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Motrivivência

versão On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.32 no.62 Florianópolis abr./jun 2020  Epub 01-Maio-2020

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020.e67698 

Porta Aberta

A tematização do sertanejo nas aulas de Educação Física: o círculo de cultura como inspiração para a prática pedagógica

The thematization of the sertanejo in Physical Education classes: the circle of culture as inspiration for the pedagogical practice

La tematización del sertanejo en las clases de Educación Física: el círculo de la cultura como inspiración para la práctica pedagógica

Cláudio Aparecido de Sousa1 
http://orcid.org/0000-0001-5956-0780

Daniel Teixeira Maldonado2 
http://orcid.org/0000-0002-0420-6490

Uirá de Siqueira Farias1 
http://orcid.org/0000-0001-7286-1000

1Universidade São Judas - USJT, Departamento de Educação Física, São Paulo, São Paulo, Brasil.

2Instituto Federal de São Paulo - IFSP, Diretoria de Humanidades, São Paulo, São Paulo, Brasil.


RESUMO

O objetivo desse estudo foi relatar uma experiência pedagógica produzida em uma escola pública, localizada no município de São Bernardo do Campo - SP, realizada nas séries iniciais do Ensino Fundamental. O trabalho foi desenvolvido no segundo trimestre de 2019 e teve como tema a dança sertaneja. Foram organizadas 15 vivências permeadas por esse ritmo musical. Durante o projeto educativo, os estudantes vivenciaram os gestos dessa prática corporal, refletiram sobre aspectos históricos, sociais e políticos relacionados com o ritmo sertanejo, organizaram apresentações para a comunidade escolar e refletiram sobre todas essas experiências no círculo de cultura. Concluímos que as danças podem ser tematizadas nas aulas de Educação Física Escolar e os estudantes devem ser colocados em evidência na construção das experiências educativas, possibilitando a participação democrática desses discentes no cotidiano escolar.

PALAVRAS-CHAVE: Educação física escolar; Círculo de cultura; Ritmo sertanejo

ABSTRACT

The aim of this study was to report a pedagogical experience produced in a public school, located in the city of São Bernardo do Campo - SP, conducted in the early grades of elementary school. The work was developed in the second quarter of 2019 and had as its theme country dance. Where 15 experiences were organized permeated for this musical rhythm. During the educational project, students experienced the gestures of this body practice, reflected on historical, social and political aspects related to the country rhythm, organized presentations for the school community and reflected on all these experiences in the circle of culture. We conclude that the dances can be thematized in school physical education classes and students should be highlighted in the construction of educational experiences, enabling the democratic participation of these students in daily school life.

KEYWORDS: School physical education; Culture circle; Country pace

RESUMEN

El objetivo de este estudio fue reportar una experiencia pedagógica producida en una escuela pública, ubicada en la ciudad de São Bernardo do Campo - SP, llevada a cabo en los grados iniciales de la escuela primaria. El trabajo se desarrolló en el segundo trimestre de 2019 y tuvo como tema el baile, donde se organizaron 15 experiencias permeadas por el ritmo musical sertanejo. Durante el proyecto educativo, los estudiantes experimentaron los gestos de esta práctica corporal, reflejada en aspectos históricos, sociales y políticos relacionados con el ritmo del país, presentaciones organizadas para la comunidad escolar y reflexionada sobre todas estas experiencias en el círculo de la cultura. Concluimos que los bailes pueden ser tematizados en las clases de educación física de la escuela y los estudiantes deben destacarse en la construcción de experiencias educativas, permitiendo la participación democrática de estos estudiantes en la vida escolar diaria.

PALABRAS-CLAVE: Educación física escolar; Círculo de cultura; Ritmo sertanejo

INTRODUÇÃO

O círculo de cultura é uma estratégia didática que ajuda o professor na construção do trabalho pedagógico desenvolvido nas aulas de Educação Física escolar (SOUSA; SILVA; MALDONADO, 2017). Essa ideia foi proposta por Paulo Freire, por volta dos anos 1962, na cidade de Angicos, que se localiza no estado Rio Grande do Norte.

Inicialmente, o objetivo de Freire era alfabetizar e conscientizar adultos sobre a relevância de aprender a ler o mundo e a palavra, para possibilitar a transformação social e a libertação dos sujeitos da opressão por meio do ensino da leitura e escrita, alfabetizando 300 adultos em 40 horas (COSTA, 2016). Neste caso, as forças conservadoras daquele período não deixaram essa ideia se propagar pelo Brasil. De acordo com Freire (2006, p. 128), se tivesse sido concretizado “o programa elaborado no Governo João Goulart, deveríamos ter funcionando, em 1964, mais de vinte mil círculos de cultura em todo o país e teríamos feito o levantamento da temática do homem brasileiro”.

Ao propormos alguns processos didáticos nas aulas de Educação Física a partir do círculo de cultura, visamos aproximar as crianças, jovens e adultos de um efetivo diálogo e, principalmente, oportunizar o direito do educando de exercer sua “voz” no planejamento das aulas.

Nesse contexto, Freire (1996, 2006) demonstra que quando o professor valoriza o saber do aluno, ele se aproxima da premissa em que as possibilidades de emancipação, leitura de mundo e inédito viável se tornarão algo possível (SOUSA; MAFRA, 2016; BOSSLE, 2018; MALDONADO et al. 2019). Assim “ensinar exige respeito aos saberes dos educandos” logo, o professor de Educação Física e até mesmo os demais educadores que atuam na área educacional que estiverem atentos para exercer uma educação dialógica poderá propor um planejamento de forma participativa e coletiva (FREIRE; SHOR, 1986, CORREIA, 1996; SOUZA; FREIRE, 2008; FARIAS et al. 2019). É essa arquitetura que praticamos em nosso dia a dia do fazer docente, tentando dar a oportunidade para que meninos e meninas participem de aulas de Educação Física, de forma democrática, igualitária e que promova a justiça social. Com base nesse entendimento, é possível inferir que uma distribuição equilibrada das diversas manifestações da cultura corporal, a partir do grupo social de origem dos estudantes, possibilita a valorização de práticas corporais tradicionalmente excluídas do currículo, assim como a pluralidade dos grupos presentes na escola e na sociedade (NEIRA, 2011, p. 69).

Portanto, o objetivo desse estudo foi relatar uma experiência pedagógica realizada em uma escola pública, localizada no município de São Bernardo do Campo - SP, realizada nas séries iniciais do Ensino Fundamental. O trabalho foi desenvolvido no segundo trimestre de 2019 e discorreu sobre a dança sertaneja. Foram organizadas 15 vivências permeadas por esse ritmo musical.

A utilização do círculo de cultura na prática pedagógica da Educação Física Escolar

De acordo com Brandão (2016) no círculo de cultura todas as pessoas, sendo educadores e educandos, terão que permanecer em posição de igualdade, caracterizando um momento de diálogo, respeito, aprendizado e reflexão. O autor ainda nos convida para uma reflexão instigante nos indagando com a seguinte pergunta: já imaginaram Buda, Martin Luther King, Aristóteles, Platão, além de outros dialogando em círculos? ou seja, um ao lado do outro, de maneira a poder se olhar nos olhos, se relacionando diante de proximidades e diferenças de ideias e concepções.

A partir disto, utilizando essa estratégia didática nas aulas de Educação Física o educador irá orientar os educandos sobre os combinados e atividades a serem realizadas no dia, além de escolher aleatoriamente um menino e uma menina denominados capitães para serem ajudantes na aula. Ainda nessa linha de raciocínio, Brandão (2016, p. 16) nos explica que,

O círculo de cultura - não criado, mas recriado por Paulo Freire e Elza Freire e sua primeira equipe no Nordeste - faz mais do que colocar pessoas face-a-face. Faz algo mais do que eliminar a hierarquia de saberes e transformar a palavra de quem fala e o silêncio atento de quem escuta, de uma ação de poder em um gesto de partilha. Eis a arquitetura social do diálogo.

No segundo momento da aula que utiliza o círculo de cultura como estratégia didática, o professor realiza o papel de ser o orientador das atividades nas vivências práticas, desta forma, o educador não precisa ser aquele que utiliza um apito pendurado no pescoço com o objetivo de ser o árbitro das atividades. O educador efetivará combinados preestabelecidos nas aulas, que facilitarão a comunicação com os alunos.

Outra importante mediação que o professor fará durante o desenvolvimento da aula será a prática constante do diálogo, no qual serão realizadas algumas perguntas para fomentar a problematização dos conhecimentos que se relacionam com as práticas corporais. Essa intervenção pode ser concebida no desenvolvimento de qualquer tema de aula. As perguntas possuem como objetivo possibilitar a participação de todos os alunos e todas as alunas nas aulas de Educação Física, proporcionando a leitura de mundo sobre as manifestações da cultura corporal, a partir do diálogo (NOGUEIRA, et al. 2018).

No terceiro momento e término da aula, o professor reúne os alunos novamente para dialogar no círculo de cultura final. Neste período, o docente irá dialogar sobre os acontecimentos da aula, como aprendizagem e conflito, e organizará a fala de cada aluno. A organização é estabelecida através do gesto de levantar a mão, ou seja, cada aluno ou aluna irá levantar a mão sempre que quiser relatar algo sobre a aula. Desta forma, o educador também estimulará a oralidade dos alunos, conceito também requisitado pelas professoras e professores polivalentes que trabalham em sala de aula. Nesta etapa, aqueles alunos mais tímidos também são estimulados na oralidade, pois, todos e todas terão o seu momento para se tornar protagonistas nas aulas.

Tomando como base essas orientações, temos procurado utilizar o círculo de cultura na prática pedagógica que construímos para o ensino da Educação Física. Assim, no início do ano letivo organizamos juntamente com os estudantes os temas que seriam vivenciados e problematizados durante as aulas de Educação Física em 2019. De forma participativa, essa definição aconteceu na própria sala de aula, onde escrevemos na lousa os temas presentes na cultura corporal denominados: brincadeira, jogo, esporte, luta, dança, ginástica e prática de aventura. Em seguida, de forma democrática e dialógica, os estudantes realizam uma votação, sendo que cada criança teve a oportunidade de ir até o quadro e indicar três temas para serem vivenciados durante as aulas.

Ressaltamos que os temas com maior número de votos são os primeiros a serem vivenciados. Portanto, todas as práticas são contempladas, contribuindo para uma maior representação das práticas corporais presentes no campo curricular da disciplina de Educação Física.

É importante salientar que todas as crianças possuem um caderno específico de Educação Física para registrar a organização do planejamento e os acontecimentos das aulas, possibilitando que em todos os dias duas crianças levem o caderno para quadra, sendo sempre um menino e uma menina.

A definição da escolha do tipo de dança que os alunos gostariam de aprender aconteceu durante a realização do círculo de cultura, momento que ocorre na quadra. Assim sendo, perguntamos aos educandos quais tipos de dança eles conheciam e qual ritmo musical gostariam de aprender. As respostas foram registradas no diário de campo do docente.

Em uma turma com 25 crianças, a maioria dos estudantes mencionou que gostaria de aprender sobre a dança sertaneja. Por conta essa eleição, essa prática corporal foi escolhida para ser tematizada.

Neste sentido, com a definição da modalidade de dança a ser estudada pelos discentes, construímos essa experiência político-pedagógica de dança sertaneja com os alunos e as alunas do Ensino Fundamental.

A tematização do sertanejo na rede municipal de São Bernardo do Campo

As turmas que participaram desta experiência pedagógica, que utilizou a dança sertaneja como proposta de ensino, foram dos 4º e 5º anos, que frequentavam as aulas de Educação Física no período da manhã, em uma Escola Municipal de Educação Básica (EMEB), localizada no município de São Bernardo do Campo.

Nesse sentido, na primeira aula sobre a temática dança, perguntamos aos discentes, no momento de círculo de cultura, se meninos e meninos poderiam participar da dança juntos e por que não se vê o respectivo ritmo musical sendo discutido na mídia televisiva como outras práticas corporais?

Sobre essa indagação, a maior parte dos educandos respondeu que todos os alunos e todas as alunas poderiam participar das aulas de dança, porém duas crianças afirmaram ter “vergonha” de dançar com os colegas, para não serem confundidos como “namorados”. Diante dessa declaração, explicamos que no sertanejo todos dançam juntos e o respeito às pessoas é uma marca no momento em que se dança.

O retrato da fala dessas duas crianças representou na aula uma posição “preconceituosa” em relação ao tema sertanejo, especialmente associado a questão afetiva que envolve casais. Neste dia explicamos que os meninos e as meninas poderiam segurar as mãos uns dos outros, no qual o respeito e a generosidade na dança teria que ser preservada no momento de praticar os passos do sertanejo. Em seguida, as crianças que realizaram o comentário participaram normalmente da atividade, segurando as mãos dos amigos e das amigas, fato que representou um aspecto positivo de conscientização sobre a temática.

Referente a segunda pergunta, as educandas “Daniela1”, “Gizele” e “Laura” afirmaram que na televisão só são apresentadas notícias sobre futebol e quase não se fala sobre outras atividades, principalmente a dança. Desta forma, iniciamos a primeira aula dialogando sobre a seleção restrita de manifestações da cultura corporal que a mídia apresenta para a população brasileira nos seus programas televisivos e reportagens jornalísticas.

Neste aspecto, identificamos a ocorrência da participação do futebol, algumas vezes do vôlei e em canais fechados podemos perceber que o tênis e o rúgbi conseguem ganhar um espaço nas emissoras. No entanto, muitas crianças afirmaram que não possuem televisão por assinatura nas respectivas residências, possibilitando que elas assistam apenas as atividades esportivas que estão disponíveis nos canais abertos.

Após esse diálogo, informamos às crianças que a internet, especialmente o youtube, seria o principal caminho para assistir vídeos sobre sertanejo, assim como ouvir músicas deste ou qualquer outro ritmo. De acordo com a conversa realizada com os alunos, poderíamos escolher as músicas sertanejas de qualquer letra, seja “sofrência” ou “modão2”, como diz o dialeto da modalidade musical.

Em seguida, ainda na primeira aula, fomos até a sala de informática e pesquisamos sobre a história da música sertaneja no Brasil e descobrimos que foi em 1929 que surgiu a primeira letra desse ritmo. Ela nasceu a partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires, nas cidades do sudeste goiano e mato-grossense.

No mesmo dia da pesquisa, mostramos alguns vídeos de pessoas dançando a modalidade e ficou definido que as crianças iriam escolher duas músicas para serem vivenciadas nas aulas. Neste sentido, perguntamos quais cantores de sertanejo eles conheciam. Algumas crianças citaram o nome dos cantores Jorge e Matheus e outros só citaram trechos da música “Lençol Dobrado”, de autoria do cantor João Gustavo. Finalmente, após ouvirem algumas canções, os estudantes escolheram as músicas “Anti-amor” e “Lençol Dobrado”.

No segundo dia de aula, iniciamos as atividades práticas, nas quais utilizamos os recursos de rádio, pen drive e aparelho celular para realizar fotos e vídeos, com a intenção de compor os registros avaliativos. Neste momento, deixamos as crianças sentadas na quadra e chamamos uma menina para demonstrar o gesto denominado base lateral individual e em dupla.

Explicamos para os estudantes que o sertanejo é dançado em quatro tempos, realizando a contagem um, dois, três, quatro. Neste caso, demonstramos o gesto que se inicia pelo lado esquerdo do corpo e começa a contagem, sendo que o primeiro passo é simplesmente afastar as pernas, no segundo a menina tem que cruzar a perna direita pela frente da esquerda, no terceiro a aluna deverá afastar a perna esquerda e no quarto o pé direito se posiciona próximo ao esquerdo, mantendo ambas as pernas afastadas neste momento. Após essa movimentação é o momento de voltar para o outro lado, realizando a mesma sequência de passos e contagens. É interessante frisar que essas atividades de ensino foram criadas pelo docente, que é praticante da dança sertaneja nos momentos de lazer, no qual os ensinamentos básicos para aprender essa prática corporal utiliza esse formato ora apresentado.

Figura 1 Vivência dos gestos do sertanejo durante as aulas de Educação Física Escolar 

Em seguida, foi a vez de convidar um dos meninos para demonstrar a base lateral. Durante a dança, o menino também se desloca pelo lado esquerdo do corpo e começa a contagem. O primeiro passo é simplesmente afastar a perna; no segundo, o menino tem que cruzar a perna direita por trás da esquerda; no terceiro, o aluno deverá afastar a perna esquerda; e no quarto o pé direito se posiciona próximo ao esquerdo, mantendo as duas pernas afastadas. No momento de voltar, o aluno deverá realizar o mesmo deslocamento que a menina. Neste caso, primeiramente o menino afasta a perna direita, depois cruza o pé esquerdo pela frente da direita. No terceiro, afasta o pé direito e por último posiciona os dois pés em posição de abertura.

Iniciamos as aulas de base lateral, sem música, organizando as meninas em uma fileira, uma ao lado da outra, e os meninos em uma fileira atrás das meninas, a uma distância de aproximadamente quatro metros. Nós ficamos uma linha a frente das crianças para demonstrar primeiro a base lateral realizada pelas meninas. Em seguida, era o momento de repetir a base dos meninos. Porém, neste momento, todos realizaram juntos, acompanhando o nosso ritmo.

Figura 2 Vivência dos gestos do sertanejo durante as aulas de Educação Física Escolar 

No terceiro e quarto dia de vivência, realizamos a base lateral de forma individual e em dupla com as respectivas músicas escolhidas dos cantores Gustavo Mioto e João Gustavo. No segundo momento deste dia, explicamos para os discentes que seria realizada a base em dupla. Portanto, chamamos uma aluna e um aluno que demonstraram facilidade em aprender os gestos e ambos realizaram os passos de base juntos, sendo que o menino realizou seus gestos dos membros inferiores conforme demonstrado anteriormente e a menina também demonstrou o que já havia sido explicado, visando facilitar o entendimento da dança por parte das demais crianças.

Figura 3 Vivência dos gestos do sertanejo durante as aulas de Educação Física Escolar 

Seguindo com a nossa proposta, na quinta, sexta e sétima aulas, as crianças participaram realizando a base em dupla, sendo que explicamos aos estudantes que todos deveriam trocar os pares no desenvolvimento da dança. A partir desta etapa, novamente chamamos uma aluna e demonstramos a base em dupla, juntamente com a realização do giro simples, no qual ambos realizam a contagem dos passos um, dois, três, quatro. Em seguida, o menino solta a mão direita dele da mão esquerda da aluna e realiza o giro em sentido horário, continuando a contagem dos pés, que não podem parar ao chegar do outro lado. Nesse sentido, o menino realiza novamente o giro simples.

Pela facilidade que a turma demonstrou na execução do primeiro giro, nós decidimos incluir a demonstração do giro chuveirinho. Neste momento, chamamos uma aluna e fizemos a demonstração desta etapa, na qual o menino levanta o braço da dama para o alto estendendo completamente, em seguida segura na ponta dos dedos da menina, fazendo uma leve torção no sentido horário e segue a contagem com os pés. Chegando do outro lado, é a vez de retornar fazendo o chuveirinho.

Prosseguindo com as etapas didáticas do projeto sertanejo, na oitava, nona e décima aulas, as crianças continuaram realizando a base em dupla, juntamente com a execução do giro simples e chuveirinho. Neste momento, a aluna Cláudia nos indagou dizendo se poderíamos incluir mais giros, pois, ela acompanhava a mãe nas aulas de sertanejo em uma academia da região, fato que outros estudantes concordaram na ampliação dos passos.

Assim, chamamos a aluna Cláudia, que já tinha facilidade com a modalidade e demonstramos os giros “casinha” e “manivela”, concluindo os quatro passos que nos propomos a ensinar. Sobre a casinha, o menino segura a mão direita da menina, indica para o lado esquerdo e na volta passa a mão por cima da cabeça de sua dama, estendendo o seu corpo. Após isso, é só segurar as mãos da menina e retornar para a base lateral contando os passos. Em seguida, as crianças acompanhadas de seus pares, vivenciaram os passos e giros, trocando os pares conforme o desenvolvimento das músicas.

Figura 4 Vivência dos gestos do sertanejo durante as aulas de Educação Física Escolar 

Ainda na mesma aula e para ensinar o último passo convidamos a aluna Ester para demonstrar a execução da manivela. Neste caso, o menino que realiza a condução da dama segura a mão esquerda, que fica posicionada próximo ao músculo quadríceps, segura de forma delicada os dedos da dama e faz uma leve torção girando a menina em sentido horário, fazendo a contagem do tempo. Chegando do outro lado ele finaliza o gesto e retorna fazendo a mesma contagem para finalizar o movimento.

Nas respectivas aulas de número 11, 12 e 13, os estudantes já tinham se apropriado de todos os passos, “giro simples”, “chuveirinho”, “casinha”, “manivela”, base lateral e dupla, assim nós apenas realizávamos a mediação da dança e organizávamos as duplas no momento de trocar os pares. Um fato que gerou bastante felicidade para todo o grupo do 5º ano B foi a desenvoltura do aluno Leandro, que possui deficiência intelectual leve, já que ele conseguiu acompanhar todas as explicações e dançou de maneira muito satisfatória.

Dessa forma, percebemos que essa oportunidade de dançar na escola promove a inclusão de meninos e meninas, de pessoas com e sem deficiência, além de explorar a criatividade e autoestima dos alunos que vivenciam essa prática corporal.

Chegando ao final desta experiência, organizamos as crianças em círculo de cultura e perguntamos como poderiam ser as aulas de número 14 e 15. Prontamente, as crianças responderam que gostariam de organizar uma coreografia para apresentar na abertura dos festivais esportivos da escola e no sábado letivo com as famílias, evento que reúne todos os responsáveis dos estudantes para vivenciar atividades culturais organizadas pela unidade escolar.

A partir deste diálogo, nas últimas aulas de sertanejo, os alunos iniciaram as vivências. Neste momento, as crianças disseram que realizariam a base lateral contando os quatro tempos, se deslocando três vezes. Ao chegar no quarto deslocamento seria o tempo de fazer o giro simples na dama. Seguindo a sequência da dança sempre contando os quatro tempos, após se deslocar na base lateral três vezes seria o momento de realizar o giro chuveirinho, em seguida com a mesma contagem, os estudantes incluíram na coreografia a casinha e, por último, a manivela. Estes passos foram repetidos duas vezes e, chegando próximo ao término da música, os meninos realizaram o giro simples nas meninas, que por sua vez se agacharam de frente para a grade onde fica o público que assiste as atividades. Os meninos, nesta hora, seguraram a mão esquerda das meninas acima da cabeça delas como forma de finalização da vivência.

Neste processo de aulas e experiências, definimos que as crianças teriam que apresentar a coreografia nos dois eventos organizados pela escola, no qual se encontram registrado no projeto político pedagógico da instituição.

Como forma de avaliação, registramos com fotos e vídeos gravados em celular todos os momentos das aulas de sertanejo. A primeira apresentação aconteceu na quadra e os estudantes das duas turmas dos 5º anos se apresentaram para a escola, inicialmente dançando a música Anti-amor, dos cantores Gustavo Mioto e Jorge e Matheus. Em seguida, foi a vez de apresentar a dança com a música Lençol Dobrado do cantor João Gustavo.

No dia da segunda apresentação, que aconteceu no sábado letivo com as famílias, as crianças se apresentaram no palco da escola, localizado no pátio. O marco diferencial deste dia foi que após os estudantes apresentarem a primeira dança com a música Anti-amor, os responsáveis das crianças dançaram o ritmo sertanejo com os educandos. Para nossa surpresa, todos eles já haviam ensaiado e dançado em casa com seus filhos, sobrinhos e netos, que demonstram muita felicidade e satisfação pelo evento.

De nossa parte, com a vivência da dança sertaneja nas aulas de Educação Física, ressaltamos que neste projeto, de um modo particular, visualizamos o brilho nos olhos das crianças durante a participação e construção dessa prática corporal. De certo modo, a nossa ambição em despertar o senso crítico nos educandos, por meio dos diversos assuntos que envolvem as aulas do respectivo componente curricular, foi evidenciada através da participação efetiva e respeito mútuo entre os participantes, principalmente nos momentos de dançar em duplas.

Ao término desta experiência, organizamos os discentes no círculo de cultura e perguntamos quais foram os aspectos que mais gostaram no sertanejo e o que poderíamos fazer para melhorar essa proposta em outras oportunidades. A maioria dos alunos respondeu que nunca imaginou que poderia aprender a dançar nas aulas de Educação Física, outros estudantes afirmaram que a dança fará parte dos momentos em que forem em festas e eventos, principalmente quando tocar o ritmo musical sertanejo.

Com essa experiência, esperamos contribuir com o trabalho pedagógico de outros professores de Educação Física, apresentando as possibilidades do círculo de cultura para favorecer o aprendizado de maneira igualitária e participativa. Conforme descrito na primeira aula, este trabalho possibilitou a superação dos preconceitos de gênero percebido pela fala das crianças no início do projeto. Assim, foi possível refletir sobre as atitudes preconceituosas dos discentes relacionadas com essa manifestação da cultura corporal.

O círculo de cultura na produção acadêmica da Educação Física Escolar

O círculo de cultura se desenvolveu nos anos 1960, por meio do movimento de cultura popular (MCP), com a necessidade de contribuir junto ao processo de alfabetização e letramento de adultos. Essa estratégia utilizada permite a circulação dos seres, dos saberes, dos sentires, do eu, do outro e do nós. “Os círculos de cultura são precisamente isso: centros em que o povo discute os seus problemas, mas também em que se organizam e planificam ações concretas, de interesse coletivo” (FREIRE, 2006, p. 28).

Sistematizados por Paulo Freire (2006), o círculo de cultura está embasado em uma proposta pedagógica de matriz democrática e libertadora, no qual propõe uma aprendizagem integral e possibilita uma tomada de consciência perante os problemas vivenciados em diversos contextos, como por exemplo, a escola e a sociedade.

Para Freire, essa concepção promove e valoriza a horizontalidade do ensino, no que concerne a relação educador e educando, assim como a valorização das culturas locais, ressignificando os saberes dos estudantes e privilegiando suas vontades e anseios na construção da proposta de trabalho. É a partir deste entendimento que o autor propõe algumas etapas didáticas que se baseiam nos temas geradores, coletados nos momentos iniciais de diálogo, possibilitando mapear os conhecimentos dos alunos em relação aos temas e conteúdos que eles conhecem.

A tematização oportunizou a reflexão e análise sobre os conhecimentos desenvolvidos nas aulas, juntamente com o estudo sobre as práticas corporais que as crianças vivenciaram nesta experiência pedagógica. Por fim, a problematização no círculo de cultura, caracterizou-se como um momento de estabelecer debates e diálogos sobre as temáticas contemporâneas, a fim de conscientizar e politizar as relações de poder existentes nas manifestações da cultura corporal.

É por meio desta ideia freiriana que tivemos a intenção de reinventar o legado teórico do autor (SAUL, 2016), utilizando desta forma os círculos nas aulas do componente curricular Educação Física. A atualidade do pensamento de Paulo Freire vem sendo demonstrada pela multiplicidade de trabalhos teóricos práticos que se desenvolvem pelo Brasil e pelo mundo, tomando o seu pensamento e a sua prática como referências, em diferentes áreas do conhecimento, com o intuito de contribuir junto a leitura de mundo dos educandos e das pessoas (SAUL, 2016).

Com o intuito de permanecermos conectados com os alunos e conceber o verdadeiro sentimento de contemplar as práticas de interesse das crianças na participação das aulas de Educação Física, utilizamos o círculo de cultura para desenvolver a consciência crítica dos estudantes. Para Romão et al. 2006, p. 177) “no círculo de cultura pesquisadores e pesquisados são sujeitos da pesquisa que, enquanto pesquisam, são pesquisados e, enquanto são investigados, investigam”.

Com a meta de disseminar uma educação humanizadora na escola pública, que vai ao encontro de um projeto que luta contra as desigualdades sociais no interior das diversificadas unidades escolares espalhadas pelo Brasil, promover um ambiente aberto ao diálogo é possível se o planejamento das aulas de Educação Física tiver relação com os aspectos do respeito ao outro e a valorização das diferenças, considerar as diversas culturas e contemplar a participação discente na organização didático-pedagógica (SOUSA, 2017; NOGUEIRA et al. 2019).

Nesse contexto, Sousa, Silva e Maldonado (2017) organizaram um projeto educativo durante as aulas de Educação Física Escolar utilizando os conceitos freirianos de diálogo, reflexão sobre a prática e planejamento participativo, demonstrando que foi possível atribuir aos estudantes uma forma de aprendizagem em que todas as crianças aprenderam e dialogaram sobre os temas que envolvem as práticas corporais.

No mesmo caminho e utilizando o círculo de cultura nas aulas de Educação Física em uma escola pública da rede municipal de Santo André, Sousa, Maldonado e Neira (2018) se apropriaram do projeto político pedagógico da escola e dialogaram com os estudantes sobre os tipos de dança que conheciam e gostariam de aprender. As crianças do 5º ano indicaram o interesse em aprender o funk. Dentre os principais resultados alcançados nesta pesquisa, os estudantes fizeram bom uso da ferramenta de internet, na própria escola, realizando pesquisa sobre o funk, compreenderam que meninos e meninas podem vivenciar juntos os gestos dessa prática corporal, construíram uma coreografia de dança e se apresentaram para uma turma da escola. Além disso, os alunos evangélicos entenderam que na escola é possível participar de todas as danças e que isso não atrapalha as suas crenças.

A seu tempo, Farias et al. (2018), amparados pelo referencial teórico de Paulo Freire, organizaram a prática pedagógica considerando o interesse dos alunos e contemplando a utilização do planejamento participativo. Esses docentes tematizaram as brincadeiras e os jogos para os estudantes das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental durante as aulas de Educação Física. Os autores concluíram que o círculo de cultura e o diálogo constante nas aulas possibilitaram uma importante contribuição aos alunos e professores.

Com o intuito de apresentar etapas didáticas utilizando o círculo de cultura, Sousa (2017, p. 92-94) organizou uma proposta para contribuir com a prática pedagógica dos professores de Educação Física que gostariam de utilizar essa estratégia de ensino em suas aulas. O autor menciona que no primeiro momento da aula, os alunos sentam no círculo, que fica no meio da quadra e dialogam com o professor para planejar as aulas de um determinado período letivo, podendo utilizar essa mesma estratégia em diversificados momentos dos seus projetos educativos.

Portanto, embora recente, já é possível perceber publicações na literatura da Educação Física Escolar demonstrando que os professores e as professoras desse componente curricular utilizam o círculo de cultura para possibilitar a participação efetiva dos alunos e das alunas no planejamento e organização das suas aulas na Educação Básica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta experiência pedagógica se inspirou no círculo de cultura com o intuito de democratizar as discussões que permeiam e problematizam as aulas de Educação Física escolar, buscando reinventar o formato que Freire construiu, neste caso implementando as premissas principais de diálogo e conscientização, porém abordando os temas e conteúdos que são particulares da Educação Física.

Tida como cultura do entorno local, a prática pedagógica ora apresentada foi vivenciada em uma escola pública, localizada na rede municipal de São Bernardo do Campo. Por meio destas vivências foi possível observar o brilho nos olhos das crianças, que por sua vez conheceram uma modalidade de dança e perceberam que é possível vivenciar os gestos desta prática corporal com pessoas de outro gênero, sem discriminar ou estigmatizar com piadas por se tratar de uma atividade em duplas, fato que foi detalhado no diálogo em círculo de cultura quando uma aluna argumentou não querer dançar por ter vergonha.

É a partir desta experiência que nos colocamos em público para debater e refletir sobre está prática corporal, com outros docentes de escolas públicas e com pesquisadores universitários, além daqueles que se interessam pelo ensino da Educação Física na escola e principalmente pela melhoria da qualidade da educação pública. Com esse entendimento, percebemos quão relevante é o círculo de cultura, que possibilita organizar a prática e estruturar as aulas de Educação Física de uma maneira participativa, reflexiva e crítica. Especialmente neste trabalho, ao término das 15 aulas do projeto, identificamos que os estudantes conseguiram fazer bom uso da ferramenta de internet, por meio das pesquisas referente a história da modalidade e músicas do ritmo musical sertanejo. Compreenderam que meninos e meninas podem danças juntos sem preconceitos e estigmas. E por fim, vivenciaram os gestos da dança sertaneja.

REFERÊNCIAS

BOSSLE, Fabiano. Nosso inédito viável: professor de Educação Física intelectual transformador. In: MALDONADO, Daniel Teixeira; NOGUEIRA, Valdilene Aline; FARIAS, Uirá de Siqueira. Os professores como intelectuais: novas perspectivas didático-pedagógicas na Educação Física escolar brasileira. CRV: Curitiba, 2018. p. 19-34 [ Links ]

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Em volta do fogo aceso, em volta de um círculo. In: SPIGOLON, Nilma Imaculada; CAMPOS, Camila Brasil Gonçalves. Círculos de cultura: teorias, práticas e práxis. Curitiba: CRV, 2016. p. 13-18. [ Links ]

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1 O nome dos estudantes é fictício, respeitando a ética da pesquisa acadêmica e visando preservar a identidade das crianças.

2O estilo de música sofrência teve representantes como Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó, Zezé de Camargo e Luciano, o que significa a junção de sofrimento e carência, principalmente quando um relacionamento conjugal chega ao fim, por diferentes motivos. Já o estilo musical modão se refere ao ritmo característico do interior de diversas cidades do Brasil, também conhecido como ritmo “caipira”.

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PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade

EDITORES Mauricio Roberto da Silva, Giovani De Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira

Recebido: 22 de Setembro de 2019; Aceito: 20 de Abril de 2020

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