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Revista Internacional de Educação Superior

versão On-line ISSN 2446-9424

Rev. Int. Educ. Super. vol.8  Campinas  2022  Epub 12-Ago-2022

https://doi.org/10.20396/riesup.v8i0.8663399 

Pesquisa

Permanência no Ensino Superior e a Rede de Apoio de Estudantes Residentes em Moradia Estudantil

Red de Apoyo y Permanencia de Estudiantes Residentes en Viviendas de Estudiantes de Educación Superior

Izabella Pirro Lacerda1 
lattes: 6974852893780099; http://orcid.org/0000-0002-1914-4114

Maria Angela Mattar Yunes2 
http://orcid.org/0000-0002-4653-3895

Felipe Valentini3 
http://orcid.org/0000-0002-0198-0958

1,2Universidade Salgado de Oliveira

3Universidade São Francisco


RESUMO

A moradia estudantil é um programa de assistência estudantil que visa promover a permanência dos discentes no ensino superior. O estudo teve como objetivo investigar a rede de apoio dos estudantes universitários residentes em moradia estudantil no que tange às relações interpessoais, qualidade dos vínculos e a função da rede de apoio. Ademais, buscou-se analisar as percepções de apoio social e a sua influência na permanência na universidade. A amostra foi composta por 20 universitários (50% mulheres), com idades entre 19 e 37 anos (M = 28, DP = 12,73). Os dados foram coletados por meio do mapa dos cinco campos, definidos como “família, amigos, moradia estudantil, universidade e colegas de quarto” e entrevista semiestruturada. Os resultados apontaram 422 contatos, com destaques para os campos amigos, família e moradia estudantil. A análise fundamentada nos dados das entrevistas resultou em três categorias: relações significativas de tutoria; sensação de proteção e despreocupações práticas e materiais. Concluiu-se que o papel da rede de apoio, destacadamente o suporte da família e dos amigos, são propulsores relacionais e protetores em diferentes situações. Ademais, a moradia estudantil pode auxiliar na superação das dificuldades encontradas na trajetória acadêmica e facilitar a permanência na universidade dos estudantes residentes.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino superior; Permanência; Rede de apoio; Moradia estudantil; Estudante universitário

RESUMEN

El alojamiento para estudiantes es un programa de asistencia al estudiante que tiene como objetivo promover la permanencia de los estudiantes en la educación superior. El estudio tuvo como objetivo investigar la red de apoyo de los estudiantes universitarios que residen en viviendas de estudiantes en lo que respecta a las relaciones interpersonales, la calidad de los vínculos y el papel de la red de apoyo. Además, se buscó analizar las percepciones del apoyo social y su influencia en la permanencia en la universidad. La muestra estuvo conformada por 20 estudiantes universitarios (50% mujeres), con edades entre 19 y 37 años (M = 28, DT = 12,73). Los datos fueron recolectados a través del mapa de los cinco campos, definidos como “familia, amigos, vivienda estudiantil, universidad y compañeros de piso” y entrevista semiestructurada. Los resultados arrojaron 422 contactos, con destaque para los campos de amigos, familia y alojamiento de estudiantes. El análisis basado en los datos de la entrevista dio como resultado tres categorías: relaciones de tutoría significativas; sentimiento de protección y despreocupación práctica y material. Se concluyó que el papel de la red de apoyo, especialmente el apoyo de familiares y amigos, son conductores relacionales y protectores en diferentes situaciones. Además, las viviendas para estudiantes pueden ayudar a superar las dificultades encontradas en la trayectoria académica y facilitar la residencia en la universidad a los estudiantes residentes.

PALABRAS CLAVE: Educación superior; Permanencia; Red de apoyo; Alojamiento de estudiantes; Estudiante universitario

ABSTRACT

The university student housing is a program that intends to assist and promote the permanence of students in higher education. This study aimed to investigate the support network of university students that live in College Residence Hall, regarding interpersonal relationships, quality of bonds and the role of support network. In addition, we sought to analyze the perceptions of social support and its influence on permanence at the university. The sample consisted of 20 university students (50% women), aged between 19 and 37 years (M = 28, SD = 12.73). The data were collected using the map of the five fields, defined as “family, friends, student housing, university and roommates” and semi-structured interview. The results showed 422 contacts, with highlights for friends, family and university student housing. The content analysis of the interviews was based on grounded-theory and showed three categories: significant mentoring relationships; feeling of protection and practical and material unconcern. It was concluded that the role of the support network, especially the support of family and friends are the relational protective mechanisms in different situations. In addition, student dorm can help students to overcome the difficulties of academic journey and facilitate their lives in many aspects at the university.

KEYWORDS: Higher education; Permanence; Support network; University student housing; University student

Introdução

O cenário da educação superior no Brasil sofreu várias mudanças nos últimos anos, especialmente no que tange ao ingresso de estudantes oriundos das classes sociais menos favorecidas economicamente. Para muitos estudantes, ingressar no ensino superior significa fazer uma importante transição em suas vidas, ou seja, sair da casa dos pais para residir próximo à universidade. Essa mudança pode acarretar transformações em sua rede de apoio e trazer dificuldades de adaptação ao novo contexto (GONÇALVES et al., 2011). Por isso, os novos estudantes necessitam de políticas de assistência que viabilizem não apenas o ingresso, mas a permanência na universidade até a conclusão do curso.

A literatura científica sobre a permanência de estudantes universitários residentes em moradia estudantil associada às percepções de apoio social e configuração da rede de apoio ainda é incipiente em muitos cenários. Trata-se de uma lacuna a ser preenchida em contexto brasileiro. Assim, a avaliação da rede de apoio e do apoio social dos residentes é relevante em especial nesse momento de mudanças no qual os estudantes experienciam reorganizações estruturais nas suas relações proximais e nos seus vínculos afetivos. Sair de casa para residir e conviver com pessoas desconhecidas pode gerar sensações de insegurança e resultar na necessidade de mais fontes de apoio social para lidar com os novos desafios. Desse modo, é relevante investigar a rede de apoio dos estudantes universitários residentes em moradia estudantil e mapear as suas percepções de apoio social. Refletir acerca da influência dessas redes e tipos de apoios pode auxiliar na compreensão da permanência e da estabilidade dos universitários residentes.

A política de assistência estudantil no ensino superior é um instrumento destinado a viabilizar a permanência de discentes com renda per capita familiar de até um salário-mínimo e meio e oriundos da educação pública (BRASIL, 2010). O decreto 7.234 de 19 de julho de 2010 que dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) busca democratizar as condições de permanência por meio de ações focadas nas necessidades básicas dos estudantes, tais como: moradia, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche, apoio pedagógico e inclusão de deficientes (BRASIL, 2010).

Estudos demonstram que residir em moradias estudantis apresenta desafios que requerem disposição para conviver com pessoas desconhecidas, de diferentes culturas, crenças e formas de se relacionar (GARRIDO, 2015; OSSE; COSTA, 2011; LACERDA, 2017). Tais experiências podem se constituir em oportunidades de adaptação e aprendizagem a depender das características das situações impostas pela convivência nesses espaços. Assim, a moradia estudantil pode promover tanto vivências positivas como as interações entre pares, com mais tolerância e menos preconceitos; assim como negativas, tais como a convivência forçada com pessoas diferentes, a falta de privacidade, a distância da família (LACERDA, 2017; GARRIDO, 2015).

Diante da possibilidade de situações estressantes ou conflitantes nesse ambiente de convívio, o apoio social é um dos elementos mais importantes para a superação dos desafios do cotidiano do estudante universitário (SHERBOURNE; STEWART, 1991). Nesse sentido, alguns pesquisadores remarcam o aspecto de proteção das redes de apoio como oportunidades de desenvolvimento humano (JULIANO; YUNES, 2014; BRITO; KOLLER, 1999).

Ressalta-se que na literatura sobre apoio social há diversas formas de tratamento desse construto, tais como: suporte social, rede de apoio, rede de apoio social e afetivo, entre outras nomenclaturas identificadas em revisões sobre o tema (MACEDO et al., 2018; ARAGÃO et al., 2009). Assim, são muitas as perspectivas conceituais sobre apoio social, que mais frequentemente é compreendido como uma rede de sistemas e de pessoas que formam os laços de convívio e de relações do indivíduo (BRITO; KOLLER, 1999).

Portanto, cumpre-nos destacar que neste trabalho, o apoio social será definido e referenciado como um construto ecológico-sistêmico e multidimensional de amplitudes micro, meso, exo e macrossistêmica. Ou seja, o apoio social apresenta elementos e características contextuais que podem estar presentes em vários sistemas interrelacionados e de influência do desenvolvimento humano. Sendo assim, o apoio social refere-se aos diferentes tipos de suporte que resultam de relações recíprocas e significativas nos contextos proximais e distais. Este apoio tem raízes em diferentes fontes, como a família, os amigos ou pessoas da comunidade. Ademais, a rede de apoio se define por formar a trama e o tecido relacional das interações e vínculos. Estes podem ser mantidos por afetos, proximidade, parentesco ou convívio cotidiano (MACEDO et al., 2018).

O apoio social é identificado na literatura por algumas categorias ou tipos sendo os mais encontrados: emocional, instrumental, informativo (LANGFORD et al., 1997). Outros autores acrescentam o apoio cognitivo (KING et al., 2006). Salienta-se que no presente estudo, serão destacados dois tipos de apoio dentre os mencionados: o apoio emocional, descrito como uma percepção do indivíduo acerca do ato de receber atenção, cuidado, afeto, empatia, respeito; e, o apoio instrumental, definido como ajuda e suporte de ordem financeira e consequente disponibilização de recursos, bens ou assistência na solução de problemas práticos de quem dele necessita (LANGFORD et al., 1997).

Sob o escopo da teoria bioecológica do desenvolvimento humano, os conceitos de apoio social e redes de apoio, nos remetem ao diálogo com as características dos processos proximais (BRONFEBRENNER, 2011). Estes ocorrem por meio de interações duradouras da pessoa com o ambiente imediato e podem possibilitar o desenvolvimento saudável ou disruptivo (MERÇON‐VARGAS et al., 2020). Quando os processos proximais se movimentam entre contextos e geram mudanças de papéis, relações e atividades ocorre o fenômeno da transição ecológica (BRONFENBRENNER, 2011). No caso dos estudantes universitários, a transição ecológica da saída da residência (casa dos pais, repúblicas ou outras) para a moradia estudantil requer organização interna e externa, em vista das mudanças nos arranjos de vida, rede de amizades e responsabilidades (CERVINSKI; ENRICONE, 2012; OSSE; COSTA, 2011; PITTMAN; RICHMOND, 2008; PEREIRA, 2020).

A literatura indica que estudantes universitários percebem a rede de apoio como suporte para enfrentar os desafios impostos por cursos de graduação. Um estudo que investigou as percepções de estudantes universitários no início e final da graduação encontrou três categorias nomeadas como: dificuldades durante a graduação; rede de apoio; e mudanças nas relações com os familiares (OLIVEIRA; DIAS, 2014). Os participantes relataram as “dificuldades durante a graduação” como problemas relacionados à escolha do curso, às dificuldades individuais, e à saída de casa para cursar a faculdade. A categoria “rede de apoio” foi percebida como fundamental para a transição e adaptação na universidade e foi destacada por familiares e amigos. E, por fim a categoria “mudanças nas relações com os familiares” repercutiu o ingresso na universidade e a saída da casa dos pais como a transição para vida adulta.

Estudos internacionais acerca do papel do apoio social durante a vida acadêmica de universitários identificaram que o aumento do apoio social da família e dos amigos relaciona-se à melhoria nas dimensões de vida social, pessoal e emocional (FRIEDLANDER et al., 2007). Pesquisadores encontraram correlações positivas desses apoios com o desempenho acadêmico, a aceitação social e a permanência na universidade, e negativa com o estresse (LAU, CHAN; LAM, 2018).

Um estudo realizado em contexto norte-americano encontrou que o apoio social dos amigos e colegas de quarto foram identificados como suporte para enfrentar as dificuldades vividas em ambiente de moradia universitária (BOETTCHER et al., 2019). De acordo com Pittman e Richmond (2008) as amizades são fontes de apoio social, suporte para lidar com situações estressantes e favorecem oportunidades de envolvimento acadêmico.

Para além do apoio social de familiares e de amigos, o papel do apoio institucional também se faz importante no ambiente acadêmico. Means e Pyne (2017) realizaram um estudo sobre estruturas de apoio institucional, tais como espaços acadêmicos e sociais, departamentos de ensino, programas de assistência estudantil, moradia no campus e salas de aula, como possíveis estruturas de promoção de senso de pertencimento acadêmico e social de estudantes universitários de primeira geração e de baixa renda. Os resultados apontaram a moradia no campus como uma das estruturas que fortalece o senso de pertencimento e ajuda a conhecer melhor o ambiente universitário. Ademais, nesse estudo foram ressaltados aspectos positivos, como fazer amizades, aumentar a autoconfiança e o senso de pertencimento social; e aspectos negativos como os conflitos com pares, uso abusivo de álcool e drogas e vivência de situações de racismo no espaço da moradia estudantil (MEANS; PYNE, 2017).

Dessa forma, o papel da rede de apoio social vem sendo pesquisado no âmbito acadêmico sob o escopo de vários aspectos como o ajuste dos estudantes ao ambiente universitário e de suas relações interpessoais (LAU, CHAN; LAM, 2018); o engajamento dos discentes em atividades acadêmicas (XERRI, RADFORD; SHACKLOCK, 2018); e, o desempenho acadêmico e a exaustão emocional (LI et al., 2018). Além disso, pesquisadores discutem aspectos conceituais e apresentam instrumentos para mensuração do construto (GONÇALVES et al., 2011).

Diante do exposto ressaltamos que o presente estudo teve como objetivos investigar a rede de apoio dos estudantes universitários residentes em moradia estudantil no que tange às relações interpessoais, qualidade dos vínculos e funções da rede. Ademais, buscou-se analisar as percepções de apoio social e a sua influência na permanência na universidade.

Método

Participantes

A amostra foi composta por 20 estudantes universitários residentes em moradia estudantil (50% mulheres), com idades entre 19 e 37 anos (M = 28, DP = 12,73). Os residentes foram convidados aleatoriamente a participar como voluntários do estudo realizado na moradia estudantil em questão. Aos que concordaram foram esclarecidos os objetivos e procedimentos éticos. Os alunos eram graduandos de várias áreas do conhecimento, ciências da saúde (25%), ciências humanas (20%), ciências exatas e da terra (15%), com predominância das ciências sociais aplicadas (40%). O critério para inclusão no estudo era que todos fossem residentes há mais de um ano na moradia estudantil da universidade pública federal localizada no estado do Rio de Janeiro e eleita por conveniência como foco dessa investigação.

Instrumentos

Os dados foram coletados por meio do instrumento de caráter quantitativo e qualitativo, denominado Mapa dos Cinco Campos (SAMUELSSON, THERNLUND; RINGSTRÖM,1996), adaptado no Brasil por Hoppe (1998). O instrumento tem como objetivo avaliar a estrutura e a função da rede de apoio dos participantes, considerando a quantidade e a qualidade dos vínculos estabelecidos. A Figura 1 exemplifica o instrumento no quadro com desenho que contém cinco círculos concêntricos que o participante preenche com figuras que representam as pessoas da sua rede de relacionamento. É um instrumento que tem sido usado por pesquisadores do desenvolvimento humano, mais frequentemente na faixa etária da infância e da adolescência. Para o presente estudo o instrumento foi adaptado para jovens adultos universitários.

Os cinco campos representam as redes de apoio e foram estabelecidos de acordo com o contexto pesquisado no qual os estudantes se inserem e que poderiam revelar suas percepções sobre seus processos relacionais. As redes de apoio social foram estabelecidas para esse estudo como: a família (pessoas com as quais os estudantes moravam antes de ir para a moradia estudantil e pertencentes ao vínculo familiar, como pais, avós, tios, etc.); os amigos (pessoas com as quais mantém vínculos de amizade recente ou antiga): a moradia (representada por estudantes residentes ou profissionais que trabalham na moradia estudantil); os colegas de quarto (pessoas com as quais dividem seus quartos) e a universidade (pessoas com as quais tem ou tiveram relacionamentos no decorrer da vida acadêmica).

Fonte: Elaboração própria

Figura 1 Mapa dos Cinco Campos 

Na sequência foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado contendo 12 perguntas (ex. com quem você contava antes do seu ingresso na moradia?; hoje de acordo com os campos apresentados no mapa qual(is) é(são) a(s) principal(is) rede(s) de apoio?; qual dessas pessoas que você citou você pode mais contar?; que tipo de apoio ela pode te dar?). O roteiro foi direcionado com base no instrumento mapa dos cinco campos, para subsidiar, esclarecer e aprofundar as expressões e análises da percepção dos estudantes sobre o apoio social percebido.

Coleta de Dados

A aplicação do mapa dos cinco campos e as entrevistas foram previamente agendadas e realizadas individualmente na moradia estudantil. Os procedimentos tiveram duração média de 30 minutos, as entrevistas foram gravadas em áudio para posterior transcrição literal das respostas.

Foram seguidos todos os procedimentos éticos recomendados para pesquisas com seres humanos de acordo com as normas da Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 1012, do Conselho Nacional de Saúde, incluindo o respeito ao sigilo das informações pessoais e o esclarecimento completo aos participantes acerca dos objetivos da pesquisa, com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade, sob o número 3.512.640.

Análise dos Dados

O estudo teve delineamento quantitativo e qualitativo. A análise dos dados do mapa dos cinco campos seguiu os passos recomendados pela estratégia indicada no estudo de Nascimento, Ferreira, Rosa, Nascimento e Dell’Aglio (2016). Foi realizada sob a ótica de dois aspectos: a estrutura e a funcionalidade da rede, sendo calculada a média (M) e desvios-padrão (DP) do número de contatos informados. A estrutura consiste no número total de pessoas mencionadas, por campo e por nível. A funcionalidade está relacionada ao nível de proximidade dos contatos em relação ao centro (participante) da rede, por campo e as situações de conflito e rompimentos nas relações. O fator de proximidade representa a localização ou distância dos contatos da rede em relação ao participante. Este é mensurado pelo número de pessoas citadas no primeiro nível multiplicado por oito; no segundo nível multiplicado por quatro; no terceiro nível multiplicado por dois; no quarto nível multiplicado por um e no quinto nível multiplicado por zero. Para calcular a proximidade por campo, faz-se o somatório desse cálculo e divide-se pelo número de pessoas citadas no campo (ou seja, a média ponderada). Para a proximidade total do instrumento divide-se pelo número total de pessoas citadas no mapa. Os escores apresentados variam de 0 a 8 pontos e indicam a força dos vínculos, que são de pequena força (0 a 2,6); média força (2,7 a 5,3) e grande força (5,4 a 8).

A análise das entrevistas foi realizada com base nos princípios da teoria fundamentada nos dados - Grounded Theory, (CHARMAZ, 2009), com o objetivo de compreender o fenômeno pesquisado de acordo com o ponto de vista e experiência dos participantes. Foram seguidos os passos indicados: 1- leitura atenta e interação com os dados; 2 - processo de codificação dos dados; 3 - nomeação das categorias; 4 -anotações a partir de insights e ideias que surgiram a respeito dos códigos, categorias e relações entre as categorias; 5 - denominação axial, que consiste em agrupar os dados de novas formas, através das conexões entre as categorias; 6 - ligação e desenvolvimento das categorias. 7 - elaboração de figuras ilustrativas no processo de codificação; 8 - busca do fenômeno central que estabelece o elo entre as categorias, ou seja, a integração das categorias identificadas para formar a teoria fundamentada nos dados.

Resultados

Os resultados do mapa dos cinco campos indicaram um total de 422 contatos na estrutura da rede de apoio social dos estudantes residentes. A Tabela 1 indica que os campos amigos (M=5,0; DP=2,9), família (M=4,9; DP=2,8) e moradia (M=4,7; DP=9,1)) tiveram o maior número de pessoas citadas dentre os cinco campos com ligeira prevalência para o campo de amigos.

Tabela 1 Número de pessoas citadas (PesCit), média (M), desvio padrão (DP) 

Campo PesCit M DP
Família 97 4,9 2,8
Amigos 100 5,0 2,9
Moradia 93 4,7 3,0
Universidade 82 4,1 2,7
Colegas de quarto 50 2,5 0,6

Fonte: Elaboração própria.

Em relação a funcionalidade da rede de apoio, a Tabela 2 indica o número e média de contatos por nível. Identifica-se a maior média (M=28) de pessoas no segundo nível de proximidade, seguido do primeiro nível (M=24,8), no número geral do mapa. A funcionalidade da rede representa a qualidade das relações em uma rede de apoio e o quanto essas relações são mais positivas ou negativas.

Tabela 2 Número de pessoas citadas em cada nível e média 

Nível
Campo
Família 37 33 12 9 6
Amigos 37 43 13 5 2
Moradia 21 29 26 10 7
Universidade 13 27 22 10 10
Colegas de quarto 16 8 9 10 7
Média 24,8 28 16,4 8,8 6,4

Fonte: Elaboração própria.

Destaca-se que o campo família apresenta o maior número de relações no primeiro nível (37) e o campo amigos indica (43) pessoas no segundo nível. Esses números revelam a família e os amigos como vínculos afetivos mais positivos e próximos nas relações interpessoais da rede de apoio dos residentes.

A Tabela 3 indica as situações de conflito e rompimento e satisfação e insatisfação nas relações da rede de apoio dos residentes. Esses resultados também estão relacionados a funcionalidade da rede, ou seja, a qualidade dos vínculos.

Tabela 3 Relações de conflitos/rompimentos, satisfação/insatisfação 

Campo Conflitos Rompimentos Satisfatórios Insatisfatórios
Família 6 3 88 9
Amigos 0 0 100 0
Moradia 6 1 86 7
Universidade 7 2 73 9
Colegas de quarto 6 1 43 7
Total 25 7 390 32

Fonte: Elaboração própria.

Destaca-se a elevada frequência de relações satisfatórias (390) no total do mapa e a frequência mais baixa nos rompimentos (7) e conflitos (25), o que pode indicar relações mais próximas e vínculos significativos na rede de apoio dos estudantes residentes em moradia estudantil. Em análise por campo os amigos (100) e a família (88) apresentaram maiores números de relações satisfatórias. Colegas de quarto estão representados com a menor frequência (43) na satisfação das relações.

Para complementar o entendimento da percepção do apoio social dos estudantes residentes, os participantes responderam a uma entrevista com roteiro semiestruturado. A partir do uso dos princípios da análise fundamentada nos dados - Grounded-Theory foram encontradas categorias que se relacionam diretamente com os dados do mapa dos cinco campos, os quais sugerem que os laços afetivos da família e dos amigos apresentam força relacional que dão suporte ao estudante. A moradia estudantil também emerge como importante fonte de apoio, sugerindo que pode ser um ambiente potencializador de apoio social em prol do desenvolvimento dos estudantes e da permanência na universidade.

Dessa forma o apoio da família e dos amigos e da moradia estudantil surgem como elementos profícuos na percepção dos participantes como rede de apoio e de proteção para os residentes. Os resultados das análises fomentaram três categorias sobre que representam o papel do apoio social na vida dos estudantes residentes: ‘relações significativas de tutoria’; ‘sensação de proteção’ e ‘despreocupações práticas e materiais’.

A primeira categoria ‘relações significativas de tutoria’ emerge como um elemento central do papel do apoio social. Denota situações em que o apoio recebido de pessoas mais significativas é do núcleo da família e dos amigos, percebido na forma de “guia incentivador” com bases de afeto, de diálogo, de confiança e com reciprocidade. São relações experienciadas com impactos positivos na vida pessoal a ponto de representar os resultados de permanência dos residentes na universidade. Essa categoria de tutoria, guia, mentor e/ou “salvador em situações difíceis” pode ser representada pelas seguintes falas:

“Minha mãe porque ela sempre foi a principal incentivadora, sempre me dá gás quando eu passo por situação difícil, de cansaço, de alguma coisa, de perrengue, eu ligo para ela e ela sempre tenta mostrar o melhor caminho, tenta me direcionar, me dar uma certa calma, acho que ela é a principal apoiadora desde o começo da faculdade” (participante 3, masculino). “Os meus amigos também são pessoas que eu posso contar, ligar para conversar, porque as vezes a gente tem momentos de tristeza, porque está longe da família e eles dão força para a gente, dão apoio” (participante 7, masculino).

Os estímulos emocionais são percebidos como os mediadores dessas relações significativas e indicam a potência do apoio emocional e seu papel no apoio social, por meio de escuta afetiva, conversas, aconselhamentos, para superação dos desafios e outras situações que são referidas como ameaças à permanência na universidade. Como exemplo desse apoio emocional destacamos os seguintes trechos das entrevistas:

“Meu pai, ele sabe dar aquele apoio emocional, de mostrar que você é capaz de fazer as coisas e tal, porque as vezes a gente entra naquela coisa de pensar o que estou fazendo da minha vida...mas ele sempre fala, qualquer coisa você pode começar do zero” (participante 6, masculino). “Minha amiga me dá apoio emocional, aquilo de trazer a gente para ser pé no chão, quando a gente começa a sonhar muito, a voar muito, ela acaba servindo para me trazer de volta a realidade, dá um conselho, se eu tiver chorando, precisando conversar com alguém ela está sempre ali” (participante 13, feminino).

Alguns relatos evidenciam a importância dessas relações mais significativas em momentos de depressão e em pessoas que dependem de medicação, como no caso:

“Eu estou num estado mental não muito bom, que eu estou com ansiedade e depressão, então eu comecei a tomar medicação. Conto primeiramente com minha família né? E o meu namorado por questão de proximidade física, ele está no meu círculo familiar, então é a pessoa que mais me dá apoio aqui dentro, tanto afetivo, por não conseguir voltar tanto para minha casa, quanto emocional, psicológico, ele que pagou para eu ir ao psiquiatra, ele sempre se oferece para comprar meus remédios” (participante 8, feminino).

A segunda categoria foi denominada ‘sensação de proteção’ que é representada por manifestações sobre o ambiente da moradia estudantil como um espaço físico e social que potencializa a melhoria da qualidade de vida, gera conforto e estabilidade, possibilita estudar com mais disciplina e minimiza preocupações com os gastos financeiros dos estudantes residentes. Os trechos destacados ilustram a categoria:

“A moradia é essencial, sem dúvida... Acho que se eu não tivesse a moradia eu nem estaria mais na universidade, porque o custo de vida aqui é muito alto. Porque é aquela questão, aqui você consegue ter a segurança de que não tem que pagar, que não vai ter ninguém batendo na sua porta, no máximo de obrigação que você tem é de estudar, manter nota, de ir para aula e não faltar” (participante 16, masculino). “consegui ter uma qualidade de vida aqui com um pouco mais de lazer, consegui cuidar um pouco mais da minha saúde, permanecendo aqui” (participante 18, feminino).

As ‘despreocupações práticas e materiais` que sucederam o ingresso a residência universitária, aparece como uma terceira categoria de análise nos diálogos das entrevistas. Está fortemente relacionada à necessidade de apoio instrumental para suprir a eminente falta de recursos financeiros que permeava o período anterior ao ingresso na moradia. Muitas vezes só obtendo esse apoio é que se garantem os estudos na universidade. Por exemplo, pagar o aluguel perto da universidade e ter ajuda para manutenção das necessidades básicas, apontado como fato antes do ingresso na moradia universitária. Os trechos das falas exemplificam a categoria:

“Eu tinha muita preocupação, eu achava que não ia conseguir ficar em Niterói, então eu vinha para faculdade, mas eu não ficava feliz, eu tinha muita dificuldade porque eu pensava que ia ter que voltar para casa, então eu teria que desistir do meu sonho, sabe?” (participante 5, feminino). “Muitos momentos eu pensei que não ia conseguir terminar a faculdade, eu pensei muitas vezes em desistir, muitas vezes em trancar, mas eu não queria, assim, eu bati o pé, mas eu não queria. Teve uma época que eu estava sem bolsa, sem nada e eu estava fazendo faxina, assim. Foi um pouco antes de eu me mudar para cá, para eu me manter, porque eu não queria desistir. E a moradia ela me propiciou isso assim, de não precisar desistir.” (participante 12, feminino).

Tais expressões evidenciam a importância da moradia na vida dos entrevistados como neutralizador dessas preocupações.

Discussão

O presente estudo teve como objetivos investigar a rede de apoio dos estudantes universitários residentes em moradia estudantil no que tange às relações interpessoais, qualidade dos vínculos e a função da rede de apoio. Ademais, buscou-se analisar as percepções de apoio social e a sua influência na permanência na universidade.

A análise da estrutura da rede de apoio dos residentes indicou que os familiares e os amigos foram apontados como os relacionamentos de suporte e apoio social mais importantes para os residentes da moradia estudantil. Essas relações foram por consequência, as mais citadas pelos participantes quando questionados sobre a proximidade das pessoas de seus contextos. O campo família apareceu em primeiro nível, seguido do campo amigos em segundo nível. Tais achados corroboram com resultados de estudos que identificaram que a rede de apoio dos estudantes, era composta por familiares e amigos, sendo essas as principais pessoas com quem poderiam contar na vida acadêmica e pessoal, assim como aquelas que oferecem suporte para lidar com as dificuldades encontradas (OLIVEIRA; DIAS, 2014; BOETTCHER et al., 2019).

Em relação ao nível de proximidade total do mapa encontrou-se maior média no segundo nível, indicando a presença de relações positivas e próximas na rede de apoio dos residentes. Em referência a qualidade dos vínculos, os resultados apontaram para alta frequência de relações satisfatórias (390) na rede de apoio, destacando-se mais uma vez que é nos campos amigos e família, que estão as pessoas mais próximas e são esses, portanto, os vínculos mais significativos no suporte aos estudantes. Esse resultado vai ao encontro dos achados de Oliveira e Dias (2014), que identificaram que a rede de apoio de estudantes universitários era formada principalmente por familiares e amigos, que representam as pessoas importantes no enfrentamento de situações difíceis e na ajuda durante os percalços da trajetória acadêmica.

Nos resultados das entrevistas foram destacados dois tipos de apoios recebidos e valorizados, o apoio emocional e o instrumental, considerados dentro das definições de acordo com a literatura (LANGFORD et al., 1997). Nessa perspectiva também, os participantes reforçam que seus principais vínculos de apoio social são familiares e amigos. Importante ressaltar que a moradia estudantil também é evidenciada e percebida pela maioria dos residentes como um ambiente de proteção que pode subsidiar a garantia dos estudos e permanência na universidade.

De forma geral esses achados são consistentes com a teoria bioecológica de desenvolvimento humano que aponta o microssistema família como a primeira fonte de processos proximais geradoras e propiciadoras de desenvolvimento saudável (BRONFENBRENNER, 2011). Para jovens adultos, além dos familiares, as amizades podem ter sua relevância como fonte de apoio social e serem os processos proximais mais importantes nessa etapa da vida. Poder-se-ia dizer que os amigos estariam na posição de “tutores de desenvolvimento” e identificados nos relacionamentos em que se constata apoio recíproco, afeto e equilíbrio de poder (YUNES, FERNANDES & WESCHENFELDER, 2018). São relações definidas como o porto seguro no enfrentamento das dificuldades que emergem na transição para vida universitária (PITTMAN; RICHMOND, 2008).

A percepção do apoio social da família e dos amigos ressaltada nas entrevistas, confirma os resultados indicados no mapa dos cinco campos e fornece elementos que identificam essas pessoas como mais significativas e incentivadoras nas vivências acadêmicas. Assim como se faz importante em situações estressantes em vários ambientes de convívio social (SHERBOURNE; STEWART, 1991).

A categoria encontrada nas entrevistas denominada ‘relações significativas de tutoria’ evidencia essa assistência das fontes de apoio social recebido da família e dos amigos, como suporte essencial para que os estudantes se sentissem estimulados a enfrentar os desafios encontrados no decorrer da graduação. Esses resultados estão em consonância com estudos que sugerem que o apoio recebido dos pais e amigos se dão sob a forma de incentivos para prosseguir com os estudos, pensar sobre planos futuros, obter melhor ajuste na universidade e persistir na universidade (OLIVEIRA; DIAS, 2014; FRIEDLANDER et al., 2007; LAU, CHAN; LAM, 2018, BOETTCHER et al., 2019). Esses estímulos emocionais são descritos pela percepção de receber atenção, cuidado e afeto (GONÇALVES et al., 2011; PEDRO, ROCHA; NASCIMENTO, 2008). O suporte emocional fornecido pela família é considerado imprescindível para lidar com as dificuldades e permanecer na universidade (OLIVEIRA; DIAS, 2014).

Quanto à ‘sensação de proteção’, identificada na segunda categoria e relacionada à sensação de acolhimento dos estudantes residentes no ambiente da moradia estudantil, os resultados reforçam as percepções desse espaço como potencializador de melhoria da qualidade de vida. É visto como fonte de amparo e estrutura para estudar, redutor das preocupações com as despesas básicas e promotor de condições de permanência na universidade. Alguns pesquisadores corroboram com esses achados, nos quais estudantes residentes em moradias estudantis ressaltam sentirem-se em um ambiente promotor de melhoria de qualidade de vida, de apoio para garantia da permanência na universidade, e que amplia o senso de pertencimento ao mundo acadêmico e social (LACERDA, 2017; BOETTCHER et al., 2019; MEANS; PYNE, 2017).

A terceira categoria identificada nas análises nomeada como ‘despreocupações práticas e materiais’ indica o contraponto das eminentes preocupações dos estudantes com as adversidades financeiras para se manter na universidade, especialmente referidas no período que antecede o ingresso na moradia estudantil. As dificuldades financeiras trazem a necessidade de obter o apoio instrumental na rede, caracterizado por ajuda financeira, disponibilização de recursos ou assistência na solução de problemas práticos (GONÇALVES et al., 2011; PEDRO, ROCHA; NASCIMENTO, 2008). Tais adversidades vividas por estudantes universitários também foram encontradas no estudo de Oliveira e Dias (2014). Os autores demonstraram a importância da família como elemento da rede que ameniza e supre as necessidades do estudante em se manter distante do ambiente familiar para cursar o ensino superior.

Considerações Finais

Os achados do presente estudo fundamentam-se nos pressupostos da teoria bioecológica do desenvolvimento humano com destaque para o entendimento de que na transição ecológica da saída da casa da família para a moradia estudantil (PEREIRA, 2020) se afirmam interações sociais (amigos) significativas no ambiente de residência universitária (novo microssistema). Isso parece explicar o papel da rede de apoio atribuído a família e aos amigos, destacado pela maioria dos participantes. Ao que tudo indica são as relações de confiança e tutoria que auxiliam na superação das dificuldades encontradas na trajetória acadêmica e que podem promover a permanência dos estudantes residentes na universidade. Importante ressaltar que a moradia universitária é parte de uma política de assistência estudantil com características de apoio institucional que também se constitui em um macrossistema. Dessa forma, os resultados indicaram que a moradia estudantil é percebida e experienciada como sustentáculo e proteção para a continuidade do estudante na trajetória universitária. Em alguns casos, é o elo que garante a permanência e a possibilidade de concluir o curso.

Como limitação esse estudo apresenta o fato de que a pesquisa foi realizada em uma única residência estudantil universitária, o que impede a generalização dos resultados para outros contextos de moradias estudantis. Além disso, estudos longitudinais poderão investigar a influência do microssistema moradia universitária no desenvolvimento de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica desde seu ingresso até o seu desligamento.

Em conclusão, os resultados encontrados evidenciam a relevância do papel da rede de apoio dos estudantes universitários residentes, como elemento importante e propulsor de desenvolvimento humano. O apoio social de familiares e amigos, é apontado como essencial em diferentes situações, mas é preciso investir em relações mais proximais no contexto da moradia universitária. Portanto, uma implicação prática desse estudo é a necessidade de implementar políticas de gestão relacional em moradias estudantis como estratégias para melhoria do convívio, bem-estar e sucesso acadêmico e pessoal dos residentes.

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Recebido: 26 de Novembro de 2020; Aceito: 19 de Abril de 2021; Publicado: 17 de Maio de 2021

Correspondência ao Autor1 Izabella Pirro Lacerda E-mail: izabellapirro@id.uff.br Universidade Salgado de Oliveira São Gonçalo, RJ, Brasil CV Lattes http://lattes.cnpq.br/6974852893780099

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