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Motrivivência

versão On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.32 no.61 Florianópolis  2020  Epub 01-Jan-2020

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020.e60001 

Porta Aberta

A lógica interna das lutas corporais: implicações iniciais para o ensino-aprendizagem-treinamento do brazilian jiu-jítsu

The internal logic of body fights: initial implications for teaching-learning-training of the brazilian jiu-jítsu

La lógica interna de las luchas corporales: implicaciones iniciales para la enseñanza-aprendizaje-entrenamiento del brazilian jiu-jítsu

Vagner Augusto de Oliveira Schmidt1 
http://orcid.org/0000-0001-6352-3069

João Francisco Magno Ribas2 
http://orcid.org/0000-0001-6296-628X

1Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.

2Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Departamento de Desportos Coletivos, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.


RESUMO

Visto somente como um meio de proteção e autodefesa, o Brazilian Jiu-jítsu passou a integrar diferentes materiais pedagógicos referentes a Educação Física. Entretanto, seu processo de ensino-aprendizagem-treinamento tem pouca fundamentação teórica. Nessa perspectiva, a presente pesquisa tem como objetivo refletir a respeito da Lógica Interna de interação do Brazilian Jiu-jítsu, sob as lentes da Praxiologia Motriz, a fim de apresentar suas contribuições para o processo de ensino-aprendizagem-treinamento. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, de cunho exploratório, com o intuito compreender a lógica sociomotriz de oposição e as comunicações práxicas pertinentes a essa prática corporal, possibilitando ao professor novas possibilidades para o ensino desta.

PALAVRAS-CHAVE: Brazilian jiu-jítsu; Praxiologia motriz; Lógica interna; Pedagogia das lutas

ABSTRACT

Viewed only as a means of protection and self-defense, the Brazilian Jiu-jitsu began to integrate different pedagogical materials related to Physical Education. However, its teaching-learning-training process has little theoretical foundation. In this perspective, the present research aims to reflect on the Internal Logic of Brazilian Jiu-jitsu interaction, under the lenses of the Motory Praxiology, in order to present its contributions to the teaching-learning-training process. For this, a bibliographic research was carried out, with an exploratory character, in order to understand the sociomotor logic of opposition and the praxical communications pertinent to this corporal practice, allowing the teacher new possibilities for his teaching.

KEYWORDS: Brazilian jiu-jitsu; Motor praxiology; Internal logic; Pedagogy of fights

RESUMEN

En el caso de la educación física, el brasileño Jiu-jitsu pasó a integrar diferentes materiales pedagógicos referentes a la Educación Física. Sin embargo, su proceso de enseñanza-aprendizaje-entrenamiento tiene poca fundamentación teórica. En esta perspectiva, la presente investigación tiene como objetivo reflexionar sobre la Lógica Interna de interacción del Brazilian Jiu-jitsu, bajo las lentes de la Praxiología Motriz, a fin de presentar sus contribuciones al proceso de enseñanza-aprendizaje-entrenamiento. Para ello, se realizó una investigación bibliográfica, de cuño exploratorio, con el intuito comprender la lógica sociomotriz de oposición y las comunicaciones práxicas pertinentes a esa práctica corporal posibilitando al profesor nuevas posibilidades para su enseñanza.

PALABRAS-CLAVE: Brazilian jiu-jitsu; Praxiología motriz; Lógica interna; Pedagogía de las luchas

INTRODUÇÃO

A história da Luta corporal, Brazilian Jiu-jítsu (BJJ), confunde-se com a história da família Gracie no Brasil. Segundo Gracie (2007), o Jiu-jítsu se originou nas montanhas da Índia há 2500 anos, difundindo-se pela China, e, por volta de 400 anos atrás, estabeleceu-se no Japão, onde encontrou condições apropriadas para o seu fortalecimento. E, somente no século XX, o Jiu-jítsu japonês chegou à América do Sul, mais especificamente na região amazônica. O responsável foi Mistuyo Maeda, também conhecido como "Conde Koma", o qual chegou ao Brasil em 1915 e se instalou em Belém do Pará, onde conheceu um homem chamado Gastão Gracie. Gastão tornou-se um entusiasta do Jiu-Jitsu e trouxe seu filho mais velho, Carlos, para aprender com o mestre japonês.

Segundo Bizzar (2017), o sistema de autodefesa criado era eficiente. Carlos Gracie viu na arte uma maneira de se tornar um homem mais tolerante, respeitoso e autoconfiante. O Jiu-Jítsu, praticado pelos Gracies, apresentava técnicas de submissão ao solo mais sofisticadas do que o tradicional Jiu-jítsu Japonês. Carlos e seus irmãos mudaram e adaptaram as técnicas de tal forma que alterou completamente a complexidade dos princípios do Jiu-Jítsu. Essas técnicas eram tão distintivas, para Carlos e seus irmãos, que o esporte ganhou uma identidade nacional, passando a ser conhecido popularmente como "Jiu-Jítsu brasileiro ou Brazilian Jiu-jítsu”.

As lutas corporais são práticas historicamente importantes, compõem a cultura corporal de movimento, sendo uma das mais elementares manifestações. Fazem parte do modo de ser das pessoas e das sociedades (RUFINO; DARIDO, 2015). Conforme Breda et al. (2010), as diversas manifestações de lutas estão definitivamente presentes nas práticas corporais de nosso país e afirmam ainda, que os profissionais da educação física têm se debruçado sobre seus conteúdos, metodologias e estratégias de ensino, sendo princípio fundamental para o aprofundamento dessa temática. No que diz respeito “ao processo de ensino-aprendizagem-treinamento (e-a-t), das diferentes modalidades de Lutas corporais, o mesmo apresenta-se, ainda, pautado na tradição oral através das gerações, com pouca fundamentação teórica” (FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2012).

O BJJ é uma das diversas lutas corporais presentes no contexto brasileiro e apresenta-se como conteúdo a ser trabalhado na escola, segundo recomenda a Base Nacional Comum Curricular - Educação Física - BNCC (BRASIL, 2016), dentro da unidade temática Lutas. Porém, segundo Breda et al. (2010), os professores, em alguns casos, mostram-se inseguros em abordar essa temática de ensino, privando, por vezes, os alunos de um contato sistematizado com mais esse conteúdo da cultura corporal de movimento. Além disso, segundo Da Costa (2006) apud Rufino e Darido (2012), é o esporte de luta que mais cresce no país.

A definição conceitual sobre o que são lutas, ainda é confusa e divergente. Lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate significam a mesma coisa? Segundo Franchini (1998), o termo Luta é amplamente conhecido, porém, confundido ou usado como sinônimo de Artes Marciais ou Modalidades de Combate. À mercê desse entendimento, Pucineli (2004) defende que a nomenclatura, para referir-se às Lutas como prática corporal, é “Lutas Corporais”, devido aos vários significados que o termo Lutas pode agregar. Diante dessa dificuldade de classificação e conceituação, vários autores têm partido do entendimento de que as lutas corporais apresentam uma lógica de oposição direta. Muitos estudiosos desenvolvem pesquisas em áreas distintas, com enfoque metodológico e englobam as diversas manifestações de Luta, Arte Marcial e Modalidades Esportivas de Combate dentro dessa lógica. (CASTARLENAS, 1993; AVELAR-ROSA; FUIGUEIREDO, 2009; GOMES et al., 2010; FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2012; GONZÁLEZ; DARIDO; OLIVEIRA, 2014; RUFINO; DARIDO, 2015; AVELAR-ROSA et al. 2015). Porém, como conceituar cientificamente essa lógica de oposição direta?

Nessa lacuna conceitual sobre jogos e esportes, a Praxiologia Motriz (PM) tem contribuído para uma conceituação científica e aglutinadora no âmbito da Educação Física e Esportes. Conforme Parlebas (2001), a PM é “a ciência da ação motriz e especialmente das condições e modos de funcionamento e os resultados de seu desenvolvimento” e, busca entre outras coisas, desvelar a lógica interna das inúmeras práticas corporais existentes, bem como, das Lutas corporais. Dessa forma, possibilita conceituar e classificar as diferentes Lutas corporais a partir de sua especificidade como prática. Para entender a lógica interna das práticas motrizes, entende-se que o Sistema de Classificação CAI, é a ferramenta inicial para análise praxiológica, o qual classifica as práticas motrizes a partir de sua interação motriz com jogadores e com o espaço (incerteza do meio de prática).

O objetivo dessa pesquisa é caracterizar a PM, bem como, analisar a lógica interna de interação motriz do Brazilian Jiu-jítsu, sob as lentes da Praxiologia Motriz, a partir do Sistema de Classificação CAI, com o intuito de apresentar suas contribuições para o processo de ensino-aprendizagem-treinamento. De acordo com Parlebas (2003), o Sistema de Classificação CAI revela aspectos das interações entre os participantes, e, do meio de prática, de acordo com o tipo de prática motriz. Lagardera e Lavega (2003), enfatizam que conhecer esse padrão de organização é o procedimento de primeira necessidade para o profissional que intervém diretamente na prática motriz permitindo programar suas ações de maneira coerente e eficaz.

METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos desse estudo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e exploratória. Para Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica proporciona, ao pesquisador, um contato direto com o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto. Segundo Gil (2008), esse tipo de pesquisa é desenvolvido a partir de materiais já elaborados, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos. Quanto ao nível da pesquisa, o estudo caracteriza-se por ser de cunho exploratório, pois ele tem como principal objetivo “desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores” (GIL, 2008, p. 27).

Para a delimitação do referencial teórico, utilizou-se os critérios de Salvador (1986), sendo eles: parâmetro temático, principais fontes, parâmetro linguístico e parâmetro cronológico. No que se refere ao parâmetro temático e às principais fontes, foram consideradas obras que discorrem sobre a pedagogia das Lutas Corporais e elementos relacionados ao processo de ensino-aprendizagem-treinamento, bem como, obras que abordam a PM e alguns de seus conceitos como o Sistema de Classificação CAI, lógica interna, comunicação práxica e ação motriz. Em relação ao parâmetro linguístico, restringiu-se a pesquisa aos estudos da literatura nacional, devido a facilitação na interpretação dos dados, bem como, obras em espanhol, pois são bases teóricas clássicas em relação a PM. No que tange ao parâmetro cronológico, não se fez um recorte temporal do referencial teórico para evitar a exclusão de fontes importantes para a realização da pesquisa. Além disso, não foi delimitado o número de produções científicas a serem analisadas e utilizadas no estudo, pois isso poderia excluir informações essenciais para sua elaboração.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o intuito de compreender, cientificamente, os diferentes jogos e esportes, Pierre Parlebas, desenvolveu a teoria da Ação Motriz, a qual compreende as práticas corporais como um sistema, o sistema praxiológico. Segundo Parlebas (2001), a PM é a ciência que se propõe a realizar um estudo coerente e unitário que englobe todos os dados pertinentes sobre seu objeto específico, ou seja, da ação motriz. De acordo com o autor, ação motriz é “o processo de realização das condutas motrizes de um ou vários sujeitos que atuam em uma situação motriz determinada”, manifestando-se por meio de comportamentos motores observáveis, relacionados a um contexto objetivo. E, por conduta motriz, entende-se como “organização significativa do comportamento motor. A conduta motriz é o comportamento motor enquanto portador de significado” (PARLEBAS, 2001).

Para compreender a lógica interna das práticas motrizes, Parlebas desenvolveu conceitos e ferramentas científicas que possibilitam tal objetivo. De acordo com Lagardera e Lavega (2003), a função dos elementos de análise da PM é desvelar o mundo das práticas corporais a partir da compreensão da lógica interna representada pelas ações motrizes. Cada prática motriz, a partir de suas regras, dispõe de uma organização própria que comporta certas constantes estruturais. Esta ordem, que inclui a lógica interna de qualquer jogo, orienta as ações motrizes de seus participantes que, apesar de poderem tomar decisões motrizes individuais, devem atuar dentro dos limites de interação da prática motriz (LAGARDERA; LAVEGA, 2003).

Os autores, acima citados, explicam que quando os componentes de um sistema praxiológico e suas relações, estão adequadamente dispostos (espaço de jogo, material, jogadores e condições temporais), o sistema coloca-se em funcionamento. Ressaltam ainda, que as relações e funções entre eles devem estar definidos com clareza e, quando isso acontece, o que se pode observar são sequências constantes de ações motrizes, portanto, a ação motriz é propriedade emergente do sistema, sua produção constitui-se como a unidade de análise e significação elementar da Praxiologia Motriz.

O conceito de lógica interna é em definitivo, de acordo com Lagardera e Lavega (2003), como o jogador se relaciona com:

  • Os outros jogadores

  • O espaço

  • O tempo

  • O material

A análise da Lógica Interna das práticas motrizes parte da compreensão sobre suas possíveis interações motrizes. Para isso, Parlebas (1988), desenvolveu o Sistema de Classificação CAI, o qual constitui-se como uma ferramenta diagnóstica, a qual o professor precisa ter em mente para iniciar o processo de compreensão da Lógica Interna, seja qual for a prática motriz a ser estudada. Segundo Lagardera e Lavega (2003), esse conhecimento pode garantir importantes condições entre o projeto pedagógico e a eleição das situações motrizes que se ajustam aos objetivos planejados.

O Sistema de Classificação CAI é estruturado com base nas interações motrizes estabelecidas com companheiros (C), adversários (A) e com a incerteza do meio de prática (I). Segundo Lagardera e Lavega (2003), a combinação desses três critérios (companheiro, adversário e ambiente) possibilita caracterizar qualquer situação motriz. Desse modo, tem-se a seguinte sistematização:

Fonte: Adaptada de Parlebas (2001)

Figura 1 Sistema de Classificação CAI 

A partir das possibilidades de interações motrizes com os demais jogadores, pode-se dividir as práticas motrizes em dois grandes grupos: psicomotrizes e sociomotrizes. Segundo Parlebas (2016), a presença de interação motriz é uma distinção capital que separa o universo das práticas motrizes em dois. No grupo das práticas psicomotrizes estão as práticas nas quais os sujeitos não apresentam interação com outros participantes durante sua ação motriz, ou seja, não existe interação de oposição, nem cooperação nessa categoria, a qual pode-se definir como o domínio da ação individual. Nesse grupo, conforme Lagardera e Lavega (2003), tem-se situações motrizes que se baseiam na repetição, nos automatismos e na busca máxima da eficácia a partir do treinamento intenso e constante.

No grupo das práticas Sociomotrizes, tem-se as situações motrizes que se apoiam na necessidade de tomada de decisão, na leitura e interpretação das ações motrizes dos demais (PARLEBAS, 2001). São práticas nas quais o sujeito interage com outros participantes durante a realização das suas ações motrizes. Dentro desse grupo, pode-se definir três domínios de interações motrizes: somente interação de cooperação, somente interação de oposição ou interação de cooperação-oposição.

O sistema de classificação CAI, no que se refere ao meio da prática, classifica-o em dois: em meio instável, o qual se apoia na necessidade de leitura e interpretação do entorno, exigindo continua adaptação do praticante com espaço da prática. E, práticas em meio estável, nas quais as informações vindas do meio são nula, tanto no grupo Sociomotriz quanto no Psicomotriz (LAGARDERA; LAVEGA, 2003).

Ao analisar o BJJ com base no Sistema de Classificação CAI, compreende-se que o mesmo é uma prática Sociomotriz de oposição em um ambiente estável. Pois, são dois lutadores que, de acordo com as regras do esporte, interagem com objetivos opostos ou antagônicos, ou seja, quem luta BJJ interage com outro participante durante a realização de sua ação motriz.

No BJJ as interações de oposição são caraterizadas por ações motrizes que tem como objetivo espaço/alvo o corpo do adversário. Através de chaves em articulações, estrangulamentos, quedas, projeções, desequilíbrios, imobilizações, etc. São ações motrizes que quando bem realizadas exigem do participante mínima distância com o seu oponente.

O espaço a alcançar é um espaço dinâmico, dotado de poder de antecipação, evasão, resposta e finta (Parlebas, 2003), dotado também de sentimentos, agressividade ou violência contidas, sendo as Lutas Corporais um significativo espaço de tensões psicológicas que precisam ser levadas em conta pelo professor no processo de e-a-t. O objetivo é móvel e inteligente, sofre e reage. Além disso, o espaço sociomotor é um espaço que se relaciona, que objetiva um alvo corporal e que mobiliza delicados elementos cognitivos de antecipação motriz e de fatores sócio afetivos.

As práticas de oposição podem ser classificadas a partir da distância de guarda. Parlebas (2001, p. 153), define a Distância de Guarda como sendo “a distância do enfrentamento motor que separa dois indivíduos num duelo esportivo no momento anterior a ação de ataque de um deles”. Na distância de guarda quase nula: Menos de um metro. De acordo com Parlebas, (2003), tem-se esportes de combate que necessitam de um contato permanente (luta greco-romana, luta livre, judô). Estes combates sem luvas também autorizam e codificam o combate no solo, um dos objetivos é derrubar o adversário. Essas características também estão presentes no BJJ.

O BJJ, no que se refere a dimensão domesticado/selvagem do espaço ludomotor, é estável e estandarizado. O mesmo se encontra no polo domesticado. Os jogos esportivos desse polo são, geralmente, praticados em ginásios e academias construídos artificialmente. Esse espaço normatizado, e predefinido, não oferece muitas informações relevantes ao participante, esgotando seu conteúdo antes mesmo da luta. Em resposta a esse espaço imutável, os aspectos de informação e decisão, da conduta motriz, acabam reduzidos a sua mais simples expressão totalmente previsível, não necessitando que o lutador tenha que ler, constantemente, o espaço para a realização da prática motriz (PARLEBAS, 2003).

Segundo Parlebas (2001), as práticas dessa classe são caracterizadas pelo enfrentamento entre adversários em um mundo estável e cuidadosamente estandarizado, no qual a interação está dominada pelo antagonismo, a estratagema e a finta. Para levar o adversário ao erro, é de suma importância lançar uma estratégia de preação. A decodificação semiotriz do comportamento contrário é primordial para descobrir subterfúgios e fintas. Parlebas (2001), complementa que cada praticante oferece a imagem mais enganosa de suas próprias intenções, e que a imobilidade do entorno favorece as trocas práxicas altamente elaboradas.

Nessa perspectiva social e sistêmica, Saravi (2017) considera que as práticas sociomotrizes põem em ação dinâmicas grupais diferentes das práticas psicomotrizes. E, por isso, a comunicação práxica seria um eixo central de análise em Praxiologia Motriz. Segundo Parlebas “Existe interação motriz quando durante a realização de uma tarefa motriz, o comportamento motor de um indivíduo influi de maneira observável no outro ou em vários dos participantes” (PARLEBAS, 2001, p. 269). As análises praxiológicas podem implicar em novos conhecimentos e caminhos ao processo de ensino-aprendizagem-treinamento das diferentes práticas motrizes (jogos, esportes, atividades didáticas e atividades livres), conforme análise da lógica interna de cada modalidade.

A comunicação práxica apresenta duas grandes categorias. Por um lado, a comunicação práxica direta que desempenha um papel fundamental (comunicação e contracomunicação motriz) e, por outro, a comunicação práxica indireta, subordinada a anterior e que a orienta, facilita e a prepara (produção de gestemas e praxemas) (PARLEBAS, 2001).

Fonte: Adaptada de Parlebas (2001)

Figura 2 Comunicação práxica das situações motrizes 

A comunicação práxica constitui a característica central das situações sociomotrizes. O Brazilian Jiu-jítsu, por ser uma prática sociomotriz de oposição, apresenta comunicação práxica direta de contracomunicação motriz e comunicação práxica indireta através de gestemas e praxemas. A comunicação motriz deve ser evitada em práticas sociomotrizes de oposição, pois são práticas que não apresentam companheiros com quem possam interagir de modo solidário, facilitando mensagens. Dessa forma, pode-se representar graficamente a rede de comunicação práxica dos duelos de oposição conforme figura 3.

Fonte: Adaptada de Parlebas (2003).

Figura 3 Rede comunicação práxica de um duelo de indivíduos 

O BJJ, pelo fato da responsabilidade sobre a vitória ou derrota recair sempre a um dos participantes, muitas vezes, pode ser classificado como um esporte individual. Pensá-lo como esporte Psicomotriz ou individual, remete a organizar aulas e treinamentos numa lógica interna diferente das suas necessidades de comunicação práxica. As interações de contracomunicação motriz requerem, do participante, o desenvolvimento da capacidade de leitura e interpretação das mensagens corporais do adversário e de seus praxemas, associado a dificultar as suas mensagens corporais para que a suas reais intenções não sejam decodificadas pelo oponente, tendo êxito em suas condutas motrizes.

Segundo Parlebas (2001), as práticas psicomotrizes e sociomotrizes, de cooperação, devem ter seu treinamento orientando através de automatismos e repetições, pois durante a realização de suas ações motrizes não há oposição com os outros participantes. Porém, esse não é o caso das Lutas em geral. Nesse mesmo sentido, Ribas (2014) questiona que quando se classifica o Judô como um esporte individual de forma a orientar seu ensino para a execução de golpes individualmente, o aluno poderá ter dificuldades de empregá-los diante um adversário. Percebe-se como as classificações tendem a orientar diferentes processos de e-a-t; e, talvez por isso, a importância de uma classificação que leve em conta as características da lógica interna.

Por se tratar de uma modalidade sociomotriz de oposição, mais do que empregar ações motrizes, o participante deverá ler o comportamento do adversário e empregá-lo a medida em que o combate for acontecendo, não podendo pensar em realizar sequências de movimentos como um aluno de ginástica individual (RIBAS, 2014).

Os métodos de ensino tradicionais que priorizam a execução do gesto técnico e centrados no professor, ainda estão muito presentes no processo de ensino das lutas. Segundo Breda et al. (2010), “os treinamentos nas aulas de lutas são em formato de repetição exaustiva, em que o aluno “copia” o professor e assim reproduz tudo aquilo nas aulas e competições”.

O e-a-t centrado no professor não contribui para que o aluno desenvolva a capacidade de pensar movimentações, de criar golpes, de propor ideias e soluções que são demandas constantes da luta, de ler e interpretar as mensagens do adversário, de enviar falsas mensagens corporais dificultando a interpretação pelo oponente, bem como, capacidade de estratégia e decisão motriz. Segundo Pinto e Santana (2007) apud BREDA et al (2010), o aluno é treinado para repetir exercícios e não para resolver problemas, somente segue um modelo e não cria, muito menos se adapta a situações, simplesmente executa a habilidade, mas tem dificuldade de aplicá-la em uma situação de jogo, ou seja, não sabe o que fazer, quando fazer e por que fazer.

Rufino e Darido (2012), questionam o processo de e-a-t das lutas corporais, pois, segundo os autores, o método parcial ainda prevalece como forma de prática das atividades de lutas, com alunos repetindo técnicas por grandes períodos de tempo, remetendo a exercícios que não contemplam o entendimento e a dinâmica das Lutas Corporais, muito menos aos processos de decisão motriz que são fundamentais quando inseridos nas aulas.

Baseados nessas constatações, muitos autores têm apresentado propostas alternativas a partir da Pedagogia do Esporte, de novas metodologias para o ensino das Lutas, a fim de ampliar esse processo (CASTARLENAS, 1993; AVELAR-ROSA; FUIGUEIREDO, 2009; GOMES et al., 2010; BREDA et al., 2010; FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2012; RUFINO, 2012; RUFINO; DARIDO, 2012; GONZÁLEZ; DARIDO; OLIVEIRA, 2014; AVELAR-ROSA et al. 2015; RUFINO; DARIDO, 2015).

O e-a-t do BJJ, a partir da lógica sociomotriz, deve levar o aluno a desenvolver a inteligência sociomotriz, que, segundo Parlebas (2001, p. 266), são “capacidades cognitivas, de representação e decisão, aplicadas pelas pessoas que interagem em situações sociomotrizes” e que não se materializam plenamente a partir de situações psicomotrizes.

A comunicação práxica apresenta aspectos inovadores em relação a situações psicomotrizes. Conforme Parlebas (2001), os fenômenos de antecipação, descentração, decisão e estratégia motriz, se transformam. A semiotricidade, ativada pela relação entre os participantes, obriga a imaginar as representações, ou seja, o lutador terá que adivinhar as intenções de seu adversário e identificar seus praxemas. Ao antecipar-se ao propósito do oponente, o mesmo pode evitar que o adversário realize, com sucesso, suas ações motrizes, de forma a ampliar suas chances de êxito. Esta dimensão sociocognitiva somente se materializa frente ao desenvolvimento de uma interação motriz. Parlebas (2001), aponta essas demandas a partir dos domínios da ação motriz, conforme figura 4.

Fonte: Adaptada de Parlebas (2003)

Figura 4 Domínios da ação motriz 

Durante os treinos, mesmo que se opte por uma lógica sociomotriz para e-a-t do BJJ, os estudos, citados anteriormente, vem demonstrando que o mesmo acontece com a cooperação do praticante. Executa-se e repete-se golpes em um colega parado, porém, na hora de transferir para a luta e dar sentido a ação motriz, não se tem êxito. Essa lógica se apresenta no e-a-t do BJJ, por exemplo, no ensino do “arm-lock da guarda fechada”, em treinamentos com adversários parados ou que cooperam para o êxito da aplicação do golpe, totalmente contrário a lógica da luta. O colega “entrega” seu braço, para que se aplique a chave sobre sua articulação do cotovelo.

Num primeiro momento de aprendizagem, essa lógica de cooperação é importante para a vivência da ação motriz, para que o aluno compreenda e tenha uma referência de como o golpe deve ser aplicado no adversário; os cuidados com a segurança do colega; quais são os detalhes da pegada na manga; posição das mãos, do dedo polegar do adversário; elevação de seu quadril, posição de suas pernas, movimentação do quadril e distância mínima do adversário durante a execução. Mas, além dessas considerações, que se referem a técnica de forma isolada, o professor pode ampliar as reflexões ao questionar o aluno sobre que outros golpes podem se conectar a esse; como chegar até aquela posição (desenvolvimento da estratégia motriz) e maneiras de induzir o adversário ao erro através de falsos praxemas, por exemplo. Momento também, de o aluno compreender as reações que o adversário pode apresentar referente a ação motriz trabalhada; que brechas tais reações implicam para o desenrolar da luta; que contragolpes pode oportunizar para então reconhecer, antecipadamente, e reagir às mensagens do adversário.

Na luta, porém, não existirá cooperação do adversário que durante o treino sociomotriz cooperativo, “entregou” seu braço para que sofresse uma chave sobre sua articulação. Evidencia-se, então, uma grande contradição entre o treino com tendências psicomotriz e sociomotriz de cooperação para uma luta sociomotriz de oposição. Do ponto de vista da lógica interna, os momentos sociomotriz cooperativos não devem ser os únicos ou principais momentos do e-a-t, além, do treino de luta.

Durante o treino de luta, não há possibilidades de potencializar o objetivo da aula que teve seu e-a-t pautado, principalmente, de forma cooperativa. Durante a luta propriamente dita, as interações de oposição acontecem com alto grau de imprevisibilidade e velocidade. Os papeis de atacante e defensor rapidamente se desenrolam entre os indivíduos, fazendo com que o objetivo, ou momento treinado durante a aula, não possa ser bem explorado pelo aluno. Segundo Amador Ramírez (1994), a partir do critério estratégico, os papeis que o lutador pode adotar são de atacante e defensor. Conforme o autor, os papeis de ataque e defesa são por definição, diametralmente opostos e antagônicos. Sempre, e em todos os casos, o ataque de um lutador deve implicar em um papel de defesa do adversário. Dessa forma, pode-se pensar em organizar situações específicas de oposição que possam potencializar as ações de ataque e/ou defesa e as leituras necessárias para que os alunos possam maximizar o entendimento dos conhecimentos referentes a dinâmica sociomotriz de oposição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A compreensão da lógica interna, através do Sistema de Classificação CAI, possibilita novos conhecimentos e caminhos para o ensino das Lutas Corporais. O Brazilian Jiu-jítsu, concebido como um sistema praxiológico, pode ser caracterizado como uma prática com interação sociomotriz de oposição, em um ambiente estável; um duelo entre dois indivíduos que apresenta comunicação práxica direta de contracomunicação e comunicação práxica indireta, através de praxemas e gestemas.

Considerar as características da lógica sociomotriz de oposição, pode contribuir para o e-a-t do BJJ, pois implica ao aluno desenvolver a capacidade de leitura; de adaptação a diferentes adversários, elegendo a melhor estratégia e decisão motriz; compreender que as ações motrizes devem se adaptar às demandas da luta e orientadas pelas interações com o adversário, de forma que consigam ser efetivas e aplicadas com a menor força possível.

O aluno de BJJ pode, por exemplo, dominar a execução de uma técnica de finalização com uma chave de braço/cotovelo (arm-lock) da guarda fechada. Porém, ao enfrentar um adversário que pode ser muito mais pesado e mais alto, pode ter dificuldade em manter uma guarda fechada ao aplicar tal golpe. Significa dizer que ele não considerou o adversário para montar sua estratégia motriz de Luta, nem tomou a melhor decisão motriz. O professor pode planejar aulas que contemplem ações motrizes de ataque e defesa que se adaptem a diferentes adversários, dependendo de suas características e de seu estilo de BJJ.

O e-a-t do BJJ deve dar condições para que o aluno aprenda a enganar o adversário, a relacionar como as diferentes ações motrizes se conectam durante os diferentes momentos da luta, que reações cada uma delas pode proporcionar ao adversário, levando-o a cometer erros, se expor, e as consequências para a sequência da luta. Ou seja, compreender como a lógica de interação sociomotriz de oposição, e as comunicações práxicas, aparecem dentro dessa dinâmica.

Associado a esses novos conhecimentos praxiológicos que implicam em repensar o e-a-t do BJJ, entende-se que o treino deverá contemplar mais situações de oposição como a Luta propriamente dita, ou “momentos de luta”. A luta, pelo alto grau de imprevisibilidade, pode dificultar o desenvolvimento das ações motrizes trabalhadas durante um treino inicial com características psicomotrizes ou sociomotrizes de cooperação. Dessa forma, o professor poderá organizar situações específicas de oposição, valorizando aqueles momentos em que a ação motriz, trabalhada durante a aula, apareça mais vezes, com o intuito de potencializar e maximizar o aprendizado do objetivo específico. Muda-se as regras e restringe-se a luta a momentos que contemplem situações específicas que levem o aluno a desenvolver o objetivo planejado, dentro da lógica de oposição.

Deve-se contemplar, também, nesse “momento de luta”, como conectar golpes que facilitem a aplicação da ação motriz subsequente desejada. Ou seja, oferecendo alternativas para que o aluno se conscientize da importância da estratégia motriz, de antecipar as antecipações, de pré-agir, de desenvolver capacidade de decisão motriz e, desse modo, possa concretizar a ação motriz através de sua conduta motriz. Variações na pontuação também contribuem para potencializar essa relação entre objetivo da aula e treino de oposição. Lutas com pontuação modificada agregando mais pontuação para quem executar a ação motriz que foi treinada. Com isso, pode-se potencializar o objetivo de ensino durante o treino, mantendo a lógica sociomotriz de oposição.

Mais estudos praxiológicos sobre a lógica interna do BJJ são necessários para compreender suas relações com o tempo, material, espaço, bem como, aplicação dos universais ludomotores. A PM pode contribuir com conhecimentos sobre os Jogos e Esportes de forma a superar empirismos enraizados em nossa cultura profissional. De modo que os entendimentos sobre as práticas corporais sejam balizados em princípios norteados por um procedimento científico. Partindo dos pressupostos praxiológicos da lógica interna de interação, pode-se organizar um e-a-t mais coerente entre as situações de aula/treino com a lógica da prática motriz.

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PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade

EDITORES Mauricio Roberto da Silva, Giovani De Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira

Recebido: 31 de Outubro de 2018; Aceito: 29 de Novembro de 2018

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