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Série-Estudos

versão impressa ISSN 1414-5138versão On-line ISSN 2318-1982

Sér.-Estud. vol.27 no.60 Campo Grande maio/ago 2022  Epub 30-Ago-2022

https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v27i60.1675 

Artigos

Percepções dos egressos sobre a formação no curso de Fisioterapia da Universidade de Sorocaba

College graduates’ perceptions about training in the Physiotherapy course at the University of Sorocaba

Percepciones de egresados universitarios sobre la formación en el curso de Fisioterapia en la Universidad de Sorocaba

Mateus Francisco Rossi1 
http://orcid.org/0000-0001-7199-7782

Rafael Ângelo Bunhi Pinto1 
http://orcid.org/0000-0003-4988-3628

1Universidade de Sorocaba (UNISO), Sorocaba, São Paulo, Brasil.


Resumo:

O estudo tem por objetivo detalhar o perfil dos egressos do curso de Fisioterapia da Universidade de Sorocaba (UNISO) e analisar as percepções desses egressos sobre sua formação superior relacionada à atuação profissional, de forma que possam contribuir para o aprimoramento do curso. Quanto à metodologia, realizou-se um estudo de caso, de caráter qualitativo e quantitativo, com questionário autoaplicável, em uma amostragem não probabilística intencional, abordando aspectos como: identificação, percurso na graduação, inserção no mercado de trabalho, mobilidade educacional, avaliação do processo de formação em Fisioterapia e satisfação com o curso e a profissão. Nos resultados e na discussão, pode-se constatar que os egressos do curso de Fisioterapia da UNISO são, em sua maioria, mulheres, de cor branca, abaixo de 28 anos, que frequentaram ensino médio em escola pública, cujo pais não cursaram ensino superior, realizam pós-graduação, consideram-se satisfeitos com a profissão e com o curso de Fisioterapia, especialmente com os conteúdos práticos, específicos e relacionados a uma formação humanista e integral. Entraram rapidamente no mercado de trabalho e obtiveram ascensão social trabalhando como fisioterapeutas, mas apontam insatisfação referente à remuneração e sugerem direcionamento do curso em aspectos relacionados ao empreendedorismo e preparo para o mercado de trabalho.

Palavras-chave: fisioterapia; egressos; mobilidade educacional

Abstract:

The study aims to detail the profile of the graduates of the Physiotherapy course at the University of Sorocaba (UNISO) and analyze the views of these graduates regarding their higher education related to professional performance, so that it can contribute to the improvement of the course. As for the methodology, a qualitative and quantitative case study was carried out, with a self-administered questionnaire, employing an intentional non-probabilistic sampling method, covering aspects such as: identification, graduation path, access into the labor market, educational mobility, evaluation of the process of training in physiotherapy and satisfaction with the course and profession. In the results and discussion, it can be seen that the graduates of the UNISO Physiotherapy course are mostly white women, under 28 years old, who attended public high school and whose parents did not study higher education. They study postgraduaton, consider to be satisfied with the profession they chose and the course, especially the practical, specific and related to a humanistic and integral training. They quickly entered the job market and achieved social ascension by working as physiotherapists, but refer to dissatisfaction regarding remuneration and suggest targeting the course in aspects related to entrepreneurship and preparation for the job market.

Keywords: physiotherapy; college graduates; educational mobility

Resumen:

El estudio pretende detallar el perfil de los egresados del curso de Fisioterapia de la Universidad de Sorocaba (UNISO) y analizar las percepciones de estos egresados sobre su formación superior relacionada con el desempeño profesional, para que puedan contribuir a la mejora del curso. En cuanto a la metodología, se realizó un estudio de caso, de carácter cualitativo y cuantitativo, con cuestionario auto administrado, en un muestreo no probabilístico intencional, abordando aspectos como: identificación, curso de graduación, inserción en el mercado laboral, movilidad educativa, evaluación de la formación en Fisioterapia y satisfacción con el curso y la profesión. En los resultados y discusión, se puede ver que la mayoría de los egresados de la carrera de Fisioterapia de la UNISO son mujeres, blancas, menores de 28 años, que cursaron el bachillerato en un colegio público, cuyos padres no cursaron estudios superiores, realizan estudios de posgrado, se consideran satisfechas con la profesión y con el curso de Fisioterapia, especialmente con los contenidos prácticos, específicos y relacionados con una formación humanística e integral. Ingresaron rápidamente al mercado laboral y lograron ascensión social trabajando como fisioterapeutas, pero señalan insatisfacción en cuanto a la remuneración y sugieren orientar el rumbo en aspectos relacionados con el emprendimiento y la preparación para el mercado laboral.

Palabras clave: fisioterapia; graduados; movilidad educativa

1 INTRODUÇÃO

A formação superior tem, entre uma de suas finalidades, que preparar o aluno para o mercado de trabalho e para a sociedade, sendo isso estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96), especificamente no inciso II do Art. 43. Uma formação integral que possibilita ao profissional atuar com precisão e competência dentro de suas atribuições, mas também oferece a oportunidade de, conhecendo o impacto social de sua atuação, contribuir para uma sociedade melhor. “Formação e conhecimento com qualidade científica e pertinência social se entrelaçam na concretização da responsabilidade pública da universidade” (DIAS SOBRINHO, 2015, p. 581).

Diversas instituições de organizações acadêmicas são responsáveis pela formação para educação superior, como faculdades, centros universitários e universidades, em diversas categorias administrativas, como públicas, privadas ou comunitárias. Dentre as instituições mencionadas, as universidades comunitárias se desenvolvem como instituições mais independentes das influências de mercado, por se tratarem de instituições sem fins lucrativos. Procuram manter-se fortemente alinhadas à responsabilidade social e à formação de cidadãos críticos e reflexivos. Sustentam o seu compromisso de pesquisa e extensão voltadas à comunidade e se destacam então como instituições de caráter público (PINTO, 2009). Esta pesquisa buscou aprofundar o conhecimento sobre a formação dos estudantes no curso de Fisioterapia da Universidade de Sorocaba (UNISO), uma universidade comunitária, localizada no município de Sorocaba, SP.

Para verificar se os objetivos da graduação foram cumpridos, avaliações precisam ser realizadas de maneira constante e sistematizada, possibilitando, assim, a obtenção de dados atuais sobre o processo de formação, para que melhorias assertivas possam ser propostas, proporcionando uma evolução constante e progressiva da qualidade dos cursos (SILVA; CARRASCOSA; GRAZZIANO, 2018; PINTO, 2009). Vale ainda salientar que as universidades estão inseridas em todo o país com demandas muito diferentes relacionadas à cultura, ao mercado de trabalho e à realidade social. Portanto, o processo de avaliação pode ser capaz de gerar propostas pontuais para cada curso e instituição.

No recorte deste artigo, a pesquisa foi realizada com os egressos do curso de Fisioterapia da UNISO. O egresso de uma universidade é o indivíduo que experimentou todo o processo da graduação, vivenciou experiências em cada sala de aula e laboratórios, passou por aulas com todos os professores, conheceu diversas propostas metodológicas de ensino e de avaliação, e é para ele que tudo é pensado e executado. Além disso, continua a sofrer influências de sua formação por toda sua vida pessoal e profissional. No mercado de trabalho, o egresso enfrentará situações diversas que testarão as competências adquiridas em sua formação, e sua percepção sobre isso pode orientar os esforços para adequação da estrutura pedagógica dos cursos às realidades do mercado de trabalho e da sociedade (SANTOS, 2021).

No que tange aos aspectos metodológicos, optou-se por um estudo de caso exposto de modo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa. Objetivou-se aprofundar conhecimentos relativos às missões da universidade, à formação do fisioterapeuta e aos processos de avaliação de cursos, para compreender de que maneira os objetivos de uma formação integral, isto é, científica, técnica e humana, estão sendo alcançados e, por meio da percepção do egresso, apresentar sugestões para melhoria do curso de Fisioterapia da Instítuição.

2 A FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO BRASIL

Formar um fisioterapeuta é uma missão de grande responsabilidade por parte das Instituições de Educação Superior (IES), pois, como profissional da saúde, a excelência desse promove ganhos à sociedade e transforma para melhor a vida de indivíduos e famílias. O fisioterapeuta atua na prevenção, reabilitação e promoção de saúde e bem-estar em todas as esferas do cuidado com o ser humano. Nesse contexto, o fisioterapeuta é um profissional da saúde, com formação acadêmica superior, que estuda os distúrbios relacionados ao movimento e suas funções, prescreve condutas de tratamentos, acompanha a evolução do quadro clínico e estabelece as condições de alta da Fisioterapia, com total autonomia profissional. A profissão foi regulamentada como atividade de saúde pelo Decreto-Lei n. 938/69 (BRASIL, 1969).

Trata-se de uma profissão que foi definida na legislação como uma ciência que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade (CREFITO-4, 2021).

Atualmente, a formação do estudante em Fisioterapia pelas IES deve seguir o que preconiza a Resolução CNE/CES n. 4/2002, a qual define as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de Graduação em Fisioterapia e estabelece o perfil do egresso nos seguintes termos:

Art. 3º O Curso de Graduação em Fisioterapia tem como perfil do formando egresso/profissional o Fisioterapeuta, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor cientifico e intelectual. Detém visão ampla e global, respeitando os princípios éticos/bioéticos, e culturais do indivíduo e da coletividade [...]. (BRASIL, 2002, p. 1).

Uma formação generalista oferece competências diversificadas ao estudante, para que este se relacione melhor com outras áreas, pois será um profissional que atuará dentro de equipes multiprofissionais. Oferece uma percepção holística sobre a saúde, criando relações entre as diferentes áreas de atuação e, com isso, conhecimentos abrangentes sobre o ser humano, capacitando o futuro profissional a realizar diagnósticos precisos e condutas assertivas, compreendendo melhor causas e efeitos das doenças. O entendimento de diversos assuntos prepara o estudante para o mundo, para as transformações e para uma atuação de maior impacto na sociedade (MOURA et al., 2020; COSTA et al., 2014).

Formação humanista se refere aos aspectos éticos e morais da composição do ser humano, prepara o indivíduo para atuar em benefício da sociedade, sem prejuízo de ninguém, ensina-o a respeitar as individualidades, a agir sem preconceitos e a pautar-se por decisões que promovam uma sociedade mais justa e igualitária por meio de sua atuação profissional. A formação humanista se opõe ao modelo tecnicista originário no complexo saúde-indústria, no qual os pacientes eram vistos como uma linha de produção, sem individualidades, sem considerar sua história, emoções e suas próprias características. A humanização dos atendimentos leva em consideração o modelo Biopsicossocial, que entende que o ser humano é um todo, uma relação entre sua parte física, suas emoções e suas relações com a sociedade (CHOU; KELLOM; SHEA, 2014).

O perfil do egresso aponta também para uma formação crítica e reflexiva. Segundo Freire (1970), uma formação crítica tem a capacidade de oportunizar o desenvolvimento de cidadãos que sejam capazes de interpretar suas realidades social, histórica e cultural, criando perspectivas de transformá-la. A formação crítica possibilita reflexões acerca dos problemas aos quais esse profissional estará inserido e o ajuda a encontrar soluções inovadoras e atuais, moldadas por uma análise mais complexa e abrangente de variáveis, com um desfecho mais favorável à sociedade.

No que tange aos conteúdos curriculares, as DCNs elencam que eles devem estar distribuídos em quatro grandes eixos: I. Ciências Biológicas e da Saúde; II. Ciências Sociais e Humanas; III. Conhecimentos Biotecnológicos; e IV. Conhecimentos Fisioterapêuticos. Essas Diretrizes propõem também uma distribuição de componentes curriculares práticos desde o início do curso, em grau crescente de complexidade, para que o aluno tenha a oportunidade de desenvolvimento integral e de relacionar o ambiente de aprendizado teórico, a sala de aula, com a significação disso na aplicação na sociedade, desenvolvendo desde o início, portanto, a relação terapeuta-paciente. Tais práticas culminariam em um último ano de estágios curriculares supervisionados, correspondentes a 20% da carga horária de todo o curso, o que aproxima o processo de graduação da realidade profissional em um ambiente propício a esse aprendizado (BRASIL, 2002).

3 METODOLOGIA

O local da pesquisa foi a Universidade de Sorocaba (UNISO). A Instituição localiza-se na cidade de Sorocaba, sede da Região Metropolitana de Sorocaba, que engloba 27 municípios do interior do Estado de São Paulo, e caracteriza-se como uma universidade comunitária, regional, não confessional e de qualidade (UNISO, 2019).

Para conhecer o perfil do egresso de Fisioterapia da instituição e as relações estabelecidas entre sua graduação e atuação profissional, optou-se por um estudo de caso exposto de modo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa. A amostra escolhida foi a não probabilística intencional. Amostragem não probabilística é aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo (MATTAR, 1996, p. 132). Na amostra intencional, o pesquisador usa o seu julgamento para selecionar os membros da população que são boas fontes de informação precisa (SCHIFFMAN; KANUK, 2000, p. 27).

Por meio de uma revisão bibliográfica sobre instrumentos de avaliações de egressos em Fisioterapia, não foi encontrada uma ferramenta validada que pudesse ser utilizada. Portanto, um questionário foi elaborado a partir da adaptação do “Instrumento para Avaliação de Egressos de cursos de graduação em Enfermagem”, de Vieira e Lopes (2014). Consideraram-se, ainda, para essa formulação, outros artigos publicados sobre o tema Avaliação de Egressos (ANDRIOLA, 2014; MEIRA; KURCGANT, 2009; SILVA; CARRASCOSA; GRAZZIANO, 2018). Após formulação, este questionário passou por uma apreciação de pesquisadores e profissionais da Fisioterapia e da Educação Superior, sendo adaptado conforme as discussões propostas.

O questionário elaborado foi composto por questões fechadas, semies-truturadas e abertas, foi transportado para uma plataforma on-line (formulários Google) e enviado por meio virtual, acompanhado do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Importante destacar que o participante só teve acesso ao questionário após a assinatura do TCLE.

Para análise das questões abertas, foi realizada uma categorização conforme os objetivos da pesquisa e analisada a frequência de respostas para cada categoria, para, assim, obter uma melhor compreensão da percepção dos egressos sobre os temas pesquisados. A análise dos dados foi realizada com base nas seguintes categorias: características de ingresso e do percurso na graduação; avaliação da formação no curso de graduação; estudos de pós-graduação; exercício profissional e renda mensal; mobilidade social; e satisfação profissional.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram convidados a participar da pesquisa todos os egressos do curso de Fisioterapia da UNISO, concluintes até o final do ano de 2018. Neste período, quatro turmas finalizaram o processo de graduação, totalizando 121 egressos. Tendo em vista que a coleta de dados ocorreu no primeiro semestre de 2020, foram excluídos da pesquisa os graduados de 2019, devido ao fato de não haver tempo hábil de inserção no mercado de trabalho, uma das dimensões avaliadas no estudo. Foram explicados aos egressos participantes os objetivos do estudo e os procedimentos da pesquisa.

Um total de 45 egressos respondeu ao questionário, o que representa 37,19% de todos os egressos até aquele momento, adesão essa superior à relatada por Câmara e Santos (2012), de 15,7%, e por Silva, Carrascosa e Grazziano (2018), de 32,9%. Mostrou-se, ainda, inferior à relatada por Freitas e Lopes (2005), de 66,4%. Como a pesquisa foi caracterizada por um estudo de caso com amostragem não probabilística, é possível uma análise apenas com o viés das opiniões colhidas.

4.1 Caracterização do egresso

Conhecer o perfil do egresso do curso de Fisioterapia da UNISO é o ponto de partida para compreender sua trajetória do momento em que ingressou na Universidade de Sorocaba até o momento atual. Interpretar corretamente suas características cria bases para identificar a contribuição do curso em sua história.

Dentre as 45 respostas válidas, 39 egressos eram do sexo feminino (86,7%) e 6 do sexo masculino (13,3%), o que mostrou a predominância das mulheres no curso de Fisioterapia, corroborando estudos anteriores, como o de Câmara e Santos (2012), com 74,5%; de Sancha (2008), com 91%; de Czapieyski e Sumiya (2014), com 81%; e Silva, Carrascosa e Grazziano (2018), com 75,8%. Uma hipótese sobre a predominância feminina na fisioterapia e outras profissões de saúde está relacionada ao início delas como uma derivação da medicina. Alguns aspectos culturais, como prevalência do sexo feminino nessas profissões, continuam presentes mesmo com a autonomia e independência adquirida com a sua maturação (MARQUES; SANCHES, 1994).

Em relação à idade, foi possível notar que 32 egressos (71%) têm menos de 28 anos de idade, considerados ainda como na fase da juventude. O egresso mais novo tem 24,4 anos, e o mais velho, 46,5 anos. Em relação ao estado civil, 30 egressos (66,7%) são solteiros, 12 (26,7%) são casados, 2 (4,4%) são divorciados e 1 (2,2%) relata ter relação estável.

Quanto à etnia, 32 (71,1%) participantes da pesquisa se consideram brancos; 9 (20%), pardos; e 4 (8,9%), negros. O baixo número de egressos que se consideram pardos e negros apresenta também a presente desigualdade de acesso ao ensino superior por aspectos culturais e sociais e acompanha os dados de diversos estudos realizados em todo o território nacional (MARQUES, 2018).

Os próximos dados a serem apresentados se referem ao tipo de ensino médio o qual o egresso cursou, assim como grau de instrução e escolaridade dos pais. Tais dados proporcionam um aprofundamento na identificação do padrão de vida familiar do egresso e das condições financeiras e de educação presentes em seu entorno.

Nesse sentido, 32 (71,1%) egressos cursaram o ensino médio integralmente em escola pública; 11 (24,4%), integralmente em escola privada; e 2 (4,5%) apontaram outras opções. Diferenças entre o ensino médio em escola pública e privada têm sido estudadas e apontam para uma menor expectativa salarial, dificuldades de aprendizado e piores avaliações de aprendizado para os alunos advindos do ensino médio público (NAVARRO, 2016; KRAWCZYK, 2011).

Quanto à escolaridade do pai, os dados apresentados demonstram que apenas 8 (17,8%) completaram o ensino superior e, destes, 2 seguiram para pós-graduação; 17 (37,7%) concluíram o ensino médio; e outros 17 (37,7%) não chegaram a completar o ensino médio, sendo que, destes, 8 (17,8%) não finalizaram ao menos o ensino fundamental. Esses dados demonstram que 82,2% dos egressos do curso de Fisioterapia ultrapassaram os pais em formação acadêmica ao finalizarem a graduação.

Observando o grau de escolaridade da mãe dos egressos, podemos observar que 15 (33,3%) cursaram o ensino superior e, destas, 6 (13,3%) seguiram para pós-graduação; 13 (28,8%) completaram o ensino médio; 10 (22,2%) finalizaram o ensino fundamental; e 8 (17,7%) não concluíram o ensino fundamental. Observamos que, ao concluir o curso superior, os egressos ultrapassaram, em formação acadêmica, 66,7% das mães.

Segundo Reis e Ramos (2011), o nível de educação dos pais está diretamente relacionado ao desempenho dos filhos no mercado de trabalho em nosso país. A estrutura educacional da família desempenha um importante papel de elevada disparidade de rendimentos observada. Constata-se que o nível médio de escolaridade é normalmente superior em relação aos pais desses mesmos indivíduos, assim como notado nesta pesquisa, mas percebe-se também que a posição relativa de escolaridade entre as famílias e classes apresenta um alto grau de persistência entre gerações. Reis e Ramos (2011) afirmam ainda que uma maneira de combater a desigualdade social presente no Brasil seria a de proporcionar mais oportunidades de educação aos filhos de pais menos escolarizados.

Considerando o fator mobilidade educacional, que se refere a alterações no nível de educação formal de um indivíduo ou grupo, geralmente resultando em melhoria do status social e econômico e reconhecendo a educação superior como um avanço em conhecimento e cultura, é tangível sustentar que o egresso, ao superar o nível educacional dos pais, melhora suas possibilidades de ascensão social e qualidade de vida. Segundo Mahlmeister (2019), o grau de persistência educacional diminuiu no Brasil desde 1990, para todas as regiões, raças e situações, demonstrada pelo aumento do grau de educação dos filhos em relação aos pais. Ainda assim, o grau de mobilidade educacional intergeracional é menor para os filhos de pais menos escolarizados.

A continuação dos estudos, após findado o processo de graduação, aumenta a qualificação do profissional de fisioterapia, promove novas competências e confere maior possibilidade de atualização, perante uma profissão academicamente dinâmica, que se transforma a todo momento pela velocidade de desenvolvimento de novos conhecimentos. Averiguar a busca por novos conhecimentos pelo egresso torna possível entender o grau de comprometimento com a educação continuada e atualização profissional. O próprio Código de Ética da Fisioterapia, em seu Capítulo II, Artigo 8º, intitulado “Das Responsabilidades Fundamentais”, e em seu Artigo 9º, que discorre sobre os deveres do fisioterapeuta, dispõe:

Art. 8º O fisioterapeuta deve se atualizar e aperfeiçoar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, amparando-se nos princípios da beneficência e da não maleficência, no desenvolvimento de sua profissão, inserindo-se em programas de educação continuada e de educação permanente. Art. 9º Constituem-se deveres fundamentais do fisioterapeuta, segundo sua área e atribuição específica:

[...]

III. Utilizar todos os conhecimentos técnico-científicos a seu alcance e aprimorá-los continua e permanentemente, para promover a saúde e prevenir condições que impliquem em perda da qualidade da vida do ser humano. (COFFITO, 1978, p. 5267).

Ofertar aos pacientes e à sociedade uma prática profissional atualizada é, portanto, uma obrigação do fisioterapeuta, para que exerça sua profissão com os recursos, as técnicas e os protocolos mais atuais disponíveis e, com isso, oferte a maior possibilidade de cura. O profissional que se distancia da busca por novos conhecimentos e pratica uma fisioterapia desatualizada fere ao seu próprio Código de Ética e prejudica o seu paciente, pois atrasa, dificulta e até impossibilita a reabilitação de suas enfermidades.

Analisando primeiramente os estudos de pós-graduação já concluídos, verificamos que 21 egressos (46,7%) concluíram formação lato sensu; 4 (8,9%), stricto sensu em nível de mestrado acadêmico; e 1 (2,2%), aprimoramento. Destaca-se, também, que 15 egressos (33%) afirmaram estar realizando atualmente algum curso de pós-graduação, sendo que, destes, alguns se encontram cursando sua segunda pós-graduação. Outros 15 egressos (33%) não realizaram e não estão cursando pós-graduação no momento. O grande número de alunos que buscam a continuidade dos estudos oferece também uma perspectiva positiva em relação à oferta de cursos de pós-graduação pela própria universidade de Sorocaba. É possível constatar, com esses dados, que 30 formandos (66,7%) cursam ou já cursaram pós-graduação, dado inferior aos estudos de Câmara e Santos (2012), Mair et al. (2008) e Silva, Carrascosa e Grazziano (2018), os quais apontaram, respectivamente, 75,0%, 78,4% e 82,6%, de realização de algum tipo de especialização ou aprimoramento por parte dos egressos.

4.2 Inserção no mercado de trabalho

Identificar fatores relacionados à inserção no mercado de trabalho possibilita compreender as principais dificuldades encontradas após o curso e pode direcionar os esforços da universidade na formação de futuros profissionais com melhores chances de empregabilidade. Um dos objetivos principais da busca por um curso de graduação é uma melhor oportunidade de colocação profissional, e compete ao curso discutir a sua eficiência em colaborar com a empregabilidade de seus egressos, como disposto no perfil do egresso desejado pela própria Instituição:

Além da capacidade técnica que desenvolverá em contato com conhecimentos específicos e habilidades que se relacionam a este conhecimento, também estará integrado na evolução da profissão e das questões que envolvem a entrada para um mercado de trabalho regional, brasileiro e mundial.

Empreender dentro da própria profissão e carreira farão parte do desenvolvimento de visão de mercado, com metas, planejamento e constantes atualizações das mudanças do mundo. (UNISO, 2021, p. 6).

Dos 45 participantes da pesquisa, observou-se que apenas 4 egressos (8,9%) atuam em ramo de atividade alheio à fisioterapia e 2 (4,4%) não trabalham no momento, totalizando, portanto, 6 egressos (13,3%), dados semelhantes aos encontrados por Silva, Carrascosa e Grazziano (2018), que apresentaram 14,1% dos egressos de fisioterapia não atuando na área de formação.

As principais áreas que os fisioterapeutas formados pela UNISO atuam são: Fisioterapia Traumato-Ortopédica, com 21 egressos (46,7%); Fisioterapia em Gerontologia, com 16 egressos (35,6%); Fisioterapia Neurofuncional, com 15 egressos (33,3%); Fisioterapia Respiratória, com 13 egressos (28,9%); Fisioterapia em Saúde da Mulher, com 12 egressos (26,7%); Fisioterapia Dermatofuncional, com 10 egressos (22%); e Fisioterapia em Osteopatia, com 9 egressos (20%). Como é possível notar, os fisioterapeutas têm, de modo geral, mais de uma área de atuação.

Quanto ao vínculo profissional que possuem como fisioterapeuta, mais de uma resposta poderia ser assinalada, e os resultados apresentaram 12 fisioterapeutas assalariados (26,7%), 38 atuantes como profissionais autônomos (84,4%), 2 como empregadores (4,4%) e 1 resposta, cada uma (2,2%), para prestadores de serviço, consultores, atuantes na área de educação e saúde e servidor público. Os resultados apresentados sobre o vínculo profissional deixam claro a predominância do modelo de trabalho de profissional autônomo dentre os egressos do curso, fato que demonstra a relevância dos aspectos de empreendedorismo e gestão de carreira supracitados no perfil do egresso da Universidade de Sorocaba.

A maioria dos egressos relata uma rápida inserção no mercado de trabalho após o término do curso de graduação. Em até 6 meses de formado, 34 (75,6%) começaram a atuar como fisioterapeutas; 7 (15,6%) começaram a atuar entre seis meses e um ano de formação; 1 (2,2%), entre um e dois anos; e 1 (2,2%), entre dois e três anos. Comparando os dados entre o tempo de inserção no mercado profissional e a realização de pós-graduação, constata-se que os dois alunos que se inseriram no mercado após um ano de formados realizaram mestrado acadêmico, de forma que o tempo dedicado aos estudos pode justificar a falta de possibilidade de atuação profissional imediata.

Vale ressaltar que a rápida inserção no mercado de trabalho pode estar associada ao modelo de trabalho presente para a maioria dos fisioterapeutas, o modelo autônomo, que possibilita uma maior liberdade de firmar negócios e transações individuais entre fisioterapeutas, pacientes e instituições. Bastos, Stange e Pereira (2019) apresentam um perfil para o fisioterapeuta: “A profissão de fisioterapia aborda a imagem de um cidadão autônomo, liberal e de atuação flexível”. Estudando a abordagem da gestão e do empreendedorismo nos cursos de Fisioterapia no Estado do Paraná, os autores constataram que 55,55% dos cursos de Fisioterapia vigentes nesse estado se preocupam com noções de gestão e empreendedorismo em sua matriz curricular. Souza, Amorim e Silva (2011) defendem que o ensino superior deve ser fomentador não apenas do conhecimento técnico, mas também de desenvolvimento de competências que possam conduzir o crescimento de oportunidades profissionais e produtividade por meio de inserção, adequação e melhoria de disciplinas específicas sobre esse tema.

Considerando a remuneração salarial, 6 egressos (13,3%) recebem até um salário mínimo, 8 (17,8%) recebem de um a dois salários mínimos, 23 (51,1%) recebem de três a quatro salários mínimos, 3 (6,7%) recebem de cinco a oito salários mínimos, 1 (2,2%) recebe de nove a dezesseis salários mínimos e 4 (8,9%) não tinham remuneração no momento da pesquisa. As faixas salariais encontradas nesta pesquisa são semelhantes a outras pesquisas sobre egressos de cursos de Fisioterapia, que apresentam a média salarial entre dois e cinco salários mínimos (SILVA; CARRASCOSA; GRAZZIANO, 2018; CÂMARA; SANTOS, 2012).

Da amostra de 45 egressos, apenas 5 (11,1%) estão totalmente satisfeitos em relação à remuneração recebida como fisioterapeuta; 4 (8,9%) encontram-se parcialmente satisfeitos; 25 (55,6%), nem satisfeitos nem insatisfeitos; 7 (15,6%), parcialmente insatisfeitos; e 4 (8,9%), totalmente insatisfeitos. A satisfação total e a parcial somadas, em relação à questão salarial, são, portanto, relatadas por apenas 20% dos participantes, porcentagem similar à encontrada por Silva, Carrascosa e Grazziano (2018), que relatam 17,4% de satisfação econômica em sua pesquisa. Vale a pena relatar, ainda, que o grau de insatisfação também não foi elevado, correspondendo a 24,5% dos participantes.

Um dos motivos pelo qual um estudante busca o curso superior é a possibilidade de ascensão social. Devido às modificações da sociedade e do trabalho, discussões sobre como o ensino superior contribui para a ascensão social permeiam o ambiente universitário e cada curso de uma maneira individual. Compreender, portanto, se o curso contribui para ascensão social de seu egresso torna-se fundamental e oferece informações sobre empregabilidade na área escolhida e salário. Questionados sobre de que maneira a formação em fisioterapia colaborou para sua ascensão social, isto é, melhorou sua situação financeira por meio do trabalho na área, em uma escala de 1 a 5, sendo 1 o conceito mínimo (não colaborou) e 5 o conceito máximo (colaborou totalmente), 15 egressos (33,3%) responderam com nota 5; 16 (35,6%), com nota 4; 9 (20%), com nota 3; 2 (4,4%), com nota 2; e 3 (6,7%), com nota 1. Os resultados mostram que a maioria dos alunos relata ascensão social por meio do trabalho como fisioterapeuta, dado que acompanha a pesquisa de Câmara e Santos (2012).

A satisfação com a remuneração e a ascensão social por meio do trabalho são dois temas próximos que apresentam relatos diferentes. Apesar de a maioria dos egressos indicar insatisfação quanto à remuneração, os relatos sobre a ascensão social são positivos.

Analisando os dados já apresentados no perfil do egresso e a inserção no mercado de trabalho, é possível elaborar algumas hipóteses que podem sustentar a dualidade entre a insatisfação salarial e a ascensão social relatadas pelos indivíduos. O ponto de partida financeiro de muitos egressos não era muito alto, fato demonstrado na análise do perfil, especialmente no nível de instrução e atividade profissional dos pais e ensino médio público cursado pelo egresso. Ao ingressar no mercado de trabalho, em uma atividade de nível superior, muitos conseguiram suplantar sua condição anterior. Ainda sobre a insatisfação salarial, vale ressaltar que os egressos são formados, em sua maioria, há menos de cinco anos. A maioria dos participantes (70%) apresenta idade inferior a 28 anos, encontra-se em um período inicial da profissão e busca a estabilidade econômica em um país que passou e continua a viver um momento de crise econômica importante, com taxas de desemprego variando entre 12% e 14% da população nos últimos dois anos (IBGE, 2021). Apesar das dificuldades relatadas, a rápida inserção no mercado de trabalho, superior a 90%, contrasta com as dificuldades às quais o país enfrenta.

Para averiguar as contribuições da formação no curso de Fisioterapia da UNISO no tangente à inserção no mercado de trabalho, foi colocada a seguinte afirmação aos egressos: “O curso de Fisioterapia foi fundamental para sua formação empreendedora e facilitou sua inserção no mercado de trabalho”. Como respostas, constatou-se que 9 (20%) participantes concordaram totalmente com essa afirmação, 12 (26,7%) concordaram parcialmente, 12 (26,7%) nem discordaram nem concordaram, 9 (20%) discordaram parcialmente e 3 (6,7%) discordaram totalmente. Esses resultados demonstram uma satisfação apenas parcial (46,7%) dos egressos em relação à formação obtida e às dificuldades encontradas para a inserção no mercado de trabalho, com opiniões divergentes sobre o tema, sendo que alguns egressos concordaram totalmente e outros discordaram totalmente.

Dentre as dificuldades citadas pelos egressos para relacionar a formação no curso de Fisioterapia da UNISO e os obstáculos encontrados na inserção no mercado de trabalho, destacam-se as relacionadas aos aspectos de formação para a gestão de negócios e empreendedorismo. Algumas respostas dos egressos são destacadas no Quadro 1.

Quadro 1 Relações entre a graduação e a inserção do mercado de trabalho 

Categoria Unidades de Registro
Empreendedorismo, Administração e Gestão de Negócios

“Me preparou no quesito técnico para a profissão, mas não para a parte administrativa, para como se inserir e administrar um consultório de fisioterapia.”

“Senti falta de preparo nas áreas de carreira, marketing, formação da imagem profissional.”

A matriz curricular também é ótima, só dei nota 4 porque acho que na matriz poderia ter alguma matéria voltada pra ‘administrar/ gerir’ negócios.”

“Formação foi excelente! Porém, em relação à atuação no mercado de trabalho como autônomo/empreendedor, não tive informações de como prosseguir e administrar meu negócio.”

“As bases teórico-práticas oferecidas pela UNISO possuem um grande diferencial, penso que, assim como nas demais faculdades e cursos, existem matérias que não contribuem a ponto de serem marcantes e outras não existentes que seriam primordiais, como: gestão de negócios.”

“Quando digo em questões mercadológicas, é sobre as possibilidades de trabalho na área da fisio (não só nas áreas que podemos atuar), mas sobre empreender, ter visão de mercado, marketing e principalmente falta muito em tendências, tecnologia e inovação. Mostrar como o fisioterapeuta pode e deve se diferenciar.”

Fonte: Elaboração própria.

É possível perceber pelos relatos dos egressos que, durante o processo de graduação, há poucas perspectivas sobre o modo de atuação do fisioterapeuta no mercado de trabalho, e, conforme apresentado anteriormente, apenas um quarto dos alunos trabalha em regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), portanto, cerca de três quartos dos egressos atuam como autônomos e se declaram sem conhecimento sobre as características deste tipo de atuação profissional.

Considerando que a escolha de um curso de graduação, além de uma escolha de área de estudo, significa também uma escolha profissional, que o mercado de trabalho para o fisioterapeuta apresenta-se com oportunidades ao profissional empreendedor e autônomo, que o perfil desejado para o egresso da UNISO contempla aspectos relacionados à gestão da carreira, que outras instituições já têm disciplinas relacionadas ao assunto em cursos semelhantes e que as percepções do egresso sobre sua formação na UNISO apontam para uma maior necessidade de atenção à formação para o empreendedorismo e a gestão de negócios, conclui-se que o ensino para desenvolvimento de competências empreendedoras e de gestão para melhor inserção no mercado de trabalho é fundamental para a formação dos estudantes, seja por meio da adoção de uma disciplina específica que aborde o assunto, seja por meio da abordagem transversal em algumas disciplinas, de cursos extras, de oficinas ou de simpósios sobre o tema, por exemplo.

4.3 Avaliação do processo de graduação

A avaliação do curso pelo egresso é uma fonte de informação única, pois ele tem um olhar diferente da instituição e do colegiado sobre este processo.

Diante da afirmação de que o curso de Fisioterapia os preparou técnica e cientificamente para o exercício profissional, 18 participantes (40%) afirmaram concordar totalmente, 23 (51%) concordaram parcialmente e 4 (8,8%) se mostraram indiferentes. Participante algum discordou em nenhum grau da afirmação. Atuando profissionalmente e diante das exigências dos conhecimentos necessários às diversas áreas de atuação, é possível observar, portanto, que 91% dos egressos acreditam que o curso de Fisioterapia da UNISO os preparou para o exercício profissional em Fisioterapia.

Na afirmação “O curso de Fisioterapia fundamentou você acerca das questões éticas ao exercício da profissão”, 32 egressos (71,1%) concordaram totalmente e 13 (28,9%) concordaram parcialmente. Nenhum aluno foi indiferente ou discordou da afirmativa, totalizando, portanto, uma percepção de 100% dos egressos de que o curso contribuiu para a construção de um caráter ético.

Tendo em vista o caráter comunitário da UNISO, diante da afirmação “O curso de Fisioterapia o incentivou a exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social, entendendo-a como uma forma de participação e contribuição social”, 34 egressos (75,6%) concordaram totalmente, 9 (20%) concordaram parcialmente e 2 (4,4%) nem concordaram nem discordaram, demonstrando, mais uma vez, que os aspectos da formação humanista foram positivamente avaliados e que o viés comunitário da Instituição se faz presente na formação que oportuniza aos seus estudantes.

Também foi solicitado aos egressos que atribuíssem um conceito em relação às disciplinas do curso que foram mais importantes à sua vida profissional. Nessa questão, constatou-se que as disciplinas relacionadas aos atendimentos a pacientes obtiveram altos conceitos. O Estágio Curricular Obrigatório do último ano foi a disciplina com a melhor avaliação: 40 participantes (88,9%) consideraram que o estágio colaborou muito, 1 (2,2%) apontou que colaborou de forma mediana e 1 (2,2%) egresso apontou que o estágio colaborou pouco; vale destacar que 3 (6,6 %) egressos não souberam avaliar. As disciplinas denominadas “Práticas em Fisioterapia”, realizadas ao longo de todo o curso, nas quais os alunos são inseridos em atendimentos com grau crescente de complexidade e com acompanhamento de professores, apresentaram também alto grau de reconhecimento, com uma média de 86,6% dos egressos relatando ter colaborado muito; 3 (6,7%), colaborado de maneira média; 1 (2,2%), colaborado pouco; e 2 (4,4%) não opinaram.

4.4 Satisfação do egresso

A satisfação em ser fisioterapeuta indica, de uma maneira geral, como o egresso se sente em relação a todos os aspectos inerentes a sua profissão. É um dado abrangente, pois não limita a resposta apenas ao salário, às condições de trabalho, às oportunidades, mas procura entender o contexto todo, o quanto está feliz com o cotidiano de sua profissão. Diante da questão: “O quanto você está satisfeito em ser fisioterapeuta?”, 31 egressos (68,9%) declararam estar totalmente satisfeitos e 11 (24,4%) disseram estar parcialmente satisfeitos, totalizando, portanto, 93,3% de satisfação entre os fisioterapeutas pesquisados. Os outros 3 (6,7%) se disseram indiferentes e nenhum egresso se disse parcialmente ou totalmente insatisfeito com a profissão.

Os dados da satisfação profissional relatados neste estudo se assemelham a outras pesquisas com a mesma temática, apesar de essas terem sido feitas em locais e tempos diferentes; de uma maneira geral, os dados indicam que os fisioterapeutas estão satisfeitos com sua profissão. A satisfação profissional foi relatada por 86,3%, no estudo de Freitas e Lopes (2005); 93,2%, no de Sancha (2008); 85,8%, no de Câmara e Santos (2012); e 71,8%, no de Silva, Carrascosa e Grazziano (2018).

Considerando a satisfação com o curso de Fisioterapia da UNISO, 23 (51,1%) estão totalmente satisfeitos, 19 (42,2%) parcialmente satisfeitos e 3 (6,7%) indiferentes. Nenhum egresso relata estar insatisfeito com a formação recebida pelo curso. A porcentagem superior a 93% de satisfação com a formação recebida no curso de Fisioterapia, da Universidade de Sorocaba, comprova, mesmo após os profissionais terem anos de formados e maturidade para entender as relações entre o curso e a trajetória profissional, a alta qualidade do processo de formação da instituição.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O egresso do curso de Fisioterapia da Universidade de Sorocaba vivenciou toda a experiência educacional proposta, conhecendo cada sala de aula, professores, laboratórios e atividades acadêmicas, durante pelo menos cinco anos de formação e, após o término deste período, continua a experienciar os efeitos dessa formação em diversas dimensões de sua vida, na atuação profissional e nas relações com a sociedade. Ele tem uma visão diferente dos professores e demais responsáveis pela elaboração do curso de graduação e precisa, portanto, participar dos processos de avaliação do curso.

As missões, os objetivos e o perfil do egresso da UNISO norteiam para os princípios de uma formação generalista, crítica e reflexiva, intentando, assim, que os egressos promovam o maior impacto social possível em sua comunidade; para isso, o curso busca desenvolver, além dos conhecimentos teóricos e práticos, uma formação humanista focada na ética e na pertinência social. Espera-se, ainda, segundo o perfil do egresso da UNISO, uma formação para o sucesso profissional, para que, gerindo bem sua carreira e seus negócios, o fisioterapeuta alcance satisfação profissional e econômica e, além disso, possa oferecer à sociedade melhores serviços, inovação e tecnologia, transformando mais vidas e gerando um maior impacto social.

A avaliação do curso, especialmente com a presença de egressos, tem a capacidade de averiguar em que grau os objetivos da universidade e do curso foram cumpridos. A proposição de uma formação com todas as características citadas anteriormente se torna vazia sem a averiguação dos resultados obtidos, e, ao colher a percepção do egresso, pode-se entender se a matriz curricular, os professores, os estágios, as práticas e demais atividades ofertadas foram eficientes para atingir os resultados esperados e, assim, proporcionar oportunidades de mudanças para uma formação mais eficaz dentro de sua proposta.

Analisando os resultados obtidos nesta pesquisa, observa-se que os egressos do curso de Fisioterapia da UNISO são, em sua maioria, mulheres, de cor branca, abaixo de 28 anos, que frequentaram ensino médio em escola pública, cujos pais não cursaram ensino superior. Este perfil, correspondente ao momento de ingresso na universidade, abre a possibilidade de discussões sobre estratégias de acolhida e adesão ao ensino superior, pois, na maior parte dos casos, cursar uma universidade é uma barreira educacional nas famílias dos estudantes do curso pesquisado.

Após a graduação, a maior parte dos egressos contínua seus estudos por meio de pós-graduação, o que remete a um perfil de egresso consciente da importância da educação continuada como meio de progresso na carreira e responsabilidade profissional. Ofertas de pós-graduação pela própria UNISO parecem ser uma boa oportunidade de continuar a relação com o egresso, que demonstra grande satisfação por sua universidade e pode promover, ainda mais, o engrandecimento do curso e da profissão, gerando impactos positivos em toda a região de Sorocaba.

Os egressos se inserem rapidamente no mercado de trabalho, em sua maioria como autônomos, e, apesar de relatarem baixa remuneração, conquistam ascensão social como fisioterapeutas. Sugerem direcionamento do curso a aspectos como empreendedorismo, preparo para o trabalho como autônomo e gestão de negócios, formação essa que poderia gerar ainda melhores oportunidades de desenvolvimento profissional e, portanto, melhor remuneração.

Consideram-se satisfeitos com a profissão e com o curso de Fisioterapia. Entendem que, por meio dos estudos e das experiências, realizados durante a graduação, formaram-se de maneira integral, desenvolvendo características e valores intelectuais, humanos e sociais que os prepararam para o trabalho e a vida em sociedade. Valorizam os conteúdos práticos, especialmente os componentes curriculares denominados “Práticas em Fisioterapia” e os estágios de atendimento à população.

O curso de Fisioterapia da UNISO apresentou alto grau de satisfação dos egressos com sua formação, assim como se mostrou um facilitador para o ingresso deles no mercado de trabalho, promovendo ascensão social, além de uma contribuição para a formação de estudantes éticos e alinhados ao social, cumprindo, portanto, em alto grau, não somente os objetivos da educação superior do Brasil, mas a missão da UNISO enquanto instituição comunitária.

Indubitavelmente, a avaliação dos egressos é fonte importante de informações para aprimoramento dos cursos e pode conduzir à melhora da formação do fisioterapeuta e, consequentemente, a um maior impacto social. É imprescindível que a avaliação seja realizada periodicamente, para trazer informações sempre atuais acerca das mudanças da sociedade e da profissão. Entretanto, poucas pesquisas foram publicadas avaliando a formação do fisioterapeuta e mais raras ainda as que analisam as percepções dos egressos, o que torna difícil criar bases de comparações e profundidade de conhecimentos sobre o tema.

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Recebido: 27 de Abril de 2022; Aceito: 13 de Maio de 2022

Sobre os autores:

Mateus Francisco Rossi: Mestre em Educação pela Universidade de Sorocaba (UNISO). Fisioterapeuta e professor do curso de Graduação em Fisioterapia da UNISO. E-mail:mateus.rossi@prof.uniso.br, Orcid:https://orcid.org/0000-0001-7199-7782

Rafael Ângelo Bunhi Pinto: Doutor em Educação pela Universidade de Sorocaba (UNISO). Professor permanente e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISO. E-mail:rafael.pinto@prof.uniso.br, Orcid:https://orcid.org/0000-0003-4988-3628

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