplicação. As autoras apresentam elementos teóricos que se articulam com o protagonismo das crianças, em diálogo com as políticas públicas para infância e práticas pedagógicas.

O artigo seguinte tem com o título Programa São Paulo Faz Escola: apontamentos sobre o currículo e a ação docente e nele as autoras Andrea Coelho Lastória e Sonara da Silva de Souza trazem à tona o Programa São Paulo Faz Escola (SPFE), criado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEESP), implementado em 2008, e ainda hoje (2019), em vigor na rede estadual de ensino paulista. As autoras analisam questões sobre esse currículo, dando destaque para a questão da ação docente. A análise das autoras indica que o Programa São Paulo Faz Escola está pautado numa política neoliberal, quantificação do ensino com avaliações externas e responsabilizando os docentes pela falta de qualidade da escola pública o que afeta, diretamente, a autonomia dos professores.

O décimo segundo artigo, A neurociência na formação inicial de professores: uma investigação científica, de Márcia Gorett Ribeiro Grossi, Eliane Silvestre Oliveira e Fabiane Angélica de Aguiar apresenta uma discussão em torno de cursos de Pedagogia no Brasil e a utilização da neurociência nas práticas escolares. Os resultados encontrados mostram que ainda é pequena a influência da neurociência na sala de aula no Brasil, pois apenas 7,97% dos 1.317 cursos de Pedagogia e do Programa especial de formação pedagógica de docentes pesquisados possuem disciplinas de neurociência e correlatas.

No artigo O preconceito econômico-social na percepção de estudantes de odontologia: uma perspectiva crítica, Celso Zilbovicius, Leonardo Carnut e Tarsila Teixeira Vilhena Lopes buscam compreenderr a percepção dos graduandos de odontologia sobre os conteúdos relativos ao preconceito econômico-social e sua relação com a saúde. A pesquisa foi realizada com graduandos do 1º ano da Faculdade de Odontologia da Universidade São Paulo, Campus Capital, em 2016. Dentre as percepções mais presentes dos graduandos estão ‘as doenças, independente de qual lado atingem, são motivos de estigmas e preconceitos’ e ‘os preconceitos socioeconômicos e racial estão conectados’.

E, finalmente, as autoras Cristine Santos de Souza da Silva e Denise Santos de Souza, no artigo intitulado O enfoque CTSA e uso de Metodologias Ativas no Ensino Superior: uma análise baseada na discussão de notícias sobre acidentes ambientais envolvendo produtos químicos, discutem o enfoque CTSA e o uso de Metodologias Ativas, presentes no Ensino Superior, como comprovadamente eficientes para o ensino de ciências e para a contextualização de problemáticas atuais. Por meio das análises constataram que, por meio do enfoque CTSA, foi possível constatar os avanços dos alunos no desenvolvimento das habilidades como diálogo, pensamento crítico e compreensão de processos complexos. Fica evidente aqui, para os leitores e leitoras deste número diversificado de Ensino em Re-Vista, que há intensos e distintos debates frutos de inúmeras experiências e possibilidades investigativas.

Agradecemos as generosas contribuições de todos os autores e pareceristas que contribuíram para a publicação deste terceiro e último número de Ensino em Re-Vista de 2019.

Fabiana Fiorezi de Marco Iara Vieira Guimarães

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