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Psicologia da Educação

Print version ISSN 1414-6975On-line version ISSN 2175-3520

Psic. da Ed.  no.53 São Paulo July/Dec 2021  Epub June 24, 2022

https://doi.org/10.23925/2175-3520.2021i53p97-108 

Artigos

AUTOCONSCIÊNCIA EM TALENTOSOS: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA (DE 1995 A 2015)

Self-awareness in Talented: Analysis of Scientific Production

Autoconciencia en talentosos: análisis de la producción científica

Taísa Candido de Batista1 
http://orcid.org/0000-0003-4052-6579

Mariane Lima de Souza2 
http://orcid.org/0000-0002-7363-5926

Altemir José Golçalves Barbosa3 
http://orcid.org/0000-0003-0106-7592

1 Universidade Federal do Espírito Santo - UFES - Vitória - ES - Brasil; taisacandido@gmail.com

2 Universidade Federal do Espírito Santo - UFES - Vitória - ES - Brasil; limadesouza@gmail.com

3 Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF - Juiz de Fora - MG - Brasil; altgonc@gmail.com


Resumo

Autoconsciência refere-se à capacidade do indivíduo de se tornar o objeto de sua própria consciência. Considerada uma forma de consciência de alta ordem, ela pode desempenhar diferentes papéis em diferentes modelos teóricos na área de Dotação e Talento (D&T). Com a finalidade de realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a relação entre autoconsciência e D&T, foram recuperados 14 artigos nas bases de dados ERIC, PubMed, SAGE Publications e Academic OneFile, a partir do Portal de Periódicos Capes, com os descritores gifted, self-awareness e self-consciousness. Os artigos foram analisados descritiva e qualitativamente, considerando a faixa etária dos participantes dos estudos, a operacionalização de D&T, a relação entre autoconsciência e D&T e as possíveis aplicações práticas. Os resultados salientam a importância da autoconsciência para a D&T, seja para catalisar o desenvolvimento dos talentos ou para identificar melhor este grupo. Estratégias de ensino que considerem as características intrapessoais dos talentosos são indicadas.

Palavras-chave: Autoconsciência; Dotação; Talento; Produção científica

Abstract

Self-awareness refers to the individual's ability to become the object of his own conscience. Considered a form of high-order awareness, it can play different roles in different theoretical models in the Gifted and Talent (D&T) area. In order to perform a systematic review of the literature on the relationship between self-awareness and D&T, 14 articles were recovered in the databases ERIC, PubMed, SAGE Publications and Academic OneFile from the Portal de Periódicos Capes, using the descriptors gifted, self-awareness and self-consciousness. The articles were analyzed descriptively and qualitatively, considering the age of the study participants, the operationalization of D&T, the relationship between self-awareness and D&T and the possible practical applications. The results emphasize the importance of self-awareness to the D&T, is to catalyze the development of the talents or to better identify this group. Teaching strategies that consider the intrapersonal characteristics of gifted are indicated.

Keywords: Self-awareness; Gifted; Talent; Scientific production

Resumen

Autoconciencia se refiere a la capacidad del individuo para convertirse en el objeto de su propia conciencia. Considerada como una forma de conciencia de orden superior, a autoconciencia puede desempeñar diferentes funciones en diferentes modelos teóricos en el área de superdotación y Talento (D&T). Para efectuar una revisión sistemática de la literatura sobre la relación entre la autoconciencia y D&T, 14 artículos fueron recuperados en las bases de datos ERIC, PubMed, Sage Publications y Academic OneFile a partir del Portal de Periódicos Capes, utilizando los descriptores gifted, self-awareness y self-consciousness. Los artículos fueron analizados de forma descriptiva y cualitativa, teniendo en cuenta la edad de los participantes de los estudios, la operacionalización de D&T, la relación entre la autoconciencia y D&T y las posibles aplicaciones prácticas. Los resultados enfatizan la importancia de la autoconciencia a D&T, o para catalizar el desarrollo de los talentos o para identificar mejor a este grupo. Se indican estrategias didácticas que tengan en cuenta las características intrapersonales de los talentosos.

Palabras clave: Autoconciencia; Superdotación; Talento; Producción científica

Introdução

As características pessoais dos indivíduos com dotação e talento (D&T) têm despertado grande interesse dos estudiosos da área. Para alguns autores (Gagné, 2009; Renzulli, 2006), são especialmente importantes para o desenvolvimento de talentos, a motivação, a personalidade e a autoconsciência. Conhecer tais características torna-se importante na medida em que pode auxiliar na identificação dos talentosos, bem como no processo de desenvolvimento de suas habilidades.

Segundo Morin (2006), a autoconsciência refere-se à capacidade de um indivíduo se tornar o objeto de sua própria consciência. Ela ocorre quando um organismo não se concentra no ambiente externo, mas no meio interno, tornando-se, assim, um observador reflexivo, consciente não somente de que está acordado, mas também de que realmente está ocorrendo eventos mentais específicos e que ele está emitindo comportamentos (Morin, 2006). Duval e Wicklund (1972) conceituam autoconsciência como um processo de personalidade adaptável que implica a disposição humana natural de se tornar objeto da própria consciência.

Em uma análise estreita da literatura, Nascimento (2008) salienta que as pesquisas em autoconsciência têm sido bastantes conservadoras em relação aos tipos de sujeitos empregados - frequentemente estudantes de pós-graduação ou de graduação - e aos métodos utilizados - poucos instrumentos usados há décadas. Com relação aos instrumentos de medida da autoconsciência, Nascimento (2008) deixa claro que o fenômeno possui uma natureza privada, complexa e multidimensional, o que dificulta a construção de instrumentos eficazes, capazes de capturar nuances fundamentais da dinâmica da autoconsciência. Contudo, um número expressivo de escalas relacionadas à mensuração da autoconsciência foi produzido nos últimos anos, o que evidencia que existe um interesse crescente em investigações empíricas sobre esse constructo (DaSilveira, DeSouza & Gomes, 2015).

Atualmente existem diversos modelos teóricos e pesquisadores buscando explicar e especificar a D&T. Cada uma das perspectivas apresenta diferentes variáveis, como as características de D&T (p. ex. criatividade e motivação), os processos de identificação e as práticas educacionais para esta população. Portanto, a eleição de um modelo teórico implica a escolha de explicações e rótulos para determinadas características dos talentosos. Neste sentido, a autoconsciência, considerada uma forma de consciência de alta ordem (Morin, 2002), pode desempenhar diferentes papéis em diferentes modelos teóricos de D&T.

No Modelo Diferencial de Dotação e Talento (DMGT-2.0) (Gagné, 2009), a autoconsciência é considerada como um catalisador intrapessoal. Isso significa que ela atua como facilitador no processo de desenvolvimento em que a dotação se transforma em talento. Gagné (2009) define dotação como a posse e o uso de habilidades naturais notáveis (aptidões) em pelo menos um domínio de capacidade, a um grau que coloca um indivíduo, pelo menos, entre os 10% dos pares, enquanto talento é definido como o domínio excepcional das habilidades desenvolvidas sistematicamente em pelo menos um campo da atividade humana a um grau que coloca um indivíduo, pelo menos, entre os 10% dos pares que estejam ou tenham estado ativos nesse campo. Para que a dotação seja transformada em talento, é necessário um processo de desenvolvimento intencional, influenciado por diversas condições facilitadoras (catalisadores) e pelo acaso. Os catalisadores seriam basicamente de dois tipos: os ambientais (p.ex., meio social, cultural, família, escola) e os intrapessoais (p.ex., personalidade, motivação, aparência física, consciência).

Dentre os catalisadores intrapessoais descritos por Gagné (2009) estão incluídas a consciência de si e dos outros, bem como o conhecimento dos próprios pontos fortes e fracos. O autor sugere que a consciência de si e dos outros, juntamente com motivação e volição, fazem parte da gestão de objetivos e contribuem para o desenvolvimento dos talentos, orientando e sustentando este processo. Desta forma, ter consciência das próprias forças e fraquezas exerce um papel importante no planejamento das atividades para o desenvolvimento dos talentos (Gagné, 2009).

Em outro modelo Teórico de D&T, o Schoolwide Enrichment Model (SEM), ou Modelo de Enriquecimento para Toda a Escola (Renzulli, 2014), a autoconsciência desempenha um papel importante para o planejamento das estratégias de desenvolvimento dos talentos. Renzulli (2014) considera que a ênfase nas abordagens de aprendizagem dedutivas, didáticas e prescritivas resulta em tédio, falta de engajamento, monotonia e falta de prazer com a aprendizagem por parte dos alunos, além de favorecer habilidades de nível inferior, como a memória de rotina e a repetição.

O propósito do SEM é fazer a aprendizagem mais interessante, excitante e prazerosa, promovendo o desenvolvimento de habilidades de pensamento mais elevadas (Renzulli, 2014). Dentre as técnicas e estruturas do SEM, estão incluídos o Portfólio Total do Talento e os agrupamentos de enriquecimento. O Portfólio é um passo inicial, que serve para coletar informações prévias dos talentosos, tais como interesses, áreas acadêmicas fortes, estilos de aprendizagem e expressão. Essas informações servirão de base para a maneira como o enriquecimento deve ser aplicado em toda a escola e para a formação dos agrupamentos de enriquecimento. Estes, por sua vez, são grupos de alunos que compartilham interesses comuns e se reúnem durante o período letivo para trabalharem juntamente com um adulto que possui algum grau de conhecimento e experiência na área de interesse dos alunos.

Observa-se que, para o preenchimento do Portfólio Total do Talento e, consequentemente, para a formação dos agrupamentos de enriquecimento, é indispensável que os estudantes envolvidos tenham algum grau de conhecimento sobre si. Portanto, para que os professores possam planejar as melhores técnicas de enriquecimento e elaborar o currículo segundo o SEM, faz-se necessário que os talentosos apresentem autoconhecimento suficiente para elencar seus interesses, áreas acadêmicas fortes e estilos de aprendizagem e expressão.

A abordagem cognitivista da inteligência denominada Teoria das Inteligências Múltiplas (Gardner, 1994) também é comumente empregada para compreender D&T. Ela classifica a autoconsciência como uma inteligência intrapessoal. Trata-se, assim, de uma habilidade para acessar, discriminar e utilizar os próprios sonhos, sentimentos e ideias na solução de problemas pessoais, além de reconhecer as próprias necessidades, desejos e inteligências para formular uma imagem precisa de si, usar esta imagem e, assim, funcionar de forma efetiva (Gama, 2014).

Gardner (1994) vai além da perspectiva psicométrica centrada nas medidas padronizadas de QI e propõe uma abordagem multidimensional, que considera a inteligência constituída por múltiplas e distintas habilidades. Assim, não existiria apenas uma, mas múltiplas inteligências que, apesar de diferenciadas, seriam interativas e todos os indivíduos possuiriam habilidades básicas em cada uma das inteligências. As sete primeiras inteligências postuladas foram a lógico-matemática, a linguística, a cinestésica-corporal, a musical, a espacial, a interpessoal, a intrapessoal (Gardner, 1994). Posteriormente, a inteligência naturalista foi incorporada (Gama, 2014). No entanto, o desenvolvimento de alguma(s) inteligência(s) específica(s) dependerá tanto de fatores genéticos quanto de fatores culturais e motivacionais (Gardner, 1994).

Uma abordagem bem menos recente da D&T, mas que também salienta o papel da autoconsciência nesse fenômeno é a Teoria da Desintegração Positiva (TDP) (Dabrowski, 1964, 1970). Conforme a TDP, a autoconsciência é parte dos processos autônomos que influenciam o desenvolvimento individual. Embora não seja uma teoria específica sobre D&T, ela tem fornecido estrutura para a compreensão das características, especialmente as emocionais, destes indivíduos (Ackerman, 1997).

A TDP de Dabrowski (1964, 1970) postula que todo ser humano possui uma tendência a evoluir do menor ao maior nível de personalidade. A estrutura da personalidade, a princípio, integrada, caracterizada pelo egocentrismo, tende a se desintegrar, sendo substituída por uma estrutura de nível superior, baseada no altruísmo, empatia e compaixão. Três conjuntos de fatores influenciam o desenvolvimento individual: o biológico, o ambiental e os processos autônomos que uma pessoa traz em seu desenvolvimento, como, por exemplo, os conflitos internos e a autoconsciência. Cada indivíduo nasce com uma capacidade para se desenvolver chamada de potencial de desenvolvimento e Dabrowski propõe que pessoas com D&T tendem a atingir níveis mais altos desta capacidade.

Nas últimas duas décadas, uma série de estudos mais ou menos alinhados a um ou outro modelo explicativo de D&T (Ali, 2001; Chagas, 2007; Chagas, 2008; Alencar, 2007; Ourofino & Guimarães, 2007) tem sinalizado que os talentosos apresentam uma consciência de si mais elevada que seus pares. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é apresentar uma análise da produção científica, especificamente artigos, publicados no período de 1995 a 2015, que tenham abordado a relação entre autoconsciência e D&T.

MÉTODO

Fontes de informação e estratégia de pesquisa

O levantamento dos dados foi realizado em janeiro de 2016, a partir do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (http://www.periodicos.capes.gov.br/) - Portal de Periódicos CAPES. Mantido pelo Governo Federal do Brasil, o Portal CAPES é uma das maiores bibliotecas virtuais do mundo e reúne as principais coleções e bases de dados da literatura científica (Oliveira & Barbosa, 2014). Os artigos contidos nesta revisão foram acessados através das seguintes bases de dados: Education Resources Information Center (ERIC), PubMed, SAGE Publications e Academic OneFile. Inicialmente, foram utilizados os descritores “altas habilidades”, “superdotação”, “dotação” e “talento” associados à palavra “autoconsciência”; contudo, a busca com descritores em português não reportou resultados. Em seguida, definiu-se, então, o descritor gifted associado às palavras self-awareness e self-consciousness, que poderiam aparecer em qualquer parte do texto, por meio do operador booleano and.

Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos na revisão sistemática todos os artigos, empíricos ou teóricos, publicados no intervalo de 20 anos (de 1995 a 2015) que estivessem disponíveis online na íntegra gratuitamente. Justifica-se o espaço de tempo ampliado pelo fato de haver poucos artigos sobre a relação entre autoconsciência e D&T, apesar do número considerável de estudos recuperados, quando a busca é feita de forma individual com cada um dos termos. A busca não reportou resultados concernentes à pesquisa nos períodos anteriores a 1995. Foram excluídos teses, dissertações, livros ou outros documentos. A escolha de apenas artigos para este estudo deve-se ao fato deste tipo de material ser o principal meio de comunicação científica, bem como o que possui mais fácil acesso gratuito. Também não foram incluídos artigos que não apresentassem qualquer relação entre autoconsciência e D&T ou que fizessem referência à autoconsciência de outras pessoas (p.ex., envolvidas na educação dos talentosos) e não dos indivíduos que possuem essas características.

Seleção e análise do material

Após a recuperação dos resumos, procedeu-se à leitura destes. Os artigos que apresentaram temática concernente à pesquisa foram lidos integralmente. Foi, então, realizada uma análise de conteúdo temática a fim de identificar (1) o tipo de artigo; (2) a população-alvo e sua faixa etária nas pesquisas empíricas; (3) a operacionalização de D&T; (4) a relação entre autoconsciência e D&T e (5) possíveis aplicações práticas.

Resultados

A busca inicial recuperou 42 estudos que tiveram, inicialmente, apenas seus resumos lidos. Essa primeira leitura resultou na exclusão de 19 artigos, que não satisfaziam aos critérios de inclusão, reduzindo o número inicial para 23 estudos, que foram lidos integralmente. A leitura das referências desses artigos selecionados indicou a necessidade de inclusão de mais um artigo. Após a leitura dos textos completos, mais 10 artigos que não satisfaziam aos critérios de inclusão foram descartados. Na Figura 1, observa-se o diagrama de seleção dos estudos incluídos nesta revisão.

Figura 1 Fluxograma de seleção dos estudos completos incluídos 

Ao final, a estratégia de pesquisa permitiu recuperar 14 artigos com conteúdo diretamente relacionado à autoconsciência e D&T. A Tabela 1 apresenta uma caracterização geral dos resultados obtidos.

Tabela 1 Caracterização da Produção Científica por Ano de Publicação, Tipo de Artigo e População-alvo 

Variáveis n %
Ano
1995-1999 6 42,86
2000-2005 1 7,14
2006-2009 3 21,43
2010-2015 4 28,57
Tipo de artigo
Pesquisa empírica 8 57,14
Ensaio teórico 6 42,86
População-alvo das pesquisas empíricas
Pessoas com D&T 4 50,00
Pessoas não identificadas com D&T 1 12,50
Conselheiros/treinadores 2 25.00
Pais 1 12,50

Fonte: Elaborado pelos autores.

Observou-se um leve declínio da produção de artigos com esta temática no período analisado. Na década atual (2010-2015) o número de produções (n=4) não ultrapassa ao da segunda metade da década de 1990 (1995-1999) (n=6). A maior parte dos artigos (n=8) refere-se a pesquisas empíricas, com métodos de pesquisa tanto quantitativo quanto qualitativos; contudo, observam-se também textos que apresentam ensaios teóricos (n=6).

Com relação aos estudos empíricos, a população-alvo variou entre pessoas identificadas com D&T, indivíduos que não participaram de um processo de identificação de D&T, conselheiros escolares ou treinadores e os pais. Nota-se que 50% dos artigos empíricos (n=4) teve como população-alvo pessoas com D&T.

Outras informações importantes a serem consideradas constam na Tabela 2. São apresentadas a faixa etária dos participantes dos estudos empíricos, a operacionalização de D&T, a relação entre autoconsciência e D&T e as possíveis aplicações práticas.

Tabela 2 Caracterização da Produção Científica por Faixa-etária da Amostra, Critérios para Avaliação da Dotação, Resultados, Implicações Práticas. 

Referência Faixa etária Operacionalização da D&T Relação D&T-Autoconsciência Implicações práticas
Mendaglio (1995) Não se aplica. Não se aplica. Pessoas dotadas são mais sensíveis que os pares, e a consciência de si é um cerne dessa sensibilidade. Não se aplica.
Folsom (1998) Não se aplica. Não se aplica O eu interior de muitos alunos superdotados é caracterizado por autoconsciência. A confluência das dimensões intelectuais e morais pode criar um ambiente educacional em que alunos e professores experimentem a emancipação da mente.
Maxwell (1998) Infância Seis desvios padrão (DP) acima da média. A autoeficácia precoce é a evidência visível de autoconsciência precoce e alta inteligência em combinação. Um exame das características das crianças sobredotadas encontra-se rico em aspectos autodirigidos.
Dai, Moon & Feldhusen (1998) Não se aplica. Não se aplica Autoconsciência das altas potencialidades constitui uma condição necessária, mas não suficiente, para o alto desempenho. Não se aplica
Silverman (1998) Não se aplica. Potencial realizador reconhecido. Autoconsciência, sensibilidade, autocrítica e a consciência de que ser talentoso não é normal tendem a ser mais presentes nos talentosos. Crianças talentoas devem exigir modificações na parentalidade, ensino e aconselhamento para que o self seja plenamente realizado.
Dai & Feldhusen (1999) 12 a 17 anos. Pontuação no teste de desempenho padrão acima do percentil 95. Superdotados podem se beneficiar da autoconsciência para capitalizar pontos fortes e compensar pontos fracos. A construção de estilos de pensamento pode ser uma ferramenta para aumentar a autoconsciência entre os superdotados.
Cross, Stewart & Coleman (2003) 6 a 12 anos. QI pelo menos dois desvios-padrão acima da média, ou 130. Os participantes talentosos pareciam muito mais autoconscientes de suas habilidades do que é típico para a faixa etária. A relação entre a ação humana e motivação é importante, pois cria um forte senso de si nos alunos superdotados.
Burney & Beilke (2008) Não se aplica. Desempenho maior do que se espera para a mesma idade, grau ou experiência. Autoconsciência do alto potencial é necessária para alta performance, mas não garante esse desempenho. Para encorajar os estudantes a alcançar alto desempenho, os professores devem atender aos níveis de confiança, incentivar o esforço e construir habilidades.
Moran (2009) 12 a 22 anos. Feito extraordinário ou precoce. Propósito pode ser considerado uma superdotação intrapessoal. Ele integra engajamento em atividades que afetam os outros, autoconsciência dos motivos e a intenção de continuar essas atividades. Os talentosos que percebem que são parte de outros “ambientes” individuais de apoios e desafios podem melhor orientar-se em direção a uma aspiração mais positiva para todos.
Silverman (2009) Não se aplica. Não se aplica. O mundo interior dos talentosos é caracterizado por sensibilidade moral, sobreexcitabilidade, autoconsciência, etc. A experiência interior dos talentosos é rica, complexa e turbulenta, e deve ser considerada pelos profissionais da educação.
Wood (2010a) Adolescentes (+- 16 anos). Habilidades e potenciais notáveis. O desenvolvimento da autoconsciência em uma variedade de espaços pode ser ligado ao desenvolvimento de competências. Através de grupo e aconselhamento individual, conselheiros escolares podem facilitar a autoconsciência.
Wood (2010b) Conselheiros de talentosos de 6 a 18 anos. Não se aplica. Maior auto-reflexão e consciência são características típicas dos talentosos relatadas pelos conselheiros escolares. Os conselheiros da escola devem estar preparados para explorar a interação dos superdotados com o ambiente de aprendizagem.
Garces-Bacsal, Cohen & Tan (2011) Adolescentes Estudantes de artes nomeados por professores. Há perda da autoconsciência enquanto os estudantes executam atividades no seu domínio de talento. Sugere-se: 1) investir em um senso de conexão pessoal com os alunos; 2) feedback imediato; 3) inspiração, através dos mentores; 4) promover um senso familiar e 5) equilibrar diversão e rigor.
Mills, Butt, Maynard & Harwood (2012) Treinadores de jogadores de futebol de16 a 18 anos. Jogadores de futebol juvenil de elite. A consciência de si foi fundamental para compreender como os jogadores são capazes de progredir para o nível profissional. Uma técnica aplicada que pode promover a consciência é a prática reflexiva.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Com relação à faixa etária dos participantes dos estudos empíricos, é possível observar que a maior parte deles (n=4) se concentrou no público de adolescentes (entre 12 e 18 anos), sendo que um desses estudos não especificou a idade dos adolescentes. Dois estudos investigaram crianças (entre seis e 11 anos), sendo que um deles não especificou a idade dos participantes, e apenas um também incluiu na amostra, além de adolescentes, adultos jovens (até 22 anos). Dois artigos tiveram como sua população-alvo os conselheiros escolares e treinadores que atendiam, no primeiro caso, talentosos de seis a 18 anos e, no segundo caso, jogadores com idades entre 16 e 18 anos.

A operacionalização de D&T variou bastante em cada artigo. Foi possível observar que uma parte dos estudos empíricos (n=3) utilizou-se de medidas numéricas, como escores em testes de inteligência e outros testes de desempenho, mesmo que os testes utilizados fossem diferentes em cada estudo. Nas pesquisas realizadas com os próprios talentosos, a maior parte (n=3) escolheu os participantes através de algum programa ou escola especial, que já tinha realizado a identificação desses talentosos previamente e apenas um estudo elegeu os participantes através da nomeação dos professores da escola de artes.

Todos os artigos encontrados sugeriram alguma relação entre autoconsciência e D&T. A autoconsciência como uma característica comumente presente nos talentosos apareceu como pressuposto em seis (n=6) estudos; enquanto a autoconsciência como mediadora e facilitadora do desenvolvimento das competências foi descrita em outros cinco (n=5). No caso especial do estudo conduzido por Moran (2009), sugeriu-se um novo tipo de dotação intrapessoal, denominada propósito (purpose), na qual a autoconsciência dos próprios motivos é característica fundamental.

Em relação às possíveis implicações práticas, a maior parte dos estudos (n=10) sugere que é possível modificar o ambiente educacional e familiar a fim de oferecer um melhor atendimento às necessidades individuais dos talentosos. Para isso, a escola e a família devem estar cientes das características pessoais deste grupo para, assim, estimulá-los em seu desenvolvimento. Atenção especial deveria ser dada à autoconsciência dos talentosos, que deve ser promovida com técnicas específicas.

Outra possível aplicação prática diz respeito às pesquisas que podem ser realizadas e da riqueza que este grupo de estudantes pode oferecer à ciência. O artigo de Maxwell (1998), por exemplo, enfatiza como aplicação prática, a necessidade da realização de estudos que procurem entender o self através dos talentosos, considerando o estudo da D&T como uma janela para entender o self.

O estudo de Burney e Beilke (2008) destaca-se por ser o único que focaliza os estudantes talentosos de ambientes de baixa renda. A conclusão dos pesquisadores é que, nesses casos, as práticas voltadas a este público devem incentivar seus esforços, “construir” suas habilidades e prestar atenção nos seus níveis de confiança em suas competências, além de incentivar a identificação precoce e holística, e o desenvolvimento de resiliência por meio de um sistema de apoio familiar.

Discussão

Aparentemente, apesar de existirem evidências da importância da autoconsciência para o desenvolvimento de talentos, parece haver pouco interesse dos pesquisadores da área em conhecer mais esta relação. No Brasil, as pesquisas na área de D&T têm crescido nos últimos anos (Chacon & Martins, 2014), porém não contemplam essa relação.

A literatura sugere que a identificação dos estudantes com D&T seja feita precocemente, para prevenir o fracasso escolar e contribuir para o desenvolvimento desses alunos (Freitas & Negrini, 2008). Assim sendo, grande parte das pesquisas realizadas com talentosos tem como população-alvo crianças e adolescentes, conforme constatado nesta revisão. Portanto, é possível que o número reduzido de pesquisas sobre a relação entre autoconsciência e D&T seja consequência do fato de as pesquisas e os instrumentos sobre o primeiro construto terem como foco principal - se não exclusivo - a população adulta e não a população infantil, como já fora apontado por Nascimento (2008).

De fato, a investigação sobre autoconsciência, embora objeto bem estabelecido tanto na área dos processos psicológicos básicos envolvidos, como percepção e atenção, quanto na perspectiva dos estudos da teoria da mente, não tem como foco sua caracterização em tipos ou estilos, como no caso da pesquisa com adultos. É interessante notar, contudo, o esforço empreendido por Motta, Rafalski, Rangel e Souza (2013) no sentido de caracterizar indicadores de reflexividade dialógica em textos escritos de crianças de oito e dez anos de idade. As autoras concluíram que a escrita expressiva pode ser uma importante ferramenta para investigação empírica da reflexividade dialógica, pois, além de permitir a construção narrativa de experiências pessoais, também permite a expressão da criatividade do participante, oferecendo uma maneira muito rica para registrar o acesso a este tipo de variável, que pode ter difícil acesso por outro instrumento de avaliação.

Com relação à operacionalização de D&T, a variação encontrada nos estudos desta revisão retrata o que ocorre na área de maneira geral. Não existe um consenso sobre o que seja exatamente D&T e até mesmo a nomenclatura varia conforme a teoria usada (Guenther & Rondini, 2012). Mesmo os testes padronizados, que são capazes de indicar D&T a partir de escores, podem variar de acordo com a realidade de cada país, cidade ou mesmo escola. Por este motivo, Gagné (2009) recomenda que os talentosos sejam aqueles 10% acima da média em relação aos seus pares, o que sugere uma avaliação baseada em normas locais.

É importante salientar que os estudos empíricos apresentaram, em sua maioria, indivíduos talentosos identificados por meio de um processo multidimensional, que se utiliza de diversos métodos e agentes de identificação, como testes padronizados e desempenho acadêmico. Esta é a maneira mais indicada por diversos autores para uma identificação mais multivariada dos talentosos (Renzulli, 2006; Pérez, 2014; Pereira, 2010).

Os artigos de Silverman (1998), Silverman (2009) e Folsom (1998) apresentaram uma definição bastante específica de D&T em suas introduções. Esta definição foi oficializada pelo Columbus Group em 1991 e sugere um construto que leva em consideração as experiências intrapessoais dos talentosos. D&T é definida como o desenvolvimento assíncrono, em que avançaram habilidades cognitivas e aumentaram a intensidade para criar experiências internas e consciência de que são qualitativamente diferentes da norma. Esta assincronia aumenta com maior capacidade intelectual. A singularidade dos talentosos os torna particularmente vulneráveis e requer modificações na parentalidade, ensino e aconselhamento, a fim de que eles se desenvolvam de forma otimizada. (The Columbia Group, 1991, citado por Silverman, 2009)

O estudo teórico realizado por Mendaglio (1995) apresenta uma conceituação de D&T intimamente vinculada à consciência. Dotação é definida, neste caso, como uma maior consciência, uma maior sensibilidade e uma maior capacidade de compreender e transformar percepções em experiências intelectuais e emocionais (Roeper, 1982)

Sobre a relação existente entre autoconsciência e D&T, cinco artigos corroboraram as ideias de Gagné (2009). Mesmo ainda sem propor um modelo explicativo específico, Mills, Butt, Maynard & Harwood (2012), Wood (2010a), Burney & Beilke (2008), Dai, Moon & Feldhusen (1998) e Dai & Feldhusen (1999) concordam que a autoconsciência pode colaborar para o desenvolvimento dos talentos ou competências. Reitera-se que Gagné (2009) propõe que a autoconsciência está ligada à gestão de objetivos e colabora para que o talentoso se programe para treinar suas dotações, reconhecendo seus pontos fortes e fracos e, deste modo, criando para si as melhores técnicas individualizadas para o desenvolvimento do próprio talento.

A autoconsciência possibilita ao self refletir sobre si mesmo, permitindo que o sujeito examine ativa e sistematicamente suas próprias características, sejam estas físicas, comportamentos, emoções, pensamentos, traços de personalidade, sensações, valores, atitudes e motivos (Morin, 1993; Morin & Everett, 1990; Morin, 2002). Este exame ativo e sistemático das próprias características parece desempenhar um papel importante para o planejamento das atividades de desenvolvimento dos talentos por parte dos talentosos.

Outro fator a ser observado são os estudos que sugerem uma autoconsciência elevada como característica usualmente encontrada nos talentosos. Mendaglio (1995), Folsom (1998), Maxwell (1998), Silverman (2009) e Wood (2010b) convergem ao propor que o mundo interior dos talentosos é caracterizado por, dentre outros atributos, autoconsciência. Estas definições vão ao encontro da teoria de Dabrowski (1964, 1970), visto que, para a TDP, a autoconsciência está presente nos indivíduos como parte dos processos autônomos e uma pessoa traz estes processos consigo em seu desenvolvimento. Considerando que, para a TDP, pessoas com D&T apresentam níveis mais altos do potencial de desenvolvimento, é esperado que sua autoconsciência seja frequentemente mais elevada.

A proposta de Moran (2009) sobre o Propósito (purpose) como uma superdotação intrapessoal também aponta para uma associação entre autoconsciência e dotação. Propósito envolve o engajamento em atividades relacionadas aos outros, a autoconsciência dos próprios motivos para a realização dessas atividades e a intenção de continuá-las. O estudo de Moran converge com a teoria de Gardner (1994) a respeito da existência de diferenças individuais quanto à manifestação de cada uma das inteligências múltiplas, visto que cada um pode desenvolver mais uma que outras inteligências, de acordo com a motivação e influências culturais. A proposta de Moran (2009) é que o Propósito seja um aspecto da inteligência intrapessoal, que pode ser extraordinário ou precoce e, portanto, uma dotação.

O estudo de Cross, Stewart & Coleman (2003) assinala a capacidade dos talentosos de se utilizarem da autoconsciência para descrever suas habilidades, além de seus papéis, responsabilidades e desenvolvimento pessoal. Esta capacidade está de acordo com o modelo proposto por Renzulli (2014) e seria útil para o primeiro passo do SEM, em que a equipe escolar elabora as estratégias mais adequadas para o desenvolvimento do potencial do aluno talentoso. Ao conhecerem suas próprias habilidades, esses estudantes contribuem para a organização do currículo individualizado, assim como o Portfólio Total do Talento proposto por Renzulli (2014).

Finalmente, as implicações práticas dos achados produzidos na área de D&T sinalizam para a forma como deve ser conduzida a educação formal dos talentosos, levando em consideração que eles necessitam de atendimento diferenciado na escolarização. Para muitos profissionais da educação, o termo "educação especial" se refere apenas a estudantes com algum tipo de deficiência (intelectual, visual, auditiva, por exemplo), por isso é muito comum conceber que alunos com D&T não necessitem de atendimento especializado (Ramalho, Silveira, Barros & Brum, 2014). Como reflexo desse mito, verifica-se, no Brasil, uma reduzida oferta de serviços educacionais para esse grupo, além de um número restrito de profissionais capacitados para oferecer uma educação especializada, desafiadora e promotora de desenvolvimento integral das potencialidades desta população (Pereira, 2010).

Estudos demonstram que os professores e demais profissionais da Educação e da Psicologia não têm formação adequada para lidar com os talentosos (Bahiense & Rossetti, 2014; Pereira, 2010; Fleith, Almeida, Alencar & Miranda, 2010; Ramalho et al., 2014). Os profissionais que atuam nos programas e serviços de atendimento aos talentosos e suas famílias são geralmente capacitados por meio de cursos, palestras, oficinas e participação em congressos (Fleith, Almeida, Alencar & Miranda, 2010). Nos cursos de licenciatura, que formam os profissionais que inevitavelmente atuarão diretamente com uma variedade de alunos talentosos, muitas vezes a temática da D&T sequer é abordada (Ramalho et al.).

A formação de profissionais capazes de atuar na mediação do desenvolvimento dos estudantes com D&T é primordial para que estes profissionais possam identificar o aluno de forma correta e, dessa forma, agir de acordo com a necessidade do discente (Bahiense & Rossetti, 2014). Cabe, ainda, ressaltar que boa parte das práticas direcionadas aos talentosos é benéfica não só para esta população, mas para toda a turma (Valle-Ribeiro & Barbosa, 2014). Gagné (2009), ao apresentar os catalisadores ambientais e intrapessoais para o desenvolvimento do talento, apontou, além da caracterização dos indivíduos com D&T, uma importante missão aos profissionais da área: reconhecer estes catalisadores em cada realidade e buscar promovê-los nas escolas, no ambiente familiar e individualmente com os talentosos.

Considerações finais

Esta revisão da literatura permite propor que a autoconsciência pode desempenhar diferentes papéis na vida dos talentosos, bem como no desenvolvimento dos seus talentos, de acordo com diferentes teorias na área de D&T. De forma geral, sugere a implementação de práticas escolares que levem em consideração as características intrapessoais deste grupo de estudantes. Reconhecer uma consciência de si diferenciada nos talentosos pode facilitar a elaboração de estratégias específicas para cada aluno. Também é importante que os professores compreendam que, ao estimular a autoconsciência, estão contribuindo para um melhor gerenciamento das próprias metas dos talentosos e, assim, promovendo o desenvolvimento desses indivíduos. Os resultados desta revisão denotam, ainda, que a rica e complexa experiência interior deste grupo com necessidades educacionais especiais deve estar no foco dos diversos profissionais que atuam na educação e dos pesquisadores, tanto da Psicologia quanto da Educação.

Os resultados obtidos neste estudo devem ser considerados com cautela, devido às suas limitações. Apesar de os artigos constituírem o principal meio de comunicação científica, o método não contemplou teses e dissertações, por exemplo. Não obstante essas e outras circunscrições, foi possível perceber o reduzido número de publicações, o que aponta para a necessidade de mais estudos que considerem a relação existente entre autoconsciência e D&T.

Na área de autoconsciência, sugere-se também o avanço de estudos que contemplem medidas que possam ser utilizadas com crianças e adolescentes. Entende-se que a consciência de si é uma habilidade metacognitiva que, em crianças, ainda está em formação. Porém, visto que nos talentosos a autoconsciência é, muitas vezes, precoce e mais elevada, talvez este grupo seja ideal para estudos de autoconsciência em crianças e adolescentes.

Cabe salientar que os estudos que fazem parte desta revisão contribuem para o entendimento da relação entre autoconsciência e D&T, todavia nenhum desses artigos teve como objetivo pesquisar especificamente esta relação. Ao focalizarem os estudos nas características comuns presentes nos talentosos, na busca de compreender melhor as individualidades e necessidades deste grupo, os artigos evidenciaram a presença e a importância da autoconsciência para os talentosos.

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Recebido: 04 de Julho de 2018; Aceito: 10 de Fevereiro de 2022

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