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Regae: Revista de Gestão e Avaliação Educacional

versão On-line ISSN 2318-1338

Regae: Rev. Gest. Aval. Educ. vol.11 no.20 Santa Maria  2022  Epub 19-Set-2023

https://doi.org/10.5902/2318133870438 

Artigo

Egressos Do Curso De Medicina Veterinária Da Uff: Situação Profissional Atual E Opiniões Acerca Da Formação Acadêmica

Veterinary Medicine Course Alumni From A Uff: Current Professional Status And Opinions On Academic Training

Helena de Souza Pereira¹  , professora
http://orcid.org/0000-0002-0316-3732

Luiza Carneiro Mareti Valente²  , professora
http://orcid.org/0000-0001-8131-632X

Isabelle Marins Magalhães Trezze³  , estudante
http://orcid.org/0000-0002-7357-3542

Luiz Roberto Leão-Ferreira4  , professor

¹Helena de Souza Pereira é professora da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil. helenapereira@id.uff.br.

²Luiza Carneiro Mareti Valente é professora da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil. lmareti@id.uff.br.

³Isabelle Marins Magalhães Trezze é estudante no curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil. isabelletrezze@id.uff.br.

4Luiz Roberto Leão-Ferreira é professor na Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil. luizleao@id.uff.br.


Resumo

Os cursos de Medicina Veterinária, têm atualizado regularmente seus currículos de modo a atender às demandas da sociedade e da legislação vigente. No entanto, um levantamento de dados sobre a situação profissional dos egressos e suas opiniões sobre a formação acadêmica recebida, podem contribuir significativamente para esse processo. Nesse sentido, informações sobre uma população de egressos do curso de Veterinária da UFF foram coletadas a partir do banco de dados da instituição. Além disso, uma amostra dessa população foi consultada, por meio de questionário online. Os resultados obtidos nessas duas abordagens permitiram conhecer o perfil sociodemográfico da população, bem como o perfil socioeconômico e profissional da amostra, além de suas opiniões a respeito da experiência acadêmica.

Palavras-chave: medicina veterinária; currículo; egressos; avaliação; curso de graduação

Abstract

The undergraduate courses in Veterinary Medicine have regularly updated their curricula to meet the demands of society and current legislation. However, gatherig data on the current professional situation of alumni and their opinions about the academic training received can contribute significantly to this process. For this purpose, information of an alumni population from the Veterinary Medicine undergraduation course at UFF were collected from the Institution's database. In addition, a sample of this population was consulted through an online questionnaire. The results obtained by these two approaches allowed us to know the sociodemographic profile of the former students population, and the socioeconomic and professional profile of the sampled participants, as well as opinions about their academic experiences.

Key-words: veterinary medicine; curriculum; alumni; evaluation; undergraduation course

Introdução

O ensino superior é considerado estratégico para o país, possuindo papel fundamental na formação de cidadãos críticos nas diferentes áreas do conhecimento, preparando-os para o exercício de suas atividades profissionais. A universidade deve buscar, junto com a sociedade, o atendimento à solução de problemas, procurando manter o alinhamento entre as exigências do mercado de trabalho atual e aquilo que se deseja para o futuro da profissão.

Desde a sua regulamentação em 1910 (Brasil, 1910), os cursos de Medicina Veterinária vêm ampliando as áreas de formação acadêmica de seus estudantes. A ampliação do campo de atuação do médico veterinário, dentre outras demandas, vem estimulando revisões periódicas das diretrizes curriculares nacionais para o curso. Entre as alterações realizadas na sua última versão, podemos destacar a obrigatoriedade da utilização de animais nas atividades acadêmicas práticas e a abordagem transversal de temas como meio ambiente, bem-estar animal, legislação e ética (Brasil, 2019). Essas revisões suscitam adaptações periódicas dos currículos nas diferentes instituições de ensino superior.

A revisão do currículo de um curso de graduação em Medicina Veterinária constitui-se um grande desafio, e seus impactos são difíceis de mensurar (Ilkiw et al., 2017; Lane; Root Kustritz; Schoenfeld-Tacher, 2017). Uma das primeiras etapas do processo de revisão curricular deve ser a avaliação retrospectiva do currículo vigente. O egresso é considerado um ponto de referência para o acompanhamento e a avaliação da formação oferecida pela Universidade, uma vez que aplica na sua prática profissional os conhecimentos apreendidos instituição (Lousada; Martins, 2005). O perfil sociodemográfico do egresso, sua opinião sobre a infraestrutura oferecida pela universidade e a preparação acadêmica para o exercício da atividade profissional, bem como o seu posicionamento ocupacional no mercado de trabalho, são aspectos fundamentais à reflexão sobre ajustes necessários a serem implantados no processo de revisão do currículo e do projeto pedagógico do curso. Portanto, o acompanhamento da trajetória dos egressos pode fornecer dados importantes para subsidiar decisões sobre o planejamento do curso, assim como direcionar adequações didático-pedagógicas que potencializem a qualidade da formação profissional, atendendo às mudanças constantes do mercado de trabalho (Schwartzman; Castro, 1991).

O curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense passou por cinco reformas curriculares nas últimas cinco décadas, sendo a última delas em 2007. Atualmente, o Núcleo Docente Estruturante do curso e a Comissão de Revisão do PPC vêm discutindo uma nova reforma curricular, com base no projeto pedagógico institucional, no projeto de desenvolvimento institucional e nas novas diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina Veterinária (Brasil, 2019). O presente estudo, realizado com egressos do curso, visou a obter informações que forneçam um diagnóstico das adversidades a serem superadas pelos gestores do curso e auxiliem nas reflexões e debates sobre um novo PPC.

Metodologia

Trata-se de um estudo de caráter descritivo, pois possui como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno (Gil, 2002). Nesse sentido, o estudo quali-quantitativo envolve levantamento de dados e utilização de questionário com pessoas que tiveram experiências práticas com o objeto da pesquisa. O presente estudo foi realizado em duas etapas. Inicialmente, foi feito um mapeamento da população de egressos formados entre os anos de 2012 e 2019, mediante informações da Superintendência de Tecnologia da Informação - STI - da Universidade. Cabe destacar que este período se justifica pelo fato de concentrar egressos formados a partir de 2012, ano em que os primeiros estudantes do currículo vigente começaram a concluir o curso. Em seguida, os egressos foram convidados a participar de uma pesquisa por meio de um questionário online. O questionário foi constituído, em sua maioria, por questões objetivas, que foram analisadas em termos quantitativos, e duas questões abertas, relacionadas a críticas e sugestões ao curso. Os dados obtidos nas duas etapas foram analisados em conjunto, de forma quali-quantitativa.

A coleta de dados sobre a população foi realizada por acesso às planilhas de dados fornecidas pelo STI da Universidade, intermediado pela coordenação do curso de Medicina Veterinária.

O instrumento de coleta de dados da amostra foi um questionário online, elaborado com a ferramenta formulários do Google. Os convites para participações dos egressos foram encaminhados aos endereços de correio eletrônico fornecidos pelo STI da Universidade, obtidos por intermédio da coordenação do curso de Medicina Veterinária. O convite possuía um texto explicativo sobre a pesquisa e o link de acesso ao TCLE virtual. Após a leitura, o egresso era convidado a participar da pesquisa e, em caso de aceite, era direcionado ao questionário. O questionário, contendo 37 perguntas, foi organizado em três seções - dados do egresso, avaliação do curso/instituição e atuação profissional -, estruturadas com questões fechadas e objetivas, passíveis de quantificação, além de duas questões abertas. O acesso ao questionário online ficou disponível para coleta de respostas por um período de quarenta dias, iniciado em março de 2020.

Os dados quantitativos obtidos nas pesquisas sobre população e amostra foram tabulados em planilhas do Microsoft Office Excel©. As análises dos dados foram baseadas na conversão de valores absolutos de frequência de escolha de cada opção de resposta em valores relativos, no formato de percentual. Alternativamente, as questões de caráter perceptivo, graduadas em escala psicométrica de zero a cinco, também foram analisadas por meio de valores médios ± desvio padrão.

Os dados qualitativos foram examinados segundo a proposta de análise temática (Minayo, 2013). O corpus da análise consistiu-se dos campos de preenchimento do formulário da pesquisa intitulados ‘Críticas’ e ‘Sugestões’, instrumentalizada pelo software QSR NVivo 11.0, baseado em princípios de codificação que permitiram a identificação rápida de cada elemento da amostra, viabilizando o retorno a alguma resposta específica, quando necessário. As categorias de análise observadas na pesquisa foram: inserção profissional, área de formação, carga horária do curso, estágio, mercado de trabalho e saúde mental.

Resultados

Perfil da população do estudo

A população de egressos que concluiu o curso entre o primeiro período letivo de 2012 e o segundo período letivo de 2019 é composta de 638 indivíduos, distribuídos em 16 períodos letivos, resultando em uma média de 39,9 ± 21 egressos por período letivo.

A maioria da população de egressos é constituída pelo gênero feminino (78,4%), natural da região Sudeste (95,77%), com predominância para o Estado do Rio de Janeiro (83,39%). No momento do ingresso no curso, a maioria dos egressos se autodeclarou branco (56%) e 27% optaram por não declarar cor/raça.

O tempo médio de integralização, considerando o intervalo compreendido entre os períodos de ingresso e de conclusão do curso, foi de 12 ± 1,79 períodos. Cerca de 19% dos egressos concluíram o curso no tempo mínimo de dez períodos, enquanto outros 48% levaram entre 11 e 12 períodos. Considerando-se que o tempo máximo previsto para integralização do curso é de 15 períodos letivos, podemos considerar que a retenção dos alunos, definida como “a permanência prolongada do aluno na universidade, em que o discente continua em situação de matriculado no curso de Graduação por um tempo maior do que o planejado pelo currículo da instituição” (Junior et al., 2019), não é digna de nota, pois foi inferior a 6% do total.

Com base na data de nascimento e no último dia do mês de colação de grau, a idade média dos egressos no momento da formatura foi estimada em 26,16 ± 3,40 anos. Cerca de 60% dos egressos concluíram o curso com idades entre 23 e 26 anos completos.

Perfil da amostra do estudo

A amostra de 204 participantes da pesquisa representa 31,97% da população dos egressos, com margem de erro de 5,66%, para um intervalo de confiança de 95%. A análise das respostas dos questionários revelou que a amostra é constituída majoritariamente pelo gênero feminino (79,4%), cor/raça branca (77%), residente na região Sudeste (90,7%) e, em particular, no Estado do Rio de Janeiro (78,9%), estabelecidos nas capitais ou regiões metropolitanas (84,8%). Em termos de internacionalização, cinco egressos (2,5% do total) afirmaram residir no exterior, embora não tenham informado os países ou cidades onde residiam.

A principal forma de ingresso no curso foi na categoria de ampla concorrência (90,2%), sendo que 9,8% dos egressos afirmaram ter ingressado por meio de ações afirmativas, e o principal motivo para escolha do curso foi a ‘vocação’ (78,4%), seguido por ‘boas perspectivas profissionais’ e ‘influência familiar’, com 8,8% e 6,4%, respectivamente.

Avaliação do curso

A avaliação do curso pela amostra da população de egressos foi realizada em duas etapas. Na primeira delas, consideramos as questões de caráter quantitativo da pesquisa, enquanto na segunda foram examinadas as questões abertas, de caráter qualitativo, relacionadas às ‘críticas’ e ‘sugestões’.

O conceito médio do curso, atribuído pelos respondentes da pesquisa, foi 3,89 ± 0,70, escala de 0 a 5. A maioria (54,4%) dessa amostra indicou que faria o curso, caso fosse possível retornar no tempo e decidir novamente, enquanto 28,4% indicaram não ter certeza sobre essa decisão. Apenas 17,2% da amostra indicou que optariam por não fazer o curso.

O envolvimento dos egressos com atividades de pesquisa, extensão e grupos de estudos durante o curso superou os 70% em cada uma das três categorias, sendo que 49% dos respondentes indicaram envolvimento com os três segmentos da formação acadêmica, enquanto 32% envolveram-se com duas atividades, 26% envolveram-se com somente uma atividade, e apenas 3% não participaram de nenhuma delas.

A análise qualitativa das questões abertas, coletadas nos campos ‘críticas’ e ‘sugestões’ do formulário de pesquisa, foi iniciada com o desmembramento e a redistribuição das opiniões, uma vez que a definição de campos específicos para as duas questões não foi reconhecida por boa parte dos respondentes. Além disso, era comum encontrar mais de uma crítica, ou sugestão, por participante. A organização das respostas em categorias permitiu a identificação de 325 sugestões, emitidas por 133 respondentes, 65,2% dos 204 respondentes, e 224 críticas, emitidas por 114 respondentes, correspondente a 55,9% dos respondentes. Algumas críticas e sugestões foram recorrentes entre os respondentes e serão comentadas a seguir.

Inicialmente, a análise dos dados qualitativos revelou que os egressos criticaram o que consideraram um número excessivo de disciplinas a serem cursadas num intervalo de tempo reduzido, diminuindo a disponibilidade de horários livres para a realização de estágios, impactando, segundo eles, na redução de oportunidades de contato com o mercado de trabalho. Uma das propostas apresentadas pelos respondentes foi a criação de parcerias com empresas, de modo a facilitar o acesso ao mercado de trabalho após a conclusão do curso. As outras propostas foram a implantação de estágios obrigatórios durante todo o curso, principalmente no hospital universitário e na fazenda escola, e o aumento de um ano no tempo de integralização do curso, de modo a viabilizar a realização dos estágios fora da universidade.

Os respondentes também expuseram a importância de uma vivência prática na universidade, com a necessidade de melhorias na qualidade e quantidade de aulas práticas, de modo a reduzir a insegurança no início da atividade profissional. Aliás, essa insegurança foi quantificada por uma pergunta objetiva, na qual 53,9% dos participantes atribuíram graus entre ‘zero’ e ‘dois’, numa escala de 0 a 5, à sensação de ‘estarem preparados para o mercado de trabalho no momento da formatura’.

Uma preocupação apontada por parte dos respondentes estava relacionada à necessidade de implantação de uma infraestrutura de apoio psicológico para os estudantes durante o curso, em função da carga horária exaustiva das atividades em que estavam envolvidos, bem como para superação das situações estressantes da prática acadêmica do médico veterinário em situações de eutanásia e luto dos tutores dos animais.

Um outro tema de crítica elencado pelos participantes, foi a oferta insuficiente atividades acadêmicas voltadas para a realidade do mercado de trabalho. Entre as sugestões, surgiu a proposta de que o curso pudesse oferecer disciplinas com uma maior profundidade em relação aos temas específicos abordados no curso, visando à formação acadêmica dos estudantes em algumas áreas de concentração, como clínica médica, tecnologia de alimentos ou produção animal, de acordo com o interesse imediato do estudante, possibilitando o reingresso ao curso para complementar sua formação em áreas distintas, em caso de interesse futuro. Deste modo, segundo as opiniões dos respondentes, a formação avançada poderia ser obtida mais rapidamente, preparando-os de modo mais adequado a ingressar em nichos específicos do mercado de trabalho, ou em um curso de pós-graduação em área relacionada a sua formação específica.

Complementação da formação acadêmica

Os dados relacionados à complementação da formação acadêmica dos egressos revelaram que 38,8% dos respondentes já haviam concluído pelo menos um curso de pós-graduação, ou outra graduação - após o curso de Medicina Veterinária -, e que 52,5% estavam matriculados em pelo menos um desses cursos. Mais da metade dos respondentes (54,4%) manifestou interesse em fazer pelo menos um desses cursos, enquanto apenas 8,8% dos respondentes manifestaram que não estavam inscritos, não concluíram, e nem possuíam interesse em complementar a sua formação acadêmica.

Fonte: autores

Figura 1 Envolvimento dos egressos da amostra com outros cursos após a conclusão do curso de Medicina Veterinária. 

Ao analisarmos as diferentes opções de complementação da formação acadêmica, considerando cursantes e concluintes, observamos um maior engajamento dos egressos com o curso de mestrado (35,8%), seguido pelos cursos lato sensu de residência e especialização, que somaram 28,4% e 25,9%, respectivamente.

Fonte: autores

Figura 2 Envolvimento dos egressos da amostra com outros cursos após a conclusão do curso de Medicina Veterinária. 

Perfil socioeconômico dos egressos

Independentemente da área de atuação profissional, 81,9% dos participantes da pesquisa possuíam renda, e 48,1% autodeclararam independência financeira.

Fonte: autores

Figura 3 Situação financeira dos egressos da amostra, no momento da entrevista.1  

Entre os egressos da amostra, 67,1% possuíam renda de até cinco salários mínimos mensais, enquanto 12,2% recebiam acima desse valor e 16,2% não possuíam renda.

Fonte: autores

Figura 4 Renda mensal bruta dos egressos da amostra2.  

Cabe destacar que 16,2% dos participantes se autodeclararam bolsistas de pós-graduação. O exercício acadêmico, ou profissional, da Medicina Veterinária foi apontado por 65,3% dos entrevistados como única fonte de renda, enquanto outros 15,1% da amostra tinha a atuação na área como principal fonte de renda. Em suma, 80% da amostra de egressos obtinha sua renda por meio do exercício acadêmico, ou profissional, da Medicina Veterinária.

A atividade profissional autônoma foi a fonte de renda predominante (34,8%) entre os egressos da amostra, seguida de empresas públicas (16,2%); igual percentual foi observado para participantes da pesquisa sem fonte de renda.

Fonte: autores

Figura 5 Principal fonte de renda dos egressos da amostra.3  

Perfil profissional e mercado de trabalho

Independentemente de estarem atuando na Medicina Veterinária, a maioria dos participantes (57,4%) declarou que trabalhava regularmente por mais de 20 horas semanais, enquanto outros 13,2% não se encontravam envolvidos em qualquer tipo de atividade laboral ou acadêmica remunerada.

Fonte: autores

Figura 6 Jornada de trabalho dos egressos da amostra4

Ainda de modo independente da área de atuação, o grau de satisfação médio com a atividade profissional desenvolvida naquele momento correspondia a 3,31 ± 1,62 - escala de 0 a 5 -, sendo que 49% deles atribuíram graus 4 ou 5. Além disso, o grau de perspectiva de ascensão profissional médio foi de 3,40 ± 1,45, escala de 0 a 5, sendo que 52,9% atribuíram graus 4 ou 5.

Entre o total de participantes da amostra, 71,1% afirmaram estar atuando na área de Medicina Veterinária no momento da pesquisa. Outros 11,8% afirmaram que já haviam atuado, enquanto 9,8% indicaram que ainda pretendiam continuar buscando uma oportunidade na área. Apenas 4,9% afirmaram ter encontrado uma melhor oportunidade em outra área de atuação, enquanto 2,5% indicaram que nunca haviam atuado, nem pretendiam atuar.

A maioria do total de participantes (72,1%) ingressou na área de Medicina Veterinária antes de completar um ano de formatura, seguidos por aqueles que ingressaram entre um e dois anos após a formatura (7,8%). A maioria (71,6%) dos respondentes também indicou graus 4 e 5 (escala de 0 a 5) para intenção de continuar na área de Medicina Veterinária, revelando uma boa expectativa em relação àquela área de atuação.

Saúde mental

A pesquisa também buscou informações sobre o desgaste e o estresse a que são submetidos os egressos envolvidos no exercício da Medicina Veterinária. Entre os respondentes que atuavam, ou já atuaram, na área de Medicina Veterinária, a maioria (70,6%) considerou a atividade profissional desgastante/estressante. Os principais fatores indutores de estresse foram a elevada exigência de responsabilidade (42,6%) e o excesso de carga horária de trabalho (42,2%), seguidos por dificuldades nas relações interpessoais com clientes (28,4%) e condições inadequadas de trabalho (27,9%).

Fonte: autores

Figura 7 Autopercepção do nível de desgaste/estresse no exercício da Medicina Veterinária5

Discussão

Entre as características mais marcantes dos egressos do curso de Medicina Veterinária da UFF diplomados entre os anos de 2012 e 2019 podemos citar o gênero feminino e a residência no Estado do Rio de Janeiro. A Medicina Veterinária, como profissão originalmente exercida por homens, vem apresentando taxas crescentes de participação feminina há algumas décadas (Slater; Slater, 2000). Ainda que a presença feminina no campo da Medicina Veterinária tenha enfrentado muitos obstáculos, a metade do número de alunos ingressantes nos cursos de Medicina Veterinária dos EUA, na década de 1980, era composta por mulheres. Em 2010, as mulheres chegaram a ocupar aproximadamente 80% daquelas vagas (Irvine; Vermilya, 2010).

No Brasil, o cenário também começou a mudar no decorrer dos anos 2000, de forma que as mulheres passaram a ocupar uma fatia cada vez maior do mercado de trabalho na área de Medicina Veterinária, tornando-se maioria a partir de 2018 (Conselho Federal De Medicina Veterinária, 2020a; Mondadori et al., 2013). Um estudo realizado em 2016 revelou que o gênero feminino predominava entre estudantes de Medicina Veterinária da região Sudeste do país, com 58,03%, chegando a atingir 76,55% no Estado do Rio de Janeiro (Cruz et al., 2016). Segundo o cadastro do CFMV, o Rio de Janeiro, em particular, era o Estado com maior concentração de mulheres nessa área, em 2020, atingindo 60% do total de 10.000 profissionais (Conselho Federal de Medicina Veterinária, 2020b).

Uma das críticas mais comuns entre os relatos obtidos em nossa pesquisa era a elevada carga horária de disciplinas concentradas em conteúdos teóricos, em detrimento do treinamento em atividades práticas, voltadas ao atendimento das demandas específicas do mercado de trabalho. Estudos realizados com formandos da região Sul e estudantes da região Sudeste do país também relataram insatisfações em relação a esse tema (Cruz et al., 2016; Pfuetzenreiter, 2003). De fato, a carga horária atual do curso de Medicina Veterinária da UFF (5.570h) é superior àquela observada para a maior parte dos cursos similares na região Sudeste do país (4.709) (Cruz et al., 2016), além de ser consideravelmente superior à carga horária mínima de 4.000 horas, instituída pela resolução CNE/CES n. 2/2007 (Brasil, 2007). Ainda em relação a esse tema, observamos que parte significativa dos relatos dos participantes da pesquisa não se referiam às simulações de aulas práticas, ou à discussão de casos clínicos, como atividades práticas, entendendo como tal apenas as atividades desenvolvidas com animais. Entretanto, é fundamental um treinamento em ambiente simulado antes da prática, principalmente para os cursos da área de saúde. Como afirmaram Kaneko e Lopes (2019),

a simulação realística em saúde tem sido uma estratégia explorada nos laboratórios de ensino e centros de simulações para proporcionar um ambiente reflexivo e de transformação para o desenvolvimento de competências essenciais ao cuidado centrado no paciente e alcance dos objetivos e resultados propostos neste processo de aprendizagem e aprimoramento. (p. 2)

Um grupo de participantes defendeu uma maior preparação dos estudantes em áreas específicas de formação do médico veterinário. No entanto, a forma como entendemos tal proposta diverge do perfil generalista do médico veterinário, definido pelo artigo 5º da resolução MEC/CNE/CES n. 3/2019 (Brasil, 2019), que institui as diretrizes nacionais do curso de graduação em Medicina Veterinária, e considera que ‘os cursos de graduação em Medicina Veterinária devem formar profissionais com conhecimentos sólidos em todas as áreas de atuação, não sendo objetivo de nenhum curso formar especialistas’. Cabe destacar que a formação generalista da graduação proporciona a ampliação de oportunidades profissionais dos egressos.

Outro apontamento dos participantes foi a oferta insuficiente de atividades acadêmicas voltadas para a realidade do mercado de trabalho. De fato, esse ponto já era alvo de críticas em todos os cursos de graduação e, por esse motivo, foi incluído entre as metas do Plano Nacional de Educação para o decênio 2014 a 2024 (Brasil, 2014). A imposição de pelo menos 10% da carga horária total dedicada às atividades de extensão universitária até 2024 vem suscitando revisões dos PPCs de todos os cursos de graduação do país. Outro aspecto que também atenderá a demanda dos alunos para maior interação com o mercado de trabalho e a sociedade, previsto nas novas DCNs (Brasil, 2019), é a dedicação dos dois últimos semestres para atividades exclusivas e intensivas de estágios, sendo o primeiro deles obrigatoriamente oferecido pela IES de formação.

Uma outra crítica relatada por parte dos egressos foi a insegurança em relação à preparação para o exercício da atividade profissional, no momento da formatura. De fato, essa percepção pode não estar restrita apenas a amostra de egressos analisada nesta pesquisa. Um estudo realizado com objetivo de autoavaliar a competência clínica de médicos veterinários ingressantes em programas de residência médica veterinária em todo o país, realizado em 2016, apontou que 57,4% dos participantes se consideraram plenamente habilitados para uma série de 90 questões que compreendiam habilidades clínicas referentes a procedimentos em geral e práticas em pequenos e grandes animais (Campos et al., 2016).

Nossos dados também revelaram que mais de 70% dos participantes da pesquisa consideraram o exercício da medicina veterinária como estressante. O estresse entre profissionais da área de saúde é considerado um dos principais problemas do mundo moderno, e tornou-se alvo de interesse da Organização Mundial da Saúde (Malagris; Fiorito, 2006). O estresse ocupacional, definido como estado emocional desagradável resultante de fatores presentes na atividade profissional, pode se manifestar por sintomas como tensão, ansiedade, sentimento de frustração, pessimismo, insatisfação, falhas e ineficiência, podendo resultar em exaustão emocional (Mello, 1992).

A saúde mental dos profissionais da Medicina Veterinária tem sido alvo de grande interesse, particularmente depois da divulgação de um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano - CDC -, em 2019. O estudo, que durou trinta anos, revelou dados alarmantes a partir da análise de dados de 11.620 médicos veterinários, indicando que a taxa de suicídio é 3,5 vezes mais elevada entre esses profissionais, quando comparado ao restante da população. O estudo ainda destacava que 66% dos participantes declararam sofrer de depressão clinicamente diagnosticada e 24% pensaram em suicídio, desde o ingresso no curso de medicina veterinária (Tomasi et al., 2019).

No Brasil, os números também são preocupantes. Segundo dados do DataSUS, os médicos veterinários são os profissionais com maior risco de suicídio no país, quando comparados ao restante da população, com taxa de suicídio dez vezes maior que aquela registrada para população em geral. Entre as principais causas que afetam a saúde mental dos médicos veterinários estão incluídas a síndrome de burnout, relacionada a carga excessiva de trabalho, e a fadiga por compaixão, relacionada à exaustão emocional do trabalho em prol do outro (Conselho Federal de Medicina Veterinária, 2020c).

Os estudantes também se deparam com inúmeras circunstâncias no ambiente universitário que podem impactar na motivação e no aparecimento de sintomas relacionados ao estresse (Sahão; Kienen, 2021). A implantação de intervenções de caráter preventivo, visando ao bem-estar físico e mental dos estudantes, associado à estratégias voltadas à adaptação ao ensino superior, podem atenuar os problemas relacionados à saúde mental dos universitários. Além disso, a oferta de espaços de acolhimento no ambiente de trabalho, com o incentivo ao fortalecimento de relações respeitosas, pode contribuir para diminuir tensões relacionadas a rotina profissional como, por exemplo, a eutanásia para os animais (Lloyd; Campion, 2017).

Outro ponto importante observado foram os baixos rendimentos financeiros relatados por parte significativa dos egressos e que pode ser decorrente de vários fatores. O primeiro deles pode estar relacionado ao fato de que os egressos se mantiveram nas capitais e regiões metropolitanas, em particular na região Sudeste do país, onde há maior concentração desses profissionais. Entretanto, os cursos podem e devem estimular os egressos a atuarem além dos grandes centros, bem como em todas as grandes áreas de atuação da Medicina Veterinária. Outro fator importante e que é pouco estimulado durante a formação acadêmica dos estudantes é o envolvimento em áreas interdisciplinares, que tendem a se expandir no futuro próximo, como por exemplo o desenvolvimento de softwares e aplicativos adaptados às particularidades da prática profissional, como a produção animal agroecológicas ou orgânica, fundamentais para o desenvolvimento de cadeias agroalimentares mais sustentáveis. Essas áreas são imprescindíveis para que a profissão acompanhe o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade. O cenário trazido pela pandemia de Covid-19 também deve fomentar oportunidades profissionais na área de produção de imunobiológicos, assim como o monitoramento epidemiológico de zoonoses, principalmente em áreas de bordas de matas onde ocorre o maior contato da vida silvestre com animais domésticos e humanos. Consequentemente, a preparação acadêmica dos estudantes para essa nova conjuntura deve ser considerada em termos de demanda do mercado profissional.

Considerações finais

Os dados analisados aqui foram coletados logo no início das restrições de mobilidade social decorrentes da pandemia de Covid-19 e, portanto, ainda não refletiam eventuais impactos sofridos pelos egressos em relação às condições sociais e acadêmico-profissionais dos participantes. Deste modo, consideramos que as análises apresentadas aqui refletem uma condição representativa do mercado de trabalho para os egressos durante o período pré-pandemia.

Finalmente, consideramos que os resultados obtidos neste estudo possam se tornar uma referência importante para discussões similares em outras instituições superiores de ensino de Medicina Veterinária do país, tendo em vista a recente revisão das DCNs do curso.

Referências

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1(1) Não tenho renda e meus gastos são financiados por programas governamentais; (2) Não tenho renda e meus gastos são financiados pela minha família ou por outras pessoas; (3) Tenho renda, mas recebo ajuda da família ou de outras pessoas para financiar meus gastos; (4) Tenho renda e não preciso de ajuda para financiar meus gastos; (5) Tenho renda e contribuo com o sustento de minha família; (6) Sou o principal responsável pelo sustento de minha família.

2(1) Não possuo renda, neste momento; (2) Até 3 salários mínimos; (3) Entre 3 e 5 salários mínimos; (4) Entre 5 e 10 salários mínimos; (5) Entre 10 e 20 salários mínimos; (6) Prefiro não informar.

3(1) Não possuo fonte de renda de trabalho, neste momento; (2) Sou profissional autônomo; (3) Empresa própria; (4) Empresa pública; (5) Empresa privada; (6) Empresa de capital misto; (7) ONG; (8) Cooperativa; (9) Bolsa de Pós-graduação; (10) Bolsa de Residência Médica; (11) Outros (Trabalho temporário, prestador de serviço, função militar, outra bolsa, magistério, outra profissão.

4(1) Não estou trabalhando, nem sou estagiário/bolsista; (2) Sou estagiário/bolsista; (3) Trabalho even-tualmente ou por projetos; (4) Trabalho até 20 horas semanais; (5) Trabalho de 21 a 40 horas semanais; (6) Trabalho mais 40 horas semanais.

5(1) Não; (2) Não se aplica a minha situação atual; (3) Sim, por excesso de carga horária de trabalho; (4) Sim, por exigir muita responsabilidade; (5) Sim, devido às condições inadequadas de trabalho; (6) Sim, devido às relações interpessoais com colegas de trabalho; (7) Sim, devido às relações interpessoais com clientes; (8) Outras (desvalorização profissional, cobrança excessiva, baixa remuneração.

Recebido: 23 de Maio de 2022; Aceito: 29 de Julho de 2022

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