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Educação UFSM

versión impresa ISSN 0101-9031versión On-line ISSN 1984-6444

Educação. Santa Maria vol.44  Santa Maria  2019  Epub 11-Nov-2020

https://doi.org/10.5902/1984644432311 

Artigo Demanda Contínua

O conceito de inovação em educação: uma revisão necessária

The concept of innovation in education: a necessary review

Fernando Gomes de Oliveira Tavares* 

*Mestrando em Educação pela Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil. fernando.gomes.tavares@usp.br


RESUMO

Realiza uma análise acerca do conceito de inovação presente nas pesquisas educacionais. Seleciona e examina um conjunto de vinte e três artigos científicos, indexados em duas bases de dados internacionais (SciELO e Web of Science), publicados no período de 1974 a 2017. Como resultado, percebe que a inovação é entendida sob quatro perspectivas: como algo positivo a priori, como sinônimo de mudança e reforma educacional, como modificação de propostas curriculares e como alteração de práticas educacionais costumeiras em um grupo social. Conclui que o conceito de inovação detém uma ampla rede de significados que estão vinculados às diferentes concepções epistemológicas e ideológicas acerca do processo educativo.

Palavras-chave: Inovação; Educação; Inovação educacional

ABSTRACT

It performs an analysis on the concept of challenge present in educational exams. Selected and examined one set of twenty-three articles scientific, indexed in two international databases (SciELO and Web of Science), published in the period from 1974 to 2017. As a result, it is perceived that an innovation is understood from four perspectives: as something positive beforehand, as synonymous with educational reform, as a change of curricular proposals and as a change of educational practices in a social group. It concludes that the concept of innovation is a wide network of meanings that are linked to the different epistemological and ideological conceptions about the educational process.

Keywords: Innovation; Education; Educational innovation

Introdução

O presente artigo apresenta os resultados de uma investigação dedicada ao seguinte problema: como é empregado o conceito de inovação nas pesquisas educacionais? Os trabalhos publicados, em geral, são relatos que destacam aspectos quantitativos e elegem indicadores de qualidade para avaliar determinadas experiências educacionais (ver, por exemplo, CARBONELL, 2002; CHRISTENSEN, 2002; THURLER, 2001). Dessa forma, não existe um marco de referência teórica suficientemente desenvolvido a respeito da conceituação da inovação em educação que possa orientar a investigação do pesquisador em campo. Cabe a este artigo a tentativa de elucidar essa questão que se faz tão presente e, ao mesmo tempo, tão ausente das investigações científicas.

A opinião pública está se tornando cada vez mais interessada no conhecimento de projetos educacionais inovadores. Discussões estão sendo travadas no âmbito acadêmico em torno dos projetos de inovação educacional e, no Brasil, o assunto tem recebido um acompanhamento dos órgãos públicos1. No entanto, sabe-se pouco sobre as origens, as características e as concepções desse fenômeno educacional, pois os esforços têm se dirigido mais a difundir e modelizar experiências do que compreendê-las em sua complexidade e integralidade como nos trabalhos de Canário (2004) e Goldberg e Franco (1980).

Apesar do termo inovação ser bastante utilizado no campo educacional, nem sempre os autores explicitam o que estão querendo dizer com isso. Observa-se também a pulverização do termo em diferentes denominações como inovação educativa, educação inovadora, inovação com efeito educativo e, o mais comum e também utilizado na orientação deste trabalho, inovação educacional. Contudo, espera-se com esta pesquisa enfrentar essa lacuna investigativa ao discutir sobre o estado de conhecimento relativo ao conceito de inovação no âmbito educacional.

Trata-se de um exame de literatura para o qual foram coletados dados entre setembro de 2017 e março de 2018, em duas bases internacionais: Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Web of Science. Foi utilizada a palavra-chave inovação em três idiomas (português, espanhol e inglês) contemplando todos os índices de busca. Não houve restrição de período e definiram-se dois critérios de inclusão: abordar o fenômeno inovação dentro do contexto educacional e definir claramente o conceito de inovação. Após a aplicação desses filtros foram encontrados 56 registros publicados entre os anos de 1974 e 2017. Excluíram-se as referências duplicadas e também aquelas que não se tratavam de artigos originais, mas de editoriais, comentários e resenhas. A seleção final resultou em 23 artigos científicos.

Ao término dessa triagem, realizou-se uma análise minuciosa dos títulos selecionados, a qual gerou um quadro síntese que foi dividido em quatro tópicos: autor/ano, título, objetivo e concepção de inovação. Ao final, partindo das semelhanças em relação à forma como os autores concebem a problemática da inovação, os artigos foram agrupados em quatro categorias de análise: 1) Inovação como algo positivo a priori; 2) Inovação como sinônimo de mudança e reforma educacional; 3) Inovação como modificação de propostas curriculares e; 4) Inovação como alteração de práticas educacionais costumeiras em um grupo social. Essa classificação permitiu uma melhor interpretação dos resultados.

O artigo divide-se em três partes. A primeira traça um breve panorama histórico da inovação dentro do contexto educacional. A segunda parte elucida as diferentes concepções sobre o conceito de inovação. A terceira, e última parte do trabalho, infere que o conceito de inovação possui uma ampla rede de significados que estão vinculados às diferentes concepções epistemológicas e ideológicas acerca do processo educativo.

Resultados e discussão

Um breve histórico interrompido da inovação no contexto educacional

A ideia de inovação como tem sido engendrada por muitos se originou no ambiente empresarial. A área da produção tecnológica talvez seja uma das mais proeminentes quando se fala nesse assunto, uma vez que nela percebe-se com maior clareza a necessidade de inovar para não perecer no jogo do sistema capitalista. O propósito de analisar-se aqui o desdobramento desse termo dentro do contexto educacional advém do suposto de que a educação, em qualquer dos seus moldes e em qualquer das suas características, só adquire significação quando observada como parte do processo sócio-histórico.

No Brasil e em diversos países do continente europeu, as chamadas experiências inovadoras em educação manifestaram-se, mais intensamente, na década de 1960. Logo após, para promover uma reflexão sobre esse fenômeno, até então pouco expressivo no âmbito acadêmico, surge uma série de trabalhos publicados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) nos anos 70, entre os quais se destacam o livro de Huberman publicado em 1973 “Comment s’opbrent les changements en éducation: contribution à l’étude de l’innovation” e Huberman e Havelock (1977) “Solving educational problem: the theory and reality of innovation in developing countries”. Outro trabalho, que evidenciou esse período inicial da discussão sobre inovação educacional, foi o artigo publicado pela revista Interchange intitulado Overview of the innovative process and the user” (1972), do canadense Michael Fullan.

Apesar das singularidades apresentadas por essas obras, que marcaram a história da inovação no campo educacional, nota-se uma preocupação comum entre os autores que está associada a uma intenção de generalização de princípios e de criação de modelos experimentais. Dessa forma, perdurou por algumas décadas a concepção de inovação como um processo que poderia ser planejado e controlado desde a sua implementação (GOLDBERG; FRANCO, 1980; MACLEAN, 1992).

O livro “Inovação educacional no Brasil: problemas e perspectivas”, publicado em 1980, reuniu textos de vários autores graças à iniciativa da Fundação Carlos Chagas. As três partes do livro discutem as dimensões, os problemas, as características e o futuro das inovações e também examinam alguns casos inovadores no Brasil. A questão central da obra indaga sobre qual seria o objetivo da inovação em um país como o nosso.

Após esse período, parece que as investigações iniciadas nesse campo temático foram interrompidas. Pode-se afirmar que não houve um avanço significativo da discussão acerca dos sentidos e contornos da inovação. Não apareceram outras obras de grande expressão que se propuseram debater sobre as diferentes acepções desse fenômeno dentro do contexto educacional.

Diferentes conceitos de inovação

Este texto se baseou no quadro síntese abaixo, elaborado para averiguar o emprego do conceito de inovação nos artigos científicos presentes na área educacional. A partir dos critérios citados anteriormente, foram selecionados 23 artigos. Dois dos quais foram publicados na década de 1970; outros dois na década de 1990; nove artigos foram publicados entre 2000 e 2010 e no período de 2011 a 2017 publicaram-se os outros dez artigos.

Michael Huberman e Michael Fullan tiveram suas obras citadas na maioria dos artigos. Destacaram-se, pelo número de ocorrências, os livros “Comment s’opbrent les changements en éducation: contribution à l’étude de l’innovation”, de Huberman (1973), e “The new meaning of educational change”, de Fullan (1982). Compreende-se a importância desses autores, uma vez que seus trabalhos foram pioneiros, trazendo uma contribuição fundamental ao realizarem um esforço para conceituar a inovação no campo educacional, fenômeno até então ignorado pela comunidade científica.

Embora tais obras tenham se tornado decisivas para incluir a inovação no cenário educacional, os artigos levantados por este trabalho não adotaram-nas como pilares de suas teorias, ou seja, todos os autores preocuparam-se em elaborar uma definição própria a respeito da inovação educacional. Isso demonstra a ausência de um consenso mínimo da comunidade científica acerca do significado de inovação, fator comum a outros objetos de investigação. Por esse motivo, realizou-se, neste trabalho, uma classificação e agrupamento dos artigos examinados a partir de alguns aspectos interpretativos que os aproximam e os distanciam. Levou-se em conta critérios de análise como origem, valor e objetivo da inovação. Procurou-se também explicitar a opção sustentada pelos autores quanto ao enfoque e a importância atribuída à inovação. Essa categorização resultou em quatro grupos: 1) a inovação como algo positivo a priori; 2) a inovação como sinônimo de mudança e reforma educacional; 3) a inovação como modificação de propostas curriculares e; 4) a inovação como alteração de práticas educacionais costumeiras em um grupo social.

Quadro 1: Produção bibliográfica sobre inovação educacional selecionada através das plataformas SciELO e Web of Science 

Nº do artigo Autor e ano de publicação Título do artigo Objetivo Concepção de inovação
01 Michel Debeauvais, 1974 The popularity of the idea of innovation: a tentative interpretation of the texts Analisar a popularização da ideia de inovação educacional Uma forma de aumentar a eficiência operacional do sistema educacional
02 William Hare, 1978 The concept of innovation in education Refletir sobre o debate acerca do conceito de inovação em educação Uma alteração proposital que possui significado e valor
03 Inés Aguerrondo, 1992 La innovación educativa en América Latina: balance de cuatro décadas Evidenciar as diferenças nos processos de inovação educacional na América Latina Toda tentativa de romper o equilíbrio rotineiro do processo educativo.
04 Adelson Fernandes Moreira, 1999 Basta implementar inovações nos sistemas educativos? Apresentar referências para melhor compreender a implementação de mudanças na escola. Mudança planejada dentro do sistema educacional
05 Graciela Messina, 2001 Mudança e inovação educacional: notas para reflexão Explicar os diferentes significados que podem ser atribuídos ao conceito de inovação Inovação como um tipo de mudança intencional, sistemática e autogerada
06 Eleny Mitrulis, 2002 Ensaios de inovação no ensino médio Examinar casos de inovação ocorridos no ensino médio Introduzir em determinado meio algo que foi inventado, com o objetivo de melhorar aquilo que existe.
07 Ilma Passos Alencastro Veiga, 2003 Inovações e projeto político-pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória? Discutir o significado de inovação e projeto político-pedagógico Uma ação que pode ser regulatória ou emancipatória.
08 Vera Lucia Sabongi De Rossi, 2005 Mudança com máscaras de inovação Refletir sobre as armadilhas conceituais resultantes do par antigo/moderno no jogo dialético da modernidade Processo de emancipação que procura repensar a estrutura de poder, as relações sociais e seus valores
09 Arturo Barraza Macías, 2005 Una conceptualización comprehensiva de la innovación educativa Analisar o conceito de inovação educacional Aplicação duradoura de estratégias criativas dos processos de ensino e aprendizagem.
10 Frida Días-Barriga Arceo, 2010 Los profesores ante las innovaciones curriculares Revisar artigos que tratam sobre inovação curricular nas escolas mexicanas Mudança profunda nos paradigmas e práticas sociais em uma comunidade concreta
11 Marcelo El Khouri Buzato, 2010 Cultura digital e apropriação ascendente: apontamentos para uma educação 2.0 Construir uma perspectiva para os novos letramentos digitais no campo das discussões correntes sobre inclusão digital e inovação tecnológica Propostas pedagógicas que utilizam novas tecnologias
12 Pedro Demo, 2010 Rupturas urgentes em educação Discutir sobre as rupturas necessárias no âmbito da educação Rompimento das dinâmicas educacionais vigentes
13 Letícia Portieri Monteiro
Kátia Stocco Smole, 2010
Um caminho para atender às diferenças na escola Analisar modificações ocorridas em uma escola judaica do RJ após a implementação do Programa de Inovação Educativa (PIE) Método de ensino alternativo dentro da educação formal.
14 Preciosa Teixeira Fernandes, 2011 Inovações curriculares: o ponto de vista de gestores de escolas do ensino básico em Portugal Analisar os discursos de professores/as em exercício de gestão que participaram de projetos educacionais inovadores Ruptura com situações ou práticas educacionais anteriores
15 Frida Días-Barriga Arceo, 2012 Reformas curriculares y cambio sistémico: una articulación ausente pero necesaria para la innovación Estudar as principais inovações curriculares vinculadas aos processos de reforma curricular empreendidos no México Mudança profunda nos paradigmas e práticas sociais em uma comunidade concreta
16 Elie George Guimarães Ghanem Júnior, set.2012 Inovação educacional em pequeno município - o caso Fundação Casa Grande (Nova Olinda, CE, Brasil) Examinar os fatores que se conjugam na geração de ações de inovação educacional (Fundação Casa Grande) Práticas educacionais que se distinguem de outras que são costumeiras em determinado grupo social
17 Roeland Hofman
Jan de Boom
Marieke Meeuwisse
Adrian Hofman, out.2012
Educational Innovation, Quality, and Effects: An Exploration of Innovations and Their Effects in Secondary Education Compreender o funcionamento da inovação na educação secundária Mudanças substanciais com a introdução de novos tipos de aprendizagem
18 Elie George Guimarães Ghanem Júnior, jun.2013 Inovação em escolas públicas de nível básico: o caso Redes da Maré (Rio de Janeiro, RJ) Examinar os fatores que se conjugam na geração de ações de inovação educacional (Redes da Maré) Práticas educacionais que se distinguem de outras que são costumeiras em determinado grupo social
19 Elie George Guimarães Ghanem Júnior, dez.2013 Inovação em educação ambiental na cidade e na floresta: o caso Oela Examinar os fatores que se conjugam na geração de ações de inovação educacional (Oela) Práticas educacionais que se distinguem de outras que são costumeiras em determinado grupo social
20 Carlos Marcelo, 2013 Las tecnologías para la innovación y la práctica docente Analisar a escola como uma inovação da tecnologia espacial Processo de mudança amparado pela inclusão de novos aparatos tecnológicos no ambiente escolar
21 Arnaldo Nogaro
Claúdia Battestin, 2016
Sentido e contornos da inovação na educação Debater sentidos e conotações do conceito de inovação educacional Recriar ideias pedagógicas
22 Francisco Leal-Soto
Mario Albornoz Hernández
Maria Isabel Rojas Parada, 2016
Liderazgo directivo y condiciones para la innovación en escuelas chilenas: el que nada hace, nada teme Discutir sobre a relação entre liderança e inovação no contexto educacional chileno Processo complexo e colaborativo que diz respeito à seleção, organização e uso criativo de elementos de gestão institucional, curricular e didática, geralmente em resposta a um problema ou necessidade.
23 Nathalie Carrier, 2017 How educational ideas catch on: the promotion of popular education innovations and the role of evidence Explorar as técnicas de persuasão utilizadas em documentos que tratam das inovações educativas populares de diferentes tipos Ideias, práticas, produtos e serviços que mudam o sistema em que são introduzidos

A inovação esteve relacionada a algo positivo a priori em sete estudos (artigos: 1, 6, 7, 9, 13, 22, 23). A adoção da inovação como panaceia para os problemas educacionais e a introdução de estratégias originais para melhorar as práticas educacionais vigentes, foram outros dois fatores que aproximaram esses trabalhos. Observou-se também que os autores foram guiados por uma lógica indutiva na construção dos seus artigos, isto é, analisaram experiências particulares e teorizaram sobre essas.

Mitrulis (2002), teve como objetivo o exame de casos de inovação ocorridos no ensino médio, pode-se notar uma noção de inovação como algo que deve ser introduzido em determinado meio com o objetivo de melhorar as atividades ali existentes. Nos casos avaliados pela autora, foram priorizadas questões referentes à gestão escolar, ao trabalho coletivo e à articulação com agências externas para a constituição de projetos educativos. Para Mitrulis, as inovações devem ser produzidas pelos atores em seu cotidiano e precisam estimular o protagonismo dos jovens envolvidos com a instituição de ensino. Esse posicionamento do pesquisador aponta uma separação entre a lógica da reforma e a lógica da inovação, onde afirma que a primeira é resultado da ação própria das autoridades e a segunda está reservada ao exercício dos agentes educacionais mais próximos da base do sistema escolar. No entanto, mesmo admitindo essa divisão, o artigo demonstrou uma incoerência ao ambicionar “colaborar com a formulação de políticas de apoio e de orientação às escolas” (p. 217), o que atribuiu um aspecto prescritivo ao conceito de inovação, no qual procurou se afastar.

De posse da mesma preocupação com a lógica reformista da inovação, Veiga (2003) procurou discutir o significado de inovação sob duas perspectivas: como uma ação regulatória e como uma ação emancipatória. Segundo a autora, a inovação de cunho regulatório dispõe de um caráter normativo e autoritário, reside dentro de uma lógica cognitiva-instrumental e se preocupa em padronizar e controlar burocraticamente os mecanismos inovadores. Trata-se de um “conjunto de ferramentas (diretrizes, formulários, fichas, parâmetros, critérios etc.) proposto em nível nacional” (p. 271). Já a inovação emancipatória, é concebida como uma ação que ultrapassa as questões meramente técnicas, que conta com uma maior articulação com os saberes locais e que deslegitima as forças institucionais. Na acepção de Veiga, falar sobre inovação só tem sentido se a preocupação fundamental for melhorar a qualidade da educação para que “todos aprendam mais e melhor” (p. 268). Tal afirmação sustenta a crença da pesquisadora na função positiva intrínseca das práticas inovadoras.

Preocupados com a construção de novos elementos para serem utilizados no ensino, os artigos “Una conceptualización comprehensiva de la innovación educativa” (MACÍAS, 2005), “Liderazgo directivo y condiciones para la innovación en escuelas chilenas: el que nada hace, nada teme” (LEAL-SOTO; HERNANDEZ; PARADA 2016) e “Um caminho para atender as diferenças na escola” (MONTEIRO; SMOLE 2010) adotaram a inovação como um processo que diz respeito à aplicação de estratégias criativas em resposta a determinadas necessidades originadas no contexto escolar. Em ambos a inovação é um modelo centrado na resolução de problemas, ou seja, um conjunto de procedimentos que devem ser executados de modo a alcançar uma melhora da situação preexistente. Os autores associam essa visão positiva ao sentido etimológico do termo inovação (innovare) que deriva da palavra novo (novus), onde a novidade se sobrepõe àquilo que está ultrapassado gerando um aperfeiçoamento.

Dissociando-se dessa visão que busca encontrar um modelo inovador ideal e com um objetivo de explorar as técnicas utilizadas em documentos que tratam de inovações educativas populares, Carrier (2017) e Debeauvais (1974) concebem a inovação como uma estratégia para aumentar a eficiência operacional do sistema educacional em que são introduzidos. Nesse sentido, para esses autores, a inovação não é apenas algo novo, mas algo que se melhora e que necessita apresentar resultados de tal melhoria. O que implica, na prática, seguir um caminho que se fundamenta no controle e avaliação de ações inovadoras. Resumindo, percebe-se que dentro dessa abordagem só será considerado inovador aquilo que obtiver resultados positivos segundo os objetivos definidos por uma apreciação daqueles que controlam o processo.

Uma segunda categoria de interpretação, é a inovação como sinônimo de mudança e reforma educacional. Esse tipo de compreensão esteve presente em cinco estudos analisados (artigos: 4, 5, 12, 17, 21). A inovação educacional foi tratada nesses trabalhos pelo emprego alternado, mas com o mesmo propósito explicativo, dos termos mudança e reforma. Ao contrário dos autores apresentados pela primeira categoria de análise, estes assumiram uma visão mais crítica a respeito do processo de inovação, ao não adotarem um valor positivo ou negativo de antemão. Outro aspecto relevante reside no fato que ambos autores reconheceram as inovações nas escolas como detentoras de um caráter complexo e, por isso, decidiram interpretá-las como um processo e não como um evento.

Três trabalhos definiram a inovação como uma mudança dentro do sistema educacional. O primeiro é o de Moreira (1999) que investigou a implementação de mudanças na escola. O segundo é de Hofman, Boom, Meeuwisse e Adrian Hofman (2012) que buscou compreender o funcionamento da inovação na educação secundária. E o terceiro trabalho é o dos autores Nogaro e Battestin (2016) que procurou debater os possíveis sentidos e conotações do conceito de inovação na prática educativa.

Já os outros dois artigos conceberam a inovação como um tipo de reforma que rompe com as dinâmicas educacionais vigentes. O primeiro, é o trabalho de Demo (2010) que discutiu sobre as transformações necessárias dentro do sistema educacional. O segundo é o de Messina (2001) que explicou sobre os diferentes significados que podem ser atribuídos ao conceito de inovação.

A inovação, tanto na esfera da mudança como na esfera da reforma, foi classificada, pelos artigos, de diferentes modos (pedagógica, institucional, imposta, voluntária). No entanto, apresentaram uma preocupação de origem comum: os efeitos da inovação no nível macro. Tais efeitos apareceram relacionados à criação de novas ideias pedagógicas, materiais didáticos, tecnologias de informação, técnicas de ensino e diversas alterações do ambiente escolar. Nessa perspectiva, a inovação educacional se coloca como uma estratégia que parte do centro do sistema escolar, logo, um mecanismo a mais de ordenação pedagógica e social.

Dentro de uma terceira via analítica, tem-se a inovação percebida como uma modificação de propostas curriculares, que esteve presente em seis artigos (8, 10, 11, 14, 15, 20). Por currículo, entende-se aqui, na sua acepção mais comum, que é a organização de experiências de aprendizagem realizada para conduzir um processo educativo.

Nesse âmbito, De Rossi (2005) refletiu sobre as armadilhas conceituais resultantes da associação da noção de antigo e moderno perante a dialética da modernidade. A partir de uma perspectiva marxista, ela define inovação como um processo de emancipação que procura repensar a estrutura de poder, as relações sociais e seus valores. Segundo a autora, a inovação educacional apoia-se sobre uma modernização educativa que compreende o “conjunto de estratégias adotadas por distintas instâncias e centros de poder para racionalizar os sistemas educativos” (p. 943).

Os dois artigos de Días-Barriga Arceo (2010, 2012) trataram das inovações curriculares empreendidas nas escolas mexicanas. De acordo com a autora, a inovação se caracteriza por ser uma mudança profunda nos paradigmas e práticas sociais em uma comunidade concreta. Para que isso aconteça, a pesquisadora defende que as práticas curriculares sejam desenvolvidas através da participação ativa dos professores.

Sob essa mesma concepção de inovação, como uma ruptura profunda de situações ou práticas educacionais anteriores, porém sob o ponto de vista do gestor como agente central desse processo, apresenta-se o artigo de Fernandes (2011). A autora analisou as políticas curriculares do ensino básico em Portugal no período de 1997 a 2006. Fernandes revelou que a descontinuidade dessas políticas é um fator que impede a construção de práticas de inovação curricular.

Perante as constantes alterações das políticas e a mudança permanente de direção a que são abruptamente sujeitos, os professores reconhecem “não valer a pena” os investimentos feitos na construção de processos de gestão curricular e expressam desejo de voltar ao modelo de “escola tradicional”. Subjacente a esse desejo está também a ambição em ganharem “de novo” a centralidade e a autoridade que admitem terem “perdido”. (p. 206).

Numa perspectiva da inovação curricular amparada pelo uso de novos aparatos tecnológicos no ambiente escolar, estão relacionados os artigos de Buzato (2010) e Marcelo (2013). Nos dois estudos a inovação foi entendida como um processo que inclui produtos e atividades técnicas como propostas pedagógicas. Inovar, nesse caso, é uma invenção vinculada ao desenvolvimento tecnológico nas escolas e que está condicionada, em grande medida, ao desenvolvimento econômico. Em todo caso, os autores permitem um certo nível de interpretação que demonstra a confiança na operacionalização de ferramentas para a regularização do papel dos agentes educacionais, como se fosse uma forma de legitimação profissional através da técnica. As novas tecnologias simbolizam para eles, com grande propriedade, o que a inovação representa para o mundo corporativo, onde inovar é permanecer vivo e não inovar é perecer.

Por fim, apresenta-se uma quarta categoria interpretativa que concebeu a inovação como uma alteração de práticas educacionais costumeiras em um determinado grupo social. Essa perspectiva foi exposta em cinco pesquisas de três diferentes autores (artigos: 2, 3, 16, 18, 19). Esses autores distanciaram-se de todos os aspectos estabelecidos pelos outros trabalhos analisados acima. Eliminaram a crença no valor positivo da inovação. Apresentaram argumentos para distinguir inovação, mudança e reforma. Assumiram a inovação como uma atividade comparativa realizada em um determinado contexto. E não se restringiram ao exame da inovação apenas no campo das práticas de ensino, mas examinaram as condutas de diferentes agentes que compõem o processo educacional.

Hare (1978) e Aguerrondo (1992) problematizaram, com o apoio de vários autores, a definição de inovação, notadamente no que tange, ao caráter universal, ou não, de seus preceitos. Subjaz a discussão exibida nesses dois textos a inovação pensada como uma alteração proposital que possui significado e valor. A afirmação de que a inovação detém um valor, como salientam os autores, não deve ser confundida com a afirmação de que envolve um julgamento de valor, pois podemos dizer que X é significativamente diferente de Y sem dizer que é melhor ou pior do que Y. Outro aspecto relevante apontado pelos pesquisadores é o fato de que as inovações são produzidas nas instituições de educação formal ou não formal por iniciativa dos tomadores de decisão locais, independente das autoridades responsáveis pelo sistema educativo. Tais inovações, segundo eles, diferem em vários aspectos daquelas alterações que são projetadas para serem seguidas por reformas educacionais em nível nacional.

Seguindo essa mesma vertente que faz questão de ressaltar a diferença escalar entre inovação, mudança e reforma, apresentam-se os três artigos de Ghanem Junior (2012, 2013a, 2013b). Para o autor “a mudança educacional deve ser o produto da convergência de práticas advindas de duas lógicas de ação diferentes: a da inovação educacional e a da reforma educacional” (p. 104). O pesquisador também alerta para os objetivos das inovações que não são necessariamente os do sistema educacional do qual fazem parte, pois não procuram necessariamente melhorar o funcionamento do sistema, mas buscam um tipo diferente de educação. Por esse motivo, muitas vezes, estão em conflito com o sistema.

A lógica da inovação educacional orienta práticas que estão situadas na base de sistemas escolares, às vezes em estabelecimentos individualmente considerados e outras vezes em organizações locais entendidas como associações comunitárias. Ao seguirem a lógica da inovação, as práticas educacionais se diferenciam do que costuma ser praticado junto a determinado grupo social em determinado lugar. Assim sendo, a inovação não se distingue por qualquer qualidade original, antes, porém, está marcada por sua diferença em relação ao que é costumeiro (GHANEM, 2012, p. 104-105).

Nessa leitura, não está implícito no termo inovação que uma prática educacional é bastante original na forma como uma primeira descoberta científica é. O posicionamento defendido é de que o termo inovação deve ser usado de forma comparativa. Assim, foi inovador na história recente da escolaridade quando professores e alunos começaram a se deslocar da sala de aula para a comunidade, embora isso tenha sido feito antes em outros contextos. Entretanto, pode ser julgado aqui como suficientemente diferente de um padrão de instrução que se tornou arraigado. A acupuntura, por exemplo, quando aprovada, consistiu em uma inovação na prática médica ocidental, embora seja uma prática oriental milenar.

Conclusão

Percebe-se que a inovação, muitas vezes empregada indeliberadamente, é assumida nos artigos analisados como um valor positivo a priori, como sinônimo de reforma e mudança, como transformação de propostas curriculares e como alteração de práticas costumeiras em um determinado grupo social. À vista disso, conclui-se que o conceito de inovação em educação detém uma ampla rede de significados que estão vinculados às diferentes concepções epistemológicas e ideológicas acerca do processo educativo.

Soma-se a esse fato o grande número de pesquisas que não definem claramente o que estão apontando como inovação e a preponderância dos artigos que associam a inovação como um fim em si mesmo e como algo positivo para os problemas educacionais complexos. Essa vertente explicativa sobrepõe-se àquela que enxerga a inovação como uma atividade que pertence a base do sistema escolar e que não vê razão para que as pesquisas atribuam um julgamento positivo ou negativo a priori ao termo.

A discussão sobre inovação educacional deveria ser intensificada no contexto brasileiro, considerando que muitos trabalhos apresentam uma linguagem extremamente técnica e demonstram uma tendência a entender a inovação como um processo administrativo, desconsiderando a importância do quadro social, cultural, histórico e político em que operam todas as inovações. Pode-se notar que os empenhos têm se dirigido mais a difundir e modelizar experiências do que compreendê-las em sua complexidade e integralidade no âmbito dos atores, processos, relações, dinâmicas, resistências, dilemas, conflitos e contradições.

Mesmo constatando a fragilidade teórica acerca do conceito de inovação, convém ressaltar que, como limitação deste estudo, buscou-se, por meio de uma seleção de artigos, apenas identificar o conceito de inovação e seus principais usos em trabalhos que versam sobre educação, motivo pelo qual não se apontaram reformulações aprofundadas sobre o objeto investigado.

Referências

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1Interessado em identificar e conhecer iniciativas de inovação na educação básica, o Ministério da Educação instituiu um grupo de trabalho no ano de 2015 para mapear instituições consideradas inovadoras dentro do território nacional. O resultado está disponível em: <http://criatividade.mec.gov.br/mapa-da-inovacao>.

Recebido: 20 de Abril de 2018; Aceito: 17 de Setembro de 2018

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