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Série-Estudos

versão impressa ISSN 1414-5138versão On-line ISSN 2318-1982

Sér.-Estud. vol.28 no.64 Campo Grande set./dez 2023  Epub 05-Jan-2024

https://doi.org/10.20435/serieestudos.v28i64.1841 

Editorial

Editorial

José Licínio Backes1 

Heitor Queiroz de Medeiros1 

Ruth Pavan1 

1Editores da Série-Estudos


A revista Série-Estudos publica, no seu terceiro número de 2023 (v. 28, n. 64), quatorze artigos de distintas instituições de educação superior, localizadas em diferentes regiões do Brasil. Os artigos foram organizados em cinco grupos temáticos: história da educação; políticas públicas; educação inclusiva; relações étnico-raciais e de gênero; identidade docente. O número contém ainda um artigo sobre gestão democrática, um sobre formação docente e um sobre o uso de memes na educação.

O primeiro grupo é formado por três artigos que tratam de aspectos históricos da educação no Brasil. O primeiro artigo desta temática intitula-se “Vestigios das primeiras iniciativas de educação de surdos em Brasília na década de 1960”, com autoria de Mônica Oliveira dos Santos e Juarez José Tuchinski dos Anjos. O artigo analisa a educação surda oferecida em Brasília na década de 1960, salientando que essa se pautava na oralização, tendo como meta a integração dos surdos, após sua oralização, na educação regular. O segundo artigo desse grupo, intitulado “Aspectos históricos do Colégio Estadual da Colônia Murici: os exames escolares (1937-1977)”, é de Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira e Roseli Teresinha Bortolan Grybosi. O artigo analisa o processo de criação de escolas comunitárias pelos imigrantes poloneses quando de sua chegada ao Paraná, visando suprir a falta de escolas públicas, para que seus filhos tivessem acesso à escolarização. O terceiro e último artigo desse grupo, intitulado “A construção histórica e social da infância: um diálogo entre alguns dos principais pesquisadores contemporâneos que estudam temas relacionados à cultura das crianças e à/s infância/s”, é de Camila Ferreira da Silva e Janaína Nogueira Maia Carvalho. As autoras trazem para o debate a importância de reconhecer a infância em sua dimensão histórica e social, recorrendo a um conjunto de autores que reconhecem o protagonismo das crianças em diferentes contextos.

O segundo grupo é formado por dois artigos que tratam de política educacional. O primeiro artigo desta temática intitula-se “Relações intergovernamentais na educação básica: estado e municípios de Mato Grosso do Sul” e possui autoria de Regina Tereza Cestari Oliveira e Daiane Göedert. As autoras analisam o processo de transferência dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Rede Estadual de Ensino para as Redes Municipais de Ensino, destacando que esse processo, em alguns municípios, afastou-se da descentralização democrática. O segundo artigo, intitulado “Múltiplas interfaces da iniciação à leitura e à escrita: processo de ensino e de aprendizagem em escolas públicas do estado de Sergipe”, tem autoria de Suzana Mary Andrade Nunes e Verônica dos Reis Mariano Souza. O artigo sustenta que as políticas educacionais brasileiras da educação básica seguem os compromissos assumidos pelo Brasil com os organismos internacionais.

O terceiro grupo é formado por dois artigos que versam sobre educação inclusiva. O primeiro artigo desta temática intitula-se “ A inclusão da criança surda na Educação Infantil no estado de Mato Grosso do Sul, MS”, tem autoria de Marcia Pires dos Santos e Raquel Elizabeth Saes Quiles. As autoras analisam a importância da Língua Brasileira de Sinais em todas as vivências e experiências da criança surda na Educação Infantil para que ela efetivamente seja incluída. O segundo artigo, intitulado “Alfabetização e PNAIC: (des)caminhos ao ensino inclusivo em Xaxim, SC”, é de Marineiva Moro Campos de Oliveira. A autora argumenta que, em relação à formação oferecida no contexto do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, essa não deu conta de fomentar práticas pedagógicas de inclusão, sendo que elas se mantiveram simplistas, frágeis e excludentes.

O quarto grupo é formado por dois artigos que problematizam as relações étnico-raciais e de gênero na educação. O primeiro artigo desse grupo, “A Lei de Cotas e as mudanças no perfil dos ingressantes das universidades federais brasileiras”, é de Joviles Vitorio Trevisol, Joselha Cristina Dal Bello e Rosileia Lucia Nierotka. Os autores mostram que houve uma grande alteração no perfil dos ingressantes nas universidades federais desde a implementação da lei, em 2012, sendo que, em 2019, 39,6% das vagas foram preenchidas pelo sistema de cotas. O segundo artigo, “Os discursos em torno da ideologia de gênero, o kit gay e a homofobia no curso de Pedagogia em uma universidade estadual da Bahia”, é de Nilson Sousa Cirqueira, José Valdir Jesus de Santana e Reginaldo Santos Pereira. No artigo, argumenta-se que o discurso da ideologia de gênero tem produzido impactos nas discussões de gênero de docentes e discentes do curso de Pedagogia, gerando um certo pânico moral.

O quinto grupo é formado pois dois artigos que versam sobre identidade docente. O primeiro artigo, “Identidade docente no contexto do Atendimento Educacional Especializado: constituição e idiossincrasias”, é de Thiago Falcão Solon e Giovana Maria Belém Falcão. No artigo, argumenta-se, a partir de um conjunto de autores, que a identidade docente está sempre em construção, mostrando as especificidades dessa constituição em professores do Atendimento Educacional Especializado. O segundo artigo, “A constituição da docência de professores engenheiros civis: fatores determinantes”, é de Josimar de Aparecido Vieira e Luana Anchieta Rocha. Os autores analisam o processo de construção da identidade docente de profissionais de Engenharia Civil, apresentando que sua identidade docente é construída, principalmente, pelas experiências que tiveram com docentes durante a sua formação acadêmica.

Por fim, temos um grupo de três artigos com temas diversos. O primeiro artigo versa sobre a gestão democrática e intitula-se “Gestão escolar democrática e desafios da interpretação e aplicação da legislação em escolas da rede municipal de Caiçara, Rio Grande do Sul”, com autoria de Fabiana Regina da Silva, Darciel Pasinato e Cristiane Medianeira da Silva Reis. Os autores destacam a necessidade de desenvolver análises sobre a gestão democrática em municípios pequenos, mostrando que falta conhecimento da legislação sobre a gestão democrática e, em decorrência, ela acaba não se efetivando. O segundo artigo é sobre formação docente, intitula-se “Uma formação para EJA sobre educação financeira aportada na Etnomatemática e na Teoria da Aprendizagem Significativa” e possui autoria de Wanderson Felix Viana, José Roberto da Silva e Maria Aparecida da Silva Rufino. O artigo traz para a discussão o potencial da Etnomatemática e da teoria da aprendizagem de Ausubel, entendendo que essas dão conta de subsidiar, pedagógica e epistemologicamente, a prática pedagógica na EJA. Por fim, temos o artigo intitulado “O potencial educativo dos memes como recurso pedagógico”, de Marcia Gorett Ribeiro Grossi, Débora Cristina Cordeiro Campos Leal e Shirley Doweslei Bernardes Borja. As autoras defendem que, no contexto atual, cada vez mais, a educação precisa ser interessante e atrair os discentes para aprendizagem. Com base em um conjunto de autores, argumentam que o uso de memes pode contribuir no processo de ensino e aprendizagem, tornando-o menos monótono e cansativo.

Desejamos uma boa leitura!

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