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Educação & Formação

On-line version ISSN 2448-3583

Educ. Form. vol.7  Fortaleza  2022  Epub Mar 25, 2023

https://doi.org/10.25053/redufor.v7.e8015 

Artigos

História das mulheres: formação docente, lutas e conquistas

La historia de las mujeres: formación de profesores, luchas y logros

Francisco Joel Magalhães Costa1 
http://orcid.org/0000-0002-8693-2954; lattes: 9141101809118596

Bruna Germana Nunes Mota1 
http://orcid.org/0000-0001-9595-6408; lattes: 9178345576215377

José Rogério Santana1 
http://orcid.org/0000-0002-8327-5864; lattes: 6859739260962963

1Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil


Resumo

O objetivo deste artigo é compreender a relação entre a História, a história das mulheres e as dissertações e teses produzidas pelo Núcleo de História e Memória da Educação, vinculado à Universidade Federal do Ceará. O estudo analisa a compatibilidade das produções acadêmicas com a Escola dos Annales e suas propostas vinculadas aos processos mentais, às representações e à vida cotidiana; e com a Escola Inglesa do Marxismo e seu entusiasmo pela História Vista de Baixo. A pesquisa destaca o estudo sobre as mulheres e revela as investigações históricas sobre as experiências e as práticas social, cultural e educacional das mulheres. A abordagem da pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo exploratório-bibliográfica. Entre os trabalhos, foram encontradas 14 pesquisas que abordam o tema. Tal levantamento confirma a relação teórico-metodológica das pesquisas com as Escolas e a importância do estudo sobre as mulheres.

Palavras-chave autonomia; preconceito; visibilidade; formação de professores.

Resumen

El objetivo de este artículo es comprender la relación entre la Historia, la historia de las mujeres y las disertaciones y tesis producidas por el Núcleo de Historia y Memoria de la Educación, vinculado a la Universidad Federal de Ceará. El estudio analiza la compatibilidad de las producciones académicas con la Escuela de los Annales y sus propuestas vinculadas a los procesos mentales, las representaciones y la cotidianidad; y con la Escuela Inglesa de Marxismo y su entusiasmo por la Historia desde Abajo. La encuesta destaca el estudio sobre las mujeres y revela las investigaciones históricas sobre las experiencias y prácticas sociales, culturales y educativas de las mujeres. El enfoque de la investigación es cualitativo, de tipo exploratorio-bibliográfico. Entre los trabajos, se encontraron 14 estudios que abordan el tema. Esta encuesta confirma la relación teórico-metodológica de la investigación con las Escuelas y la importancia de estudiar a las mujeres.

Palabras clave autonomía; preconcepción; visibilidad; formación de profesores.

Abstract

The objective of this article is to understand the relationship between History, the history of women and the dissertations e theses produced by the Nucleus of History and Memory of Education, linked to the Federal University of Ceará. The study analyzes the compatibility of academic productions with the Annales School and its proposals linked to mental processes, representations and everyday life, and with the English School of Marxism and its enthusiasm for History from Below. The research highlights the study of women and reveals historical investigations into women’s social, cultural and educational experiences and practices. The research approach is qualitative, and exploratory-bibliographic. Among the works, 14 studies that addressed the topic were found. These data confirm the theoretical-methodological relationship of research with the Schools and the importance of studying women.

Keywords autonomy; prejudice; visibility; teacher training.

1 Introdução

Abordar a história das mulheres não é uma tarefa fácil, pois implica falar de preconceitos, lutas e conquistas. São episódios passados nos campos social, político, econômico e educacional, diante da classe dominante e patriarcal, que via - e, em parte, ainda vê - a mulher como subordinada e incompetente para a produção e para o academicismo; e diante dos historiadores tradicionais, com visão reducionista, que não tinham interesse nem viam as experiências femininas como dignas de compor uma história ou disciplina.

No domínio da economia, a relação entre a História e o cotidiano mostra, segundo Del Priore (1997), o processo de divisão de trabalho, implantado pelo capitalismo, fundamentar a divisão entre homens e mulheres, qualificando os primeiros como aptos à produção e à vida pública e considerando-os como chefes de família e fixando as mulheres à esfera doméstica, como mães de família.

No campo social, nas palavras de Le Goff (1990), a sociedade mostra-se eficiente na qualificação dos indivíduos referente ao campo tecnológico, mas fica aquém quanto à integração social, pois há grupos considerados marginais, como estrangeiros, jovens, velhos, deficientes e mulheres, que não ocupam um lugar normal no seio da comunidade.

Nos termos de Burke (1992), havia o preconceito, por parte dos historiadores tradicionais, com novos campos, como o da história das mulheres e da cultura popular, vistos como independentes ou opostos à história dos homens e da cultura erudita. As ações dos homens, sobretudo dos grandes vultos, eram consideradas uma norma, importantes para a história da humanidade, em geral, enquanto as ações das mulheres eram subestimadas ou subordinadas a espaços particularizados.

No campo político, as reivindicações e enfrentamentos provocaram movimentos em vários setores sociais e educacionais. O movimento feminista dos anos 1960, nos Estados Unidos, contribuiu para o seguimento da história das mulheres e “[...] criou uma identidade coletiva de mulheres, indivíduos do sexo feminino com um interesse compartilhado no fim da subordinação, da invisibilidade e da impotência, criando igualdade e ganhando um controle sobre seus corpos e sobre suas vidas” (BURKE, 1992, p. 67). O movimento suscitou a participação de estudantes e docentes, que se mobilizaram em favor da criação de cursos nas universidades, para o estudo das mulheres. Tal ação se estendeu a outras partes do mundo, incluindo o Brasil.

Por fim, no campo educacional, deparamo-nos com uma história de barreiras impeditivas à formação das mulheres e uma miríade de dificuldades ao longo do processo formativo. Alvarenga (2019), ao comentar sobre a educação das mulheres no século XIX, afirma que o discurso da época visava a construir o feminino sob âmbito da domesticidade e que as representações sobre elas, as suas práticas sociais e os modos de educá-las eram múltiplos e contraditórios.

Segundo Oliveira, Araújo e Silva (2021, p. 3):

[...] os saberes da prática professoral, forjados no cotidiano, são tão complexos e importantes que ultrapassam os limites da formação inicial. Os cursos de formação de professores ainda são lacunares no que diz respeito à efetivação de uma formação que leve em conta o repertório de saberes oriundos da prática e que são essenciais à constituição do ser professor.

Nessa perspectiva, vê-se neste trabalho a trajetória de formação e profissionalização de professoras em variados lócus educacionais e temporalidades carregados de antagonismo.

Historicamente, a trajetória da mulher é marcada por inúmeras diferenças. No entanto, nas últimas décadas, o estudo de grupos e indivíduos considerados, até então, excluídos tem sido alvo de investigação, nesse bojo a mulher está inserida, por isso ela chegou à condição de objeto e sujeito da História. Assim, a história das mulheres é uma prática estabelecida em quase todo o mundo (BURKE, 1992; SOIHET, 1997).

A inclusão da mulher nos domínios históricos se deve às novas tendências historiográficas que ocorreram na França e na Inglaterra nas primeiras décadas do século XX. No cenário francês, a Escola dos Annales buscou uma nova escrita para a História, a partir da análise de todas as experiências e vivências de todos os sujeitos de uma determinada sociedade; e, na cena inglesa, a Escola Inglesa do Marxismo explorou a ideia de resgatar os excluídos do processo histórico e vislumbrou a participação dos movimentos populares nas lutas por conquistas materiais e culturais contra as classes poderosas, dentro de uma perspectiva marxista.

A Escola dos Annales foi constituída em 1929, a partir da fundação da Revista Annales, oficialmente denominada de “Anais da História Econômica e Social” por Lucien Febvre e Marc Bloch, historiadores e professores da Universidade de Estrasburgo. Ambos se preocupavam com o estudo de novas abordagens e novos objetos para a História. Outra inquietação era a aproximação da História com outras disciplinas humanas e sociais, como Antropologia, Geografia, Economia, Sociologia, entre outras. A inclusão da interdisciplinaridade ampliou o campo histórico com histórias de pessoas comuns, como crianças, escravos, negros, mulheres, dentre outras, projetando novas fontes e novos objetos.

A nova historiografia proposta pelos Annales determinou um novo rumo para a História. Esta, abrangente e totalizante, abria um leque de possibilidades de se fazer História, muito por conta de outras disciplinas, suas teorias e métodos. Esse processo diversificou o fazer historiográfico, constituindo a Nova História. Nessa perspectiva, a Escola tencionava substituir a tradicional narrativa de acontecimentos por uma história- -problema, para contemplar todas as atividades humanas (BURKE, 1991).

A primeira geração da Escola dos Annales, formada por Febvre e Bloch, foi de 1929 a 1949. Nesse período, de acordo com Canabarro (2008), eles abordaram determinadas categorias e conceitos que caracterizaram a geração inicial, como a historiografia, interdisciplinaridade, história econômica, consciência coletiva, representações mentais e sociais e as histórias rural, problema, das sensibilidades e da religião.

Bloch, alistado no exército, foi fuzilado em 1944, e Febvre continua à frente dos Annales, com a colaboração de Charles Morazé, Robert Mandrou e Fernand Braudel. Nesse contexto, Febvre e Braudel conduzem a segunda geração. Porém, com a morte de Febvre em 1956, Braudel assume a direção da Escola, mantendo a ideia da História Total, em todas as suas dimensões sociais. Com a aposentadoria de Fernand Braudel, abre-se um novo olhar, focado nos acontecimentos que rodeavam o contexto do sujeito. Surgia a terceira administração dos Annales, sob a direção de André Burguière e Jacques Revel, mas os principais nomes eram Jacques Le Goff e Pierre Nora.

Segundo Burke (1991), essa geração se caracterizou pelas grandes mudanças intelectuais e pela fragmentação. Vários membros do grupo seguiram o projeto de Febvre, incorporando à História os conceitos de infância, odor, sonho e corpo; outros retornaram à história política e à dos eventos; e alguns praticaram a história quantitativa. Entre as mudanças, está a inclusão do estudo sobre as mulheres e algumas ideias trazidas dos Estados Unidos por membros que lá viveram, como a psico-história, história popular e antropologia simbólica. A partir daí, os Annales abandonam a ideia divisível de gerações e consolidam a Nova História, renovando a história narrativa e do acontecimento e exaltando a história-problema, voltada para todas as atividades humanas.

As ações humanas também foram foco da Escola Inglesa do Marxismo, composta, inicialmente, por um grupo de historiadores marxistas que evidenciavam a cultura ao primeiro plano nas discussões atreladas à Política e à História Social. Este grupo estava vinculado à revista Past & Presente, cujo propósito estava inclinado às renovações do corpo teórico-prático do Materialismo Histórico. Três importantes historiadores formavam a Escola de pensamento marxista dentro da historiografia inglesa, a saber: Christopher Hill, Eric Hobsbawm e Edward Palmer Thompson.

Nas primeiras obras de Hill, os estudos sobre política e economia se sobressaíam aos estudos culturais, entretanto, em O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a revolução inglesa de 1640, Hill (1987) se mostra mais aberto a novas perspectivas, à revolução cultural, daí o foco aos trabalhadores de várias espécies e pela parte inferior da população.

Hobsbawm, como historiador, participa desde o início do processo renovador da historiografia inglesa, provocando uma revolução disciplinar, a partir dos anos 1930, momento em que os efeitos renovadores tomam forma, influenciados pelo pensamento marxista. Boa parte de sua obra tende para os problemas sociopolíticos, sobretudo pelas classes subalternas, incluindo aí os ofendidos, humilhados, famintos, oprimidos e rebeldes (HOBSBAWM, 1983, 2000, 2001).

Sobre Thompson, a sua prática docente influenciou os estudantes de História, dentro e fora da Inglaterra. Seus interesses estavam atrelados ao ativismo político e à educação popular (THOMPSON, 1987a, 1987b, 1987c), uma ação extracurricular, ministrada a homens e mulheres comuns; e sua produção intelectual, como a do grupo, apontava para o estabelecimento de ideias da História Social e da História Vista de Baixo, com o envolvimento dos movimentos populares, como fator ativo do processo.

A produção de conhecimento histórico, na perspectiva vista de baixo, derivava da investigação de todas as atividades humanas, de mulheres, crianças, jovens e homens considerados comuns, uma massa que faz parte do processo histórico tanto quanto os grandes vultos. A experiência daqueles sujeitos é considerada sem importância para a história convencional, mas é vista pela História Vista de Baixo como objeto de estudo, pois ela procura compreender todas as atividades e sentimentos do passado deste contingente.

O conceito histórico denominado História Vista de Baixo, de acordo com Burke (1992), surgiu, em 1966, com a publicação do artigo “The History from Below”, de autoria de Edward Palmer Thompson. Assim, a História, com um novo campo de investigação, passa a valorizar a experiência e vivência das pessoas comuns e todas as atividades humanas, mote para as pesquisas dos núcleos de História da Educação, dos Programas de Pós-Graduação em Educação, enaltecendo a educação como recurso de investigação e transmissão que propaga os saberes da massa que saiu “do sótão ao porão”.

As experiências e ações desses sujeitos sociais, vividas e transmitidas nos diversos contextos e variados ambientes, fomentam a História da Educação. Esta, como disciplina, surge no final do século XIX, integrando as Ciências Humanas, como a Sociologia, Psicologia e Filosofia. Juntas dialogam para compreenderem o ser humano e, como campo de investigação, ampliam o nosso universo como sujeitos históricos e contribuem para a formação integral, pelo caminho da cultura das línguas, científica e histórica. Ela é pluridisciplinar, com múltiplos temas e objetos de pesquisa, como a história da criança, do ensino, da educação da mulher, dos jovens, dentre outras (MOROSINI, 2006).

A investigação sobre as pessoas comuns, incluindo as mulheres, pode auxiliar na identidade de indivíduos, classes e grupos inferiores, como os pesquisadores e pesquisados das dissertações e teses produzidas pelo Núcleo de História e Memória da Educação (Nhime).

2 Metodologia

A influência da Escola dos Annales e da Escola Inglesa - e seus campos de estudos - permeia, em nossos dias, os Programas de Pós-Graduação em História e outros programas, que trazem em suas grades o estudo da História. É o caso do Nhime, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Faculdade de Educação (Faced), da Universidade Federal do Ceará (UFC). O Nhime segue uma via educacional que contempla os mais diversos eixos temáticos e passa a visitar espaços e atividades humanas atrelados às práticas educativas (digitais) e culturais, que podem ser pesquisados e transformados em objeto de estudo histórico-educacional.

Foi a partir de nossa percepção sobre os temas e campos de estudo citados e do cotejamento com os trabalhos realizados pelo Núcleo que surgiram a definição do tema e a formulação do problema de pesquisa. Este surge de um espírito investigativo, ansioso por respostas da realidade questionada, buscando soluções ou mesmo a compreensão do fato a ser estudado. A escolha do problema, assim como o tema, sobrevém da experiência do pesquisador em seu ambiente de trabalho ou de suas curiosidades (LIRA, 2014).

As questões e objetivos que envolvem a história e a memória da educação com as escolas históricas foram indagados a partir de um debate sobre a revolução historiográfica causada pela Escola dos Annales, realizado na sala do Nhime, lócus de produção das dissertações e teses analisadas, o mesmo lócus onde estudamos e pesquisamos e também de onde surgiram a ideia e a inquietação de saber se as dissertações e teses sobre as pessoas comuns e as mulheres, produzidas pelo Núcleo, teriam sido influenciadas ou mostrariam uma certa relação com uma determinada escola.

Na tessitura e investigação da história das mulheres, os recursos metodológicos são imprescindíveis. Entre eles, encontram-se alguns totalmente adequados à construção histórica de pessoas consideradas inferiores, pois não existe, de modo geral, uma bibliografia sobre elas. Nesse caso, os pesquisadores, ao construírem a história de tais pessoas, precisam ouvir as suas narrativas, precisam entrevistá-las, precisam ouvi- -las, ou seja, dependem da tradição oral.

As razões apresentadas compõem a justificativa desta pesquisa, que “[...] consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa” (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 219). São os motivos dos sujeitos e suas histórias, apresentados ao círculo acadêmico e não acadêmico, que farão com que sejam relembrados e com que suas histórias sejam lidas, relidas e reproduzidas.

Nesse contexto, a fundamentação teórica é indispensável, pois oferece maior cientificidade ao estudo, através de resenhas feitas pelo pesquisador em busca de teorias sobre o assunto, aceitas pela comunidade científica, pertinentes à discussão do tema (LIRA, 2014). Para isso, debruçamo-nos sobre uma bibliografia que contém as teorias ligadas às escolas históricas e sobre uma literatura composta de livros e artigos voltados à técnica e métodos.

A tipologia da pesquisa é exploratório-bibliográfica, com análise de fontes secundárias. Trata-se de um estudo pouco explorado, que tem como escopo esclarecer alguns conceitos e relação entre eles. A abordagem da pesquisa é de cunho qualitativo, pois trata-se de uma pesquisa descritivo-interpretativa, atribuída aos dados e informações observados, coletados, organizados e analisados (LIRA, 2014).

Para o levantamento atualizado de pesquisas, foi utilizado o recurso Estado da Arte, que, segundo Ferreira (2002), tem o caráter bibliográfico, com o desafio de mapear e discutir uma temática sobre determinada produção acadêmica, entre os diversos campos do conhecimento; e a função de responder aos aspectos, dimensões e condições ao se produzir determinadas dissertações de mestrado e teses de doutorado. Elas recebem o reconhecimento por desenvolverem metodologia de cunho inventariante e descritivo acerca da produção acadêmica sobre determinados temas.

Nesse rumo, a ideia foi mapear, em primeiro momento, todas as teses e dissertações realizadas pelo Nhime entre 2000 e 2018; em seguida, apontar as categorias teóricas adotadas pelos autores em cada pesquisa, a fim de encontrarmos um diálogo com a história das mulheres, cujo processo conduz à técnica de análise, baseada na Análise de Discurso, na perspectiva francesa, também conhecida como AD, que lida com a realidade crítico-social.

Tal procedimento alcançou as dissertações e teses apresentadas, fruto da pesquisa realizada no site da UFC. A seleção foi coletada no repositório institucional da UFC, cujo propósito consiste em reunir, armazenar, organizar, preservar e disseminar a produção científica e intelectual da comunidade universitária. A triagem específica deste estudo foi empreendida na comunidade Faced, em que foram encontrados 2.396 trabalhos, dos quais foram descobertas 109 defesas, sendo 58 dissertações e 51 teses. Entre elas, foram identificadas 36 de mestrado e 16 de doutoramento, que dissertam sobre a história das pessoas comuns (UFC, 2020).

Tal levantamento encontrou 14 pesquisas que abordam as condições e histórias de mulheres, em que se confirmou a influência da Escola dos Annales e da Escola Inglesa e seus campos de estudo, como os processos mentais, as representações e a vida cotidiana, proposições da primeira escola; e a História Social e História Vista de Baixo, propostas pela segunda, nas produções científicas do Nhime/PPGE/UFC.

3 Resultados e discussão

O resultado apontou 14 estudos que envolvem as histórias de mulheres comuns, leigas, estudantes, educadoras, prostitutas, rendeiras, militantes e escritoras. São histórias de mulheres que apresentam a realidade tal qual, sem remodelação plástica nem tapumes.

O primeiro exemplo é a dissertação Quem te ensinou fazer renda? A cultura dos morros da Mariana-PI como influência na educação pela renda de bilros, em que Meneses (2009) narra a trajetória de duas professoras de renda, para compreender, na perspectiva educacional, a produção da renda de bilro; a transmissão desse costume pela oralidade; e como a cultura age sobre o ensino-aprendizagem informal e não formal do ofício em questão.

Na próxima dissertação, denominada Cefam: Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério: homoerotismo, (in)disciplina e panoptismo - histórias de vida de jovens normalistas em regime integral no Instituto de Educação do Ceará (1992-1995), Campêlo (2009) foca as histórias de vida de mulheres envolvidas com o projeto de formação de professores no Instituto de Educação do Ceará, em que analisa a prática e resultados educacionais do projeto pedagógico e as emoções e sentimentos inerentes ao relacionamento entre as internas, que afeta o estilo e o sentido da prática e conduta disciplinar durante o curso.

Em outra contribuição, Araújo (2010) disserta, em Trajetórias de formação e profissionalização de professoras leigas do município de Itapiúna-CE, sobre as vivências e experiências de mulheres no campo da docência ao mesmo tempo que cursavam os ensinos de primeiro e segundo graus entre os anos de 1960 e 1990, quando evidenciadas as dificuldades frente às condições precárias de trabalho por causa dos elementos históricos e geográficos da região.

Na dissertação Saberes e práticas das professoras do 5º ano, matéria-prima para a aprendizagem matemática das crianças, Silva (2011) verifica se os saberes e as práticas das docentes se transformam em aprendizagem da criança, de acordo com os indicadores do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A pesquisa mostrou que os saberes e práticas das professoras, embasados por uma formação permanente, qualificada e focada na aprendizagem da criança, somados a condições adequadas, são determinantes para um resultado positivo. Esta resposta não se deve apenas à formação e às condições, mas também, segundo Schuetz, Gomes e Cardoso (2021), às ações das docentes, que são ativas, ressignificam e intervêm no cotidiano de sua prática, cuja reflexão sobre esta conduz à construção de novas possibilidades de atuação.

No campo biográfico, em Narrativas biográficas de Dandara Aragão: práticas educativas informais, prostituição e o uso de drogas em bordel do centro da cidade de Fortaleza, Matos (2016) questiona uma profissional do sexo e professora de alfabetização e de dança se as práxis educativas podem ser identificadas na zona do meretrício e se este espaço pode ser considerado como construtor de saberes. Ainda no viés biográfico, Ricarte (2018) narra, em sua dissertação intitulada Narrativas da professora Ruth Cavalcante: lições de educação, militância e exílio no período de 1960 e 1990, a trajetória de vida da professora Ruth durante o regime militar no Brasil.

Outro assunto que envolve a história das mulheres está inserido na dissertação O zinidor ‘silencioso’ das mulheres negras de Floriano-PI, na qual Sousa (2016) discorre sobre a contribuição da educação informal para a construção de uma cultura da mulher negra, doravante o aprendizado do cotidiano destas mulheres.

Outra contribuição vem de Cruz (2017), através da dissertação Memórias e narrativas da Escola Normal do Sagrado Coração em Ubajara-CE, em que narra a formação da primeira turma de mulheres normalistas na entidade citada nos meados do século XX. Esse evento representou uma mudança significativa para as mulheres estudantes menos abastadas, que não podiam sair da cidade para o prosseguimento dos estudos.

Na penúltima dissertação, Da roça à cartilha: trajetórias profissionais de professoras leigas rurais de Lavras da Mangabeira (1972-1992), Campos (2018) conta que as mulheres, como profissionais da educação, com salário baixo, eram obrigadas a se manterem como agricultoras, artesãs ou vendedoras de pão e leite para sobreviverem e continuarem a formação docente.

Na última dissertação, A identidade profissional de professoras da educação básica: sentidos e significados atribuídos à docência, Guimarães (2018) aborda a constituição identitária das mulheres, suas histórias de vida, sentidos e significados atrelados à prática docente. Esta, segundo o estudo, é a única opção para as mulheres com espaços e recursos limitados, aliada à necessidade de outras atividades remuneradas para suprir o cuidado da casa e dos filhos.

O método biográfico foi utilizado em duas dissertações e segue na primeira tese, intitulada Mulheres beletristas e educadoras: Francisca Clotilde na sociedade cearense - de 1862 a 1935, na qual Almeida (2012) relata a luta da biografada em busca de seu espaço na literatura e na educação, no meio da intelectualidade masculina no Ceará provinciano, onde a vontade e o desejo feminino não eram observados.

Na tese seguinte, A tradicional Escola Normal Cearense chega ao bairro de Fátima: formação das primeiras professoras primárias (1958-1960), Araújo (2014) analisa a história das primeiras professoras para compreender o currículo, os aspectos pedagógicos, o planejamento de aulas e a preparação da prática docente ou tirocínio das normalistas.

As duas últimas teses entram no terreno da prostituição. A primeira discute a prostituição e a moral cristã, em O reino da glória e a moral católica: memória sobre a educação feminina e a prostituição na cidade de Crato-CE, na qual Florencio (2016) aborda o cotidiano da rua da Saudade, um lugar social ocupado por mulheres e homens que praticam a prostituição num espaço marcado pela moral cristã, imposta pela Diocese do Crato, Ceará. A segunda tese narra a história de 17 profissionais do sexo, frequentadoras dos prostíbulos do Centro de Fortaleza, em Cultura da beleza: prostituição, corpo e práticas educativas. Nela, Aranha (2018) analisa a relação entre as mulheres e as práticas educacionais a partir dos saberes e experiências, do uso da beleza na construção do corpo belo e atrativo.

A história das mulheres ganhou força com a militância feminista, encabeçada pela academia, nos anos de 1960. Soihet (1997) relata que, onde o referido movimento se desencadeou, as reivindicações femininas provocaram uma forte demanda de informações pelos acadêmicos. Estes mobilizaram-se pela instauração de cursos nas universidades dedicados ao estudo das mulheres. Como resultado do movimento, foram criados cursos, colóquios e grupos de reflexão, nas universidades americanas, francesas e inglesas. Multiplicaram-se as pesquisas, tornando a história das mulheres um campo reconhecível em nível institucional. Tal reconhecimento e estudos se estenderam a outras partes da Europa e do mundo, inclusive o Brasil.

A relevância de pesquisar sobre as mulheres, de acordo com as palavras de Paula e Silveira (2014), está na condição de a mulher fazer parte de um tratado de fundamentos teóricos, sociológicos e culturais sobre a luta de sua dignidade e sobre o aspecto cultural em que ela está inserida como pessoa, sendo útil e capaz à atividade produtiva. A mulher mostrou, ao longo da história, que há possibilidade de conquista nos espaços dominados por homens. A mulher de hoje sabe disso, pois ela tem conquistado a independência financeira e o mercado competitivo, apesar das jornadas diárias, da família, do trabalho e dos anseios pessoais, mas há muito a ser conquistado e efetivado, pois a sociedade de hoje ainda se encontra presa aos preconceitos e paradigmas de ontem.

4 Considerações finais

Analisar as pesquisas sobre as trajetórias de lutas, conquistas e formação docente das mulheres nos possibilita enxergar de maneira holística uma cultura excludente, na qual se encontra um conflito nas relações sociais entre os gêneros, indicando divergências no status quo científico, uma vez que havia a ideia de inferioridade feminina, limitando o seu papel social às atividades domésticas. Com as crescentes transformações na sociedade, exigiu-se uma participação mais dinâmica da mulher como protagonista, adotando uma outra postura intelectual. Nesse aspecto, a reconstrução do papel feminino possibilitou uma mudança nas relações de gênero, para que pudesse se libertar dos velhos estereótipos e construir novas formas de se relacionar, comportar, produzir conhecimentos e desenvolver a subjetividade.

A Escola de Annales e a Escola Inglesa, dentre as suas características, promoveram o desenvolvimento da história das mulheres, com o interesse de retratar a história do cotidiano, dando espaço e uma visão de perspectiva diferente do passado, até então invisível aos olhos dos historiadores. As discussões acadêmicas enfatizam o grito de liberdade feminina, liberdade de acesso à educação, à leitura e à escrita.

Compreender a participação da mulher, na historiografia da terceira geração da Escola dos Annales, é considerar uma história viva, concreta e cotidiana. Por outro lado, entendemos as dificuldades de historiadores ao fazerem a trajetória das mulheres no campo científico-intelectual, devido à escassez de registros. Contudo, barreiras foram ultrapassadas para que novos conceitos surgissem e possibilitassem a entrada das mulheres no campo da História como grande objeto de estudo.

A efetivação dessa conquista está registrada, em parte, nos trabalhos científicos - teses e dissertações - produzidos pelo Nhime. Das 14 pesquisas, 12 foram escritas por mulheres. Nessa historiografia, as mulheres pesquisadas também foram protagonistas de suas histórias, seja como normalistas ou professoras de fundamental e de renda, seja como professoras leigas, prostitutas ou militantes. Suas trajetórias e suas contribuições estão inscritas na história e memória da educação.

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Recebido: 28 de Maio de 2022; Aceito: 14 de Setembro de 2022; Publicado: 20 de Dezembro de 2022

Francisco Joel Magalhães Costa, Universidade Federal do Ceará, Doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC); mestre e graduado em Pedagogia pela UFC; especialista em Gestão Escolar pela UFC. Tem experiência na área de Educação de Jovens e Adultos; Ensino a Distância. Áreas afins: História; História da Educação; Filosofia; Filosofia da Educação. Contribuição de autoria: Conceituação e metodologia. E-mail: joelmagalhaes1@gmail.com

Bruna Germana Nunes Mota, Universidade Federal do Ceará Doutora e mestra em Educação e graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisadora do Núcleo de História e Memória da Educação (Nhime) da UFC. Contribuição de autoria: Theoretical reference. E-mail: brunagermana@yahoo.com.br

José Rogério Santana, Universidade Federal do Ceará Pós-doutor em História da Educação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor associado I da Universidade Federal do Ceará (UFC). Participa do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da UFC. Contribuição de autoria: Supervisão. E-mail: rogesantana@ufc.br

Pareceristas ad hoc: Jane Beltrão e Nancy Vieira

Editora responsável: Lia Machado Fiuza Fialho

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