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Educação UNISINOS

versión On-line ISSN 2177-6210

Educação. UNISINOS vol.22 no.4 São Leopoldo oct.-dic 2018  Epub 17-Mayo-2019

https://doi.org/10.4013/edu.2018.224.00 

Editorial

Apresentação

Isabel Bilhão1 

1Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo - RS, Brasil. iabilhao@gmail.com


Prezadas leitoras e prezados leitores, é com satisfação que apresentamos o quarto número de Educação Unisinos de 2018. Nessa edição, que encerra o volume 22, contamos com doze artigos recebidos em fluxo contínuo. O primeiro deles, Cosmopolitics and the dialogical self, de Rik Pinxten, reflete, com base nos aportes da Antropologia Cultural, sobre a noção de cosmopolítica e delineia possibilidades para o campo educacional do uso do conceito de “pessoa parcial”, como forma de uma abordagem dialógica do self.

O artigo seguinte, A precarização do trabalho docente em Portugal, de Patrícia Regina Piovezan e Neusa Maria Dal Ri, aborda as reformas educacionais realizadas em Portugal, a partir da década de 1990, e discute suas relações com a ampliação da precarização do trabalho dos docentes portugueses, em especial os contratos temporários e os cortes salariais.

O texto seguinte, de Clarice Moukachar Batista Loureiro e Raquel Martins Assis, Jean Piaget e a educação internacional: práticas pedagógicas de construção de um método de compreensão e reciprocidade nas crianças, analisa como o contexto sócio-político e econômico influenciou o pensamento de Jean Piaget sobre temas como a guerra, a educação e o relacionamento entre os povos, buscando evidenciar como, no período entre guerras, o psicólogo construiu suas noções de solidariedade e justiça.

A seguir, José Augusto Pacheco, Geovana Mendonça Lunardi Mendes e Joana Raquel Faria de Sousa discutem, em O conhecimento escolar em tempos de uma pluralidade de saberes e novas formas de aprendizagem, como a escola tem produzido a ruptura na passagem de uma sociedade da tradição, ou da transmissão, para uma sociedade do conhecimento, defendendo a ampliação das discussões sobre a lógica de organização do conhecimento escolar em tempos de pluralidade de saberes e de novas formas de aprendizagem.

O próximo artigo, Persistência e evasão em aprendizagem mediada por tecnologias de informação e comunicação, de Taís Fim Alberti e Zoica Bakirtzief da Silva Pereira, busca compreender as motivações para que as taxas de evasão em cursos EaD sejam consideravelmente elevadas, uma vez que essa modalidade se apresentou originalmente como uma forma de ampliação do acesso à escolarização. As autoras embasaram-se nas análises de percursos de estudantes persistentes e evadidos de cursos de graduação.

Giseli Barreto da Cruz e Cecília Silvano Batalha, no texto A didática e a docência no contexto da licenciatura em dança, apresentam resultados de uma pesquisa com um grupo de estudantes concluintes de um curso de licenciatura em dança, buscando investigar o que prevalece como noção de didática em sua formação inicial.

Ainda em relação à formação de professores, Fabiana Fiorezi de Marco, Anemari Roesler Luersen Vieira Lopes, Manoel Oriosvaldo de Moura e Maria do Carmo de Sousa apresentam, no texto A constituição de um projeto formativo: implicações para o professor que ensina matemática, um projeto formativo para docentes que teve como objeto de investigação a organização do ensino de matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A autora defende que os professores participantes se tornaram autores de atividades de ensino, desenvolveram autonomia didático-pedagógica e romperam com a ideia de que seriam meros executores de propostas pensadas por especialistas da universidade.

O próximo artigo, O tempo na educação pública: ensaio a partir do movimento “ocupa tudo”, de Rosa Malena de Araújo Carvalho e Andreza Oliveira Berti, procura analisar os impactos desse movimento, especialmente em relação ao protagonismo juvenil, e destacar sua importância na formação de gestos pedagógicos em concordância com uma educação pública que resista à mercantilização e colonização do estudar.

Na sequência, Pedagogia feminista: narrativas autobiográficas, saberes e fazeres de mulheres camponesas, de Marcia Alves da Silva, analisa uma experiência acadêmica que, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, trata, em oficinas de artesanato, das histórias de vida com grupos de mulheres camponesas assentadas, participantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no interior do município de Pinheiro Machado, estado do Rio Grande do Sul.

Fabiana Rodrigues de Sousa, em Legado freireano, feminismos e prostituição: desvelando o político-pedagógico na pesquisa em educação, busca, com base nas contribuições da obra de Paulo Freire, refletir sobre a observação participante em ações culturais promovidas por associações de prostitutas, rodas de conversa e entrevistas com prostitutas, procurando apreender os significados atribuídos por elas ao processo de educar-se no exercício da prostituição, bem como analisar os aspectos políticos e pedagógicos dos sentidos designados por essas mulheres a si e a sua prática.

No artigo seguinte, O desenvolvimento do pensamento crítico na educação: uma meta possível?, Guilherme Brambatti Guzzo e Valderez Marina do Rosário Lima analisam as críticas de estudos contemporâneos na área da psicologia à noção de pensamento crítico e defendem que, embora este não possa ser pensado como um componente puramente racional da cognição humana, ainda é possível e necessário defender seu desenvolvimento como parte fundamental do processo educativo em escolas e universidades.

Fechando esse número, o artigo Aspectos históricos da educação escolar nas instituições prisionais brasileiras do período imperial ao século XXI, de Alisson José Oliveira Duarte e Helena de Ornellas Sivieri-Pereira, discute o processo histórico de inserção da educação nas instituições prisionais brasileiras desde a fundação da primeira Casa de Correção da Corte, no Rio de Janeiro, até a publicação das últimas diretrizes legais que normatizam o ensino escolar em espaços de privação e restrição de liberdade.

Ficamos contentes em contar com essas colaborações, tanto por sua diversidade temática, teórica e metodológica, quanto por sua dispersão geográfica e institucional. Elas corroboram o esforço constante de Educação Unisinos em publicar autores nacionais e estrangeiros em distintas etapas da carreira, buscando dessa forma divulgar e promover a qualificação da produção de conhecimento no campo educacional.

Às avaliadoras e aos avaliadores ad hoc, registramos nossos calorosos agradecimentos, cientes da importância de sua colaboração na tomada de decisões da Comissão Editorial. Agradecemos também aos autores e autoras que confiaram a divulgação de seus trabalhos à Educação Unisinos.

Ao nosso público, desejamos uma excelente leitura!

Isabel Bilhão
Editora

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