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Eccos Revista Científica

versión impresa ISSN 1517-1949versión On-line ISSN 1983-9278

Eccos Rev. Cient.  no.67 São Paulo oct./dic 2023  Epub 19-Feb-2024

https://doi.org/10.5585/eccos.n67.24147 

Artigos

HORIZONTES EDUCACIONAIS OUTROS, CAMINHOS TRILHADOS PELA PEDAGOGIA DECOLONIAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA1

OTHER EDUCATIONAL HORIZONS, PATHS TRACKED BY DECOLONIAL PEDAGOGY: A SYSTEMATIC LITERATURE REVIEW

OTROS HORIZONTES EDUCATIVOS, CAMINOS RECORRIDOS POR LA PEDAGOGÍA DECOLONIAL: UNA REVISIÓN SISTEMATICA DE LA LITERATURA

Aline Belle Legramandi, Mestra em Educação1 
http://orcid.org/0000-0002-3759-4151

Rosemary Roggero, Doutora em Educação2 
http://orcid.org/0000-0003-3084-4979

Manuel Tavares, Doutor em Filosofia3 
http://orcid.org/0000-0003-2463-7383

1Mestra em Educação, Universidade Nove de Julho - Uninove, São Paulo, São Paulo - Brasil

2Doutora em Educação, Universidade Nove de Julho - Uninove, São Paulo, São Paulo - Brasil

3Doutor em Filosofia, Universidade Lusófona, Lisboa, Lisboa - Portugal


Resumo

Para pensarmos em pedagogias que combatam a colonialidade, é preciso problematizar, afrontar, desafiar e resistir aos diversos tipos de dominação e opressão colonial que cingem a existência diária. Com essas incitações, para a elaboração da tese de doutorado em andamento - da qual essa revisão sistemática da literatura (RSL) faz parte -, sabemos que, antes de iniciar uma pesquisa acadêmica, é preciso conhecer o estado da arte de seu objeto por intermédio da RSL. Assim, neste estudo, o objetivo geral é descrever e analisar teses e dissertações produzidas entre 2010 e 2020 no âmbito das pedagogias decoloniais, para responder a pergunta de pesquisa, “o que a literatura científica vem produzindo sobre pedagogias decoloniais nos últimos anos?”. Usamos a epistemologia decolonial como referencial teórico e abordagem quantitativa do ponto de vista metodológico. Os dados foram obtidos por intermédio do Google Acadêmico, Banco de Teses e Dissertações da Capes/MEC, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, usando o descritor “pedagogia decolonial”. Como resultados, destacamos o crescimento das pesquisas nessa área, regularidade temporal tanto das teses quanto das dissertações, um desequilíbrio entre as abordagens metodológicas, a diversidade de instrumentos para coleta de dados; a principal forma de análise utilizada foi a que articula os dados coletados com o referencial teórico e a profusão de categorias analíticas.

Palavras-chave: decolonialidade; metodologia da pesquisa; pedagogia decolonial; pesquisa quantitativa; revisão sistemática da literatura.

Abstract

In order to think about pedagogies that combat coloniality, it is necessary to problematize, face, challenge and resist the different types of colonial domination and oppression that surround daily existence. With these incitements, for the elaboration of the doctoral thesis in progress - of which this systematic literature review (RSL) is part -, we know that, before starting an academic research, it is necessary to know the state of the art of its object through from RSL. Thus, in this study, the general objective is to describe and analyze theses and dissertations produced between 2010 and 2020 in the context of decolonial pedagogies, to answer the research question, “what has the scientific literature been producing about decolonial pedagogies in recent years?”. We use decolonial epistemology as a theoretical framework and a quantitative approach from a methodological point of view. Data were obtained through Google Scholar, Theses and Dissertations Bank of Capes/MEC, Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations, using the descriptor “decolonial pedagogy”. As a result, we highlight the growth of research in this area, the temporal regularity of both theses and dissertations, an imbalance between methodological approaches, the diversity of instruments for data collection; the main form of analysis used was the one that articulates the data collected with the theoretical framework and the profusion of analytical categories.

Keywords: decoloniality; research methodology; decolonial pedagogy; quantitative research; systematic review of the literature.

Resumen

Para pensar pedagogías que combatan la colonialidad es necesario problematizar, confrontar, desafiar y resistir los diferentes tipos de dominación y opresión colonial que rodean la existencia cotidiana. Con estos estímulos, para la elaboración de la tesis doctoral en curso -de la que forma parte esta revisión sistemática de la literatura (RSL)-, sabemos que, antes de iniciar una investigación académica, es necesario conocer el estado del arte de su objeto a través de RSL. Así, en este estudio, el objetivo general es describir y analizar las tesis y disertaciones producidas entre 2010 y 2020 en el contexto de las pedagogías decoloniales, para responder a la pregunta de investigación, “¿qué viene produciendo la literatura científica sobre las pedagogías decoloniales en los últimos años? ”. Utilizamos la epistemología decolonial como marco teórico y un enfoque cuantitativo desde el punto de vista metodológico. Los datos fueron obtenidos a través de Google Scholar, Banco de Tesis y Disertaciones de la Capes/MEC, Biblioteca Digital Brasileña de Tesis y Disertaciones, utilizando el descriptor “pedagogía decolonial”. Como resultado, destacamos el crecimiento de la investigación en esta área, la regularidad temporal tanto de tesis como de disertaciones, el desequilibrio entre enfoques metodológicos, la diversidad de instrumentos para la recolección de datos; la principal forma de análisis utilizada fue la que articula los datos recogidos con el marco teórico y la profusión de categorías analíticas.

Palabras clave: decolonialidad; metodología de investigación; pedagogía decolonial; investigación cuantitativa; revisión sistemática de la literatura.

Introdução

As políticas públicas educacionais e o sistema educacional público estão submetidos a um projeto e a uma organização social tomados por uma interpretação e uma aspiração da classe dominante e do modelo econômico que a sustenta. A escola, proscênio da multiplicidade e da pluralidade, é incessantemente assediada por diversas esferas sociais que persistem na investida de torná-la homogênea e desmontá-la para, então, tornar oficial suas privatização e submissão ao neoliberalismo. É também a escola que articula e possibilita a coexistência entre aqueles que convergem e divergem em seus elementos constitucionais: classe social, raça, etnia, cultura, crenças religiosas e políticas, gênero e sexualidade, promovendo assim uma interação entre culturas diferentes. A sala de aula deveria ser local de fomento ao entrosamento entre aquelas/es que a ocupam cotidianamente e de promoção à aprendizagem coletiva, à difusão de saberes vários, à cidadania e à emancipação.

É necessário transformar a maneira de interpretar a sociedade e motivar condutas e práticas mais inclusivas, para que as/os educandas/os sejam capazes de percorrer sua trajetória humana. Para tanto, os paradigmas que regem a educação brasileira precisam ser refundados, pois reverberam e propalam a dominação por meio de seus mecanismos coloniais, fazendo-se indispensável que o corpo social descortine seu passado, conscientize-se e sobrepuje-o, e que as/os professoras/es exerçam uma pedagogia crítica e decolonizadora.

Para pensarmos em pedagogias que combatam a colonialidade, é preciso problematizar, afrontar, desafiar e resistir aos diversos tipos de dominação e opressão colonial que cingem a existência diária. Com essas incitações, para a elaboração da tese de doutorado em andamento - da qual essa revisão sistemática da literatura (RSL) faz parte -, sabemos que, antes de iniciar uma pesquisa acadêmica, é preciso conhecer o estado da arte de seu objeto por intermédio da RSL. Como se afirmou em outro trabalho (LEGRAMANDI, 2019), essa é uma etapa essencial para o início de uma pesquisa, visto que ajuda o pesquisador a “construir uma linha temporal para traçar a história de um tema, seu perfil epistemológico e metodológico” (LEGRAMANDI, 2019, p. 21). Auxiliam, ainda, a perceber as contribuições já publicadas, consensos e controvérsias, identificar falhas e imprecisões em estudos anteriores e lacunas a serem preenchidas em uma nova investigação que possibilite, inclusive, a inserção de seu objeto de investigação em uma trilha ainda não explorada por outras/os pesquisadoras/es, já que qualquer feito acadêmico é, sem dúvida, o cômputo de um feito coletivo.

Mesmo havendo um crescimento na produção de pesquisas acadêmicas sobre pedagogias decoloniais, observamos a exiguidade de RSL que contenham como objeto de estudo a pedagogia decolonial, isto é, há uma escassez de trabalhos que nos concedam o vislumbre das inclinações que a produção acadêmica brasileira vem evidenciando. Daí a essencialidade de construirmos uma revisão cuidadosa e que contemple a dimensão quantitativa do material que emergiu das buscas nos bancos de dados.

Para iniciarmos essa investigação, enunciamos a questão: o que a literatura científica vem produzindo sobre pedagogias decoloniais nos últimos anos? Elegemos como objetivo geral explorar, descrever e analisar teses e dissertações produzidas entre 2010 e 2020, no âmbito da pedagogia decolonial. Como objetivos específicos, intenta-se verificar: 1) a contagem de regularidade temporal de publicações; 2) as abordagens metodológicas; 3) os instrumentos de investigação; 4) os métodos de análises dos dados; e, 5) as categorias recorrentes. A metodologia adotada para esta pesquisa é a abordagem quantitativa, de natureza exploratória, descritiva e analítica.

1 Pedagogia decolonial: horizontes educacionais outros

Sendo díspar da colonização, já que historicamente implicada no domínio político, epistêmico e territorial, a colonialidade altera a situação colonial dos países que foram dominados ao longo dos séculos, marginalizando e subalternizando a população colonizada:

O colonialismo denota uma relação política e econômica, na qual a soberania de um povo está no poder de outro povo ou nação, o que constitui a referida nação em um império. Diferente desta ideia, a colonialidade se refere a um padrão de poder que emergiu como resultado do colonialismo moderno, mas em vez de estar limitado a uma relação formal de poder entre dois povos ou nações, se relaciona à forma como o trabalho, o conhecimento, a autoridade e as relações intersubjetivas se articulam entre si através do mercado capitalista mundial e da ideia de raça. (MALDONADO-TORRES, 2007, p. 131).

De acordo com Dussel (1994), a modernidade inicia em 1492, ano em que o continente americano é invadido por Espanha e Portugal. Desde então, instala-se e desenvolve-se, nos territórios colonizados, a “acumulação primitiva” - tanto extrativista quanto produtiva-mercantil, que desenvolverá, definitivamente, o sistema capitalista nos países colonizadores e, por consequência, em toda a Europa, dando origem ao período colonial nos países dominados e à modernidade nos países dominadores. A Modernidade e a Colonialidade constituem as duas faces da mesma moeda (QUIJANO, 2005) do novo sistema mundial - moderno, colonial, judaico-cristão e capitalista - que se dedicou a forjar novas identidades fundamentadas na racialização, sob a égide do Cristianismo e do patriarcalismo, posicionando o homem branco, heterossexual e europeu como centro do universo e da história da humanidade; fundando o eurocentrismo, a retórica da modernidade e a colonialidade do poder em escala planetária de categorização dos seres e dos saberes, objetificando e animalizando, inicialmente, negras/os e indígenas.

Desta maneira, a colonialidade é um conjunto de ações que age a partir das mais diversas dimensões da sociedade, entre elas a religião, a língua e as classificações geopolíticas do mundo. De acordo com Quijano (2005), a colonialidade do poder se refere à formação de um poder moderno/colonial, eurocentrado e capitalista, sendo, desde a fabulação de raça, que obteve apoio das teorias advindas da vertente darwinista da biologia, um método para normalizar os povos colonizados como somenos aos colonizadores. A partir desse prognóstico, inicia-se o arbítrio destes sobre aqueles, coisa que prossegue em vigor mesmo depois do fim do período colonial. Em resumo, modernidade, colonialidade e decolonialidade é, conforme Mignolo (2017, p. 13),

[...] uma tríade que nomeia um conjunto de relações de poder. [...] “Colonialidade” equivale a uma “matriz ou padrão colonial de poder”, o qual ou a qual é um complexo de relações que se esconde detrás da retórica da modernidade (o relato da salvação, progresso e felicidade) que justifica a violência da colonialidade. E descolonialidade é a resposta necessária tanto às falácias e ficções das promessas de progresso e desenvolvimento que a modernidade contempla, como à violência da colonialidade. As três palavras designam esferas de dicção e de ação e são interdependentes.

A distribuição agrária concentrada na elite luso e brasileira e a afloração do capital moderno-colonial, e mais tarde do mercado introduzido no mundo globalizado, viabilizou o prosseguimento da hierarquização dos atributos criados pelos europeus de classe e raça na marcha pelas exclusão e subalternização. Dentro de um contexto eurocêntrico, compreende-se que todas as interações sociais estão profundamente estruturadas na condição colonial e seu monitoramento e aperfeiçoamento acontecem, sobretudo, através da escola e das/os professoras/es.

Contemporaneamente, a escola tem submetido, de forma metódica, a população a um processo permanente de colonialidade tanto do saber quanto do ser2 - que, por sua vez, reproduz uma subjetivação eurocêntrica. E se o professorado e a escola tem assessorado à constituição dessa subjetividade eurocentrada, da identidade da população, da identidade nacional, por meio da reprodução e da proliferação dos ideários moderno-coloniais, também podem ser, professoras/es e escola, agentes fundamentais para um giro decolonial3 nos países da América Latina e condutores da edificação de uma humanidade outra, mais justa e equânime.

Catherine Walsh (2012) julga que, ao encarar a colonialidade do ser, se concebem as circunstâncias para ultrapassar o monismo acadêmico. Destarte, engendram-se alicerces para novas instituições educacionais, novas práticas, novos horizontes. Pedagogias de cunho decolonial se reportam ao conjunto de conceitos, categorias e metodologias desenvolvidos, inicialmente, pelas/os intelectuais que integram o Grupo Modernidade/Colonialidade que tem como um dos argumentos a reprovação aos expedientes utilizados na educação para manter o eurocentrismo, a acrisia e a reiteração da colonialidade.

Nesse sentido, uma ruptura epistêmica tem o potencial de construir projetos políticos e ações emancipadoras aptos a possibilitar a promoção de relações cada vez mais simétricas por meio de uma nova percepção de mundo, de (re)conhecimento e saberes outros, um mundo inclusivo e, assim, transformar o sistema de poder fundado pela modernidade, que se sustenta pela solidificação das hierarquias entre classes, raças e gêneros, discriminação e subalternização no interior das escolas.

Walsh (2013, p. 28, tradução nossa) diz que as pedagogias decoloniais têm como propósito

[...] questionar e desafiar a razão única da modernidade ocidental e o poder colonial ainda presente, desvinculando-se dele. Pedagogias que incentivam pensar a partir e com genealogias, racionalidades, saberes, práticas e diferentes sistemas civilizatórios e vivos. Pedagogias que estimulam possibilidades de ser, sentir, existir, fazer, pensar, olhar, ouvir e sabendo o contrário, pedagogias direcionadas e ancoradas em processos e projetos de caráter, horizonte e intenção decolonial.

Em outro texto, explica que

[...] o pedagógico do decolonial pode ser entendido, por um lado [...], como metodologias organizacionais, analíticas e psíquicas que orientam rupturas, transgressões, deslocamentos e invesões dos conceitos e práticas impostos e herdados. E, por outro lado, como o componente central e constituinte do próprio decolonial, seu condutor; o que dá caminho e impulsiona os impulsiona os processos de desengajamento e desapego, e o que leva a situações de de(s)colonização (WALSH, 2009, p. 16, tradução nossa)

A pedagogia decolonial, conforme Walsh (2009; 2013), está comprometida com as formas de se posicionar, de inquerir, de combater, de associar metodologias e epistemes para decolonizar práticas e processos. Para além de ser uma teoria do conhecimento ou uma ideologia, é uma atitude, um projeto, uma postura e um dispositivo de resistência à estrutura capitalista, ao racismo, à desigualdade, à submissão, à generificação e ao empreendimento neoliberal de silenciamento e morte dos povos colonizados e depreciados.

2 Procedimentos metodológicos

Em atenção às escolhas técnicas e procedimentos que todo estudo precisa, optamos pelo mapeamento sistemático da literatura, de caráter exploratório, descritivo e analítico, intentando compreender como nosso tema tem sido abordado.

Como supramencionado, formulamos a seguinte pergunta de partida: O que a literatura científica vem produzindo sobre pedagogias decoloniais nos últimos anos? Delimitou-se, como recorte temporal, os anos de 2010 a 2020. O levantamento, efetuado nos meses de abril e maio de 2021, foi realizado nas bases de dados eletrônicas do Banco de Teses e Dissertações da Capes/MEC, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Google Acadêmico. Em todos os bancos de dados usou-se, como descritor de busca, o termo pedagogia decolonial, em conformidade com nossa pergunta. Como critérios de inclusão, optamos por teses e dissertações somente em língua portuguesa e produzidas em instituições brasileiras de pós-graduação. Em seguida, elaborou-se um formulário para as teses e dissertações composto por variáveis relacionadas à identificação dos trabalhos, contendo: base de dados, ano de publicação, nome do pesquisador, título do trabalho, endereço eletrônico em que está alocado, resumos, metodologia, instrumentos, método de análise dos dados e categorias analíticas. Esta etapa da pesquisa resultou na identificação de 219 trabalhos, como é possível verificar na tabela 1, com os critérios de exclusão, mencionados anteriormente, já aplicados. São esses trabalhos que compõem o acervo desta RSL.

Tabela 1 Resultados das buscas em bases de dados 

Base de dados Teses Dissertações
BDTD 23 21
Capes 4 16
Google Acadêmico 33 122
Totais 60 159

Fonte: Elaborada pelas autoras e pelo autor.

3 Resultados e discussão: os caminhos trilhados pela pedagogia decolonial

Iniciamos com a regularidade temporal de publicações. O primeiro e único trabalho que data de 2010 é a tese de Oliveira (2010). Em 2011 manteve-se a regularidade, havendo apenas uma dissertação publicada. Em 2012 não ocorreu nenhuma publicação nem de tese nem de dissertação, como é possível verificar no gráfico 1.

Fonte: Elaborada pelas autoras e pelo autor.

Gráfico 1 Regularidade temporal de publicações 

Pelo exposto no gráfico 1, há um aumento considerável das pesquisas a partir de 2015, saltando para 15 trabalhos (03 teses e 12 dissertações), em comparação com o registro do primeiro trabalho, em 2010. Ainda que a quantidade, no âmbito geral, seja baixa, podemos verificar também que, gradativamente, a quantidade de pesquisas que abordam a pedagogia decolonial progrediu, quase sextuplicando no início desta década, em comparação com a década anterior. Outro aspecto relevante é a diferença substancial entre o número de estudos em nível de doutorado (60) e o número de estudos em nível de mestrado (159) - um pouco mais de duas vezes e meia superior - fator que merece uma investigação mais detalhada, pois as/os pesquisadoras/es-mestras/es ou não avançam nos estudos para se tornarem doutoras/es ou mudam a temática de pesquisa no doutorado. As dissertações, normalmente, têm um grau inferior de engajamento nas reflexões de índole teórica, por isso, o fato de a pedagogia decolonial ter sido foco de um número exponencialmente superior em dissertações merece atenção por sinalizar também que há insuficiência de discussões epistemológicas e conceituais mais aprofundadas.

Assim, embora tenhamos observado (Gráfico 1) que as pesquisas nessa área estão em franco crescimento, mantendo uma certa regularidade temporal das publicações tanto de teses quanto de dissertações, chamou-nos atenção a discrepância na quantidade de dissertações e teses produzidas no período determinado para as buscas nos bancos de dados. Como foi visto, proporcionalmente não há paridade nos percentuais de produção entre elas, o que nos permite conjecturar sobre a assimetria entre a quantidade de mestres e doutores formados pelos programas de pós-graduação. De acordo com a levantamento efetuado em 2020 pela CAPES4, último ano analisado pela instituição, os programas de pós-graduação stricto sensu concederam, somando todas as áreas de conhecimento, 46.060 títulos de mestres e 20.066 de doutores. Deste volume, 3.012 receberam o título do mestrado acadêmico em Educação e 1.065 do mestrado profissional; 1.297 foram titulados como doutores em Educação. A disparidade também ocorre nos programas de pós-graduação em Ensino, sendo: 1.131 formados no mestrado acadêmico e 1.494 no mestrado profissional contra apenas 343 doutores. Diante desses dados preliminares, podem se abrir muitas problemáticas e perspectivas de investigações válidas.

No que tange à análise da abordagem metodológica dos trabalhos, os dados relativos às teses e dissertações são apresentados a seguir:

Fonte: Elaborada pelas autoras e pelo autor.

Gráfico 2 Abordagens metodológicas 

Consolidando a tendência metodológica em pesquisas no campo das Ciências Sociais, a maioria dos trabalhos faz uso da abordagem qualitativa, como se pode observar no Gráfico 2. Essa abordagem é utilizada em 54 das teses e em 151 das dissertações, correspondendo a 90% das teses e 95% das dissertações. A abordagem qualiquantitativa surge em 2% das teses e 4% das dissertações; somente uma dissertação fez uso da abordagem exclusivamente quantitativa. Tais resultados reforçam a aproximação dessa metodologia com a área da pesquisa educacional em que se trata, para além dos números e das estatísticas, de uma área composta por profissionais que se comportam de maneira plural em ambientes singulares. Ainda assim, podemos considerar que, na área da Educação, faltam estudos quantitativos ou mistos que permitam compreender os objetos de estudo a partir de uma amplitude dos sujeitos, além de conferir maior versatilidade à pesquisa. Não há, atualmente, qualquer conflitualidade entre as abordagens referidas: elas se completam, como é possível observar na leitura dos trabalhos com esse cariz metodológico.

Ainda em relação aos dados do gráfico 2, chamou-nos a atenção os outros tipos de abordagens que escapam das tradicionais (qualitativa, quantitativa e quantiqualitativa), em especial nas teses. Duas delas usaram a metodologia pedagógica de co-labor, uma a metodologia militante, uma a pesquisa-ação em educação, e a tese de Maciel (2020) com o que denominou de “metodologia própria” e “intuitiva-criativa” que procura “compreender melhor o processo e o percurso no caminhar metodológico ao qual me entregava. Caminho orgânico e peculiar responsável por tornar possível a percepção, conscientização e gradual elaboração do conceito/noção de transcorporeidade” (MACIEL, 2020, p. 34). A única dissertação que utilizou metodologia diferente da habitual foi a de Neves (2020), com a metodologia da Tela Crítica, proposta por Giovanni Alves e que “consiste na operação crítico-hermenêutica que parte da estrutura fílmica para o arcabouço analítico. Isso quer dizer que, na análise do filme, podem-se apreender alguns subsídios narrativos particulares, objetos de interpretação hermenêutica” (NEVES, 2020, p. 55).

A seguir, na tabela 2 e no gráfico 3, elencaram-se os instrumentos metodológicos que as/os pesquisadoras/es têm utilizado em seus trabalhos, com possibilidade de visualização clara de quais instrumentos são recorrentes nas pesquisas ora analisadas.

Entre as produções encontradas foram identificadas 110 nomenclaturas diferentes para os instrumentos de coleta de dados sendo que, em muitos casos, trata-se apenas de sinonímias. Para melhor análise, condensamos esses instrumentos em 13 grupos, conforme tabela 2.

Tabela 2 Agrupamento dos instrumentos metodológicos 

INSTRUMENTOS - por agrupamento SUBGRUPO - com quantidade de trabalhos em que foram utilizados mencionada entre parênteses
Entrevistas Entrevistas semiestruturadas (40), entrevistas (54), entrevistas narrativas (6), entrevistas on-line (1), entrevista semi-orientada (1), entrevista não-diretiva (1), entrevista compreensiva (1), entrevista escrita e oral (1), entrevista estruturada (1), narrativa de vida (6), conversas (2), narrativa (auto)biogrâfica (1), conversa-entrevista (3), narrativa discursiva (1), narrativa oral (2), narrativas de estudantes (1) e narrativa (1);
Análise documental Análise documental (110), site de noticias em periódicos e revistas (1), índices de evasão (1), dados estatísticos (1) e relatos históricos (1);
Analise bibliográfica Análise bibliográfica (96), manual do professor (2), relato de experiência (1), produções teóricas (1) e textos literários (1);
Observação Observação (44), observação participante (13), eventos temáticos (1), observação etnográfica (1), observação direta (2), palestras (1), seminários (1) e manifestos diários (1);
Etnografia Etnografia (18), autoetapgrafia (4), etnografia em Linguística aplicada (1), etno-pesquisa (1) e etnografia decolonial (1);
Pesquisa-ação Pesquisa ação (9), pesquisa-ação-formação (2), investigação-ação (2), investigação participante (1), pesquisa formação (1), aula expositiva (1), debate (1), pesquisa-intervenção (1), pesquisa participante (2), pesquisa de campo (1);
Produção textual Produção textual de professores (2), produção textual de alunos (10), análise de cartas (1), oficinas de criação (1), diários de aula (1), produções escritas (1), tabela de registro das atividades gamificadas. (1), oficinas (6), produção de filmes (1), memoriais de formação (1), planos de aula (3), mapa de lembranças (1), fichas de brincadeiras (1), escritas poéticas (1), oficinas de textos (2), jornal de pesquisas (1), manifestos diários (1), agendas (1), oficinas de leituras (1),, relatório de análise dos filmes (1), diário reflexivo (1), desenho (1), registro imagêtico (1) e experiências práticas (1):
Grupo focal Grupo focal (7), grupo de discussão (2), roda de conversa (12), círculo de cultura freiriano (1) e grupos de interação (1)
História oral História oral (16), história de vida (5), história de leituras (1), relatos (1), oralidade(l) e depoimentos (1);
Diário de campo Diário de campo (12), diário etnográfico (1), caderno de campo (1), relatórios (1), diário reflexivo (2), diário de bordo (1) e diário de pesquisa (1);
Questionário Questionário (31), questionário semiestruturado (2), formulário digital (1), questionário de evocação livre de palavras (1), questionário com técnica de associação livre de palavras (1), questionário semifechado (1), questionário de identificação (2), questionário semiaberto (1) e formulário (1);
Estudo de caso Estudo de caso (1) e estudo de casos múltiplos latitudinal (1):
Audiovisual Áudios (5), fotografias (7), gravações (1), vídeos (8), filmes de curta e média metragem (1), músicas (2), dança (1), audiovisual (3), filmes (1), programas educativos (1) e vídeo-arte /videoinstalacão (1)

Fonte: Elaborada pelas autoras e pelo autor.

Como é habitual, diversas pesquisas usam mais do que um instrumento de coleta, justificando, dessa forma, o número de 645 totalizado na tabela 2. De tal modo, quando somados os instrumentos utilizados, atinge-se número maior em relação à quantidade de teses e dissertações analisadas (219 pesquisas), fato este decorrente da combinação entre dois ou mais instrumentos para a coleta de dados.

Fonte: Elaborada pelas autoras e pelo autor.

Gráfico 3 Instrumentos metodológicos 

Os dados, conforme gráfico 3, demonstram a relevância imputada à entrevista junto à sondagem. Este tipo de instrumento fez-se presente em aproximadamente 58% de todas as pesquisas catalogadas nesta RSL. Concordamos que essa predominância se deve ao fato de que

[...] a fala torna-se reveladora de condições estruturais, de sistemas de valores, normas e símbolos (sendo ela mesma um deles), e, ao mesmo tempo, possui a magia de transmitir, através de um porta-voz (o entrevistado), representações de grupos determinados em condições históricas, sócio-econômicas [sic] e culturais específicas. (MINAYO; SANCHES, 1993, p. 245)

Outro destaque é o uso da análise documental (114), que alcança o percentual ligeiramente superior a 55%, ou seja, fizeram-se presentes estes dois instrumentos na maioria dos achados desta pesquisa, seguido da observação (101), instrumento com quase 48% do total dos estudos levantados.

Gráfico 4 Método de análise dos dados 

A etapa de análise dos dados é o momento em que ocorre a transfiguração de dados brutos coletados em informações úteis, uma operação de delineamento dos dados iniciais em auxílio do resultado final da pesquisa. A tarefa do/a pesquisador/a é transformar dados em informações e estas em conhecimentos, de modo que possa responder à questão de pesquisa e solucionar o problema de partida.

Entre os trabalhos ora perscrutados, 5 deles não continham menção ao método e, apesar de nossos esforços, não foi possível determinar, com precisão, quais foram as técnicas de análise aplicadas. Já a análise de conteúdo e/ou análise temática (32) e a análise do discurso (21) foram encontrados explicitamente na redação dos trabalhos analisados. A principal forma de análise utilizada pelas/os autoras/es para os filtros empregados nesse levantamento foi a que articula os dados coletados com o referencial teórico que cada pesquisador/a utilizou em seus trabalhos, totalizando 127, perfazendo 57% desse tipo de análise distribuídos entre todas as pesquisas de mestras/es (60%) e doutoras/es (48%) que se propuseram a realizar contribuições científicas.

Surpreende-nos a quantidade de pesquisas que optaram por métodos menos convencionais, sendo eles apresentados na tabela 3:

Tabela 3 Métodos de análise dos dados não convencionais 

METODOS DE ANALISE DOS DADOS NAO CONVENCIONAIS
Com uma ocorrência cada análise textual discursiva; autoetnicografia; autoetnicografia articulada com o referencial teórico e com práticas docentes: estudos culturais e círculo da cultura: história cultural e história comparada do pensamento social: mapa mental: QDA Miner - software de análise de dados qualitativos: análise compreensiva weberiana: Teoria das representações sociais; Semiótica de Peirce; análise narrativa: análise textual-discursiva; análise sociológica de Pierre Bourdieu: dedutivo; escrevivência e etnografia surrealista: etnometodologia critica multirreferencial; governabilidade de Foucault; Survey; teoria fundamentada Grounded Theory; trajetórias de Vida5 de Tânia Zittoun: metodologia da própria doutoranda da Universidade Federal de Goiás: sem técnica de análise de dados por deliberação do doutorando.
Com duas ocorrências cada Sociopoética, de Jacques Gauthier e Iraci dos Santos
Com três ocorrências cada Linguística aplicada

Fonte: Elaborada pelas autoras e pelo autor.

Em geral, compreende-se que a composição de um trabalho científico deve, para fins de preservação de sua característica científica, seguir, para tal contemplação, uma austeridade técnica. Seguindo essa lógica, o estágio das análises dos dados também deve trilhar essa austeridade, demonstrada de maneira clara na redação da pesquisa. Dessa maneira, ainda que correspondam a 2% dos trabalhos sem identificação para a análise dos seus dados brutos, admira-nos, também, que não tenham sido evidenciadas as formas como seus dados seriam tratados e transformados em informações plausíveis e merecedoras de credibilidade, bem como algumas supostas “aventuras metodológicas” usadas nas pesquisas de alto nível de titulação em universidades públicas.

A próxima e última etapa dessa RSL assenta-se na identificação das categorias de análise que se referem à produção de conhecimento sobre a temática aqui abordada. Para o exame das categorias analíticas dos trabalhos incluídos, realizamos uma pré-análise que teve por princípio sondagem do material e interpretação dos resultados alcançados após tratamento. Neste estágio, a organização das informações foi realizada, bem como a sistematização, por intermédio da leitura dos dados. Em seguida, empreendemos o exame pormenorizado do material, resultando na codificação, classificação, agrupamento dos dados por meio de aproximação, tendo em vista as convergências e divergências destas, e elaboração das 15 categorias analíticas, que identificamos e entendemos como responsáveis pela especificação do tema e desveladoras para a construção do estado da arte na área de educação no Brasil.

Dentre as 556 diferentes categorias analíticas utilizadas pelas/os mestre/as e doutores/as que surgiram dos resultados das 219 pesquisas que compõem o material desta RSL, concluímos a necessidade de agrupamento, condensando, então, em 15 categorias, conforme demonstrado na tabela 4.

Tabela 4 Agrupamento de categorias de análise 

CATEGORIAS SUBCATE GORIAS - Agrup amentos
Currículo
(83 subcategorias)
Africa e relações raciais, alfabetização, alfabetização de adultos, aprendizagem musical, Arte e consciencia histórica, bilingüismo de memória, conteúdos curriculares, critica literaria, currículo, currículo de História, currículo de Língua Inglesa, currículo escolar, currículo integrado, currículo intercultural, currículo mínimo, didática, educação antírracísta, educação ambiental, educação e diversidade, educação em Ciencias, educação etnicorracíal, Educação Física escolar, educação Matemática, educação museal. educação musical afrodiaspórica, ensino de Ciências, Ensino de Física, ensino de História, Ensino de História e cultura afrobrasileira e africana, ensino de história indígena, ensino de Língua Inglesa, ensino de literatura, ensino de matemática, ensino-aprendizagem de línguas, espaço de formação de aprendizagem, Filosofia de Oxumaré, formação de leitores, formação leitora, fundamentos da Bioética, gênero literário, História da África e da cultura afro-brasileira, História e culturas afrobrasileira e africanas, historiografia oficial. Inglês como língua franca, ínter disciplinaridade. interdisciplinar, leitura e escrita, leitura no ensino fundamental, letramento, letramento acadêmico matemático, letramento critico, língua adicional, língua e relações de poder. Língua Portuguesa, linguagem, linguagem e ensino, literatura africana, literatura afro-latinaamericana, literatura hispano-americana, literatura indígena, literatura negra, matriz historiográfíca brasileira, multiletramento, práticas curriculares, processos de aprendizagens, produção escrita, proficiência, proposta curricular, na escola, educação das relações étnico-raciais, saber ambiental, ensino de Sociologia, Sociologia, tempo curricular, textos narrativos, transdiciplinaridade. translinguagem, educação emocional, educação em direitos humanos, ensino de Química, ensino de línguas e Literatura, ensino de Língua Espanhola, ensino de língua, ensino de História e cultura afro-brasileira e africana, ensino de botânica.
Epistemologías contra-hegemónicas (71 subcategorias) Colonialidade, colonialidade cosmogónica, colonialidade da Arte, colonialidade do poder, colonialidade do saber, colonialidade do saber científico, colonialidade do ser, colonialidade do ver, colonialidade na História da Arte, colonialidade pedagógica, colonialismo, colonização do discurso, crise da modernidade, crítica decolonial da visualidade, curiosidade epistemológica, danças decoloniais, decolcnialidade, decolonização do conhecimento escolar, descolonialidade. descolonização ambiental, descolonização do conhecimento, descolonização dos saberes, descolonização da memória, descolonização universitária, diálogos de saberes, didática intercultural, dominação colonial, ecologia de saberes, educação anticolonial, educação contra colonial, educação contrahegemónica, educação decolonial, educação descolonizadora, educação intercultural, educação outra, ensino decolonial, epistemología outra, epistemología do Sul, estado colonial'moderno, etnocentrismo, eurocentrismo, geopolítica do conhecimento, interculturalidade, interculturalidade crítica, lógica colonial, matriz colonial, modos de produção do saber, multiculturalismo, multiculturalismo crítico, multiculturalismo na mídia. Outro como sujeito da interculturalidade, pedagogia decolcnial e intercultural, pensamento abissal· pensamento de fronteira, pensamento decolonial, pensamento descolonial, pensamento freiriano, pensamento pós-coloníal, pensamento subalterno, performatividade, perfomiatividade investigativa, perspectiva descolonial, pluralidade dos saberes, pós-coloniaL pós-colonialidade, práticas de descolonização, saberes decoloniais, saberes subalternizados, sistema mundo, subalternidade, subjetividades decoloniais.
Raça
(59 subcategorias)
Raça, racismo, afro-colombia, etnoecologia, racismo institucional, pajelança, racismo na escola, discriminação, privilégios dos brancos, pesquisador negro, dificuldades dos negros, direito indígena, estudantes negros, preconceito, ativismo negro em rede, racíalização, comunidade quilombola, cosmogonia africana, crianças indígenas, movimento negro, racismo dentro e fora da IFBA, população negra, comensalidade, branqueamento na escola, identificação e (des)identifícação, indígenas autores, infância indígena, inter sec cionalidade, mito da democracia racial, branquitude, construção da pessoa, comissão de professores indígenas de Pernambuco, relações raciais nas aulas de Língua. Portuguesa, etnomatemátíca, coletivos indígenas, cultura afro-brasileira e africanas, preconceito racial, empoderamento indígena, intelectuais indígenas brasileiros, quilombola, racismo escolar, racismo epistêmico, subjetividade Kalunga, racismo estrutural. Cultura Kalunga, etnia, quilombos no Brasil, movimentos sociais. Curumins e cunhatãs, mitologia e tradição africana, Maconde tribo africana, povos indígenas, povos indígenas em SC, preconceito, desigualdade racial, negritude, memórias de resistência, representações afrodescendentes e indígenas, relações comerciais indígenas, religiões de matrizes africanas, relações étnico-raciais.
Educação
(47 subcategorias)
Educação, educação de jovens e adultos, educação escolar indígena, educação do campo, educação profissional, educação ribeirinha, ensino médio, ensino médio integrado, espaços educativos não-formais de aprendizagem, educação indígena, educação infantil, ensino médio politécnico, educação rural, educação superior, educação integral, educação à distância, educação superior de surdos, educação escolar quilombola, educação superior indígena, cursinho popular, educação escolar, educação popular, acesso ã educação superior. Antropologia e educação. Arte educação, avaliação, direito à educação, educação centrada em estudantes, educação jesuítica no Brasil, educação de surdos, educação em Timor- Leste, educação na América-latina, educação quilombola, escola e sociedade, espaçotempos escolares periferizados, evasão escolar, etnoeducação, formação humana, indígenas universitários, perfil acadêmico, relação professor-aluno, relações entre saberes experiências e conhecimentos trabalhados na escola, trajetórias escolar dos estudantes, processo de escolarização indígena, PPP, paradigmas educacionais, relações de poder na escola.
Prática pedagógica (39 subcategorias) Docência, itinerário pedagógico, pedagogia antirracista, pedagogia autoral e de enfrentamento, pedagogia crioula, pedagogia da alternância, pedagogia decolonial, pedagogía decolonial nas redes, pedagogia descolonial, pedagogia do berimbau, pedagogia do sarau escolar, pedagogia e praxis decoloniaL pedagogia engajada, pedagogia freiriana, pedagogia mtercultural, pedagogia latino-americana, pedagogia outra, pedagogia queer, pedagogia teatral, pedagogia da performance, pedagogias dos movimentos sociais, pedagogias pluriversais, pedagogização dos saraus, prática freiriana, prática pedagógica em Arte, práticas curriculares de professores, práticas de ensino, práticas de re-existência, práticas decolcniais, práticas educativas, práticas pedagógicas, práticas pedagógicas decoloniais, práticas político-pedagógicas, práxis decolonizadora, ritual pedagógico, saber docente ludocultural, tendências pedagógicas, trabalho docente, trabalho pedagógico.
Cultura
(39 subcategorias)
Cultura, bens culturais, candomblé, cibercultura, comunicação, cultura e política, conhecimento, conhecimento complexo, crianças Kalungas, cultura africana, cultura afro-brasileira, cultura digital, cultura escolar, cultura indígena, cultura juvenil, cultura Kalunga, cultura material· cultura material e imaterial, cultura popular, diversidade cultural, estudos culturais, Estudos culturais latino-americanos, História indígena, imaginário, jovens e cultura, língua e cultura, máscaras africanas, matrizes culturais, pertencimento cultural, prática coral juvenil, prática cultural afrodiaspórica, património cultural, representações culturais, ritos e cerimônias, saberes campesinos, saberes culturais, saberes do corpo, sociopoética, teoria das representações sociais, vitalidade sociocultural·
Gênero
(32 subcategorias)
Gênero, feminismo negro; raça e gênero, mulheres quilcmbolas,. violência de gênero, Eros, frente feminista periférica, cartas de mulheres encarceradas, feminismos, concepção de gênero, movimento de mulheres camponesas, feminização da pobreza, escrita feminina indígena, feminismo da diferença, pedagogia de gênero, mulheres negras, relações de gênero, feminismo islâmico, privilégio de género, saber histórico, mulheres indígenas, mulheres negras e decolonização, colonialidade de gênero, estereótipos de gênero, acadêmicas indígenas, subalternidade feminina, pedagogias feministas, resistência feminina, despatriarcahzação, feminismo decolonial· movimento de mulheres negras, corporalidades travesti e transexual;
Formação de
professores (25 subcategorias)
Formação, auto-formação docente, formação de professores, formação inicial, formação continuada, formação docente, formação profissional, processo formativo, formação grió, formação inicial em História, formação íntercultural, formação continuada contra-hegemónica, estágio, estágio supervisionado, relevância da formação para as comunidades, formação continuada hegemónica, Curso de Letras-Libras, licenciatura em Ciências biológicas, formação continuada do professor do ensino médio, estágio supervisionado em Geografia, currículo de formação docente, curso de Letras, processo formativo de educadores ambientais, formação continuada direcionada para a reprodução e performatividade, formação de professores indígenas.
Artes
(23 subcategorias)
Arte-visual, cânone artístico, capoeira, cinema e educação, dança Moçambique, fandando caiçara, funk, funk brasileiro, gênero musical, hip hop, jovens e música, música vocal coletiva, origens do rock, prática coral juvenil, produção artística latino-americana, rap, rap nacional, samba de bumbo, samba de roda, sarau, teatro das oprimidas, teatro Moçambique, tela critica
Políticas educacionais (22 subcategorias) Assistência acadêmica estudantil, BNCC. DCN, diretrizes curriculares, LDB, LDBEN. legislação antirracista, lei 10.639/03, lei 11.645/08, lei 12.711/12. lei 13.415/17, neoliberalismo, percurso formativo PROEJA, PIBID, PIMESP. PNLD. PNLD/campo, políticas afirmativas, políticas de cotas, políticas públicas para indígenas. Programa Mais Educação, SISU.
Identidade (17 subcategorias) Identidade, construção de identidade, cultura e identidade, identidade do povo, identidade docente, identidade dos idosos, identidade e representação, identidade em política, identidade étnica, identidade étnico-racial, identidade indígena, identidade intercultural· identidade latino-americana, identidade negra, identidade racial, memória e identidade, pertença e identidade.
Instrumentos pedagógicos (09 subcategorias) Cadernos pedagógicos, história em quadrinho, jogos educacionais, livro didático, livro didático de História, material didático, modelo didático, produto educacional· tecnologia em sala de aula
Corporalidade
(09 subcategorias)
Corpo e educação, corpo planetário, corpo social corpo território, corpografia quilombola, cultura corporal, mobilidade social movimentação humana, poética do movimento
Personalidades
(12 subcategorias)
Grande Otelo, Guarani Mbyá, Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela, Joel Rufino, Josephine Baker, Mbyá Guarani, Mima Elisa Bonazzi. Orlando fals Borda, Pataxó Gerú Tucunã, Paulo Freire, Victoria Eugenia Santa Cruz Gamarra, Zozimo Bulbul
Outras
(69 subcategorias)
Agente comunitario de saúde, autoetnografia, auto-ficção, cidadania, classe média, crianças, democratização, deslocamentos, desobediência, direitos humanos, direito dos idosos, diversidade, entre-lugar, escrevivência, escrita, escrita ameríndia, escritas de si, estima, ética e religião, govemamentalidade, gramática dos direitos, habitus, história de vida, igualdade de direitos, inclusão social, infância, interação entre espaço profissional e outros espaços da vida, invólucro, juventude periférica, memória, migração, multimodalidade, museu, narrativas, narrativas autobiográficas, narrativas docentes, necropolítica, necroeconomia, neopentecostalização, normose, ocupação, pacto de unidade, palavra concedida, palavra de re-existência, palavra liberada, palavra recuperada, plurinacionalidade, pluriversalidade, pobreza, políticas de resistência, raiva, rede emancipa, resistência, revista Nova Escola, rizoma polifónico, sociodiversídade, sujeito autor, territorialidade, turismo, subjetividade, resistência ao estado, atuação em organizações sociais, democracia, representação, territórios em disputa, direito ã diferença, intolerância religiosa, interseccionalidade crítica, experiência

Fonte: Elaborada pelas autoras e pelo autor.

Na categorização que efetuamos é preciso destacar que 14,93% das categorias usadas em teses e dissertações correspondem a currículo; aproximadamente 11% correspondem a raça; pouco mais de 8% remetem-se à Educação como categoria; e, 7% são correlatas às práticas pedagógicas. Não se pode desprezar que esses dados apontam, especialmente, para as temáticas mais trabalhadas nas pesquisas. A categoria raça, por exemplo, é usada em 22 teses das 60 averiguadas e em 67 das dissertações; se a ela acrescentarmos as 13 incidências da categoria políticas educacionais, mais especificamente as subcategorias lei nº 10.636/03, lei nº 11.645/08 e lei nº 12.711/2012, a perspectiva racial corresponde a 48,8% das produções acadêmicas, indicando, claramente, a agenda de pesquisa dos últimos anos, tendência iniciada já no primeiro trabalho registrado em 2010, de Luiz Fernandes de Oliveira (2010). Além disso, as subcategorias “interculturalidade” e “interculturalidade crítica” também merecem destaque, uma vez que 14 teses e 39 dissertações fazem uso delas, correspondendo a 25% das produções.

Últimas considerações

Nossos esforços para identificar, catalogar, descrever, analisar, dialogar, interpretar e, finalmente, compreender a movimentação da comunidade científica voltada para um certo fenômeno e temática na área educacional, mostrou-se detalhado e profícuo, pois, como resultado final, entendemos ter evidenciado o que vem sendo feito ao longo do período de 2010 a 2020. Alcançamos, assim, os objetivos estabelecidos e a análise quantitativa dos dados coletados oportunizaram a composição do panorama atual da produção de conhecimento e representam, de forma expressiva, o trabalho científico brasileiro em torno do objeto de pesquisa deste artigo: a pedagogia decolonial.

Como já afirmado, perscrutar o campo investigativo, através de revisão da literatura, é um processo necessário e, como particularmente enxergamos, indispensável à construção de novas pesquisas, afinal viabiliza aos cientistas possíveis rotas e contribuições ao apontar lacunas, aspectos saturados e ausências no campo investigativo. De tal modo, mais do que constituir um ponto de partida para a elaboração de novos conhecimentos no início de uma pesquisa específica, também é uma contribuição para a comunidade acadêmica, dado que temos vivenciado avanços crescentes e céleres na ciência e na tecnologia com o aumento de estudos realizados e divulgados nos diversos formatos e veículos de transmissão e distribuição de conhecimento.

Uma das defasagens da área, com o descritor usado para as buscas nos bancos de dados, é “pesquisas de cunho quantitativo e mistas” (Gráfico 2), o que, se por um lado indica a consolidação de uma tradição nas ciências humanas, por outro, indica um desiquilíbrio entre as abordagens metodológicas e um provável prejuízo para a pesquisa na área da Educação.

Esse descompasso iça um outro debate: a tradicionalidade metodológica dos trabalhos acadêmicos, inclusive daqueles que se propõem contra-hegemônicos, como é o caso dos trabalhos que constituem o banco de dados desta revisão, e a dificuldade de pensar fora dessa tradicionalidade.

Claro que a defesa pelo rigor metodológico não equivale a defender a imobilidade e a estagnação da ciência e de seus procedimentos, tampouco menosprezar as tentativas de inovação que encontramos em alguns trabalhos, mas se deve à concepção de que para borrar os limites do paradigma atual e obter credibilidade é necessário que se construa um arsenal teórico-metodológico, que se experimente sua eficácia e viabilize sua consolidação, o que terminaria por tornar o novo método em tradição outra, convivendo e, na medida do possível, articulando-se com a antiga.

Além das lacunas que apontamos ao longo desta RSL, não podemos deixar de mencionar que são escassos os trabalhos dedicados às políticas públicas e às pedagogias decoloniais voltados para questões de gênero e a incidência cotidiana da colonialidade de gênero também nos espaços educacionais formais e não-formais. Julgamos importante que haja dedicação da comunidade científica em observar, analisar, compreender, detectar elementos e, sendo possível, apontar soluções que promovam a superação de problemas relacionados à colonialidade de gênero, sobretudo na área da educação, diante da reverberação dessa categoria de análise para todos os envolvidos no processo educacional.

Cabe ressaltar que, mesmo diante do considerável acervo que construímos dentro dos parâmetros que firmamos, as análises, discussões e compreensões que alcançamos a partir de nossa postura criteriosa, não se trata de uma revisão completa, pois, por mais extensa e detalhada que se apresente, tem seus limites, apesar dos quais consideramos que os resultados obtidos esclarecem em relação ao que já faz parte do conhecimento científico.

2Sobre a colonialidade do saber e do ser, Maldonado-Torres (2007, p. 145 - tradução nossa) esclarece que: “O privilégio [europeu] do conhecimento na modernidade e a negação das faculdades cognitivas em sujeitos racializados oferecem a base para a negação ontológica. No contexto de um paradigma que privilegia o conhecimento, a desqualificação epistêmica torna-se um instrumento privilegiado de negação ou subalternização ontológica. ‘Outros não pensam, portanto não são’. Não pensar se torna um sinal de não ser na modernidade. As raízes disso podem muito bem ser encontradas em concepções europeias sobre a escrita não alfabetizada dos indígenas nas Américas. Mas pode-se dizer que tais concepções já estavam de acordo anteriormente alimentada pela suspeita sobre a não-humanidade dos sujeitos em questão.”

3De acordo com Maldonado-Torres (2020, p. 562 - tradução nossa), “O giro decolonial representa uma inversão do esquema de subjugação da colonialidade. Se na visão dominante a entidade colonizada aparece como um problema, a virada decolonial apresenta os colonizados como agentes que colocam problemas(...). O giro decolonial é composto de pelo menos dois movimentos ou reposicionamentos: (1) um movimento, ou mudança de atitude, que leva os colonizados a se envolverem positivamente uns com os outros e a ver a colonização moderna e a modernidade ocidental em vez de si mesmas, como um problema, e (2) outro movimento, em forma de compromisso, que os leva a conceber a decolonização (entendida como a decolonização do ser, do poder e do saber e não da modernidade ocidental) como projeto coletivo no qual se envolver. Nesse sentido, o giro decolonial se refere tanto a uma mudança de atitude quanto à afirmação de um projeto de ação que envolve intervenções políticas, artísticas, intelectuais, epistemológicas e de outro tipo”

4As informações podem ser consultadas no endereço eletrônico: https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/.

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Recebido: 28 de Março de 2023; Aceito: 10 de Agosto de 2023

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Esta pesquisa tem apoio financeiro do convênio CAPES/PROSUP.

Editoras: Profa. Dra. Ana Maria Haddad Baptista e Profa. Dra. Marcia Fusaro

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