Resumo

SILVA, Judilma Aline de Oliveira. Programas de complementação da escolaridade formal: interesse do capital ou interesse do trabalhador?. Ensaio: aval. pol. públ. educ. [online]. 2003, vol.11, n.41, pp.492-504. ISSN 0104-4036.

Este artigo apresenta o resultado de um estudo que trata da avaliação de um programa de complementação da escolaridade formal, o Telecurso 2000, implantado em uma empresa siderúrgica, a Belgo Mineira, no município de Juiz de Fora - MG. Nele, buscou-se identificar e analisar as percepções dos trabalhadores que participaram do referido programa; observou-se, ainda, em que medida as percepções dos trabalhadores quanto aos impactos, pessoais e profissionais, da elevação do nível de escolaridade confirmam, ou não, o moderno discurso da centralidade da educação nos novos perfis ocupacionais. Os principais resultados observados, do ponto de vista dos trabalhadores, dizem respeito a uma melhoria do desempenho, na execução de tarefas que demandam maiores habilidades intelectuais, assim como a ganhos pessoais relacionados ao ambiente familiar e ao ambiente de trabalho, que envolvem maior participação e aumento da auto-estima. Em síntese, um programa de elevação da escolaridade formal dos trabalhadores pode servir aos interesses dos empregadores, na medida em que melhore o desempenho e aumente a produtividade, mas, isto não impede que estes trabalhadores tenham, a partir desse tipo de programa, ganhos historicamente ligados aos objetivos mais gerais da educação formal, voltados para o desenvolvimento integral do indivíduo e conseqüente participação efetiva em todas as esferas de atuação da vida em sociedade, onde se incluem tanto as relações familiares quanto as relações profissionais.

Palavras-chave : Reestruturação; Qualificação; Escolaridade.

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