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Motrivivência

versão On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.31 no.59 Florianópolis jul./set 2019  Epub 03-Dez-2019

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2019e57444 

Artigo Original

Educação Física e exame nacional de desempenho de estudantes (ENADE): perfil das provas de 2004 a 2017

Physical Education and national examination of student performance (NESP): profile of the tests from 2004 to 2017

Educación Física y examen nacional de desempeño de estudiantes (ENADE): perfil de las pruebas de 2004 a 2017

Cezar Barbosa Santolin1 
http://orcid.org/0000-0002-4031-6486

Cibele Denise Kaizer2 
http://orcid.org/0000-0002-1003-3397

1Mestre em Educação Física Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS Departamento de Educação Física Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil cezarsantolin@hotmail.com

2Especialista no Método Pilates Vivaz Studio Pilates Corumbá, Mato do Grosso do Sul, Brasil cibele.kaizer@hotmail.com


RESUMO

O objetivo deste estudo foi descrever as características das provas aplicadas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) na área de Educação Física entre os anos de 2004 a 2017. Para tanto, oito provas foram analisadas em relação à estrutura geral e ao conteúdo das questões de conhecimentos específicos. Utilizou-se análise de conteúdo temática para categorizar as questões, aplicando até três rótulos em cada. Após isso, agrupou-se os rótulos em categorias conforme a proximidade temática. Os resultados foram quantificados com estatística descritiva e apresentados em quadros. A análise permitiu concluir que estruturalmente as provas mantiveram uma grande homogeneidade, enquanto no conteúdo das questões houve considerável especificidade com as habilitações. A licenciatura apresentou menor diversidade temática, com grande parte do conteúdo composto pela dimensão pedagógica - tanto nas questões objetivas quanto nas discursivas. Concluiu-se, por fim, que o perfil das provas não só permite uma descrição fácil como também uma boa preparação.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação educacional; Educação superior; Educação física e treinamento

ABSTRACT

The purpose of this study was to describe the characteristics of the tests applied in the National Examination of Student Performance (NESP) in the area of Physical Education between the years 2004 to 2017. Eight tests were analyzed in relation to the general structure and content knowledge issues. Thematic content analysis was used to categorize the issues, applying up to three labels in each. The labels were grouped into categories according to thematic proximity. The results were quantified with descriptive statistics and presented in tables. The analysis allowed to conclude that structurally the tests maintained a great homogeneity, whereas in the content of the questions there was considerable specificity with the qualifications. The degree offered less thematic diversity, with much of the content composed of the pedagogical dimension - both in objective and discursive issues. It was concluded that the profile of the exam allowed an easy description and a good preparation.

KEYWORDS: Educational measurement; Higher education; Physical education and training

RESUMEN

El objetivo del estudio fue describir las características de las pruebas aplicadas en el Examen Nacional de Desempeño de Estudiantes (ENADE) en la área de Educación Física entre los años 2004 a 2017. Ocho pruebas fueron analizadas en relación a la estructura general y al contenido de las cuestiones de conocimientos específicos. Se utilizó análisis de contenido temático para categorizar las cuestiones, aplicando hasta tres etiquetas en cada uno. Las etiquetas fueron agrupadas en categorías según la proximidad temática. Los resultados fueron cuantificados con estadística descriptiva y presentados en cuadros. El análisis permitió concluir que estructuralmente las pruebas mantuvieron una gran homogeneidad, mientras que en el contenido de las cuestiones hubo considerable especificidad con las cualificaciones. La licenciatura presentó menor diversidad temática, con gran parte del contenido compuesto por la dimensión pedagógica. Se concluyó que el perfil de las pruebas permitió una descripción fácil y también una buena preparación.

PALABRAS-CLAVE: Evaluación educacional; Educación superior; Educación y entrenamiento físico

INTRODUÇÃO

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) é uma avaliação, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão do Ministério da Educação (MEC), aplicada periodicamente a ingressantes e concluintes dos cursos de graduação de Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil (GRIBOSKI, 2012).

O exame foi instituído pela Lei 10.861, de 14 de Abril de 2004, juntamente com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), como uma das medidas avaliativas do ensino superior (BRASIL, 2018). O ENADE substituiu o Exame Nacional de Cursos (ENC), criado pela Lei nº 9.131, de 24 de Novembro de 1995, que foi aplicado a concluintes dos cursos de graduação no período de 1996 a 2003, ficando conhecido como “provão”. (GRIBOSKI, 2012. BRASIL, 2018a). As provas aplicadas no ENC se encontram disponíveis para consulta, mas o curso de Educação Física não foi avaliado nenhuma vez (PORTAL BRASILEIRO DE DADOS ABERTOS, 2018).

A primeira edição do ENADE ocorreu em 2004, completando, portanto, no ano de 2017, 13 anos de vigência. A periodicidade de aplicação é, no máximo, trienal para cada área do conhecimento (PORTAL INEP, 2018), o que, considerando o período total de existência do exame, submeteria cada área de conhecimento, ao menos, a quatro avaliações até o presente momento (Junho/2018).

Como relata Griboski (2012), desde a criação do exame até os dias atuais, mudanças significativas foram realizadas, como a alteração da seleção amostral pelo modo censitário a partir de 2009, o que aumentou consideravelmente o número de participantes. Outra mudança foi a partir de 2010 nos critérios para participação, que antes eram baseados na porcentagem de cumprimento do curso e passaram a ser somente pelo ano de matrícula. Por fim, uma última mudança, pouco divulgada nas universidades, mas válida desde 2007, é a possibilidade de ingressantes não realizarem o ENADE se tiverem realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Com isso, como destacado por Feldmann e Souza (2016), o ENADE passou a ser obrigatório somente para concluintes, o que o torna equivalente neste quesito ao tão criticado “provão” (ENC), configurando a suposta diferenciação como mera retórica, baseada simplesmente numa mudança do nome do exame, como, tipicamente, fazem novos governantes para demarcarem pseudo-diferenças em relação aos governos precedentes. Apesar desta crítica ser relevante, foge ao propósito do presente estudo comparar o ENADE ao ENC-provão.

Retomando, assim, a temática central deste artigo, o objetivo expresso pelas autoridades competentes para a realização do ENADE consiste em

avaliar o desempenho dos estudantes com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, e o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial, integrando o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). (PORTAL DO INEP, 2018, s.p.)

Para tanto,

Os resultados do Enade, aliados às respostas do Questionário do Estudante, constituem-se insumos fundamentais para o cálculo dos indicadores de qualidade da educação superior: Conceito Enade, Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), todos normatizados pela Portaria nº 40, de 2007, republicada em 2010. Esses indicadores mensuram a qualidade dos cursos e das instituições do país, sendo utilizados tanto para o desenvolvimento de políticas públicas para a educação superior quanto como fonte de consultas pela sociedade. (ibid, 2018, s.p.)

Gibroski (2012) explica melhor que o conceito do ENADE se soma à avaliação das visitas de avaliadores de curso in loco, titulação docente, o tempo dedicado para o desenvolvimento do projeto pedagógico, as produções acadêmicas, a infraestrutura, as metodologias e tecnologias educacionais, a qualidade dos laboratórios, as bibliotecas e os demais espaços educacionais e de convivência da IES. Todas essas variáveis são consideradas no cálculo e integram um Conceito Preliminar de Curso (CPC).

Assim, na prática, por compor a avaliação da qualidade da Educação Superior, o conceito do ENADE pode, sim, impactar na graduação, acarretando, até mesmo, parcialmente, o fechamento de cursos, dentre outros impactos negativos, tais como a difamação ou influenciar na distribuição de recursos através de políticas públicas educacionais.

Para os estudantes, a possível consequência negativa, divulgada pelo INEP, consiste em não emissão do histórico escolar, caso o acadêmico que tenha sido selecionado para participar não compareça e não justifique a ausência (FELDMANN; SOUZA, 2016).

Já dentre as recompensas para os estudantes - pouco divulgada e conhecida nas universidades - destaca-se:

Aos estudantes de melhor desempenho no ENADE, o Ministério da Educação concederá estímulo, na forma de bolsa de estudos, ou auxílio específico, ou ainda alguma outra forma de distinção com objetivo similar, destinado a favorecer a excelência e a continuidade dos estudos, em nível de graduação ou de pós-graduação, conforme estabelecido em regulamento (BRASIL, 2013 apud FELDMANN; SOUZA, 2016)

Apesar dos incentivos positivos e das possíveis consequências negativas, o ENADE parece não receber a devida atenção e respeito que se imaginaria demandar - tanto dos estudantes, quanto das IES e dos pesquisadores.

Desde a primeira edição, por exemplo, houve alguma resistência em relação ao exame e a proposta de avaliar a qualidade do ensino superior (ISTOÉ, 2018). Conforme Francisco e Monteiro (2016), uma das supostas críticas dos estudantes seria o aspecto eventual da avaliação, que não refletiria adequadamente o conhecimento dos avaliados por não se configurar como uma avaliação processual. Outra crítica comentada por Feldmann e Souza (2016) seria o fato de não avaliar o envolvimento em outras atividades acadêmicas, como projetos de extensão e de pesquisa.

Em decorrência de tantas críticas, houve, até mesmo, boicotes sendo realizados desde a criação do exame. O “boicote ao ENADE”, como ficou conhecido, é considerado uma

ação política organizada por estudantes que são contrários ao processo de avaliação através do exame e que consiste na ausência deliberada dos estudantes à prova, assumindo o ônus da irregularidade advinda pelos estudantes e impedindo assim a produção dos dados necessários ao ENADE para a consolidação da avaliação dos cursos habilitados, sem ônus para a Instituição. (UFF, 2018, s.p.)

Além dessa estratégia, um outro modo que muitos se utilizam para expressarem sua contraposição à avaliação da qualidade do ensino superior sem, no entanto, serem prejudicados quanto à emissão de seus diplomas de graduação, consiste em “comparecer ao local de exame, assinar a ata e entregar a prova em branco” (ibid, s.p.).

Como ressaltado em UFF (2018, s.p.), o boicote ao ENADE se configura como “socialmente irresponsável, sem efetividade ou proveito algum para cursos, instituições de ensino, comunidade acadêmica ou sociedade”, que “gera consequências nefastas aos cursos, as IES e principalmente a sociedade que não tem como identificar o que é ação política de repulsa ao exame e o que é má qualidade da prestação do serviço prestado”.

Uma outra evidência da falta de atenção adequada ao ENADE fica explicitada na escassez de estudos sobre o tema. Até se encontram, de fato, pesquisas gerais sobre o exame e a temática, tais como Griboski (2012), Feldmann e Souza (2016) e Francisco e Monteiro (2016). Não se encontrou, entretanto, nenhuma pesquisa tratando desse assunto especificamente na área de Educação Física. Assim, o objetivo do presente estudo foi descrever a estrutura da prova e das questões e os conteúdos das questões específicas das provas do ENADE aplicadas na área de Educação Física ao longo da existência deste exame, de modo a fornecer subsídios para os estudantes e coordenadores de curso poderem preparar melhor os participantes do exame nas próximas edições.

MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, transversal e quali-quantitativa (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). O estudo teve como corpus empírico todas as provas do ENADE aplicadas até 2017 na área de Educação Física desde a criação do exame, em 2004. O acesso às provas foi obtido através do Portal do INEP (2018a).

Uma primeira análise consistiu na extração da estrutura da prova, no número de questões, na duração da prova, no peso relativo de cada questão e no tipo de questão. Os dados foram descritos textualmente ou tabulados e apresentados em quadros. Para algumas variáveis foram realizados tratamentos estatísticos simples, de medidas de tendência central, tal como frequência absoluta e relativa, além de média.

Já a segunda etapa do estudo consistiu numa análise de conteúdo temática, nos moldes propostos por Bardin (2011), das questões da sessão de conhecimentos específicos. Os procedimentos adotados foram leitura, interpretação, identificação e rotulagem dos conteúdos presentes em cada questão pelos pesquisadores. Cada questão foi rotulada como concernente a até três conteúdos por cada pesquisador. Posteriormente, procedeu-se uma verificação informal da fidedignidade das rotulagens entre os pesquisadores. Após tais procedimentos, buscou-se efetivar aproximações temáticas entre os rótulos para a formação de categorias. Por fim, calculou-se as frequências absoluta e relativa de ocorrência das categorias criadas, tabulando-as em ordem decrescente e apresentando os resultados em quadros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dados Gerais e Estrutura das Provas

Desde a criação, em 2004, até o final de 2017, houve 13 edições do ENADE, das quais a área de Educação Física participou de 8, o que resulta em uma média de uma aplicação a cada 1,6 anos para esta área do conhecimento. A periodicidade do exame é trienal, mas o fato de a Educação Física possuir duas habilitações (Licenciatura e Bacharelado), que passaram a fazer provas distintas, fez com a periodicidade fosse praticamente metade da típica. Assim, compuseram a amostra do estudo um total de 8 provas, aplicadas nos anos de 2004, 2007, 2010, 2011, 2013, 2014, 2016 e 2017.

Todas as provas foram aplicadas no mês de Novembro (PORTAL INEP, 2018a). A recorrência deste período do ano na aplicação da prova é fundamental tanto por permitir uma previsibilidade que possibilita uma melhor preparação por parte dos participantes quanto por - neste caso - ser no final do ano letivo, fato que também é favorável à preparação para o exame, já que permite que os cursos desenvolvam ao longo do período letivo ações específicas que objetivem a preparação dos acadêmicos selecionados.

Na análise das provas, um primeiro aspecto a pontuar consiste no fato de que na primeira edição em que houve participação da Educação Física, no ano de 2004, ambas habilitações - licenciatura e bacharelado - realizaram o ENADE, havendo somente uma distinção interna na prova que direcionava cada habilitação para certas questões. Após essa primeira edição, houve duas aplicações para cursos de bacharelado, nos anos de 2007 e 2010. Posteriormente, iniciou-se uma alternância entre as duas habilitações: licenciatura (2011, 2014 e 2017) e bacharelado (2013 e 2016). Assim, das 8 edições em que houve participação do curso, 4 foram para bacharelado, 3 para licenciatura e 1 para ambos.

Em todas as edições, as provas foram estruturadas com uma sessão identificada como de formação geral e uma de conhecimentos específicos. Também em todas as avaliações aplicadas, a formação geral foi composta por 2 questões discursivas e 8 questões objetivas, totalizando 10 questões nesta sessão; enquanto a parte de conhecimentos específicos contou com 3 questões discursivas e 27 questões objetivas, somando 30 questões neste componente. A única exceção foi na prova de 2007, em que houve 4 questões discursivas e 26 objetivas na sessão de conhecimentos específicos. Apesar desta exceção, contabilizando tais valores, todas as provas possuíram 40 questões. Essas informações foram sistematizadas - para facilitação na consulta - no quadro abaixo

Quadro 1 Número de questões das provas do ENADE de Educação Física de 2004 a 2017 

Formação geral Conhecimentos específicos
Ano Discursivas Objetivas Discursivas Objetivas Total
2017 2 8 3 27 40
2016 2 8 3 27 40
2014 2 8 3 27 40
2013 2 8 3 27 40
2011 2 8 3 27 40
2010 2 8 3 27 40
2007 2 8 4 26 40
2004 2 8 3 27 40
Média 2 8 3 27 40
Total 16 64 25 215 320

As provas são elaboradas pelo INEP e as questões advém do Banco Nacional de Itens (BNI). O BNI é um acervo de questões elaboradas por professores de instituições de ensino públicas e privadas, a partir dos conteúdos, competências e habilidades pré-definidos por Comissões de Área de Conhecimento, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de cada curso de graduação (GRIBOSKI, 2012).

A duração da prova nas oito edições em que o curso de Educação Física participou foi de 4 horas para que os acadêmicos resolvessem todas as questões, o que disponibiliza, em média, 6 minutos por questão. Este valor médio pode ser considerado relativamente baixo para as questões discursivas, mas é provável que os participantes usem menos do que 6 minutos nas questões objetivas, restando mais tempo para as discursivas. O fato de nunca ter sido alterada a duração da prova sugere que não deve ter ocorrido reclamações e que, portanto, o tempo destinado para a resolução da prova deve ser considerado como adequado pelos participantes

Percebe-se, portanto, que quando comparados somente a estrutura da prova, o número de questões por sessão, o número de questões totais e a duração, houve uma homogeneidade quase total nas características dos exames aplicados à área de Educação Física, com uma pequena exceção na prova de 2007.

Tal homogeneidade, porém, não se mantém quando considerado o peso da pontuação atribuído aos componentes geral e específico, o que acarreta uma diferença no escore atribuído a cada questão individual. Nas duas primeiras edições, 2004 e 2007, os componentes geral e específico possuíam pesos de 50% do escore. Após isso, o componente de formação geral passou para 25%, enquanto o específico foi a 75%. Essas informações podem ser consultadas de modo sistematizado no quadro abaixo:

Quadro 2 Peso relativo (%) de cada sessão das provas do ENADE de Educação Física de 2004 a 2017 

Ano Geral Específico Total
2017 25 75 100
2016 25 75 100
2014 25 75 100
2013 25 75 100
2011 25 75 100
2010 25 75 100
2007 50 50 100
2004 50 50 100
Média 31 69 100

Cada sessão possuía pesos relativos atribuídos às questões objetivas e discursivas, conforme o quadro abaixo:

Quadro 3 Pesos relativos (%) dos componentes de cada sessão das provas do ENADE de Educação Física de 2004 a 2017 

Formação geral Conhecimentos específicos
Ano Discursivas Objetivas Discursivas Objetivas
2017 40 60 15 85
2016 40 60 15 85
2014 40 60 15 85
2013 40 60 15 85
2011 40 60 15 85
2010 40 60 15 85
2007 40 60 20 80
2004 40 60 66 34
Média 40 60 22 78

Como é possível constatar nos dados do quadro, houve uma mudança bastante significativa - uma inversão - no peso relativo atribuído às questões discursivas e objetivas da sessão de conhecimentos específicos, levando este componente a ter um peso muito maior na nota final.

Com isso, portanto, ainda que fosse o mesmo número de questões, as pontuações de cada questão individual mudaram, como pode ser consultado no quadro abaixo, em que consta os pesos relativos (em porcentagem) de cada questão:

Quadro 4 Peso relativo (%) de cada questão do ENADE de Educação Física de 2004 a 2017 

Formação geral Conhecimentos específicos
Ano Discursivas Objetivas Discursivas Objetivas Pontuação total
2017 5 1,875 3,75 2,36 100
2016 5 1,875 3,75 2,36 100
2014 5 1,875 3,75 2,36 100
2013 5 1,875 3,75 2,36 100
2011 5 1,875 3,75 2,36 100
2010 5 1,875 3,75 2,36 100
2007 10 3,75 2,5 1,54 100
2004 10 3,75 8,25 (G) - 16,5 (E) 0,47 (G) - 0,94 (E) 100
Média 6,3 2,3 4,7 2 100

Pode-se perceber, desse modo, que com a mudança no peso dos componentes geral e específico das provas, a partir de 2010, passou-se a atribuir maior escore às questões desta sessão. Um outro detalhe a destacar é a subcomposição da sessão de conhecimentos específicos na prova de 2004, com questões gerais (G) e específicas (E).

Um outro ponto a destacar é que apesar de cada questão discursiva ter um peso relativo maior que as objetivas, no somatório total estas possuem maior peso devido à quantidade de questões. Na sessão de conhecimentos específicos, por exemplo, que equivale, atualmente, a 75% da pontuação, somente 15% desta é referente às questões discursivas, enquanto cerca de 85% advém das objetivas. Este fato faz com que as questões objetivas específicas componham a maior parte do escore final obtido pelos participantes, o que indica que se deve dar uma atenção especial a esta subseção na preparação para o exame.

Conteúdo das Questões Objetivas Específicas

Além de editais, o INEP também divulga - a cada edição do ENADE - um manual do exame (PORTAL INEP, 2018). Nestes, entretanto, a única indicação de conteúdo das provas consiste em referenciar as DCNs dos cursos de graduação, que no caso da Educação Física, seria composto por seis dimensões: a) Relação ser humano-sociedade; b) Biológica do corpo humano; c) Produção do conhecimento científico e tecnológico; d) Culturais do movimento humano; e) Técnico-instrumental; f) Didático-pedagógico (MEC, 2018).

Além dessa informação, em seu artigo 3º, este documento também apresenta algumas diretrizes de conteúdo, que deveriam guiar os cursos de graduação e também o ENADE:

A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o movimento humano, com foco nas diferentes formas e modalidades do exercício físico, da ginástica, do jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da dança, nas perspectivas da prevenção de problemas de agravo da saúde, promoção, proteção e reabilitação da saúde, da formação cultural, de educação e da reeducação motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer, da gestão de empreendimentos relacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas, além de outros campos que oportunizem ou venham a oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e esportivas. (MEC, 2018, s.p.)

A respeito do conteúdo das provas do ENADE, portanto, essas são as informações que os participantes têm à disposição para se prepararem, o que pode ser considerado como pouco específico para permitir uma preparação adequada. Por isso, buscou-se analisar os conteúdos das provas para explicitar melhor quais são realmente os conteúdos cobrados e com que frequência.

Estruturalmente, desde o início da aplicação do ENADE para a Educação Física, cada questão objetiva específica foi composta de modo semelhante, apresentando: a) um elemento-base, que pode ser um trecho textual, um gráfico, uma imagem ou algo semelhante, e que fornece subsídios para a questão; b) um enunciado, que apresenta a pergunta que serve de diretriz para assinalar uma alternativa; e, c) cinco alternativas. Em algumas questões utiliza-se o modelo de asserções, que devem ser avaliadas quanto a sua veracidade, enquanto outras questões utilizam um padrão de proposição lógica, na qual deve-se analisar não só a veracidade, mas também a vinculação entre as proposições. Quando há imagem ou algum elemento gráfico, pede-se, comumente que seja realizada uma leitura-decodificação destes. As questões objetivas sempre apresentaram cinco alternativas, das quais somente uma deve ser assinalada.

Para analisar o conteúdo das questões objetivas da sessão específica, foi realizada uma análise de conteúdo temática (BARDIN, 2011) em cada questão das 8 provas aplicadas, totalizando 215 questões analisadas. Como o ENADE de Educação Física passou a ser específico por habilitação desde 2007, realizou-se a análise já separando as provas que foram aplicadas à licenciatura e ao bacharelado. Assim, excluiu-se 18 questões objetivas da sessão específica da prova de 2004 que foram aplicadas indiferenciadamente às habilitações. Com isso, restou rotular um total de 197 questões. Para cada questão atribuiu-se até 3 rótulos. O número de rótulos atribuídos variou conforme o número de temas tratados nas questões.

Da habilitação em Licenciatura foram analisadas 90 questões objetivas específicas, presentes nas provas de 2004, 2011, 2014 e 2017, aplicando-se um total de 145 rótulos - uma média de 1,6 rótulo por questão. Os rótulos foram, posteriormente, agrupados conforme proximidade temática, gerando 19 categorias com múltiplos rótulos. As frequências absoluta e relativa das categorias criadas podem ser consultadas no quadro abaixo:

Quadro 5 Frequências das categorias a partir dos conteúdos das questões específicas objetivas do ENADE de Ed. Fís. - 2004 a 2017 

Rótulos n %
Propostas pedagógicas/ Teorias pedagógicas/ Abordagens pedagógicas/ Prática pedagógica/ Metodologia de ensino/ Didática/ Aprendizagem/ Currículo/ Processos educativos/ Parâmetros Curriculares Nacionais/ Plano Nacional de Educação/ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/ Políticas públicas educacionais/ Projeto Pedagógico/ Diretrizes curriculares/ Formação de professores/ Ed. Fís. escolar/ Objetivos da Ed. Fís. Escolar/ Disciplina escolar/ Gestão escolar/ Conteúdos extracurriculares 59 40,7
Atividade Física adaptada/ Inclusão 11 7,6
Antropologia/ Socioantropologia/ Relações étnico-raciais/ Relações entre gêneros/ Sexualidade e gênero/ Multiculturalismo/ História 9 6,2
Esporte/ Esporte escolar 8 5,5
Mídia/ Uso de tecnologias 8 5,5
Atividade física relacionada a saúde/ Obesidade/ Obesidade infantil/ Fisiologia do exercício/ Anabolizantes 8 5,5
Atuação profissional/ Desenvolvimento profissional 7 4,8
Desenvolvimento humano/ Desenvolvimento motor/ Aprendizagem motora 7 4,8
Antropometria/ Cineantropometria/ Medidas e avaliação/ Avaliação 6 4,1
Experiências corporais diversificadas/ Brincar/ Jogos 4 2,8
Psicologia/ Motivação/ Imagem corporal/ Transtornos alimentares 4 2,8
Biomecânica/ Cinesiologia 3 2,1
Voleibol/ Capoeira 3 2,1
Dança 2 1,4
Metodologia da pesquisa/ Epistemologia 2 1,4
Linguagem corporal 1 0,7
Meio ambiente 1 0,7
Primeiros socorros 1 0,7
Projetos sociais 1 0,7
Total 145 100

Pode-se constatar, portanto, que cerca de 40% dos rótulos aplicados corresponderam à temas considerados pedagógicos, o que caracteriza as provas do ENADE na habilitação Licenciatura em Educação Física como altamente específicas, em vista da futura atuação profissional de licenciados em instituições de ensino.

O segundo tema com maior ocorrência foi relacionado à inclusão e atividade física adaptada, seguidos por uma categoria temática de conteúdos relacionados à grande área dita de Humanas (Antropologia, Sociologia, História, etc.), o que explicita a aproximação histórica que a Educação Física Escolar desenvolveu com esta área, buscando se distanciar da área de biológicas ou da saúde. Juntos, essas três categorias compuseram mais da metade dos rótulos criados, demonstrando que as provas do ENADE de Ed. Fís - Licenciatura foram relativamente pouco diversas nos conteúdos abordados.

Já no Bacharelado, analisou-se 117 questões específicas, presentes nas provas de 2004, 2007, 2010, 2013 e 2016, aplicando-se um total de 181 rótulos - uma média de 1,5 rótulo por questão. Igualmente, após a rotulagem, agrupou-se os rótulos criados de acordo com a proximidade temática, gerando um total de 19 categorias com múltiplos rótulos. No quadro abaixo pode ser consultada as frequências absoluta e relativa das categorias criadas:

Quadro 6 Frequências das categorias a partir dos conteúdos das questões específicas objetivas do ENADE de Ed. Fís. - 2004 a 2017 

Rótulos n %
Atuação profissional/ Ética profissional/ Equipes multiprofissionais 26 14,4
Esporte/ Especialização precoce/ Treinamento/ Iniciação/ Pedagogia do Esporte/ Técnica esportiva/ Olimpismo/ Doping 20 11,0
Prescrição de exercícios/ Medidas e avaliação/ Treinamento personalizado 19 10,5
Atividade Física adaptada/ Inclusão/ Cuidados especiais/ Obesidade/ Síndrome metabólica 19 10,5
Biomecânica/ Cinesiologia/ Postura corporal/ Ergonomia/ Ginástica laboral 18 9,9
Desenvolvimento motor/ Controle motor/ Aprendizagem motora/ Crescimento/ Envelhecimento/ Adolescência 16 8,8
Fisiologia do exercício/ Anabolizantes 15 8,3
Socioantropologia/ Relação entre gêneros/ Mídia/ Violência/ Estereótipos de beleza 9 5,0
Psicologia 6 3,3
Educação Física relacionada a saúde/ Saúde coletiva/ SUS e NASFs/ Política Nacional de Promoção da Saúde 6 3,3
Gestão/ Empreendedorismo/ Organização de eventos 4 2,2
Metodologia de ensino/ Metodologia da pesquisa 4 2,2
Responsabilidade social/ Projetos sociais/ Políticas públicas 4 2,2
Jogos/ Lazer/ Política Nacional de Esporte e Lazer 4 2,2
Atletismo/ Corrida de rua/ Natação/ Skate 4 2,2
Ginástica 3 1,7
Indígenas/ Meio ambiente 2 1,1
Dança 1 0,6
Primeiros socorros 1 0,6
Total 181 100

Pode-se constatar, portanto, que as temáticas relacionadas à atuação profissional apresentaram maior frequência de rotulagem, apesar de não se distanciarem muito da frequência das categorias subsequentes. Os conteúdos relacionados à temática esportiva vieram em segundo lugar, seguidos de temas relacionados à prescrição de exercícios e depois atividade física adaptada. Em quinto lugar, apareceram os temas relacionados à cinesiomecânica. Juntas, estas 5 categorias compuseram a maior parte dos rótulos.

Ressalta-se, entretanto, que quando comparada à Licenciatura, a prova do Bacharelado se mostrou mais heterogênea na tematização, sem o mesmo grau de concentração observado na outra habilitação. A maior diversidade de conteúdos pode dificultar a preparação dos candidatos. Por outro lado, houve, sem dúvida, assim como na Licenciatura, uma especificidade em relação aos conteúdos das questões, ocorrendo um direcionamento conforme as características da atuação profissional esperada para a habilitação em Bacharelado. Isso se deve, provavelmente, pela área de atuação daquela habilitação ser mais restrita e específica, restringindo-se à escola, enquanto nesta há uma maior diversidade de campo de trabalho.

Ainda ao comparar os conteúdos rotulados de ambas habilitações, percebe-se uma recorrência em vários temas, que historicamente foram tematizados e problematizados na área de Educação Física, em detrimento de muitas outras possibilidades temáticas. Essa relativa coesão reflete, em partes, os mesmos vícios observados nos cursos de graduação. Ainda que o ENADE deva se pautar pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Educação Física (MEC, 2018), as dimensões neste documento não determinam especificamente quais conteúdos serão abordados, e, por isso, considera-se que certas tematizações tradicionais nos cursos de graduação e nas provas do ENADE correspondem simplesmente à reproduções históricas ou a outros possíveis argumentos enviesados e contestáveis para a preferência por certos conteúdos, tal como a relevância sociocultural de certas modalidades esportivas ou práticas corporais.

Conteúdo das Questões Discursivas Específicas

Como ressaltado, cada questão discursiva específica possui maior peso relativo do que uma objetiva específica, apesar de grupalmente estas acumularem maior escore devido ao número de questões. Numa questão discursiva, o participante não consegue “chutar” do mesmo modo que numa objetiva. Ainda que não pesem tanto na nota, as questões discursivas específicas contabilizam, atualmente, 7,5% do escore final, o que prejudica consideravelmente o participante que errá-las ou deixar de respondê-las. Por isso, aqueles que desejam se preparar ou ajudar na preparação dos participantes, vale a pena conhecer também os conteúdos que são cobrados nessas questões.

Para isso, analisou-se 24 questões desse tipo presentes nas provas do ENADE de Educação Física de 2004 a 2017. Do mesmo modo que na parte objetiva, também dividiu-se a análise por habilitação. Da Licenciatura, foram analisadas 10 questões discursivas, presentes nas provas de 2004, 2011, 2013 e 2017, enquanto do Bacharelado foram 14, que constavam nas provas de 2004, 2007, 2010, 2014 e 2016. Aplicou-se um total de 64 rótulos - 26 e 38, respectivamente conforme habilitação - o que dá uma média geral de 2,6 rótulos por questão.

No quadro abaixo, pode-se consultar as frequências absoluta e relativa da rotulagem para a Licenciatura:

Quadro 7 Frequências categóricas dos conteúdos das questões específicas discursivas das provas do ENADE de Ed. Fís. - 2004 a 2017 

Rótulos n %
Abordagem pedagógica/ Estratégias pedagógicas/ Prática pedagógica/ Proposta pedagógica/ LDB/ PCNs/ Currículo/ Ed. Fís. Escolar 13 50,0
Práticas corporais/ Cultura corporal do movimento/ Corpo 5 19,2
Desenvolvimento humano/ Aprendizagem 2 7,7
Fisiologia do exercício 1 3,8
Iniciação esportiva 1 3,8
Mídia 1 3,8
Objetivos da Ed. Fís. 1 3,8
Patrimônio cultural 1 3,8
Violência 1 3,8
Total 26 100

Assim como nas questões objetivas, portanto, o conteúdo das discursivas para os cursos de licenciatura foi bastante homogêneo, contabilizando exatos 50% de temáticas rotuladas como concernentes à questão pedagógica. A segunda categoria com maior ocorrência foi relacionada a corporeidade.

Já no quadro abaixo, pode-se observar as categorias temáticas das questões discursivas específicas do Bacharelado:

Quadro 8 Frequências categóricas do conteúdo das questões específicas discursivas das provas do ENADE de Ed. Fís.- 2004 a 2017 

Rótulos n %
Avaliação física/ PSE/ Prescrição de exercícios/ Prevenção/ Aptidão física relacionada a saúde/ Promoção da saúde/ Lombalgia/ Estilos de vida 9 23,7
Esporte/ Treinamento esportivo/ Futsal/ Olimpismo 6 15,8
Abordagem pedagógica/ Prática pedagógica/ Proposta pedagógica/ Metodologias de ensino 5 13,2
Cuidados especiais/ Idoso/ Inclusão 6 15,8
Atuação profissional 2 5,3
Espaços públicos 2 5,3
Lazer/ Brincadeiras 2 5,3
Doping/ Anabolizantes 2 5,3
Desenvolvimento motor/ Atividade física na infância 2 5,3
Antropologia/ Sexualidade 2 5,3
Total 38 100

Também nas questões discursivas, portanto, as provas do Bacharelado apresentaram uma maior diversidade de conteúdos. Neste caso, chama atenção a presença de rótulos temáticos semelhantes à licenciatura por se tratar de questões pedagógicas. Excetuando este fato, pode-se considerar que os demais temas mantêm forte especificidade com os campos de atuação esperados para o bacharel em Educação Física.

CONCLUSÕES

Esta pesquisa objetivou descrever o perfil das provas de Educação Física do ENADE aplicadas entre 2004 e 2017. A análise permitiu concluir que as provas possuiram uma certa homogeneidade e coerência com as especificidades das habilitações profissionais (Licenciatura e Bacharelado). Tal fato permitiu não somente uma fácil descrição do perfil das provas, mas também garante uma boa preparação para aqueles que forem ser submetidos ao exame.

Ainda que a análise de conteúdo temática de Bardin (2011) possua um certo grau de contestabilidade quanto ao rigor científico relacionado à atividade hermenêutica de identificação dos conteúdos, de criação dos rótulos e, também, de critérios para aglomeração dos rótulos para a formação das categorias, qualquer instrumento metodológico e delineamento de pesquisa possui limitações. Nem por isso, entretanto, deixa de ser válido e significativo - dentro dessas limitações - para aqueles que percebem valor nas informações veiculadas e no conhecimento produzido. Neste sentido, o intuito deste estudo foi fornecer informações aos estudantes e docentes, de modo a possibilitar uma preparação adequada para o exame.

Também em vista de melhorar a preparação, uma sugestão interessante de Francisco e Monteiro (2016) consistiria na aproximação dos materiais utilizados pelos professores dos cursos ao que é cobrado no ENADE - tantos em termos estruturais quanto em relação aos conteúdos.

Outra possibilidade seria aplicar aos acadêmicos selecionados para participar do exame as provas de anos anteriores, a título de simulado, para terem contato prévio com a estrutura da prova e das questões, assim como dos conteúdos tematizados em anos anteriores, dado que a análise da série histórica apresentou uma grande homogeneidade.

Por fim, faz-se urgente repensar o papel da avaliação para o Ensino Superior e superar o atual “boicote ao ENADE” - pelos estudantes, pelos docentes e pelos pesquisadores - que acontece em maior ou em menor grau também na Educação Física, na medida em que não se dá a devida importância à esta avaliação. Assim, espera-se que este trabalho enseje mais estudos sobre esta temática nesta área do conhecimento.

AGRADECIMENTOS

Não se aplica.

REFERÊNCIAS

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FINANCIAMENTO Não se aplica.

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM Não se aplica.

APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA Não se aplica.

PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade.

Recebido: 02 de Junho de 2018; Aceito: 29 de Novembro de 2018

Concepção do manuscrito: C. B. Santolin

Coleta de dados: C. B. Santolin, C. D. Kaizer

Análise de dados: C. B. Santolin, C. D. Kaizer

Discussão dos resultados: C. B. Santolin, C. D. Kaizer

Produção do texto: C. B. Santolin, C. D. Kaizer

Revisão e aprovação: C. B. Santolin

CONFLITO DE INTERESSES

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

EDITORES

Mauricio Roberto da Silva, Giovani De Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira.

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