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Motrivivência

versão On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.32 no.61 Florianópolis  2020  Epub 01-Jan-2020

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020.e65923 

Artigo Original

Reflexões, proposições e diálogos com as juventudes: dinâmica pedagógica e curricular da Educação Física no ensino médio

Reflection, propositions and dialogues with youth: pedagogical and curricular dynamics of Physical Education in high school

Reflexiones, proposiciones y diálogos con la juventud: dinâmica pedagógica y curricular de la Educación Física em la enseñanza media

Márcia Cristina Rodrigues da Silva Coffani1 
http://orcid.org/0000-0002-5008-3380

Cleomar Ferreira Gomes1 
http://orcid.org/0000-0003-0451-1011

1Universidade Federal de Mato Grosso - UFMG, Departamento de Teoria e Fundamentação em Educação Física, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil


RESUMO

O trabalho apresenta reflexões sobre o cotidiano escolar das juventudes, suas práticas culturais juvenis em (des) assentimento com os projetos educativos de Educação Física, a partir da investigação qualitativa etnográfica em escolas de Ensino Médio, em Cuiabá-MT. Participaram do estudo professores e “jovens alunos”, que adotou como instrumentos de pesquisa: análise de fontes documentais, observações descritivas e entrevistas semiestruturadas. Assinalam-se ausências e presenças de significações das aulas de Educação Física com a discussão da (in) legitimidade no Ensino Médio e seu “lugar” no projeto de formação cultural das juventudes. Sugerem-se possibilidades para (re) invenção de conteúdos e práticas pedagógicas que valorizem o ensino das práticas corporais a partir da leitura do corpo jovem.

PALAVRAS-CHAVE: Educação física; Ensino médio; Juventudes

ABSTRACT

The work presents reflections on the daily school life of youths, their youth cultural practices in (dis) agreement with the educational projects of Physical Education, based on the qualitative-ethnographic research in secondary schools in Cuiabá-MT-Brazil. Teachers and "young students" participated in the study, which they adopted as research instruments: analysis of documentary sources, descriptive observations and semi-structured interviews. There are absences and presence of meanings of Physical Education classes with the discussion of (in) legitimacy in Secondary School and its "place" in the project of cultural formation of youths. It is suggested possibilities for (re) invention of contents and pedagogical practices that value the teaching of the corporal practices from the reading of the young body.

KEYWORDS: Physical education; High school; Youth

RESUMEN

El trabajo presenta reflexiones sobre el cotidiano escolar de las juventudes, sus prácticas culturales juveniles en (des) asentimiento con los proyectos educativos de la Educación Física, a partir de la investigación cualitativa-etnográfica en escuelas de Enseñanza Media, en Cuiabá-MT-Brasil. Participaron del estudio profesores y "jóvenes alumnos", que adoptó como instrumentos de investigación: análisis de fuentes documentales, observaciones descriptivas y entrevistas semiestructuradas. Se señala ausencias y presencias de significaciones de Educación Física con la discusión de la (in) legitimidad en la Enseñanza Media y su "lugar" en el proyecto de formación cultural de las juventudes. Se sugiere posibilidades para (re) invención de contenidos y prácticas pedagógicas que valoren la enseñanza de las prácticas corporales.

PALABRAS CLAVE: Educación física; Enseñanza media; Jóvenes

INTRODUÇÃO

Convidamos nosso leitor à discussão em torno de reflexões, proposições e diálogos possíveis com as juventudes e as práticas corporais, que possam realçar a dinâmica pedagógica e curricular da Educação Física no Ensino Médio, a partir do retrato do cotidiano ordinário em que se processa a cultura escolar de três escolas (militar, laica e confessional), que oferecem diferentes propostas políticas e filosóficas e organizações pedagógicas de Ensino Médio para “jovens alunos” em Cuiabá-MT.

A investigação tomou por baliza, as realidades das práticas, engajamentos e culturas juvenis das três escolas investigadas, nas quais, se propus a assistir a expressão da teatralidade cotidiana dos fazeres e práticas pedagógicas ordinárias presentes nas escolas, nas aulas de Educação Física e nas relações que tecem com os “jovens alunos” do Ensino Médio, o que fez rejeitar, a pauta de um mero roteiro de apontamentos, que por vezes, engessam o caráter dinâmico das realidades.

Em fidelidade ao “olhar, ouvir e escrever” (OLIVEIRA, 2000), de perspectiva socioantropológica, parece ser mais apropriado customizar com você, uma leitura dialógica, que nos permita aprender as presenças e as ausências de sentidos pedagógicos das aulas de Educação Física no Ensino Médio, sem nos furtar ao desafio de contribuir com a reflexão do estado de (in) legitimidade da Educação Física na sua relação com a educação das juventudes.

O estudo se entrelaça às discussões socioantropológicas “do Corpo, do Cotidiano e da Juventude”, e assim, se atreve a sinalizar mais pistas do que saídas pedagógicas, mais disposições para mudança e transformação pedagógica e curricular para Educação Física no Ensino Médio, do que receitas “românticas” que se julgam como “grandes” reformas pedagógicas (mais do mesmo), que por fim, são mal fadadas.

Movidos pelo respeito às realidades socioculturais, às escolas, aos “jovens alunos” e às dimensões e implicações limitadoras sobre o trabalho pedagógico do professor de Educação Física nas escolas de Ensino Médio, em Cuiabá - MT, é que discutiremos possibilidades para (re) invenção de conteúdos e práticas pedagógicas que valorizem o ensino das práticas corporais a partir da leitura do corpo jovem.

METODOLOGIA

A pesquisa é de abordagem qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994), de perspectiva etnográfico-descritiva (FONSECA, 1999; LÜDKE; ANDRÉ, 1986), se volta à Educação Física no Ensino Médio.

As instituições educativas escolares investigadas foram:

Escola pública “militar” (EM) - sob gerência pedagógica e administrativa da Polícia Militar de Mato Grosso, com 01 aula semanal de Educação Física, no contra turno escolar, com separação de gênero ou mistas.

Escola pública “laica” (EL) - reconhecida pela comunidade cuiabana como uma das mais tradicionais escolas públicas, símbolo de qualidade e organização político-pedagógica e engajamento em ações de mobilização estudantil, com 01 aula semanal de Educação Física no horário regular de ensino, de forma mista.

Escola particular “evangélica” (EE) - é uma instituição particular “confessional”, tratada como obra social da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, que oferece duas aulas semanais, no horário regular de aula, ainda que mistas, ocorre à separação de gênero e professores em função das crenças religiosas.

Em específico, se garantiu “voz” a 03 professores de Educação Física e 24 “jovens alunos”, sendo: 12 “jovens alunos”, da EM; 06 “jovens alunos”, da EE; e, 06 “jovens alunos”, da EL. Divididos em 11 alunas e 13 alunos, sendo 11 alunos com 15 anos; 08 com 16 anos e 05 com 17 anos. Dos quais, 12 eram matriculados no primeiro ano do Ensino Médio, 05 no segundo ano do Ensino Médio e 07 no terceiro ano do Ensino Médio. Em relação, às propostas curriculares pedagógicas houve 08 “jovens alunos” cursantes do Ensino Médio Regular na EE e EL; 12 “jovens alunos” cursantes do Ensino Médio Inovador no EM; 04 “jovens alunos” do curso de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional; majoritariamente 18 “jovens alunos” são vinculados à rede pública de ensino estadual de Mato Grosso e 06 “jovens alunos” a uma escola particular evangélica cristã.

O trajeto metodológico envolveu: revisão literária; análise de fontes documentais como as propostas pedagógicas e curriculares das escolas envolvidas na pesquisa e planos de ensino de Educação Física no Ensino Médio, acrescida da reflexão de regimentos disciplinares e demais documentos oficiais e pedagógicos, quando a especificidade da proposta de ensino se fez oportuna e requerida para compreensão da cultura escolar da instituição educativa; observações diretas in loco participantes das aulas de Educação Física e do contexto cotidiano da escola para descrição do modo como se configurava as rotinas escolares de cada instituição educativa tensionada pelas suas intenções políticas, pedagógicas e culturais, organizadas em diário de campo como notas de campo. As observações foram acompanhadas de registro fotográfico e filmagens para ilustrar “o visto e o apreendido”; entrevistas semiestruturadas com professores (as) licenciados (as) em Educação Física, atuantes no Ensino Médio, que indicaram os “jovens alunos” escutados pela pesquisa, por meio de gravação em áudio, posteriormente transcritas e organizadas em quadros temáticos.

O processo de análise “dos achados” admitiu apreender os fenômenos sociais, textualizando-os em sua trivialidade do cotidiano, inscrevendo-os numa proposição de foro narrativo dialógico e epistemicamente relativista, ao empregar a triangulação de dados em perspectiva socioantropológica. O que permitiu compor um retrato dos “jovens alunos” em sua condição juvenil e as redes de significações que estabelecem com as propostas filosóficas e pedagógicas de suas escolas e Ensino Médio, e que agregam sentidos socioculturais à condição de jovem, ao fazer parte da cultura juvenil e escolar.

ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS ACHADOS DE PESQUISA

As análises dos marcadores sociais que tencionam as condições juvenis dos “jovens alunos” do Ensino Médio permitiram ilustrar um retrato compreensível e multifacetado sobre “quem são” e como “(con) vivem” os “jovens alunos”.

Descreveram-se as variáveis societais (PAIS, 2009), que caracterizam as condições sociais, culturais e econômicas dos “jovens alunos”, a fim de visualizar “iconografias dos jovens” urbanos e alunos das escolas de Ensino Médio, em Cuiabá - MT, como condição fundamental para o exercício de autocrítica sobre os limites das práticas de ensino da Educação Física junto aos “jovens alunos”, e assim, perspectivar possibilidades para intervenções pedagógicas do professor de Educação Física no Ensino Médio.

Importou compreender os elementos da cotidianidade estética e da condição e engajamentos juvenis, sem com isso, adotar generalizações que ofusquem as singularidades sociais, mas que realcem as proximidades, distanciamentos e hibridismos presentes nos modos de vida, nas práticas das culturas juvenis e na socialização dos jovens, em intersecção com a escola de Ensino Médio e as aulas de Educação Física.

O que implicou em retratar os “jovens alunos” do Ensino Médio na sua condição juvenil, a partir da compreensão dos processos estruturantes da vida social, envolvendo as condições sociais e culturais particulares de cada agrupamento, que permitiu compreender as situações de vida dos jovens, na contemporaneidade, e suas práticas culturais e condições de aprendizagem e expectativas em relação à escola, ao Ensino Médio e a Educação Física.

Constatou-se a existência de uma condição juvenil no Brasil, resultado das mutações nos processos mais amplos de socialização (DAYRELL, 2007). O jovem que chega às escolas públicas, na sua diversidade, apresenta práticas sociais e um universo simbólico diferente das gerações anteriores. Assim, assume importância o estudo dos grupos e culturas juvenis, em que os jovens “dentro” ou “fora” da escola compartilham saberes e aprendizados, organizados em torno de atividades esportivas, religiosas, formativas, políticas, artísticas e outras. No caso desse estudo, interessou investigar a cultura escolar em intersecção com as culturas e redes de socialidades juvenis, as formas de recriação do espaço escolar pelos jovens numa sociedade escolar dos jovens, que é organizada por um complexo de forças da sociedade de adultos.

Compreender o “jovem aluno” que habita o Ensino Médio, de um ponto de vista socioantropológico, é uma tarefa fundamental à escola - rural ou urbana; de pequeno ou grande porte - aos gestores de ensino e professores, como condição para (re) pensarem a função e pertinência dos saberes curriculares e práticas de ensino, a partir do conhecimento dos espaços, situações e relações de socialização, pelos quais, esses jovens circulam, produzem e compartilham valores e saberes, que trazem para a escola e interferem nas relações entre professores e alunos; e no tensionamento das relações da cultura juvenil e cultura escolar.

O aprofundamento das questões diagnosticadas sobre as condições juvenis dos “jovens alunos” do Ensino Médio, que se mostraram latentes, imbricadas e incidentes sobre o estudo foram organizadas em temáticas denominadas de: os “jovens alunos” das escolas de Ensino Médio em Cuiabá-MT; os jovens, a escola e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s); os jovens em tensões identitárias: religiosidade, moralidade e sexualidade; representações e expectativas dos “jovens alunos” do Ensino Médio sobre a escola e a Educação Física.

Os “jovens alunos” das escolas de Ensino Médio em Cuiabá-MT

As análises que constituem o perfil socioantropológico dos “jovens alunos” das escolas de Ensino Médio em Cuiabá-MT se inspiraram na compreensão, de que há um conjunto de situações e práticas minúsculas, que constituem o terreno da cultura e civilização, como no jogo das aparências, nos pequenos momentos festivos, nas deambulações diárias, nos lazeres, que não podem ser mais considerados como elementos frívolos da vida social. Há uma autonomia das formas banais de existência, que numa perspectiva utilitária ou racionalista, não tem finalidade, mas que não deixam de ser plenas de sentido, mesmo se esse se esgota in actu (MAFFESOLI, 1996). Enquanto exprimem as emoções coletivas constituem uma “centralidade subterrânea”, um irreprimível “querer viver”, que convém analisar, se o desejo for compreender os jovens e as práticas e engajamentos culturais juvenis e a relação com a escola e o Ensino Médio.

As investigações indicaram que os “jovens alunos”:

Possuem famílias - tendem a continuar sob tutela dos pais ou familiares mais próximos até o término da escolarização básica - e moradias fixas em Cuiabá ou Várzea Grande. Em específico, os “jovens alunos” da EM são oriundos diretos ou indiretos de famílias com membros nas polícias militares; os “jovens alunos” da EE, são oriundos de famílias evangélicas, seja da Igreja Evangélica Assembleia de Deus ou outra congregação religiosa, que compartilham o cristianismo evangélico;

Utilizam prioritariamente o transporte coletivo público (ônibus) para irem e virem da escola, enquanto que, os “jovens alunos” da EE, utilizam o transporte particular (carro) com maior incidência. Para os “jovens alunos” que se deslocam por meio de transporte coletivo público, notou-se que esse fato é desencadeador de uma situação de maior independência e autonomia na circulação pelo espaço citadino;

São moradores de bairros urbanos de Cuiabá, o que não permite qualificá-los como iguais, pois há aqueles que moram em pontos periféricos e centrais do complexo urbano, marcados por diferentes realidades sociais e culturais de acesso aos bens e serviços básicos de saúde, segurança pública, educação, lazer, cultura, entre outros. As distâncias e as localidades geográficas delimitam material ou simbolicamente espaços e lugares sociais distintos usufruídos desigualmente pelas juventudes;

Frequentam as escolas com assiduidade, bem como, as aulas de Educação Física no Ensino Médio, seja no turno ou no contra turno escolar; apresentam uma situação escolar regular (inexistência de abandono ou interrupção temporária dos estudos), no que se refere, à relação idade e série esperada. O levantamento estatístico do atendimento educacional nas escolas investigadas não evidenciou o problema da defasagem série e idade, apontado como um desafio brasileiro a ser enfrentado na universalização e democratização do Ensino Médio, bem como o aumento do tempo de escolaridade;

Não são “jovens alunos trabalhadores,” mas há aqueles que se responsabilizam pelos cuidados dos irmãos menores, ajudam os pais no contra turno escolar e colaboram nas tarefas domésticas em suas casas. Há também, aqueles que tiveram ou tem experiências profissionais em empregos juvenis. O que nos faz aceitar que a juventude brasileira não pode ser caracte rizada pela moratória em relação ao traba lho, como é/foi comum nos países europeus (DAYRELL, 2009a; 2009b);

Por não exercerem atividade econômica rentável, as despesas (de estudo e consumo) são custeadas pelos familiares, que desejam que o jovem prolongue seus estudos em nível universitário, por admitirem que a qualificação profissional seja condição para sucesso na socialização do trabalho. Sobre esses “jovens alunos” suas famílias depositam enormes expectativas sobre o futuro;

Os “jovens alunos” investigados dispõem de retaguarda familiar, instituição protetora social e econômica do jovem. O que não significa que essas famílias vivam uma situação econômica sossegada;

São oriundos de diferentes estratos sociais, econômicos e comunitários, e não podem ser caracterizados num quadro de acentuada precarização social;

O Ensino Médio, no período matutino, é habitado por “jovens alunos” que não conciliam as demandas de trabalho e estudo concomitantemente. Há que se destacar que não desempenham atividade produtiva financeira para promover total ou parcialmente o seu sustento ou das suas famílias, diferente da realidade de tantos “jovens alunos” trabalhadores do Ensino Médio Noturno;

Não se encontram em relação com a parentalidade juvenil, apesar da evidente presença de “jovens mães”, alunas do Ensino Médio, avistadas no cotidiano das escolas investigadas;

Se declararam solteiros, em alguns casos, com relacionamentos amorosos sérios como namoros duradouros, com parceiros (as) que estudam na mesma escola e/ou na mesma faixa etária;

Não estão em conflito com a lei ou que se perceba em situação de risco ou vulnerabilidade social; ou que, parecessem compartilhar códigos da cultura da criminalidade, na posição de vítimas ou produtores de violências e incivilidades;

São participantes ou não de grupos juvenis com engajamento religiosos como no caso dos jovens da EE, que exercem funções de regentes ou tocam instrumentos musicais aplicados aos cultos evangélicos;

Em relação aos inventários dos usos dos tempos juvenis e o lugar das práticas corporais, se mostram engajados em situações extraescolares, em equipes esportivas juvenis de Karatê e Futebol; são praticantes de Vôlei, Boxe, Jogos Eletrônicos, em seu tempo livre; ou, são frequentadores de acadêmicas de ginástica e musculação; participam de grupos juvenis que se reúnem para praticar Skate, Patins, Dança Break;

Entre as profissões futuras não há interesse pela docência. Questiona-se se a escola e a sociedade não têm despertado nos jovens a identificação com a docência como profissão;

Em relação às atividades e ocupações extraescolares, não encontramos “jovens alunos” que nos informassem estarem engajados em ações de organizações filantrópicas, como clubes de serviços ou ações de mobilização cidadã e solidária, ou organizações políticas e partidárias, nem mesmo com o grêmio estudantil;

Ao se preocuparem com o tempo “futuro” acadêmico e profissional, se envolvem em cursos técnicos preparatórios para o mercado de trabalho, como programação de web em instituições como SENAI; cursos de Informática; cursos preparatórios de carreiras militares como a Aeronáutica; e em Línguas Estrangeiras; ou até mesmo cursam no contra turno escolar cursinhos preparatórios para o ENEM ou vestibular, em escolas particulares;

No caso, dos “jovens alunos” da EE, seus engajamentos juvenis são tensionados pela condição religiosa, assim desempenham as funções de líder de crianças e regente conselheira na igreja, curso de viola de arca, entre outras;

Os “jovens alunos” do EM e EL se apresentam como frequentadores mais assíduos de centros de consumo e lazer urbano como shopping centers, casas de shows, cinemas, entre outros, em relação aos “jovens alunos” da EE que procuram usufruiu de experiências de lazer relacionadas aos parques públicos, encontros familiares;

São usuários assíduos de tecnologias da informação e comunicação, principalmente, os celulares. Certos de que, o acesso aos artefatos tecnológicos é irregular e determinado pelas condições econômicas das famílias brasileiras, ou seja, há uma hierarquia do acesso, mas inegavelmente, difundida entre os “jovens alunos” e seu consumo generalizado na contemporaneidade.

As reflexões apontadas permitiram avistar um quadro geral dos contextos sociais, econômicos e culturais, dos “jovens” e das “juventudes” que habitam as escolas de Ensino Médio, na Grande Cuiabá-MT. Como também, “[...] os limites e as possibilidades com os quais constroem uma determinada condição juvenil” (DAYRELL, 2007, p. 1108).

A partir do diálogo estabelecido com os “jovens alunos”, em sentido horizontal, foi possível ter “[...] acesso ao mundo conceptual no qual vivem os nossos sujeitos, de forma a podermos, num sentido um tanto mais amplo conversar com eles” (GEERTZ, 2008, p. 19). Uma pluralidade de “histórias” sobre trajetórias juvenis e estudantis de (in) sucesso escolar foram contadas pelos “jovens alunos” e seus professores, que mostraram as várias “juventudes”, que se encontravam, se cruzavam e se mesclavam no cotidiano das escolas de Ensino Médio e das aulas de Educação Física.

O que fez aceitar que, a juventude é um momento de transição (aproximação, confronto, rejeição, afirmação) entre velhos e novos padrões de passagem para vida adulta, que não segue sequências lineares, tais como: entrada e saída na escola, início da vida sexual, casamento, nascimento de filhos, etc. (BRASIL, 2014).

A juventude é uma etapa do ciclo da vida marcada pela transitoriedade, em que se delineiam trajetórias para a vida adulta. Além disso, o que não se pode ignorar é que estamos a falar dos jovens! Portanto, “[...] amam, sofrem, di vertem-se, pensam a respeito das suas con dições e de suas experiências de vida, posi cionam-se diante delas, possuem desejos e propostas de melhorias de vida” (DAYRELL, 2007, p. 1109).

O que implica em revisar a herança social da juventude como bloco genérico em direção à compreensão da juventude como categoria heterogênea vinculada ao universo sociocultural em que se encontra (GOEDERT, 2005).

Esses aspectos revelam que para cada um dos sujeitos alunos do Ensino Médio - meninos e meninas; homens e mulheres; trabalhadores e não trabalhadores; moradores de grandes e pequenas cidades ou da zona urbana e rural - com concepções e experiências de vida próprias e singulares, a escola e seus componentes curriculares e práticas pedagógicas se estabelecem e terão sentidos e significações diferentes para o projeto individual e coletivo de vida desses sujeitos. Enfatiza-se que não foi possível abordar todas as dimensões que constituem a condição juvenil, mas tal como, Dayrell e Carrano (2014) compreendeu-se que os dados do perfil pessoal dos “jovens alunos” são as chaves analíticas, que podem contribuir para que possamos juntos elaborar conhecimentos a respeito do jovem e da jovem estudante que frequenta a escola e o Ensino Médio.

O conhecimento da realidade social e cultural do “jovem aluno” auxilia na aproximação do mundo da escola do mundo do jovem, como pareceu ser a vontade da EL. O que colabora na revisão da concepção estigmatizada e hegemônica de que o jovem é um sujeito-problema, potencialmente delinquente, uma ameaça para a ordem social, segundo o enfoque sociológico funcionalista e geracional, que parece animar a EM. Ou, que jovem é individualista e hedonista, comparando as gerações do passado e os jovens de hoje, querendo assegurar a reprodução de valores e práticas, que promulguem a continuidade do código cultural, de fundo religioso, como na EE. Como também, da concepção de juventude como única e homogênea ao assumir a acepção de pluralidade das juventudes como construção social, em tempos e espaços específicos.

Assumiu-se neste trabalho, o conceito de juventude na perspectiva sociológica das diversidades, que envolve a compreensão das dificuldades e as carências da vida social e cultural dos jovens, bem como valoriza as diferentes condições juvenis.

Tem-se assim, a possibilidade de contribuir para construção de um ambiente escolar, no qual os “jovens alunos” se sintam como pertencentes àquele universo agregador e tolerante às diversidades juvenis. O que parece ser uma condição latente para que a escola possa (re) pensar suas práticas e currículos, ao atender os desafios postos pelas juventudes sobre “[...] as tensões e ambiguidades vivenciadas pelo jovem, ao se constituir como aluno num cotidiano escolar” (DAYRELL, 2007, p. 1107), que precisa considerar a condição juvenil.

Os jovens, a escola e as tecnologias de informação e comunicação (TIC’s)

As incursões às escolas investigadas, com destaque a EL, apontaram interfaces entre “Jovens e Mídias”, como um achado impossível de ser ignorado, por uma investigação que se alinha às “Culturas Escolares e Linguagem”, por dizer muito sobre o universo juvenil na contemporaneidade, incluindo repercussões sobre os “modos de ser, pensar e agir” e as redes de socialidades (re) construídas pelos jovens, a partir do uso das “novas” tecnologias de informação e comunicação (TIC´s), que indicam a mudança do paradigma mecânico e analógico da modernidade para o informático e digital da pós-modernidade (SIBILIA, 2002) e a relação de conexão entre as TIC’s e culturas juvenis (des) conectadas da cultura escolar.

A disseminação das TIC’s e o uso da internet estão articulados às mudanças e transformações profundas sobre os modos de socialidade juvenil na contemporaneidade, com a modificação das relações de espaço e tempo, em função do acesso instantâneo a qualquer tipo de informação e em qualquer parte do mundo. Por exemplo, a formação de novas amizades ou grupos de amigos entre os jovens, não requer mais o encontro físico dos corpos e nem se limita ao contexto da escola e de seu bairro. Por outro lado, o mundo cibernético revela armadilhas em relação aos conteúdos veiculados na “net”, para o qual, os “jovens” podem ser “presas” fáceis de redes de exploração sexual infanto-juvenil (prostituição, pedofilia, tráfico internacional de pessoas, etc.), de tráfico de drogas, de grupos racistas e antissemitas, que apregoam a intolerância religiosa e até mesmo o terrorismo, ou que induzem o consumo e uso de substâncias lícitas (álcool e fumo) ou ilícitas como anabolizantes e drogas sintéticas e demais entorpecentes.

O espaço cibernético permite aos jovens estabelecerem relações de nomadismo virtual, de forma que qualquer um se torne onipresente em múltiplos lugares virtuais como comunidades, fóruns e chats, e demais outros canais virtuais, “[...] falando sobre os mais varia dos temas e esses novos fluxos culturais en tre as nações e o consumismo global certa mente criam possibilidades de subjetivações identitárias” (GARBIN, 2009, p. 31). Essas são expressões que revelam o processo de desterritorialização das identidades fixas para formas de identificação expressas em estilos juvenis.

Maffesoli (1996) enfatiza o fato de que as tecnologias de informação e comunicação trazerem consigo novas formas de consumo dos conteúdos comunicacionais e a junção de novos laços entre as pessoas. A cibercultura revela valores, conhecimentos e práticas compartilhadas pelos jovens. É evidente o uso disseminado das TIC’s entre os “jovens alunos” do Ensino Médio, nas escolas investigadas, mesmo que ocorra o cerceamento na EM. Com destaque, dos telefones celulares ou das próteses auditivas representadas pelos Ipods, MP3, etc.

Os cotidianos escolares da EL e EE, exceto a EM, são marcados pelo ir e vir de “jovens alunos” e seus aparelhos móveis de telefonia acompanhados de fones de ouvido, que diferem apenas no nível de (in) visibilidade, no seu uso ou desuso em sala de aula e nas formas estilosas que cada jovem imprime sobre seu aparelho celular.

Denota-se um processo de individuação dos “jovens alunos” sobre os celulares, com assento no desejo de personalizá-los (marcar com a minha cara!) seja com: capas de diferentes cores sendo algumas muito extravagantes; aplicação de adesivos de personagens infantis, heróis em quadrinhos, símbolos futebolísticos; a incorporação de imagens de elementos midiáticos, com os quais, “os jovens querem ser reconhecidos e se reconhecem”, o que faz considerar, o aparelho celular dos jovens como expressão singular de repertórios e subjetividades culturais que denotam formas de identificação (MAFFESOLI, 2011) contemporâneas, que permeiam o “mundo jovem”.

O uso do celular (cada vez menos para telefonar!) é um prática sociocultural entre os “jovens alunos”, que estão sempre em troca de informações com alguém ou algo que está na web e nas redes sociais, que não pode esperar (nem mesmo o término da aula!), pois há uma latente prioridade de atualização do diário de mensagens recebidas por canais de aplicativos de mensagens, como também, as músicas, os sons, os jogos eletrônicos, as fotos digitais fixas e em movimento, entre outros usos. “Tudo está lá, na net! Assim, como dizem os jovens”.

Os jovens (re) produzem um mundo de “escrita de si” nos canais digitais (o que para as gerações anteriores era feito, principalmente, em diários e relicários com papel e tinta). As narrativas do “eu” são expostas nos diferentes aplicativos de mensagens e redes sociais, de forma que, as fronteiras entre o privado e o público, que se constituíam em esferas intransponíveis na modernidade são diluídas e subvertidas na pós-modernidade e o presente “presentificado”.

Estamos diante de “jovens alunos” que convivem “[...] desde a infância, com a televisão, e que não consegue imaginar o mundo sem TV, sem computador, sem inter net, sem chats, sem sites, sem celulares” (GARBIN, 2009, p. 33).

O desenvolvimento tecnológico-científico criou múltiplas TIC’s, em que se (re) produz novos padrões culturais de relacionamento entre as gerações. As formas de socialidades juvenis na contemporaneidade suprimem as interações face a face e põem em suspensão a presença física dos interlocutores (mensageiro e receptor) num mesmo espaço geográfico para o compartilhar comunicacional (a mensagem) em rede virtual. Ou, até mesmo do jogo de vídeo game em salas virtuais, que agregam jovens e possivelmente, “não jovens”, para jogar, cada um da sua casa. Assim, a imagem de todos sentados em torno da televisão, na casa de um amigo ou vizinho, para jogar vídeo game nintendon, uma novidade das décadas passadas, é cada vez mais rara. Assim como, os fliperamas que cederam lugar as lan houses, aos tablets.

Resulta dos usos dos celulares, trocas simbólicas sempre eletivas, que lhes permitem um “estar-junto” virtual, uma multiplicidade de vínculos sociais em que se processam encontros e relações de amizades, namoros, desafetos...

Os jovens se agrupam, se amontoam, em rodas, sentados ou em pé, nas escadarias, pelos corredores, nas cantinas, nas quadras, das escolas investigadas, com exceção à EM, para se aglomerar para selfs, para acessarem os aplicativos de mensagens, que garantem ao jovem se inserir, participar, criar e excluir grupos sociais que expressam gostos e preferências cada vez mais “voláteis”.

O que outrora, era representado pela imagem do “jovem aluno”, portando, um aparelho microsystem, a caminho ou no “espaço” da escola, na contemporaneidade cedeu lugar, aos smarthphones. Essas imagens que há tempos caracterizam as formas de socialidades dos “jovens alunos” em escolas, na contemporaneidade, se mostram reconfiguradas pela presença dos celulares, que configuram como elementos simbólicos da estética juvenil.

As análises sobre o perfil cultural e social indicam o interesse dos “jovens alunos” investigados por essas formas de informação e comunicação para se manterem “conectados” ao mundo. O segmento jovem tem grande familiaridade com os aparatos tecnológicos de informação e comunicação, expressões da Geração@, Geração Zapping ou Geração Net e a cibercultura.

Há que se reconhecer como o cotidiano jovem é marcado pelas TIC’s, imbricado a isso, os jovens são “herdeiros” de uma forma de linguagem verbal que adota expressões como “Tipo assim”, “Zueira” e “Partiu” para explicar tudo. Do ponto de vista da escrita, é “[...] abreviada, sincopada, com repe tição de letras, repetição de palavras, com códigos próprios dos internautas, recheada de emoticons” (GARBIN, 2009, p. 35).

As reflexões concordam que a escola de Ensino Médio demanda estabelecer diálogos entre o “jovem aluno” do Ensino Médio e as TIC’s, ao potencializar esses aparelhos tecnológicos, enquanto artefatos culturais para aprendizagem, discutindo formas possíveis de articulá-los ao cotidiano da sala de aula (DAYRELL, 2009a).

Um primeiro passo é (des) construir o imaginário social que estigmatiza a aplicação escolar das TIC’s, por salientar o “jovem aluno” como receptor passivo das mensagens midiáticas. Sem reconhecer, que este possui a possibilidade de ressignificar sentidos a partir da leitura crítica do conteúdo acessado em redes virtuais. Aceitamos a proposição “certoniana” de que os jovens podem aproveitar estes instrumentos como táticas de reflexão crítica da realidade social (CERTEAU, 1995).

Além disso, há que se reconhecer que as TIC’s se apresentam como potencial “lugar” de mediação, emancipação e criatividade de (re) significação de saberes, que apreendidos de forma pedagógica pela escola podem desencadear um “diálogo horizontal entre escola e jovens alunos”.

Está posto o desafio aos professores e gestores de ensino, em repensar pedagogias que aproveitem as TIC’s, como “[...] condição necessária para operar nesses novos tempos e espaços em que expressividades juvenis são constan temente (re) inventadas” (GARBIN, 2009, p. 38).

No caso da Educação Física, as TIC’s - para além do discurso “raso” e “infesto” que “demoniza” seu uso como fonte de todo vício em relação ao sedentarismo podem ser potencializadas como recursos pedagógicos ao serem aplicadas na produção de pesquisas temáticas, com a produção de documentários sobre, por exemplo, a realidade dos espaços de lazer nos bairros de moradias de grupos de “jovens alunos” (condições das instalações, manutenção e uso), com a produção de pequenos vídeos e entrevistas com pessoas da comunidade (autoridades públicas, líderes comunitários e usuários), que podem contribuir para desmistificar e denunciar realidades de abandono pelo poder público e a ineficiência de políticas de gerenciamento de espaços públicos e comunitários de lazer, aproximando-os da compreensão crítica do quão são diversas e desiguais as “[...] formas de viver e experimentar a vivência do tempo de juventude em nosso país” (CARRANO, 2007, p. 04) e lhes despertando para participação política e cidadã juvenil.

Assim, concebe-se o impacto do ato de explorar via recursos midiáticos (com filmagens) os espaços de lazer no bairro e o entorno da escola, localizando praças com academias ao ar livre (por quem e em que horários são mais utilizadas); a (in) existência de rampas para skate, bike, patins, que possam atender as culturas juvenis; ginásios e campos esportivos destinados à comunidade; usos de espaços comunitários para reuniões de grupos juvenis de dança, capoeira, entre outros. O que pode revelar usos majoritários de grupos “outsiders e estabelecidos” (ELIAS; SCOTSON, 2000) que opõem o “nós” e “eles”, que podem mobilizar a discussão nas aulas de Educação Física com as juventudes sobre: o sentido do lazer e das práticas corporais e o refletir crítico da condição humana; o “lugar” das práticas corporais ligadas à cultura corporal popular (capoeira, basquete de rua, dança de rua, break ou tradicionais como siriri) na sua comunidade.

Tem-se a chance de produzir Mostras do Conhecimento com exposição dos documentários em vídeos, editados pelos “jovens alunos”, nas salas de informática das escolas, e que no caso da EL, pode ser uma ação do curso de Ensino Médio Técnico em Informática. Há assim, a possibilidade de se explorar as mais variadas temáticas, a serem compartilhadas com a comunidade escolar presencialmente em exposições orais, em sessões de exibição de filmagens ou nas páginas eletrônicas mantidas pelas escolas.

Os jovens em tensões identitárias: religiosidade, moralidade e sexualidade

Os “jovens alunos” do Ensino Médio nas suas socialidades cotidianas nas escolas investigadas são “acometidos” por tensões identitárias, como as religiosas, as grupais, de afirmação da sexualidade, intra e intergeracionais, entre outras, que envolvem seus cotidianos “dentro” e “fora” da escola e expressões de pertencimento social. O que influencia e repercute em outros aspectos das vidas, dessas moças e rapazes, com variadas inserções sociais, como: padrões de consumo e estética; perspectivas de gênero; relações e experiências afetivas e sexuais; etc.

As práticas, as significações e as trajetórias afetivas e sexuais dos “jovens alunos” pareceram ser pautadas majoritariamente na heterossexualidade. É importante frisar, que esses “jovens alunos” se encontram num período específico de suas vidas - de maturação física, psicológica e social -, em que a sexualidade aparece - para uns mais cedo e para outros mais tardiamente - como uma nova possibilidade de vivência (CARVALHO; SOUZA; OLIVEIRA, 2009).

Os jovens estabelecem e se envolvem no cotidiano das escolas em situações de contatos corporais, referendados ou não por relações afetivas de namoro ou “ficar” em maior evidência na EL, se correlacionarmos aos jovens que habitam as EM e EE. O que pareceu ser, em certa medida, contingenciado pelo projeto disciplinador de moralidade da escola civil - militar ou pela orientação religiosa recebida pelos “jovens alunos” na escola, na igreja e em suas famílias, sem desvalorizar os demais contextos sociais.

Suspeitou-se que a sexualidade seja um objeto de tensionamento da ou pela orientação disciplinar militar e religiosa, pois nas EM e EE parecem aflorar “[...] scripts femininos e masculinos na configuração de experiências afetivo-sexuais” (CARVALHO; SOUZA; OLIVEIRA, 2009, p. 241, grifo dos autores), que possuem “[...] por fundamento o substrato relacional e hierarquizado da vida social” (CARVALHO; SOUZA; OLIVEIRA, 2009, p. 241). Mesmo que tenhamos percebido, entre esses “jovens alunos”, situações de fraca filiação religiosa, assim como, de um tipo de compromisso bastante efetivo em determinados casos.

Rohden (2005) indaga sobre o grau de influência da religião sobre as representações e práticas dos jovens em relação à sexualidade. Alerta que os pentecostais não compartilham uma única moralidade de tipo “fundamentalista”, “restritiva” ou “conservadora” no que se refere à sexualidade.

Há que se reconhecer o “peso” das socializações familiares sobre o jogo das reproduções sociais, neste caso, das condições morais religiosas. No caso, dos “jovens alunos” da EE parece ser evidente que a sua condição religiosa é incidente e cuidadosamente aprendida no cerne de suas famílias, que professam o código religioso pentecostal, reafirmado pela Igreja, para que estreitem seus modos de viver às questões afetivo-sexuais, pautados na divisão rígida entre masculinidade e feminilidade, o que pode se constituir num elemento problemático e constrangedor para um “jovem aluno” que não se “encaixa”, nessa perspectiva, por assumir uma “escolha homossexual” ao ocupar o cotidiano dessa escola. Ou ainda, “silencia” as discussões que rejeitam o papel submisso da mulher em relação ao homem.

Na EL é inegável a presença e a visibilidade de modos plurais dos “jovens alunos” vivenciarem, de forma velada ou explícita, suas experiências afetivas que extrapolam as relações heterossexuais, e que indicam que a aula de Educação Física e seus professores precisam rever “práticas cristalizadas” de divisão de equipes, que não podem ser mais trabalhadas de forma polarizada em feminino ou masculino, ou na escolha de determinadas práticas corporais para meninos e meninas.

Na EL temos a aula mista de Educação Física com a divisão de grupos e equipes definidas pelos próprios “jovens alunos”. Na EM, temos a possibilidade da aula mista, mas que na EE, se mostrou apartada entre meninos e meninas, para a qual, não se cogita outra possibilidade, em função da rígida “Doutrina de Conservação do Corpo” professada pela orientação religiosa evangélica cristã.

A pesquisa identificou que há a coexistência de uma moralidade tradicional em relação às questões sexuais e afetivas, pautada na nomeação social do que é ser feminino e masculino. Este é o caso da EE com destaque para a imputação de regras sociais para controle da sexualidade e adequação do comportamento, principalmente, das meninas. Em paralelo, a assunção de novas práticas afetivo-sexuais, de perspectiva homossexual, evidenciadas na escola EL, que revelam ambiguidades nos processos de iniciação sexual e amorosa das juventudes.

Instaura-se assim, uma demanda para escola, gestores de ensino, professores de diferentes componentes curriculares, entre eles, a Educação Física, que seja o trato com as questões de sexualidade, corpo e gênero relacionados às juventudes. Em destaque, “[...] contextualizar as práticas sexuais e reprodutivas a partir de suas determinações sociais e dos horizontes éticos e normativos que as orientam” (CALAZANS, 2005, p. 217). O que inclui, por exemplo, a discussão da assunção de novos padrões culturais de relacionamentos entre as gerações, que não se restringem unicamente ao namoro e casamento, sendo mais “voláteis” como o “ficar” e os riscos sociais envolvidos em comportamentos sexuais e amorosos menos instáveis, como também, a revisão de concepções cristalizadas de separação de meninos e meninas nas aulas de Educação Física que se justificam em nome da performance corporal e das implicações biológicas, mas que “no fundo das aparências” (MAFFESOLI, 1996) há mesmo uma visão socialmente cristalizada que referenda “lugares” diferentes para homens e mulheres, ainda presentes na contemporaneidade.

Representações e expectativas dos “jovens alunos” do Ensino Médio sobre a escola e a Educação Física

A partir da interação observativa aos universos escolares é que se desenvolveu um diálogo aberto e horizontal com os “jovens alunos”, complementada por conversas informais no espaço das escolas, nos recreios, ao final das aulas, pelas quais, foi possível conhecer as representações dos “jovens alunos” sobre as contribuições e (in) coerências pedagógicas presentes nas escolas investigadas, que afetam as relações e expectativas dos jovens com a escola, o Ensino Médio e a Educação Física e seus projetos de vida.

Os jovens compreendem como importante o “lugar” da escola em suas vidas, vinculando-a as possibilidades promissoras de futuro sucesso profissional, social e financeiro na vida adulta; remetem latentes expectativas, relacionadas à socialização para o mundo do trabalho. A escola não é representada como “espaço” e “tempo” em que se (re) elaboram socialidades e se constroem subjetividades individuais e coletivas.

É sintomático e incômodo, o fato rechaçado nas representações dos “jovens alunos”, que tensionados pela condição de jovem que se preparada, para tão logo, assumir o trabalho ou o Ensino Superior, a Educação Física como uma disciplina que lhes parece inútil, por não produzir um conhecimento socialmente válido e contributivo para a socialização do mundo do trabalho para esses “jovens alunos” ou em função do rol de conteúdos não contribuir diretamente com o desempenho nos exames de entrada para o Ensino Superior. Uma situação agravada pela aula de Educação Física que se faz na sala de aula, para a qual, os “jovens alunos” sabem dizer menos ainda sobre as suas serventias.

O currículo e as práticas pedagógicas da Educação Física no Ensino Médio parecem pouco tematizar os anseios e as preocupações dos “jovens alunos”, em relação ao trabalho e continuidade dos estudos - quando se faz a discussão de temáticas possíveis para o ENEM, o faz de maneira apressada e desinteressada, ou aprisiona os alunos em sala de aula para “nada”, como é o caso da EL e EE - e os elementos estéticos das culturais juvenis.

Ressalta-se que a Educação Física na EM, mesmo tensionada pelo regime disciplinar militar, promove quebras nas rotinas das suas aulas para participação de convidados que oferecem aulas temáticas de ginástica e dança. Além disso, incutiu no cotidiano da EM, a capoeira como oficina pedagógica da proposta de Ensino Médio Inovador. Desenvolve com os “jovens alunos” oficinas de jogos de mesa com a comunidade do bairro. O que permitiu uma melhor avaliação dos “jovens alunos” sobre a Educação Física que ali se faz.

As contradições e distâncias das realidades de ensino permitem pensar que as aulas de Educação Física no Ensino Médio poderiam propor discussões sobre o eixo “Corpo/consciência corporal e Trabalho”, ao incluir a tematização crítica: da construção histórica do corpo, que resultou na dualidade corpo e mente, com a valorização do trabalho intelectual nas sociedades humanas; a discussão sobre qualidade de vida, saúde e trabalho; trabalho e lazer como direitos sociais; o papel das práticas corporais nas diferentes fases da vida; entre outras. Vislumbram-se debates interdisciplinares com contribuições das disciplinas de Sociologia e Artes sobre trabalho, lazer, consumo e indústria cultural, pelos quais, os “jovens alunos” pudessem estabelecer uma leitura da realidade sociocultural em que se inserem e a vida nas comunidades.

Vislumbra-se a realização de pesquisas no entorno comercial, em que se localizam as escolas, para registrar, descrever e analisar as formas anatômicas e cinesiológicas do movimento humano (com aprofundamento dos conhecimentos em parceria com as disciplinas de Biologia, Química e Física), que são no cotidiano de trabalho exaustivamente repetidas pelos trabalhadores nas diferentes ocupações laborais, com registro em vídeo (uso dos demoníacos celulares, que tanto incomodam os professores e as escolas) das rotinas de trabalho, aplicação de questionários sobre as condições de qualidade de vida dos trabalhadores. Pode-se então, proceder à avaliação de gasto energético e a discussão sobre o “lugar” do exercício físico e do lazer na vida dos trabalhadores.

Essas são ações pedagógicas que podem resultar em Campanhas de Conscientização dos riscos de acometimento de LER e DORT para os trabalhadores, feitas pela escola em seu entorno. Assim, o mundo da escola se aproxima do mundo do trabalho e melhor visualiza seus impactos sobre a vida dos homens na contemporaneidade.

Os “jovens alunos” podem se envolver com a criação de folders explicativos digitais, que podem ser alocados nas páginas eletrônicas dos estabelecimentos comerciais envolvidos nessas ações, com exercícios de alongamento e relaxamento, escolhidos após o estudo ergonômico das formas repetitivas de exercício físico desses trabalhadores, e assim, serem objeto de avaliação de aprendizagem na disciplina de Educação Física.

O papel da Educação Física na EE seria a orientação da escolha e aplicação desses movimentos corporais, que podem ser explorados com músicas do gênero gospel, organizados nas aulas teóricas da disciplina, preenchendo o “vazio pedagógico” identificado nestas aulas. Na EM, que tanto valoriza a prática da Educação Física, essas ações pedagógicas podem encontrar “lugar”, ao se incorporar ao final do ritual do “Entrar em Forma”, repetido cotidianamente. Ainda que essas formas de tematização do “Trabalho” nas aulas de Educação Física possam parecer pouco impactantes ou frágeis e nada críticas, pressupomos que a partir de pequenas “astúcias” da Educação Física que ao romper a rotina provoca uma releitura da cultura escolar, se possa (re) conquistar novas significações da disciplina para os “jovens alunos” e comunidade escolar, que legitimem o papel da Educação Física no Ensino Médio, na formação das juventudes.

Para além do discurso do “pôr - se em forma como condição de saúde”, ou de Educação Física como tão somente como prática esportiva, tão ressaltado na EL, se vislumbra o aprofundamento de discussões no eixo “Saúde e Sociedade” com os “jovens alunos” que tratem de concepções de corpo e as demandas das juventudes inter-relacionadas à cultura de massa, drogas, padrão corporal, exercício físico e qualidade de vida em diferentes fases da vida. Propõe-se a problematização das concepções de corpo que influenciam e determinam práticas sociais excludentes e alienadas na relação consigo e com o outro, especialmente na juventude. Portanto, que se aproximem de discussões mais reflexivas sobre a relação corpo, saúde e qualidade de vida; atividade física x exercício físico x autonomia; atividade física x nutrição. Ressalta-se a possibilidade de organização de Caminhadas Orientadas, Passeios Ecológicos, Ciclismo e outras atividades ao ar livre, a fim de que possam ter consciência corporal das alterações fisiológicas do organismo em relação ao exercício físico e saúde.

Em relação ao esporte, é preciso dizer, que o problema pedagógico é a hegemonia do esporte como prática que se esgota em si mesma, num saber fazer que se limita as linhas demarcatórias da quadra, com sinais de esgotamento e saturação (SOUZA; SILVA, 2013). As proposições para o trato pedagógico com as práticas corporais esportivas se alinham a abordagem do “Esporte e Sociedade”, em que se vislumbre: o esporte como prática sociocultural; as relações entre esporte, mídia e indústria cultural; esporte e cultura popular; esporte e violência; esporte, natureza e sustentabilidade ambiental; esporte e as práticas urbanas de lazer; práticas esportivas referendadas pelas culturas juvenis; (re) invenção do esporte como conteúdo da Educação Física. Assim, se defende uma releitura do esporte para além da prática massificadora e hegemônica do desporto institucionalizado, respeitando as práticas e interesses da cultura juvenil, que poderão se fazer presentes na escola, como: skate, badminton, slackline, beisebol, lutas, ciclismo, corrida de aventura, ioga, escalada, trekking, entre outras. E assim, espera-se a implementação de experiências pedagógicas com o esporte que se alinhem ao fortalecimento das novas tradições pedagógicas para Educação Física no Ensino Médio, que desafiem a imutabilidade das práticas escolares (MALDONADO et. al., 2018) tão debatidas pela produção do conhecimento da Educação Física Escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa contribuiu com a produção do conhecimento no campo da Educação Física no Ensino Médio, a partir da investigação, tematização e problematização do acervo cultural das práticas corporais que podem ser experienciadas no processo de formação dos “jovens alunos”, agregando significações às práticas corporais na juventude por dialogarem com o tempo e espaço social de suas vidas.

Ao partir do respeito à inerente diversidade de condição juvenil dos “jovens alunos” das escolas investigadas e que se refletiu as formas de socialidade e religiosidade, relações afetivas, representações de corpo, valores sociais e morais, sonhos e projetos futuros, que contingenciam concepções e modos de lidar com a juventude, o Ensino Médio, a Educação Física e as práticas corporais “dentro” e “fora” da escola.

Houve um esforço para compreender a complexidade e extensão dos mecanismos de socialização das novas gerações, presentes nas escolas de Ensino Médio, atentos aos fatores e fatos explícitos e implícitos aos programas curriculares e pedagógicos, que exercem influência sobre as configurações e representações da Educação Física no Ensino Médio, compartilhadas pelos “jovens alunos”.

Recomenda-se a “escuta compreensível” dos “jovens alunos” sobre seus projetos de vida, os sentidos atribuídos à escolarização, relacionando-os aos multifatoriais que permeiam a transição do jovem para fase adulta da vida, que permitem compor um patchwork dos “modos de ser jovem” na contemporaneidade, sua relação com a escola de Ensino Médio e a Educação Física e as expectativas futuras.

As reflexões “insinuadas” suscitam a importância da discussão sobre as dimensões e as implicações das tarefas pedagógicas da Educação Física como elemento do currículo escolar das juventudes. Deriva daí o debate sobre os problemas da prática pedagógica da Educação Física no Ensino Médio que estão no desconhecimento da cultura escolar que permeia a ação pedagógica e na (in) visibilidade de uma dinâmica curricular e pedagógica que se abram para as práticas corporais do mundo jovem, tematizando-as para além do simples fazer, mas em direção ao que asseveramos como perspectiva educativa cada vez mais próxima daquilo em que “se sabe o que se faz com o corpo”.

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AGRADECIMENTOS Não se aplica

FINANCIAMENTO Não se aplica

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM Não se aplica

APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Miller - UFMT, registrado na Plataforma Brasil - Ministério da Saúde CAAE 03256312.5.0000. 5541 autorizado pelo Parecer consubstanciado do CEP 70083 de 08/08/2012

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PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade

EDITORES Mauricio Roberto da Silva, Giovani De Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira

Recebido: 27 de Junho de 2019; Aceito: 30 de Setembro de 2019

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CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA

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