1 Introdução

A dramatização, como ferramenta educacional, continua a ser negligenciada nos currículos dos mais diversos tipos de especialidades de professores das universidades públicas espanholas, conforme já expressava Navarro Solano (2003). Para fomentar as competências comunicativas, literárias e emocionais necessárias aos futuros educadores, a dramatização chama a atenção devido ao seu caráter integral e criativo e, principalmente, porque impacta diretamente a afetividade, provocando aprendizagens de fato significativas e capaz de gerar transformação (^{FELIPPE; SILVA, 2017}; ^{MOTOS; NAVARRO 2021}; NAVARRO, 2011).

Seguindo a linha de diversos pesquisadores da área (^{ACKROYD, 2000}; ^{MOTOS; FERRANDIS, 2015}; ^{SEDANO-SOLÍS, 2019}), este projeto se insere na perspectiva do “Teatro na Educação”, uma das possíveis variações do “Teatro Aplicado”. O Teatro Aplicado propõe “[...] uma prática que gera conhecimento crítico a partir da prática para orientar sua aplicação, aspirando contribuir para a mudança social em prol do respeito, da igualdade, do acesso aos bens e da solidariedade com base na capacidade educativa das artes” (MOTOS; FERRANDIS, 2015, p. 11). Isso envolve três características essenciais (LANDY, 2012; NICHOLSON, 2005; TAYLOR, 2002 apud MOTOS; FERRANDIS, 2015): intencionalidade (busca transformar comportamentos pessoais), hibridização (refere-se ao teatro como uma práxis interdisciplinar) e alteridade (focada no outro, beneficiar indivíduos, comunidades e sociedades). Em contexto educacional, como o que aqui se discute, o teatro aplicado à educação pode ser utilizado para alcançar objetivos educacionais em vários contextos, formais e não formais.

Na espanha, a nova rede “Dramatiza”, que foi criada recentemente, é similar a homônima rede argentina, mostra os esforços crescentes para reconhecer o papel essencial do teatro em ambientes educacionais (^{MÉNDEZ-MARTÍNEZ, 2019}). No contexto espanhol, o desenvolvimento do teatro na educação foi promovido por Tomás ^{Motos e Domingo Ferrandis (2015}), autores da primeira publicação espanhola que inclui a designação “teatro aplicado”. Outros pesquisadores que atualmente estão promovendo o estudo das possibilidades educacionais do teatro sob diversos ângulos e cujos trabalhos servem de apoio teórico para esse projeto são Fernández Rial (2016), Méndez-Martínez e Fernandez-Rio (2020) e Vieites-García (2015).

Uma leve diferenciação conceitual pode ser feita entre o teatro e a dramatização. Núñez Cubero e Navarro Solano (2007, p. 227) definem dramatização (termo comumente utilizado no campo educacional) para se referir às práticas que envolvem o teatro, como “[...] prática sócio-pessoal e como meio de comunicação”. Alguns autores (^{MOTOS et al., 2013}) diferenciam entre dramatização e teatro, indicando que este último requer a existência de um público para sua validação. A dramatização, portanto, enfatiza os processos educacionais, enquanto o teatro se concentra mais nos resultados desses processos. Neste artigo, os dois termos são usados indistintamente, uma vez que as práticas educativo-teatrais concebidas para o projeto, embora centradas principalmente nos processos que se desenvolvem com os alunos, também são apresentadas perante uma plateia na sala de aula da Faculdade de Educação.

A concepção do projeto de inovação pedagógica “INVENTaTe” foi apresentada com o objetivo de desenvolver novas competências curriculares para educadores em formação. O projeto segue uma abordagem experiencial, em que a dramatização de textos permite que os alunos repensem seu papel educativo dentro da escola como futuros professores e anteriormente como alunos desses cursos de bacharelado. Ou seja, não é apenas a oralização dos textos, mas também o uso deles por meio da linguagem corporal, do movimento e da musicalidade, que leva o aluno a repensar seu papel educativo. O potencial de “INVENTaTe” deriva das atividades propostas e criativas que convergem na criação do título deste projeto, composto pelo lexema (INVEN-) do inflexível (-Ta-) Teatro Aplicado e pelo sufixo (-Te), Teatro na Educação.

Os objetivos fundamentais da proposta são os seguintes: 1) adquirir a formação literária necessária por meio da leitura e dramatização de textos de natureza diversa (literária, filosófica, ética, social); 2) estimular o desenvolvimento coletivo e individual (^{BALDWIN, 2014}; ^{GARCÍA-GARCÍA; PARADA-MORENO; OSSA-MONTOYA, 2017}; ^{MOTOS et al., 2013}) por meio de estratégias criativas; 3) proporcionar coesão social e mecanismos de empoderamento para os alunos; e 4) aumentar o conhecimento tanto de crianças quanto de jovens adultos da literatura como uma competência específica do futuro professor da escola primária.

2 Metodologia

O objetivo deste projeto foi promover a formação de uma equipe de inovação educacional que adapte os processos de ensino e aprendizagem aos desafios sociais e educacionais do contexto atual. Utilizando o teatro e a dramatização, pretendia-se que os alunos dos vários graus de licenciatura leccionados na Faculdade de Educação (Educação Pré-Escolar, Ensino Básico, Educação Social e Pedagogia) pudessem beneficiar desta ferramenta para melhorar a sua linguagem oral, dicção, gesticulação e postura. Isso pode ter um impacto positivo em suas carreiras como alunos, uma vez que muitas vezes são obrigados a fazer apresentações orais para seus professores e outros colegas, além de testes orais, e tutoriais individuais ou em grupo. Também esperávamos que através do projeto eles desenvolvessem competências-chave como futuros profissionais de ensino. Em seu futuro profissional, eles terão que lidar com seus alunos, colegas de trabalho, diretores de escolas e coordenadores, com os quais se espera que eles se comuniquem fluentemente e efetivamente a fim de alcançar seus objetivos.

Em geral, por meio da estratégia discursiva da dramatização, uma série de competências-chave estão envolvidas na formação de professores de qualquer curso universitário oferecido na Faculdade de Educação e, em particular, nos participantes deste projeto. Estes incluem competência linguística como competência básica e competência estratégica como parte da competência comunicativa (^{QUILES, 2021}). Nesse sentido, a comunicação não verbal, a linguagem corporal e os movimentos gestuais, que complementam palavras, proxêmicas ou distâncias entre interlocutores e paralinguísticos (relacionados à entonação, volume, tom de voz e expressões faciais) são essenciais. Além disso, a competência lexical e o vocabulário rico dos alunos da pré-escola e do ensino fundamental são desenvolvidos por meio da leitura dos textos dramáticos fornecidos. Além disso, essas leituras devem demonstrar boa competência artística dos universitários por meio da linguagem corporal e movimentação física (^{BITTENCOURT; BASSALO, 2021}), musicalidade e entonação expressiva. Isso porque a dramatização consiste em representar ações reais ou imaginárias, geralmente em diálogo, capazes de despertar o interesse de quem está no papel de espectador. A dramatização tem potencial para integração, ou seja, uma ou mais personagens desenvolvem uma ação por meio de monólogo ou estratégias discursivas multigeridas (diálogos, conversas e palestras). Não são utilizadas apenas palavras, mas também gestos, pantomima e expressão corporal ou musical. Assim, a dramatização é considerada uma atividade muito completa, pois combina as quatro ferramentas básicas para esse fim: 1) expressão linguística, 2) expressão corporal, 3) expressão visual e artística, e 4) expressão musical rítmica.

O projeto foi executado por quatro professores de diferentes departamentos da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Granada, todos eles com um claro perfil interdisciplinar e ligados por um propósito comum: introduzir o teatro e a dramatização na prática docente. O projeto também incluiu uma estudante de graduação (bolsista do projeto e que tem formação teatral e musical), junto com uma professora de teatro, María Megías, de “La estupenda”, Artes Cênicas, SG, Granada (Espanha).

Os conhecimentos prévios do grupo favoreceram uma sinergia de trabalho entre docentes universitários, estabelecendo uma cultura de colaboração e cooperação, necessária nesta área. Por meio das tarefas do projeto, os professores, em conjunto com o profissional colaborador das Artes Cênicas e o aluno de graduação do projeto, geraram dinâmicas de aprendizagem entre colegas e puderam compartilhar ideias e estratégias educacionais que resultaram em uma melhoria geral na a qualidade do ensino.

Os participantes do projeto eram alunos de graduação voltados ao Ensino Fundamental, que cursavam as disciplinas ministradas pelos professores colaboradores. Os beneficiários indiretos do projeto são os próprios professores e colaboradores, bem como os alunos dos restantes cursos de licenciatura lecionados na Faculdade de Educação da Universidade de Granada, que poderão assistir às exposições e mostras resultantes do processo de trabalho e que não tenham participado diretamente do projeto.

Em relação às fases do projeto, foi estabelecida uma primeira fase no início do ano letivo 2020/21 quando aconteceram os primeiros contatos entre os membros da equipe de trabalho. Nessa etapa, a bibliografia foi coanalisada e o material foi selecionado de forma colaborativa.

Entende-se que a avaliação é um processo que visa a tomada de decisões com o objetivo de promover a melhoria e alcançar níveis mais elevados de qualidade. Portanto, ao planejar a avaliação do projeto “INVENTaTe” a intenção era determinar quanto dos objetivos do projeto foram alcançados a fim de fazer melhorias.

Na educação pelas Artes, não basta utilizar os processos empíricos sem estimular a reflexão posterior sobre esses processos. A arte não serve apenas para ensinar como é o mundo, mas “[...] também para mostrar porque é assim e como pode ser transformado” (^{BOAL, 2011}, p. 115). Portanto, o componente avaliativo é um aspecto essencial da atividade implementada. Da mesma forma, foi realizado um treinamento pelo professor de teatro, com o objetivo de proporcionar recursos dramáticos aos professores do projeto e ao titular da bolsa de apoio ao projeto. Em resumo, as técnicas oferecidas são as seguintes: dar sentido ao texto, respirar, não se mover sem um objetivo definido, projetar a voz, vocalizar, dar ritmo e melodia ao texto, ter uma intenção clara, dar emoção, sentir o corpo e a expressão facial e apreciar a performance.

Em uma segunda fase, a turma demonstrou envolvimento ativo na observação e avaliação do processo criativo de cada aluno, por meio de diversos testes diagnósticos. A terceira fase consistiu na análise dos resultados dos testes diagnósticos e dos ajustes considerados pertinentes no planejamento pedagógico (práticas), bem como na avaliação dos sujeitos envolvidos no projeto. Na quarta fase, as atividades de dramatização foram incorporadas ao planejamento das tarefas práticas dos sujeitos envolvidos (redação de histórias, histórias de vida, teatro e música) e foi realizada a avaliação intermediária do projeto.

A quinta fase foi reservada para a avaliação final dos sujeitos envolvidos. O projeto foi inicialmente avaliado de forma processual e somativa. Foi dada uma ênfase especial à importância de avaliar a eficácia intermediária do processo, pois isso permite que sejam feitas melhorias no processo educacional em andamento conforme necessário.

Por fim, a sexta fase envolve a divulgação científica e o networking dos resultados mais relevantes alcançados por meio de um blog criado pela coordenação do projeto (blogs.ugr.es/inventate). Neste projeto, as avaliações são abordadas de forma participativa. A avaliação é feita não só da aprendizagem dos alunos no curso de bacharelado, mas também do desenvolvimento dos professores, considerando que o projeto visa a introduzir melhorias (utilizando ferramentas dramáticas) no desempenho dos professores e renovar algumas abordagens pedagógicas consideradas obsoletas. Portanto, busca-se estimular a reflexão crítica do grupo docente que implantou o projeto, repensar a própria prática profissional e estimular a reflexividade dos professores envolvidos.

3 Resultados e discussão

Os resultados finais do projeto INVENTaTe estão resumidos a seguir:

Todos os materiais audiovisuais citados anteriormente podem ser encontrados no blog criado especificamente para o projeto inovador (http://blogs.ugr.es/inventate), bem como um guia básico para as dramatizações realizadas no âmbito da sala de aula. Este blog também conta com as notícias mais recentes dos eventos que estão ocorrendo na cidade e província, bem como links para sites interessantes relacionados ao teatro.

Uma das seções essenciais desse blog é a “Oficinas de Dramatização”. Estas oficinas acontecem desde o ano letivo de 2018/19, como atividade educativa não formal e voluntária, por meio da prática e como “Práticas de Campo”, atividade apoiada economicamente pelo Programa de Apoio ao Ensino Prático na Vice-Reitoria de Educação da Universidade de Granada. Nessas oficinas de dramatização, também são realizadas leituras dramatizadas, com grupos muito pequenos (máximo de 12 pessoas) por uma duração total de 15 horas (com 0,5 créditos livres). Nessas sessões, todos os tipos de textos adequados são usados como ferramentas para compreender e colocar em ação o potencial de futuros professores e educadores como palestrantes. Além disso, a técnica de interpretação com o uso de recursos baseados em texto é apresentada. A seguir, um resumo de algumas das opiniões pessoais dos alunos que participaram do INVENTaTe durante o ano letivo 2020/21:

Achei a proposta muito interessante e, na minha opinião, deveria ser continuada com outros cursos. Nesta edição, foram poucos os participantes, mas foi muito bom. Adorei aprender um pouco sobre as diferentes técnicas utilizadas no teatro, para nos expressarmos melhor, para perder a vergonha [...].

Muito interativo, muito dinâmico. Foi ótimo.

Eu adorei. Com o decorrer das sessões, percebi o quanto progredi e isso me ajudou a ter mais confiança em mim mesmo e a me abrir um pouco mais para as pessoas. Além disso, os dois professores são ótimos.

Por meio de métodos criativos, as práticas teatrais podem facilitar os processos educacionais que promovem um valioso desenvolvimento cognitivo e prática de desenvolvimento pessoal. Essas práticas permitem o desenvolvimento de habilidades criativas e críticas, questionando o que se assume sobre o mundo e desconstruindo preconceitos (^{MCKENNA, 2014}). Da mesma forma, as fórmulas teórico-práticas que combinam teatro, educação e intervenção social constituem poderosos mecanismos moderadores da vulnerabilidade social e contribuem para a transformação social e empoderamento de grupos excluídos (^{CAPOUS-DESYLLAS; MORGAINE, 2018}; ^{MACKEY, 2016}), que são questões-chave no campo das ciências sociais e da educação.

Além disso, alguns estudos um enfoque no impacto das metodologias artísticas no desenvolvimento profissional e na formação de professores (^{DOBSON; STEPHENSON, 2018}; ^{GARCÍA GÓMEZ; DE VICENTE HERNANDO, 2020}). Outros investigam a aplicação do teatro (^{FLENSNER; LARSSON; SÄLJÖ, 2019}; ^{NURI; BAYRAM TOPDAL, 2014}), música (^{LAGE-GÓMEZ; CREMADES-ANDREU, 2020}; ^{PALKKI, 2020}) ou dança (^{CONESA; ANGOSTO, 2017}; ^{ROKKA et al., 2019}) na melhoria educacional e no desenvolvimento da criatividade do aluno. A literatura científica que discute essas experiências destaca o potencial das artes para promover o desenvolvimento coletivo e individual e o aprendizado de novos códigos de expressão e diálogo (^{MUÑOZ BELLERIN; CORDERO RAMOS, 2017}). Além disso, também enfatiza o potencial para desenvolver estratégias para lidar com conflitos de uma forma pacífica e criativa (^{AGUIAR, 2020}).

5 Considerações finais

Um dos objetivos do “INVENTaTe” era incentivar os alunos a desenvolver a cidadania e desenvolver atitudes críticas e comprometimento com a educação. A literatura dramática é proposta de forma dialógica e participativa, incentivando os alunos a partilharem as suas leituras e a utilizarem as suas ferramentas de dramatização à medida que as adquirem, com o intuito de despertar o seu interesse pela experiência da leitura. Espera-se que este projeto contribua para o enriquecimento cultural e pessoal da sociedade atual, criando indivíduos que entendam o contexto no qual estão inseridos e incentivando “hábitos saudáveis” desejáveis, como a leitura, que promovem a sustentabilidade de um mundo melhor e mais justo (MOLINA; DEL MORAL-BARRIGÜETE, 2019).

Outro ponto forte do projeto “INVENTaTe” é promover o uso de novas tecnologias para registrar e transmitir conhecimento. Esta questão é de vital importância hoje em dia, após as circunstâncias de confinamento forçado durante a pandemia de Covid-19.

O projeto promove uma apropriação crítica dos recursos digitais para fomentar o desenvolvimento de competências digitais e de comunicação, essenciais na sociedade do século XXI. Assim, as tecnologias são usadas como ferramenta de trabalho, registrando as sessões para que alunos e professores vejam suas práticas, avanços e possíveis melhorias. Essas gravações também fortalecem suas habilidades e conhecimentos e, posteriormente, são úteis para continuar a transmitir esses conhecimentos por meio de aulas online e práticas de grupo, entre outros. Espera-se que as habilidades interpretativas compartilhadas por meios tecnológicos possam ajudar os alunos a ganhar confiança, a falar em público, a se familiarizar com suas ferramentas pessoais para transmitir histórias a um público, chamar a atenção de seu público, bem como a se sentir mais à vontade durante futuras aulas, sejam assistidas ou ministradas.

Da mesma forma, a dramatização como ferramenta interativa promove o uso de linguagem verbal, não verbal, literária, artística e musical, para uma comunicação mais eficaz que é mais humana e integral para as pessoas na sociedade de hoje, tanto dentro como fora da sala de aula (seja de forma presencial ou virtual, dependendo das circunstâncias).

Resumidamente, a dramatização é uma ferramenta adequada para compreender e colocar em ação as potencialidades dos futuros professores e educadores como palestrantes, utilizando técnicas de interpretação com textos dramáticos. Na criação de palco, o individual e o comum, o eu e os outros, vêm simultaneamente; a dramatização destaca-se assim pela capacidade de apelar ao grupo, ao mesmo tempo que permite a expressão da individualidade.

A arte permite trabalhar a partir de uma pluralidade de perspectivas e enfatizar a riqueza dos processos de construção conjunta e troca de conhecimentos. Também permite construir significados e sentidos juntos e romper com os excessos do narcisismo. A este respeito, o professor Fernández-López (2015, p. 95) afirma:

O exercício do grupo artístico nos reeduca na humildade, no projeto comum, na responsabilidade, na corresponsabilidade e mais além, na vivência e no prazer compartilhados do processo, do produto e da sua exposição aos outros. Em todos estes processos aprendemos a reconhecer os erros do outro, a trocar críticas, a apoiar e sustentar os outros, a conter o grupo, a aprender a deixar-nos ajudar e a manter os níveis individuais que juntos constituem um todo.

A criação de uma produção artística de palco requer um esforço conjunto e coordenado para despertar e renovar os vínculos com o entorno (^{ALLAN, 2014}). É por isso que a união de vários professores de diferentes áreas do conhecimento da educação, em conjunto com profissionais das artes dramáticas, representa uma oportunidade de estabelecer um diálogo entre disciplinas e pessoas com diferentes tipos de saberes, o que pode levar a uma melhoria global da prática educativa e a formação de futuros educadores.

Sucintamente, os resultados esperados deste projeto foram alcançados. Acreditamos que uma educação linguístico-literária plena criativa e emocional foi cumprida, auxiliada pela promoção e incentivo à leitura de textos literários, filosóficos e sociais comprometidos com a complexa e diversificada sociedade de hoje que se promove a igualdade de gênero, vida saudável e sustentabilidade ambiental utilizando textos dramáticos que podem oferecer uma educação de qualidade. Além disso, esta experiência educacional aumentou a consciência da sociedade do futuro para promover uma coexistência ideal com os outros e com o nosso planeta. A INVENTaTe também teve como objetivo promover a formação de um time interdisciplinar para utilizar práticas pedagógicas inovadoras como esta, que possam revigorar os processos de ensino e aprendizagem adaptáveis à sociedade atual em crise, aliando criatividade, linguagem e literatura, música e Teatro Aplicado (TA) na Educação. Esta equipe interdisciplinar envolve os seguintes departamentos: Didática da Língua e Literatura Espanhola, Didática da Expressão Musical e Didática Geral e Organização Escolar.

Utilizando esses princípios didáticos, uma proposta de formação inovadora foi articulada com sucesso, visando a incrementar a formação dos futuros professores do ensino básico, proporcionando aos alunos oportunidades de aprendizagem para a incorporação de conhecimentos, processos de trabalho científico e competências ou recursos próprios do profissional do curso de bacharelado.