SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.32 número63Educación Física en los Institutos Federales: ¿qué "y para qué" enseñar?El mar y el caiçara: la carrera de canoas como juego tradicional y fortalecimiento de la identidad índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Compartir


Motrivivência

versión On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.32 no.63 Florianópolis  2020  Epub 01-Sep-2020

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020.e72284 

Artigo Original

Promovendo diálogos sobre imagem corporal com futuros professores de Educação Física

Promoting dialogues on body image with future Physical Education teachers

Promoviendo diálogos sobre imagen corporal con futuros profesores de Educación Física

Aline de Souza Furtado Medeiros1 
http://orcid.org/0000-0001-8274-1168

Márcia Valéria Mrad Leijoto1 
http://orcid.org/0000-0001-9685-1472

Pedro Henrique Berbert de Carvalho2 
http://orcid.org/0000-0002-4918-5080

Ana Carolina Soares Amaral1 
http://orcid.org/0000-0003-2485-9111

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Barbacena, Brasil

2Universidade Federal de Juiz de Fora, Governador Valadares, MG, Brasil


RESUMO

O estudo objetivou avaliar em qual direção a participação em uma intervenção foi capaz de modificar a percepção de futuros professores de Educação Física em lidar com assuntos relacionados à imagem corporal em suas aulas. Participaram do estudo 14 acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais - Campus Barbacena. Os voluntários responderam a entrevistas semi-estruturadas antes do início e após a realização de quatro encontros, os quais buscaram situar o corpo no âmbito das práticas pedagógicas. Os resultados apontaram que a participação nas oficinas foi capaz de promover mudanças na opinião dos futuros professores a respeito da abordagem de temas relacionados ao corpo e à imagem corporal nas aulas de educação física, no sentido de incentivar a reflexão sobre esses temas, ampliando o acesso a informações científicas e a elaboração de estratégias didáticas para a abordagem do tema na escola.

PALAVRAS-CHAVE: Imagem corporal; Aparência física; Educação física; Pesquisa qualitativa; Cultura

ABSTRACT

The present study aimed to evaluate in which way an intervention was able to modify the perception of future Physical Education teachers in dealing with themes related to body image in their classes. Participants of the study were 14 undergraduate students in the Physical Education Degree course of the Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais - Campus Barbacena. The volunteers responded to semi-structured interviews prior to the start and after four meetings, which sought to place the body within the scope of pedagogical practices. Our results pointed out that the participation in the meetings was able to promote changes in the opinion of future teachers regarding the approach to themes related to the body and body image in physical education classes, in the sense of encourage thinking on these themes, expanding access to scientific information and the elaboration of didactic strategies to approach such themes at school.

KEYWORDS: Body image; Physical appearance, body; Physical education; Qualitative research; Culture

RESUMEN

El objetivo fue evaluar en qué dirección la participación en una intervención fue capaz de modificar la percepción de futuros profesores de Educación Física en lidiar con asuntos relacionados a la imagen corporal en sus clases. Participaron 14 académicos del curso de Licenciatura en Educación Física del Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais - Campus Barbacena. Los voluntarios respondieron a entrevistas semiestructuradas antes del inicio y después de la realización de cuatro encuentros, los cuales buscaron situar el cuerpo en el ámbito de las prácticas pedagógicas. Nuestros resultados señalaron que la participación en las reuniones fue capaz de promover cambios en la opinión de los futuros profesores con respecto al enfoque de los temas relacionados con el cuerpo y la imagen corporal en las clases de educación física, en el sentido de alentar a pensar sobre estos temas, ampliando el acceso a la información científica y la elaboración de estrategias didácticas para abordar dichos temas en la escuela.

PALABRAS-CLAVE: Imagen corporal; Apariencia física; Educación física; Investigación cualitativa; Cultura

INTRODUÇÃO

Na sociedade atual, a cultura do corpo perfeito vem sendo disseminada fortemente pela mídia, propagando padrões de beleza, muitas vezes inalcançáveis. Conforme elucidam Almeida, Wiggers e Jubé (2014), há diversos fatores que podem ser citados como influenciadores do corpo, mas a cultura se destaca, uma vez que o ambiente cultural em que se vive é refletido, especialmente, no corpo.

Nesse contexto, muito se tem discutido sobre a imagem corporal, que pode ser definida como “a figuração de nosso corpo formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo se apresenta a nós” (SCHILDER, 1980, p. 11). Na atualidade, os estudos relacionados à imagem corporal têm se disseminado, com o surgimento de novas linhas de pesquisa, as quais têm evidenciado a importância da cultura na formação desse construto (AMARAL; CARVALHO; FERREIRA, 2014).

A busca pelo corpo perfeito tem sido associada à ocorrência de distúrbios relacionados à imagem corporal, como a insatisfação com a aparência, os transtornos alimentares, a depressão e a lipofobia (COSTA; VENÂNCIO, 2004; SILVA; SILVA; LÜDORF, 2015). No ambiente escolar, o surgimento de distúrbios de imagem corporal também vem sendo associado à prática do bullying, caracterizado por “atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento” (FANTE, 2005, p. 27).

Os episódios de bullying ocorrem rotineiramente nas aulas de educação física, pois é um momento em que os alunos estão com roupas mais curtas e apertadas. Oliveira e Votre (2006) esclarecem que as escolas e professores ainda se pautam em um modelo de educação física no qual aqueles que não conseguem atingir um elevado desempenho nas atividades propostas são discriminados e vitimados pelos alunos com desempenho superior. Destaca-se, ainda, que os professores são frutos da sociedade na qual estão inseridos e, portanto, trazem para suas aulas conceitos pré-estabelecidos sobre os papéis exercidos dentro da escola (DARIDO, 2012).

A abordagem de temas relacionados aos aspectos socioculturais do corpo no ambiente escolar vem sendo proposta desde os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs; BRASIL, 1997). Já nesse documento, um dos blocos de conteúdo previstos para a Educação Física deveria abordar os “conhecimentos sobre o corpo”, o qual inclui o processo de crescimento e desenvolvimento corporal, o cultivo de bons hábitos alimentares e atividades corporais. Tendo como base o entendimento de que o corpo ultrapassa a abordagem de aspectos técnicos e fisiológicos, os PCNs avançam ao se basearem em uma perspectiva na qual o corpo é influenciado pelo contexto sociocultural.

Nesse mesmo sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC; BRASIL, 2018) exalta que deve fazer parte das competências específicas de Educação Física para o ensino fundamental tratar dos temas relacionados aos aspectos socioculturais do corpo através de atividades que objetivem analisar os padrões de beleza, estética e saúde, criticando o consumismo e adotando ações contra o preconceito e discriminações de toda espécie, salientando a riqueza da diferença. A análise desses documentos legais, além do amplo debate epistemológico que tem sido travado a respeito do papel da Educação Física escolar, demonstram a necessidade de que os professores estejam preparados para lidar com esses temas dentro da escola.

No universo analisado pela presente pesquisa (Curso de Licenciatura em Educação Física do IF Sudeste MG - Campus Barbacena), a disciplina optativa “Corpo e Cultura” aborda a temática da imagem corporal através de discussões acerca da relação do corpo com as diversas manifestações culturais, apesar de ser pouco procurada pelos alunos. Dessa forma, esse estudo busca investigar como a abordagem de temas relacionados à imagem corporal durante o curso de licenciatura pode gerar mudança de atitudes e percepções, preparando os futuros professores de Educação Física para situações relacionadas à imagem corporal, despertando o interesse pelo assunto, levando-os a utilizar os conhecimentos adquiridos durante o desenvolvimento da pesquisa em sua atuação docente.

Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar em qual direção a participação em uma intervenção foi capaz de modificar a percepção de futuros professores de Educação Física em lidar com assuntos relacionados à imagem corporal em suas aulas.

MATERIAL E MÉTODOS

Participantes

A pesquisa, de tipo qualitativa, foi realizada com estudantes do curso de Licenciatura em Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais Campus Barbacena. Durante o processo de divulgação da oficina, todos os alunos matriculados no curso foram convidados a participar e 60 alunos demonstraram interesse. Foram excluídos aqueles que já tivessem cursado a disciplina optativa “Corpo e Cultura”, pelo fato de já terem participado de discussões sobre os temas abordados na oficina e, ainda, aqueles com dificuldades de horário para participar dos encontros e entrevistas. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) expressando sua participação voluntária no estudo.

Entrevista

Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturada, o qual foi submetido à avaliação de cinco especialistas na área de pesquisa de imagem corporal (quatro doutores e um mestre), que apresentaram seus pareceres quanto a sua pertinência e qualidade.

As entrevistas foram realizadas individualmente, antes do início e após o término da intervenção, gravadas e transcritas na íntegra. Estas foram submetidas à análise de conteúdo, caracterizada como “uma técnica de análise das comunicações, que irá analisar o que foi dito nas entrevistas ou observado pelo pesquisador” (SILVA; FOSSÁ, 2015, p. 2). Para tanto, seguiu-se as fases: pré-análise (organização geral do material); exploração do material, caracterizada pela categorização dos recortes do texto; e tratamento dos resultados através da inferência e interpretação do material recolhido, agregando e comparando diferenças e semelhanças (SILVA; FOSSÁ, 2015).

Intervenção

A intervenção consistiu de quatro encontros interativos, com duração de uma hora cada, realizados uma vez por semana, em outubro de 2018. O roteiro das oficinas que compuseram a intervenção proposta foi avaliado pelos especialistas, verificando a pertinência das atividades, bem como sua coerência em relação à entrevista proposta. Nos encontros, os participantes foram levados a discutir sobre o conceito de imagem corporal e refletir sobre o surgimento, o conceito e a perpetuação do padrão de beleza. Foram propostos debates sobre a influência da mídia e as consequências da perseguição dos padrões (pessoais e para a sociedade) e dinâmicas estimulando ponderações sobre a atuação dos futuros professores em suas aulas de Educação Física. A descrição detalhada de cada um dos encontros está apresentada no Quadro 1.

O projeto do presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (parecer 2.805.396) e sua execução está de acordo com as Resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde.

Quadro 1 Descrição das oficinas realizadas. 

1º encontro: após uma breve apresentação da proposta, os pesquisadores promoveram uma discussão a respeito do conceito de imagem corporal. Em seguida, em grupos, os participantes criaram uma figura que representasse um corpo belo, a partir de imagens de revistas e jornais. Após, os participantes debateram sobre a atividade realizada, sendo interpelados sobre o que lhes chamou a atenção nas figuras das partes do corpo utilizadas na atividade anterior. Esse debate culminou com a definição do termo “padrão de beleza”. Ainda, os participantes foram levados a refletir sobre as diferenças entre o “padrão de beleza” e o “padrão de corpo saudável”.
2º encontro: iniciou-se com uma discussão sobre a origem do “padrão de beleza”, bem como sobre os custos pessoais e sociais ocasionados pela busca desse ideal. Nesse debate também foi discutida a influência da mídia sobre esse padrão. Em seguida, foi exibido e discutido um vídeo sobre estima corporal, refletindo sobre os conceitos abordados nas atividades anteriores. Por fim, os participantes foram orientados sobre o "Exercício do Espelho”, no qual deveriam anotar 10 características positivas sobre si mesmos, sendo no mínimo três características físicas. Essa atividade foi realizada em casa, individualmente pelos participantes, que deveriam estar de frente para um espelho ao listar as características.
3º encontro: o encontro foi iniciado com uma conversa sobre o “Exercício do Espelho”, na qual os participantes relataram as dificuldades encontradas e refletiram sobre a importância de se reconhecer qualidades positivas em si mesmos. Nessa discussão, abordou-se, também, como essa atitude pode ser útil ao lidar com crianças e adolescentes. Em seguida, realizou-se o “Exercício do Espelho em duplas”. Essa atividade consistiu em um participante de frente para o outro, ressaltando as qualidades do colega; os participantes que receberam o elogio deveriam exercitar a atitude de aceitar e agradecer. Após, realizou-se uma discussão a respeito da atividade anterior, com o objetivo de mostrar aos participantes a importância de enaltecer os atributos positivos dos outros. A última atividade foi uma dramatização sobre a perpetuação do ideal de beleza. Em grupos, os participantes interpretaram um personagem engajado na busca pelo padrão de beleza e os outros deveriam dissuadi-lo de perseguir esse ideal. Após, os participantes foram estimulados a relatar como se sentiram ao realizar a atividade, bem como sua utilidade para o dia-a-dia enquanto docentes.
4º encontro: os participantes assistiram a uma apresentação de slides sobre estratégias de prevenção dos transtornos de imagem corporal. Em seguida, foi realizado um debate sobre como o professor de educação física pode tratar esse tema em suas aulas, e sobre como agir diante de situações complexas, como o bullying relacionado às características corporais. Na atividade seguinte, em grupos, os participantes foram convidados a elaborar um vídeo criativo no qual deveriam se manifestar contra a perpetuação dos ideais de beleza. Após a exibição dos vídeos confeccionados pelos participantes, foi realizado o encerramento das oficinas.

Fonte: os autores (2020).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram 14 indivíduos com média de idade igual a 23,55 anos (desvio-padrão=5,00) e 24,00 anos (desvio-padrão=8,57), para mulheres (n=9) e homens (n=5), respectivamente, estudantes do 2º ao 8º período do curso de Licenciatura em Educação Física.

Análise das entrevistas

A primeira exploração do material buscou indicadores de discurso, a partir dos quais foram criadas as seguintes categorias: (1) Conceito de imagem corporal; (2) Comportamentos e sentimentos sobre o corpo; (3) Padrão de beleza: definição e consequências; (4) Atitudes sobre o bullying; e (5) Papel do professor de Educação Física. Cada categoria será apresentada e discutida a seguir, com base nas respostas obtidas no pré e no pós-teste.

Conceito de Imagem Corporal

Antes da intervenção, pode-se dizer que a concepção sobre imagem corporal dos participantes baseava-se em aspectos como a visão individual sobre o próprio corpo (como a pessoa se vê), a importância do outro e da mídia, sobre a perspectiva da beleza e do sentir-se bem, que podem ser exemplificadas pelos fragmentos a seguir:

“É como a gente vê o outro, o que a gente vê no outro, o que eu mostro pro outro.” (Participante 12, sexo feminino, 22 anos).

“Tudo que vem relacionado a imagem corporal eu penso logo no que a mídia já formulou como deveria ser essa imagem.” (Participante 13, sexo feminino, 25 anos).

“A imagem corporal, pra mim... é a melhor forma que eu me sinto bem com meu corpo.” (Participante 10, sexo feminino, 24 anos).

Os fragmentos acima demonstram a percepção do “eu” e do “outro” (aspecto social) como componentes da imagem corporal. Resultados semelhantes foram notados em outros estudos, nos quais o construto foi definido como a representação mental do corpo, formada por aspectos perceptivos, afetivos e sociais (CONTI, 2008; FEHRMAN-ROSAS et al., 2016).

Após a participação nas oficinas, superando a concepção apresentada na primeira entrevista (visão individual e importância do outro), os participantes indicaram uma visão de imagem corporal relacionada ao seu conceito acadêmico, com referência ao Modelo dos Três Fatores, proposto por Thompson et al. (1999), no qual a insatisfação corporal e o desenvolvimento dos transtornos alimentares são explicados pela influência dos fatores socioculturais família, amigos e mídia:

“Eu entendo que, a gente tem o padrão de beleza que é exposto pela mídia, pelos amigos, pela família, e outro padrão que é o padrão saudável.” (Participante 6, sexo masculino, 22 anos).

“É a visão que a pessoa tem de si mesma, vinda da influência da sua família, dos amigos, da mídia, as influências exteriores que construíram em si, né. E o que você pensa de si.” (Participante 4, sexo feminino, 36 anos).

Percebeu-se, assim, a mudança de visão dos participantes em relação a esse construto. Em primeiro lugar, nota-se alteração na conceituação de imagem corporal, de uma perspectiva individual e não científica para o entendimento de sua multidimensionalidade e complexidade científica. Adicionalmente, observou-se que os participantes foram capazes de atrelar novas formas de pensar e agir na sua vivência, incluindo nesse ínterim a consciência sobre a importância de se pensar nos aspectos sociais e culturais na construção da imagem corporal.

Comportamentos e sentimentos sobre o corpo

No que diz respeito à forma como se sentem e se comportam com relação a seus corpos, os participantes apresentaram visões semelhantes antes e após a participação nas oficinas, relatando sentimentos positivos sobre o próprio corpo:

“Em relação ao campo positivo, todo mundo é um pouquinho narcisista e ao campo negativo também, porque ninguém está 100% satisfeito com o corpo que tem.” (Participante 7, sexo masculino, 39 anos, pré-teste).

“Antes, quando eu estava mais nova, […] eu tinha muito esse pensamento, porque a escola, a influência da escola e dos amigos era muito, né […] de ficar magrinha e tal, mas hoje não tem nada a reclamar não, sou muito feliz com meu corpo.” (Participante 8, sexo feminino, 21 anos, pós-teste).

Mesmo apresentando visões semelhantes em relação aos sentimentos positivos sobre o próprio corpo antes e após a participação nas oficinas, os participantes relataram um aumento da autoestima após a realização de atividades e discussões ocorridas nas oficinas, o que indica a importância da intervenção para a promoção de sentimentos positivos em relação ao próprio corpo:

“Eu gosto do meu corpo, assim, do meu cabelo. Tem algumas coisas que eu não gosto também... mas aqui na oficina teve gente que falou alguma coisa, algum ponto específico do meu corpo, ai eu passei a gostar disso.” (Participante 14, sexo feminino, 21 anos, pós-teste).

“Agora eu tô mais positivo ainda. Eu já sempre tive uma autoestima bem legal, graças a Deus, mas depois da oficina ainda aumentou, que a gente começa a reparar outras coisas, coisas a mais, assim, é interessante.” (Participante 3, sexo masculino, 18 anos, pós-teste).

A insatisfação corporal, a baixa autoestima, a pressão social e a falta de aceitação do próprio corpo são preditores para o possível desenvolvimento de transtornos relacionados à imagem corporal, como os alimentares (AVALOS; TYLKA; WOOD-BARCALOW, 2005). Existem vários programas direcionados à prevenção de transtornos alimentares e Stice, Becker e Yokum (2012) destacam que as intervenções interativas e com múltiplas sessões são mais eficazes na redução de sintomas, fatores de risco e, por vezes, do início da desordem alimentar. Apesar de este não ter sido o desfecho avaliado no presente estudo, pode-se dizer que as oficinas realizadas se baseiam nas características apontadas pelos autores, com vários encontros e primando pela participação ativa dos integrantes. As falas dos participantes indicam que conteúdos propostos ao longo das oficinas foram assimilados. Os aspectos discutidos são fundamentais para a mudança de comportamentos e sentimentos em relação ao corpo e podem ser úteis aos futuros professores de Educação Física (AMARAL; FERREIRA, 2019).

Padrão de beleza: definição e consequências

A definição de padrão de beleza pareceu não estar muito clara para os participantes, antes da intervenção. Aqueles que souberam definir o padrão, o relacionaram à imposição da mídia e da sociedade:

“Definir o que é um padrão de beleza, eu não saberia.” (Participante 9, sexo masculino, 22 anos).

“Imposto pela sociedade. Muitas vezes a sociedade impõe que o padrão de beleza tem que ser o corpo sarado, o corpo perfeito. A mídia também realça isso, só que na realidade não é.” (Participante 10, sexo feminino, 24 anos).

Já após os encontros propostos, todos participantes apresentaram uma definição, concordando que existe um padrão de beleza. Ademais, foi reafirmado pela maioria o papel da mídia e da sociedade na construção e perpetuação deste ideal. Notou-se que, ao final das oficinas, os participantes reconheceram que são influenciados não só pela mídia e pela sociedade, mas também pelo mercado da beleza e pela cultura:

“Padrão de beleza é o que a sociedade impõe. É, é muita influência da mídia, a sociedade quer um padrão de beleza assim, magreza...” (Participante 5, sexo feminino, 23 anos).

“É aquele que é imposto pra nós pela mídia, pelas grandes marcas, que é o corpo vamos dizer assim, perfeito...” (Participante 3, sexo masculino, 18 anos).

Durante os encontros, os participantes fizeram declarações como “cada um tem seu gosto” e “o que é bonito para um, pode não ser para outro”, concordando que o padrão de beleza pode ser subjetivo. De acordo com Freitas et al. (2010, p. 390), “a tentativa de encontrar uma definição universal para este vocábulo pode resultar em um interminável jogo de palavras que se limita a expressar valores. E valor é algo individualíssimo”. Assim, apesar de não haver um conceito universal, pode-se dizer que se trata de um estereótipo imposto por cada sociedade, de acordo com a sua cultura.

Nesse âmbito, a mídia surge como um elemento que constrói, promove e difunde retratos da cultura, reproduzindo o modelo existente em cada sociedade, onde a televisão e as propagandas são os maiores divulgadores desses ideais, gerando conflitos entre a imagem corporal e o desejo de alcançar os padrões estabelecidos (CONTI; BERTOLIN; PERES, 2010; GOLDENBERG, 2011). Essa percepção apareceu nas falas dos participantes antes das oficinas:

“Enquanto você vê jornais, novelas, aí você vê uma pessoa onde se aplica a beleza e você tenta se comparar. E sabemos que cada um é cada um, tem o seu individual, as suas diferenças.” (Participante 6, sexo masculino, 22 anos).

“Mídia, familiares, amigos, a qualquer momento o padrão de beleza tá aí. A gente senta pra bater um papo, a gente já nota, mexe no celular já tem imagens que induzem ao padrão de beleza, televisão, revistas, a qualquer momento a gente nota esse padrão de beleza.” (Participante 8, sexo feminino, 21 anos).

As consequências causadas pela perseguição ao ideal de beleza eram conhecidas por todos, porém, foram ampliadas após a participação na intervenção. Os participantes citaram transtornos alimentares, problemas psicoafetivos, suicídio, danos à saúde provocados pelo uso de hormônios, lesões advindas de exercícios praticados de forma incorreta, morte por uso de medicamento impróprio, prejuízos devido ao “efeito sanfona”, entre outros.

Estudos relatam que a exposição a materiais que priorizam o padrão de beleza provoca um sentimento de inadequação, levando à baixa autoestima e à adoção de comportamentos alimentares transtornados (LEINS et al., 2018; SMITH et al., 2020). Outros fatores que têm sido associados à perseguição do ideal de beleza são a ansiedade e a depressão, as quais podem levar o indivíduo a realizar procedimentos estéticos e cirúrgicos (ALMEIDA; ZANATTA; REZENDE, 2012).

Outra consequência citada pelos participantes foi a “vigorexia”, nome comumente dado ao quadro de dismorfia muscular, descrito pelo DSM-V e caracterizado pela preocupação excessiva de que o corpo é pequeno demais ou pouco musculoso (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013). Ela está associada a desequilíbrios de fundo sociocultural e psicológico, e pode levar ao uso de artifícios para aumento da performance como o abuso de substâncias anabolizantes e lesões musculares (AZEVEDO et al., 2012).

Os participantes destacaram, ainda, a presença de pensamentos e comportamentos suicidas vinculados à perseguição dos padrões. Estudos têm apontado que indivíduos (na maioria jovens) estão dispostos a se automutilar ou mesmo tirar a própria vida devido aos problemas relacionados à aparência, sendo comum a associação dessas tendências à ocorrência de bullying (CLAUMANN et al., 2018).

Percebe-se, assim, que as discussões propostas ao longo dos encontros foram capazes de levar os participantes a refletir sobre os custos pessoais e sociais relacionados à busca do corpo perfeito, destacando atitudes e comportamentos frequentemente evocados nas aulas de Educação Física, tais como o uso do exercício físico e o uso de substâncias ilícitas para a modificação do corpo.

Atitudes sobre o bullying

O bullying é um fenômeno que vem ocorrendo com frequência nas escolas e fora delas, tratando-se de um conjunto de condutas agressivas e repetitivas com intenção de maltratar a vítima, sem motivação aparente (OLWEUS, 2013; ZEQUINÃO et al., 2017). A análise das entrevistas permite afirmar que a participação nos encontros gerou mudança nos pensamentos e estratégias dos participantes sobre o bullying, no sentido de agregar segurança e intencionalidade nas atitudes hipotéticas relacionadas ao tema.

Na primeira entrevista, apesar de a maioria dos participantes afirmar que o bullying é uma prática ofensiva, alguns mencionaram que nem sempre se trata de um insulto, podendo ser entendido como uma brincadeira. A mudança de pensamento após a intervenção é revelada pela unanimidade na afirmação de que o bullying é uma prática ofensiva. Vale destacar que a maioria dos participantes relatou que sofreu ou sofre bullying no ambiente escolar. As práticas aconteceram principalmente até o ensino médio, mas há relatos também no ensino superior, inclusive no curso atual:

“Por vezes, talvez aconteça de forma natural, como brincadeira e tal, mas na maioria das vezes ela é ofensiva.” (Participante 4, sexo feminino, 36 anos, pré-teste).

“Eu já sofri muito bullying, né. A gente fica pensando porque existem pessoas que podem ofender o outro, mas normalmente, é pra se englobar dentro de um grupo, pra não ficar excluído daquele grupo que ele já é acostumado. E aí ele faz o bullying com a outra pessoa pra se sentir melhor ou se encaixar naquele grupo, então a pessoa que sofre o bullying, na verdade que vive o bullying, ela é muito triste devido a tudo que os outros falam, xingam ou ofendem, e todo mundo tem sentimento. Então, eu acho que é a pior coisa que tem.” (Participante 1, sexo feminino, 19 anos, pós-teste).

São muitas as consequências ligadas à ocorrência do bullying. Além da dor e do sofrimento imposto às vítimas no momento das agressões (sejam elas físicas ou verbais), implicações futuras podem acompanhar o indivíduo por toda a vida, resultando em transtornos psicológicos diversos, dificuldades de relacionamento, transtornos alimentares e episódios de violência que podem culminar em morte por suicídio ou homicídio (SILVA, 2010; OLIVEIRA et al., 2016; ZEQUINÃO et al., 2017).

Nesse sentido, os futuros professores indicaram quais ações adotariam para lidar com situações de bullying em suas aulas. Antes das oficinas, alguns não sabiam quais atitudes tomar, mas grande parte conversaria com os envolvidos. Após os encontros, além do diálogo, os participantes acrescentaram intervenções e dinâmicas, incluindo as que foram desenvolvidas durante a intervenção:

“Na primeira entrevista, minha resposta dessa pergunta foi: eu não sabia... e durante o curso eu comecei a tentar ver como é que eu posso reagir na presença do bullying. Eu acho que, à princípio, hoje eu chamaria a atenção do aluno veementemente. Não tem como ser de outra forma. E depois, eu acho que tentaria inserir algumas das dinâmicas que a gente fez na sala, na turma. Que eu acho que foi uma maneira legal, uma maneira bacana, principalmente essa de troca de elogios, né, acho que foi uma forma interessante da gente abordar o assunto.” (Participante 7, sexo masculino, 39 anos).

“Eu faria um plano, um projeto pra agrupar, além dos alunos envolvidos, a turma, os familiares, amigos, até os professores em si. A escola em si precisa, hoje em dia está precisando de um projeto que envolva esse aspecto. Porque a gente não vê muito isso, não vê muito essa conversa, esse bate papo desse assunto.” (Participante 8, sexo feminino, 21 anos).

Na medida em que se adotam estratégias didáticas que visam a desconstrução dos princípios da sociedade que levam ao bullying, evita-se futuros transtornos e graves consequências que podem refletir em infortúnios, não só no ambiente escolar, mas em toda a sociedade (OLIVEIRA; VOTRE, 2006). Zequinão et al. (2017) destacaram que as aulas de educação física podem ser um ambiente propício para agressões devido à temática mais descontraída das aulas e a pouca supervisão de autoridades. Porém, o professor pode valer-se dessa abertura para trabalhar em suas aulas a autoestima dos alunos, estimulando a socialização, o respeito à diversidade, a tolerância, a ética e o pensamento crítico.

Nesse sentido, as falas destacadas demonstram a importância dos temas discutidos durante as oficinas para formação docente, indicando a necessidade de munir os professores de ferramentas para o trabalho pedagógico dos aspectos relacionados ao bullying (OLIVEIRA; VOTRE, 2006). De acordo com os participantes, a intervenção proposta cumpriu esse papel.

Papel do professor de Educação Física

Sobre a percepção dos participantes em relação ao aluno sofrer com problemas ligados à imagem corporal, foi apontado pela maioria dos entrevistados que seriam perceptíveis atitudes tais como isolamento e comportamentos diferenciados do aluno (uso de roupas largas e compridas, queixas constantes, recusa em fazer as atividades).

Bozza e Ahlert (2009) em sua pesquisa sobre relações do aluno com o corpo no ensino médio, destacam a comparação que os alunos fazem entre seus corpos, levando-os ao descontentamento e à vergonha de expor o corpo. O mesmo estudo mostra o isolamento e a recusa em participar de determinadas atividades ou da aula inteira por se sentirem incomodados com o olhar do outro. Oliveira e Votre (2006) investigaram o bullying nas aulas de Educação Física e relataram queixas sobre os problemas de imagem corporal enfrentados nas aulas, devido a diferenças surgidas entre os gêneros, classes sociais, habilidades, composição corporal e deficiências físicas.

Além disso, os participantes apontaram que algumas atitudes do professor de educação física podem contribuir para o aumento da insatisfação corporal dos alunos:

“Excluir alguns alunos, dar preferência só pra alguns, falar ‘tem que ter isso’, impor alguns padrões de beleza até mesmo pra eles. Isso aí pode ser negativo, ele tem que incluir todo mundo.” (Participante 5, sexo feminino, 23 anos, pós-teste).

“Professor que coloca apelido em aluno, professor que desmerece o aluno pelo porte físico dele...” (Participante 12, sexo feminino, 22 anos, pós-teste).

O professor representa um modelo para os alunos, podendo este se tornar uma influência positiva ou negativa. Nesse sentido, Oliveira, Oliveira e Vaz (2008) evidenciaram o posicionamento do professor frente aos jovens e crianças, estabelecendo que este deve salientar em suas práticas a inclusão, o reconhecimento e a reflexão, demonstrando convicção sobre suas própria imagem corporal, de forma a despertar sentimentos e comportamentos positivos nos alunos.

Por outro lado, os participantes do presente estudo concordaram que certas atitudes adotadas pelo professor de Educação Física podem promover uma imagem corporal saudável nos alunos. Tanto na primeira quanto na segunda entrevistas, eles citaram várias estratégias que poderiam ser usadas na abordagem dos temas relacionados ao corpo durante as aulas. Notou-se que, apesar das semelhanças nos dois momentos inquiridos, as respostas foram ampliadas após a vivência das oficinas, conforme exemplificado nas falas apresentadas no pré e pós-teste, pelos mesmos integrantes:

“Eu acho que, assim é, o professor acaba sendo o modelo né, pra turma. Porém, eu acho que não se deve cobrar muito, de nenhuma idade. Acho que o professor... eu falo por mim, quando tem atividades que eu não consigo realizar, eu fico no meu canto, porque eu sei que eu não vou dar conta.” (Participante 13, sexo feminino, 25 anos, pré-teste).

“Então, eu acho que não obrigando, mas convidando o aluno a experimentar primeiro. Eu acho que seria uma boa.” (Participante 13, sexo feminino, 25 anos, pós-teste).

Os jovens e as crianças são frequentemente expostos aos fatores de influência disparados nos veículos de comunicação, e acabam por absorver valores equivocados que podem interferir em sua relação com o corpo (DARIDO, 2012). Desta forma, a imagem corporal acaba por ter uma importância fundamental a ser trabalhada no campo escolar, porque oportuniza aos alunos o conhecimento dos efeitos prejudiciais da perseguição de padrões, a descoberta do próprio corpo e suas funções, vinculadas à qualidade de vida, favorecendo a reflexão e contribuindo para a melhoria da autoestima (PINHEIRO; VOTRE, 2018). Nesse contexto, a Educação Física contribui para a análise crítica dos padrões sociais de corpo e nos processos de conscientização, socialização e valorização dos atributos de cada indivíduo (CAPELETTI; RODRIGUES, 2014).

Avaliação da intervenção

Na segunda entrevista, os participantes foram convidados a avaliar a intervenção. Em seus relatos, todos os entrevistados avaliaram positivamente os encontros, destacando a mudança de visão sobre os temas abordados, no sentido de ampliar as possibilidades de entendimento sobre a imagem corporal e seus fatores associados, bem como de estratégias para a promoção de situações didáticas ou de enfrentamento de atitudes prejudiciais, tais como o bullying. Além disso, os participantes enfatizaram a importância da inclusão de disciplinas que tratem do assunto na grade curricular do curso de Licenciatura em Educação Física e o enriquecimento pessoal e profissional propiciado pelas atividades desenvolvidas.

Stice, Becker e Yokum (2012) destacam a pertinência de discussões sobre os temas de imagem corporal, importância da mídia na construção social do corpo, custos e consequências associados a busca pelos ideais de corpo. De acordo com os autores, ao apresentar novos conceitos e propor discussões sobre determinados temas, os participantes de intervenções desta natureza são confrontados com novas ideias e crenças, o que se convenciona chamar de “dissonância”. É o desconforto sentido nesse processo cognitivo que permite a mudança ou alteração de percepção sobre determinados conceitos e crenças pré-existentes (STICE; BECKER; YOKUM, 2012).

Os conteúdos relacionados à imagem corporal vêm ganhando mais visibilidade, pois as consequências relacionadas são muitas e de acentuada gravidade. Dessa forma, a abordagem do assunto nos cursos de formação de professores torna-se imprescindível para assegurar que os futuros docentes consigam identificar possíveis problemas, intervindo para minimizar implicações, como transtornos alimentares, sociais, afetivos e psicológicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apontaram que a intervenção foi capaz de promover mudanças na opinião dos futuros professores de educação física a respeito da observação de possíveis problemas relacionados à imagem corporal, que possam surgir em suas aulas. Considera-se que essas mudanças foram no sentido de incentivar a reflexão sobre o tema, ampliando o acesso a informações científicas e a elaboração de estratégias didáticas para a abordagem do tema na escola. Antes do programa, os participantes admitiram estar despreparados para lidar com tais problemas, sentindo-se mais capacitados após a participação nas oficinas, incluindo um aumento no repertório de práticas a serem utilizadas. Foi destacada a importância de programas que preparem os graduandos ou, ainda, a inclusão de uma disciplina obrigatória no curso de Educação Física voltada exclusivamente para o tema. Outro fator observado foi o aumento da autoestima dos participantes após participação nas atividades das oficinas. A escassez de pesquisas sobre a percepção dos docentes e discentes sobre esse tema aponta para a necessidade de realização de novos estudos e, ainda, a incorporação da temática nos cursos de formação de professores, especialmente na área de educação física.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Dulce Filgueira de; WIGGERS, Ingrid Dittrich; JUBÉ, Carolina Nascimento. Do corpo produtivo ao corpo rascunho: aproximações conceituais a partir de relações entre corpo e tecnologia. Sociedade e Estado, v. 29, n. 3, p. 963-983, 2014. [ Links ]

ALMEIDA, Sebastião Sousa; ZANATTA, Daniela Peroco; REZENDE, Fabiana Faria. Imagem corporal, ansiedade e depressão em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica. Estudos de Psicologia (Natal), v. 17, n. 1, p. 153-160, 2012. [ Links ]

AMARAL, Ana Carolina Soares; CARVALHO, Pedro Henrique Berbert de; FERREIRA, Maria Elisa Caputo. A cultura do corpo perfeito: A influência sociocultural na Imagem Corporal. In: FERREIRA, Maria Elisa Caputo; CASTRO, Marcela Rodrigues; MORGADO, Fabiane Frota da Rocha (Orgs.). Imagem corporal: Reflexões, diretrizes e práticas de pesquisa. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2014. p. 173-185. [ Links ]

AMARAL, Ana Carolina Soares; FERREIRA, Maria Elisa Caputo. Prevenindo a insatisfação corporal e os transtornos alimentares: atualidades, perspectivas e a atuação do profissional de educação física. In: CARVALHO, Pedro Henrique Berbert de; SOARES, João Paulo Fernandes; BANDEIRA, Marília Martins (Orgs.). Corpos em movimento: imagens, gêneros e interculturalidades. Curitiba: Appris, 2019. p. 57-73. [ Links ]

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico y estadístico de enfermedades mentales. 5. ed. Washington, DC: American Psychiatric Association, 2013. [ Links ]

AVALOS, Laura; TYLKA, Tracy L.; WOOD-BARCALOW, Nichole. The Body Appreciation Scale: development and psychometric evaluation. Body Image, v. 2, n. 3, p. 285-297, 2005. [ Links ]

AZEVEDO, Andréa Pires et al. Dismorfia muscular: A busca pelo corpo hiper musculoso. Motricidade, v. 8, n. 1, p. 53-66, 2012. [ Links ]

BOZZA, Denise Aparecida; AHLERT, Alvori. O corpo na escola de Ensino Médio: relações e interrelações históricas, culturais e sociais. 2009. Disponível em: <Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/869-4.pdf >. Acesso em: 28 nov. 2018. [ Links ]

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. [ Links ]

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Educação Física. Brasília: Ministério da Educação, 2018. [ Links ]

CAPELLETTI, Jeferson dos Santos; RODRIGUES, Jefferson Antonione. Da aquisição da imagem corporal: o papel docente junto a prática física, educativa, pedagógica e corporal em adolescentes. Conexões: Educação Física, Esporte e Saúde, v. 12, n. 1, p. 16-41, 2014. [ Links ]

CLAUMANN, Gaia Salvador et al. Prevalência de pensamentos e comportamentos suicidas e associação com a insatisfação corporal em adolescentes. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 67, n. 1, p. 3-9, 2018. [ Links ]

CONTI, Maria Aparecida. Os aspectos que compõem o conceito de imagem corporal pela ótica do adolescente. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 18, n. 3, p. 240-253, 2008. [ Links ]

CONTI, Maria Aparecida; BERTOLIN, Maria Natacha Toral; PERES, Stela Verzinhasse. A mídia e o corpo: o que o jovem tem a dizer?. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 2095-2103, 2010. [ Links ]

COSTA, Elaine Melo de Brito; VENÂNCIO, Silvana. Atividade física e saúde: discurso que controlam o corpo. Pensar a Prática, v. 7, n. 1, p. 59-74, 2004. [ Links ]

DARIDO, Suraya Cristina. Diferentes Concepções sobre o papel da Educação Física na Escola. In: Darido, Suraya Cristina (Org.). Cadernos de Formação: Conteúdos e Didática de Educação Física. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. p. 34-50. [ Links ]

FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Ponta Grossa, Paraná: Verus Editora, 2005. [ Links ]

FEHRMAN-ROSAS, Pamela et al. Asociación entre autopercepción de imagen corporal y patrones alimentarios en estudiantes de Nutrición y Dietética. Nutrición Hospitalaria, v. 33, n. 3, p. 649-654, 2016. [ Links ]

FREITAS, Clara Maria Silveira Monteiro de et al. O padrão de beleza corporal sobre o corpo feminino mediante o IMC. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 24, n. 3, p. 389-404, 2010. [ Links ]

GOLDENBERG, Mirian. Gênero, “o corpo” e “imitação prestigiosa” na cultura brasileira. Saúde e Sociedade, v. 20, p. 543-553, 2011. [ Links ]

LEINS, Judith et al. Approach and avoidance: Relations with the thin body ideal in women with disordered eating behavior. Psychiatry Research, v. 269, p. 286-292, 2018. [ Links ]

OLIVEIRA, Flavia Fernandes de; VOTRE, Sebastião Josué. Bullying nas aulas de educação física. Movimento, v. 12, n. 2, p. 173-197, 2006. [ Links ]

OLIVEIRA, Marcus Aurélio Taborda de; OLIVEIRA, Luciane Paiva Alves de; VAZ, Alexandre Fernandez. Sobre corporalidade e escolarização: contribuições para a reorientação das práticas escolares da disciplina de educação física. Pensar a Prática, v. 11, n. 3, p. 303-303, 2008. [ Links ]

OLIVEIRA, Wanderlei Abadio de et al. Experiences and perceptions of discrimination related to bullying among Brazilian students. Maltrattamento e Abuso All’infanzia, v. 1, p. 29-57, 2016. [ Links ]

OLWEUS, Dan. School bullying: Development and some important challenges. Annual Review of Clinical Psychology, v. 9, n. 1, p. 751-780, 2013. [ Links ]

PINHEIRO, Maria Claudia; VOTRE, Sebastião. Relação entre satisfação e insatisfação com a imagem corporal e indicadores antropométricos: estudo realizado com estudantes da escola secundária de Estarreja no distrito de Aveiro. Pensar a Prática, v. 21, n. 1, p. 71-81, 2018. [ Links ]

SCHILDER, Paul. A imagem do corpo: as energias construtivas da psiquê. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1980. [ Links ]

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2010. [ Links ]

SILVA, Andressa Hennig; FOSSÁ, Maria Ivete Trevisan. Análise de conteúdo: exemplo de aplicação da técnica para análise de dados qualitativos. Qualitas Revista Eletrônica, v. 16, n. 1, p. 1-14, 2015. [ Links ]

SILVA, Fernanda Azevedo Gomes da; SILVA, Luis Aureliano Imbiriba e; LÜDORF, Silvia Maria Agatti. A educação física no ensino médio: um olhar sobre o corpo. Movimento, v. 21, n. 3, p. 673-685, 2015. [ Links ]

SMITH, Jamie M. et al. Body dissatisfaction and disordered eating in native American, Hispanic, and White college women. Eating and Weight Disorders-Studies on Anorexia, Bulimia and Obesity, v. 25, p. 347-355, 2020. [ Links ]

STICE, Eric; BECKER, Carolyn Black; YOKUM, Sonja. Eating disorder prevention: Current evidence‐base and future directions. International Journal of Eating Disorders, v. 46, n. 5, p. 478-485, 2013. [ Links ]

THOMPSON, J. Kevin et al. Exacting beauty: Theory, assessment, and treatment of body image disturbance. Washington, DC: American Psychological Association, 1999. [ Links ]

ZEQUINÃO, Marcela Almeida et al. Vulnerabilidade e bullying escolar: interfaces teóricas possíveis. Pensar a Prática, v. 20, n. 3, p. 614-628, 2017. [ Links ]

AGRADECIMENTOS Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Barbacena. Aos participantes do estudo

FINANCIAMENTO Não se aplica

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM Não se aplica

APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Parecer nº 2.805.396 de 7 de agosto de 2018

LICENÇA DE USO Os autores cedem à Motrivivência - ISSN 2175-8042 os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution Non-Comercial ShareAlike (CC BY-NC SA) 4.0 International. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, desde que para fins não comerciais, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico desde que adotem a mesma licença, compartilhar igual. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico, desde que para fins não comerciais e compartilhar com a mesma licença

PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade

EDITORES Mauricio Roberto da Silva, Giovani De Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira

Recebido: 20 de Março de 2020; Aceito: 01 de Junho de 2020

alinespider@gmail.com

mradmarcia@gmail.com

pedro.berbert@ufjf.edu.br

ana.amaral@ifsudestemg.edu.br

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA Concepção do manuscrito: A. S. F. Medeiros, M. V. M. Leijoto, A. C. S. Amaral Coleta de dados: A. S. F. Medeiros, M. V. M. Leijoto Análise de dados: A. S. F. Medeiros, M. V. M. Leijoto, A. C. S. Amaral Discussão dos resultados: A. S. F. Medeiros, M. V. M. Leijoto, A. C. S. Amaral, P. H. B. Carvalho Produção do texto: A. S. F. Medeiros, M. V. M. Leijoto, A. C. S. Amaral, P. H. B. Carvalho Revisão e aprovação: A. S. F. Medeiros, M. V. M. Leijoto, A. C. S. Amaral, P. H. B. Carvalho

CONFLITO DE INTERESSES

Os autores declaram não haver conflito de interesses

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons