Continuamos no esforço de publicar em versão online nossas publicações impressas, em direção a maior visibilidade do trabalho de nossos autores. Ainda este ano, pretendemos publicar os números 5 e 6. Outra novidade é que estamos aceitando parcerias com outras universidades para a publicação de números temáticos, oportunizando, assim, maior cumplicidade com os temas relevantes para nossa área.

Nesta edição, não temática, abrimos com quatro artigos que refletem sobre as tecnologias da informação e comunicação na Educação. O primeiro deles, ENTRE O FEIJÃO E O SONHO: DISCURSOS CIBERATIVISTAS SOBRE A MERITOCRACIA NA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO, de Rosa Maria Cardoso dos Santos e Marcio Silveira Lemgruber, faz uma reflexão sobre os discursos de professores, que chamam ciberativistas, para pensar a meritocracia aplicada à educação pública no Rio de Janeiro. O estudo alinha-se com a análise retórica, avaliando possibilidades e limites do apelo discursivo da retórica praticada online, para fins de mobilização social e política dos professores.

Na sequência, o artigo MEMÓRIA, APRENDIZAGEM E TECNOLOGIA: UMA EXPERIÊNCIA COM OS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL, de Maria Auxiliadora Silva Freitas, Luis Paulo Leopoldo Mercado, Dirlene Márcia Costa Ferreira, Fernando Silvio Cavalcante Pimentel, apresenta uma análise sobre a experiência vivenciada com alunos de uma escola pública do Ensino Fundamental, focando-se na linguagem digital na construção da leitura.

Mixilene Sales Santos Lima, Karla Angélica Silva do Nascimento, Maria Alinne Forte de Brito, José Aires de Castro Filho e Clodomir Silva Lima Neto apresentam um estudo sobre o uso de um aplicativo colaborativo, o netbook, no artigo APRENDIZAGEM COLABORATIVA COM SUPORTE COMPUTACIONAL: O USO DE APLICATIVO COLABORATIVO NO ENSINO FUNDAMENTAL. Enfatizam que tanto os dispositivos móveis quanto o uso de aplicativos possibilitam a construção de uma aprendizagem colaborativa, bem como compartilhamento recíproco de informações e conteúdos consolidados em sala de aula.

O artigo "IMAGINA, EU ME VI NA TELEVISÃO DA MINHA SALA!" A PRODUÇÃO AUDIOVISUAL E O EMPODERAMENTO DOS SUJEITOS DO CAMPO, de autoria de Eloisa Assunção Lopes e Marcelo Ximenes Bizerril, analisa a influência das mídias e dos meios de comunicação na reflexão sobre o processo de empoderamento e emancipação de sujeitos do campo, por meio da produção de vídeos educativos relacionados ao seu contexto social. Os sujeitos mostraram-se sensíveis à emancipação fruto da utilização das tecnologias, à ideia de superação de desafios e à tecnologia como direito de todos.

Seguem-se artigos sobre diferentes especificidades da Educação Contemporânea. O artigo UMA PROBLEMATIZAÇÃO SOBRE O PAPEL DO PROFESSOR EM AMBIENTE HOSPITALAR: DIVERGÊNCIAS E CONVERGÊNCIAS ENTRE AS INSTITUIÇÕES HOSPITAL E ESCOLA, de Fernando Lionel Quiroga, problematiza a escrita realizada em Memoriais e de que modos indivíduos são tomados como objetos de conhecimentos. Discutem os resultados do ponto de vista de uma escrita operada como exame de consciência e confissão por meio do discurso da vocação, conscientização, inclusão. Identificam também um discurso relacionado à qualidade/mercado de trabalho, produzindo em alunos em processo de formação docente uma relação consigo mesmo, como um lugar messiânico de conscientização e salvação social das novas gerações.

No artigo VIVÊNCIAS DOCENTES EM DANÇA E FOLCLORE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, Cristina Rolim Wolffenbüttel, Sílvia da Silva Lopes e Helenice Paula Verde da Rosa apresentam duas experiências docentes na Educação de Jovens e Adultos, uma delas durante o estágio curricular do curso de Licenciatura em Dança, em uma escola pública estadual, na cidade de Montenegro/RS e outra desenvolvida por uma professora já formada, tendo ocorrido na disciplina de Artes, em uma escola pública municipal da cidade de Porto Alegre/RS. O foco deu-se no resgate do folclore, particularmente nos contos e nas lendas, tendo como referencial teórico a compreensão de conceitos de folclore e folclore na escola. Discutem sobre as experiências docentes, dança e folclore/cultura, limites e possibilidades para o avanço da Educação de Jovens e Adultos.

Alexandre Vanzuita, Tânia Regina Raitz, Mara Regina Zluhan, Danilo José Ferreira e Flávia de Souza Fernandes analisam a construção de identidade(s) profissional(is) em experiências no contexto de formação e inserção profissional de formandos em Educação Física, no artigo A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE(S) PROFISSIONAL(IS) DE FORMANDOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA. Concluem que as experiências de formação e inserção profissional constroem identidade(s) profissional(is) não articuladas integralmente aos processos de pesquisa e criação de métodos e metodologias.

Segue o artigo O CLIMA ESCOLAR NA PERSPECTIVA DOS ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS, de Telma Pileggi Vinha, Luciene Regina Paulino Tognetta, Roberta Gurgel Azzi, Adriano Moro, Ana Maria Falcão de Aragão e Alessandra de Morais sobre a percepção dos alunos sobre o clima escolar, quais dimensões do clima são percebidas como positivas, negativas ou neutras. Concluem que as dimensões avaliadas como mais positivas foram relacionadas à intimidação entre alunos, às regras, às relações sociais e aos conflitos. As menos positivas diziam respeito às relações da escola com a família e à infraestrutura. Concluem ainda, ao final, que a avaliação do clima apresenta elementos que podem reorientar o trabalho nessas escolas.

O artigo A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS DISCENTES NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE MANAUS: UM ESTUDO DE CASO, de Patrícia Auxiliadora Ribeiro de França e Maria da Glória Vitório Guimarães, discute as contribuições das Escolas Municipais de Manaus para promover a Educação Ambiental. Para isso, verificam o ponto de vista dos alunos sobre os projetos e ações em educação ambiental nas Escolas Municipais de Manaus. Trazem resultados significativos que se traduziram em práticas pessoais no dia a dia dos seus discentes. Concluem que as ações de educação ambiental promovem mudanças de comportamento e despertam nos estudantes certo interesse para encontrar soluções para as problemáticas ambientais.

O artigo seguinte, APONTAMENTOS SOBRE EDUCAÇÃO, CULTURA E ETNOCONHECIMENTOS PAITER SURUÍ, de Carlos Alexandre Barros Trubiliano e Laide Maria Ruiz Ferreira, apresenta os resultados de observações realizadas na Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio "Sertanista José do Carmo Santana", localizada na aldeia Gãpgir, Terra Indígena Sete de Setembro, município de Cacoal, Rondônia. Através de entrevistas e análise de materiais didáticos-pedagógicos apontam avanços no cumprimento da legislação, apontando serem longe do ideal de pleno acesso à cidadania.

Jacqueline Cavalcanti Chaves e Franciene Aparecida da Silveira, no artigo ENSINO SUPERIOR E POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL: REPENSANDO A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA, discutem o Ensino Superior a partir da Política de Assistência Estudantil, assinalando suas mudanças e seus avanços, bem como seus desafios, quando se tem como meta a inclusão social, a formação ampliada e a igualdade de oportunidades aos/às estudantes das IFES na perspectiva do direito social assegurado pela Carta Magna. Concluem que as políticas educacionais têm se alinhado à política econômica neoliberal e que, embora contribuam para a democratização do Ensino Superior público, também têm desafios a serem enfrentados, como o da universalização da assistência, da garantia da cidadania e da melhoria da qualidade de vida dos/das apoiados/as.

Os dois artigos seguintes abordam questões étnicas. Por meio da análise do filme Quanto Vale ou é Por Quilo?, de Sergio Bianchi (2005), Christian Muleka Mwewa e Ana Paula Leão Mendes discutem o processo de construção de preconceito e de discriminação dentro da sociedade brasileira, no artigo CONTROLE SOCIAL E MEDIAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS EM QUANTO VALE OU É POR QUILO? DE SÉRGIO BIANCHI. Concluem que a herança histórico-cultural anunciada permanece efetiva na sociedade brasileira e funciona como uma ferramenta de controle social nos dias atuais. Para eles, a miscigenação promovida pelo preconceito mascara desigualdades sociais, especialmente étnicas e raciais, já que elas servem como referência das relações sociais na sociedade brasileira. Sugerem a necessidade de ações para que se possa alcançar direitos sociais e culturais assegurados aos negros, aos índios e aos pobres.

Também sobre o mesmo tema, Gladir da Silva Cabral, Daiane Barreto Martinhago e Carlos Renato Carola, no artigo A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NA LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA, abordam a diversidade étnica afrodescendente como contribuição para a cultura brasileira para aprofundar o conhecimento sobre a representação do negro na literatura infantil. Analisam nove obras literárias infantis que compõem o pacote do Programa Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), destinadas a alfabetizandos do ensino fundamental. Observaram que parte das obras não problematizam de modo mais direto as relações de poder e assimetrias entre brancos e negros: questões como o preconceito e o racismo, por exemplo, não aparecem explicitadas. Sugerem que o combate sobre o racismo deva ser tema de discussão entre os estudantes na sala de aula, estando a literatura a serviço da informação e da reflexão sobre as práticas sociais vigentes e as relações étnico-raciais.

Sobre o tema da homossexualidade, André Luis da Silva Castro, Orlando José da Silva Gontijo, Andrezza Arantes Castro, Caroliny Fátima Chaves Paixão, Daniele Cipriano de Souza, Joyce Moreira Souza, Anderson Rodrigo Silva e Guilherme Malafaia avaliam as concepções de licenciandos de uma instituição federal do Estado de Goiás sobre o tema, no artigo CONCEPÇÕES DE LICENCIANDOS SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE: PRECONCEITO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES?. Os resultados revelaram diferentes níveis de preconceito dos estudantes em relação à homossexualidade, identificados por explicações que negam a homossexualidade como forma de identidade do sujeito, pela rejeição à intimidade com homossexuais e pela expressão de emoções negativas em relação a homossexuais. Os estudantes do sexo masculino mostram-se mais preconceituosos em relação aos do sexo feminino, mas sem relação com o curso ou a idade dos licenciandos. Concluem pela necessidade do desenvolvimento de políticas e estratégias de formação inicial e continuada, nos cursos de formação de professores, a fim de desconstruir estereótipos e impedir que concepções preconceituosas em relação a homossexuais sejam reproduzidas na prática docente.

O artigo de Lucas Romário e Ana Dorziat, CULTURA SURDA NA "ESCOLA INCLUSIVA"? CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES NO ENCONTRO PESSOA SURDA-PESSOA SURDA, analisa as relações construídas entre pares Surdos no espaço da "escola inclusiva" de João Pessoa-PB. Concluem que artefatos da Cultura Surda nos momentos didático-pedagógicos do AEE proporcionam às alunas e aos alunos conhecimentos históricos e políticos acerca do seu grupo cultural, contribuindo para que elas e eles desenvolvam processos de identificação e fortaleçam a Cultura Surda.

Para compreender os fatores que interferem nos resultados acadêmicos de uma escola pública em sua reputação, Regis Argüelles da Costa investigou esses, no artigo ESCOLA DE EXCELÊNCIA NA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE TERESÓPOLIS, RJ: UM ESTUDO DE CASO. Conclui pela existência de um ethos institucional que, de certa forma, contribui para a manutenção do status de escola de excelência para a comunidade escolar em geral.

O ensaio O SENTIDO DA PEDAGOGIA EM MEIO AOS DESAFIOS DA DIVERSIDADE, de Clenio Lago, apresenta uma reflexão sobre "ser pedagogo" focalizando desafios contemporâneos da educação, em meio à emergência da diversidade como alteridade.

Francisca Lacerda de Góis e Maria da Paz Cavalcante, no artigo ESTUDAR, APRENDER E SE DESENVOLVER NA HISTÓRIA: UMA POSSIBILIDADE VIA ELABORAÇÃO CONCEITUAL, discutem a formação e o desenvolvimento de conceitos científicos na escola. Concluem que o processo de ensino e de aprendizagem, desenvolvido com base na elaboração conceitual, promove a aprendizagem e o desenvolvimento do educando.

O artigo seguinte trata dos primeiros escritos de Paulo Freire sobre a construção do conhecimento e sobre a prática curricular. Marta Genú Soares, no artigo CONCEPÇÃO E AÇÃO CURRICULAR NAS OBRAS DE PAULO FREIRE, reflete sobre a formação do professor. Conclui, na identificação de um pressuposto freireano, que currículo contém, para além dos elementos tradicionais, elementos críticos e pós-críticos, porque sistematiza o ambiente educacional com o saber e a relação pedagógica estabelecida no espaço educativo por aprendizagem crítica e consciente para a transformação do sujeito coletivo.

Antenor da Cunha França Júnior, no artigo PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES, O CASO MIRANDA - VENEZUELA: O QUE OS DOCUMENTOS E INFORMES REVELAM ACERCA DA QUALIDADE E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL, apresenta estudo sobre a participação do estado de Miranda, situado na Venezuela, no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), em 2010, em sua edição especial denominada de PISA PLUS 2009. Analisou a qualidade e a avaliação educacional no país. Em suas reflexões, verificou que o enfrentamento e superação de determinadas situações se dá por meio da elaboração e implementação de políticas educativas que visem não somente o acesso equitativo de toda a população ao sistema de ensino, mas também a sua permanência com qualidade no espaço escolar.

O artigo ANÁLISE DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO E SEU IMPACTO NOS SISTEMAS EDUCACIONAIS, de Stela Marques e Ronaldo Castro, discute um método para a Educação, conhecido como Teoria das Restrições, para examinar suas implicações educacionais para a escola brasileira e refletir sobre o que já está ocorrendo nos países onde já está implantado em escolas. Trata-se de uma metodologia de ensino baseada em um método de gestão empresarial, semelhante ao Método Socrático e sua forma específica de questionamento. Através da avaliação de causa-efeito, o indivíduo é instigado a questionar e a averiguar por si próprio as possíveis respostas para seus questionamentos. O aluno habituado a receber respostas prontas é incentivado a buscar as suas próprias respostas, o que incute nele um maior sentido de participação, responsabilidade e compromisso com o seu aprendizado.

A seção de Revisão de literatura traz um artigo abordando prática pedagógica de professores de matemática na Educação de Jovens e Adultos. Adriano Vargas Freitas e Célia Maria Carolino Pires, no artigo PANORAMA DAS PESQUISAS ENVOLVENDO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, apresentam a análise das produções científicas sobre o tema, visando a compreensão e avanço da Educação de Jovens e Adultos. Focalizaram os seguintes aspectos: a indicação de uma postura mais investigativa, por parte do professor, sobre a produção oral e escrita de seus alunos e adoção de uma maior flexibilização na exigência de padronização na expressão dos procedimentos matemáticos considerando as especificidades, objetivos e conhecimentos prévios de seus estudantes. Destacam o argumento de que a percepção do próprio aluno de seu entendimento dos conteúdos desenvolvidos nas práticas educativas em matemática aumenta sua autoestima e influencia diretamente seu envolvimento nessa área.

Nossa próxima edição é temática, aborda questões relacionadas à formação de professores e já se encontra em processo de edição. Para o próximo ano, publicaremos mais dois números temáticos, já com chamada em nossa página inicial, com informação sobre procedimentos e prazos. Convidamos nossos colaboradores a submeter sua contribuição para os temas anunciados e agradecemos, desde já a parceria.

Boa leitura!