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Motrivivência

versão On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.31 no.58 Florianópolis abr./jun 2019  Epub 11-Set-2019

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2019e56655 

Artigo Original

Preocupações dos professores de Educação Física no início da carreira docente

Concerns of teachers of Physical Education at the beginning of the teaching career

Preocupaciones de los profesores de Educación Física en el inicio de la carrera docente

1Mestre Universidade Estadual de Londrina - UEL, Centro de Educação Física e Esporte, Londrina, Paraná, Brasil. nfavatto@gmail.br

2Doutor Universidade Estadual de Londrina - UEL, Centro de Educação Física e Esporte, Londrina, Paraná, Brasil. jorgeboth@yahoo.com.br


RESUMO

A presente pesquisa analisou as preocupações dos professores de educação física em início da carreira. O estudo descritivo de abordagem qualitativa conta com a participação de 16 professores efetivos entre o 1º e 4º ano de docência nas escolas municipais e estaduais de Maringá (Paraná). Para coleta de dados foi empregada a entrevista semiestruturada e as informações foram analisadas conforme a técnica da análise de conteúdo. Os resultados evidenciam que todos os grupos apresentam preocupações com as dimensões consigo, tarefa, impacto da tarefa, realidade social do aluno, políticas públicas para a educação e status da disciplina. Além disso, observou-se que as inquietações dos professores com um e dois anos de carreira apresentam comportamento mais crítico e resistente frente às normas da instituição, enquanto os docentes com três e quatro anos de magistério apresentam postura crítica e ponderada frente aos problemas do trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Preocupações; Professores; Educação física

ABSTRACT

The research analyzed the concerns of Physical Education teachers who were at the beginning of their careers. The descriptive study of qualitative approach had the participation of 16 effective teachers who were between the first and fourth year of teaching in the municipal and state schools of Maringá (Paraná). For data collection, a semi-structured interview was used and the information was analyzed according to the technical of content analysis. The results showed that all groups have concerns with the dimensions with self, task, task impact, social reality of the student, public policies for education and status of the discipline. In addition, it was observed that the restlessness of teachers with one and two years of career presented a more critical and resistant behavior to the norms of the institution, while teachers with three and four years of teaching presented a critical and mature attitude towards the problems of work.

KEYWORDS: Concern; , Teachers; Physical education

RESUMEN

La investigación analizó las preocupaciones de los profesores de Educación Física que estaban al inicio de carrera. El estudio descriptivo de abordaje cualitativo contó con la participación de 16 profesores que estaban entre el 1º y 4º año de docencia en las escuelas municipales y estatales de Maringá (Paraná). Para la recolección de datos se empleó la entrevista semiestructurada y las informaciones fueron analizadas con la técnica de análisis de contenido. Los resultados evidenciaron que todos presentan preocupaciones con las dimensiones consigo, tarea, impacto de la tarea, realidad social del alumno, políticas públicas para la educación y estatus de la disciplina. Además, se observó que los profesores con uno y dos años de carrera presentaban comportamiento más crítico y resistente frente a las normas de la institución, mientras que los docentes con tres y cuatro años de magisterio presentaron postura crítica y madura frente a los problemas del trabajo.

PALABRAS-CLAVE: Preocupaciones; Profesores; Educación física

INTRODUÇÃO

Reconhecida como uma das mais antigas práticas profissionais a docência passou por muitas mudanças em seu percurso histórico. No passado a prática docente era reduzida a um conjunto de competências e de capacidades que analisava, basicamente, a dimensão técnica da ação pedagógica. Após a década de 1980 a área da educação aprofundou as investigações sobre a vida profissional e pessoal de docentes, as quais colaboraram na compreensão do desenvolvimento profissional e na recolocação dos professores no centro dos debates educativos (NÓVOA, 2000).

Os estudos sobre a carreira docente são importantes para compreender: como a profissão se estabelece no âmbito escolar; as relações interpessoais dos professores; a atuação dos docentes em sala de aula; entre outros aspectos. Nesse sentido, a carreira docente pode ser percebida a partir de duas vertentes contraditórias, sendo a primeira como mediadora do desempenho de diferentes funções da profissão e a segunda como inserção na carreira (VALLE, 2003).

A carreira docente é estabelecida por avanços e recuos de ações e opiniões dos professores, onde existem diferentes momentos na vida profissional, os quais podem ser nominados na literatura por fases ou ciclos (GONÇALVES, 2000; HUBERMAN, 2000; FARIAS; NASCIMENTO, 2012). O entusiasmo é uma característica pertencente ao momento da descoberta da carreira (FOLLE; NASCIMENTO, 2010; SHOVAL; ERLICH; FEJGIN, 2010; FARIAS, 2010). Ao mesmo tempo em que o início da carreira representa o ânimo com a atuação profissional, ele também é permeado por desafios, nos quais se destacam: os conflitos entre os alunos, as dificuldades do contexto de trabalho, a falta de perspectiva de mudanças sociais e de apoio para o desenvolvimento das ações docentes (FARIAS, 2010).

Este momento é caracterizado pela passagem de estudante universitário para professor, em que ocorre o “choque com a realidade” que pode ser compreendido por diversos problemas educativos, como: a estrutura do ambiente escolar, o relacionamento com outros docentes e a falta de motivação dos alunos (HUBERMAN, 2000; FARIAS, 2010; FOLLE; NASCIMENTO, 2011). Tais fatores levam ao desconforto com a realidade escolar.

Dentro desse contexto, o início da carreira é considerado como o momento mais problemático quando considerado as implicações que o início da intervenção apresenta para o futuro professor em termos de percepção de autoeficácia e de identidade profissional (JESUS; SANTOS, 2004). Nessa perspectiva, constata-se que durante a tarefa de ensinar, tanto estudantes em situação de estágio quanto professores no desenvolvimento de sua carreira, assumem diferentes responsabilidades que, muitas vezes, se traduzem em preocupações (SHIGUNOV; FARIAS; NASCIMENTO, 2002).

Tais preocupações podem ser configuradas como situações que fragilizam o docente, tanto no início da sua carreira quanto nos demais estágios de desenvolvimento profissional (FARIAS et al., 2008). Entende-se que essas preocupações estão associadas à estrutura pessoal dos futuros professores, às experiências passadas e recentes, além do meio em que atua (BOTH, 2011).

O estudo sobre as preocupações de professores originou-se com Fuller (1969) que evidenciou a existência de inquietações em docentes iniciantes e experientes. Sobre essa temática, Fuller e Brown (1975) destacam que a progressão dos estágios tem início com as preocupações de sobrevivência consigo mesmo, na qual está relacionado aos aspectos de sobrevivência do professor em sala de aula, como o controle da disciplina e do fazer pedagógico, receio por ser observado e do fracasso.

Em seguida, os atores evidenciam as preocupações vinculadas à tarefa que está associada às preocupações relacionadas às atividades de planejamento e de execução das tarefas desenvolvidas no trabalho. Contudo, com o decorrer do tempo, as preocupações concentram-se no impacto de sua ação que está relacionada às preocupações sobre os resultados alcançados pelos alunos por meio das atividades pedagógicas implementadas na ação docente. Dessa forma, as preocupações podem se modificar ao longo de seu percurso profissional. Mas, isso não impede que um professor em início de carreira apresente preocupações com a tarefa e com o impacto da tarefa, visto que as mesmas apresentam relação com a estrutura da escola em que o professor se encontra inserida e ao apoio que ele recebe.

Assim, ao considerar os aspectos que interferem o início da carreira do professor, o objetivo do estudo foi de analisar as preocupações dos docentes de educação física que estão na fase de entrada da carreira.

METODOLOGIA

O estudo caracteriza-se como descritivo com abordagem qualitativa, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina (Número do Parecer: 1.666.357).

Na investigação participaram 16 professores de Educação Física com experiência laboral de até quatro anos de docência. Os docentes trabalhavam na cidade de Maringá (Paraná) e estavam vinculados de forma efetiva em escolas abrangidas pela Secretaria Municipal de Educação de Maringá e pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Ressalta-se que o tempo de vínculo empregatício com as instituições empregadoras poderia ser menor que o tempo total de experiência docente. Entretanto, o tempo total de trabalho na profissão docente não poderia ultrapassar quatro anos, pois esse período é considerado por Farias e Nascimento (2012) como a fase de entrada na carreira docente na área de educação física na realidade brasileira.

Para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada com o intuito de obter informações aprofundadas sobre o tema investigado. Para identificação dos professores no estudo empregou-se letras e números, sendo que os docentes identificados com a letra “A” possuíam um ano de experiência laboral, letra “B” com dois anos de carreira, letra “C” com três anos de docência e letra “D” com quatro anos de carreira.

Quadro 1 Carga horária semanal de trabalho dos docentes 

Anos de docência Carga horária semanal
1 ano de carreira A1
40 horas no município
A2
36 horas no município (duas escolas)
A3
40 horas no município
A4
40 horas no município
-
2 anos de carreira B1
40 horas no município, 10 horas em academia
B2
40 horas no município, 10 horas em academia
B3
40 horas no município
B4
27 horas no estado e 20 horas em uma faculdade privada
-
3 anos de carreira C1
30 horas no estado e 20 horas personal trainer.
C2
40 horas no município
C3
40 horas no município e 10 horas com treinamento esportivo
- -
4 anos de carreira D1
40 horas no município
D2
40 horas no município e 20 horas em academia
D3
40 horas no município
D4
40 horas no município e 20 horas em academia
D5
40 horas no município e 20 horas em academia

As entrevistas foram realizadas no ambiente das escolas no momento de hora-atividade dos professores. As questões norteadoras da entrevista contemplam o modelo teórico desenvolvido por Fuller (1969) para avaliar as dimensões: Consigo, Tarefa e Impacto da Tarefa (FULLER; BROWN, 1975), bem como os docentes foram instigados a relatar outras preocupações frente a profissão docente que não eram contempladas pelo modelo teórico sobre preocupações de professores de Fuller e Brown (1975).

Para a análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011) na qual apresenta as três etapas básicas de análise, sendo: pré-análise, a qual é compreendida como o processo de organização e de familiarização com a pesquisa; análise do material, na qual o processo de codificação das informações se desenvolve; tratamento dos resultados, onde se estabelece os eixos temáticos norteadores dos resultados. Destaca-se que os comentários dos professores que não se adequavam às dimensões estabelecidas na análise a priori oportunizaram a construção de dimensões estabelecidas a posteriori.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação às inquietações vinculadas à sobrevivência no ambiente de trabalho (Quadro 1), os professores destacaram que as preocupações em se sentir aceitos pelos colegas de trabalho e ter domínio da turma esteve presente apenas nos primeiros meses de adaptação com a atividade docente. A preocupação com a indisciplina dos alunos foi observada nos professores com até três anos de carreira em todos os momentos do ano letivo. Entretanto, a preocupação com a saúde pode ser constatada em todos os grupos investigados.

Quadro 2 Preocupações dos professores do início da carreira com a dimensão consigo 

Preocupações Relatos
Se sentir aceito Quando eu entrei foi um choque porque eu não sabia o que fazer. Eu tinha aquele medo por ser algo novo, ansiedade do começo, nervosismo, medo dos alunos não me respeitarem, essas coisas... Mas isso foi questão de poucos meses (C3).
Domínio de turma Tinha vezes que eu estava na quadra e não estava dando certo a atividade. Eu pensava “nossa se a supervisão vir aqui o que eles vão falar?”... “que eu não tenho domínio, que eu não sou uma boa professora” então você fica muito preocupada (A1).
Indisciplina A indisciplina é muito difícil. É uma das coisas que preocupa. Ela é muito difícil (A1).
O que atrapalha muitas vezes o desenvolvimento das aulas é você ter que ficar parando pra chamar atenção pra resolver conflitos e isso me preocupa e me angustia (C2).
Doenças físicas e mentais Eu tenho tido uma grande preocupação comigo nas aulas de educação física por dar aula em local aberto como a quadra. Eu desenvolvi nos últimos anos problemas nas pregas vocais calos por ter que falar alto e isso me deixa sempre com a voz rouca (D2).
Estou com problemas de ansiedade estou me medicando e o trabalho acaba sendo mais prejudicial para minha saúde. Trabalhar com criança é um trabalho difícil. Às vezes você não percebe que está nervoso, mas isso aparece em algum problema de saúde como foi o meu caso com a gastrite... (A4).
Me preocupo com o estresse. Às vezes você sai esgotado e os alunos vão te provocar vão te tirar do sério e você tem que ter autocontrole e às vezes é complicado manter (D3).

Os resultados evidenciaram que os professores com quatro anos de docência só apresentaram preocupações com a saúde, uma vez que as demais preocupações identificadas na dimensão consigo foram mais constantes em professores com um, dois e três anos de carreira. Tal questão pode estar associada ao fato que os docentes com quatro anos de docência estavam prestes a entrar no ciclo de consolidação da carreira, onde as características de sobrevivência no ambiente de trabalho não são observadas (FARIAS, 2010). A pouca preocupação com a dimensão consigo, além dos aspectos vinculados a saúde, também pode ser explicitada pela própria realidade da educação brasileira, em que as inquietações estão centradas nas condições de trabalho e na aprendizagem do aluno do que no professor (FOLLE; NASCIMENTO, 2011; COSTA, 2013; TRUSZ, 2016).

As preocupações quanto à aceitação no ambiente de trabalho e ao controle de turma apenas nos primeiros meses de docência podem estar ligados aos sentimentos de insegurança e de aceitação profissional (COSTA, 2013). De fato, a preocupação com a indisciplina é destacada no início da carreira por diversos autores (GASPARI et al., 2006; FOLLE et al., 2009; CLARO JÚNIOR; FILGUEIRAS, 2009; TRUSZ, 2016). Os professores com um ano de docência preocupavam-se com a indisciplina relacionada ao controle de turma, pois nesse momento, ele se questiona sobre a sua capacidade de ensinar diante da preocupação com o controle dos alunos (NEMIÑA et al., 2009). Por outro lado, docentes com três anos de carreira preocupavam-se com a indisciplina associada ao fato de dificultar o processo de aprendizagem do aluno. Ou seja, observou-se que o motivo de preocupação se modifica ao longo dos primeiros anos de trabalho.

Preocupações em relação ao uso excessivo do aparelho fonador nas aulas e com os problemas de audição diante do alto tom de voz empregado pelos alunos são exemplos de problemas físicos. Por outro lado, o estresse do ambiente da escola ocasionado pela rotina cansativa faz com que muitos docentes fiquem doentes por estarem absorvendo os problemas dos alunos para si. Assim, crises de ansiedade derivada pelo enfrentamento dos alunos levam ao esgotamento profissional dos professores, o que ocasiona a necessidade de autocontrole por parte dos docentes para enfrentar a pressão do ambiente escolar.

Destaca-se que os professores com um e dois anos de docência relatam preocupações frente à necessidade de falar alto e do estresse diário da profissão. Contudo, ressalta-se que os problemas vocais e auditivos foram evidenciados como patologias existentes em docentes com quatro anos de docência. De fato, o uso equivocado da voz pelos professores de educação física que estão no início de carreira favorece o desgaste do aparelho fonador (SIMÕES, 2000). Isso pode ser ainda mais perceptível nas aulas de educação física em virtude das características dos espaços que interferem na emissão dos sons e do elevado número de alunos. Entretanto, pesquisas apontam que problemas de saúde ocupacional de ordem físico e mental são mais evidenciados à medida que os professores de educação física envelhecem (BRANDÃO; DUARTE, 2003; KOVAČ et al., 2013).

Sobre as inquietudes com a dimensão tarefa (Quadro 2), constatou-se que todos os professores destacaram preocupação em realizar as atividades laborais com qualidade. Aliás, os docentes relataram preocupações em relação: as poucas aulas disponíveis para o trabalho pedagógico com as turmas; as dificuldades de planejar e executar atividades que atendam alunos com necessidade especiais e aos conteúdos ministrados nas aulas, os quais podem ser diversos, repetitivos e complexos.

Quadro 3 Preocupações dos professores do início da carreira com a dimensão tarefa 

Preocupações Relatos
Qualidade do trabalho A minha preocupação é que será que vai dar tempo de dar todo o conteúdo para seguir o planejamento. Será que eu vou conseguir planejar tudo? Será que os alunos vão entender? Eu vou dar uma avaliação e será que eu vou ter um feedback positivo nessa avaliação? (A1).
Conteúdo As preocupações são no sentido de que o planejamento muitas vezes não agrega muito. Pois, já chegou a ter de um ano para o outro o mesmo planejamento. Temos que trabalhar determinado conteúdo, mas não temos o material adequado (D2).
Poucas aulas de educação física Nós entramos uma vez (por semana) cada turma e são vários conteúdos (a serem trabalhados). Muitas vezes a gente queria se aprofundar em alguns, mas depois já tem o outro pra terminar o bimestre (A3).
Planejamento e execução de atividades inclusivas Eu me cobro muito em relação a questões pedagógicas. Eu me cobro muito em estar aprendendo pra poder ajudar os alunos. Na escola em que eu trabalho tem muito aluno de inclusão. Então você tem a preocupação de planejar aulas que inclua todos esses problemas (A2).

As inquietações dos professores frente às tarefas desenvolvidas podem estar associadas: à falta de apoio administrativo pedagógico da direção e/ou equipe pedagógica, desinteresse dos alunos e demasiado número de discentes por sala (FARIAS et al., 2008; COSTA, 2013). O fato de a realidade encontrada nas escolas diferenciar-se das experiências obtidas durante os estágios curriculares realizados na formação inicial, também pode ocasionar preocupação com as questões relacionadas às tarefas laborais realizadas no dia a dia do professor na escola (TRUSZ, 2016). Entretanto, nesta investigação preocupações relacionadas à qualidade do trabalho, conteúdo ministrado, número de aulas de educação física, planejamento e execução de atividades inclusivas foram novos aspectos abordados que fomentam inquietações. Ressalta-se que as atividades inclusivas foram constatadas apenas no grupo com um ano de docência, o que pode ser um indicativo de que as atividades que atendem os alunos com necessidades especiais no primeiro ano de docência colaboram na minimização das preocupações com o trabalho.

As preocupações sobre a dimensão impacto da tarefa remetiam sobre: aprendizagem dos alunos, adoção do método adequado de ensino e de compreensão do aluno sobre o objetivo da disciplina educação física no ambiente escolar (Quadro 3).

Quadro 4 Preocupações dos professores do início da carreira com a dimensão impacto da tarefa 

Preocupações Relatos
Aprendizagem dos alunos Me preocupo se o aluno vai conseguir absorver as informações dos eixos estruturantes da educação física. Se ele vai internalizar aquilo, perceber que ele é um ser social que tem o corpo em construção que foi construído historicamente. Se ele vai conseguir pegar todas essas informações e vai conseguir transpor para a sociedade na perspectiva de modificá-la de maneira integral (B3).
Adoção do método adequado de ensino Me preocupo com a minha postura, com os cuidados que devo tomar, porque eles se espelham em você. Me preocupo bastante se o aluno está aprendendo, eu gosto que ele fique quieto prestando atenção em mim. Se eu vejo que ele não está conseguindo fazer eu vou lá e explico novamente (A2).
Objetivo da disciplina educação física Eu me preocupo com o que os adolescentes que estejam na minha aula se envolvam em um hábito de vida saudável, que goste da educação física, seja com as lutas, os jogos, as brincadeiras, e que entendam que a educação física é um instrumento muito importante que faz parte da formação do desenvolvimento humano (C1).

A aprendizagem dos alunos foi o tema destacado por todos os docentes entrevistados. Ao passo em que as preocupações dos professores com a sobrevivência no ambiente laboral diminuem, as preocupções com a aprendizagem dos alunos passam a ser notórias (MCBRIDE; BOGGESS; GRIFFEY, 1986; CONKLE, 1996; ZOUNHIA; HATZIHARISTOS; EMMANOUEL, 2004; NEMIÑA, et al., 2009; TANKERSLEY, 2010; FOLLE; NASCIMENTO, 2011; COSTA, 2013; TRUSZ, 2016).

As evidências deste estudo contrapõem a evolução das preocupações citadas por Fuller e Brown (1975), uma vez que as preocupações com o impacto da tarefa de professores novatos não dependem, exclusivamente, da experiência profissional para evoluírem, mas, de questões relacionadas à realidade escolar e à rede de ensino onde atuam (TRUSZ, 2016). Nessa fase estão presentes as preocupações relacionadas às pressões impostas pelos diretores e pais sobre o desempenho dos alunos (TANKERSLEY, 2010), fator que também pode ser evidenciado nas falas de professores com um e dois anos de carreira.

A preocupação em ensinar da forma correta, com postura adequada, não foi evidenciada nos professores com quatro anos de docência, diferente dos demais professores que destacaram essa espécie de inquietação. Assim, observa-se nos primeiros anos de carreira a busca dos professores em adquirir as competências profissionais necessárias para o exercício da docência (FARIAS, 2010; FARIAS; NASCIMENTO, 2012), sendo compreendido também como um momento de aprender e de responder com sucesso às exigências do trabalho na sala de aula. Contudo, verificou-se a preocupação de professores com dois e três anos de docência com a compreensão dos alunos frente ao objetivo da disciplina de educação física, o que denota o amadurecimento das preocupações com a dimensão impacto da tarefa com decorrer dos anos de docência.

Além das dimensões determinadas a priori no estudo, constataram-se nas declarações dos professores outras três dimensões, as quais estavam relacionadas ao contexto do ambiente laboral, sendo elas: realidade social do aluno, políticas públicas sobre a educação e status da disciplina educação física na escola.

Ao avaliar a realidade social dos alunos, observou-se que apenas o grupo de professores com quatro anos de docência não apresentou preocupação com essa dimensão. Por outro lado, os docentes com um e dois anos de carreira apresentaram preocupação com a violência, que está associada às agressões físicas e verbais dos alunos contra os professores. Aliado a isso, os professores descreveram preocupação com a falta de apoio e participação dos pais na educação dos filhos no ambiente escolar (Quadro 4).

Quadro 5 Preocupações dos professores do início da carreira com a dimensão realidade social dos alunos 

Preocupações Relatos
Violência O que mais me preocupa hoje em dia com os alunos é o que está acontecendo com eles fora da escola e não dentro. De alunos que relataram ser abusados dentro de casa e você se choca (B2).
Você fica vendo os alunos envolvidos com roubo e tráfico você ver professores que já sofreram agressão. Então quando eu entrei eu fiquei com bastante medo. Será que eu vou ser agredida? (A1).
Participação dos pais na educação dos filhos A família tem fundamental importância no aprendizado da criança. Todo aluno que apresenta mais dificuldade grande parte vem de fora. A família tem que estar mais presente. Se a gente tivesse mais apoio da família nosso trabalho seria mais importante (A2).

A preocupação com a realidade social do aluno reflete no ambiente escolar. Preocupações semelhantes foram evidenciadas em professores que estavam no início da carreira (CONCEIÇÃO; MOLINA NETO, 2016; TRUSZ, 2016) e estudantes estagiários (PIOVANI; BOTH; NASCIMENTO, 2012) de educação física. Destaca-se que o docente que atua em uma comunidade com condição socioeconômica desfavorecida não se limita apenas a questões educacionais na ação do seu trabalho (CONCEIÇÃO; MOLINA NETO, 2016). Todavia, o fato dos professores com quatro anos de docência não demonstrarem preocupação com essa dimensão pode estar associado ao processo de amadurecimento na profissão, ou seja, às experiências adquiridas durante esses anos de docência, em que os mesmos já estão familiarizados com a realidade da escola ou da região em que lecionam.

As preocupações com as políticas públicas empregadas no sistema educacional foram evidenciadas com maior intensidade pelos professores com um ano de carreira (Quadro 5), em que a preocupação estava focada com a “nota” bimestral estipulada pela secretaria de educação, no intuito de alavancar a média no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do município. Além disso, o modelo da escola integral estabelecido no município também se destacou como algo preocupante para os professores com um ano de carreira.

Quadro 6 Preocupações dos professores do início da carreira com a dimensão políticas públicas 

Preocupações Relatos
Avaliação do Sistema Educativo As questões de metas é preocupante. Eles estão atribuindo nota que realmente não é a nota que o aluno mereceu, mas é a nota que vai influenciar lá no Ideb e isso é uma coisa que me angustia muito, que eu vejo que a corrupção está dentro do próprio ambiente (A3).
Modelo de Escola Integral Estão colocando o aluno muito tempo na escola, mas não com as atividades necessárias a educação integral. De verdade ela tá ficando só o tempo integral não na qualidade (A3).
A meu ver a preocupação da escola é fazer com que as crianças entrem bem e saiam bem. O importante são elas saírem vivas da escola (A4).

Pode-se constatar que o grupo mais preocupado com as políticas estabelecidas no meio educacional foi dos professores com um ano de docência, sendo que questões macro e micro organizacionais da escola são evidenciados nesta dimensão. Tais inquietações podem ter relação com a representação idealizada de escola durante a formação inicial, o que pode interferir na relação existente entre início da carreira de professor e a realidade do dia a dia do magistério (GONÇALVES, 2000). Dessa forma, a necessidade de adequar-se à cultura escolar faz com que os professores incorporem práticas pedagógicas que não correspondem às suas concepções pessoais (FREITAS; ALVERNAZ, 2016).

Além disso, os professores destacaram a preocupação com o futuro da educação no Brasil e da disciplina de educação física na escola. Ou seja, os docentes apresentam preocupação com as políticas oriunda da organização macro organizacional, como o novo modelo de escola em tempo integral diante da qualidade de ensino. A ampliação do tempo de permanência no espaço escolar no Brasil tem por referência experiências em outros países, como: Alemanha, Chile, Estados Unidos, onde a organização curricular diária tem duração média de oito horas. No entanto, vale destacar que o aumento do tempo de permanência na escola, por si só, não garante uma formação de qualidade. Outras condições como investimentos na formação continuada de professores, adaptações na infraestrutura das escolas inovações curriculares são essenciais para alcançar alguma melhora na educação (SANTOS, 2009).

Em relação ao status da disciplina educação física na escola (Quadro 6), os professores destacaram a preocupação em se sentir valorizados no ambiente escolar. Assim, procuram desenvolver atividades dinâmicas com o intuito de alcançarem valorização, tanto pelos docentes quanto pelos pais dos alunos. Sob essa perspectiva, pôde-se observar a preocupação em se sentir reconhecido, como professor que tem “conteúdo” e que sabe discutir diversos assuntos como qualquer outro professor da escola

Quadro 7 Preocupações dos professores do início da carreira com a dimensão status da disciplina educação física 

Preocupações Relatos
Futuro da educação física na escola Uma preocupação que eu tenho é que a educação física saia da escola porque já dentro da LDB a gente não tem horário fixo aí temos que ter uma carga horária específica. Antes nossa carga horária era de 3 horas aula. Hoje nossa carga horária é de 2 horas aula e conforme o “bonde” anda é possível que caia para 1 hora (B4).
Falta de apoio da escola Somos muito cobrados. Os professares de modo geral trabalham sob pressão (...). Os pais tem muita liberdade para tirar satisfação conosco, isso não é legal. (D1).
Valorização do professor de educação física Cada mês o professor tem que expor trabalhos dos alunos e claro que eu quero mostrar os trabalhos. Eu quero mostrar uma visão diferente da educação física. Quero mostrar para os alunos que a educação física não é só jogar bola (A1).
Eu acho que se o professor de educação física não estivesse na escola ele não ia fazer tanta falta. Ele ia ser colocado como um momento de lazer dos alunos e ficaria lá nesse momento de recreação (B4).

A desvalorização da educação é um grande motivo de preocupação e a educação física sofre preconceitos mais acentuados (SMYTH, 1995; MACDONALD, 1995; GASPARI et al., 2006), o que ocasiona o baixo status da disciplina no ambiente escolar (MOREIRA; FOX; SPARKES, 2002). Sob essa perspectiva, observa-se que a preocupação com o baixo status da educação física pode estar relacionada à falta de conhecimento sobre o papel da disciplina de educação física na escola por grande parte de professores, gestores e pais (HARDMAN; MARSHALL, 2000).

A falta de prestígio nas interações com o diretor e os demais professores retrata padrões diferenciados entre educação física e outras disciplinas, como a Matemática e a Língua Materna ocorrem há algum tempo (STROOT; FAUCETTE; SCHWAGER, 1993). Assim, a inserção da educação física na dinâmica escolar, por muitas vezes, é relegada a um plano de menor importância no processo de formação dos alunos (FREITAS; ALVERNAZ, 2016). Dessa forma, a sensação de desvalorização vivenciada pelos professores de educação física acarreta o sentimento de insatisfação com a docência (FOLLE et al., 2008).

CONCLUSÃO

Ao considerar os aspectos abordados neste trabalho, conclui-se que as dimensões da Teoria das Preocupações de Fuller não se apresentaram com a mesma intensidade quando comparado à realidade dos professores brasileiros investigados. Embora as preocupações relacionadas às dimensões tarefa e impacto da tarefa se assemelham com o modelo teórico proposto por Fuller, nota-se que as preocupações consigo são identificadas em um curto período de tempo nos professores investigados quando comparados à Teoria.

As preocupações relacionadas à dimensão consigo surgiram com maior intensidade nos professores com um ano de carreira, sendo que após este período constatou-se a diminuição das preocupações relacionadas a sobrevivência no ambiente de trabalho. No entanto, destacou-se que apenas as preocupações com saúde puderam ser observadas em todos os grupos investigados.

Além das preocupações elencadas por Fuller, também foram apresentadas outras preocupações na fase de entrada na carreira docente, as quais foram: realidade social do aluno, políticas públicas voltadas para a educação e status da disciplina de educação física na escola. Assim, compreende-se que o surgimento das novas preocupações pode estar relacionado ao endereço social das escolas onde os professores atuam, bem como o nível de experiências que os docentes adquirem no decorrer da sua atuação laboral.

Ao analisar as dimensões, observaram-se algumas rupturas das preocupações, onde professores com quatro anos de docência não apresentaram preocupações com a sobrevivência no ambiente de trabalho e com a realidade social do aluno. Tais fatos podem estar relacionados a adaptação deste grupo de professores ao ambiente de trabalho quando comparado aos demais grupos investigados.

Dentro desse contexto, constatou-se o amadurecimento das preocupações com o Impacto da Tarefa, no qual os professores com um e dois anos de carreira apresentaram maior preocupação quanto à necessidade de inovar o trabalho docente. Por outro lado, os docentes com três anos ou mais de docência destacaram maior preocupação com a compreensão dos benefícios que a atividade física ensinada nas aulas de educação física pode proporcionar ao aluno ao longo da vida. O mesmo amadurecimento pode ser observado na dimensão políticas públicas, em que professores com um ano de docência apresentaram alto nível de preocupação com as políticas adotadas pela/na escola. Esses educadores com um ano de carreira discordam das metas pré-estabelecidas para atribuição de médias bimestrais e com a real funcionalidade da escola em tempo integral. No entanto, os demais grupos investigados destacaram forte preocupação com o futuro da instituição escolar e da disciplina de educação física no currículo escolar diante de sua contínua desvalorização.

O amadurecimento dessas preocupações nos remete ao choque com a realidade que o professor sofre ao ingressar no ambiente de trabalho, sendo que as inquietações dos docentes não ocorrem de maneira uniforme. Ao observar cada grupo detalhadamente, constatou-se que os profissionais entrevistados com um e dois anos de carreira apresentam comportamento mais energético, crítico e resistente frente às normas da instituição. Por outro lado, os educadores com três e quatro anos de docência apresentam postura crítica e ponderada frente aos problemas enfrentados no trabalho e sentem-se mais valorizados no ambiente escolar.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem aos professores que participaram do estudo

REFERÊNCIAS

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FINANCIAMENTO Não se aplica.

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM Não se aplica.

APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina. Número do Parecer: 1.666.357. Data: 08/08/2016.

PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade.

Recebido: 04 de Maio de 2018; Aceito: 05 de Novembro de 2018

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA

Não se aplica.

CONFLITO DE INTERESSES

Não se aplica.

EDITORES

Mauricio Roberto da Silva, Giovani de Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira.

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