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Acta Scientiarum. Education

versión impresa ISSN 2178-5198versión On-line ISSN 2178-5201

Acta Educ. vol.43  Maringá  2021  Epub 01-Nov-2020

https://doi.org/10.4025/actascieduc.v43i1.47845 

HISTÓRIA E FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

A biblioteca escolar e as crianças: novos conceitos, velhos desafios

The school library and children: new concepts, old challenges

La biblioteca escolar y los niños: nuevos conceptos, viejos desafíos

Maristela Aparecida Nunes1 
http://orcid.org/0000-0002-0918-3304

Aliandra Cristina Mesomo Lira1  * 
http://orcid.org/0000-0003-2945-464X

Marcos Gehrke1 
http://orcid.org/0000-0002-7592-3139

1Universidade Estadual do Centro-Oeste, Rua Salvatore Renna, 875, 85015-430, Guarapuava, Paraná, Brasil.


RESUMO.

O artigo objetiva analisar a biblioteca escolar e as crianças como usuárias, desde conceitos produzidos aos desafios que permanecem. Parte do princípio de que a biblioteca escolar é um ambiente cujo conceito vem se transformando ao longo da história, sendo para as crianças um espaço de circulação e produção de saberes, informações, conhecimentos e de novas relações nesse âmbito, tendo a leitura e a pesquisa escolar o foco central. Trata-se de estudo teórico, portanto uma investigação de cunho bibliográfico. Conclui sobre a importância da biblioteca escolar na formação da criança, a partir da aproximação com os livros, a literatura e a pesquisa. Contudo, este ambiente ainda precisa superar velhos desafios que incluem ressignificar seu espaço e acervo a partir do público que a frequenta, em especial as crianças.

Palavras-chave: biblioteca escolar; leitura; crianças

ABSTRACT.

The article aims to analyze the school library and children as users, from concepts produced to the challenges that remain. It is based on the principle that the school library is an environment whose concept has been transformed throughout history, being for children a space of circulation and production of knowledge, information, knowledge and new relationships in this field, reading and research the central focus. This is a theoretical study, therefore an investigation of a bibliographic nature. Concludes on the importance of the school library in the formation of the child, from the approach with books, literature and research. However, this environment still needs to overcome old challenges that include re-signifying its space and collection from the public that attends it, especially the children.

Keywords: school library; reading; children

RESUMEN.

El artículo tiene como objetivo analizar la biblioteca de la escuela y los niños como usuarios, desde los conceptos producidos hasta los desafíos pendientes. Se basa en el principio de que la biblioteca escolar es un entorno cuyo concepto se ha transformado a lo largo de la historia, siendo para los niños un espacio de circulación y producción de conocimiento, información, conocimiento y nuevas relaciones en este campo, lectura e investigación como el foco central. Este es un estudio teórico, por lo tanto, una investigación de carácter bibliográfico. Concluye sobre la importancia de la biblioteca escolar en la formación del niño, desde el enfoque con libros, literatura e investigación. Sin embargo, este local todavía necesita superar los viejos desafíos que incluyen volver a significar su espacio y la colección del público que lo atiende, especialmente los niños.

Palabras-clave: biblioteca escolar; lectura; niños

Introdução1

A escola desenvolve seu trabalho educativo com base no conhecimento humano estabelecendo uma relação vital com ele. No cerne dessa relação a biblioteca escolar desempenha um importante papel, uma vez que esse mesmo conhecimento é um dos responsáveis pela existência e funcionalidade desse espaço. Pimentel, Bernardes, e Santana (2007) apontam que o que há em comum entre escola e biblioteca é, principalmente, a capacidade que ambas abarcam de interagir com o conhecimento e com as informações.

Contudo, observa-se que, na grande maioria das vezes, não se atribui à biblioteca escolar o seu verdadeiro valor. Como consequência, temos o esvaziamento desse ambiente que, de maneira geral, é ocasionado pela falta de incentivo à frequência e participação ativa das crianças nesses espaços. Dessa forma, a biblioteca vai sendo caracterizada pela ausência, seja do reconhecimento do seu potencial educativo e de difusor cultural, seja pela desconsideração da criança enquanto sujeito da educação.

Existem, ainda, velhos desafios que interferem negativamente na relação com a biblioteca, constituindo-se em barreiras de aprendizagem, ou seja, dificuldades impostas pela própria escola em relação a esse ambiente. Um deles diz respeito à concepção reducionista de biblioteca, na qual ela é entendida como depósito de livros e/ou sala de cópia, e ainda lugar de castigo para estudantes que não se ajustam às normas da instituição.

Outros desafios incluem o fato de que, em muitas instituições, as bibliotecas ainda não existem, mesmo diante da lei que obriga toda escola a ter biblioteca (Lei n. 12.244, 2010), bem como os acervos são desatualizados e insuficientes e, quando há o espaço este, geralmente, não conta com trabalhador especializado, sobrecarregando o professor com essa responsabilidade. Além disso, em muitas realidades temos a baixa frequência de leitores, especialmente as crianças, pois nem sempre é um lugar pensado para e com elas que se soma ao problema da falta de formação de professores na perspectiva da biblioteca como um lugar a ser frequentado pelos pequenos.

Estes obstáculos que há tempos fazem parte do cotidiano escolar defrontam-se com novas realidades, que reconceituam a biblioteca, agora como um lugar de circulação do conhecimento, que contempla um acervo e promove a leitura, mas que não se reduz aos livros dos mais variados gêneros e sim abarca outras formas de acesso ao conhecimento.

Na busca por possibilidades de resistência e mudanças, buscamos respaldo teórico em referenciais basilares, especialmente da década de 1980, que servem de apoio para o debate sobre a biblioteca escolar. Milanesi (1986) chama a atenção para alguns fatores que podem auxiliar no resgate da biblioteca no interior da escola. Esse autor é incisivo ao argumentar que as instituições precisam ressignificar o papel da biblioteca escolar para que esse espaço corresponda aos objetivos educacionais que se pretende atingir. Esse encaminhamento é imprescindível para que se possa manter a biblioteca funcionando adequadamente, sendo necessária uma reeducação do(a) próprio(a) educador(a) na sua forma de conceber e se relacionar com ela. Questão essa que permanece atual no cenário educacional.

Diante do exposto, esse artigo objetiva refletir sobre os diversos conceitos de biblioteca e sua implicação no reconhecimento e no uso desse espaço. De cunho teórico está respaldado em autores como Milanesi (1986, 2002), Maroto (2009), Campello (2012), Fragoso (2002, 2013), dentre outros que ajudam a pensar a biblioteca escolar enquanto espaço educativo, estimulador da leitura, produtor de conhecimento e cultura, alinhado com os novos tempos e demandas das crianças e jovens, incluindo inclusive novas formas de ler e pesquisar. O texto está organizado em três seções, sendo que na primeira trazemos um breve histórico da biblioteca escolar no Brasil; em seguida, apresentamos reflexões a respeito dos diferentes conceitos deste espaço ao longo da história e; posteriormente, tratamos da nova configuração escolar e da biblioteca no contexto das tecnologias da comunicação e informação.

Panorama histórico da biblioteca escolar no Brasil

De modo geral, a história nos mostra que as bibliotecas tiveram uma grande expansão na Idade Antiga, com o objetivo de preservar os materiais (papiros, pergaminhos, livros) que representavam a memória social dos povos. Na Idade Média, as bibliotecas ficaram por longo tempo sob o poderio da Igreja Católica. Com o surgimento das universidades esse quadro começa a se alterar devido à mudança de concepções e as bibliotecas tomam novos rumos, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo. Nessa época foi que seu campo de atendimento se estendeu também à população leiga.

A história da biblioteca escolar, no Brasil, está estritamente associada aos Jesuítas que já organizavam esse espaço no interior de seus colégios no período colonial, entre 1549 e 1822, cujo principal propósito era atuar na instrução dos colonos e na catequização dos indígenas. No século XVII, religiosos como os franciscanos, os beneditinos e as carmelitas chegaram ao Brasil e organizaram bibliotecas nos colégios por eles fundados, representando as primeiras bibliotecas escolares. A abertura das bibliotecas monásticas foi o principal fator propulsor das bibliotecas no país.

A influência religiosa na construção das bibliotecas nas escolas perdurou até o fim do século XVIII, período em que essa interferência começou a enfraquecer. Esse declínio foi, em parte, prejudicial às bibliotecas, pois, especialmente com a censura imposta pelo Marquês de Pombal (circular de 19 de maio de 1835, que proibia o noviciado e decretou a falência dos conventos), elas foram abandonadas e seus acervos se deterioraram ou se perderam.

Numa visão panorâmica, constata-se que, no princípio, as bibliotecas brasileiras se constituíram num “[...] espaço acessível a um público minoritário e socializado de forma aleatória, sem uma política e um gerenciamento bem definidos, o que acabou promovendo uma noção desqualificada de biblioteca escolar [...]” (Silva, 2003, p. 498-499). Percebe-se, assim, que a biblioteca nas escolas, desde a sua origem, esteve atrelada às organizações religiosas que, de modo geral e contraditório, desconsideravam a função informacional e educativa, sendo a biblioteca vista como um mero lugar dentro da escola para guardar livros.

Foi a partir das reformas educacionais que a biblioteca passou a ser vista com outros olhos, reconhecendo-se que esse espaço deveria constituir-se em um centro informativo de interesse público. A década de 1930 foi um marco nas ações reflexivas e propositivas para esse setor, pois nesse momento projetos de promoção da leitura e de valorização da biblioteca começaram a difundir-se no país. Segundo Silva (2003), a biblioteca escolar foi legitimada dentro do sistema educacional, especialmente, com a Escola Nova e as reformas proporcionadas a partir dela e com os esforços de Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, embora na prática a sua institucionalização ainda tenha demorado para acontecer.

Após o Estado Novo, impulsionada pelas ações do Instituto Nacional do Livro2, houve uma vigorosa campanha difundindo a leitura como fator elementar para o desenvolvimento pessoal e social. No contexto de redirecionamento do ensino, entre 1930 e 1940, a biblioteca passa a ter um caráter educativo e a ser vista como estímulo do processo de aprendizagem, tendo como principal função o desenvolvimento do gosto pela leitura.

Silva (2001) destaca o pioneirismo do estado de Santa Catarina no desenvolvimento de políticas públicas voltadas à criação e manutenção de bibliotecas escolares entre as décadas de 1940 e 1950. Nesse período, emergem os discursos conferindo importância à formação do acervo e da participação dos usuários na construção das bibliotecas.

Milanesi (1986) salienta que a biblioteca escolar passou a ser efetivamente procurada com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 5.692, de 1971, que instituiu a pesquisa na escola (Lei n. 5.692, 1971). A partir de então, a principal atividade de uma biblioteca passou a ser orientar o estudante “[...] no método de pesquisar, ensinando-lhe como tirar o máximo de proveito da informação [...]” (Tavares, 1973, p. 35). Assim, percebe-se que o acesso à biblioteca está vinculado à ideia de pesquisa escolar e sua funcionalidade às possibilidades de leitura e escolarização que ocorrem em seu interior.

A implantação, via Lei introduzida pela reforma educacional de 1970, da pesquisa escolar levou crianças e adolescentes às bibliotecas escolares. Destaca-se que essa prática também se tornou corrente nas bibliotecas públicas pelo contraditório fato de existirem muitas escolas sem biblioteca. Assim, estabeleceu-se um problema, pois a escola solicitava e trabalhava com a pesquisa, mas não dispunha em sua estrutura de bibliotecas onde pudesse ser realizada.

Algumas décadas depois, especialmente a partir de 1990, começam a surgir políticas tênues direcionadas às bibliotecas escolares. A LDBEN n. 9.394, de 1996 (Lei n. 9.394, 1996), traz a concepção de biblioteca escolar como local de incentivo à leitura e de aprendizagem (Silva, 2001).

Estabelecido esse breve panorama histórico e legal sobre a biblioteca escolar, é possível adentrar na produção conceitual sobre esse espaço educativo, tão importante para a formação das crianças, porém, negado a elas nas políticas educacionais e escolas brasileiras.

Concepções de biblioteca escolar e seus desdobramentos

A noção básica de biblioteca se estabeleceu desde o momento em que o ser humano percebeu a necessidade de guardar, ordenar e arquivar os conhecimentos produzidos nos diferentes territórios e contextos. Logo, a origem e as concepções de biblioteca estão na história da própria humanidade. Conforme destaca Milanesi (2002, p. 77), “[...] durante séculos a biblioteca definiu-se como acervo, coleção de impressos. Era a forma como os grupos humanos, os povos preservavam os seus conhecimentos acumulados, transferindo-os de geração a geração com os acréscimos feitos por novas produções”.

E essa definição foi a que por mais tempo caracterizou a biblioteca, sendo que até os dias atuais ela ainda está presente no imaginário social. A história da biblioteca escolar emerge desse processo e com o tempo vai tomando novas formas no contexto da educação, uma vez que de lugar para guarda, ordenação de documentos, passa a ser um espaço de leitura, pesquisa escolar.

De acordo com Pimentel et al. (2007, p. 22), “[...] a palavra biblioteca tem sua origem nos termos gregos biblíon (livro) e theka (caixa), significando o móvel ou lugar onde se guardam livros [...]”. Também Macedo (2012, p. 26) registra definição semelhante a essa: “[...] significado etimológico do termo bibliotheke: ‘caixa para guardar livros’; que, por extensão passou a designar o local onde se guardariam de forma organizada, permitindo e facilitando o trabalho de possíveis pesquisadores”. Como podemos observar são definições que se referiam apenas ao local e ao acervo, ou seja, ao aspecto físico.

Porém, tal como apontam os estudiosos que tratam da biblioteca escolar como Milanesi (2002), reduzi-la a um amontoado de livros ou a um acúmulo de obras impressas significa limitar seu potencial formador. Esse estudioso aponta que a biblioteca nas escolas, contudo, “[...] não é o consumo fácil da informação, pois exige de seu público uma participação mais reflexiva, transformando-o num agente ativo no acesso aos dados” (Milanesi, 1986, p. 99). As palavras desse autor, ao mesmo tempo que negam a caracterização da biblioteca como um lugar passivo, absorto, apontam, ao considerar vital a participação dos sujeitos, o caráter dinâmico e ativo desse ambiente.

Considerar suficiente uma concepção passiva de biblioteca acaba por desfavorecer e aniquilar “[...] a movimentação continuada das palavras e das ideias” (Fragoso, 2013, p. 12) próprias desse ambiente, ou seja, descarta os seus usuários e as relações que ocorrem entre os sujeitos nesse local, como a produção do conhecimento e da cultura.

Fragoso (2013, p. 11) salienta ainda que conceituar biblioteca escolar não é uma tarefa tão simples, devido à diversidade de significados que esse espaço abarca “[...] para poucos que a frequentam assiduamente, a biblioteca constitui o local do encontro com a leitura, a informação e o conhecimento”. Nesse caso, pode-se compreender que a própria definição do que é uma biblioteca depende do modo como ela é vista e do que se faz nela.

Longe de ser apenas um mero depósito de materiais, a biblioteca escolar, nos postulados de Milanesi (1986, 2002), Campello (2012), Gehrke e Bufren (2013) e Gehrke (2014) é um centro ativo de aprendizagem para adultos e crianças. Essa ideia também está expressa no Manifesto em Defesa da Biblioteca Escolar (IFLA/Unesco, 1999):

[...] a biblioteca escolar apresenta-se como um centro de aprendizagem cuja função pedagógica está relacionada a: a) uma ação em prol da leitura, do incentivo à criação do gosto de ler; b) a pesquisa escolar e ao trabalho intelectual que proporcionarão ao educando meios para melhor desempenhar seus papéis sociais; e c) a ação cultural com vistas a favorecer o entendimento de identidade do cidadão no espaço em que vive.

Nessa definição, além das questões propriamente pedagógicas direcionadas ao ensino-aprendizagem e à leitura, são levados em conta aspectos voltados ao entorno social, como a arte, a cultura e a necessidade informacional das crianças. Fatores que precisam ser incentivados desde a infância para que se possa culturalmente consolidar hábitos de frequência a esses espaços e de gosto pela leitura ao longo da vida.

Observando as definições nos documentos oficiais que normatizam este espaço verificamos que a Lei nº 12.244, de 2010, que trata da universalização das bibliotecas escolares, em seu artigo 2º assume que “[...] para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura” (Lei n. 12.244, 2010). Pelo texto, designa-se biblioteca escolar qualquer quantidade de livros e documentos reunidos em um determinado espaço dentro de uma escola e, na análise do excerto acima da lei, podemos constatar que os próprios regimentos que normatizam a biblioteca, os quais deveriam discuti-la e considerá-la de forma mais ampla, o fazem de forma restrita. Ou seja, consideram-na em partes, esquecendo da existência de pré-requisitos para o seu estabelecimento, em especial a ação de seus usuários. Segundo esse autor, são indispensáveis o espaço físico, a intencionalidade social e política, o acervo e o coletivo de usuários, ou seja, um conjunto de elementos articulados entre si.

Em contrapartida, observamos como esse poema conceitua a biblioteca escolar:

Sou cheia de cavidades, conteúdos, somas

Tábuas paralelas, segurando sonhos

Sou alta, larga, profunda - com glórias

Carrego das vidas, todas as histórias

[...]

Tenho brilho por ter romance de alguém

Sou altamente cultural também

Sou a que guarda os tesouros da terra

O Reino das palavras, na Paz e na guerra

[...]

Tenho páginas de rostos no meu Ser

Em belo acervo de aventura e prazer

Sou a que é certa por linhas certas

O mundo mágico dos Poetas

Sou a maravilhosa biblioteca

Reino da fantasia para mentes abertas (Leite, 2015).

Constatamos que o poeta aborda toda a dimensão de uma biblioteca, desde o aspecto físico, os vários tipos de conhecimento que comporta, até a amplitude da sua função, destacando a existência de uma polissemia funcional que permeia a biblioteca. Assim, compreendemos que a função dela vai além de acolher materialmente o conhecimento, atingindo os domínios do desenvolvimento e das relações humanas. Destarte, do ponto de vista material e simbólico, esse ambiente congrega toda uma herança cultural, que de acordo com Milanesi (1986), traz consigo uma multiplicidade de vozes e discursos, enfim, o arcabouço cultural e intelectual produzido pela humanidade.

As terminologias empregadas para designar a biblioteca também são analisadas por Ferrarezi e Romão (2008, p. 337, grifo das autoras), segundo as quais a substituição do termo biblioteca por outras expressões acaba por reduzir esse ambiente tanto em seu aspecto físico, quanto funcional, condição que contribui com a institucionalização do menosprezo:

[...] emprega-se o termo ‘coleção de livros’ em lugar de ‘biblioteca escolar’, como se tal relação de equivalência e correspondência fosse possível e natural. Apagada pelo discurso político, pela autoridade que detém as ‘atribuições legais’, a biblioteca escolar tem seu conceito descaracterizado.

Ainda de acordo com elas, a utilização de termos como ‘sala de leitura’ leva a compreender que na biblioteca só se desenvolveria essa atividade, sendo uma maneira de simplificar o seu conceito e a sua função. Nessa perspectiva, apagam-se “[...] os sentidos que tratam a biblioteca como uma unidade de informação voltada para o ensino, pesquisa e aprendizagem, na qual se realizam diversas atividades educativo-culturais [...]” (Ferrarezi & Romão, 2008, p, 341). Concluem, pois, que terminologias alternativas não abarcam o caráter semântico que a biblioteca possui, e se ela não é vista com toda a potencialidade que congrega, corre-se o risco de perpetuar preconceitos e visões equivocadas a seu respeito. Além disso, precisamos refletir em como essas questões desembocam na escassez de práticas educativas com as crianças na biblioteca.

Não obstante, Ferrarezi e Romão (2008, p. 335) salientam que “[...] grande parte da literatura estabelece o que deveria ser uma biblioteca escolar, [...]” e não aborda o que ela está sendo ou deixando de ser. Numa prospecção futurista, deixa-se de pensar sobre o que está acontecendo no momento presente com a biblioteca, o que colabora para a inscrição da biblioteca “[...] no plano do ideal, do ‘irreal’, do que ‘deveria ser’ e não do que ‘é’. A inserção da biblioteca escolar, nessa posição discursiva, a distância de sua posição social, prejudicando-se, assim, a compreensão sobre suas particularidades e problemas [...]” (Ferrarezi & Romão 2008, p. 335, grifo das autoras).

A questão da construção dos significados acerca da biblioteca escolar também é abordada por Campello (2012). A autora questiona sobre como os usuários da biblioteca elaboram sua compreensão desse espaço, como um local de aprendizagem, para refletir acerca de que significados são erigidos na interação entre crianças e a biblioteca escolar em momentos de ensino-aprendizagem. Em seu escrito, ainda salienta a importância da estrutura física da biblioteca, pois as experiências vivenciadas nesse espaço ajudam na consolidação de significados desse local.

De acordo com Milanesi (1986), no início do século XX delineou-se para a biblioteca um novo papel no qual ela passaria de um órgão especializado na organização do saber ao instituir a sistematização do acesso às informações (Milanesi, 1986). Esse mesmo autor, em outro trabalho aponta que:

[...] foi necessário repensar a biblioteca como espaço físico. As pequenas salas com livros acorrentados e com ar de capela não eram mais suficientes. [...] Grandes bibliotecas, nas maiores cidades europeias, iniciaram-se nesse período fértil de revelação, não mais nas transcendências religiosas, mas no homem e na natureza. Dentro dessa nova perspectiva do conhecimento dada na Renascença, somada à imprensa e à proliferação dos livros, as bibliotecas buscaram novas formas de organizar os acervos (Milanesi, 2002, p. 27).

Embora inicialmente ela tivesse um encargo mais afinado ao armazenamento de jornais e revistas e, posteriormente, dos audiovisuais e das tecnologias da informação e comunicação, as transformações ocorridas, sobretudo no século XX, exigiram alterações na sua finalidade, o que ocasionou uma evolução conceitual. Para Gehrke (2014, p. 214), a biblioteca escolar é “[...] um dos espaços de produção e circulação da informação e dos conhecimentos científico, escolar, cotidiano, da cultura e da arte”. Esse autor compreende que além do papel de difusor do conhecimento, este espaço também é disseminador e produtor artístico e cultural, ampliando o seu raio de circunscrição.

Na contemporaneidade, a função mais eminente divulgada da biblioteca é a promoção da leitura e disseminação de informações. Além disso, a valorização do conhecimento foi outro fator que colaborou para a alteração do conceito e da função da biblioteca. Como aponta Gehrke (2014, p. 149), “[...] toda biblioteca escolar relaciona-se com uma conjuntura mais ampla, em que a escola, a educação e toda uma teia social influenciam fortemente sua existência, seu planejamento e trabalho”. Assim, a problemática da biblioteca escolar não se encontra circunscrita em si mesma, mas é resultado de um contexto maior de déficit de investimentos na educação e da forma escolar capitalista.

Almeida, Costa e Pinheiro (2012) destacam a biblioteca como local de fruição da imaginação e vivência da infância, devendo oportunizar às crianças o contato com os livros e desenvolvimento do gosto pela leitura. Um espaço-ambiente agradável, propício para que a criança se sinta bem, fomente a criatividade e lhe permita a produção de sentidos sobre os fatos a sua volta, assim como conhecer a cultura, produzi-la. Além de ser uma instância educativa e cultural, sob a perspectiva linguística, pela variedade de conhecimento e pensamentos que comporta, pode ser considerada um espaço discursivo. Um local no qual dialogam as mais diversas vozes existentes na polifonia dos documentos que a compõem, sendo que os diferentes discursos que ela advoga possibilitam o estabelecimento de reflexões e discussões.

Assim, biblioteca escolar, no contexto de aprendizagem da criança, sob a orientação de objetivos e critérios estabelecidos pelo coletivo escolar, se configura numa prática pedagógica que abarca atividades como contação de histórias, pesquisas, leitura dramatizada, dentre outras.

Da sua histórica característica de guardiã intocável do conhecimento ela passa a ter como função justamente o acesso e a disseminação desse conhecimento. Assim, a instituição biblioteca vai se forjando como produto da cultura humana, constitui-se em espaço de cultura, trabalho, conhecimento, memória e luta (Gehrke, 2014), a qual é travada na disseminação versus censura do conhecimento, gosto versus desgosto pela leitura. Uma arena que pode ser tanto produtiva como improdutiva, ou ainda, mascarar atrás da sua inoperabilidade, a perpetuação da alienação dos sujeitos.

Biblioteca escolar: um novo cenário para criança pequena

O desenvolvimento de inovações tecnológicas - reflexo do impacto da Revolução Industrial - e sobretudo da internet, fez surgir, tal como aponta Milanesi (2002, p. 51), o seguinte questionamento: “[...] a biblioteca como fonte de informação não seria apenas uma lembrança do passado?” As inúmeras transformações ocorridas especialmente na última década do século XX fomentaram especulações relacionadas ao fim dos livros.

Contudo, estudiosos apontam que está ocorrendo uma reconfiguração, na qual o livro não desaparece, não pode ser excluído, sendo agregados outros elementos como por exemplo, a internet, o livro digital, os aparelhos eletrônicos, sites de busca e pesquisas, museus virtuais, dentre outros, à biblioteca escolar. Nesse sentido, a compreendemos como uma instituição viva, que vai se reconfigurando no seu tempo histórico e, portanto, não está dada, mas é construída pelos sujeitos que dela fazem uso, os usuários. O acervo se produz nas novas relações com a tecnologia e o mundo do trabalho da atualidade e, os novos leitores são sujeitos porque desejam, buscam, têm direito a esse espaço historicamente produzido e atualizado pelas políticas educacionais.

Na nova conjuntura do século XXI surge a necessidade da presença dos computadores para a complementação das funções da biblioteca. Também se observa a importância da conjugação biblioteca-internet, pois há fatores em comum entre esses dois elementos tecnológicos, e um deles, por exemplo, é a dimensão organizacional.

Tanto a biblioteca escolar como o meio eletrônico contam com uma sistemática de organização de seus acervos e materiais bem similar. A própria internet constitui-se numa gigantesca biblioteca, e além disso, também comporta um tipo de biblioteca surgido a pouco: a virtual ou digital. Como comenta Milanesi (2002, p. 55), “[...] um conjunto de sites é como uma imensa biblioteca para ser explorada, em parte sem dispêndio [...]”. Esse fato permite compreender que uma ferramenta dificilmente apagará ou excluirá a outra.

O que pode acontecer, inclusive isso já está acontecendo, são mudanças no formato da biblioteca e suas funções, mas não se cogita seu desaparecimento. Os postulados desse autor muito contribuem para a reflexão entre as semelhanças, as afinidades, os benefícios e possíveis disparidades entre biblioteca escolar e internet.

Pode-se reconhecer a biblioteca como a matriz originária da internet, pois assim como no meio eletrônico há os sites, nas estantes e prateleiras os livros. Nesse espaço, é conveniente desenvolver com as crianças habilidades de localização, seleção e interpretação informacional e, uma vez de posse dessa habilidade, elas conseguirão fazer isso também no meio eletrônico, sendo trabalhado o letramento informacional (Campello, 2012) de forma mais abrangente. As próprias técnicas de pesquisa tanto na biblioteca, quanto na internet

[...] são delineadas de acordo com o campo temático. A recuperação da informação é realizada a partir de palavras que encerram conceitos. Se esse universo semântico não for dominado, haverá bloqueio à obtenção das informações desejadas. As palavras portam conceitos e sem o conhecimento deles elas pouco significam (Milanesi, 2002, p. 70).

Assim, quando o usuário consegue localizar e selecionar seus temas de pesquisa na biblioteca, ele também realizará com maior desenvoltura e com mais eficácia essa atividade no sistema eletrônico. Discutir as informações inclui, entre outras coisas, troca de ideias, remete ao diálogo, e essas práticas abarcam emoções imediatas fundamentais para a construção do sentido e da compreensão da mensagem, o que ocorre na relação entre os sujeitos.

Nessa compreensão reconhecemos que biblioteca escolar e internet não são inimigas e nem estão em lados opostos do tabuleiro. Campello (2012) destaca que as instruções e orientações fornecidas pela biblioteca auxiliam no aperfeiçoamento das estratégias de busca, ajudando os sujeitos a obter mais êxito nas pesquisas na internet e economizando tempo. Auxiliar as crianças na localização das informações é uma tarefa cuja lógica pode ser empregada em outros contextos, o que colabora para que as crianças se tornem independentes, aprendam a atuar com autonomia e se tornem sujeitos do processo educativo. Sendo assim, a base para o êxito nas pesquisas online se assemelha e advém das orientações de busca próprias e adquiridas na biblioteca tradicional, sendo inegável a potencialidade dos novos instrumentos informacionais.

Conquanto se tenha plena consciência que após a internet o processo gráfico, em parte, foi suprimido - o que inclusive é muito importante para a questão ambiental - o livro, que também é uma tecnologia, passou por modificações. Estas vão da pedra ao papiro, do papel à plataforma digital, do que se depreende que o livro continua e continuará a existir, também no meio eletrônico, sob uma outra composição, a virtualidade, e sob essa ótica, a internet colabora com a propagação do conteúdo do livro. Ainda que a internet e os e-books3 pareçam ameaçar o futuro da biblioteca e do livro convencional, Gehrke (2014, p. 192) chama a atenção para o fato de que “[...] o livro impresso e a biblioteca não são instrumentos superados”. Nesse sentido, defende o autor:

[...] ainda que em tempos de tecnologia digital, avanços da ciência da informação, dos sistemas de informação, das tecnologias educacionais e a chegada do livro digital, entre outros eventos deles decorrentes, a Biblioteca escolar e os documentos impressos mantêm-se atuais e necessários para o contexto escolar (Gehrke, 2014, p. 214).

Considerando estas reflexões compreendemos que não devemos temer o fim da biblioteca escolar diante dos benefícios das ferramentas virtuais, pois “[...] a internet não destrói as bibliotecas, mas pode reforçar o interesse nas informações da vida cotidiana da cidade o que é um dos objetivos das bibliotecas públicas do presente e, certamente, as do futuro” (Milanesi, 2002, p. 107). A biblioteca, portanto, está diante de um momento de reordenamento conceitual e estrutural.

Mesmo os aspectos considerados divergentes entre biblioteca e internet não são determinantes de um possível choque entre ambas. Na internet a relação entre o pesquisador e o conteúdo ocorre sem intermediações e assim, por vezes, pode ocorrer algum tipo de dispersão no momento da busca, fato que pode ser minimizado na biblioteca com a presença de um profissional habilitado. Os computadores, por exemplo, sob o comando humano, podem desempenhar funções muito próximas das do bibliotecário, tais como ordenar, classificar, calcular, procurar, editar, porém o que eles não podem “[...] garantir é a socialização do conhecimento que se dá por trocas pessoais” (Milanesi, 2002, p. 100). Esse mesmo autor acentua:

A informação só tem sentido para o homem se for possível discuti-la e transformá-la. Há um percurso que vai da criação de uma mensagem à estratégia para disseminá-la, estímulo para discuti-la e criatividade para chegar a uma nova informação. Nessa trajetória está incorporada à tecnologia, mas é no campo da discussão, principalmente entre estudantes que se socializam e pessoas que aperfeiçoam a participação na vida coletiva como cidadãs, que a presença física é fundamental (Milanesi, 2002, p. 103).

A presença de pessoas na biblioteca escolar possibilita formas de interação mais concretas e reais e é no desenvolvimento das atividades que vão da leitura à interpretação e ao debate da informação que essa adquire um sentido, um lugar. Além de ser um requisito para que ocorra a discussão das informações, “[...] a reunião física indica que, pela proximidade ou pelas afinidades, fazem parte de uma mesma tribo e que, em conjunto, vão trocar ideias e sentimentos sobre inquietações comuns” (Milanesi, 2002, p. 102).

As tecnologias da informação e comunicação e a biblioteca escolar precisam ser, dessa forma, compreendidas e pensadas por educadores e pela comunidade escolar de forma integradora para que suas potencialidades sejam empregadas ao máximo em favor do desenvolvimento cognitivo, intelectual e social das crianças. Por isso acreditamos, em conformidade com Nobrega (2011, p. 128), na biblioteca como espaço de “[...] (re)significação para os sujeitos sociais, na medida em que servindo-lhes tanto como possibilidade de apropriação e produção, quanto de organização, oportunize construção de singularidades, transformação de realidades”. Para que ela se torne um ambiente de questionamento, de contato com a pluralidade de sentidos e dos pontos de vista ali presentes, que estimule em seus usuários o desenvolvimento da criticidade, é necessário que se desenvolva, segundo a autora, “[...] uma metodologia de ruptura com os padrões até então vigentes. Uma ruptura no modo corriqueiro de ver a biblioteca, para uma ampliação do olhar sobre ela” (Nobrega, 2011, p. 132).

Para produzir um novo cenário nas bibliotecas escolares, defendemos a participação das crianças na ordenação, uso e formação de leitores nesse espaço educativo, uma vez que não basta abrir uma biblioteca para a criança, é preciso envolvê-la desde sua história e origem. Por isso, propomos um conjunto de ‘quefazeres’ (Freire, 2000), desde uma proposição inicial de Gehrke (2014): Ordenar o espaço possível na escola e denominá-lo biblioteca escolar; Escolher um nome significativo para ela e fazer a inauguração com uma grande festa; Ordenar o acervo de alguma forma e orientar os estudantes e professores para o uso; Informatizar os dados; Planejar o trabalho com as crianças, acolhendo necessidades e interesses; Fazer o processo de auto-organização dos estudantes e dividir o trabalho neste espaço; Mapear os interesses de leitura; Produzir e aprovar em assembleia o regimento da biblioteca escolar; Divulgar o acervo junto à comunidade; Pautar e reivindicar acervo junto aos órgãos competentes; Reivindicar recursos para publicar produção local.

Como espaço de conhecimento a biblioteca pode permitir a circulação de saberes, condição que supera a visão de ser um lugar estático. O maior ou menor grau de interação entre criança e biblioteca depende da forma como esse ambiente está organizado, dos sujeitos ali envolvidos, das relações estabelecidas, mas também da política de funcionamento da instituição escolar e da forma como as atividades são encaminhadas. Em nome dessa interação, quanto mais cedo as crianças forem levadas à biblioteca, maiores serão as chances de se tornarem leitoras e frequentadoras assíduas desse espaço, e também de ampliarem suas experiências culturais, o repertório de ideias e fomentar a criatividade. Por conseguinte, o estabelecimento de novos vínculos reivindica a condução de novos olhares, pensamentos e ações. A transformação da biblioteca em um espaço de recreação, diversão, fruição da imaginação e lazer, pode ser um dos caminhos para o estabelecimento do sentimento de pertença entre as crianças.

Considerações finais

Por possibilitar o contato com os diversos tipos de conhecimento e informação, e por meio deles promover a ocorrência de práticas sociais, a biblioteca escolar torna-se um ambiente de experiência cultural. Como a escola desenvolve seu trabalho a partir do conhecimento, a biblioteca, como instituição disseminadora e promotora dos saberes historicamente construídos, tem grande influência na forma como o organismo escolar realiza sua função. Assim, percebemos o quanto escola, conhecimento e biblioteca se complementam mutuamente.

Como espaço de conhecimento a biblioteca pode permitir a circulação de saberes, condição que supera a visão de ser um lugar estático. Assim, para transformar a biblioteca é necessário modificar nosso olhar sobre ela e suas práticas, conhecer os documentos que respaldam sua estrutura, funcionamento e funções. E isso só será possível por meio de persistente trabalho pedagógico e investigação científica, sendo imprescindível a promoção de debates sobre a legislação e pesquisas na área da biblioteca escolar nos cursos de formação de professores.

No panorama aqui apresentado percebemos o desafio de pensar o quanto discursos e práticas colaboram para a construção de uma ideia de biblioteca estática, inerte, silenciosa. E, assim como a concepção de infância determina a relação que adultos tem com as crianças, o conceito de biblioteca interfere e influencia na (des)valorização e no uso desse local. A biblioteca escolar, além de comportar diversas produções humanas, é em si também uma construção social e cultural e por isso, só faz sentido com a presença dos sujeitos.

Diante do exposto, compreendemos que precisamos promover alterações a partir da realidade que está posta, isto é, pensar a biblioteca escolar que se tem e a que se quer para, a partir disso, envidar esforços para materializar os discursos em práticas e ações concretas. Entender a biblioteca como um dos elementos caracterizadores da escola implica reconhecer que a própria existência ou não desse espaço evidencia nossa concepção de ensino, de formação humana e de infância.

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1O artigo traz parte das reflexões do estudo de mestrado de Nunes (2016).

2Órgão federal criado durante o governo de Getúlio Vargas, em 1937, pelo Decreto nº 93 de 21/09/1937. Tinha como objetivo principal favorecer a implantação de bibliotecas públicas em cada município brasileiro.

3Termo inglês que significa livro eletrônico.

NOTA: Nós autores fomos responsáveis pela concepção, análise e interpretação dos dados; redação e revisão crítica do conteúdo do manuscrito e ainda, aprovação da versão final a ser publicada.

Recebido: 08 de Maio de 2019; Aceito: 09 de Agosto de 2019

*Autor para correspondência. E-mail: aliandralira@gmail.com

INFORMAÇÕES SOBRE OS AUTORES Maristela Aparecida Nunes: Mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Graduada em Letras-Anglo, especialista em Literatura e Contemporaneidade, em Gestão Escolar e em Mídias na Educação. ORCID: http://orcid.org/0000-0002-0918-3304 E-mail: maristelinhanunes@gmail.com

Aliandra Cristina Mesomo Lira: Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professora Associada do Departamento de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO, Guarapuava/PR. ORCID: http://orcid.org/0000-0003-2945-464X E-mail: aliandralira@gmail.com

Marcos Gehrke: Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professor do Departamento de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO, Guarapuava/PR. ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7592-3139 E-mail: marcosgehrke@gmail.com

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