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Série-Estudos

versão impressa ISSN 1414-5138versão On-line ISSN 2318-1982

Sér.-Estud. vol.28 no.63 Campo Grande maio/ago 2023  Epub 21-Ago-2023

https://doi.org/10.20435/serieestudos.v28i63.1803 

Editorial

Editorial

Heitor Queiroz de Medeiros1 

José Licínio Backes1 

Ruth Pavan1 

1Editores da Série-Estudos


A revista Série-Estudos publica, no seu segundo número de 2023 (v. 28, n. 63), quinze artigos, sendo um de instituição estrangeira (Universidade do Minho, Portugal) e 14 de diferentes instituições de educação superior do Brasil. Os artigos foram organizados em cinco grupos: formação de professores; educação básica; educação e gênero; educação no contexto pandêmico; e currículos culturais não escolares.

O primeiro grupo é formado por três artigos que tratam da formação de professores. O primeiro artigo desta temática intitula-se “Contributions to professional construction in a collaborative network”, com autoria de Teresa Sarmento. O artigo analisa a experiência da Universidade do Minho, mais especificamente do curso de mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo, no que tange ao estágio docente, cuja característica marcante é a contituição de uma rede colaborativa formada pelo estagiário, professor cooperante e professor orientador. O segundo artigo desse grupo, intitulado “Dificuldades do coordenador pedagógico na formação continuada de professores do Programa de Educação em Tempo Integral ‘Escola da Autoria’ em MS”, é de Eleida da Silva Arce Adamiski, Iara Augusta da Silva e Paulo Cezar Rodrigues dos Santos. O artigo analisa as dificuldades que os coordenadores têm para implementar uma formação continuada em serviço que dê conta das necessidades individuais e coletivas dos professores. O terceiro e último artigo desse grupo, intitulado “A formação inicial e continuada de professores em contexto de reformas educacionais”, é de Solange Jarcem Fernandes, Mariana Sayd Bellé e Lenira de Jesus Prado. O artigo argumenta que, a partir das Resoluções n. 02/2019 e n. 01/2020, do Conselho Nacional de Educação (CNE), há uma descaracterização do trabalho docente como atividade de formação humana e supressão da autonomia das instituições de educação superior.

O segundo grupo é formado por cinco artigos que tratam da educação básica. O primeiro artigo desta temática intitula-se “Avaliação e a autonomia da criança na Educação Infantil: estudo de caso em uma escola de orientação montessoriana” e tem autoria de Ritieli Anese e Arnaldo Nogaro. Os autores analisam a experiência de avaliação desenvolvida na educação infantil em uma escola motessoriana, destacando que essa se dá na perspectiva do desenvolvimento da liberdade de expressão e autonomia da criança. O segundo artigo, intitulado “BNCC e suas formas de conduzir a docência nos anos iniciais do Ensino Fundamental”, tem autoria de Betina Wiebusch Faleiro e Fernanda Wanderer. O artigo argumenta que a BNCC produz um sujeito professor alinhado com o ideário neoliberal, seguindo regras bem definidas em relação a como e o que se deve ensinar aos alunos. O terceiro artigo desse grupo, “Projeto de Educação para a Infância na América Latina e no Caribe: com foco na infantilização da pobreza e na intersetorialidade”, é de Camila Maria Bortot e Kethlen Leite de Moura. As autoras mostram como as atuais políticas educacionais para a infância estão atreladas ao processo de mercantilização, naturalizando a pobreza por meio de um ethos individualista e da retórica do esforço pessoal das habilidades. O quarto artigo, “Ensino Médio Integrado à Educação Profissional: formação humana em todas as dimensões”, é de Josimar de Aparecido Vieira, Marilandi Maria Mascarello Vieira e Roberta Pasqualli. No artigo, sustenta-se que os princípios da politecnia e da omnilateralidade são fundamentais para superar a formação dualista e utilitarista, garantindo a formação integral do ser humano. O quinto e último artigo relacionado à educação básica, “A Educação prisional em presídio federal: os desafios dos professores diante dessa realidade”, é de Jakes Charles Andrade de Figueiredo e Maria Cristina Lima Paniago. O artigo, com base nas políticas direcionadas à educação dos privados de liberdade, problematiza a educação desses sujeitos, atentando-se para os diferentes desafios que os professores têm de lidar com essa realidade, entre os quais, como lidar com as diferenças e estabelecer trocas e diálogos que promovam a aprendizagem.

O terceiro grupo é formado por três artigos que versam sobre gênero e educação. O primeiro artigo desta temática intitula-se “‘Mamãe, Tem uma Drag Queen Contando Histórias!’: currículos, (re)existência e o investimento na imaginação e produção de si na comunidade”, tem autoria de José Rodolfo Lopes da Silva, Rodrigo da Silva Vital e Maria Waleska Peil. Os autores analisam os investimentos neoconservadores e neoliberais que intentam silenciar e estigmatizar, por meio da produção do pânico moral, sujeitos que colocam em xeque a lógica neoliberal. O segundo artigo, intitulado “‘Por que você não pode ser normal?’: gênero, infâncias e currículos culturais na animação ‘Float’ (2019)”, é de Kauane Moraes Bernardo e João Paulo Baliscei. O artigo discorre sobre a padronização de comportamento, o quanto essa padronização afeta as crianças que não se enquadram nela e, sobretudo, como elas são tratadas pelos ditos normais. O terceiro e último artigo desse grupo, intitulado “Divisão sexual do trabalho e sua relação com a ciência, tecnologia e educação”, é de Jefferson Carriello do Carmo e Helena Setsuko Del Mastro Espíndola. No artigo, os autores mostram que houve uma ascensão das mulheres dentro da ciência e tecnologia, mas que a divisão sexual do trabalho ainda marca as carreiras, de tal modo que o trabalho realizado pelo homem é mais valorizado social e financeiramente.

O quarto grupo é formado por dois artigos relacionados à educação no contexto pandêmico. O primeiro artigo desse grupo intitula-se “O processo de inclusão em educação no contexto da pandemia: desafios da formação docente numa perspectiva inclusiva”, de Elita Martins, Katiuscia Cristina Vargas Antunes e Mylene Cristina Santiago. As autoras constataram que, no contexto pandêmico, o processo de inclusão foi ainda mais difícil. Diante disso, apontam que é urgente que a formação inicial priorize a formação para a inclusão, vendo na metodologia colaborativa um caminho promissor. O segundo artigo, “O ensino remoto e híbrido conectando uma comunidade escolar em meio à covid-19”, é de Miguel Alfredo Orth e Claudia Escalante Medeiros. No artigo, argumenta-se que estamos diante de uma ruptura paradigmática que está impactando a educação e todas as formas de viver e conviver.

O quinto e último grupo de artigos versa sobre currículos culturais não escolares e, também, é formado por dois artigos. O primeiro artigo, “Cidade educativa e currículo na perspectiva decolonial”, é de Renata Sieiro Fernandes. O artigo traz para a discussão os diferentes espaços educativos que a cidade possui e que podem trazer possibilidades decoloniais na perspectiva de descontruir o machismo, o sexismo e o classismo. O segundo artigo, “Cinema e educação na perspectiva da igualdade de inteligências: reflexões sobre ver e fazer filmes como construções de um comum para as produções curriculares com estudantes da educação básica”, é de Leonardo Cesar Alves Moreira e Pedro Cupolillo de Almeida. O artigo analisa práticas artístico-pedagógicas com cinema desenvolvidas em escolas públicas, destacando o potencial delas para relacionar os diferentes saberes produzidos.

Desejamos uma boa leitura!

Heitor Queiroz de Medeiros
José Licínio Backes
Ruth Pavan
Editores da Série-Estudos

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