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Eccos Revista Científica

versión impresa ISSN 1517-1949versión On-line ISSN 1983-9278

Eccos Rev. Cient.  no.51 São Paulo  2019  Epub 29-Ene-2024

https://doi.org/10.5585/eccos.n51.14581 

Dossiê 51 - Qualidade da Educação e Educação de Qualidade

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL: DESEMPENHO DAS UNIVERSIDADES CATÓLICAS À LUZ DOS RANKINGS ACADÊMICOS, ÍNDICES E TABELAS CLASSIFICATÓRIAS ESTATAIS E DO SETOR PRIVADO1

QUALITY OF HIGHER EDUCATION IN BRAZIL: PERFORMANCE OF CATHOLIC UNIVERSITIES IN THE LIGHT OF ACADEMIC RANKINGS, STATE CLASSIFIED INDEXES AND TABLES

Marco Wandercil, Doutor em Educação, Professor1 
http://orcid.org/0000-0002-9295-1051

Adolfo-Ignacio Calderón, Doutor em Ciências Sociais, Professor titular2 
http://orcid.org/0000-0001-6534-2819

Francisco Aníbal Ganga-Contreras, Doutor em Gestão Estratégica, Professor titular3 
http://orcid.org/0000-0001-9325-6459

1Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS). Professor da Faculdade Santa Lúcia de Mogi Mirim. Mogi Mirim - São Paulo - Brasil. Especialista em Avaliação Institucional da PUC-Campinas. Campinas - São Paulo - Brasil.

2Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Brasil) com Pós-doutorado em Ciências da Educação na Universidade de Coimbra (Portugal). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Brasil. Professor titular do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS). Campinas - São Paulo - Brasil.

3Doutor em Gestão Estratégica pela Universidade de Sevilla (Espanha), com pós-doutorado em Ciências Humanas pela Universidad del Zulia (Venezuela). Professor titular do Departamento de Ciências do Desenvolvimento e diretor do Programa de Pesquisa sobre Governança e Inclusão Organizacional (PRIGO) da Universidade de Los Lagos, Chile. Osorno - Região de Los Lagos - Chile.


RESUMO

A qualidade educação superior é um conceito dinâmico que tem que se adaptar a um mundo em constantes mudanças. Este artigo tem como objetivo analisar as universidades católicas brasileiras com o intuito de estudar suas tendências em termos de qualidade institucional, a partir da sua performance em rankings acadêmicos, índices e listas classificatórias (Rankintacs) nacionais em níveis estatal e privado. Para alcançar o objetivo deste estudo, realizou-se pesquisa bibliográfica-documental incluindo análise de indicadores de desempenho nos Rankintacs nacionais, incluindo análise qualitativa e quantitativas por meio de critérios estatísticos. Atualmente, o Brasil conta com 19 universidades confessionais católicas e seus desempenhos foram abordados a partir dos Rankings nacionais, elaborados pelo órgão regulador estatal (MEC/INEP) e os promovidos pelo setor privado, Ranking Universitário Folha (RUF) e Guia do Estudante. Embora tradicionalmente as universidades católicas sejam identificadas como instituições de elevada qualidade, ocupando lugares de destaque entre as melhores universidades do país, muitas delas a frente de grandes universidades públicas, os Rankintacs revelam, em termos de qualidade, grande diversidade e heterogeneidade, existindo renomadas universidades católicas com resultados não tão favoráveis, identificadas com fraco desempenho.

Palavra-chave: Rankings Acadêmicos; Qualidade da Educação; Universidades Católicas.

ABSTRACT

Quality higher education is a dynamic concept that has to adapt to a changing world. This article aims to analyze the Brazilian Catholic universities in order to study their trends in terms of institutional quality, from their performance in national academic rankings, indexes and rankings (Rankintacs) at state and private levels. To achieve the objective of this study, a bibliographic-documentary research including analysis of performance indicators in national Rankintacs, including qualitative and quantitative analysis through statistical criteria was performed. Currently, Brazil has 19 Catholic confessional universities and their performances were approached from the National Rankings, prepared by the state regulatory agency (MEC/INEP) and those promoted by the private sector, Folha University Ranking (RUF) and Student Guide. Although Catholic universities have traditionally been identified as high quality institutions, occupying prominent positions among the best universities in the country, many of them ahead of large public universities, Rankintacs reveal in terms of quality, great diversity and heterogeneity, with renowned universities. Catholic with not so favorable results, identified with poor performance.

Keyword: Academic Ranking; Quality of education; Catholic universities.

Introdução

A qualidade na educação, ainda é um termo polêmico, pois permeia uma complexa arena de diversificados campos científicos, múltiplos modelos de estrutura institucional, de organização das atividades curriculares e de governança. Esta multiplicidade de fatores dificulta o estabelecimento de qualquer “padrão de qualidade”, termo nascido com a administração científica, período em que as empresas passaram a “exercer o controle racional do trabalho humano, em busca de melhores resultados, de melhores índices de desempenho e de competitividade” (SANTANA, 2007, p. 19).

A qualidade por ser um termo polissêmico, sua aplicação é complexa, pois a educação superior trata-se de um serviço que pode ser analisado por diferentes óticas, por exemplo, a ótica do mercado e da formação do cidadão e do profissional (SANTANA, 2007), podendo ser concebida de forma tanto instrumental (DEMING, 1990; ISHIKAWA, 1993) quanto crítica (DEMO, 1994; GENTILI, 1995).

Do ponto de vista instrumental, “refere-se a eficiência, controle e competitividade, base conceitual de um trabalho fundamentado em processos ou resultados ou uma estratégia de gestão que procura otimizar a produção e reduzir custos” (SANTANA, 2007, p. 20). Do ponto de vista da racionalidade crítica, questiona-se “o uso ideológico do termo qualidade em favor de uma visão particular de mundo, o capitalismo neoliberal, e procura desmascarar a ambiguidade nele presente” (SANTANA, 2007, p. 20).

A preocupação com o controle da qualidade da educação superior no Brasil surgiu na década de 1980, como forma de prestar contas à sociedade dos investimentos em educação efetuados pelo setor público (BRASIL, 2003), contexto em que surgiu o Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU) e, na década seguinte (1993), o Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) criado pela Secretaria de Educação Superior (SESu) do Ministério da Educação (MEC), de caráter formativo, processual e de adesão voluntária. No entanto, uma política de avaliação sistemática acontece em 1996, com o Exame Nacional de Curso (ENC) (BRASIL, 2003), substituído, em 2004, pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Apesar de uma concepção mais formativa de avaliação, o SINAES, com o tempo e com a inserção de novos indicadores de qualidade, acabou gerando listas classificatórias, estabelecendo um potencial elemento ranqueador das IES brasileiras, pois o próprio Ministério da Educação (MEC) começou a divulgar listas classificatórias.

Um aspecto que deve ser mencionado é que dentro do percurso da avaliação da educação brasileira, cada modelo avaliativo adotado apresenta especificidades em relação ao conceito de qualidade. Seja no PARU, no PAIUB, no ENC ou no SINAES, a questão da qualidade perpassa pela definição de critérios e indicadores de qualidade, com pesos e valorações diferenciadas, não sendo os mesmos para os diversos modelos de avaliação.

Avaliar a qualidade da educação superior é uma prática já incorporada pelas Instituições de Educação Superior (IES) brasileiras, pois o SINAES tem exercido o papel de regulação. No entanto, outros mecanismos de aferição da qualidade passaram a adquirir destaque neste cenário, papel incorporado pelos rankings acadêmicos nacionais e internacionais.

Altbach e Hazelkorn (2018) reconhecem os limites dos rankings acadêmicos e afirmam que

É impossível avaliar adequadamente a qualidade da educação para fins de comparações internacionais, […] avaliar o ensino e a aprendizagem é fundamental para determinar a qualidade do ensino superior, mas usar as metodologias atuais para produzir dados comparativos é imprudente, na melhor das hipóteses” (ALTBACH; HAZELKORN, 2018, p. 1)

Dada a heterogeneidade de metodologias presentes nos rankings, os “Princípios de Berlim para Rankings de Instituições de Educação Superior” reconhecem que boas práticas de classificação, são úteis para a melhoria e avaliação, tanto que um de seus objetivos e metas é de que os rankings sejam mais uma, entre várias abordagens de avaliação do ensino superior, pois os “rankings podem fornecer informações comparativas e uma melhor compreensão do ensino superior, mas não devem ser o principal método para avaliar uma instituição de ensino superior” (IREG, 2006, p. 1).

Num cenário envolto de grandes mudanças e transformações, neste estudo parte-se da premissa de que:

La calidad se ha convertido en un concepto dinámico que tiene que adaptarse permanentemente a un mundo cuyas sociedades experimentan hondas transformaciones sociales y económicas. Es cada vez más importante estimular la capacidad de previsión y anticipación. Ya no basta con los antiguos criterios de calidad. A pesar de las diferencias de contexto, existen muchos elementos comunes en la búsqueda de una educación de calidad que debería habilitar a todos, mujeres y hombres, para participar plenamente en la vida comunitaria y para ser también ciudadanos del mundo (UNESCO, 2001, p. 1. APUD MOROSINI, 2009, p. 172).

Dentro desse contexto, analisar o desempenho das Universidades Católicas por meio de rankings acadêmicos implica em reconhecer que cada ranking, segundo Calderón (2019, p. 13), “tem objetivos diferentes […] padronizando heterogêneas instituições educacionais, reduzindo a complexidade das atividades universitárias em alguns indicadores daquilo que pode ser mensurado”.

Assim, este estudo tem como objetivo analisar as Universidades Católicas no Brasil (doravante denominadas, apenas de Católicas), com o intuito de estudar tendências em termos de qualidade institucional, a partir da suas performances em rankings acadêmicos, índices e listas classificatórias (Rankintacs) nacionais em nível estatal e privado. Parte-se da premissa de que é fundamental reconhecer essas especificidades dos rankings em termos da existência de diversas concepções de qualidade a partir das especificidades dos indicadores adotados, pesos e formas de coletas de dados para realizar leituras mais precisas das potencialidades ou fragilidades das Católicas à luz de diversos rankings acadêmicos.

Para alcançar o objetivo deste estudo, realizou-se pesquisa bibliográfica-documental incluindo análise quali-quantitativas de indicadores de desempenho nos Rankintacs nacionais, por meio de critérios estatísticos. Em termos da análise quantitativa e qualitativa de indicadores de desempenho das Católicas, considerando que são escassos os estudos envolvendo esse universo (CALDERON ET AL, 2011; LOURENÇO, 2014; ARDUINI, 2017), foram coletadas informações nas bases de dados online do Ranking Universitário Folha (RUF), do Guia do Estudante (GUIA) e do Censo da Educação Superior - micro dados e sinopses estatísticas. Os dados obtidos do RUF e do GUIA abrangem o período de 2014-2018, os referentes ao MEC, de 2013-2017.

1 Universidades Católicas frente aos indicadores de qualidade mensurados pelos Rankintacs.

De acordo com os dados do Portal do e-MEC, atualmente, o Brasil conta com 72 universidades privadas sem fins lucrativos, das quais 19 universidades são confessionais católicas, ou seja, quase 1/3 deste conjunto. Diferentemente das universidades privadas “com fins lucrativos”, o segmento privado confessional não deve ser confundido com o novo ensino privado, pois este apresenta “caráter marcadamente empresarial, enquanto aquele não visa a acumulação de capital” (MARTINS, 1987, p. 55).

O Quadro 1 apresenta um panorama de distribuição das Católicas no território Brasileiro por Unidade Federativa, bem como, ano e Decreto de Reconhecimento pelo Governo Federal. Desse conjunto, 14 (73,7%) estão situadas na região sul e sudeste do país, enquanto três (15,8%) no Centro-oeste e duas (10,5%) na região nordeste. A região Norte do país não conta com Universidades Católicas. A maioria destes estabelecimentos estão concentrados em São Paulo e Rio Grande do Sul com cinco universidades cada (52,6%) do total. Cabe destacar que o estado gaúcho chegou a esse número recentemente, com a autorização de mudança de organização acadêmica de dois Centros Universitários para universidade, a Universidade La Salle (UNILASALLE) em 2017 e, a Universidade Franciscana (UNF), em 2018. No entanto, estas duas últimas, por terem recém estabelecido nessa condição, não reuniram elementos suficientes para compor está análise, dado ao aspecto histórico longitudinal deste estudo.

Quadro 1 Classificação das Universidade Católicas Brasileiras por porte, ano de reconhecimento e Ato Regulatório de Credenciamento 

PORTE UNIVERSIDADE Sigla UF Ano Decreto
Médio Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro PUC-RIO RJ 1946 N°8681 15/01/1946
Médio Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP SP 1946 N° 9632 05/09/1946
Grande Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS RS 1948 N° 25794 09/11/1948
Médio Universidade Católica de Pernambuco UNICAP PE 1952 N° 30417 08/02/1952
Médio Pontifícia Universidade Católica de Campinas PUC-CAMPINAS SP 1955 N° 38327 28/12/1955
Grande Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais PUC MINAS MG 1958 N° 45046 12/12/1958
Grande Pontifícia Universidade Católica de Goiás PUC GOIÁS GO 1959 N° 47041 17/10/1959
Grande Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR PR 1960 N° 48232 14/06/1960
Pequeno Universidade Católica de Pelotas UCPEL RS 1960 N° 49088 12/11/1960
Médio Universidade Católica do Salvador UCSAL BA 1961 N° 58 19/10/1961
Pequeno Universidade Católica de Petropolis UCP RJ 1962 N° 383 21/12/1961
Grande Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS RS 1969 N° 722 01/08/1969
Médio Universidade São Francisco USF SP 1985 N° 821 30/10/1985
Pequeno Universidade Católica de Santos UNISANTOS SP 1986 N° 106 07/02/1986
Pequeno Universidade do Sagrado Coração USC SP 1986 N°296 02/05/1986
Médio Universidade Católica Dom Bosco UCDB MS 1993 N° 1547 28/10/1993
Médio Universidade Católica de Brasília UCB DF 1994 N° 1827 30/12/1994
Médio Universidade La Salle UNILASALLE RS 2017 N° 597 08/05/2017
Médio Universidade Franciscana UFN RS 2018 N° 259 23/03/2018

Fonte: Elaborado pelos autores com base no e-MEC (BRASIL, 2018) e RUF (2018).

O desempenho das universidades católicas será abordado a partir dos Rankings nacionais, elaborados pelo MEC e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), e os promovidos pelo setor privado, RUF e GUIA.

Esta análise, não visa discutir a legitimidade destes Rankintacs, mas sim, pautar-se em verificar o posicionamento das Católicas acompanhando seus respectivos desempenhos. Pois, apesar das críticas existentes, os rankings passaram a exercer influência, cada vez maior sobre as universidades, muitas das quais passaram a se preocupar com seus resultados, exaltando seus desempenhos em seus portais institucionais. Em 2014, a European University Association (EUA) informou que 60% dos representantes das universidades europeias indicaram que os rankings desempenhavam um papel importante na sua estratégia institucional, enquanto 75% usavam classificações em materiais de marketing e publicidade. Com um crescimento tão rápido no uso dos rankings, juntamente com avanços tecnológicos e acessibilidade à informações online, as universidades continuarão a usar dados de classificações para estabelecer comparações com outras IES, bem como para manter e melhorar sua reputação e influência globais e regionais (WEST; MATTIS; PHILIPPOU, 2019).

Santos e Noronha (2016, p. 1) destacam que os rankings “têm alcançado importância crescente, influenciando políticas, processos avaliativos, decisões de investimento e reestruturação institucional”. Sob esta perspectiva Ganga-Contreras et al (2018, p. 334) afirmam, também, que:

Distintos instrumentos han surgido y proliferado buscando mayor transparencia en los diferentes sistemas de educación superior en el mundo, siendo los rankings académicos los que han alcanzado una mayor popularidad y visibilidad. Cada uno define sus propios indicadores, y hace comparaciones a partir de un ideal de universidad que debe ser tomado como modelo para todas. Esta restricción (junto a otras) empuja a la creación de listados regionales y locales, enfocados en comprender y explicar de mejor forma la realidad de una zona o país determinado.

No contexto atual, em que a racionalidade na gestão universitária tende a falar mais alto, as Católicas, dentro de suas características confessionais, guardiãs da fé cristã, presentes no mundo inteiro, encontram-se na eminência de rever seus padrões e conceitos, pois os tempos de outrora “ao longo das décadas de 70 e 80, quando da hegemonia das universidades públicas e das universidades confessionais, dificilmente se poderia falar da existência de um mercado de ensino universitário” (CALDERÓN, 2000, p. 63).

Leva (2016) aponta que as Católicas são conhecidas e reconhecidas pelo volume de pesquisas apresentadas, onde, nesse espaço de desenvolvimento do saber, todas tendem para um objetivo, que é o reconhecimento. Essa busca vem ao encontro do conceito de “prestígio e reputação”, apontado por Ordorika (2010) que também, se faz presente nessas IES que:

Esforçam para estar no ranking das melhores agremiações acadêmicas e ser reconhecidas nacional e internacionalmente. A universidade católica busca sua excelência no conhecimento, mas prima pela identidade à qual é chamada. As universidades, sobretudo as Católicas, devem ser sal e luz no ambiente acadêmico (LEVA, 2016, p. 11).

2 Universidades Católicas no Ranking Universitário Folha (RUF)

As Católicas, em relação aos rankings acadêmicos, sempre ocuparam lugar de destaque entre as melhores do país, muitas delas a frente de grandes universidades públicas, no entanto, neste universo há uma diversidade muito grande, pois renomadas IES, não exibem resultados tão favoráveis. A Tabela 1 apresenta o posicionamento destas universidades no RUF nos últimos cinco anos.

O que destaca as Católicas, além de sua reconhecida tradição no âmbito de sua regionalidade é o bom posicionamento no cenário nacional. De acordo com o RUF, 12 Católicas, de um conjunto de 17, estão entre as 100 melhores do país (RUF, 2018). No entanto, quando analisamos essas universidades, segmentadas por porte - nos indicadores de pesquisa científica; qualidade do ensino; internacionalização; mercado de trabalho e; inovação - mensurados pelo RUF (2018), constata-se a presença em três grupos (pequeno, médio e grande porte), conforme Quadro 1 e Tabela 1.

Tabela 1 Posicionamento no RUF das Universidades Católicas brasileiras nos últimos cinco anos, considerando o número de Universidades por ano e seu posicionamento por porte, entre as Universidades privadas, de acordo com o número de alunos 

Porte Universidades Nº alunos Posicionamento
2014 2015 2016 2017 2018 Por Porte 2018
Grande PUCRS 20.410 18o 20o 22o 18o 18o 1o
PUCPR 23.129 32o 31o 32o 32o 31o 2o
UNISINOS 25.017 43o 45o 39o 35o 36o 4o
PUC MINAS 46.839 42o 47o 51o 61o 56o 6o
PUC GOIÁS 23.812 94o 114o 106o 104o 106o 20o
Número de Universidades privadas de grande porte 2018 37
Médio PUC-RIO 15.304 20o 19o 21o 20o 19o 1o
UCB 10.669 48o 55o 50o 47o 45o 2o
PUCSP 15.885 54o 53o 55o 51o 54o 3o
PUC-CAMPINAS 15.832 80o 67o 77o 60o 65o 4o
UNICAP 9.795 103o 99o 114o 96o 91o 11o
USF 12.103 51o 70o 70o 82o 93o 12o
UCDB 9.932 149o 146o 146o 109o 97o 14o
UCSAL 8.909 140o 164o 159o 162o 166o 29o
Número de Universidades privadas de médio porte 2018 31
Pequeno UCPEL 3.829 117o 86o 87o 70o 76o 2o
USC 5.318 119o 122o 96o 108o 111o 4o
UNISANTOS 5.123 102o 169o 153o 146o 148o 7o
UCP 5.537 162o 174o 183o 181o 182o 16o
Número de Universidades privadas de pequeno porte 2018 21
Número total 257.443 196 192 195 195 196

Fonte: RUF 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018; Censo da Educação Superior 2017 (BRASIL, 2017a).

Para analisarmos mais atentamente a Tabela 1, lançamos mão da estatística descritiva, por meio de separatrizes, que segundo Feijoo (2010) são valores da distribuição que as dividem em partes iguais, e tem como objetivo proporcionar uma melhor ideia da dispersão do conjunto, um exemplo é a divisão do conjunto em quartis. Quando aplicamos este critério de separatrizes/quartil nas Católicas, de acordo com seu porte, a configuração fica conforme expresso na figura 1.

De acordo com o RUF, três universidades com desempenho excelente, de grande porte PUCRS e duas de médio porte, PUC-RIO e UCB, nenhuma de pequeno porte alcançou este status. Com desempenho fraco, três universidades enquadram-se neste quesito, de grande porte, PUC GOIÁS, de médio porte, UCSAL e de pequeno porte, UCP. Com bom desempenho destacaram-se duas Católicas de grande porte, PUCPR e UNISINOS, quatro de médio porte: PUCSP, PUC-CAMPINAS, UNICAP e USF e uma de pequeno porte (UCPEL). Desempenho regular, temos PUC MINAS, de médio porte, UCDB e duas de porte pequeno, UNISANTOS e USC.

Fonte: Elaborado pelos autores com base no RUF (2018).

Figura 1 Desempenho das Universidades Católicas brasileiras no Ranking Universitário Folha (RUF) 

Essas universidades são responsáveis pela formação de profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento com qualidade reconhecida. Tal reconhecimento, salvo algumas exceções, se deve pelos desempenhos apontados na Tabela 1. Esse reconhecimento, também se revela em relação aos cursos de graduação oferecidos. Analisando os cursos de graduação com maior número de ingressantes no país, avaliados pelo RUF (2018), verifica-se que os mesmos são oferecidos, em sua grande maioria, pelas Católicas. Sua presença nas mais diversas áreas do conhecimento é de grande relevância no cenário educacional brasileiro, destacando as de grande porte, que oferecem mais de 80% dos cursos de graduação com maior número de ingressantes do país.

Cabe destacar, que dentro de suas características filantrópicas, essas IES têm trazido importantes contribuições por meio do seu compromisso com os cursos de licenciaturas, cursos que em sua maioria são deficitários, dado a baixa procura, conforme números de matrículas apontados pelo último censo da educação superior (BRASIL, 2017a).

A avaliação anual dos 40 cursos com maior número de ingressantes no país pelo RUF (2018) tem como referência dados nacionais e internacionais3, considerando dois aspectos, ensino e mercado. Tendo o “mercado” com 36% do total da nota, para compor este indicador foi considerado a opinião de 5.444 profissionais de Recursos Humanos consultados pela Datafolha em 2016, 2017 e 2018 sobre preferências de contratação.

Já o indicador “ensino” possui 64% do total da nota, levando em conta quatro componentes: avaliadores do MEC (40%), pesquisa feita pelo Datafolha em 2016, 2017 e 2018 com amostra de 2.381 entrevistas com professores distribuídos pelo país para analisar a qualidade de cursos superiores; professores com doutorado e mestrado (8%); professores em dedicação integral e parcial (8%) e; nota no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) (8%), considerando a média da universidade no ENADE de 2014, 2015 e 2016.

Frente aos contínuos questionamentos em relação às classificações inauguradas pelos rankings e listas classificatórias de não levarem em conta algumas particularidades institucionais, o RUF, em 2018, trouxe mais um elemento visando contribuir para o processo de comparação, que é a possibilidade de distinguir as universidades por porte (grande, médio e pequeno), esse novo fator admitiu comparar o comparável. A partir dessa distinção, além de permitir ter o panorama das Católicas no cenário da educação superior no Brasil, também estabeleceu uma nova categoria para análise. Dessa forma, poder analisar as universidades de acordo com suas particularidades, categorizando-as (pública, privada, porte, região), tornase o processo de comparação mais justo.

3 Universidades Católicas no Guia do Estudante

Na mesma direção que o RUF, o ranking GUIA divulgado, de 1984 a 2018, sempre apresentou, no conjunto de suas publicações, além de apostilas com conteúdo para vestibulares e resumos sobre atualidades, publicava avaliações dos cursos superiores oferecidos no Brasil e, anualmente, de 2006 a 2018, premiava 20 universidades públicas e 20 universidades privadas com o “Prêmio melhores Universidades4”. De acordo com Lourenço (2014, p. 8) a avaliação de cursos promovida pelo GUIA não passa despercebida e “os bons resultados surtem efeitos em termos de gestão acadêmica, de divulgação institucional e de suporte mercadológico, tanto nos segmentos de educação superior público e particular”, fato que revela a importância de se analisar a influência desse ranking presente no cotidiano das universidades.

O GUIA mensurou, em 2018, a “qualidade” de mais de 17 mil cursos de graduação do país. A avaliação tratava-se de “uma pesquisa de opinião feita, basicamente, com professores e coordenadores de curso. Eles emitem conceitos que permitem classificar os cursos em bons (três estrelas), muito bons (quatro estrelas) e excelentes (cinco estrelas)”. De acordo com o GUIA (2018, p. 36), a partir de 2016 cada curso passou a ser avaliado sob três aspectos: projeto didático-pedagógico, corpo docente e, infraestrutura.

Cada curso segue alguns critérios5 para obter o conceito final, o qual define a quantidade de estrelas, de acordo com esses critérios, os cursos podem ganhar ou perder estrelas de um ano para outro. (Tabela 2)

Considerando que o GUIA atribui o “Prêmio Melhores Universidades” àquelas IES que se destacaram entre seus pares, neste grupo de excelência, também, podemos analisar, pontualmente, o desempenho das Católicas, usando o critério estatístico descritivo por meio de separatrizes (FEIJOO, 2010), ou seja, dividimos este grupo de excelência em quartis, denominados, excelente, muito bom, bom e suficiente (Figura 2).

Tabela 2 Posicionamento das Universidades Católicas brasileiras no Prêmio Melhores Universidades - Guia do Estudante, nos últimos cinco anos 

Universidades Porte 2014 2015 2016 2017 2018
PUCRS Grande 2* 2* 2* 1* 1*
PUC-RIO Médio 3a 1* 1o 2* 2*
PUC MINAS Grande 1o 3a 6a 5a 4a
UNISINOS Grande 6o 4a 4a 7a 5a
PUCPR Grande 5a 5a 7a 6a 6a
PUCSP Médio 7a 6o 3a 9a 7a
PUC-CAMPINAS Médio 8* 9a 12o 11o 10*
UCB Médio 16o 12* 15a 14a 12*
PUC GOIÁS Grande 14a 18* 18* 16a 20*

Fonte: Guia do Estudante 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018.

Fonte: Elaborado pelos autores com base no “Prêmio Melhores Universidades” do GUIA (2018).

Figura 2 Classificação das Universidades Católicas brasileiras enquadradas entre as 20 melhores universidades do setor privado no Prêmio Melhores Universidades do Guia do Estudante - 2018 

Dessa forma, PUCRS, PC-RIO, PUC MINAS e UNISINOS encontram-se num alto nível de excelência neste “Prêmio”. PUCPR, PUCSP e PUC-CAMPINAS, num nível muito bom. UCB em bom nível e, PUC GOIÁS num nível suficiente de excelência.

Nos últimos cinco anos, entre as 20 universidades privadas que fazem parte do “Prêmio”, nove Católicas (45%) têm se destacado, oscilando algumas posições, porém sempre presentes. O prêmio é alcançado, graças ao desempenho de seus cursos na avaliação do GUIA. Nesse cenário todas as Católicas de grande porte estão presentes, 50% das Católicas de médio porte também compõe o quadro (PUC-RIO, PUCSP, PUC-CAMPINAS e UCB). IES de porte médio como UNICAP, USF, UCDB e UCSAL, bem como todas as Católicas de pequeno porte, UCPEL, USC, UNISANTOS e UCP, não alcançaram desempenho suficiente para compor o grupo das 20 melhores.

Cabe destacar que no “Prêmio Melhores Universidades” edição 2018, entre as Católicas, temos duas universidades com nível excelente desempenho que se destacam das demais, PUCRS que alcançou a expressiva marca de 21 cursos com cinco estrelas, sendo considerada a melhor universidade privada do país. A segunda posição ficou com outra católica, a PUC-RIO, contando com 20 cursos cinco estrelas. O desempenho expressivo destas duas universidades é verificado pela troca de liderança nos últimos cinco anos, a PUCRS figurou na primeira colocação nos últimos dois anos, porém essa posição foi ocupada por dois anos consecutivos, 2015 e 2016 pela PUC-RIO, enquanto, a PUC-MINAS, em 2014, ocupava essa posição.

O GUIA, também premia as melhores universidades por área do conhecimento6, a Tabela 3 identifica as Católicas que se destacaram nas oito áreas avaliadas pelo ranking nos últimos cinco anos, evidenciando sua importância no cenário da educação superior no Brasil.

No segmento privado, as Católicas, são reconhecidas entre as melhores por área do conhecimento que, de acordo com o GUIA (2018), nos casos de empate, as instituições estão listadas por ordem alfabética de nome, em todas as oito áreas avaliadas pelo GUIA: 1) Administração, negócios e serviços; 2) Ciências biológicas e da terra; 3) Saúde e bem-estar; 4) Ciências sociais e humanas; 5) Comunicação e informação; 6) Artes e design; 7) Ciências exatas e informática; 8) Engenharia e produção.

Na área de Administração, Negócios e Serviços, a PUCRS, esteve presente por três anos consecutivos entre as melhores, PUCPR (duas vezes), PUCSP e UCB (uma vez), também ocuparam lugar de destaque nesse período nessa área. Nas Ciências Biológicas e da Terra, a UNISINOS possui excelente desempenho, pois esteve presente, quatro vezes, nos últimos cinco anos, a UCDB, apesar de não figurar entre as 20 do “Prêmio Melhores Universidades” (Tabela 2), foi destaque nessa área, por duas vezes, juntamente com a PUCPR, também figurou nessa área, a PUC MINAS (uma vez). Na área da Saúde e Bem-Estar, a PUCRS ocupou a primeira posição por quatro anos consecutivos, nessa área, destacam-se também, PUCPR (quatro vezes), PUC-Campinas (duas vezes) e PUC MINAS (Uma vez). (Tabela 3)

Nas áreas das Ciências Humanas e Sociais, Ciências Exatas e Informática e Engenharia de Produção, as Católicas sobressaem em relação às demais universidades privadas. Nessas três áreas, há presença maciça e quase que exclusiva dessas IES figurando as três primeiras colocações nos últimos cinco anos. Exceção, apenas para o Centro Universitário FEI (três vezes) e Mackenzie, também confessional, porém de outra denominação religiosa (uma vez). Em Comunicação e Informação, a UNISINOS (três vezes) é a católica com melhor desempenho, seguida por PUCSP e PUCRS (duas vezes). Apesar de não ter a mesma performance em relação às demais áreas, as Católicas, na área de Artes e Design, ainda, sobressaem com a PUC-RIO (três vezes) e a PUCPR (uma vez).

Cabe ressaltar, que apesar de estar presente no seleto grupo das IES privadas no “Prêmio Melhores Universidades”, a PUC GOIÁS sempre ocupou as últimas posições no Prêmio, destoando do conjunto, assim como, também, não se destacaram, em nenhuma área do conhecimento, as Católicas USF, UNICAP, UCSAL, UNISANTOS, UCPEL, USC e UCP. Como se pode perceber, a qualidade entre as Católicas, medida pelos indicadores do GUIA, não é homogênea. Cenário ocupado por outras IES e, nem todas são universidades, como o caso, das Faculdades IBMEC-RJ, Centro Universitário SENAC-SP e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Em relação aos destaques regionais, também avaliados pelo GUIA, na qual são considerados, apenas os três primeiros colocados, verifica-se que as Católicas não estão inseridas em todas as regiões do país, por exemplo, a região Norte, não é assistida com nenhuma destas IES, enquanto a região Nordeste, dos seis destaques regionais, de 2014 a 2018 destacou, apenas, a UNICAP.

Tabela 3 Posicionamento das três primeiras Universidades Católicas brasileiras classificadas pelo Guia do Estudante, por área de conhecimento nos últimos cinco anos 

Área de
Conhecimento*
2014 2015 2016 2017 2018
Administração, Negocios e Serviços. 1a Anhembi
Morumbi
Anhembi
Morumbi
Ibmec-RJ Ibmec-RJ Ibmec-RJ/
Mackenzie/
UCB
2a PUCPR PUCRS Anhembi
Morumbi
Mackenzie -
3a Ibmec-RJ PUCSP PUCRS PUCPR/ -
PUCRS
Ciências Biológicas e da Terra 1a UPF UPF Unoeste UCDB/ Unoeste
Unoeste
2a UNISINOS UCDB UPF - UNISINOS
3a PUC MINAS UNISINOS PUCPR UNISINOS PUCPR
Saúde e Bem-estar 1a PUC MINAS PUCRS PUCRS PUCRS PUCRS
2a Unifor-CE PUC- CAMPINAS PUCPR PUCPR Unifor-CE
3a PUCPR Unifor-CE Anhembi
Morumbi
PUC- CAMPINAS PUCPR
Ciências Sociais e Humanas 1a PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO PUC-RS PUC-RIO
2a PUCSP PUCSP PUC-RS PUC-RIO PUCRS
3a PUC-RS PUC MINAS PUCSP PUCSP PUC MINAS
Comunicação e Informação 1a UNISINOS Metodista Metodista PUCSP UNISINOS
PUCRS
2a Metodista UNISINOS PUCSP - Cásper Libero
PUCRS
3a Anhembi
Morumbi
Anhembi
Morumbi
- Anhembi
Morumbi
PUCSP
PUCRS
Artes e Design 1a Belas Artes Anhembi
Morumbi
Senac-SP PUC-RIO Senac-SP
2a Senac-SP Belas Artes Belas Artes Senac-SP Belas Artes
3a UniRitter Senac-SP PUC-RIO Anhembi
Morumbi
PUCPR
PUC-RIO
Ciências Exatas e Informática 1a PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO
2a PUCRS PUCRS PUCRS PUCRS PUCRS
3a PUCPR PUCPR Mackenzie PUCPR PUCPR
Engenharia e Produção 1a PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO
2a PUCRS FEI PUCRS FEI FEI
3a PUCPR PUCPR FEI PUCRS PUCRS

Fonte: Guia do Estudante 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018.

*De acordo com o Guia do Estudante (2018), nos casos de empate, as instituições estão listadas por ordem alfabética de nome.

Quadro 2 Destaques das três primeiras IES privadas do país no período 2014-2018, por Região, segundo o Guia do Estudante 

REGIÃO 2014 2015 2016 2017 2018
Norte UNAMA UNAMA UNAMA CEULP/ULBRA FAMAZ
CESUPA CESUPA FUCAPI-AM FEAPA CEULP/ULBRA
Fac. São Lucas FAMETRO FEAPA UNINORTE FAMETRO
Nordeste UNIFOR-CE UNIFOR-CE UNIFOR-CE UNIFOR-CE UNIFOR-CE
UNICAP FA7-CE UNIT-SE UNIT-SE UNIT-SE
UNIFACS UNP FA7-CE UNICAP UNICAP
Centro- Oeste PUC-GOIÁS UCB-DF UCB-DF UCB-DF UCB-DF
UCB-DF PUC-GOIÁS PUC-GOIÁS PUC GOIÁS PUC GOIÁS
UniCEUB UCDB UCDB UCDB UCDB
Sudeste PUC MINAS PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO PUC-RIO
PUC-RIO PUC MINAS PUCSP FGV FGV
PUCSP PUCSP MACKENZIE MACKENZIE PUC MINAS
Sul PUCRS PUCRS PUCRS PUCRS PUCRS
UCS UNISINOS UNISINOS PUCPR UNISINOS
PUCPR PUCPR PUCPR UNISINOS PUCPR

Fonte: Guia do Estudante 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018.

Na região Centro-Oeste, as três universidades destacadas são Católicas (PUC GOIÁS, UCB, UCDB), a UCDB, só não esteve entre os destaques em 2014. No Sul do país, ao longo do período analisado, os três destaques regionais são Católicas, PUCRS, PUCPR e UNISINOS.

A região Sudeste, conta com o maior número de universidades do país, fator que influenciou nas oscilações ao longo do período, de qualquer maneira, nos últimos cinco anos, das cinco universidades privadas, destaques regionais, três são Católicas, posições ocupadas de forma alternadas, entre PUC MINAS, PUC-RIO e PUCSP. As universidades PUCCAMPINAS, USF, UCP, UNISANTOS e USC, não lograram destaque no período analisado.

4 Desempenho das Universidades Católicas no Índice Geral de Cursos (IGC)

O Índice Geral de Cursos (IGC) (BRASIL, 2015) é uma lista produzida pelo MEC desde 2007, resultante de dados do Censo da Educação Superior somados ao resultado do ENADE do ano anterior. Apesar de não se apresentar como um ranking, a mídia em geral faz uso de suas listas anuais, classificando, automaticamente as IES brasileiras (RIGHETTI, 2016). Não obstante ser tratado como uma lista classificatória, o IGC, contribui para que estudantes do país possam conhecer o desempenho das IES e ser instrumento de decisão na hora de escolher seu futuro local de estudo.

Segundo o INEP (BRASIL, 2015), o IGC é um indicador de “qualidade” que avalia as IES. Seu cálculo é realizado anualmente e leva em conta os seguintes aspectos:

  1. média do Conceito Preliminar de Curso (CPC) do último triênio, relativos aos cursos avaliados da instituição, ponderada pelo número de matrículas em cada um dos cursos computados;

  2. média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu atribuídos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), fundação vinculada ao MEC, na última avaliação trienal disponível, convertida para escala compatível e ponderada pelo número de matrículas em cada um dos programas de pós-graduação correspondentes e;

  3. distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, graduação ou pós-graduação stricto sensu, excluindo as informações do item 2 para as instituições que não oferecerem pós-graduação stricto sensu.

A Tabela 4 apresenta a classificação das Católicas, nos últimos cinco anos, em relação às demais universidades privadas do país, onde é possível classificá-las por seus respectivos IGC contínuos e Faixas, numa lista classificatória compreendida no âmbito dos Rankintacs.

Verifica-se, na Figura 3, que PUC-RIO, PUCSP, UNISINOS, PUCRS, PUCPR, UNISANTOS, PUC MINAS, USC e UCDB, obtiveram os melhores resultados entre as universidades privadas do país no IGC, dados do período de 2013-2017 (últimos cinco anos divulgados pelo MEC). Neste período, lideradas pela PUC-RIO, essas universidades vêm obtendo alto desempenho, com IGC na Faixa quatro, nessa lista classificatória. Cabe destacar que a UCDB, até 2016, estava com IGC Faixa três, no entanto, desde 2013 vem com IGC Contínuo crescente. Todas as Universidades constantes da Figura 3 tiveram crescimento no IGC Contínuo no ano de 2017 em relação ao ano anterior, com exceção da UNISINOS que teve uma leve queda no IGC Contínuo, mas mantendo se na Faixa 4, conforme se verifica na Figura 3 e na Tabela 4.

Fonte: Adaptado de Relatório de consulta pública avançada - Portal e-MEC.

Figura 3 Universidades Católicas com desempenho na Faixa 4 do IGC 

A Figura 4 sugere o cenário que se encontra 47% das Católicas brasileiras, IGC Contínuo entre 1,95 e 2,95, intervalo que compreende a nota três.

Para visualizar melhor o nível desempenho das Católicas no último IGC divulgado pelo MEC (BRASIL, 2017), usamos, também, o critério estatístico descritivo por meio de separatrizes em quartis (FEIJOO, 2010), tanto em relação às universidades brasileiras (públicas e privadas), quanto em relação aos seus pares (Católicas). Quando se estende para a listagem geral, contemplando todas as Universidades públicas e privadas do país, os resultados apontam que PUC-RIO, PUCSP, PUCRS e UNISINOS são as católicas com melhor desempenho neste ranking (Figura 5), com potencial maior, em relação às demais para alcançar a Faixa superior do IGC, pois vêm com desempenho crescente no IGC Contínuo, ficando cada vez mais próximas de mudar para a Faixa superior, se o histórico de crescimento se mantiver.

Tabela 4 Posicionamento das Universidades Católicas brasileiras no IGC Contínuo entre as Universidades privadas, conforme Portal e-MEC 

UNI 2013 2014 2015 2016 2017
RNKP RNKB IGCC IGCF RNKP RNKB IGCC IGCF RNKP RNKB IGCC IGCF RNKP RNKB IGCC IGCF RNKP RNKB IGCC IGCF
PUC-RIO 1 16 3,72 4 1 19 3,72 4 1 20 3,71 4 1 19 3,73 4 1 18 3,81 4
PUCSP 4 40 3,41 4 3 29 3,54 4 2 21 3,67 4 2 22 3,65 4 2 26 3,67 4
UNISINOS 2 29 3,57 4 2 27 3,58 4 3 29 3,52 4 3 32 3,51 4 4 36 3,51 4
PUCRS 3 30 3,57 4 4 31 3,51 4 4 31 3,50 4 4 33 3,49 4 3 29 3,57 4
PUCPR 27 90 2,88 3 24 86 2,88 3 16 77 2,99 4 15 75 3,03 4 11 64 3,22 4
UNISANTOS 18 74 3,00 4 12 67 3,05 4 17 78 2,99 4 17 79 3,00 4 19 80 3,07 4
PUC MINAS 31 94 2,85 3 22 84 2,90 3 21 82 2,92 3 20 83 2,96 4 25 87 3,04 4
USC 13 61 3,11 4 25 87 2,87 3 27 88 2,84 3 21 84 2,96 4 12 67 3,19 4
UCPEL 14 63 3,09 4 9 69 3,07 4 15 76 3,01 4 24 88 2,93 3 45 123 2,80 3
UCDB 34 98 2,72 3 41 110 2,72 3 29 92 2,83 3 29 94 2,89 3 37 109 2,97 4
UCB 42 112 2,83 3 26 88 2,87 3 30 94 2,82 3 34 104 2,81 3 32 95 2,90 3
USF 36 101 2,81 3 20 82 2,91 3 36 106 2,76 3 40 114 2,76 3 49 129 2,77 3
UNICAP 66 151 2,44 3 59 142 2,50 3 44 119 2,67 3 47 122 2,69 3 43 120 2,83 3
PUC- CAMPINAS 57 137 2,53 3 45 118 2,66 3 48 124 2,64 3 59 142 2,59 3 66 152 2,62 3
UCP 33 97 2,84 3 51 126 2,62 3 58 141 2,55 3 61 145 2,57 3 60 144 2,69 3
PUC GOIÁS 77 165 2,31 3 78 170 2,31 3 74 167 2,37 3 73 165 2,40 3 71 159 2,58 3
UCSAL 82 172 2,24 3 82 179 2,17 3 83 191 2,22 3 83 181 2,23 3 80 174 2,38 3
TOTAL UNI 91 192 - - 90 193 - - 90 193 - - 89 192 - - 93 195 - -

Legenda: RNKP= Ranking (classificação) entre as Universidades privadas brasileiras

RNKB= Ranking (classificação) entre todas as Universidades brasileiras

IGCC= Índice Geral de Curso (IGC) Contínuo

IGCF= Índice Geral de Curso (IGC) Faixa

Fonte: Relatório de consulta pública avançada por IES - Portal e-MEC. (BRASIL, 2018).

Fonte: Adaptado de Relatório de consulta pública avançada - Portal e-MEC (BRASIL, 2018).

Figura 4 Católicas com desempenho na Faixa 3 do IGC 

Fonte: Elaborado pelos autores (IGC 2017).

Figura 5 Desempenho das 17 Universidades Católicas no Cenário Nacional entre todas as Universidades brasileiras 

Apesar de 53% das Universidades Católicas apresentarem IGC 4, têm-se o grupo do 1º quartil (Figura 5) com potencial para subir para a Faixa Superior (PUCRS, PUC-RIO, PUCPR e UNISINOS), as Universidades presentes no Quartil 2, estão na Faixa 4 do IGC, mas distantes ainda de chegar a Faixa 5 (PUCPR, USC, UNISANTOS, PUC MINAS e UCB), precisando se atentarem para a questão da qualidade, conforme critérios estabelecidos pelo MEC, para se manterem nesta Faixa. No terceiro quartil, têm-se (UCDB, ainda Faixa 4, UNICAP, UCPEL, USF e UCP), apesar de a UCDB ter alcançado a Faixa 4, graças ao seu desempenho crescente no IGC nos últimos anos, seu IGC contínuo está muito próximo da Faixa 3. UNICAP, UCPEL, USF e UCP, em relação à nota três, Faixa mínima para funcionamento, pode-se afirmar que estão numa zona de conforto, ou seja, distante da Faixa inferior.

PUC-CAMPINAS, PUC GOIÁS e UCSAL, ainda na Faixa 3, mas com desempenho fraco, em relação às outras Universidades brasileiras e entre as católicas (Figura 5). Neste cenário, a PUC GOIÁS, uma universidade de grande’ porte, referência na região centro-oeste do país, tem um dos piores desempenhos entre as católicas, ficando à frente, apenas da UCSAL (médio porte).

Fonte: Elaborado pelos autores (BRASIL, 2017).

Figura 6 Desempenho entre as 17 Universidades Católicas Brasileiras 

Analisando o histórico de desempenho das Católicas, percebe-se que mesmo figurando o espaço das universidades de elevado desempenho (Faixa 4), a UNISINOS, apesar de manter certo equilíbrio nos últimos cinco anos, teve uma pequena queda em 2016 e estabilizada em 2017 (Figura 3). No período, com queda mais acentuada, encontra-se a UCPEL, mas, também, sofreram declínio, no ano de 2016, em relação a 2015, PUCSP, PUCRS, UCB e PUC-CAMPINAS, as demais, todas com desempenho ascendente.

Considerações finais

Neste estudo, verificou-se diferentes metodologias e diferentes critérios para definir a qualidade de uma universidade, dado que cada ranking mensura aquilo que compreende como indicadores importantes, corrobo rando para nosso entendimento sobre a qualidade ser um conceito dinâmico que tem que se adaptar às permanentes mudanças sociais e econômicas (UNESCO, 2001), além disso os Rankintacs operam com diferentes objetivos e conceitos definidos por seus promotores com indicadores com pesos e formas de coleta distintos entre si (CALDERÓN, 2019).

Se por um lado as Católicas têm a marca da tradição, amparadas pela égide de seus brasões, os Rankintacs, por sua vez, têm potencialidades para mostrar que existe uma heterogeneidade neste segmento, fato que nos permite afirmar que em tempos de rankings a transparência passa a ser uma característica valorizada, pois traz à luz fragilidades e potencialidades que até então passavam desapercebidas pelo público em geral.

Numa análise mais pontual, comparamos, guardadas as devidas ressalvas, o possível de comparar, onde identificamos algumas disparidades existentes entre as Católicas, observadas nas Figuras 1, 2 e 6, ou seja, numa análise comparativa entre os resultados do RUF, GUIA e IGC, podemos afirmar que ambos são unânimes em classificar PUC-RIO e PUCRS, como universidades de alto desempenho, figurando no grupo de elite das universidades brasileiras. Considerando que o GUIA premia as 20 melhores universidades privadas do país, a PUC GOIÁS, universidade de grande porte, ocupa este grupo de excelência na vigésima posição, colocação suficiente para constar do “Prêmio”, no entanto, possui desempenho fraco, tanto no IGC quanto no RUF.

Outro ponto fora da curva, entre as Católicas é a UCSAL, universidade de médio porte, que não alcançou desempenho suficiente para compor o prêmio do GUIA, como também, possui desempenho baixo no IGC e no RUF. A UNICAP, não figura no grupo de excelência do GUIA, porém, possui bom desempenho no RUF e no IGC.

Nas demais Católicas, alguns elementos destoam da regularidade, como por exemplo, entre as Católicas de grande porte, UNISINOS e PUCPR possuem alto desempenho no IGC e descem para o 2º quartil de bom desempenho no RUF, enquanto, PUC MINAS alcançou bom desempenho no IGC, mas manteve-se no terceiro quartil (regular) no RUF, enquanto, destas três universidades, UNISINOS e PUC MINAS alcançaram nível de excelência no prêmio do GUIA, PUCPR ocupou o segundo quartil com bom desempenho.

Em relação as Católicas de médio porte, PUCSP tem alto desempe nho no IGC e aparece em um quartil abaixo (bom desempenho), no RUF e no GUIA, enquanto UCB inverte o quadro, ou seja, alto desempenho no RUF e no 2º quartil do IGC com bom desempenho, no entanto, cai para o terceiro quartil, com desempenho regular entre as “melhores universidades” do GUIA. PUC-CAMPINAS e USF destacam-se com bom desempenho no RUF, caem para 3° quartil do IGC (desempenho regular), porém, enquanto PUC-CAMPINAS destaca-se no prêmio do GUIA com bom desempenho, USF não alcança resultado suficiente para compor este grupo. No caso da UCDB inverte a situação no RUF e IGC, ou seja, desempenho regular no RUF (3º quartil) e bom no IGC e, da mesma forma que USF, também, não alcança desempenho suficiente para estar no prêmio do GUIA.

Já, entre as Católicas de pequeno porte, temos a UCPEL que tem bom desempenho no RUF, no entanto, cai para regular no IGC (3ºquartil). Um fato que chama a atenção é que USC e UNISANTOS que possuem alto desempenho no IGC e desempenho regular no RUF descem dois quartis, enquanto UCP aparece com baixo desempenho no RUF, porém, sobe dois quartis e alcança bom desempenho no IGC. Nenhuma Católica de pequeno porte obteve resultado suficiente para compor o “Prêmio Melhores Universidades” do GUIA.

A variabilidade de posições entre as Católicas indica potencialidades em alguns indicadores que são exclusivos de um ou outro ranking, por exemplo, temos o RUF que considera dois aspectos, ensino e mercado, tendo o “mercado” com 36% do total da nota, que leva em conta, pesquisa de opinião com profissionais de RH, e “ensino” com 64% da nota, com quatro componentes: avaliadores do MEC (40%); professores com doutorado e mestrado (8%); professores em dedicação integral e parcial (8%) e; nota no ENADE (8%). Por sua vez, o IGC, é um indicador de “qualidade” do MEC, que leva em conta os aspectos, como: média do CPC do último triênio; média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu atribuídos pela CAPES e; distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, graduação ou pós-graduação stricto sensu. Vale ressaltar que na composição do IGC entra médias que envolvem, também, a participação do aluno e seu desempenho na prova do Enade, fato que pode sugerir o fato de algumas IES ter destaque de excelência em alguns rankings, mas fraco desempe nho no IGC. Já o “Prêmio Melhores Universidades” do GUIA avalia as universidades a partir de pesquisa de opinião feita, basicamente, com professores e coordenadores de cursos, sob três aspectos: projeto didático-pedagógico, corpo docente e, infraestrutura.

Os Rankintacs exigem uma análise cuidadosa de cada indicador, pois o que é apontado como fraqueza em uma IES, pode ser potencialidade para outra, algumas Católicas são destaques em ensino, outras ricas em pesquisa, outras seguem à risca as diretrizes de carreira docente, respeitando os critérios exigidos pelo MEC de mais de 1/3 em regime de dedicação integral e formado por doutores, outras tem conceito alto em programas de pós-graduação, enfim, existe uma heterogeneidade entre as Católicas identificadas pelos rankings que seguem metodologias distintas entre si. Os dados fornecem elementos para tomada de decisão auxiliando as IES a melhorarem seus resultados na busca pela qualidade.

Notas

1 Este artigo engloba-se no projeto “Governança universitária em tempos de RANKINTACs (rankings acadêmicos, índices e tabelas classificatórias) nas instituições de educação superior brasileiras” (Processo nº 311333/2017-6), coordenado pelo Dr. Adolfo Ignácio Calderón, Bolsista Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

2 Em 2006, o IREG Observatory, composto por agências que produzem rankings e por alguns especialistas de universidades, produziu uma lista de princípios para a produção e a interpretação responsável de rankings universitários, destacando a importância da transparência metodológica, do respeito para a diversidade em missão e modelo de universidade.

3 Censo do Ensino Superior INEP-MEC (2016), ENADE (2014, 2015 e 2016), SciELO (20112015), Web of Science (2011-2015 e 2016 para citações), INPI (2007-2016), CAPES (2016), CNPq (2016), Fundações estaduais de fomento à ciência (2016) e pesquisas de opinião Datafolha (2016, 2017 e 2018).

4 O Prêmio “Guia do Estudante” - Destaques do Ano 2015, que integra os Prêmios Santander Universidades (santanderuniversidades.com.br/premios), reconhece as instituições de Ensino Superior (IES) que mais se destacaram nos últimos 12 meses.

5 1) Consultoria técnica: O GUIA conta com estatísticos que prestam consultoria técnica na sistematização e análise de dados. 2) Estrelados x não estrelados: Todos os cursos que passaram pela avaliação obtêm um conceito, mas somente são divulgados aqueles que conquistaram 3, 4 ou 5 estrelas (só estes são considerados estrelados). 3) Limites das faixas: A nota máxima e mínima de cada uma das faixas de estrelas são determinadas pelo desvio padrão, que leva em conta o desempenho do conjunto de cursos e o quanto as notas variaram em relação à média naquele ano. 4) A imagem do curso: Vale lembrar que, por se tratar de uma pesquisa de opinião, os resultados refletem, sobretudo, a imagem que o curso tem perante a comunidade acadêmica (reitores, diretores, coordenadores e professores).

6 Concorrem somente as escolas que tiveram, no mínimo, dois cursos estrelados (3, 4 e 5 estrelas) na área em questão. As vencedoras foram aquelas cujas graduações conseguiram melhor desempenho na avaliação, na área considerada.

Referências

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Recebido: 05 de Agosto de 2019; Aceito: 17 de Dezembro de 2019

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