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Revista Internacional de Educação Superior

versão On-line ISSN 2446-9424

Rev. Int. Educ. Super. vol.8  Campinas  2022  Epub 12-Ago-2022

https://doi.org/10.20396/riesup.v8i0.8660473 

Artigos

Procedimentos e Dificuldades de Realização do Estágio Curricular Supervisionado sob a Ótica do Professor Coordenador

Procedimientos y Dificultades para Realizar la Práctica Curricular Supervisada desde el Punto de Vista del Profesor Coordinador

Diego Luz Moura1 
lattes: 0726163469750495; http://orcid.org/0000-0001-6054-4542

Maria Sergiane Ribeiro e Silva2 
http://orcid.org/0000-0003-1333-6868

João Gabriel Eugênio Araújo Araújo3 
http://orcid.org/0000-0003-3615-7256

1,2Universidade Federal do Vale do São Francisco

3Instituto federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco


RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi identificar os procedimentos e dificuldades de realização do Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física escolar nas universidades de Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa, onde se buscou selecionar os coordenadores de estágio das universidades de Pernambuco. A obtenção dos dados se deu por meio de uma entrevista semiestruturada realizada por meio de ligações telefônicas com três coordenadores. Após uma pré-análise das entrevistas e uma exploração do material foram criadas quatro categorias para analisar o conteúdo das entrevistas. Constatamos que para diminuir as dificuldades é preciso aproximar a universidade da escola, investir na formação continuada do professor supervisor e aumentar a efetividade do acompanhamento do estagiário pelos professores da universidade.

PALAVRAS-CHAVE: Coordenador; Escola; Estagiários; Formação

RESUMEN

El objetivo de esta investigación fue identificar los procedimientos y dificultades para llevar a cabo la Pasantía Curricular Supervisada en Educación Física en las universidades de Pernambuco. Se trata de una investigación cualitativa, que buscó seleccionar a los coordinadores de pasantías de las universidades de Pernambuco. La recolección de datos se realizó a través de una entrevista semiestructurada realizada a través de llamadas telefónicas con tres coordinadores. Luego de un preanálisis de las entrevistas y una exploración del material, se crearon cuatro categorías para analizar el contenido de las entrevistas. Encontramos que para reducir las dificultades es necesario acercar la universidad a la escuela, invertir en la formación continua del docente supervisor y aumentar la efectividad del seguimiento del pasante por parte de los profesores universitarios.

PALABRAS CLAVE: Coordinador; Colegio; Pasantes; Formación

ABSTRACT

The objective of this research was to identify the procedures and difficulties in carrying out the Supervised Curriculum Internship in Physical Education at the universities of Pernambuco. It is a qualitative research, which sought to select the internship coordinators of the universities of Pernambuco. Data collection took place through a semi-structured interview carried out through telephone calls with three coordinators. After a pre-analysis of the interviews and an exploration of the material, four categories were created to analyze the content of the interviews. We found that to reduce the difficulties, it is necessary to bring the university closer to the school, invest in the continuing education of the supervising teacher and increase the effectiveness of the monitoring of the intern by the university professors.

KEYWORDS: Coordinator; School; Interns; Formation

Introdução

A formação inicial do professor de Educação Física é um momento de descobertas e desafios para aqueles que desejam ingressar na docência. O estágio curricular supervisionado (ECS) é o momento dessa formação, que leva o estudante a conhecer e vivenciar o encontro entre os conhecimentos acumulados na graduação com a prática na escola.

O ECS é um espaço de formação que visa a reflexão sobre a prática pedagógica. Para Zotovici e colaboradores (2013) o ECS é essencial aos atores envolvidos nesse processo de formação, discentes, professores das Universidades e supervisores das escolas. Durante esse momento é possível, para o futuro professor, ter contato direto com a rotina escolar.

Diversos saberes docentes são articulados durante a vivência do ECS. Para os futuros professores os saberes adquiridos por meio das experiências são muito valiosos para sua atuação profissional (TARDIF, 2012). A vivência de situações na prática escolar, possibilita a reflexão da capacidade de interpretação, habilidade, improvisação e segurança para decidir a melhor estratégia na ação docente (TARDIF, 2012).

Ao se deparar com os desafios e dificuldades do cotidiano escolar o docente acaba transitando por uma realidade inesperadamente variável. Essa constante relação proporciona aos docentes o desenvolvimento de habilidades que o ajudam em sua prática docente. Esse processo de aquisição de habilidades promove o desenvolvimento da identidade docente. A identidade do professor é construída no decorrer de sua trajetória profissional e vai se consolidando por meio das experiências vivenciadas durante o processo de formação (PIMENTA; LIMA, 2004).

É necessária uma atuação conjunta e harmoniosa entre a universidade, a escola e seus agentes (coordenador, supervisor e estagiário). Esses agentes possuem papéis específicos e fundamentais para a concretização de um estágio curricular eficiente. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é identificar os procedimentos de realização do Estágio Curricular Supervisionado (ECS) em Educação Física escolar nas universidades públicas de Pernambuco, bem como identificar as dificuldades enfrentadas pelos coordenadores/responsáveis da disciplina do estágio, na concepção de um espaço de formação.

Metodologia

Esse estudo apresenta uma abordagem do tipo qualitativa. O critério de inclusão dos participantes foi estar exercendo a função de coordenador de estágio no período da pesquisa. O Estado de Pernambuco conta com 4 instituições públicas de ensino superior que oferecem o curso de licenciatura em educação física. Identificamos os quatro docentes coodenadores, mas apenas três professores aceitaram participar da pesquisa. Os docentes foram identificados por meio dos sites dos respectivos cursos.

Inicialmente realizamos contato com os coordenadores e/ou professores responsáveis pela disciplina de ECS por meio de e-mail e ligações informando como seria todo o procedimento, em seguida enviamos para aqueles que concordaram em participar o roteiro da entrevista semiestruturada que tratava dos procedimentos e dificuldades de realização do ECS como um espaço de formação e a relação entre as universidades e a escola.

As entrevistas semiestruturadas foram realizadas por meio de ligações com utilização do aplicativo “Call Recorder” que permite gravar as conversas. Em seguida as entrevistas foram transcritas e enviadas para a verificação dos participantes. Após isso, realizamos a análise das falas e criamos quatro categorias como segue: categoria 1 - Organização e procedimentos do estágio, categoria 2 - Parceria entre universidade e escola, categoria 3 - Dificuldades e sugestões de melhoria para o estágio e a categoria 4 - Modelo “ideal” de estágio.

Realizamos uma análise de conteúdo com referencial em Bardin (2011). Foram realizadas as seguintes etapas: pré-análise, que é basicamente a organização do material ser investigado, nesse caso as entrevistas; exploração do material, nessa etapa recortamos frases que expressavam temas de interesse dos pesquisadores e que são mais recorrentes; categorização, foi a estratégia utilizada para agrupar as unidades de análise por proximidade de sentido em núcleos de significados (MOURA, 2021). Após a categorização foram feitas as inferências, ou seja, é uma técnica de tratamentos dos dados que se orienta por diversos polos de comunicação. Para Moura (2021) é no momento das inferências que se busca relacionar as unidades de análise com o referencial teórico.

Todos concordaram na participação da pesquisa e assinaram um Termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas (CEDEP-UNIVASF) com CAAE 69070617.4.0000.5196 aprovado pelo parecer de número 2.332.703. Os professores coordenadores foram identificados pela sigla “PC”.

Resultados e Discussão

Os dados aqui apresentados se referem a entrevistas com três professores coordenadores do estágio. Organizamos os dados em quatro categorias: Organização e procedimentos do estágio, Parceria entre Universidade e Escola, Dificuldades e sugestões de melhorias para o estágio e Modelo “ideal” de estágio.

Quanto a caracterização dos participantes eram dois do sexo masculino (PC1 e PC3) e uma do sexo feminino (PC2). O PC1 se formou em 2010, o PC2 em 1985 e o PC3 em 2001. Trabalham como professores de Educação Física há 8, 33 e 18 anos respectivamente. E como coordenadores de estágio há quatro anos - PC1, vinte e quatro anos - PC2 e cinco anos - PC3.

Organização e Procedimentos do estágio

Questionamos os participantes sobre a organização do estágio em suas instituições de ensino superior (IES), eles apontaram alguns documentos considerados essenciais para a realização do estágio nas escolas como: termos de compromisso, as cartas de apresentação ou encaminhamento, ficha de frequência, ficha de notas, formulário de seguro obrigatório, roteiro de observação e ainda um textinho com as normas de estágio.

Em relação aos procedimentos, inicialmente as escolas são escolhidas de acordo com alguns critérios como: ter convênios, os supervisores serem ex-alunos da universidade ou serem conhecidos. Um entrevistado relata que a escola tem que ser pública. Após a escolha das escolas e dos supervisores os alunos são encaminhados para as escolas com os documentos citados acima. Os estagiários possuem duas aulas com os professores da universidade para que sejam debatidos os assuntos e demandas que tenham surgido no decorrer da semana no campo de estágio.

Cit e David (2014) apontam que a organização do Estágio ocorre da seguinte forma: orientação do aluno sobre à legislação vigente e normas da escola; celebração de convênios entre as instituições; encaminhamento dos alunos às concedentes; acompanhamento dos estudantes durante a realização do estágio, em parceria com o Professor Orientador e a Coordenação de Estágio. Após a realização do estágio, o aluno elabora seu relatório sobre as atividades desempenhadas nas unidades concedentes, mediante supervisão do Professor Orientador, fazendo a apresentação para a banca avaliadora. É aprovado o aluno que comprovar o cumprimento da carga horária total exigida e tiver média igual ou superior a seis.

Seguindo essa linha, Barreiro e Gebran (2006), afirmam que a organização dos Estágios pensando na formação dos futuros professores deve pautar-se por conteúdos e atividades que discutam o contexto da formação e da atuação profissional.

Assim, Almeida e Pimenta (2014) apontam que o ECS é uma disciplina que pode contribuir de maneira direta no processo de formação de professores, e de sua identidade profissional, pois ao viver a experiência do estágio, os estagiários passam a perceber o funcionamento do seu futuro local de atuação, como por exemplo, a escola (sua organização, seus espaços físicos, sala de aula, etc.), além disso, possibilita conhecer suas dificuldades pedagógicas, bem como suas condições de trabalho.

É imprescindível que o estágio não se configure como um momento no curso onde os estudantes apenas observam uma realidade e escrevem um relatório. Esse espaço deve ser de compreensão da realidade, de intervenção, de redescobertas e mudanças, sem ser uma mera reprodução (MOLINARI; DELGADO, 2013)

As aulas nas universidades, que antecedem o início do ECS, devem ser (re)pensadas de maneira que superem a prática do mero cumprimento das horas, conforme exige a legislação, objetivando uma prática que propicie, ao futuro professor, uma reflexão acerca de sua formação. O campo do estágio contribui para ampliar os conhecimentos sobre a escola por meio de um olhar atento, reflexivo e investigativo (MOLINARI; DELGADO, 2013).

Nesse sentido, verifica-se a importância de se pesquisar o ECS e as possibilidades organizativas do trabalho pedagógico dos professores orientadores e a participação dos professores colaboradores envolvidos nas atividades do estágio. Com isso torna-se necessário identificar como constitui-se, quais são suas fragilidades e dificuldades enfrentadas durante o seu desenvolvimento.

Parceria entre universidade e escola

Nessa categoria inicialmente questionamos sobre a relação existente entre as universidades e as escolas. Os coordenadores de estágio fizeram as seguintes declarações:

“É uma boa relação, nós temos uma boa aceitação. Pouquíssimas [...] porcentagem pequena de escolas que não aceitou ou não quiseram o estagiário lá, na grande maioria é uma boa relação. Inclusive há solicitação de que os estudantes compareçam lá nas escolas pra atuar como estagiários.” (PC1)

“No nosso caso a gente não tem nenhum problema, a gente realmente tem essa parceria, existem momentos que por exemplo, hoje são poucos que querem, já teve momento que a gente disponibilizava cinquenta por cento de bolsa para os professores que queriam fazer especialização, então a gente tinha essa parceria, ou algum evento que a gente fizesse eles não pagavam a inscrição, então existe assim algumas trocas em relação a isso, por que eles não recebem nada, não são professores da instituição, recebem um título, um certificado para o currículo, mas financeiramente eles não recebem nada, mas a parceria é muito boa a gente não tem problema não.” (PC2)

“Bom, existe um distanciamento entre universidade e escola, a universidade vive muito preocupada na formação inicial, mas ela poderia estar estabelecendo uma parceria com as secretarias de educação para contribuir também com a formação continuada dos professores, isso aqui não existe atualmente [...]” (PC3)

Podemos perceber que o PC1 e PC2 afirmam existir uma boa parceria. Na fala do PC1 fica claro que as escolas têm interesse na participação de estudantes estagiários, contudo é preciso questionar se parte desse interesse está atrelado ao sentimento de contribuição com a formação inicial de futuros docentes ou está ligada a ideia de ter mais uma pessoa para preencher o quadro de educadores, já que o número de funcionários nas escolas é, na maioria das escolas públicas, reduzido por questões orçamentárias.

O PC2 conseguiu encontrar uma solução mais atraente para sensibilizar os professores a aceitarem receber estagiários em suas aulas, ofereceu bolsas de pós-graduação. De certa forma é uma estratégia que beneficia a formação continuada dos professores que recebem os estagiários. Mas é preciso ficar atento que essas bolsas não podem ser as únicas formas de formação continuada para os professores das redes de ensino, é preciso que políticas públicas de formação continuada seja articuladas pelas secretarias de educação. Para Wittizorecki e Molina Neto (2015) a formação continuada deve ter uma sequência articulada e contínua, descartando iniciativas fragmentadas e descontextualizadas de formação.

Para PC3 é necessário que a universidade colabore com a formação continuada desses professores através de parcerias com as secretarias de educação. Essa proximidade com as secretarias de educação é fundamental para identificar e agir no relacionamento entre escola, professor da educação básica e universidade.

Perguntamos ainda sobre quais seriam as sugestões para a melhoria dessa parceria.

“Fazer formação, encontro, palestras trazendo a escola pra dentro da universidade, fazendo feedback onde debatesse essa parte da formação.” (PC1)

“Eu acho que se a gente tivesse a presença dos professores nossos na escola a parceria seria mais efetiva.” (PC2)

“[...] Um diálogo de professor orientador com professor supervisor, orientação dos estudantes tentando superar naquilo que é possível pra que essa experiência enriqueça ainda mais a formação acadêmica dos nossos estudantes.” (PC3)

Pensando em melhorar essa parceria os coordenadores afirmam que é preciso ações de formação continuada aos professores da Educação Básica. Entretanto, na fala do PC1, apesar de buscar soluções, fica evidente o distanciamento entre escola e universidade, pois quem teria que se deslocar nessa formação seria a escola em direção a universidade. Isso só reforça um aspecto hierarquizado de saberes entre universidade e escola. É preciso fugir desse caráter de subordinação em que especialistas nas universidades produzem conhecimento e os professores das escolas buscam adquiri-los para aplicar nas aulas (MOLINA NETO, 2014).

Os coordenadores também acreditam que essa parceria poderia melhorar se os professores coordenadores (universidade) e os professores supervisores (escola) dialogassem mais, dessa forma buscando solucionar os desafios que surgissem nesse processo. A participação dos professores é fundamental para qualquer processo de formação, sem esse diálogo há o risco de que as soluções propostas sejam apenas meras alterações técnicas propostas a partir do topo (IMBERNÓN, 2010).

Aceitar e abrir as portas da escola para os estagiários deve ser entendido como uma parceria importante entre universidade e os cursos de formação inicial com a escola. Contudo é necessário atentar-se a como a escola tem visto os estágios, e sobretudo, o acompanhamento da universidade, pois é nesse sentido que se revela a fragilidade em relação ao desenvolvimento dos estágios nas escolas (IZA; SOUZA NETO, 2015).

Benites (2012), afirma que não foge à escola o papel de se organizar para conceber-se como participante do processo de formação de professores, presente no momento do estágio, evoluindo para além de abrir portas, mas contribuindo de fato com o processo.

Dessa forma percebemos que existe dois pontos, um de como está de fato essa parceria e o outro de como eles desejam que estivesse. Talvez isso seja explicado pela carência de projetos de estágio que considerem a escola como parceira na formação de professores. Nesse sentido, Borges (2008), afirma que estabelecer parcerias entre as instituições envolvidas no processo do estágio é de suma importância para que os envolvidos se sintam apoiados durante o desenvolvimento do mesmo, além de contribuir com a formação dos professores supervisores.

Pesquisas como as de Sarti (2009) e Azevedo (2009) mostram a preocupação existente com a falta de parcerias mais efetivas entre universidade e escola. Sem uma via de mão dupla entre universidade e escola não há como diminuir os distanciamentos no processo de formação inicial dos docentes (SARTI, 2009). Seguindo essa linha, Iza e Souza Neto (2015) abordam que é preciso um acompanhamento mais próximo da universidade, para quando olharmos para os procedimentos relativos a efetivação da parceria universidade e escola, não notarmos apenas uma exacerbada preocupação, e aparentemente exclusiva, com as questões burocráticas.

A supervisão do estágio precisa acontecer com uma parceria do professor orientador da disciplina de estágio com os estagiários e o professor da escola, estabelecendo momentos para a elaboração dos planos de ação que deverão ser executados nas escolas; bem como debates e discussões nos quais os envolvidos possam expor suas possíveis dificuldades (SANTOS; ALMEIDA, 2015).

Assim, verifica-se a importância do envolvimento e parceria entre o professor da escola, o aluno estagiário e o professor da universidade, para que o estágio seja efetivamente significativo na formação profissional do futuro professor (IZA, 2013).

Dificuldades e Sugestões de melhoria para o estágio

Primeiramente questionamos sobre quais as principais dificuldades enfrentadas no processo do Estágio Curricular Supervisionado.

“As principais dificuldades são em relação a fiscalização, porque nós temos poucos recursos pra investir [...] pra disponibilizar uma pessoa pra fiscalizar os locais de estágio, tipo o orientador mesmo né? Isso é algo que mais dificulta e, por fim, a questão de ter alunos de outros estados como Ceará, Paraíba e Bahia, isso aí dificulta um pouco.” (PC1)

“Não ter o acompanhamento efetivo dos professores, a gente vai mais não é toda semana que a gente está porque só somos duas pessoas, outra dificuldade é que o supervisor não é professor da instituição, ele é professor da escola e o ideal como você fez essa pergunta lá embaixo é que fosse o professor realmente da instituição por que o que acontece, muitas vezes, o professor da escola ele faz a supervisão mas logo em seguida ele tem outra aula e ai não dá tempo ele dar um feedback imediato pro estagiário naquela aula, o que ele podia ter melhorado. As vezes ele vai falando na hora que as turmas estão entrando, então é muito rápido. Se fosse os professores da instituição eles teriam essa carga horária disponível aí era diferente, aqui já aconteceu isso, mas hoje as dificuldades são essas, não ter o acompanhamento efetivo dos professores e os que não são da instituição e sim da escola e que muitas vezes eles não dão atenção que seria dada se fosse o professor da instituição.” (PC2)

“A primeira é a universidade assumir a responsabilidade de firmar os convênios com as secretarias estaduais de educação, isso não tem sido feito aqui [...], isso é uma questão burocrática que precisa ser resolvida. A segunda é a nossa norma de estágio, [...] diz que o professor orientador não necessariamente precisa ir ao campo de estágio, ele somente tem a função de orientar. [...] A terceira é a falta de uma unidade metodológica de certa forma gera uma dificuldade pra nós [...] A quarta dificuldade é com relação a dinâmica da escola do campo de estágio porque o calendário escolar nos últimos quatro semestres da educação básica não está sincronizado a com o calendário acadêmico da universidade, isso gera um problema com relação ao tempo pedagógico que nossos estudantes deveriam ter no campo de estágio [...]” (PC3)

Ao analisarmos as falas dos professores coordenadores do estágio foi possível identificar que as principais dificuldades apontadas estão relacionadas com a fiscalização, a falta de acompanhamento efetivo do professor da universidade e a diferença entre os calendários escolares e o da universidade, questões burocráticas como a falta de convênio por parte das secretarias, a falta de unidade metodológica e a dinâmica da escola do campo de estágio.

Ao abordar a ideia de fiscalização apontada pelo PC1 se observa a preocupação com as demandas burocráticas presentes nos procedimentos de ECS. Para Bisconsini e colaboradores (2019) a preocupação exacerbada com essas exigências burocráticas tem tomado tempo que poderia ser utilizado para (re)pensar os aspectos pedagógicos envolvidos no ECS. De certa forma há um processo de fragilização da ação pedagógica, pois discussões frutíferas que poderiam enriquecer a prática pedagógica do professor são pouco ou nada contempladas (BISCONSINI; et al, 2019).

Por outro lado, percebemos que a ideia de acompanhamento levantada pelo PC2 pode ser mais efetiva na busca por tornar o ECS mais efetivo ao possibilitar momentos de formação para os estagiários. Esse acompanhamento também pode servir como fiscalização, mas não somente ficar reservado a essa exigência burocrática. A falta de acompanhamento pode proporcionar sentimentos de vulnerabilidade e desamparo por parte dos estagiários, isso pode gerar momentos de paralisia e, possivelmente o abandono precoce da carreira do magistério (SOUZA NETO; SARTI; BENITES, 2016)

Em seguida questionamos sobre quais seriam as sugestões para melhorar as dificuldades encontradas.

“No caso seria um investimento maior em relação a formação desses [...] supervisores já que a verba seria difícil. Capitar mais recursos pros supervisores. A solução seria investir na formação desses supervisores e um cadastro deles pra gente poder fiscalizar melhor.” (PC1)

“É uma sugestão que no nosso caso é muito difícil de acontecer, mas era que os professores da instituição de ensino tivessem uma carga horaria disponível para realizar essas supervisões em loco.” (PC2)

“A primeira é que a universidade via Reitoria fazer convênio, ter a iniciativa de entrar em contato com a Secretaria de Educação e fazer o convênio. A segunda é revisitar a resolução que normatiza o estágio supervisionado obrigatório na nossa universidade e coletivamente atualizá-la conforme a necessidade da realidade concreta da formação de professores. A terceira é a construção coletiva de uma unidade metodológica [...] A quarta dificuldade só podemos superar plenamente quanto os calendários tiverem sincronizados nós não fazemos greve por que queremos, é uma necessidade a depender da pauta sindical [...] A quinta é fomentar a formação continuada dos professores da educação básica. A gente está tentando superar esse problema via projeto de extensão, onde a partir desse projeto de extensão nós pretendemos fornecer uma formação continuada aos professores pra superar e deixar mais estreito esse diálogo entre nós e, de uma certa forma, diminuir a distância entre universidade e escola.” (PC3)

As sugestões para suprir ou amenizar as dificuldades apresentadas nos ECS são baseadas inteiramente no que os coordenadores conseguem observar do ECS, fica faltando fazer correlações com as dificuldades apresentadas pelos estagiários e pelos professores supervisores. Sendo assim, é fundamental a realização de pesquisas que possam fazer essas correlações.

Mesmo assim, podemos analisar que as sugestões apresentadas pelos coordenadores têm um papel mais burocrático do que pedagógico. Ao sugerir a implantação de recursos financeiros aos supervisores pelo PC1, se observa a preocupação com a baixa remuneração destinada ao trabalho docente no Brasil. Por outro lado, como apontado pelo PC2, a exacerbada carga horária de trabalho dos docentes na educação básica não permite que espaços de debate e discussão sobre os fatos ocorridos durante as aulas possam ser comtemplados entre supervisor e estagiário. Por fim, é fundamental investir em formação continuada para os professores formadores, como mencionam o PC1 e o PC3, para isso é importante haver uma articulação entre a universidade, as secretarias de educação e a escola. A formação continuada deve promover uma reflexão para seus participantes, potencializando um processo constante de autoavaliação sobre que se faz e por que se faz (IMBERNÓN, 2010). O PC3 ainda aponta a necessidade de uma formação continuada para os professores da escola.

Conforme observamos, tanto nas dificuldades como nas sugestões de melhoria para essas dificuldades, os professores da universidade responsáveis pelo ECS de futuros professores cumprem uma tarefa desafiadora: promover o estudo e a reflexão sobre essa realidade sem fazê-los desistir da futura profissão.

Vieira (2010) esclarece que o professor coordenador é aquele que analisa e aprova o plano individual de estágio, acompanha o estagiário na universidade, estabelece datas e horários para avaliação dos relatórios e das atividades desenvolvidas pelos estagiários.

Gisi, et al. (2000), ressalta que as dificuldades encontradas no estágio podem ser atribuídas tanto ao planejamento e à organização como ao próprio desenvolvimento, fato que pode ser explicado pela escassez de discussões aprofundadas sobre o estágio no contexto de um espaço de formação.

Corroborando com nosso estudo Cit e David (2014), apontam que a instituição de ensino encontra dificuldades em formar parcerias com as concedentes, porque muitas ainda não perceberam a importância e o real papel do estágio no processo de ensino e aprendizagem, como também sofrem com os problemas relacionados à carga horária da disciplina e sua supervisão. Além disso, não possui uma maneira efetiva de avaliação em relação as contribuições do estágio para a formação dos futuros profissionais.

Esta dificuldade de parceria entre escola, alunos e concedentes de estágio acaba trazendo prejuízos para todas as partes. O estágio, quando bem planejado e organizado, só tem a somar.

Outro problema que pode surgir, além dos já apresentados pelos coordenadores, estão, como afirmam Molinari e Delgado (2013) relacionados as dificuldades que muitas escolas colocam para aceitar os estagiários, a falta de interesse por parte das escolas e a burocracia nas escolas particulares para aceitar estagiários. É preciso entender que parte dessas dificuldades são geradas pela falta de articulação entre os cursos de formação inicial e as escolas. Provavelmente fruto de um distanciamento entre universidade e escola. Vários pontos precisam ser repensados para melhorar o processo do estágio como um todo.

Vale ressaltar que o ECS pode apresentar dificuldades, limites, fragilidades e contradições em suas vivências, mas também apresenta possibilidades de prática docente crítica, reflexiva e problematizadora da realidade educacional, tanto para os estagiários, quanto para os professores que acompanham esse processo formativo durante a formação inicial dos futuros professores (BARREIRO; GEBRAN, 2006).

Desta forma, se faz necessário atentarmos para todas as dificuldades apontadas pelos professores coordenadores, sobretudo para suas sugestões de melhorias para que assim, possamos ter o aperfeiçoamento do estágio, contribuindo efetivamente para a formação dos futuros docentes.

Modelo “ideal” de estágio

Solicitamos que os professores descrevessem um modelo de estágio considerado “ideal” baseado em suas experiências. Os apontamentos para um modelo “ideal” de estágio foram:

“Pra mim o modelo ideal de estágio é aquele que o estagiário passa por toda etapa de escolarização. Que o estagiário encara como crescimento pessoal e futuro profissional com a colaboração de orientador e supervisor. Então pra mim o modelo ideal é esse. O estagiário vai a campo e passa por todo o processo de escolarização que tem a colaboração e a parceria tanto do orientador como do supervisor no campo do estágio.” (PC1)

“Um modelo do estágio ideal que eu até comentei com você que nós já fizemos e hoje a gente não tem mais. É quando a gente tinha a presença do professor da instituição de ensino no local, então além de serem professores na instituição, na instituição de ensino superior existe um momento de orientação fora aquelas aulas que ele tinha e esse professor tinha um encontro com esses alunos onde ele fazia a construção de todos os planos e depois ele ia aos locais e participava efetivamente de todo acompanhamento da aula, da avaliação durante a aula e da avaliação final, se não pudesse ser tudo, mas pelo menos ter alguns professores da instituição nos locais fazendo as supervisões ou se não, pelo menos, fazendo as visitas semanalmente, tendo essa parceria mesmo, eu acho que realmente teria uma qualidade muito maior.” (PC2)

“[...] então a primeira idealidade que eu posso tá pontuando é que o estágio responda as demandas concretas de uma escola realmente existente e que precisa de profissionais, de professores que compreendam essas contradições, esses conflitos que estão dentro da estrutura e da dinâmica da escola brasileira. A segunda é aquela que busque estabelecer dentro dos seus elementos norteadores a unidade metodológica que nós defendemos. Essa unidade metodológica que ela seja influenciada pela teoria do conhecimento do materialismo histórico-dialético [...] e por fim que esse modelo de estágio, ele esteja interligado, vamos dizer assim, dentro de um processo de pesquisa da realidade, essa relação ensino e pesquisa que vem, cada dia mais se diluindo no processo de formação de professores ela rebate nas discussões de estágio, eu não posso desenvolver um método científico de compreensão da realidade se no momento de estabelecer um método pedagógico pra que essa realidade seja compreendida, a nível de Educação Básica, elas estejam desvinculadas [...]. Acredito que esses três elementos ideias, alguns já passam a existir entre nós aqui, mas esse conjunto de elementos precisam avançar para que a gente realmente tenha um estágio que dê respostas concretas a problemas concretos das nossas escolas públicas do Brasil.” (PC3)

Conforme observamos o ponto que parece se destacar entre os professores estão relacionados a modelos de estágio firmados em uma parceria de todos os envolvidos, para que assim seja possível ter um acompanhamento efetivo do professor da universidade dentro do campo de atuação (escola), para juntos refletirem e solucionarem possíveis problemas advindos do processo do estágio. Além disso o PC3 cita a importância da criação de uma unidade metodológica para nortear teoria e prática e uma relação concreta entre ensino e pesquisa da realidade do estágio.

Nesse sentido, Albuquerque e Silva (2006), destacam que a integração vivenciada em um contexto envolvendo diferentes visões e dimensões da realidade possibilitam a formação de um profissional apto a enfrentar desafios. E que essa parceria é capaz de formar cidadãos e profissionais competentes, aptos para exercer o digno papel que desempenharão na sociedade.

A articulação entre os conhecimentos produzidos nas escolas e na universidade é algo que pode ser promovido por meio dos estágios, uma vez que possibilita ao futuro professor elementos para compreender a realidade profissional (IZA; SOUZA NETO, 2015). Contudo, precisamos entender os motivos pelos quais essa parceria é tão falha no processo do estágio. Para que assim sejam pensados e elaborados modelos eficazes de estágio.

Reforçamos a importância da parceria entre universidade e escola. Iza e Souza Neto (2015) afirmam que essa parceria é de suma importância para o desenvolvimento dos estágios supervisionados na formação de professores, pois ela indica ou não a relação de reciprocidade que pode existir entre essas duas instituições formadoras e produtoras de conhecimentos, a escola e a universidade.

Outro ponto que vale ressaltar diz respeito a colaboração, pois, independentemente do modelo curricular de formação, algumas propostas de estágio têm a ação colaborativa como princípio de parceria entre universidade e escola, entendendo-as como instituições formadoras (MOURA, 1999). No processo de construção da profissão docente é importante que vá além da ideia de parceria e colaboração, mas que professores se vejam como formadores de seus futuros pares (IZA; SOUZA NETO, 2015).

Por fim, pensar em modelos de estágios não é uma tarefa fácil. Todos os atores, estagiários, supervisores e coordenadores, envolvidos no ECS devem ser ouvidos para se pensar em um modelo de estágio. A parceria não se configura apenas como uma assinatura de um contrato de estágio ou de um convênio entre Secretarias e Instituições, mas deve ser considerada como uma relação na qual ambas as partes apresentem uma visão compartilhada e um objetivo comum em que cada membro tenha clareza do seu papel e importância. Essa parceria implica na interação de duas instituições que se inter-relacionam e produzem múltiplos conhecimentos (AZEVEDO, 2009). Um trabalho em conjunto para avançar no processo.

Considerações Finais

Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é identificar os procedimentos de realização do Estágio Curricular Supervisionado (ECS) em Educação Física escolar nas universidades públicas de Pernambuco, bem como identificar as dificuldades enfrentadas pelos coordenadores/responsáveis da disciplina do estágio, na concepção de um espaço de formação. Realizamos uma entrevista com os coordenadores de três das quatros instituições públicas de Pernambuco que oferecem o curso de licenciatura em educação física.

Os procedimentos e a organização do estágio estão baseados nas questões burocráticas, como os documentos que compõem o estágio. Com relação as dificuldades constatamos a ausência de convênios entre a universidade e a escola, a falta de acompanhamento dos estagiários e a falta de formação continuada para os supervisores. Os coordenadores reforçam na descrição de modelos “ideais” de estágio a importância da parceria efetiva entre todos os envolvidos nesse processo.

A escuta das falas dos professores coordenadores de estágio nos proporcionou entender as dificuldades e vontades em relação ao estágio no processo de formação. Por um lado, avaliamos que o estágio é um espaço essencial para formação dos futuros docentes. Por outro lado, observamos que as dificuldades enfrentadas pelos professores não são poucas. E podem estar relacionadas tanto à regulamentação do próprio estágio, isto é, as normas que são estabelecidas como, por exemplo, o prazo para a realização, como podem também estar ligadas à instituição, falta de parceria, ausência de formação continuada para os supervisores e acompanhamento efetivo do estagiário.

A partir destas constatações podemos concluir que estudar os procedimentos de realização do Estágio Curricular Supervisionado e as dificuldades enfrentadas pelos coordenadores/responsáveis da disciplina demonstrou que é preciso aproximar a universidade da escola, sem tornar essa relação hierarquizada. Além disso, é preciso investir na formação continuada do professor supervisor para que tenha condições de debater as situações que surgem no ECS. Outro ponto de destaque é o acompanhamento feito por professores da universidade que deve ser mais efetivo e próximo ao estagiário.

Destacamos, por fim, que é preciso considerar que este estudo se ligou as especificidades relatadas no contexto do estágio de Educação Física das universidades do estado de Pernambuco. É importante ressaltar outras limitações como a necessidade de fazer uma correlação entre as falas dos coordenadores, supervisores e estagiários. É provável que surjam outras dificuldades e outras soluções para os problemas apresentados. Como sugestão para futuras pesquisas sobre esse tema devem envolver entrevistas com todos os atores do ECS.

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Recebido: 13 de Julho de 2020; Aceito: 13 de Outubro de 2021; Publicado: 16 de Outubro de 2021

Correspondência ao Autor1 Diego Luz Moura E-mail: lightdiego@yahoo.com.br CV Lattes http://lattes.cnpq.br/0726163469750495 Universidade Federal do Vale do São Francisco

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