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Revista Educação e Cultura Contemporânea

versión impresa ISSN 1807-2194versión On-line ISSN 2238-1279

Rev. Educ. e Cult. Contemp. vol.15 no.40 Rio de Janeiro jul./set 2018  Epub 30-Jul-2018

https://doi.org/10.5935/2238-1279.20180058 

Artigos

Concepções de licenciandos sobre a homossexualidade: preconceito na formação de professores?

Students’ conceptions on homosexuality: prejudice in teacher’s training courses?

André Luis da Silva   Castro I 

Orlando José da Silva   Gontijo II 

Andrezza Arantes   Castro III 

Caroliny Fátima Chaves   Paixão IV 

Daniele Cipriano de   Souza V 

Joyce Moreira   Souza VI 

Anderson Rodrigo   Silva VII 

Guilherme   Malafaia VIII 

IInstituto Federal Goiano, Brasil;andre.castro@ifgoiano.edu.br

IIInstituto Federal Goiano, Brasil;orlandojosesg@gmail.com

IIIInstituto Federal Goiano, Brasil;andrezzacastro12@gmail.com

IVInstituto Federal Goiano, Brasil;carolinyfcpaixao@gmail.com

VInstituto Federal Goiano, Brasil;danielecsouza.bio@gmail.com

VIInstituto Federal Goiano, Brasil;joycemsabio@gmail.com

VIIInstituto Federal Goiano, Brasil;anderson.silva@ifgoiano.edu.br

VIIIInstituto Federal Goiano, Brasil;guilhermeifgoiano@gmail.com


Resumo

O presente estudo avaliou a concepção de licenciandos sobre a homossexualidade e a relação com a idade, o sexo e o curso dos estudantes (Química, Matemática e Ciências Biológicas), tendo como amostra estudantes de uma instituição federal do Estado de Goiás. Foi aplicado um questionário a 141 estudantes, que continha 3 escalas validadas para avaliação de preconceito: escala de explicações sobre a homossexualidade, de expressão emocional e de rejeição à intimidade com homossexuais. Os resultados revelaram diferentes níveis de preconceito dos estudantes em relação à homossexualidade, identificados por explicações que negam a homossexualidade como forma de identidade do sujeito, pela rejeição à intimidade com homossexuais e pela expressão de emoções negativas em relação a homossexuais. Os estudantes do sexo masculino mostram-se mais preconceituosos em relação aos do sexo feminino, mas sem relação com o curso ou a idade dos licenciandos. Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de políticas e estratégias de formação inicial e continuada, nos cursos de formação de professores, a fim de desconstruir estereótipos e impedir que concepções preconceituosas em relação a homossexuais sejam reproduzidas na prática docente.

Palavras-Chave: Diversidade sexual; Homofobia; Homossexuais

Abstract

The present study is an assessment of students’ conceptions on homosexuality and its relationship with age, sex and the course (teacher’s training in Chemistry, Mathematics and Biologic Sciences). The sample was composed of teacher’s training course students from a federal teaching institution of the State of Goiás. A questionnaire was applied to 141 students. It contained three scales validated for the assessment of prejudice: scale of explanations on homosexuality, scales of emotional expression and of rejection to intimacy regarding homosexuals. The results revealed different prejudice levels, identified by explanations that deny homosexuality as an individual’s identity form, by rejection of intimacy regarding homosexuals and the expression of negative emotions in relation to homosexuals. Male students are more prejudiced than female students, no matter the course or the student’s age. Thus, the development of policies and strategies of initial and continuing education is necessary in teacher’s training courses, in order to deconstruct stereotypes and prevent that prejudiced conceptions regarding homosexuals be reproduced in teaching.

Key words: Sexual diversity; Homophobia; Homosexuals

Introdução

Historicamente os grupos sociais minoritários, como jovens, negros, mulheres e homossexuais sofreram diferentes tipos de preconceito, culminando na organização de movimentos sociais em busca de inclusão, valorização e tratamento justo e igualitário (GOMES, 2007). Apesar de alguns avanços e direitos conquistados a partir dos movimentos sociais, as minorias sexuais, composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, conquistaram menores avanços em relação a outros grupos (LACERDA; PEREIRA; CAMINO, 2002). De acordo com Freire e Cardinali (2012), se por um lado os movimentos sociais contribuíram para maior aceitação da homossexualidade pela sociedade e na conquista de direitos, por outro, foi também responsável pelo aumento de manifestações homofóbicas e pela exacerbação de discursos discriminatórios.

Atualmente a diversidade sexual tem sido objeto de estudo envolvendo diferentes aspectos, como preconceito (COSTA et al., 2015), homofobia (SOUZA, 2015) e a educação para a diversidade (MEYER; TAYLOR; PETER, 2015), e também abordada constantemente pela mídia em novelas, cinema, propagandas, programas de auditório e revistas para adolescentes, mostrando abertura da sociedade para a discussão do tema (DINIS, 2008). Apesar das diferentes formas de expressão da sexualidade na atualidade e da visibilidade dessas representações, a expressividade da mídia em relação à diversidade sexual nem sempre resulta em avanços na redução de atitudes discriminatórias, preconceituosas e violentas (DINIS, 2008).

As discussões acerca de políticas educacionais de reconhecimento e respeito à diversidade sexual são recentes no Brasil e no mundo (NARDI; QUARTIERO, 2012; KOSCIW et al., 2013; ULLMAN; FERFOLJA, 2015). De acordo com Gomes (2007), o reconhecimento de direitos à diversidade faz parte da luta pela superação das desigualdades, uma vez que é preciso conhecer as diferenças para reduzir a discriminação. Nesse contexto, a escola tem papel essencial para a efetivação de um sistema educacional inclusivo, democrático e aberto à diversidade, podendo contribuir para a garantia dos direitos à diversidade e do respeito às diferenças (GOMES, 2007).

Um dos focos das pesquisas relacionadas à diversidade sexual e educação tem sido o estudo das representações sociais em relação à homossexualidade. O conhecimento sobre as representações sociais é importante, pois simboliza o senso comum da sociedade e a preparação para a ação dos indivíduos, independentemente da ocorrência ou não de atos discriminatórios. Lacerda, Pereira e Camino (2012), ao avaliarem o preconceito contra de universitários de uma universidade pública de João Pessoa-PB, constataram preconceitos sutis e flagrantes em relação a homossexuais. Além disso, Souza e Dinis (2010) verificaram, em estudantes de licenciatura em Ciências Biológicas de uma universidade pública do Estado do Paraná, o desinteresse dos discentes para uma melhor aceitação da diversidade sexual e ainda a crença de que a homossexualidade é “algo contagioso”. Deste modo, nota-se que investigações sobre a concepção de estudantes em relação à diversidade sexual podem contribuir para políticas e atividades de intervenção para desconstrução de crenças preconceituosas. Além disso, estudos que avaliem a concepção de estudantes de licenciatura são mais importantes, uma vez que nestes cursos os acadêmicos estão sendo preparados para a atuação docente, podendo contribuir para a educação da diversidade ou promover a perpetuação de discursos que desconstroem preconceitos arraigados na sociedade. Além disso, os estudos envolvendo estudantes de licenciatura são importantes para refletir qual tem sido o papel das instituições de ensino superior na educação para a diversidade e para a construção de um currículo que valorize e respeite a diversidade sexual no processo de formação de professores.

Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar as concepções sobre a homossexualidade de licenciandos de uma instituição de ensino federal localizada no interior do Estado de Goiás (Brasil), e a relação destas concepções com a idade, o sexo e o curso dos licenciandos.

Material e métodos

Público alvo

Participaram do estudo 141 discentes regularmente matriculados em cursos de licenciatura de uma instituição federal de ensino no município de Urutaí – Goiás. Os estudantes investigados cursavam desde o 1º ao 8º período dos cursos de licenciatura, sendo 58 (41,1%) em Licenciatura em Ciências Biológicas, 45 (31,9%) em Química e 38 (27,0%) em Matemática. Todos os cursos de licenciatura da referida instituição têm duração de 8 semestres e são ofertados no período noturno. O número de estudantes que participou da pesquisa correspondeu a 60% dos estudantes regularmente matriculados nos cursos de licenciatura da instituição, sendo 40% do número de matriculados em Ciências Biológicas, 68% dos matriculados em Química e 59% dos matriculados em Matemática. Do total de respondentes, 45 (32%) foram do sexo masculino e 96 (68%) do sexo feminino. A idade dos discentes variou de 17 a 37 anos, com média de 21,1 ± 3,6 anos.

Instrumento de coleta de dados

Foi aplicado um questionário composto por 26 questões objetivas que versavam sobre aspectos sociográficos (idade, sexo e curso) e a concepção sobre a homossexualidade. O questionário continha 3 escalas para avaliação da concepção dos estudantes sobre a homossexualidade: a) Escala de explicações sobre a homossexualidade, adaptado de Lacerda, Pereira e Camino (2002), na qual foram apresentadas 9 assertivas sobre as explicações para as causas da homossexualidade, permitindo identificar explicações biológicas, ético-morais, psicológicas e psicossociais. Os estudantes indicaram o grau de concordância, em uma escala composta pelas opções “concordo totalmente”, “concordo parcialmente”, “discordo totalmente” e “não sei responder”. b) Escala de rejeição à intimidade com homossexuais, proposta por Pettigrew e Meertens (1995) e adaptada por Lacerda, Pereira e Camino (2002), que avalia o incômodo dos estudantes em relações de intimidade com homossexuais, tais como um amigo, colega de trabalho, chefe, vizinho, amigos do filho e um filho homossexual. Os estudantes indicaram o quanto se sentem incomodados, em uma escala composta pelas opções “nada constrangido”, “pouco constrangido”, “muito constrangido” e “não sei responder”. c) Escala de expressão emocional, adaptada de Dijker (1987), que avalia as dimensões envolvidas no preconceito contra homossexuais, por meio de 6 emoções, considerando 3 emoções positivas (admiração, satisfação e felicidade) e 3 emoções negativas (nojo, raiva, desprezo) em relação a homossexuais. Os estudantes indicaram o quanto sentem ou sentiram as respectivas emoções, em uma escala tipo Likert [1 (nunca), 2 (raramente), 3 (frequentemente) a 4 (sempre)].

A fim de avaliar a compreensão das perguntas, quantificar o tempo necessário para preenchimento do questionário e colher sugestões para melhoria do instrumento, um préteste foi realizado, aplicando o instrumento de coleta de dados a 10 estudantes matriculados no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da mesma instituição, escolhidos aleatoriamente, Após a realização do pré-teste o instrumento de coleta de dados passou por alguns ajustes, para então ser aplicado aos respondentes.

Coleta dos dados

Após a validação do instrumento de coleta de dados, o mesmo foi aplicado de forma padronizada por pesquisadores treinados para esta finalidade. Os pesquisadores solicitaram a permissão dos professores presentes em sala de aula para aplicação do instrumento durante as aulas, no período de funcionamento dos cursos de licenciatura. Em seguida, os objetivos da pesquisa foram expostos e os discentes que concordaram participar voluntariamente da pesquisa assinaram de forma individual o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento foi aplicado individualmente aos estudantes, de forma anônima. O tempo médio para preenchimento dos questionários foi de 9 minutos. A sequência das questões em cada escala foi aleatória, definida por sorteio.

Análise dos dados

Para cada quesito avaliado as proporções de respondentes em cada categoria de resposta, nas 3 escalas avaliadas, foram comparadas aos pares, estatisticamente, utilizando o teste exato de Fisher (Pairwise Fisher Test). Os valores-p das comparações aos pares foram ajustados pelo método de Bonferroni para controle do erro tipo I. O nível nominal de significância adotado foi de 5%.

A escala de expressão emocional em relação a homossexuais foi utilizada ainda para avaliar a correlação entre cada emoção e destas com a idade dos participantes da pesquisa, por meio do teste de correlação de Spearman, utilizando os escores obtidos nas respostas. Os escores desta escala foram utilizados ainda para comparar as emoções expressas por curso e sexo, por meio do teste não paramétrico de KruskalWallis. Todos os testes estatísticos foram realizados com o uso do pacote fmsb (Nakazawa, 2012), software R versão 3.2.1 (R Core Team, 2015).

Resultados e discussão

Em relação às explicações sobre as causas da homossexualidade, apenas 39,01% (n=55) dos discentes demonstraram que discordam com a afirmação que disfunções hormonais estão relacionadas às causas da homossexualidade, sem diferença estatística em relação aos discentes que concordam parcialmente (31,91%, n=45) com a explicação, conforme pode ser observado na Tabela 1. A frequência de estudantes que concordaram parcialmente com a assertiva de que as causas da homossexualidade estão associadas a problemas hereditários (10,64%, n=15) foi menor em relação aos que discordam da explicação (61,70%, n=87). De acordo com Lacerda, Pereira e Camino (2002), a concordância com explicações biológicas para as causas da homossexualidade evidencia preconceito, ao reconhecê-la como uma doença causada por distúrbios de natureza fisiológica, hormonal ou gestacional.

Tabela 1 Tabela 1 

Expicações sobre as causas da homossexualidade Discordo % (n) Concordo parcialmente % (n) Concordo totalmente % (n) Não sei responder % (n)
a) As causas da homossexualidade estão relacionadas às disfunções hormonais 39,01a (55) 31,91a (45) 3,55b (5) 25,53a (36)
b) As causas da homossexualidade estão relacionadas a problemas hereditários 61,70a (87) 10,64c (15) 0,00d (0) 27,66b (39)
c) As causas da homossexualidade estão relacionadas às situações traumáticas vividas na infância 46,81a (66) 31,21ab (44) 3,55c (5) 18,44b (26)
d) As causas da homossexualidade estão relacionadas a abusos sexuais sofridos na infância 48,94a (69) 24,82b (35) 4,26c (6) 21,99b (31)
e) As causas da homossexualidade estão relacionadas à má resolução de conflitos com figuras parentais 62,41a (88) 14,18b (20) 0,71c (1) 22,70b (32)
f) As causas da homossexualidade estão relacionadas a falta de valores morais do sujeito 80,85a (114) 7,80b (11) 2,13b (3) 9,22b (13)
g) As causas da homossexualidade estão relacionadas a falta de caráter 82,98a (117) 6,38b (9) 3,55b (5) 7,09b (10)
h) As causas da homossexualidade não possuem uma natureza específica, pois a sexualidade é uma orientação sexual como qualquer outra 18,44b (26) 26,24b (37) 42,55a (60) 12,77b (18)
i) As causas da homossexualidade não podem ser especificadas pois a sexualidade faz parte da identidade do sujeito, a qual deve ser compreendida na sua totalidade 14,89b (21) 26,24b (37) 42,55a (60) 16,31b (23)

Valores seguidos de mesma letra na linha não diferem (p > 0,05) pelo teste exato de Fisher.Tabela 1 – Explicações sobre as causas da homossexualidade apresentadas em frequência relativa (%) e frequência absoluta (n), baseada na resposta de 141 estudantes de licenciatura de uma instituição de ensino federal do interior do Estado de Goiás (Brasil).

Freire e Cardinali (2012) fazem um resgate histórico dos tratamentos psicológicos e médicos que eram oferecidos a homossexuais, enquanto a homossexualidade (então denominada de homossexualismo) era reconhecida como doença, categorizada como desvio e transtorno sexual (LAURENTI, 1984). No Brasil, apenas em 1985 o Conselho Federal de Medicina recomendou a retirada do homossexualismo do rol de doenças do Instituto Nacional de Previdência Social e em 1999 o Conselho Federal de Psicologia proibiu o tratamento e cura da homossexualidade, até então considerada como perversão, doença ou distúrbio psicológico (LACERDA; PEREIRA; CAMINO, 2002).

Outra categoria de explicação das causas da homossexualidade refere-se a aspectos psicológicos. Os respondentes discordaram da relação das causas da homossexualidade com situações traumáticas vividas na infância (46,81%, n=66), abusos sexuais sofridos na infância (48,94%, n=69) e conflitos com figuras parentais (62,41%, n=68), conforme pode ser observado na Tabela 1. Não houve diferença estatística entre os respondentes que discordaram e os que concordaram parcialmente com a relação entre traumas vividos na infância com a homossexualidade, o que indica a crença de que a homossexualidade é causada por transtornos psicológicos.

Para as explicações ético-morais os respondentes discordaram da relação das causas da homossexualidade com a falta de valores morais do sujeito (80,85%, n=114) e da falta de caráter (82,98%, n=117), conforme pode ser observado na Tabela 1. Em ambos os casos, a frequência de respondentes que discordaram da assertiva foi maior em relação aos que concordaram parcialmente e totalmente. A concordância com as explicações ético-morais da homossexualidade revela a crença equivocada de que a homossexualidade está relacionada à falta de caráter ou de valores morais dos sujeitos (LACERDA; PEREIRA; CAMINO, 2002).

Sobre as explicações psicossociais da homossexualidade, na qual acredita-se que não há uma causa específica, que a homossexualidade é uma orientação sexual como outra qualquer, 18,44% (n=26) dos respondentes discordaram desta assertiva, o que foi estatisticamente semelhante à concordância parcial com essa explicação (26,24%, n=37). Além disso, a explicação de que as causas da homossexualidade não podem ser especificadas, pois a sexualidade faz parte da identidade do sujeito, a qual deve ser compreendida na sua totalidade, foi discordada por 14,89% (n=21) dos respondentes, semelhante estatisticamente aos que concordam parcialmente (26,24%, n=37) com a assertiva. As explicações psicossociais da homossexualidade a consideram como uma orientação sexual, assim como outra qualquer, a qual deve ser compreendida em sua totalidade e livre de preconceitos. Apesar do alto percentual de estudantes que concordaram com as explicações psicossociais para as causas da homossexualidade, os resultados são contrastantes quando comparados às respostas das outras assertivas.

A análise das respostas sobre as explicações para as causas da homossexualidade permitiu identificar que, apesar de a homossexualidade ser oficialmente reconhecida como uma variedade da sexualidade humana, há na amostra estudada concepções arraigadas que negam a homossexualidade como forma de identidade do sujeito e que a concebem como um problema, relacionando-a a disfunções hormonais, problemas hereditários, traumas vividos na infância, conflitos psicológicos e falta de valores morais e éticos. Scardua e Souza-Filho (2006) também verificaram, em estudantes universitários de diferentes cursos do Rio de Janeiro, explicações que relacionam a homossexualidade com problemas biológicos e psicológicos. De acordo com Lacerda, Pereira e Camino (2002), esse tipo de concepção pode contribuir para práticas preconceituosas e para a manutenção da representação social de homossexuais como portadores de doença ou distúrbio que possa ser curada, de cunho biológico, psicológico ou ético-moral.

Nesse sentido, é necessário reavaliar a atuação dos cursos de licenciatura na formação de educadores, sobretudo para a desconstrução de atitudes preconceituosas e discriminatórias em relação à diversidade sexual. Souza, Silva e Santos (2014), ao avaliar a concepção de educadores de uma escola pública do Estado de Sergipe sobre a homossexualidade, constataram no discurso destes, crenças preconceituosas e baseadas em normas impostas socialmente, o que pode estar relacionado à falta de conhecimento dos estudantes.

Em relação à rejeição à intimidade com homossexuais, os respondentes informaram sentir-se nada constrangidos em ter um homossexual como: chefe de trabalho (85,11%, n=120), colega (93,62%, n=132), amigo (80,85%, n=114), filho(a) (36,88%, n=52) e amigo de filho (64,54%, n=91), conforme pode ser observado na Tabela 2. Em relação a ter um filho(a) homossexual, a frequência de respondentes “nada constrangido” foi estatisticamente semelhante a “não sei responder” e ambas maiores que a categoria “muito constrangido”. Por outro lado, nas demais categorias de intimidade com homossexuais a frequência de respostas de “nada constrangido” foi estatisticamente maior à “não sei responder”, para a categoria ter um filho(a) homossexual o resultado foi diferente.

Tabela 2 Tabela 2 

Categorias de intimidade com homossexuais Nada constrangido % (n) Pouco constrangido % (n) Muito constrangido % (n) Não sei responder % (n)
a) Ter um homossexual, com as competências profissionais adequadas, como seu chefe no trabalho 85,11a (120) 9,22b (13) 0,71c (1) 4,96bc (7)
b) Ter um homossexual como seu colega de faculdade ou trabalho 93,62a (132) 4,26b (6) 0,71b (1) 1,42b (2)
c) Ter amigos que sejam homossexuais assumidos 80,85a (114) 12,77b (18) 4,26b (6) 2,13b (3)
d) Ter um filho (a) homossexual 36,88a (52) 8,51b (52) 19,15b (27) 35,46a (50)
e) Um filho(a) ter amizades com homossexuais 64,54a (91) 14,89bc (91) 4,96c (7) 15,60b (22)

Valores seguidos de mesma letra em cada linha não diferem (p > 0,05), pelo teste exato de Fisher, comparados aos pares aos de proporções de respondentes em cada categoria de intimidade com homossexuais (item “a” até item “e”)Tabela 2 – Escala de rejeição à intimidade apresentada em frequência relativa (%) e absoluta (n) de respostas de 141 estudantes de licenciatura de uma instituição de ensino federal do interior do Estado de Goiás (Brasil).

No quesito ter um filho(a) homossexual, a alta frequência de respostas “não sei responder” (35,46%, n=52), associado à menor frequência de respostas “muito constrangido” (19,15%, n=27) revelam preconceito dos estudantes. Fica explícito que nas relações de menor intimidade com homossexuais, como um chefe, um colega de trabalho ou um amigo são mais toleráveis do que ter um filho(a) homossexual e um amigo do filho(a), o que representa o distanciamento social da homossexualidade. Além disso o constrangimento de um filho(a) ter amizades homossexuais reforça a crença da homossexualidade como doença e pode revelar receio de “contágio”, o que foi identificado por Souza e Dinis (2010).

A escala de expressão emocional em relação a homossexuais revelou alta frequência de negação de emoções positivas conforme ilustra a Tabela 3. Os estudantes selecionaram as opções de nunca sentir admiração (38,60%, n=44), satisfação (38,30%, n=54) e felicidade (34,04%, n=48) em relação a homossexuais. Em relação às emoções positivas, para os 3 tipos de emoções houve semelhança estatística entre a frequência de resposta de “nunca” e “raramente”, o que revela baixa frequência de emoções positivas em relação a homossexuais.

Tabela 3 Tabela 3 

Emoções em relação a homossexuais Nunca % (n) Raramente % (n) Frequentemente % (n) Sempre % (n)
Positivas Admiração 38,60a (44) 38,60a (44) 37,72a (43) 8,77b (10)
Satisfação 38,30a (54) 31,21a (44) 21,99b (31) 8,51c (12)
Felicidade 34,04a (48) 30,50a (43) 24,82a (35) 10,64b (15)
Negativas Nojo 64,54a (91) 24,82b (35) 7,80c (11) 2,84c (4)
Raiva 79,43a (112) 19,15b (27) 1,42c (2) 0,0c (0)
Desprezo 83,69a (118) 15,60b (22) 0,71c (1) 0,00c (0)

Valores seguidos de mesma letra na linha não diferem (p > 0,05) pelo teste exato de Fisher. Tabela 3 – Escala de expressão emocional, representada em frequência relativa (%) e absoluta (n) de emoções positivas e negativas em relação a homossexuais, baseada nas respostas de 141 estudantes de licenciatura de uma instituição de ensino federal do interior do Estado de Goiás (Brasil).

Os estudantes assinalaram ainda nunca sentir emoções negativas em relação a homossexuais, como nojo (64,54%), raiva (79,43%) e desprezo (83,69%). No caso das 3 emoções negativas, a frequência de resposta “nunca” foi estatisticamente maior que “raramente” e a frequência de respostas “frequentemente” foi estatisticamente semelhante a “sempre” (Tabela 3).

A opção “não sei responder” mostrou alta porcentagem de respondentes, com o maior percentual na escala de explicação sobre a homossexualidade (Tabela 1) associada a problemas hereditários (27,66%, n=39) e, na escala de rejeição à intimidade (Tabela 2), para o item ter um filho homossexual (35,46%, n=50). A marcação da opção “não sei responder” pode revelar omissão da verdadeira resposta e medo de comprometimento dos respondentes em relação aos aspectos abordados, o que indica que o preconceito dos estudantes pode ser maior do que o avaliado, o que é reforçado por Gouveia et al. (2006) e Gouveia et al. (2012), que afirmam que há uma tendência das pessoas em não querer demonstrar o preconceito em relação a grupos minoritários, motivadas por pressões sociais.

A análise das emoções como um indicador de preconceito foi preconizada por Pettigrew e Meertens (1995), baseada na premissa de que a relação entre grupos é mediada por dimensões emocionais e cognitivas. Assim, no presente estudo o teste de correlação dos escores obtidos com a escala de expressão emocional revelou baixos valores de correlação positiva entre as emoções negativas (nojo, raiva e desprezo), conforme ilustra a Figura 1. Já as emoções positivas (satisfação, felicidade e admiração) apresentaram maiores valores de correlação positiva entre elas. Além disso, as emoções negativas e positivas não se correlacionaram.

Figura 1 – Representação gráfica de matriz de correlação (Spearman) entre emoções expressas em relação à homossexualidade e a idade, reveladas por 141 estudantes de licenciatura de uma instituição de ensino federal do interior do Estado de Goiás (Brasil).

Figura 1:  Figura 1 – Representação gráfica de matriz de correlação (Spearman) entre emoções expressas em relação à homossexualidade e a idade, reveladas por 141 estudantes de licenciatura de uma instituição de ensino federal do interior do Estado de Goiás (Brasil).  

No presente estudo não houve correlação entre a idade dos estudantes e o nível de preconceito, avaliado pelos escores obtidos da escala de expressão de emoções positivas ou negativas a homossexuais. A idade da amostra estudada mostrou homogeneidade, com baixo desvio padrão (média 21,1 ± 3,6 desvio padrão. Pereira et al. (2014), ao avaliarem o preconceito contra homossexuais em jogadores de futebol de Portugal, encontraram relação com a idade dos sujeitos, de modo que quanto maior a idade dos indivíduos menor foi a rejeição à intimidade com homossexuais. Contudo, a amostra estudada por Pereira et al. (2014) apresentou maior variação de idade (média 24,46 ± 6,4 desvio padrão) o que pode ter contribuído para o resultado encontrado.

A comparação das emoções por sexo revelou que as mulheres apresentaram menos preconceituosas, com base em menores escores de emoções negativas (raiva) e maiores escores de emoções positivas (satisfação, felicidade e admiração) em relação aos homens, conforme ilustra a Tabela 4. A influência do sexo na representação de preconceitos contra homossexuais, evidenciada no presente estudo, corrobora outras pesquisas, as quais também constataram que os homens são mais preconceituosos em relação às mulheres (LACERDA; PEREIRA; CAMINO, 2002; HOGAN; RENTZ, 1996; SCARDUA; SOUZA-FILHO, 2006); PEREIRA et al., 2014). Kite e Whitley (1996) afirmam que o sexo é um dos preditores mais confiáveis em relação ao preconceito homossexual. Uma das razões é que o conceito socialmente construído de masculinidade, na construção da hierarquia de poder entre homem versus mulher é mais inflexível do que a feminilidade (HORT; FAGOT; LEINBACH, 1990).

Tabela 4 Tabela 4 

n Nojo Raiva Desprezo Satisfação Felicidade Admiração
Sexo Masculino 96 1,6 a 1,4 a 1,2 a 1,5 b 1,6 b 1,7 b
Feminino 45 1,4 a 1,1 b 1,1 a 2,2 a 2,4 a 2,3 a
Curso Licenciatura Ciências Biológicas 58 1,3 a 1,2 a 1,2 a 2,0 a 2,2 a 2,2 a
Matemática 38 1,6 a 1,2 a 1,1 a 1,9 a 2,0 a 2,1 a
Química 45 1,6 a 1,2 a 1,2 a 2,1 a 2,1 a 2,1 a

Aplicado teste Kruskal-Wallis para comparação dos ranks médios em relação ao sexo e aos cursos dos estudantes. Médias dos escores seguidas de mesma letra na coluna não diferem (p > 0,05). Tabela 4 – Escores da expressão das emoções em relação a homossexuais, reveladas por 141 estudantes de uma instituição de ensino federal do interior do Estado de Goiás (Brasil),comparados por sexo e curso dos estudantes.

Não houve efeito do curso dos estudantes em relação ao preconceito contra homossexuais, avaliado pelos escores da expressão de cada emoção em relação a homossexuais, conforme detalhamento da Tabela 4. É possível que as semelhanças entre os cursos (ambos são ofertados na modalidade licenciatura, no período noturno e divididos em 8 semestres) interfiram mais nas concepções dos estudantes do que as particularidades de cada curso, embora esse aspecto deva ser melhor investigado. Em oposição ao resultado obtido, Lacerda, Pereira e Camino (2002) encontraram efeito do curso em relação à representação social sobre a homossexualidade, comparando as concepções de estudantes de Medicina, Psicologia e Engenharia Civil. Costa et al. (2015) também constataram diferentes níveis de preconceito nos estudantes, relacionado às áreas dos cursos, em pesquisa realizada com estudantes de uma universidade pública do Rio Grande do Sul. Em ambos os estudos foram comparados cursos de áreas diferentes (Biológicas, Exatas e Humanas), uma vez que tanto o perfil do estudante quanto as disciplinas ofertadas possam influenciar na concepção dos estudantes sobre a homossexualidade (LACERDA; PEREIRA; CAMINO, 2002).

Uma vez que são escassos os estudos sobre a concepção de universitários sobre a homossexualidade, é importante a realização de estudos em diferentes regiões do país, como apontam Lacerda, Pereira e Camino (2002). O presente estudo foi desenvolvido com estudantes de uma instituição do interior do Estado de Goiás e, de acordo com Costa, Bandeira e Nardi (2015), pessoas que vivem em grandes centros tendem a ser menos preconceituosas em relação às que vivem no interior. Assim, estudos que envolvam universitários de diferentes instituições e de diferentes regiões do Brasil podem contribuir para comparações mais específicas e que permitam identificar mais fatores que influenciam nas concepções sobre a homossexualidade.

Apesar de algumas discrepâncias encontradas entre as 3 escalas aplicadas para avaliar o preconceito dos estudantes em relação a homossexuais, todas as escalas permitiram identificar concepções preconceituosas na amostra estudada, em diferentes graus. Assim, o uso de mais de uma escala pode contribuir para melhor validade e fidedignidade dos dados.

Uma limitação do estudo é que o instrumento utilizado não permitiu ao estudante indicar sua orientação sexual. De acordo com Scardua e Souza-Filho (2006), a orientação sexual influencia as formas de compreender a homossexualidade e enfrentar preconceitos. Entretanto, uma vez que o objetivo da presente pesquisa foi avaliar as concepções de estudantes de licenciatura sobre a homossexualidade, optou-se por não identificar a orientação sexual dos sujeitos, considerando, propositalmente na amostra, a diversidade de orientação sexual dos estudantes pesquisados.

A constatação de preconceito em universitários ressalta a importância do papel da escola, em todos os seus níveis, na formação de valores humanos e no combate a atitudes preconceituosas e discriminatórias (LIONÇO, 2009). Em um ambiente escolar a referência heterossexual se sobressai em relação à diversidade sexual (LOURO, 2003), o que contribui para a existência de crenças sobre a diversidade sexual de formas amedrontadas, carregadas de preconceitos, constrangimentos (SOUZA; DINIS, 2010) e cheias de mitos (MOTT, 2003).

Souza e Dinis (2010) salientam ainda que é preciso criar um espaço dentro do currículo dos cursos de Licenciatura para a discussão de temas relacionados à identidade sexual e de gênero. De acordo com Gurin et al. (2002), o ensino superior produz efeitos em longo prazo no modo como os estudantes compreendem e interferem na sociedade. Deste modo, o processo de formação de professores deve descontruir rótulos e estereótipos preconceituosos e arraigados na nossa cultura (BORGES et al., 2011).

A discussão sobre a diversidade sexual deve ocorrer tanto no processo de formação inicial quanto na formação continuada de professores (GOMES, 2007). Além do mais, é imprescindível que o professor seja agente de busca constante por conhecimento, de forma crítica e que contribua para reavaliar suas concepções (SOUZA; SILVA; SANTOS, 2014).

Conclui-se que os estudantes de licenciatura investigados apresentam concepções preconceituosas em relação a homossexuais, em diferentes níveis, identificados pela expressão de emoções negativas, pela rejeição à intimidade com homossexuais e por explicações errôneas sobre as causas da homossexualidade. Os estudantes do sexo masculino mostram-se mais preconceituosos em relação aos do sexo feminino, mas sem relação com o curso ou a idade dos licenciandos. Uma vez que os estudantes encontramse em processo de formação de professores, podendo atuar em diferentes níveis de ensino, é essencial o desenvolvimento de políticas e estratégias nos cursos de formação de professores a fim de evitar que as concepções preconceituosas em relação a homossexuais, arraigadas nas concepções dos estudantes, sejam reproduzidas na prática docente.

REFERÊNCIAS

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Recebido: 29 de Setembro de 2015; Aceito: 30 de Julho de 2018

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