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Educação: Teoria e Prática

versão On-line ISSN 1981-8106

Educ. Teoria Prática vol.29 no.60 Rio Claro jan./abr 2019  Epub 01-Set-2019

https://doi.org/10.18675/1981-8106.vol29.n60.p63-82 

Artigos

MARGUERITE VÉRINE-LEBRUN, MARIA JUNQUEIRA SCHMIDT E O PROJETO DE EDUCAÇÃO FAMILIAR EM CIRCULAÇÃO ENTRE FRANÇA-BRASIL

MARGUERITE VERINE-LEBRUN, MARIA JUNQUEIRA SCHMIDT AND THE FAMILY EDUCATION PROJECT CIRCULATING BETWEEN FRANCE AND BRAZIL

MARGUERITE VÉRINE-LEBRUN, MARIA JUNQUEIRA SCHMIDT Y EL PROYECTO DE EDUCACIÓN FAMILIAR EN CIRCULACIÓN ENTRE FRANCIA-BRASIL

Joana Gondim Garcia SkrusinskiI 
http://orcid.org/0000-0001-8822-4591

Evelin de Almeida OrlandoII 
http://orcid.org/0000-0001-5795-943X

I Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paraná - Brasil. E-mail: joana.gondim.garcia@gmail.com.

II Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paraná- Brasil. E-mail: evelynorlando@gmail.com.


Resumo

Na busca de compreender as bases do projeto de educação familiar empreendido por Maria Junqueira Schmidt no Brasil e a possível aproximação com o projeto de educação das famílias empreendido na França, destacamos duas intelectuais católicas que estiveram à frente da criação da Escola de Pais, Marguerite Vérine-Lebrun (1878-1947) e Maria Junqueira Schmidt (1901-1982). Explorando o papel representativo de cada uma na circulação de modelos pedagógicos para a educação das famílias dentro de seus respectivos tempos e espaços, levantamos elementos biográficos que permitiram compreender trajetórias aproximadas ao projeto de educação para as famílias, que se desenhou nesses países, indicando as aproximações do modelo francês e ressaltando as estratégias utilizadas para a concretização do projeto de educação familiar da Escola de Pais no Brasil, que objetivava a ampliação da atuação católica no país, frente à trilogia Deus, Pátria e Família. Coube destacar essas personagens, compreendendo a formação de redes de relacionamento a partir dos estudos de Sirinelli (1996), as disputas dentro do campo e a trajetória intelectual, tendo como colaboração os estudos de Bourdieu (1989).

Palavras chave: Catolicismo; Circulação de modelos pedagógicos; Escola de Pais; Mulheres Intelectuais

Abstract

Seeking to understand the bases of the project for family education undertaken by Maria Junqueira Schmidt in Brazil and the possible approximation with the project of education of the families undertaken in France, we highlight two Catholic intellectuals who were ahead the School for Parents creation, Marguerite Vérine-Lebrun (1878-1947) and Maria Junqueira Schmidt (1901-1982). Exploring the representative role of each one in the circulation of pedagogical models for education of families within their respective time and space, we raise biographical elements that allow us to understand the approximate trajectories facing the project of education for the families designed in those countries, indicating the approximations of the French model and highlighting the strategies used for the realization of the family education project of the School of Parents in Brazil that aimed to expand Catholic action in the country, in face of the trilogy of God, Motherland and Family. It was important to highlight these characters, including the formation of networks of relationship based on the studies of Sirinelli (1996), the disputes within the field and the intellectual trajectory, with the collaboration of Bourdieu (1989).

Keywords: Catholicism; Circulation of pedagogical models; School for Parents; Intellectual Women

Resumen

En busca de comprender las bases del proyecto de la educación familiar iniciado por Maria Junqueira Schmidt en Brasil y la posible aproximación con el proyecto de educación de las familias llevado a cabo en Francia, destacamos dos intelectuales católicas que estuvieron delante de la creación de la Escuela para Padres, Marguerite Vérine-Lebrun (1878-1947) y Maria Junqueira Schmidt (1901-1982). Explotando el papel representativo de cada una en la circulación de los modelos pedagógicos para la educación de las familias en sus respectivos tiempos y espacios, aportamos elementos biográficos que permiten comprender trayectos aproximados al proyecto de educación para las familias que se diseñó en estos países, indicando las aproximaciones al modelo francés y resaltando las estrategias utilizadas para la concreción del proyecto de la educación familiar de la Escuela de Padres en Brasil que buscaba la ampliación de la actuación católica en el país delante la trilogía Dios, Patria y Familia. Correspondió resaltar estos personajes comprendiendo la formación de ejes de relaciones empezando por los estudios de Sirinelli (1996), las disputas en el área y la trayectoria intelectual, contando con la colaboración de los estudios de Bourdieu (1989).

Palabras clave: Catolicismo; Circulación de modelos pedagógicos; Escuela para Padres; Mujeres Intelectuales.

O projeto de educação familiar no circuito França-Brasil

Com o objetivo de conciliar antigos valores familiares adaptados às inovações pedagógicas, Jeanne Emilie Marguerite Nivoit, mais conhecida como Marguerite Vérine-Lebrun, foi uma militante católica interessada na Educação Nova e na pedagogia norte-americana; fundou a L´École de parents et des éducateurs, em 1929, em Paris. (ADORNO, 2008, p. 5). Era escritora e colaborava regularmente com a Revista Aliança, por meio de artigos de opinião. Nessa revista, Vérine acabava por conhecer o trabalho realizado por André Berge, de quem se aproximou pela qualidade atribuída a seus romances. Este, por sua vez, acabava por se tornar um dos intelectuais de grande importância na Escola de Pais na França e também no Brasil.

Junto a algumas senhoras da alta sociedade francesa, no ano de 1929, organizou um ensino cooperativo que buscava, na educação moderna, conciliar autoridade e liberdade nas ferramentas da fé. Criou a École des parentes et des éducateurs e convidou pedagogos e psiquiatras para palestrarem sobre o desenvolvimento infantil e problemas da adolescência. Por meio dela, Vérine combatia a educação sexual almejando o sucesso da família diante dos preceitos morais impostos na época, onde o sexo não poderia ser encarado como “um esporte que se aprende no estádio” (DONZELOT, 1980, p. 185), mas, sim, como um “trunfo” moral.

Diante desses preceitos, seus livros La mère iniciatrice, (1929), e La femme et l´amour (1930) e Cette pauvre petite, (1930) debatiam temas relacionados à família, ao mesmo tempo em que estimulavam técnicas de educação moderna. A autora defendia que deveriam ser definidos papéis sociais destinados às famílias, o que, de acordo com ela, não havia sido feito diante das crescentes diferenças sociais, havendo que se restaurar a atenção do Estado em diferentes frentes a partir da preparação das famílias. Destaca nesse texto que esse amor deveria ocorrer como se estivéssemos envolvidos em “quatro famílias” (WIESNER et al., 2000, p. 293): Deus, pátria, família e Igreja, esta última podemos entender como substituição à palavra “obra ou trabalho”, descrita no título de sua obra, pois a partir das ações da Igreja, a sociedade caminharia em uma nova direção organizacional.

Fonte: Extraído de https://en.wikipedia.org/wiki/Marguerite_Lebrun.

Figura 1  Marguerite Vérine-Lebrun 

Vérine recebia forte apoio de seu esposo Albert François Lebrun, presidente da França entre os anos de 1932 e 19401, nas questões de defesa da emancipação feminina. Católica praticante, sua luta pela emancipação não representava uma ameaça à estrutura familiar, considerada uma das bases de organização da sociedade francesa e do catolicismo. Utilizou largamente o impresso na difusão de suas ideias, pois considerava uma ferramenta importante na formação de pais e educadores.

Suas publicações foram organizadas a partir das conferências realizadas pela École des Parents et des Éducateurs. Com alguns dos resultados desses congressos, publicou os seguintes livros: em 1930, L´adolescence; em 1931, La jeunesses; 1932, De la personalité; em 1934, L´éducation de l´effort; em 1935, Education et contre-éducattion e Le noviciat du mariage; no ano de 1943, publicou C’est dans les familles que se fait la France; em 1946, Les 10 commandements des parents; e, em 1954, L’amour des autres (DONZELOT, 1980).

A partir do campo da sexualidade e da educação das famílias, aproximava a sociedade e a Igreja Católica em torno de uma educação entendida como necessária para uma vida urbana e industrial. Isso se daria por meio do amor materno como sublime intuitivo e capaz do sacrifício para a obra, em favor da pátria e dos que ama. Ao longo dessa trajetória intelectual aberta pelo material impresso, a Igreja projetava novos encaminhamentos para uma reordenação social, instaurando uma base moral para as famílias. A aproximação entre sociedade e Igreja Católica em torno de uma educação nacional, entendida como necessária, deu-se entre disputas de espaço com a modernidade; contudo, encontrou em setores leigos da sociedade uma possibilidade de penetração nas famílias.

Paralelamente, a burguesia feminina encontrou nos discursos estratégicos da Igreja uma possível entrada na vida pública. Essa inserção das mulheres como estratégia de mobilização da Igreja Católica objetivava modelar o comportamento de mãe, mulher e esposa, tirando as mulheres da invisibilidade doméstica e possibilitando uma crescente abertura para sua participação em diferentes setores, projetando uma nova construção social com o apoio de alguns setores da Igreja Católica.

Essa preocupação com a educação das famílias, no entanto, não foi exclusividade apenas das mulheres. No Brasil, intelectuais como o Padre Álvaro Negromonte e o Padre Charbonneau produziram discursos e obras endereçadas às famílias na década de 1950 e 1960. A educação feminina fez muitas mulheres transitarem na docência e na vida doméstica. As práticas de leitura como processo formativo levou muitas mulheres a encontrarem nos impressos uma forma de posicionamento no interior do campo católico, o que colaborou na posição social determinada por um produto, em larga medida, o livro. Assim, as mulheres educadas e de famílias privilegiadas utilizaram o caminho das letras para ganhar visibilidade e maior trânsito na cena pública e lutaram para alcançar legitimidade nas produções literárias. Essas produções funcionavam como possibilidades de afirmação no campo de atuação e produção simbólicas. As possibilidades sociais eram alcançadas a partir da aquisição de conhecimento e do posicionamento intelectual de muitas dessas mulheres, abrindo caminho para sua escrita a partir do capital cultural, entendido que possuíam um potencial distintivo na construção de relações de poder estabelecidas a partir da cultura.

Para Bourdieu (1989), podemos entender como capital cultural formas de instrução absorvidas pela sociedade e internalizadas pelo sujeito (crenças, posturas, conhecimento científico etc.), podendo variar de acordo com cada sociedade e ser caracterizado como: cultural, econômico, social e simbólico, mas acabam por definir o sujeito em um campo.

É importante destacar que a articulação entre a subjetividade dos indivíduos e o posicionamento, que é assumida diante das diferentes estruturas, pode ser compreendida na perspectiva do que Bourdieu (1996) chamou de habitus, ou seja, como sendo um princípio de produção incorporado pelo próprio sujeito, entrelaçado em suas estruturas e práticas. Entender esse conceito como algo incorporado e interiorizado pelas estruturas sociais a partir das posições adquiridas por ele. Nesse sentido, o posicionamento das mulheres pode ser compreendido como estruturas de relações que se ajustaram às novas incorporações, mostrando-se como um elo articulador que possibilitou a observação e dominação entre os grupos. Dentro da história das mulheres, um ideário entre a educação religiosa e leiga, permeado por um núcleo educacional de formação de boa mãe, impunha novos comportamentos e criava estereótipos que carregavam a idealização da figura feminina como forma de aspiração moderna, algo socialmente adquirido que reflete as estruturas determinadas pela posição social.

Nessa direção, um grande desenvolvimento das organizações femininas pôde ser destacado na década de 1920. A modernidade nesse período avançava em direção a um desenvolvimento de nação, com base no conhecimento e progresso que conduziriam a modificações significativas na família. Foi nesse momento que a Igreja e seus intelectuais intervieram a fim de “frear, ou pelo menos, controlar as tendências” liberais através dos grupos de pressão tanto na França quanto no Brasil:

Foi nesse preciso período (1928-1929) e sobre esse ponto preciso, a distinção entre educação e instrução, que, em ressonância, a Escola de Pais veio intervir. Nesse momento, em que a exigência de segregação escolar entre filhos de boa família e os filhos das camadas populares só se sustentava pelo demasiado visível, fraco e estreito muro que separava duas salas de aula, onde os mesmos conteúdos seriam difundidos, a Escola de Pais irá retomar o problema, sugerindo uma solução mais aceitável: o deslocamento, para a família, da fabricação de uma qualidade, uma educação, uma distinção. A Escola de Pais irá utilizá-lo para inscrever, na família, os meios para fabricar indivíduos que escapam, por sua qualidade, ao nivelamento escolar; para reservar à família um poder sobre seus filhos que a escola ameaçava aniquilar. (DONZELOT, 1980, p. 184).

Foi frente a esse contexto de modernização do início do século XX que Vérine criou a École des Parentes e des Éducateurs, objetivando mudanças nas atitudes dos pais para com os filhos. Isso se daria buscando inovações pedagógicas que serviriam de base metodológica para ações transformadoras para educar a família. Para ela, a função educativa só poderia ser desempenhada com amor, possibilitando a valorização familiar a partir de comportamentos de paz, características que dizia essenciais ao educador para o desenvolvimento da nação.

Apesar dos momentos distintos em que essas instituições foram fundadas na França e no Brasil, suas histórias têm pontos de contato. Além disso, podemos dizer que Maria Junqueira Schmidt se apropriou das propostas da Escola de Pais apresentadas na França. As semelhanças nas atividades desenvolvidas por Maria Junqueira Schmidt, na EPB- Escola de Pais do Brasil foram modificações observadas a partir de seu estágio de seis meses na École des Parents, por volta do ano 1958, como consta na orelha do livro Educar pela recreação. Acreditamos que esse estágio proporcionou uma considerável transformação na atuação profissional e acadêmica dessa personagem, como pode ser visto em outros livros seus publicados na Coleção Família.

Fonte: Material da família Schmidt

Figura 2 Maria Junqueira Schmidt 

Cabe destacar no perfil dessa personagem que além de professora, também escreveu livros e realizou diversas palestras e cursos voltados às famílias e aos educadores dentro e fora do país. Fora do Brasil, realizou palestras na Suíça e na França, inclusive em Sorbonne, em Paris, como destaca a orelha do livro A família por dentro. Segundo Orlando (2015), suas viagens de atualização profissional lhe davam suporte, ampliavam o repertório e serviam como um diferencial das demais profissionais para o enfrentamento das condições apresentadas pela educação brasileira. Isso, com uma forte atuação nas questões femininas, além das familiares e religiosas, o que refletiu em sua escrita, colaborando para a produção de 34 livros (ORLANDO, 2013a) encontrados até a presente data.

Em suas obras, observamos um número significativo de exemplares destinados à língua francesa, colocando-se como uma defensora do curso de línguas estrangeiras no ensino nacional. Também foi pioneira na utilização de novas tecnologias, como os discos e fonógrafos para auxiliar na aprendizagem de outra língua. Ao longo de sua trajetória, outro grande interesse foi a educação das famílias. Seu envolvimento com essa educação resultou na produção de obras voltadas para os pais e educadores, além de palestras, seminários, cursos, programas em rádio e televisão, conforme destacam jornais da época2.

Acreditando na influência da pedagogia moderna, Maria Junqueira Schmidt juntamente a outros intelectuais católicos buscou estratégias que fortalecessem o papel educativo dos pais nas instituições familiares. A mesma visão, que encontramos nos livros de Vérine, a respeito da relevância da educação moderna na produção de ferramentas mais eficazes para a aprendizagem, foi também observada nos livros de Maria Junqueira. Essa preocupação com a educação das famílias, no entanto, vinha de longa data. Nos Estados Unidos, por volta dos anos 1888, esse movimento surge com a organização da instituição especializada em problemas familiares e, na sequência, é fundado o Children’s Bureau, em 1909. Paralelamente, surge na Europa, em 1903, a União Nacional de Pais e Educadores, com a finalidade expressa de “tornar a família melhor educada, bem como de estudar e propagar as noções científicas da pedagogia familiar” (SCHMIDT, 1974, p. 110).

Na descrição do movimento francês, as propostas lançadas por Vérine no ano de 1928 foram destacadas por Schmidt, mas em Donzelot (1980, p. 180), os dados de fundação da Escola de Pais, na França, são do ano de 1929. Acreditamos que a movimentação em torno da organização desse movimento teve passagem na sequência do ano de 1928 a 1929. Segundo Maria Junqueira Schmidt, o propósito de Vérine era de “conciliar os princípios de autoridade paterna com a autonomia da criança” (SCHMIDT, 1974, p. 110), fundamentando seu trabalho em uma educação profunda e específica para cada idade a partir de método que favorecesse seu desenvolvimento. A circulação dessas ideias, e mesmo dessas práticas, ganha corpo na sociedade brasileira em 1963, se materializando na fundação da Escola de Pais do Brasil, conforme destaca a própria Maria Junqueira: “como uma iniciativa de casais e do “Movimento Familiar Cristão” (SCHMIDT, 1974, p. 112). Seu reconhecimento se dá pela Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, Decretos nº 72.200, n.º 8.885 e n.º 14. 565, respectivamente, com o Registro Social do MEC, 26223475, como um órgão que representa os interesses da família. Sua sede nacional situa-se à Rua Bartira, 1094, em São Paulo, no bairro de Perdizes, e o movimento é filiado à Fédération Internacional pour L’Education des Parents, em Sèvres, na França. Essa filiação condiz com as inspirações prováveis de Maria Junqueira Schmidt nos caminhos traçados anteriormente por Vérine.

Curiosamente, o que se percebeu na pouca documentação disponibilizada pelo arquivo da Escola de Pais do Brasil é uma ausência de fontes sobre a educadora, indícios de um esquecimento ou um possível apagamento de sua atuação no movimento?

No entanto, algumas marcas deixadas no caminho, apesar de não revelarem muito de sua efetiva participação no movimento, dão-nos pistas que permitem endossar sua relação direta com a fundação da Escola de Pais do Brasil. Na Figura 3, a referência sobre a sua participação no início do movimento é digna de nota.

Fonte: Arquivo da Escola de Pais de São Paulo

Figura 3  Iniciadora do movimento da Escola de Pais no Brasil 

Na foto (Fig. 3) disponibilizada pelo arquivo da Escola de Pais de São Paulo, as personagens importantes para o movimento encontram-se lado a lado: Alzira Lopes, primeira presidenta da escola, e Maria Junqueira Schmidt. A Escola de Pais do Brasil é inaugurada oficialmente no Estado de São Paulo, instituição Sede da EPB, no dia 16 de outubro de 1963, no salão nobre do Colégio Madre Alix, com a presença de alguns dos integrantes responsáveis pela Escola de Pais no Brasil. Entretanto, anteriormente a essa data, encontramos no livro Educar para a responsabilidade a fundação da EPB no ano de 1957, por Maria Junqueira Schmidt (SCHMIDT, 1974, p. 112).

Cabe ressaltar que a EPB ainda é atuante em alguns estados como São Paulo e Rio de Janeiro, efetivando encontros de formação de pais e educadores, fundamentados na mesma base de formação do cidadão. Embora a EPB tenha tido o envolvimento de religiosos católicos, a participação nos encontros não estava subordinada a essa denominação religiosa. Independentemente do credo ou da filiação política, o movimento estava aberto a todos os casais interessados. Segundo o histórico da EPB, no ano seguinte ao de sua inauguração, as delegações, por estado, estavam organizadas (Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Ceará) e atuavam através do Conselho Técnico Superior que organizava seu estatuto a partir da realização de Assembleias e Conselhos Consultivos.

Criado a partir dessas reuniões, um primeiro Conselho de Educadores, composto por profissionais das áreas médicas, psicólogos, sociólogos, pedagogos e religiosos, responderia pela orientação psicopedagógico de todo o material, conforme descrição encontrada no livro comemorativo dos 50 anos de Escola de Pais no Brasil. O grupo tinha como missão a formação de pais e educadores, buscando uma formação moral e ética, a cidadania, a liberdade e a justiça, através da aproximação entre família e escola, como agente de transformação social. O movimento tinha por finalidade aprimorar a formação de pais, para que pudessem melhor exercer suas funções educativas para com os filhos, na família e também na sociedade. A formação de uma consciência responsável fazia e ainda faz parte da estrutura da Escola de Pais no Brasil, pois se constituía como uma Estrutura Administrativa de Pessoa Jurídica de Direito Privado, termo encontrado no livro de comemoração dos 50 anos de Escola de Pais no Brasil. Sua formação se dava por casais voluntários e uma Diretoria Executiva Nacional, com Conselhos Consultivos, Educadores e profissionais de diferentes áreas.

As reuniões com os grupos organizados na Escola de Pais eram chamadas de Círculos e poderiam acontecer em Colégios, Paróquias, empresas, centros comunitários ou clubes, com encontros semestrais. Aconteciam no primeiro momento, de março a junho e, no outro, de setembro a novembro, totalizando dez reuniões, uma por semana. As datas e os horários das reuniões eram organizados conforme a disponibilidade dos interessados. No início de cada reunião havia uma dinâmica de grupo para facilitar o debate do tema, na sequência, a reflexão e interiorização dos assuntos.

Os casais coordenadores de grupos eram preparados anteriormente e poderiam ter conhecido a EPB em círculos anteriores em que tivessem participando. A capacitação para a função de coordenador ocorria a partir do Curso de Treinamentos (CAT) que se dava antes de começarem as atividades com o grupo. O CAT visava à conscientização familiar da paternidade responsável, à transmissão do conhecimento básico de psicopedagogia e ao reforço de técnicas educativas, a partir da reformulação de conceitos e da convivência entre a família, aplicando técnicas de colaboração, solidariedade, convivência e fraternidade entre o grupo.

Os trabalhos deveriam ser desenvolvidos de maneira simples e contagiante, respeitando normas como: trabalhar como um amigo “ajudador”, buscando normalizar os problemas da educação, e não como um conhecedor de tudo. A humildade era o ponto chave das reuniões, os pais poderiam ensinar e aprender, mas sempre obedecendo a uma sequência de temas. O mesmo casal deveria iniciar e finalizar o círculo, as discussões deveriam ser concluídas por eles com uma mensagem e um café com bate-papo, de modo a estabelecer um ambiente de descontração, propício à formação de laços de amizade. Alguns temas abordados eram: o que os filhos esperam do lar, autoridade paterna, métodos femininos de educar, a importância de pequenas virtudes, como fazer do meu filho um bom estudante, castigos e recompensas e o ciúme infantil, problemas do desenvolvimento, problemas da infância, a insolência do adolescente, a disciplina, a educação sexual, maturidade, integração dos valores à vida, educação para o amor, razões para se cultivar a alegria de viver, como manter boa comunicação com os filhos, educação religiosa, o valor dos lares e os defeitos dos pais, os defeitos dos filhos.

Alguns desses temas propostos nos círculos foram temas muito próximos aos encontrados em livros da Coleção Família. Sejam eles em títulos, como O defeito dos pais e O defeito dos filhos, ambos de André Berge, ou mesmo em capítulos, como no livro Educar para a responsabilidade de Maria Junqueira Schmidt, no capítulo intitulado “A mensagem libertadora do amor” e no subcapítulo “O sentido da maternidade”, que trazem a função materna na educação dos filhos, destacando a “educação do amor”, assim como um dos temas a serem debatidos nos círculos. Em outro livro de Maria Junqueira Schmidt, intitulado A família por dentro, encontramos o capítulo A grande importância das pequenas virtudes, em que a autora discute exatamente a importância de desenvolver virtudes como alegria, tranquilidade, coragem, lealdade, justiça social, entre outros conceitos a serem trabalhados nos lares.

As aproximações entre as duas intelectuais puderam ser destacadas no que diz respeito à utilização de ferramentas impressas na circulação de modelos pedagógicos frente aos projetos educacionais para as famílias francesas e brasileiras. Isso nos conduziu à presença feminina no campo educacional para além das salas de aula, investigando perfis intelectuais que alcançaram um posicionamento profissional respaldado por uma elite católica, e que sinalizavam a família como base da sociedade. Assim, para compreender esse caminho percorrido por essas intelectuais, encontramos sintonia com os estudos de Bourdieu (2007) que traz o conceito de trajetória.

Para o sociólogo, as diferentes posições ocupadas por uma mesma pessoa ou um mesmo grupo podem trazer várias transformações que influenciariam de forma não linear as posições ocupadas por elas. Enxergamos nas ações de Maria Junqueira Schmidt a construção de um espaço diferencial construído no campo educacional brasileiro, na direção da emancipação feminina e em defesa da fé católica. Suas ações revelaram um perfil intelectual “mais estreito e baseado na noção de engajamento na vida da cidade” (SIRINELLI, 1996, p. 243). Sua notoriedade intelectual teve reconhecimento de seus pares e foi legitimada pelos católicos, penetrando ainda mais no conceito trabalhado pelo autor. Nos espaços sociais ocupados por ela, encontramos participação em cargos políticos com pouca representação feminina, o que revela a capacidade de invenção dessa personagem não somente no campo intelectual feminino, mas também em espaços de transformação mobilizados por seu capital cultural. Sua trajetória Intelectual e as atividades assumidas em cargos foram desenvolvidas concomitantemente à produção de suas publicações impressas. Esse engajamento com o grupo católico promoveu ações que corroboravam com o projeto de construção de uma nação pautada nos valores e na moral católica, em que compartilhavam uma sensibilidade política e ideológica muito próxima encampada nas propostas sociais para a organização da nação a partir da família, organizada pela elite intelectual católica do país para aumentar a influência da igreja junto à sociedade.

Assim, o posicionamento de Maria Junqueira Schmidt na cena pública não diminuía sua aproximação com a Igreja, ao contrário, revelava a “missão” de sua escrita em busca de um prolongamento do catolicismo em ações dentro e fora da escola em torno da disseminação dos ideais de reconstrução da família brasileira. Sua entrada no mundo das letras, assim como a de Vérine, parte da literatura, com o livro Entre a vida e o sonho (REVISTA FON FON, 1926, p. 30), um lugar às mulheres nesse período. Ambas, detentoras de um capital cultural e social colocados a serviço da pátria, desenvolvido através de uma formação privilegiada, foram capazes de produzir interferências sociais e mediar culturas.

Entretanto, entender essas intelectuais como produtoras de conhecimento requer discutir a presença feminina para além das paredes da sala de aula, indo muito além do papel de mãe, esposa e professora. Significa ampliar trajetórias, mobilizar olhares em que os lugares particulares ocupados por elas abrem espaço para o reconhecimento de seus pares e grupos aos quais pertenciam. Os papéis conservadores e de dominação masculina exercidos na vida das mulheres nesse período não couberam a essas personagens. Ambas conseguiram ir além dos enfrentamentos de dominação masculina, ocupando espaços de destaque antes não ocupados por mulheres. Entretanto, apresentar os esforços dessas mulheres colaborou para que se pudesse pensar nessas duas trajetórias femininas, diferenciadas de tantas outras, como partícipes de um movimento de produção e circulação intelectual, que rompe com um isolamento feminino característico de muitas mulheres burguesas. Com a preocupação de socializar o saber, Maria Junqueira Schmidt encontrava na “missão educativa” ideias de formação da nação através do viés familiar. Não distante, Vérine também encontrava na família uma forma de reorganização da nação diante da frenética modernidade vivenciada na França dos anos de 1920. Em seus diferentes tempos e espaços, reconheceram na educação feminina a importância da formação cristã para a transformação da nação francesa e brasileira. A (re)construção da família estava justificada em uma nova ordem social que se mostrava como ponto inseparável desse contexto. Essa preocupação com a educação das famílias por motivos diversos já estava se desdobrando, no Brasil, antes do movimento empreendido por Vérine, em 1929, na França, e por Maria Junqueira Schmidt, na década de 1960, no Brasil. A utilização dos impressos nas escolas para educar as famílias foi “arma pedagógica da maior importância política” (CASALI, 1995, p. 25) nesses países, assegurando o espaço da Igreja como um espaço de construção de uma nova nação.

Embora a École des parents et des Éducateurs tenha sido fundada na França em 1929, no Brasil, esse movimento só se efetivou oficialmente em 1963, mas teve início em 1957, no Rio de Janeiro, como dado encontrado no livro Educar para a responsabilidade:

A ESCOLA DE PAIS, DO RIO DE JANEIRO - Tem inspirado a criação de instituições congêneres em toda a Europa e mesmo na América Latina. No Estado da Guanabara, foi fundada, em 1957, a Escola de Pais, sob o patrocínio da Associação de Pais e Família e da ASA, por iniciativa de Maria Junqueira Schmidt. Essa instituição tem realizado Cursos e Conferências nos diversos bairros do Rio de Janeiro. Em 1959, iniciou seus Estágios de Formação em nível Universitário. (SCHMIDT, 1963, p. 113).

Todavia, é possível que uma aproximação com o movimento francês possa ter sido iniciada anteriormente por Maria Junqueira Schmidt, em suas viagens à Europa. Um indício possível que nos leva a pensar nessa direção está relacionado às próprias publicações. Esse movimento teve grande impacto na escrita das duas educadoras envolvidas, mudando os contornos de sua escrita e tornando-as referências nessa temática.

A partir da década de 1960, suas publicações ganha novo acento, e podem ser classificar em três grandes blocos: literatura e biografias históricas (sobre mulheres)/ livros didáticos/ livros para as famílias, com exceções. Porém, com sua efetiva participação nos movimentos em torno da família, sua escrita volta a temas oriundos à educação familiar, o que a subscreveu como referência para as discussões que posteriormente viriam a balizar a Escola de Pais do Brasil. De fato, podemos perceber que as obras de Maria Junqueira Schmidt foram produzidas a partir de seu lugar de fala e da sua experiência de trabalho, o que nos indica uma aproximação em relação à temática antes de 1963, observando as datas de publicação de seus livros para as famílias.

Curiosamente na França, Vérine também inicia sua entrada no mundo das letras com a escrita de romances e poesias. Na sequência, a partir da criação da École des Parents et des Éducateurs, seus temas passaram a girar em torno da religiosidade, orientação e educação familiar, permeadas pela psicologia educacional.

Pensar na circulação de saberes estabelecido no movimento francês e brasileiro a partir da Escola de Pais nos colocou dentro de uma aproximação significativa dos modelos pedagógicos de educação impostos nesse circuito, ressaltando caraterísticas presentes nas histórias conectadas. Na Escola de Pais, tanto no Brasil quanto na França, como lugar de circulação de ideias e de promoção de autores que se apresentam como especialistas na temática indica-se a constituição de vozes autorizadas a orientar as famílias, demarcando um lugar estratégico na disputa pelo controle da educação e da formação das consciências.

Em busca de conexões entre França e Brasil, as publicações oriundas dos congressos realizados sobre essa temática podem servir para indicar referências que circularam nesses países e que embasariam os princípios que orientariam a intelectualidade a frente desse projeto. Além disso, é importante ressaltar que, segundo Altavarez (2013), o mundo católico é um mundo altamente relacionado e associativo, o que traz uma facilidade em relação à conexão com outros sistemas sociais. Dentro desse sistema, as estruturas de poder exercem uma intenção no sistema social, sendo necessário pensar nas posições estabelecidas por seus atores sociais em suas diversas práticas, nos aproximando de histórias conectadas umas às outras e que, por vezes, trazem ideias associadas.

Refletir sobre a circulação de modelos pedagógicos de educação familiar coloca-nos diante de certas capacidades de normatização e práticas que, como afirma Carvalho (2000, p. 111), foram marcadas por impulsos políticos, sociais, econômicos e pedagógicos. Essa compreensão requer relacionar nesse processo as mudanças que as teorias doutrinárias produzidas no campo pedagógico, com a pluralidade de perspectivas de análise, em que os impressos ganham uma importância para a história, pois, como fontes ou objetos, dão a ver representações de ideias e um conjunto de saberes muitas vezes impregnado de um sentimento e de uma sensibilidade patriótica ou religiosa, que muito nos diz sobre a produção, a circulação e a apropriação de determinadas obras.

Considerações finais

Buscamos aqui caracterizar as formulações política, econômica e educacional a partir dessas intervenções, de modo que não podemos ignorar as remodelações e apropriações estrangeiras que fizeram parte do contexto brasileiro ao se utilizar das ferramentas impressas para a produção e circulação de saberes e doutrinas estabelecidas a partir do conhecimento filosófico ou científico. Encontrou-se na Escola de Pais do Brasil, uma possibilidade de confluência de um modelo pedagógico francês de educação familiar. Sem perder de vista a escola, mas em busca de empreender novos caminhos, que a Escola de Pais aparece com o propósito de formação e mobilização de pais, com produções que propuseram uma ação que visava ampliar a atuação católica na sociedade, frente à trilogia Deus, Pátria e Família (ORLANDO; HENRIQUES, 2018). A influência do modelo de neocristandade mostrava que as mudanças sociais, muitas vezes, chegavam como grandes ameaças. Apoiada pelo Estado e por um grupo expressivo de intelectuais, a Igreja se fez presente orientando os rumos do país pela educação, fosse na escola ou no interior das famílias. O fato é que os educadores católicos, por meio de diferentes estratégias, ganhavam cada vez mais espaço e cresciam na disputa pelo controle da educação.

Tanto na França quanto no Brasil, podemos dizer que a Escola de Pais representou a integração do desenvolvimento da política em confluência com interesses religiosos, que ora avançava, ora recuava, conciliando tendências por vezes contraditórias, mas que traziam a verdadeira pretensão do papel social católico a partir da educação das famílias. Assim a ideia de um movimento laico, mas dirigido e orientado por intelectuais católicos, como a Escola de Pais, que privilegiassem valores morais - mas em estreito diálogo com o conhecimento científico - significou uma contribuição tanto para a Igreja quanto para o Estado. Dessa forma, orientar as famílias para lidar melhor com determinados problemas sociais contribuiria para tornar a sociedade mais ajustada ao seu tempo sem perder de vista os princípios católicos. A vinculação direta como filial da École des Parents et des Éducateurs e os modos como foram produzidos e veiculados os saberes destinados às famílias, as bases que os orientaram, a aproximação dos temas percebida nos livros publicados, a presença dos mesmos autores de referência tanto na França quanto no Brasil, nos permitem conceber o movimento da Escola de Pais como um lugar de confluência de um modelo pedagógico endereçado às famílias dos dois países, para os quais atentamos nesta pesquisa. Em ambos os casos, suas precursoras foram duas mulheres intelectuais que buscaram responder aos problemas de seu tempo, mobilizando a própria sociedade em uma parceria livre da tutela da igreja e do Estado, mas que beneficiaria a ambos.

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NOTAS:

1Ela também era conhecida por outros pseudônimos, como Vérine, Madame Vérine e, o possível nome, Camille de Vérine, todos encontrados ao longo de sua trajetória. Optamos por utilizar o nome Vérine, encontrado em seu livro Os dez mandamentos dos pais, única tradução para a língua portuguesa, realizada por Maria Luiza Toselli, publicada pelas Edições Paulinas no ano de 1965. Essa obra nos deu base para construir uma possível aproximação entre as personagens a partir de seus projetos, uma vez que não localizamos se elas chegaram a ter algum tipo de contato pessoal. Disponível em: http://data.bnf.fr/13002511/verine/ e http://catalogue.bnf.fr/ark: /12148/cb130025113. Acesso em: 10 nov. 2017.

2A professora Maria Junqueira Schmidt ministra curso no DET sobre os ideais da adolescência (Correio da Amanhã, 13 de julho de 1960, p. 7); Maria Junqueira Schmidt dirige o Seminário sobre Orientação Educacional e Administração Escolar no estado da Bahia, além de debates sobre didática (Correio da Amanhã, 15 de julho de 1960). Ocupa cargo de destaque, como o da direção do departamento de Educação Complementar da Guanabara (Correio da Amanhã, 26 de março de 1961).

Recebido: 30 de Julho de 2018; Aceito: 26 de Outubro de 2018

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