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Motrivivência

versão On-line ISSN 2175-8042

Rev. Motriviv. vol.33 no.64 Florianópolis  2021  Epub 01-Jun-2021

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2021.e78260 

Artigo Original

Motivação profissional na Educação Física Escolar adaptada

Professional motivation in adapted school Physical Education

La motivación profesional en el área de Educación Física adaptada

Leonardo Cavalheiro Scarpato1 
http://orcid.org/0000-0002-6249-8508

Paula Teixeira Fernandes1 
http://orcid.org/0000-0002-0492-1670

José Júlio Gavião de Almeida1 
http://orcid.org/0000-0002-6672-7275

1Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.


RESUMO

A formação profissional em Educação Física Escolar Adaptada tem sido assunto debatido de maneira significativa. Assim, novas possibilidades de temas têm sido pensadas, como a motivação profissional. Este estudo tem como objetivo compreender aspectos motivacionais em Professores de Educação Física Escolar Adaptada, sob uma abordagem quali-quantitativa. Foram entrevistados, em 2019, oito professores da rede pública de ensino, com idade média de 44 anos (±11) e que trabalhavam com crianças com deficiência nas aulas de Educação Física. Os resultados mostraram que, mesmo com a conclusão de cursos de graduação e especialização, a maioria está insatisfeita com sua formação, por conta da carência de oportunidades. Porém, a maioria, ainda está motivada para melhorar sua prática com cursos e capacitações. Assim, fica claro a importância de ampliar possibilidades acadêmicas e de formação para novas abordagens metodológicas na área Educação Física Escolar Adaptada.

Palavras-chave: Educação física adaptada; Formação profissional; Motivação; Ensino fundamental; Psicologia do esporte

ABSTRACT

Professional qualification in Adapted Physical Education has been significantly discussed nowadays. Thus, it is important new possibilities for this discussion, such as professional motivation. Therefore, this study aimed to understand motivational aspects of teachers of Adapted Physical Education, under a qualitative and quantitative approach. For this research, we interviewed eight public school teachers, with an average age of 44 years (± 11), and who worked with children with disabilities in Physical Education classes. The results showed that, even with the completion of undergraduate and specialization courses, most are dissatisfied with their education, due to the lack of opportunities. However, most of them are motivated to improve their practice with capacitation courses. With these data, we highlighted the importance of expanding academic and training possibilities for new methodological approaches in the area of ​​adapted school physical activities.

Key words: Adapted physical education; Professional qualification; Motivation; Fundamental school; Sport psychology

RESUMEN

La formación Profesional en Educación Física Adaptada ha sido un tema muy discutido. Por lo tanto, es que surgen nuevas temáticas para temas, por ejemplo, la motivación profesional. Este estudio tiene como objetivo entender los aspectos motivacionales de los Profesores en Educación Física Adaptada, en perspectiva cuali-cuantitativa. En 2019 se entrevistó a ocho docentes de escuelas públicas, con una edad promedio de 44 años (± 11) y que trabajaban con niños con discapacidad en clases de Educación Física. Los resultados demuestran que al igual que tienes han realizados estudios avanzados, existe coincidencia pues se sienten insatisfechos con su formación, debido a la falta de oportunidades. Sin embargo, la gran mayoría todavía está motivada para mejorar su práctica e actualizarse por medio de cursos y capacitaciones. Así, queda claro clara la importancia de ampliar las posibilidades académicas y formativas para el abordaje de las nuevas metodologías en el área de las actividades físicas escolares adaptadas.

Palabras claves: Educación física especial; Formación profesional; Motivación; Enseñanza fundamental; Psicología del deporte

INTRODUÇÃO

O profissional que trabalha no contexto escolar figura como mediador fundamental do processo de formação dos sujeitos em nossa sociedade, por meio da relação ensino-aprendizagem. Atua com diferentes tipos de pessoas, que tem também diferenças importantes em seu nível social, familiar, cultural, econômico, experiência pessoal e valores. Muitas vezes, aparecem inúmeros desafios que perpassam o ambiente da sala de aula, exigindo do professor motivação e persistência diante destes desafios. Interessante notar que mesmo com situações adversas, os professores acabam se reinventando e se dedicando de maneira ímpar, buscando continuamente formas de superar os obstáculos e de promover estudantes cada vez mais plenos.

E quando colocamos estes desafios motivacionais no contexto da educação escolar inclusiva? Ou de maneira mais específica, no contexto da Educação Física Escolar Adaptada. Mais do que nunca, o sistema educacional inclusivo precisa estabelecer a necessidade de novos pensares e novos olhares. Na década de 80, tivemos um marco importante quando a disciplina Educação Física Adaptada foi incluída nos cursos de Educação Física em nosso país (SILVA; SOUZA-NETO; DRIGO, 2009). Além disso, desde 1994, com a Declaração de Salamanca (SALAMANCA, 1994), uma nova perspectiva no sistema educacional de ensino inclusivo foi criada (ALVES; DUARTE, 2013), considerando as crianças com deficiência como parte ativa do processo de ensino-aprendizagem escolar. Segundo Munster e Alves (2018), esse processo consiste na reorganização educacional.

O recente crescimento populacional de crianças com deficiência e a participação educacional efetiva, conforme atualizações do Censo Educacional Nacional (BRASIL, 2013), estabelece a necessidade de novas metodologias que assegurem o cumprimento do atual currículo de ensino para essas crianças (MUNSTER; ALVES, 2018; SILVA, 2012).

Assim, para o desenvolvimento destas ações educacionais inclusivas, a reestruturação do processo metodológico de ensino é fundamental (SILVA, 2019). Com tal base, surge a “Educação Física Adaptada”, buscando diversidade e elaboração de novos modelos de respeito às diferenças e individualidades (SILVA, 2019).

Atualmente, na formatação deste novo contexto metodológico na Educação Física Escolar, muitas são as dificuldades encontradas pelos profissionais atuantes, que tem relação direta com os lapsos de formação e atualização profissional, além da desmotivação advinda da escassez dos próprios recursos (humanos e materiais) necessários para a prática profissional (BARRETO; FRANCISCO; VALE, 2014; VENDITTI JR., 2014; MUNSTER; ALVES, 2018; MUNSTER; LIEBERMAN; GRENIER, 2019). A dificuldade é encontrada no contexto de formação profissional não condizente com a carência prática (VENDITTI JR., 2014).

A excessiva necessidade prática faz com que o profissional atuante não consiga acesso às especializações em Educação Física Adaptada (SILVA, 2019). Mesmo os que conseguem este acesso, temos ainda estruturas e formação profissional pouco efetivas (BARRETO; FRANCISCO; VALE, 2014). Recentemente, a Educação Física Escolar Adaptada tem abordado um processo metodológico relevante na área da pessoa com deficiência, sendo espaço sistemático e fundamental no corrente contexto de ensino-aprendizagem (CARVALHO; ARAÚJO, 2018).

Assim, a cultura corporal de movimento começa a ser fortalecida na Educação Física Escolar e no atual processo inclusivo, destacando-se a importância da função do professor e suas ações metodológicas. A educação, encarada como via de mão dupla, evidencia o professor como mediador do processo (VENDITTI JR., 2014). Mais ainda, o professor que atua com diversidade tem que estar disposto a entender novas possibilidades e novas perspectivas (VENDITTI JR., 2014). No contexto educacional da Educação Física Escolar, a criança com deficiência não deve ser considerada apenas um elemento, mas deve fazer parte real do processo construtivo e integrante do coletivo (ALVES; DUARTE, 2013; VENDITTI JR., 2014; MUNSTER, LIEBERMAN; GRENIER, 2019).

Para a concretude dessa ação, o professor deve ser responsável e estar preparado para a função (VENDITTI JR., 2014). Na atual aproximação entre Educação Física Escolar e ações inclusivas, o professor e sua formação são as principais ferramentas desse processo (ROMERO; CARMONA, 2014).

Para que as crianças com deficiência se sintam pertencentes da construção social inclusiva, o professor de Educação Física deve cumprir seu papel com êxito (NUNES et al., 2019). Segundo De Rose e Gorgatti (2009), há evolução evidente na perspectiva dos professores em relação à relevância formativa no processo educacional especial.

Alguns aspectos motivacionais intrínsecos e extrínsecos na formação profissional devem ser pensados a partir do contexto pedagógico formativo (ANGUERA et al., 2011). Segundo Venditti Jr. (2011), os aspectos motivacionais intrínsecos mais abordados pelos professores de Educação Física Adaptada são relacionados ao conhecimento teórico e prático, realização, superação e resiliência profissional. Ainda segundo o mesmo autor, os aspectos motivacionais extrínsecos são relacionados à regulação e atividades externas, incentivo institucional e ações no contexto adaptado.

A realização profissional é o principal fator motivacional que preserva a ação do professor nas atividades escolares adaptadas, sendo considerados os reais motivos, intrínsecos ou extrínsecos, que fundamentam a decisão (GIMENEZ; FREITAS, 2015). Um dos principais motivos do interesse profissional na área adaptada parte dos mecanismos psíquicos de satisfação pessoal (ANGUERA et al., 2011; VENDITTI, JR., 2014).

Ao relacionarmos o processo motivacional profissional encontramos a Teoria da motivação profissional e nuances adaptativas (GIMENEZ; FREITAS, 2015; VENDITTI JR., 2014), que ser orienta nos processos de motivação profissionais baseados nas necessidades e autorrealização profissional, nos motivos e expectativas de êxito, assim como na motivação relacionada à fatores intrínsecos e extrínsecos.

Logo, evidencia-se que o professor de Educação Física Escolar Adaptada tem função motivacional indispensável nesse processo. Ao mesmo tempo, suas atividades e suas escolhas também dependem da influência que recebem ao longo do processo de formação (VENDITTI, JR., 2014). Com a capacitação de temas específicos na área da inclusão, espera-se que estes professores estejam seguros e motivados para exercer sua função, o que ainda não acontece devido à falta de conhecimento e de estrutura de apoio adequada (FERREIRA et al., 2020).

Portanto, o processo de formação e as possibilidades andam congruentes quando tratamos dos fatores motivacionais às atividades adaptadas, envolvendo os aspectos extrínsecos e intrínsecos, que podem ou não ter relação com a diversidade acadêmica. Embora tenhamos muitas teorias sobre motivação no contexto profissional escolar, poucos são os estudos que consideram o contexto inclusivo da Educação Física. Assim, este estudo tem o objetivo de compreender aspectos motivacionais de formação em Professores de Educação Física Escolar da rede pública de ensino da cidade de Campinas/SP.

MATERIAIS E MÉTODOS

Desenho e Tipo de investigação

Esse estudo delineou-se em uma pesquisa de método misto a partir dos dados quantitativos e qualitativos referenciais, de cunho diretivo-descritivo, com avaliação dos dados coletados a partir da perspectiva dos Professores de Educação Física da rede pública de ensino da cidade de Campinas/SP

Participantes

Entrevistamos oito professores de Educação Física da rede pública de ensino, sen seis do sexo masculino e dois do sexo feminino (2 escolas estaduais e 1 escola municipal), de escolas previamente selecionadas. Para a atual pesquisa, foi utilizado o critério metodológico intencional, para instituições e sujeitos participantes. Essa seleção proporciona maior credibilidade na coleta e oportuniza escolha criteriosa quanto ao objeto investigado (PATTON, 2002). As Escolas Municipais de Ensino Fundamental da cidade de Campinas/SP são regidas e direcionadas por uma Coordenação independente geral, a Secretaria Municipal de Educação. Conforme a subdivisão em regiões, selecionamos a Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlio de Mesquita Filho, sob a Coordenação da região sul. Nesse local, está centralizado o maior número de alunos com deficiências matriculados e conta também com o maior número de Instituições Municipais de Ensino público.

A Escola Estadual da Região Oeste selecionada foi E.E. Prof. Ruy Rodriguez, coordenada pela Delegacia de Ensino da Região Leste das Escolas Estaduais da cidade de Campinas/SP. É referência Municipal em Educação Inclusiva e conta com sala de recursos adaptados e acessibilidade estrutural.

A Escola Estadual da Região Leste selecionada foi a E.E. Profa. Leonor Zuhlke Falson, coordenada pela Delegacia de Ensino da Região Leste de Campinas/SP. A Instituição foi selecionada porque iniciou recentemente um processo de adequação inclusiva sob a Coordenação Pedagógica de um Professor de Educação Física Escolar Adaptada.

Os participantes foram entrevistados no período letivo de 2019, apresentaram idade média de 44 anos, concluíram a graduação há 20 anos e trabalhavam com 10 crianças com deficiência nas aulas de Educação Física. Todos entrevistados graduaram-se em Educação Física em faculdades particulares, sendo que 62,5% realizaram alguma especialização e 25% iniciaram curso de pós incompleto. Além disso, todos os professores participantes possuíam atuação efetiva com estudantes (crianças e adolescentes) com deficiência, nas idades entre 6 e 14 anos (Fundamental I/II), com tempo mínimo de um ano de atuação efetiva.

Instrumento e procedimentos

Os professores participantes foram convidados e todos os passos da pesquisa foram explicados. A partir de então, eles assinaram ao TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) e as entrevistas foram marcadas. Para estas, foram realizadas perguntas de identificação pessoal (idade, tempo de experiência e de atuação na área, utilizadas na análise dos dados quantitativos) e mais 5 perguntas abertas sobre a formação profissional, utilizadas na análise qualitativa: 1. Qual a experiência profissional com crianças com deficiência? 2. Quanto tempo atua com Educação Física Escolar para crianças com deficiência? 3. Atua com criança com deficiência dentro da Educação Física Escolar? 4. E fora do contexto educacional formal de ensino? 5. Atua também em alguma instituição particular de ensino? (SCARPATO, 2020).

Importante salientar que estas perguntas foram elaboradas a partir do Projeto Piloto e todas as modificações realizadas entraram no processo efetivo de construção da entrevista semiestruturada. A divisão elencada teve por finalidade principal proporcionar caráter avaliativo complexo, efetivando o instrumento investigativo final. Acreditamos que o processo de construção da entrevista se perfaz principalmente em seu processo de formatação (SCARPATO, 2020).

O processo de investigação respeitou, efetivamente, as datas estabelecidas nas referentes instituições de ensino e ano letivo corrente. As entrevistas foram realizadas individualmente, em dias diferentes para cada um dos participantes, de maneira presencial, e a gravação realizada de maneira contínua e direta, sem interrupção. Vale ressaltar que o pesquisador responsável (LCS) foi a pessoa que realizou todas as entrevistas e transcreveu as mesmas para a realização das análises. Assim, podemos dizer que todas as entrevistas seguiram o mesmo padrão e duraram em média 1 hora.

ANÁLISE DOS DADOS

As análises discursivas obedeceram a propostas metodológicas do método misto investigativo. Os discursos foram quantificados em análise inicial prévia e definidos em bases quantitativas de suporte para análise geral. Assim, caracterizamos as variáveis do estudo e formatamos, de maneira mais efetiva, o processo conclusivo final geral. Os dados quantitativos foram delineados com o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) v. 25.

A análise qualitativa foi referenciada para analisar dados interpretativos, a partir dos discursos (BARDIN, 2011) coletados a partir da perspectiva dos professores de Educação Física da rede pública de ensino da cidade de Campinas/SP. Os discursos foram fragmentados em eixos norteadores principais e delineados de acordo com o objetivo geral da pesquisa. Em um primeiro momento, após a transcrição das entrevistas, os discursos foram pré-selecionados de acordo com a temática proposta. Tal análise primária desenvolveu-se, inicialmente, para contextualizar todo o processo investigativo.

Os desenhos relacionados aos discursos temáticos servem como estruturação fundamental para as análises de discursos encontrados (ANGUERA et al., 2011). Ainda segundo os autores, a estrutura clássica dessa análise observacional, configura-se em três etapas principais: a primeira relacionada as unidades primárias do discurso; a segunda, à temporalidade dos fatos; e a terceira, à dimensão das narrativas encontradas.

A partir do direcionamento inicial, o atual estudo formulou-se em dois passos construtivos: o primeiro baseou-se na análise dos discursos obtidos e, sem seguida, o segundo passo analisou quantitativamente os dados obtidos inicialmente.

RESULTADOS

Os dados coletados proporcionaram resultantes relevantes. Foram entrevistados oito professores (6 homens e 2 mulheres), da rede de ensino público da cidade de Campinas, de escolas previamente selecionadas. Dos profissionais entrevistados, 75% (6) atuavam na rede Estadual de ensino, enquanto que 25% (2) atuavam na rede Municipal e todos com atuação direta com a Educação Física Adaptada e a criança com deficiência. O Esporte Adaptado é conteúdo de 87,5% (7) dos entrevistados, porém 75% (6) afirmaram não estarem preparados para a sua aplicação. A maioria dos entrevistados (62,5%) afirmou encontrar conteúdos sobre Esporte Adaptado, sendo a internet a principal fonte de informação (62,5%). Veículos como televisão e grupos de estudos foram mencionados, porém isoladamente.

Os dados quantitativos trazem informações que parecem estar relacionadas com a falta de formação profissional e atualizações, visto que os professores relataram não estarem preparados para a atuação na área, buscando conteúdos na internet, provavelmente sem relevância científica. Além disso, durante as entrevistas, foi possível reforçar estas informações, pois as respostas mais recorrentes foram “não me sinto preparado” (50%) e “pouco preparado” (37,5%). Os principais motivos da insegurança foram “falta de experiência” (62,5%) e “distanciamento entre teoria e prática” (25%).

A informação quantitativa exposta, juntamente com os discursos qualitativos dos professores, nos leva a uma reflexão sobre a formação profissional e seus conceitos na educação física adaptada. Não podemos deixar de citar que a motivação profissional é o traço característico importante encontrado nos discursos. Os atuantes estão motivados a trabalhar com ações inclusivas, porém ainda não estão totalmente preparados.

Os primeiros passos motivacionais foram dados, os profissionais demonstraram interesse, mas precisamos repensar na qualificação das ações metodológicas inclusivas. Os resultados finais expõem a dificuldade encontrada nas atuais políticas educacionais inclusivas de ensino. A mais relevante a ser relatada, é relativa à formação profissional em Educação Física Adaptada que, segundo discursos encontrados, ainda são precárias e pouco eficientes na área da Educação Especial.

Fonte: elaboração própria.

Legenda: Part. = participante; EO-1 = Entrevistado 1 da Escola Estadual Oeste; EO-2 = Entrevistado 2 da Escola Estadual Oeste; EO-3 = Entrevistado 3 da Escola Estadual Oeste; EO-4 = Entrevistado 4 da Escola Estadual Oeste; EL-1 = Entrevistado 1 da Escola Estadual Leste; EL-2 = Entrevistado 2 da Escola Estadual Leste; EM-1 = Entrevistado 1 da Escola Municipal; EM-2 = Entrevistado 2 da Escola Municipal

Quadro 1 Formação Científica em Educação Física Adaptada 

Fonte: elaboração própria

Legenda: Part. = participante; EO-1 = Entrevistado 1 da Escola Estadual Oeste; EO-2 = Entrevistado 2 da Escola Estadual Oeste; EO-3 = Entrevistado 3 da Escola Estadual Oeste; EO-4 = Entrevistado 4 da Escola Estadual Oeste; EL-1 = Entrevistado 1 da Escola Estadual Leste; EL-2 = Entrevistado 2 da Escola Estadual Leste; EM-1 = Entrevistado 1 da Escola Municipal; EM-2 = Entrevistado 2 da Escola Municipal

Quadro 2 Formação Informal em Educação Física Adaptada 

DISCUSSÃO

Com base nos dados deste estudo, vimos que a falta de formação e de recursos adequados interferem nos aspectos motivacionais dos professores de Educação Física Escolar da rede pública de ensino da cidade de Campinas/SP. As teorias sobre motivação do professor ainda são poucas e, por isso, poucos são os direcionamentos para melhorar este aspecto. Assim, restabelecemos o Esporte Adaptado na temática da Educação Física Escolar e como é desenvolvido o atual contexto político inclusivo educacional. Essas plataformas direcionam o processo de argumentação desse artigo e suas estruturas metodológicas adotadas na construção efetiva em seu principal eixo norteador.

Importante destacar nesse momento a primeira percepção reflexiva trazida pela análise dos conteúdos. Mesmo com explicações iniciais terminológicas, os professores demonstraram dificuldade no processamento terminológico diferencial entre Esporte Adaptado, Educação Física Adaptada e Esportes Paralímpicos. Segundo Mello e Winckler (2012), Esportes Adaptados são desenvolvidos e/ou criados exclusivamente para pessoas com deficiência. Miranda (2011) corrobora com a citação e acrescenta que a diferença para o paralímpico é apenas o processo competitivo oficial.

Ainda nessa linha, diferenciando essas atuais correntes terminológicas, Ferreira e Daolio (2014), abordando Educação Física e a cultura corporal do movimento, definem as atividades adaptadas como a adequação das mesmas para crianças com deficiência. Entendemos, portanto, a necessidade dessa abordagem terminológica explicativa.

Seguimos a discussão apresentando alguns pontos estatísticos e norteadores da argumentação a seguir. O Esporte Adaptado é conteúdo das aulas de Educação Física de 87,5% dos entrevistados, apesar da relevante recorrência nas aulas de Educação Física, 75% não se consideram preparados para aplicação. Entendemos então o contexto do Esporte Adaptado ainda como vertente científica pouco desenvolvida no contexto educacional escolar (BORGMANN; ALMEIDA, 2015).

Importante ressaltar que quando os professores começam a prática profissional na escola, especialmente com alunos com deficiência, pode acontecer o choque entre a realidade vivenciada nas salas de aula, muitas vezes diferentes da esperada, e os conteúdos estudados em sua formação (SILVA; SOUZA-NETO; DRIGO, 2009), o que pode favorecer ainda mais o distanciamento teoria e prática, dificultando o trabalho com estes alunos.

Essa primeira inquietação também se relaciona com a carência dos conteúdos científicos disponibilizados para atuação. Com isso, entendemos a importância dos aspectos que norteiam a Educação Física Escolar Adaptada, diminuindo o receio de trabalhar com o tema nas aulas e a distância com o processo formativo.

Entre os professores participantes 75% atuavam na rede Estadual e 25% na rede Municipal, afirmaram lidar com crianças com deficiência e as principais dificuldades estavam relacionadas à falta de experiência (62,5%), estrutura inadequada (materiais) e acessibilidade (37,5%). Os principais motivos relatados foram “falta de experiência” (62,5%) e “distanciamento entre teoria e prática” (25%). Isso fortalece a importância de capacitações constantes e eficazes, que estreitem a relação da teoria com a prática, promovendo discussões e realidades potenciais de inclusão real e concreta.

A inclusão não está destinada somente ao fim, é o caminho percorrido para a construção de uma metodologia social inclusiva (BLOCK, 2007). No atual contexto abordado na vinculação escolar inclusiva, professores procuram entender e formalizar o atual contexto. As possibilidades de atuação, mesmo que próximas à formação, distanciam-se da aplicabilidade dos Esportes Adaptados na escola.

A atual abordagem distintiva pode proporcionar um percurso inclusivo mais aflitivo, para crianças com deficiência. Quando encontramos a narrativa que relaciona a inclusão com a participação (EO-3: “Inclusão é estimular a participação”), entendemos que o conceito inclusivo está presente na perspectiva profissional contemporânea, porém ainda com pouco foco efetivo no processo (BARRETO, 2014).

A ideia de atividades inclusivas na Educação Física Escolar está diretamente relacionada à prática e formação do profissional atuante (MUNSTER; LIEBERMAN; GRENIER, 2019). Reiterando tal afirmação, a relação às diferenças estruturais e individualidade de cada deficiência específica. As adaptações das atividades devem respeitar as diferentes deficiências (ALVES; DUARTE, 2013).

Ainda nessa linha, visualizamos alguns outros dados importantes. Apenas um entrevistado afirmou estar preparado para atuação com as crianças com deficiência e as respostas mais recorrentes foram “não me sinto preparado” (50%) e “pouco preparado” (37,5%). Assim, ressaltamos que a falta de vivências práticas consolida a lacuna prática de ações inclusivas na Educação Física Escolar (PIZANI et al., 2016), em especial na Adaptada (FERREIRA et al., 2020; SILVA; SOUZA-NETO; DRIGO, 2009).

Todos os entrevistados foram graduados em faculdades particulares, dentre os quais 62,5% realizaram especialização e 25% não completas, apontando como principal dificuldade encontrada, o distanciamento entre teoria e prática (25%). Mesmo sabendo da diferença no tempo de formação (uns há menos de 10 anos e outros, há mais de 20 anos), percebemos que esta lacuna ainda permanece, fortalecendo a necessidade de ampliar os saberes docentes e preparar de maneira integral e adequada o profissional para o ensino-aprendizagem do aluno (FERREIRA et al., 2020; SILVA; SOUZA-NETo; DRIGO, 2009).

Compreendemos, portanto, a significativa importância do contexto da educação formal no processo de novas ações metodológicas inclusivas. As políticas de educação, em universidades e instituições formais de ensino, precisam contemplar a abordagem educacional contemporânea e, para isso devem abrir novos espaços para a discussão dos atuais contextos inclusivos (CHICON; MENDES; SÁ, 2011). Conseguimos a projeção em análises estatísticas referentes à nova perspectiva de educação informal. A maioria (62,5%) afirma encontrar conteúdo, sendo a internet a principal fonte, televisão e grupos de estudos foram mencionados isoladamente.

Esse processo educacional informal é fundamental, principalmente, em quesitos de seleção profissional em Atividades Adaptadas (FERREIRA et al., 2020; VENDITTI JR., 2014). Essa nova tendência informal é extremamente válida, principalmente quando o profissional tem boas ferramentas de busca. O recente cenário educativo informal descreve o atual sistema educacional de ensino (SILVA, 2019). Essa formação deve ser conjunta e não isolada, talvez essa deva ser a preocupação formativa atual. Principalmente, porque na falta de educação formal efetiva há uma busca informal ainda maior, confirmando a necessidade da diminuição da distância entre teoria e prática.

Essa contextualização da educação informal, não somente como complemento e sim como objeto de formação, é uma vertente que, cientificamente, deve ser ainda muito analisada. A partir de tal discussão e verificação da atual conduta, propomos informação efetiva que chegue com qualidade científica, aos Profissionais atuantes em Educação Física Escolar Adaptada.

A motivação profissional e a interdisciplinaridade formativa têm sido vertentes muito abordadas cientificamente nos últimos anos (FERNANDES, 2019). Essa atual comprovação corrobora diretamente na área da Educação Física Adaptada, que exige do professor mediador uma atitude profissional inclusiva efetiva.

Constata-se que a principal motivação do profissional da Educação Física está relacionada ao motivo de realização, considerado de extrema relevância no contexto de práticas corporais e esportivas na área adaptada (VENDITTI JR., 2014). A magnitude desse contexto de motivação profissional é fundamental principalmente na Educação Física Adaptada. O professor mediador tem a responsabilidade de ser ativo e efetivo no processo de educação inclusiva na Educação Física Escolar.

O conceito de educação informal, como apoio à formalidade, deve ser bem estabelecido e repassado de forma científica. Portanto, a partir desses pontos definidos, estabelecemos a reflexão e a proposta de novos aspectos a serem discorridos em relação à formação. A educação está mudando e os profissionais atuantes devem atualizar-se constantemente em novas formas de atuação no campo da Educação Física Adaptada.

Mesmo com a relevância comprovada do atual estudo, podemos encontrar ainda algumas limitações que podem estimular novas abordagens. Por tratar-se de um objeto investigativo semiestruturado e complexo, o número de professores participantes acaba sendo relativamente menor, porém relevante em relação à população total da Metrópole estudada. Essa limitação demonstra a possibilidade e necessidade de novas atualizações e pesquisas referente a temática dentro das aulas de Educação Física Escolar Adaptada.

A partir deste estudo, compreendemos a importância da formação profissional e como esse contexto deve ser desenvolvido, com motivação significativa de cada um neste processo. Na Educação Física Escolar Adaptada, a formação do professor é determinante para a eficiência das ações educacionais inclusivas. De nada adianta uma condição estrutural excelente se o professor não consegue ou não sabe utilizar ações metodológicas inclusivas. Essa forma crítica de pensamento proporciona aos profissionais um alerta importante sobre sua formação e as atualizações constantes no tocante à Educação Física Escolar Adaptada.

Além disso, o professor também deve estar atento à instituição. Esse é outro ponto conclusivo fundamental do artigo. A relação entre o profissional atuante e a instituição de ensino, para uma ação educacional inclusiva coerente, tem que ser efetiva. Essa relação direta, por mais básica que pareça, não acontece efetivamente na prática. Os discursos dos professores muitas vezes indicam que essa relação, às vezes, não proporciona as condições metodológicas inclusivas necessárias.

A reflexão gerada a partir dessa temática desenha outras perspectivas nas ações educacionais inclusivas, baseadas na motivação profissional na área. Esse contexto, isoladamente, não pode proporcionar a ação efetiva final. Depende de ações educacionais conjuntas e, mais do que isso, em constante evolução. A formatação profissional e as atualizações no contexto da Educação Física Escolar Adaptada proporcionam aos alunos a possível ação metodológica inclusiva, principalmente para crianças com deficiência.

A principal aplicação prática desse estudo é proporcionar atenção específica à formação e atualização do professor atuante, considerando os aspectos motivacionais e o contexto escolar. Estimular o intercâmbio de formação e o diálogo com as instituições responsáveis proporcionará, em longo prazo, a efetividade metodológica inclusiva desejada. A busca incessante por formação profissional especial de qualidade trará sucesso ao sistema educacional inclusivo de ensino.

CONCLUSÃO

Os dados deste trabalho podem abrir possibilidades para a busca do melhor conhecimento e, consequentemente, da melhor qualificação profissional, potencializando a motivação do professor na prática efetiva do ensino na Educação Física Escolar Adaptada, delineando possíveis caminhos e adequações para com a realidade. A motivação de cada professor influencia no processo de aprendizagem e traz reflexões relevantes para a área em questão. Podemos dizer que vivências pessoais e profissionais com crianças e/ou pessoas com deficiência definem essencialmente, a motivação profissional específica na Educação Física Escolar Adaptada. Além disso, ressaltamos que a motivação para atualizações e capacitações continuadas é alta, mostrando que políticas públicas de incentivo ao ensino inclusivo são de fundamental importância neste contexto.

REFERÊNCIAS

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AGRADECIMENTOS A Universidade Estadual de Campinas (FEF/UNICAMP) e ao CNPq pelo apoio à pesquisa e incentivo na área científica acadêmica

FINANCIAMENTO CNPq - Bolsa de Mestrado ao Autor principal do Projeto de Pesquisa

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM Não se aplica

APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA O estudo teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP (CAAE: 57781116.4.0000.5404; Parecer: 3.458.269).

LICENÇA DE USO Os autores cedem à Motrivivência - ISSN 2175-8042 os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution Non-Comercial ShareAlike (CC BY-NC SA) 4.0 International. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, desde que para fins não comerciais, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico desde que adotem a mesma licença, compartilhar igual. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico, desde que para fins não comerciais e compartilhar com a mesma licença.

PUBLISHER Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. LaboMídia - Laboratório e Observatório da Mídia Esportiva. Publicado no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade

EDITORES Mauricio Roberto da Silva, Giovani De Lorenzi Pires, Rogério Santos Pereira

EDITOR DE SEÇÃO Juliano Silveira

REVISÃO DO MANUSCRITO E METADADOS João Caetano Prates Rocha; Keli Barreto

Recebido: 13 de Novembro de 2020; Aceito: 19 de Maio de 2021

leoscarpato83@gmail.com

paula@fef.unicamp.br

gaviao@fef.unicamp.br

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA

Não se aplica

CONFLITO DE INTERESSES

Não se aplica

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