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Motrivivência

versión On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.32 no.63 Florianópolis  2020  Epub 30-Oct-2020

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020.e71786 

Porta Aberta

Pedagogia histórico-crítica e Educação Física: o ensino das práticas corporais de aventura nos anos iniciais

Historical-critical pedagogy and Physical Education: the teaching of adventure body practices in the early years

Pedagogía histórico-crítica y Educación Física: la enseñanza de prácticas corporales de aventura en los primeros años

Leonardo Carlos de Andrade1 
http://orcid.org/0000-0002-0324-6079

Jéssica da Silva Duarte de Andrade1 
http://orcid.org/0000-0003-3503-2195

Sérgio de Almeida Moura1 
http://orcid.org/0000-0002-3576-986X

1Universidade Federal de Goiás - UFG, Faculdade de Educação Física e Dança, Goiânia, Goiás, Brasil


RESUMO

Este artigo, relata uma experiência didática desenvolvida no CEPAE/UFG, a partir do conteúdo “Práticas Corporais de Aventura”, para alunos do 1º ano do Ensino Fundamental, tendo como eixo articulador o jogo simbólico, fomentado pela “contação de histórias” infantis. A ação foi delineada em 25 aulas com duração de 45 minutos, ministradas em três encontros semanais em turno matutino. A experiência está fundamentada nas bases teórico-metodológicas da pedagogia histórico-crítica, sobretudo nos estudos recentes sobre a didática. O percurso foi desenvolvido em uma tríade interdependente: 1º) Contação de história, através de adaptações de contos; 2º) Transmissão-assimilação dos conceitos inerentes ao conteúdo; 3º) Avaliação e registro no caderno de Educação Física. Para além da apropriação dos conceitos relativos às Práticas Corporais de Aventura, as crianças tiveram acesso a relação metabólica entre o ser humano e natureza a partir do simbólico, evidenciando o processo dialético engendrado na prática pedagógica.

PALAVRAS-CHAVE: Educação física; Pedagogia histórico-crítica; Práticas corporais de aventura; Ensino

ABSTRACT

This article reports a didactic experience developed at CEPAE / UFG, with the content “Adventure Body Practices”, for students of the 1st year of Elementary School, having as its articulating axis the symbolic game, fostered by the “storytelling” of children. The action was outlined in 25 45-minute classes, given in three weekly morning shift meetings. The experience is based on the theoretical-methodological basis of historical-critical pedagogy, especially in recent studies on didactics. The course was developed in an interdependent triad: 1º) Storytelling, through adaptations of tales; 2º) Transmission-assimilation of the concepts inherent in the content; 3) Evaluation and registration in the notebook of Physical Education. In addition to the appropriation of concepts related to Adventure Body Practices, children had access to the metabolic relationship between human beings and nature from the symbolic, highlighting the dialectical process of pedagogical practice.

KEYWORDS: Physical education; Historical-critical pedagogy; Adventure body practices; Teaching

RESUMEN

Este artículo informa sobre una experiencia didáctica desarrollada en CEPAE / UFG, con el contenido "Prácticas corporales de aventura", para estudiantes del primer año de la escuela primaria, que tiene como eje el juego simbólico, fomentado por la "narración" de niños. La acción se describió en 25 clases de 45 minutos, impartidas en tres reuniones semanales matutinas. La experiencia se basa en las bases teórico-metodológicas de la pedagogía histórico-crítica, especialmente en estudios recientes sobre didáctica. El curso se desarrolló en una tríada interdependiente: 1º) Cuentacuentos, a través de adaptaciones de cuentos; 2º) Transmisión-asimilación de los conceptos inherentes al contenido; 3) Evaluación e inscripción en el cuaderno de Educación Física. Además de la apropiación de conceptos relacionados con las Prácticas del Cuerpo de Aventura, los niños tuvieron acceso a la relación metabólica entre los seres humanos y la naturaleza desde lo simbólico, destacando el proceso dialéctico de la práctica pedagógica.

PALABRAS-CLAVE: Educación física; Pedagogía histórico-crítica; Prácticas corporales de aventura; Enseñanza

INTRODUÇÃO

Este trabalho relata uma experiência didática construída no interior da pedagogia histórico-crítica1 e desenvolvida no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás - CEPAE/UFG. Trata-se do ensino do conteúdo “Práticas Corporais de Aventura”, para alunos do 1º ano do Ensino Fundamental, tendo como eixo articulador o jogo simbólico fomentado intencionalmente pela contação de histórias infantis.

Essa ação pedagógica foi fruto do trabalho educativo da Educação Física desenvolvido no segundo trimestre do ano de 2018, no qual o professor responsável tematizou as Práticas Corporais de Aventura como um dos conhecimentos clássicos a serem ensinados para uma turma de crianças de sete anos de idade. De antemão, evidenciamos que o referencial aqui adotado confronta de modo veemente as pedagogias do “aprender a aprender”, que é o pano de fundo da Base Nacional Comum Curricular.

Sobre isso, Duarte (2000) sinaliza que as pedagogias do “aprender a aprender” tem quatro grandes características ilusórias: 1) Que é mais desejável que a aprendizagem ocorra sem a transmissão de conhecimentos por outrem; 2) Que a construção do conhecimento é mais importante do que o conhecimento acumulado pela humanidade; 3) Que as propostas devem ser fomentadas pelos interesses do cotidiano do aluno, sem avanço para o conhecimento científico; 4) Que a educação tem o papel de preparar os indivíduos para um constante processo de adaptação e readaptação ao mercado.

Essas pedagogias, das quais a BNCC é constituída, pertencem a um universo ideológico carregado das ilusões supracitadas (DUARTE, 2000) a favor da classe dominante, pois em momento algum se almeja a emancipação dos indivíduos, pelo contrário, se busca a manutenção do status quo. Essa forma de tratar o conhecimento só reforça o dualismo da educação brasileira presente até hoje na orientação de uma formação erudita para a elite e uma formação técnica qualificadora de mão de obra, destinada à classe trabalhadora.

Por isso, justificamos a pedagogia histórico-crítica como teoria fundamentalmente contra-hegemônica que vislumbra na transmissão-assimilação dos conhecimentos mais elaborados, a catarse da classe trabalhadora, que pelo desenvolvimento da consciência construirá uma nova visão e atuação na sociedade. No enriquecimento do gênero humano a pedagogia histórico-crítica assume papel mediato na luta coletiva pela superação da sociedade de classes (SAVIANI, 2012).

Por conseguinte, elucidamos que a Base Nacional Comum Curricular deve orientar a elaboração de currículos para as diferentes etapas de escolarização (BRASIL, 2016) e isso nos preocupa quando interfere na autonomia do professor, por exemplo, diante da escolha do conteúdo a ser desenvolvido em suas aulas. Entendemos o professor como autor de seu trabalho que inicia no planejamento, na seleção dos conteúdos que dialogam com o projeto político pedagógico da escola e nas estratégias de ensino para sua turma. Nesse sentido, discordamos veementemente de políticas educacionais e curriculares que intentam contra a autonomia do professor na escola e no seu trabalho.

No caso do componente curricular Educação Física, obrigatório em todas as etapas da educação básica, a BNCC apresenta um direcionamento do conteúdo Práticas Corporais de Aventura apenas aos três últimos ciclos, cerceando o acesso dos ciclos iniciais ao referido conhecimento. Quais seriam os motivos que fundamentam essa restrição? Aparentemente a pouca idade dos estudantes e o suposto risco que o conteúdo sugere foram fatores que influenciaram a decisão de impossibilitar que “os menores” vivenciassem essa rica manifestação da cultura corporal2.

A discordância desse encaminhamento nos compele a apresentar in loco, o caso desse escrito, que é a experiência com as PCAs3, no CEPAE/UFG, com crianças de 7 anos de idade. Nesse sentido, o desenvolvimento dessa práxis educativa foi delineado à luz da pedagogia histórico-crítica de Saviani (2012)4 e da psicologia histórico-cultural de Vigotski (2003), Elkonin (1987) e Leontiev (2006). Dessa base teórica a prática pedagógica tomou forma, como práxis, entendendo essa como unidade dialética entre a teoria e a prática, que visa a transformação de si, para si.

Ademais, trata-se de um trabalho pedagógico encabeçado pela Educação Física e incorporada pelas colegas da Pedagogia, referente ao segundo trimestre do ano de 2018, buscando uma proposta crítica amparada por uma estrutura histórico-cultural de desenvolvimento humano, na qual o Jogo Protagonizado (simbólico) foi o eixo articulador para a apropriação do conhecimento.

Se nas etapas iniciais se requer um objeto substitutivo e uma ação relativamente desenvolvida com ele, nas etapas posteriores do desenvolvimento do jogo, o objeto já se manifesta como signo da coisa mediante a palavra que o domina, e a ação com gestos abreviados e sintetizados concomitantemente com a fala. Assim, as ações lúdicas apresentam um caráter intermediário e vão adquirindo paulatinamente o de atos mentais com significações de objetos que se realizam no plano da fala em voz alta e ainda se apoiam em ações externas que, não obstante, já adquiriram o caráter de gesto-indicação sintético (ELKONIN, 2009, p. 415)

A experiência central deste relato foi materializada nas turmas de 1º ano, que conta com duas salas (A e B) com cerca de 30 alunos em cada. O percurso metodológico foi delineado em 3 aulas semanais com duração de 45 minutos cada. No intuito de evidenciar a sequência didática, reiteramos que as aulas foram desenvolvidas três vezes por semana, no turno matutino, no período de 10/05/2018 à 15/08/2018 e teve como objetivo geral “Compreender as diversas manifestações e fundamentos das Práticas Corporais de Aventura tendo como eixo norteador a contação de história”.

A temática das Práticas de Aventura constitui um conjunto de práticas recentes dentro da área da Educação Física e podem acontecer sem diferenciação de gênero, habilidades motoras, questões culturais e/ou interesses competitivos. Tal temática pode constituir-se como práticas de elevado poder formativo e, se tratadas de forma pedagógica, podem auxiliar de maneira eficaz na tarefa de educar os alunos coerentemente para com os assuntos ligados à educação ambiental e à aprendizagem de algumas modalidades ligadas às atividades de aventura (TAHARA; CARNICELLI FILHO, 2013, p. 62).

A Educação Física tem por responsabilidade e compromisso com a história da construção e desenvolvimento do conhecimento, ensinar os temas respectivos à Cultura Corporal que compõe o acervo de conhecimentos clássicos dessa área do conhecimento. As Práticas Corporais de Aventura já tiveram várias conceituações e nomenclaturas como a de Betrán (2003) que usam o termo “atividade física de aventura na natureza” ou Marinho (2008) que chegou a utilizar o termo “atividades na natureza”. Contudo, os termos têm concordância que essas práticas sempre ocorrem em ambientes naturais (sejam eles terrestres, aquáticos ou aéreos) ou em meios urbanos cujos objetivos se diferenciam daqueles atrelados as práticas tradicionais.

Partindo dessas concepções e do objetivo geral supracitado, foram elencados os seguintes objetivos específicos no planejamento pedagógico: 1) Conhecer os fundamentos básicos das práticas corporais de aventura; 2) Levantar e problematizar os conceitos como sustentabilidade e educação ambiental; 3) Conhecer diferentes modalidades das práticas corporais de aventura passeando pelas histórias do livro “Esporte e Aventura: Turma do Sítio” da Editora Global; 4) Diferenciar as práticas de aventura na natureza (terra, na água e no ar); 5) Vivenciar elementos que transmitem a ideia de aventura (obstáculos, surpresas, medo, risco, superação, etc); 6) Elaborar uma história coletiva tematizando as Práticas Corporais de Aventura, retomando conceitos.

O caminho metodológico foi desenvolvido em quatro momentos visando contemplar os objetivos propostos no planejamento inicial garantindo o salto qualitativo acerca dos conceitos fundantes do tema estruturante: 1º) Conceito de aventura, por meio da trilha e da caminhada ecológica; 2º) Conhecer as diferenças entre Práticas Corporais de Aventura na terra, ar e água, assim como a educação ambiental através da escalada/alpinismo, Pendulo (Rope Swing) e Skibum; 3º) Exploração das vivências de outras modalidades de práticas de aventura como Slackline e Corrida de Orientação; 4º) Elaboração de uma história coletiva, tematizando as Práticas Corporais de Aventura. É válido reiterar que todos esses momentos foram norteados pela construção do universo imaginário com contos infantis da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo e histórias autorais elaboradas pelo professor.

Todavia, também é papel deste escrito ressaltar o método pedagógico aqui presente, nos referimos aos momentos5 da pedagogia histórico-crítica, preconizados por Saviani (1991), aligeiradamente6 desenvolvidos por Gasparin (2005) e superados dialeticamente por Lavoura e Marsiglia (2015). Sendo assim, o percurso dessa experiência coerentemente alinhada ao método histórico-crítico, teve os fundamentos marxianos como pressupostos do trabalho educativo na Educação Física buscando os elementos que compõe a estrutura de dinâmica e funcionamento da atividade de ensino.

Em outras palavras, identificamos a finalidade do ensino (os objetivos supracitados), o objeto do ensino (na cultura corporal, neste caso as Práticas Corporais de Aventura), e as formas a serem realizadas para a efetiva incorporação dos signos culturais transmitidos que serão apresentadas no tópico adiante.

Práticas Corporais de Aventura na Escola: conteúdo-forma-destinatário7

O CEPAE/UFG é um espaço público diferenciado de educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio), mas também, lócus privilegiado para a formação inicial e continuada de professores pela UFG e outras instituições públicas formadoras. Constitui-se efetivamente como um importante campo de estágio da graduação e oferta cursos de pós-graduação, lato e stricto sensu, que qualificam trabalhadoras e trabalhadores da educação de Goiânia e de outros municípios, dentro e fora do estado de Goiás.

O CEPAE fica localizado no campus Samambaia da UFG, localizado na região norte de Goiânia, em um setor periférico e afastado das outras regiões da cidade. Esta escola conta com um amplo ambiente natural que contém árvores, pequenos morros, generoso espaço com grama, terra e relva, além de estruturas arquitetônicas como quadras, salas, tatame, palco, auditório, entre outros.

As formas metodológicas foram desenvolvidas articulando a contação de histórias e as Práticas Corporais de Aventura. Afirmamos que os conhecimentos devem ser socializados à luz da totalidade entre conteúdo e as especificidades da infância. Portanto, é importante fomentarmos discussões sobre propostas didáticas que buscam aproximações entre conhecimentos científicos diversos e a periodização do desenvolvimento humano.

A psicologia histórico-cultural foi vértice para a socialização do conhecimento, pois, quando compreendemos que a atividade-guia8 das crianças do 1º ano, era o Jogo Protagonizado, isso alavancou o processo de desenvolvimento e apropriação do conhecimento dos pequenos. Com o ensino desenvolvido pelo professor, essa experiência, apesar de ser factível de reprodução em outros contextos traz características peculiares que ajudaram na organização do trabalho pedagógico.

O professor de Educação Física que organizou esse trabalho teve o privilégio de acompanhar essa turma como educador desde que os alunos tinham 2 anos de idade, no departamento de educação infantil do CEPAE/UFG, e prosseguiu com os alunos pelos 5 anos seguintes nas demais etapas da Educação Básica. Portanto, o professor conhecia profundamente a realidade social das crianças e famílias, suas histórias, momento do desenvolvimento e pôde ter a apropriação necessária para analisar o arcabouço cultural das crianças, captando que o Jogo Protagonizado ainda era a atividade-guia que mais alavancaria seu desenvolvimento conceitual e consequentemente, humano.

A atividade-guia toma uma definição dinâmica de desenvolvimento, embasada em Vigotski (2003) e Elkonin (1987). Segundo eles, não deveria haver outro critério que não as mudanças internas ao próprio desenvolvimento, que consistem na aparição das novas formações psíquicas no desenvolvimento. Entendemos por novas formações, o novo tipo de estrutura da personalidade e de sua atividade, as mudanças psíquicas e sociais que se produzem pela primeira vez em cada idade e determinam o aspecto mais importante e fundamental daquele período. Portanto a consciência da criança é dada pela sua relação com o meio social, sua vida interna e externa, não tendo a idade como determinante.

O Jogo protagonizado revela um tipo diferente de atividade psíquica, as funções de atenção, memória, linguagem e pensamento começam a generalizar-se, a criança torna-se consciente de uma realidade mais ampla. A saída é “conhecer” a realidade no “faz de conta”, no campo tanto do imaginário como da dramatização. Em resumo, sua atividade torna-se verdadeiramente complexa.

Desse modo, essa ação pedagógica se justifica em três vieses, o primeiro se revela devido as especificidades da infância, aqui ressaltadas, sobretudo as miudezas desenvolvimentais de crianças de 1º ano, recém-chegadas no Ensino Fundamental. Utilizar o simbólico como eixo norteador no processo de ensino-aprendizagem traz uma rica contribuição para a apropriação de conceitos, leitura de mundo e avanço no desenvolvimento proximal dos pequenos, além da garantia lúdica.

Em segundo lugar, legitimamos uma concepção de Educação Física e escola afinada com a psicologia histórico-cultural. Sendo que, nessa prática buscamos a socialização do conhecimento acumulado nesse campo entendido como Cultura Corporal, sendo que deste objeto emergiu o tema do trimestre que era “Práticas Corporais de Aventura”. Esse conhecimento é pouco difundido na Educação Física escolar, e não pode ser furtado do currículo das crianças, por isso necessita de relatos e experiência bem fundamentadas para subsidiar futuras replicações em outros contextos e escolas do Brasil.

O Percurso Pedagógico: a experiência em questão

O percurso pedagógico para o ensino das Práticas Corporais de Aventura foi desenvolvido em uma tríade interdependente, tendo como norte três eixos: 1º) Contação de histórias, através de adaptações dos contos do livro infantil “Esportes de Aventura com a turma do sítio” onde cada capítulo conta uma façanha dos personagens do sítio em uma modalidade das Práticas Corporais de Aventura; 2º) Vivência, exploração e apropriação dos conceitos e valores inerentes a modalidade tematizada e a Educação Ambiental 3º) Reconto e registro realizado pelas crianças, via verbalização e desenho no caderno de Educação Física.

Foi utilizado o livro infantil, intitulado “Esportes de Aventura com a Turma do Sítio” da Editora Global, inspirado nos contos de Monteiro Lobato. Nesta obra, os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo vivem peripécias com as Práticas Corporais de Aventura. Utilizamos a contação de histórias para estabelecer uma relação simbólica entre o faz de conta e o conteúdo tematizado. Nesse sentido, utilizávamos capítulos do livro como ponto de partida para explorar modalidades específicas das Práticas de Aventura e seus fundamentos, como por exemplo: “O espírito de aventura com o Rabicó” e “Subindo nas paredes com o Tio Barnabé”, para explorar a Escalada.

Vigotski (2003) traz uma discussão sobre o lugar que ocupa o brincar e o simbólico na relação com o desenvolvimento.

[...] o simbólico fornece ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência. A ação na esfera imaginativa, numa situação imaginária, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e motivações volitivas - tudo aparece no brinquedo, que se constitui, assim, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar. A criança desenvolve-se, essencialmente, através do brinquedo (p. 122).

De forma coerente com a psicologia Histórico-Cultural, buscamos ensinar levando em consideração a atividade-guia em que se encontra a criança, nesse caso o Jogo Protagonizado, para selecionar conteúdos, atividades e metodologias pertinentes, que alavanquem seu desenvolvimento, pois como afirma Vigotski (2003), o bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento. Elkonin (1987) evidencia que no Jogo Protagonizado a criança se apropria das relações e saberes do mundo pelo simbólico, assumindo papéis e internalizando conceitos.

A primeira consonância estabelecida entre as Práticas de Aventura e o faz de conta foi ao explorar o conceito de aventura. O professor, numa roda literária contou a história “Andar é simples e gostoso com a Dona Benta”, e ao terminar exclamou “Uau! Mas que aventura da turma do sítio, não é mesmo?”, após a confirmação das crianças, seguidamente o professor questionou, “Mas para vocês, o que é aventura?”. A partir das considerações e impressões dos alunos, que enfatizaram experiências familiares e do próprio conto, o professor problematizou durante uma trilha pela área verde da escola as características de uma aventura. Assim, tendo como eixo a história, as crianças conheceram os primeiros conceitos de aventura, experienciaram uma trilha e conheceram o espaço físico, e estrutural da escola, pois eram recém-chegadas do Departamento de Educação Infantil que se situava em outra localidade.

O termo aventura se caracteriza para Inácio et al (2015) como explorar as incertezas que o ambiente físico cria, na geração da vertigem e do risco controlado. Nas Práticas Corporais de Aventura esse conceito se materializa em suas próprias modalidades, por exemplo a corrida de orientação, o mountain bike, o rapel, a tirolesa ou o arborismo.

Na aula seguinte, as crianças fizeram o reconto da história “Andar é simples e gostoso com a Dona Benta” e realizaram uma trilha ecológica, onde orientadas pelo professor se aventuraram por diferentes ambientes explorando os espaços da escola com uma missão, recolher os papéis e garrafas que estavam poluindo a natureza.

Durante o percurso, surgiram inúmeras inquietações relativas a trilha e a história contada anteriormente. Um aluno questionou “Como que a Dona Benta, tão velhinha conseguiu fazer essa trilha que é tão cansativa?”, o professor aproveitou o questionamento para reiterar que a trilha é uma das modalidades das práticas de aventura e das possibilidades inclusivas para todo e qualquer sujeito que queira participar. Segundo Darido (2015) esse conteúdo leva em consideração, legitimamente, a superação pessoal, portanto, cada um vai dizer quais são seus limites e como irão extrapolá-los, assim como a Dona Benta fez na história.

A escolha por desenvolver a coleta seletiva junto a vivência da trilha se legitima no entendimento de que a educação ambiental é resultado de articulações de diversas disciplinas no contexto escolar que facilitam a percepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais. Além disso, as discussões respectivas a sustentabilidade, ecologia e preservação são inerentes aos fundamentos das Práticas Corporais de Aventura.

Nas próximas aulas, foram tematizadas com as crianças diferenças entre as Práticas Corporais de Aventura na terra, ar e água. Partindo da categorização feita por Franco, Cavasini e Darido (2014) que dividem nesses elementos as especificidades das PCAs, possibilitando assim um entendimento a partir do meio que ocorre e proporcionando vivências mais ricas. O professor contou três histórias do livro, contemplando respectivamente os elementos: “Escalar num só lance” - Terra; “Prancha, vela … e muita emoção” - água; “Iô Iô humano” - Ar. Ao término, as crianças realizaram desenhos com giz no chão do pátio, representando cada uma das histórias.

Seguidamente, as práticas terrestres foram exploradas através da escalada/alpinismo, com a história “O espírito de aventura com o Rabicó” e “Subindo nas paredes com o Tio Barnabé”; as aéreas com o pêndulo (Rope Swing), utilizando cordas e colchonetes nas arvores da UFG; as aquáticas, por uma questão arquitetônica foram contempladas a priori por vídeos de wakeboard e posteriormente com uma vivência de Skibum, com o apoio dos estagiários da Faculdade de Educação Física e Dança da UFG. As histórias que propiciaram a imersão no universo imaginário das práticas aquáticas foram “Deslizando na água” e “Surfe na areia com Pedrinho”. A seguir, iremos esmiuçar cada uma dessas aventuras da turma do 1º ano.

As práticas terrestres iniciaram com a contação da história “O espírito de aventura com o Rabicó”, que o porco rabicó se aventura com o montanhismo. Assim, inspiradas pela aventura do personagem subiram os morros da escola, em um trajeto ora feito a pé e parte feita em escalada. Durante as explorações, eram retomados conceitos acerca das características de aventura, espaço urbano e da natureza.

Todavia, é válido reiterar que a introdução à escalada, nas vivências do próprio montanhismo, foi feita no próprio solo de forma adaptada, onde o professor orientou cada aluno às formas mais seguras de pegada e apoio, assim gradativamente ampliando os desafios para os morrinhos, até chegar em um morro maior. É evidente que foram analisados todos os riscos e periculosidade, para resguardar, sobretudo, a segurança das crianças.

Posteriormente na sequência didática, as crianças fizeram um reconto da história do rabicó e conheceram pelo professor outro conto “Subindo nas paredes com o Tio Barnabé”. Desse modo, pudemos avançar nas vivências terrestres, ampliando o repertório cultural e motriz inserindo a modalidade alpinismo.

No conto, tio Barnabé se fez alpinista e ao chegar ao cume do Mont Blanc, fincou uma bandeira para que todos soubessem que eles estiveram lá. Portanto, partindo desse pressuposto, as crianças foram desafiadas e orientadas para confeccionar uma bandeira do 1º ano e fincar no monte mais alto do CEPAE. Pois bem, como já visto nas experiências anteriormente relatadas, missão dada é missão cumprida por essa turma, que junto com o professor escalaram o monte do Cepae (Um pequeno morro logo atrás da sala da coordenação) e fincaram lá sua marca.

Para Vigotski (2003) o faz de conta, o brincar, o simbólico é a ponte entre a realidade objetiva e o infante, de forma com que ele assume papéis e compreende uma série de signos, símbolos, conceitos que propiciarão o avanço na zona de desenvolvimento proximal. Em outras palavras, o faz de conta garante a internalização dos saberes do mundo de forma lúdica e favorece o desenvolvimento omnilateral da criança.

O ensino das Práticas Corporais de Aventura aéreas tiveram gênese com o pêndulo (Rope Swing). No primeiro momento foi mostrado um vídeo com praticantes de pêndulo por todo o mundo e seguidamente contada a História “Iô Iô humano” que se desdobrou na experiênciação da modalidade de forma adaptada.

O professor, primeiramente mapeou as possibilidades arquitetônicas com as árvores da escola e fez testes de segurança. Posteriormente, fez uma amarração utilizando cordas e organizando colchonetes para prevenir possíveis quedas. A altura da ponta da corda ao solo era de apenas 30 cm, por questões preventivas, mas isso não diminuiu a experiência da criançada. Assim sendo, o professor mediou a vivência de aluno por aluno, que ao saltar amarrados pela corda deviam criar uma frase assim como o personagem da história contada.

Nas vivências com o Pêndulo, tematizamos em formato de diálogos a vertigem, como elemento característico das PCAs, pois o praticante não deve reduzir sua busca por essas práticas a um mero lócus de prática desportiva, mas sim na busca de aventura, sensação de risco, vertigem, superação, momentos de lazer, dentre outros. A vertigem foi carinhosamente apelidada pelo professor como “Friozinho na barriga”.

As aquáticas, por questões arquitetônicas e temporais tiveram que ser adaptadas. A priori foram expostas por um compilado de vídeos de wakeboard e wind surf, posteriormente com vídeos de “Skibum”, que é uma prática comum na região nordeste do Brasil. Depois dessa introdução, as crianças vivenciaram uma prática de aventura na água, mesmo fora da água, onde o professor contou uma história de um rio cheio de jacarés, do qual quem caísse nele deveria sair rapidamente.

Desse modo, experienciamos o “Skibum” de forma adaptada, utilizando papelões descartados pela escola ao invés d’água para escorregar morro abaixo até o “Rio de jacarés”. Para essa atividade foi necessária uma adaptação do ambiente para que as crianças pudessem imergir no ambiente simbólico, assim na parte debaixo do morro que simbolizava o “Rio de jacarés” foram distribuídas imagens impressas de crocodilos pelo chão. Assim, os alunos se sentavam nos papelões e escorregavam em um morro gramado e caiam direto no lago do faz de conta.

Após transitarmos pelas Práticas Corporais de Aventura na terra, na água e no ar os alunos registraram no caderno de Educação Física, a modalidade que mais gostaram em cada um dos elementos. Essa atividade serviu para contribuir com a avaliação do processo didático e qualitativos da turma.

A avaliação foi desenvolvida em consonância com os objetivos propostos, pois segundo Freitas (2012), esta deve ser formal, tendo consciência dos instrumentos que superam as contradições do processo de avaliar, características de um modelo de educação emancipatória e democrática. Busca-se aqui a análise do salto qualitativo dos alunos, no que diz respeito à internalização dos signos, avançando do conhecimento sincrético para um conhecimento sintético, ou seja, a catarse (MARTINS, 2015).

Assim sendo, um dos instrumentos avaliativos foram os desenhos realizados e comentados durante a escala, dos quais o professor questionava e dialogava com cada aluno para identificar aquilo que eles queriam dizer com os registros e quais conceitos se apropriaram. O segundo foi uma ficha avaliativa individual fruto da observância e mediação, preenchida pelo professor durante o processo, tendo como critérios:

  • Reconhece os elementos básicos das práticas corporais de aventura;

  • Identifica as práticas de aventura na terra, na água e no ar;

  • Identifica e compreende os fundamentos de pelo menos três modalidades;

  • Abstraiu os saberes das práticas corporais por meio da criação de uma história;

E por fim, foi realizada uma elaboração coletiva de uma história tematizando as Práticas Corporais de Aventura, visando à concretude da turma na capacidade de abstração dos conceitos desenvolvidos no trimestre. Nas palavras de Martins (2011), a elaboração da imagem subjetiva da realidade objetiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, compreendemos que as crianças do 1º ano se apropriaram dos conhecimentos socializados de forma dialética, onde ao mesmo tempo em que o professor ensinava em um processo “de cima para baixo”, os alunos eram sujeitos e apreendiam “de baixo para cima”, em outras palavras o professor partia do mais elaborado conhecimento e os alunos se apropriavam por múltiplas aproximações do simples ao complexo (LEONTIEV, 2006).

Concluímos que nos objetivos da escala, respeitando os níveis proximais distintos, se faz evidente a importância do trato com a Cultura Corporal à luz da totalidade e contradição9. Os pequenos tiveram um salto ontológico no que diz respeito às Práticas Corporais de Aventura, das quais chegaram com um pensamento sincrético acerca do tema e puderam avançar para uma visão mais sintética. Dessa forma, constatamos e confirmamos a afirmação inicial de que, as PCAs podem e devem ser tematizadas, pedagogizadas e contextualizadas para todos os estudantes da educação básica.

Por fim, evidenciamos que a problematização, instrumentalização e catarse são momentos dialéticos do método, implícitos nessa experiência, onde buscamos as articulações internas entre teoria e ações práticas. Os procedimentos didáticos se materializaram como constitutivos do método, que acontece o tempo todo no seio da prática social global. Portanto, reiteramos que o aprofundamento teórico das perspectivas críticas, que apontam para possíveis avanços para o ensino da Educação Física no “chão da escola” devem ser compartilhadas por todos. Assim, podemos defender um compromisso histórico e revolucionário, superando o singular de cada aluno para a universalidade que é produzida pelo conjunto de seres humanos.

REFERÊNCIAS

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1Referente à pedagogia histórico-crítica que subsidia a concepção de educação e o método pedagógico que foi o escopo dessa proposta.

2São as formas de representação da cultura humana exteriorizadas pela expressão corporal que o ser humano tem produzido no decorrer da história, dentre as quais se pode destacar: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismos, contorcionismos, práticas corporais de aventura mímica e outros (SOARES et al, 1992). A cultura corporal é o objeto de ensino da educação física, portanto, o conhecimento clássico a ser ensinado na escola.

3Práticas Corporais de Aventura

4Tem seu desenvolvimento na produção coletiva de outros autores recentes, como: Martins (2011), (2013), (2015); Marsiglia (2016); (2013); Silva (2013); Duarte (2000).

5Trata-se de momentos presentes no processo de transmissão-assimilação do conhecimento, sendo a prática social com lócus, de partida, chegada e desenvolvimento de todo o processo; a problematização, intrumentalização e catarse como momentos intermediários.

6Apesar de relevante a tentativa inaugural do autor, seu método foi reduzido a procedimento, apresentando uma leitura frágil da didática na pedagogia histórico-crítica.

7Tríade da didática na pedagogia histórico-crítica (LAVOURA; MARSIGLIA, 2015).

8É a atividade que mais alavanca o desenvolvimento do sujeito em cada período de seu desenvolvimento (MARTINS, 2011).

9Categorias Marxianas

AGRADECIMENTOS Aos nossos (ex) alunos do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada a Educação (CEPAE), entendendo que é inseparável a produção do trabalho educativo do ato de seu consumo, pela relação indispensável dos professores e alunos

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PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade

EDITORES Mauricio Roberto da Silva, Giovani De Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira

Recebido: 24 de Fevereiro de 2020; Aceito: 22 de Junho de 2020

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